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AJNA NUCLEO DE PERÍCIAS E TREINAMENTO ESPECIALIZADO CNPJ: 32.825.040 /0001-69

Responsável Técnico: Viviane Márcia de Mendonça Pós-Graduada em Documentoscopia e Grafoscopia

Rua Três Corações, nº 78/201-Calafate Belo Horizonte/Minas Gerais- CEP: 30.411-293

E-mail: [email protected] Fone: (31) 99139-1573 / 99543-3241 (whatsapp)

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LAUDO DE EXAME

PERICIAL

grafotécnico

processo nº: 5012066-13.2017.8.13.0027.

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NATUREZA: Análise grafotécnica.

SOLICITAÇÃO: Verbal através do Procurador Geral do Município de

Betim/MG - Sr. BRUNO FERREIRA CYPRIANO –

OAB MG 90318, afim de instruir o processo nº

5012066-13.2017.8.13.0027.

REFERÊNCIA: PROCESSO nº 5012066-13.2017.8.13.0027 –

AÇÃO DE FALSIDADE DOCUMENTAL - 1ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE BETIM / MG.

AUTOR: PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DE

BETIM/MG.

RÉU: CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ S/A e

outros.

PERITO RESPONSÁVEL: VIVIANE MÁRCIA DE MENDONÇA, perita

Grafotécnica e Documentoscópica, pós-graduada pela

Academia Nacional de Polícia Federal - ANP, pós-

graduanda em Ciências Forenses pelo Instituto de

Pós-Graduação de São Paulo, membro da Associação

de Criminalística do Estado de Minas Gerais -

ACEMG, Sindicato dos Peritos Criminais -

SINDPECRI e Associação Brasileira de

Criminalística – ABC, Docente da cadeira de

Documentoscopia e Grafoscopia na Academia de

Polícia Civil de Minas Gerais - ACADEPOL,

SINDPECRI e em treinamentos de reconhecimento de

assinaturas junto a instituições bancárias e comerciais.

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DOCUMENTOS DE EXAME

CONJUNTO-MOTIVO:

Reprografia da ATA DE REUNIÃO RELATIVA AO ENCERRAMENTO E

RECEBIMENTO DAS OBRAS PREVISTAS NO EDITAL 004/79, CONTRATO

CELEBRADO ENTRE A PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM E CONSTRUTORA

ANDRADE GUTIERREZ S.A. com o timbre “PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM”,

produzida mecanograficamente em cinco laudas, apresentando as seguintes informações,

dentre outras, presentes na reunião “(...) Dr. Pedro Luiz Monteiro de Andrade, (...) Professor

José Dirceu de Silveira, (...) Eng. Sidney Antunes Filho (...)” e objetivo da reunião “(...)

análise da situação relativa ao contrato (...) no que diz respeito aos contornos da dívida da

Prefeitura para com a construtora decorrente do contrato que se refere o edital 004/79 (...)”.

O documento apresenta-se datado como “Aos 8 de Novembro de 1982”, exibe carimbagens

cartorárias com a data “05 NOV 91”, bem como, nas quatro (04) primeiras páginas, rubricas

diversas e, na última, assinaturas dos presentes, sendo questionado o espécime atribuído a

“Oswaldo Resende Franco Prefeito Municipal”.

Figuras 1 e 2: imagens da 1ª e última folhas da Ata de Reunião e delimitação da assinatura questionada.

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Figura 3: assinatura questionada atribuída a “Oswaldo Resende Franco”, aposta na Ata de Reunião motivo.

CONJUNTO-PADRÃO:

01- Material gráfico padrão preexistente de OSVALDO RESENDE FRANCO constituído de

espécimes de assinaturas deste titulado, constantes nos seguintes documentos:

1.1- RELATÓRIO exibindo o timbre “PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM”, emitido

pela “Seção Gerenciadora do Projeto CURA”, endereçada ao “Sr. Prefeito Municipal”,

produzido mecanograficamente em duas (02) laudas, datado como “Betim, 27 de Agosto de

1.980”, aprovado pelo prefeito em “28 se Agosto de 1.980”.

Figuras 4 e 5: imagens da 1ª e última folhas do Relatório retro descrito e delimitação de algumas das assinaturas

padrões constantes no mesmo.

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Figuras 6 e 7: imagens das assinaturas padrões constantes no Relatório - 28/08/1.980.

1.2- RELATÓRIO SOBRE A VIABILIDADE DO USO RESIDENCIAL exibindo o timbre

“PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM”, emitido pela “Seção Gerenciadora do Projeto

CURA”, endereçada ao “Sr. Prefeito Municipal”, produzido mecanograficamente em quatro

(04) laudas, datado como “Betim, 27 de Agosto de 1.980”, e visto do PREFEITO

MUNICIPAL em “28/08/80.

Figuras 8 e 9: imagens da 1ª e última folhas do Relatório retro descrito e delimitação de algumas das assinaturas

padrões constantes no mesmo.

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Figuras 10 a 13: imagens das assinaturas padrões constantes no Relatório - 27/08/1.980.

1.3- Ofício de encaminhamento de reformulação de projetos do programa CURA de BETIM

exibindo o timbre “PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM”, produzido

mecanograficamente em duas (02) laudas, datado como “Betim, 29 de Agosto de 1.980”.

Figuras 14 e 15: imagens da 1ª e última folhas do ofício retro descrito e delimitação das assinaturas padrões

constantes no mesmo.

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Figuras 16 e 17: imagens das assinaturas padrões constantes no ofício - 29/08/1.980.

1.4- Pedido de Financiamento exibindo o timbre “PREFEITURA MUNICIPAL DE BETIM”,

produzido mecanograficamente em uma (01) lauda, valor a ser solicitado “47.981,631 UPC

(Quarenta e sete mil novecentas e oitenta e uma vírgula seiscentas e trinta e uma UPC)”,

equivalente nesta data a Cr$59.467.953,65 (Cinquenta e nove milhões, quatrocentos e

sessenta e sete mil, novecentos e cinquenta e tres cruzeiros e sessenta e cinco centavos),

datado como “Betim, 05 de Outubro de 1.981”.

Figura 18: imagem do Pedido de Financiamento retro descrito e delimitação da assinatura padrão constante no

mesmo.

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Figura 19: imagem da assinatura padrão constante no Pedido de Financiamento - 05/10/1.981.

1.5- LEI N º 1.428, DE 18 DE FEVEREIRO DE 1981 exibindo o timbre “PREFEITURA

MUNICIPAL DE BETIM” - Livro de Leis Municipais - VOL.17.

Figuras 20 e 21: imagens do VOL. 17 - Livro de Leis Municipais, da Lei 1.428 de 18/02/1981 e delimitação da

assinatura padrão.

Figura 22: imagem da assinatura padrão constante na Lei 1.428 - 18/02/1981.

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1.6- LEI N º 1429, de 18 de Março de 1.981 exibindo o timbre “PREFEITURA MUNICIPAL

DE BETIM” - Livro de Leis Municipais - VOL.17.


assinatura padrão.


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1.7- LEI Nº 1431, DE 18 DE MARÇO DE 1.981 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.8- LEI Nº 1439, DE 22 DE ABRIL DE 1.981 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.9- LEI Nº 1.471, DE 28 DE OUTUBRO DE 1.981 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.10- LEI Nº 1.514, DE 18 DE MARÇO DE 1982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.11- LEI Nº 1.522, DE 22 DE MARÇO DE 1982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.12- LEI Nº 1.540, DE 21 DE JUNHO DE 1.982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.13- LEI Nº 1.567, DE 19 DE OUTUBRO DE 1.982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.14- LEI Nº 1.571, DE 17 DE NOVEMBRO DE 1.982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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1.15- LEI Nº 1583, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1.982 exibindo o timbre “PREFEITURA


Figuras 50 e 51: imagens do VOL. 17 - Livro de Leis Municipais, da Lei 1583 de 23/12/1982 e delimitação da

assinatura padrão.

Figura 52: imagem da assinatura padrão constante na Lei 1583 - 23/12/1982.

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1.15- LEI Nº 1.584, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1.982 exibindo o timbre “PREFEITURA



assinatura padrão.


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OBJETIVO PERICIAL:

As análises pretendidas têm por objetivo pesquisar a autenticidade gráfica do espécime de

assinatura atribuído ao Prefeito do Município de Betim/MG - OSVALDO REZENDE-

FRANCO - aposto na ATA DE REUNIÃO, descrita no tópico CONJUNTO-MOTIVO, bem

como avaliar a integridade do documento questionado referido.

TIPO DE EXAME:

Nestes exames foram feitas análises comparativas de cinética e estrutura gráfica entre o

espécime de assinatura questionado e os padrões preexistentes apresentados de OSVALDO

REZENDE- FRANCO, bem como análises de integridade documental.

METODOLOGIA EMPREGADA

O método de análise empregado foi o método grafocinético, o qual estuda de forma

aprofundada os grafismos, levando em conta não só os diversos processos de fraude gráfica,

como as causas provocadoras de variações nas escritas.

As conclusões obtidas não se assentam em característicos isolados, como o método

morfológico (forma dos caracteres), o grafológico (qualidades subjetivas), o grafométrico

(medições) ou sinalético (sinais característicos).

A metodologia adotada considera todos os elementos, dando-lhe o valor consoante ao

raciocínio pericial e este se procede sob critério lógico, derivado do profundo estudo das

diversas maneiras de produção gráfica, portanto, as conclusões não são baseadas em

probabilidades e sim em certezas.

APARELHAGEM ÓPTICA UTILIZADA

Para proceder às análises pretendidas foram utilizadas lupa VILDIS, lupa forense HS3B,

microscópio digital USB - aumento de 800x (compatível com Windows 2000 / 2003 / XP /

Vista / Linux), máquina fotográfica digital FUJIFILM JZ 12 MEGAPIXEL, scanner

FUJITSU snap S1500 e equipamento de edição (computador Itautec intel CORE i5 Windows

Vista 7).

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PREÂMBULO

Na elaboração de um laudo ou parecer técnico pericial, cabe ao perito, inicialmente, proceder

ao estudo preliminar das séries motivo e padrão, estabelecendo suas características

individualizadoras e particularidades. A seguir, conhecida a essência de cada uma das peças,

em particular, efetiva-se o cotejo técnico, entre as referidas séries com uso de aparelhagem

específica.

Neste sentido, para melhor entendimento das conclusões relatadas no corpo do laudo pericial,

a signatária tece comentários técnicos e aborda sobre a ciência documentoscópica, seus

fundamentos, princípios e considerações oportunas ao objetivo das análises desenvolvidas.

Da matéria:

A Documentoscopia é a disciplina encarregada de examinar os documentos, a fim de verificar

sua autenticidade ou determinar sua origem.

Cada documento possui suas características específicas e seu processo particular de produção

e estes têm de ser conhecidos do perito, se quiser descobrir se é autêntico ou falso, no todo ou

em parte.

Os documentos podem ser alterados por quatro processos: rasuras, reagentes químicos,

acréscimos ou recortes, propositalmente realizada por quem interessado.

O falsificador apresenta, frequentemente, a cópia do documento ao invés de exibir o original

alterado, uma vez que na cópia fotográfica nem sempre se encontram marcas suficientes para

concluir, com segurança, se houve ou não, alteração documental.

A Grafoscopia é a parte da Documentoscopia que estuda os grafismos.

Grafismos são movimentos realizados pelo homem para representar graficamente seu

pensamento; ou forma de representar ou escrever as palavras de determinada língua; estilo

característico do conjunto de signos gráficos.

O gesto gráfico está sob a influência imediata do cérebro e amadurece ao longo do tempo,

assim como, os hábitos são consolidados ou alterados na proporção em que aumenta a

habilidade do escritor.

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As análises gráficas somente são possíveis porque a escrita é individual e inconfundível,

apesar de não ser imutável em todos os seus aspectos, ou seja, a maioria das escritas sofrem

transformações, algumas normais, outras ocasionais, ao longo do tempo. Apesar disso, sempre

permanece um resíduo constante, fixando a personalidade gráfica do indivíduo.

As análises grafoscópicas realizadas por peritos especializados têm como principais objetivos

constatar e comprovar a autenticidade gráfica de uma assinatura ou a autoria material de um

manuscrito ou a identidade gráfica entre dois ou mais grafismos e, para tal, compara o(s)

documento(s) questionado(s) ou motivo(s) com material padrão colhido ou preexistente

proveniente do punho escritor de quem de direito, através da análise da cinética e estrutura

gráfica destes, se utilizando de leis atinentes às escritas que independem do alfabeto utilizado.

Consideram-se todos os elementos, dando-lhe o valor consoante o raciocínio pericial.

E este se procederá sob critério lógico, derivado do profundo estudo das diversas maneiras de

produção gráfica.

O padrão gráfico propicia ao perito alcançar um parecer conclusivo, acerca do que lhe é

questionado, para tal necessita atender a requisitos técnicos essenciais, a saber: autenticidade,

adequabilidade, contemporaneidade, quantidade e espontaneidade.

O aspecto final que os grafismos assumem é uma combinação entre os padrões caligráficos

utilizados e as características que fogem a esses padrões, as quais são incorporadas como

consequência das peculiaridades da idiossincrasia de cada indivíduo, convertendo-se em

hábitos por força do continuado exercício da escrita, tornando esta última única.

Tais características possibilitam a diferenciação entre manuscritos de pessoas diferentes, bem

como a verificação de unidade de punho entre grafados de uma mesma pessoa e são chamadas

de elementos identificadores ou discriminadores da escrita.

Huber e Headrick (1999) definem os elementos discriminadores, ou identificadores da escrita,

como sendo elementos da escrita, relativamente discretos, que variam, de maneira observável

ou mensurável, conforme seu autor, contribuindo de forma confiável para a identificação de

escritas advindas de pessoas diferentes ou originárias de um mesmo indivíduo.

Essas peculiaridades devem ser observáveis ou mensuráveis para atender à finalidade das

técnicas grafoscópicas. Devem proporcionar a confiabilidade necessária a fim de formar a

convicção do perito. Neste ponto, cabe ao técnico avaliar o peso que cada elemento verificado

terá para a formação de sua conclusão.

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Existem características que são comuns a muitos escritores, tendo origem nos sistemas

caligráficos adotados nas escolas, em contrapartida, outras são praticamente únicas e, por

conseguinte, de grande valor para a individualização do manuscrito questionado.

As características individuais (ou individualizadoras) são definidas com sendo aqueles

elementos discriminatórios que servem para diferenciar membros de um grupo.

Ordinariamente, características individuais são entendidas como aqueles aspectos particulares

do grafismo de um escritor específico. As características individuais ocorrem quando uma

letra foge do padrão normal estabelecido e são elas que constituem a base de toda a

identificação. Essas características, se consideradas em conjunto, dão à escrita o caráter de

única.

Desta feita, uma pessoa não pode excluir da própria escrita aqueles elementos

individualizadores que ele mesmo desconhece, nem incluir características da escrita de outro

que ele próprio não esteja ciente (Princípio da Exclusão e Inclusão).

É difícil imitar os hábitos sutis da escrita de outra pessoa porque não é fácil alterar nossos

próprios hábitos (Princípio da Interferência).

Quando dois manuscritos possuírem uma combinação de elementos discriminadores em

número e significância incompatíveis com a possibilidade de pura coincidência, e não houver

disparidades inexplicáveis, pode-se concluir que eles estão relacionados a uma origem comum

(Princípio da Identificação).

DESAGRAVO TÉCNICO

É oportuno salientar que a ciência Documentoscópica preconiza exames em documentos

originais uma vez que as reproduções de qualquer natureza dificultam o estudo do gesto

gráfico, podendo, em alguns casos, comprometer a emissão de um parecer técnico conclusivo

por parte dos peritos.

No entanto, cumpre esclarecer que as reprografias são reproduções de uma escrita e não a

forma de produção da mesma. Existem limitações quando se avalia um grafismo em cópia

reprográfica, no entanto, as análises não ficam inviabilizadas por essa razão.

Na inexistência ou impossibilidade de se examinar o original do documento questionado, no

intuito de auxiliar os trabalhos da justiça, o perito não deve se abster de efetuar as análises.

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Procede-se as mesmas em cópias, registrando-se as devidas ressalvas, se a reprodução

disponibilizada a exames, como no presente caso, oferecer condições de legibilidade, ou seja,

se a densidade dos pontos que formam os traçados for passível de apreciações. Assim, aliado

a adequabilidade dos padrões, é possível emitir um parecer técnico conclusivo acerca de

autenticidade/falsidade gráfica.

No entanto, em se tratando de assinatura autêntica, deve se ressaltar a possibilidade do

documento motivo se tratar de um documento montado.

DOS EXAMES

Estabelecido o objetivo pericial e selecionados os exames técnicos a serem empreendidos, a

signatária deste laudo, munida da aparelhagem óptica necessária, submeteu os documentos,

questionado e padrões, a metódicas e criteriosas análises técnicas individuais e comparativas,

podendo, ao final dos trabalhos analíticos, reunir os elementos que proporcionaram a emissão

da conclusão que auxiliará o Magistrado na formação de uma convicção, suficiente para um

julgamento justo.

CONCLUSÃO

Inicialmente, a perita esclarece que as análises técnicas foram procedidas na cópia da ATA

DE REUNIÃO RELATIVA AO ENCERRAMENTO E RECEBIMENTO DAS OBRAS

PREVISTAS NO EDITAL 004/79, descrita no tópico CONJUNTO-MOTIVO, uma vez que

esta signatária não teve acesso ao original do referido documento.

Como padrões de confronto, utilizou-se de assinaturas preexistentes de OSVALDO

REZENDE- FRANCO, atendendo a todos os requisitos essenciais preconizados pela Ciência

Documentoscópica.

Isto posto, passa a relatar a conclusão alcançada.

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Os principais elementos técnicos divergentes, embasadores da conclusão de falsidade

gráfica, encontram-se, a seguir, consignados:

• morfogênese do símbolo gráfico maiúsculo “R”;

ASSINATURA QUESTIONADA

Figura 56: assinatura questionada atribuída a Oswaldo Resende Franco aposta na Ata de Reunião motivo.

ASSINATURAS PADRÕES


É FALSO o espécime de assinatura atribuído ao Prefeito do Município de Betim/MG -

OSVALDO REZENDE- FRANCO - aposto na ATA DE REUNIÃO, descrita no tópico

CONJUNTO-MOTIVO, ou seja, não proveio do punho escritor de seu titular, em face

dos elementos morfocinéticos e grafoestruturais divergentes, auferidos quando das

análises técnico-comparativas deste com os padrões apresentados deste titulado.

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• morfogênese do símbolo gráfico minúsculo “m”;






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• pontos de ataques e remates;




Figura 65: assinatura padrão constante na Lei 1.567 - 19/10/1982.



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• relação de proporcionalidade entre os símbolos gráficos;







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• inclinação axial das escritas;






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• dinamismo do grafismo e aspecto geral do grafismo.





Figuras 80 a 82: assinaturas padrões constantes nas Leis 1.567, 1.514 e 1.522 - 1982.

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Cumpre esclarecer que em minuciosa varredura técnica, em toda extensão do documento -

ATA DE REUNIÃO, descrita no tópico CONJUNTO-MOTIVO - a perita pode constatar as

seguintes incongruências:

• Supressão da parte final do 2º parágrafo da página 2, após os lançamentos “(...)

ressalvando-se apenas o seguinte (...)”, evidenciada pela lacuna existente entre os

parágrafos 3 e 4, bem como pela presença de resquícios dos lançamentos subtraídos.

Figura 83: imagem da página 2 da ATA DE REUNIÃO questionada e indicações dos vestígios embasadores da

conclusão da alteração retro descrita.

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• Desalinhamento progressivo entre as linhas que compõem os parágrafos, observado

com uso de gabarito e réguas milimetradas.

Figura 84: imagem da página 2 da ATA DE REUNIÃO questionada e setas indicando o desalinhamento

interlinear constatado.

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POSFÁCIO

As análises Grafoscópicas foram realizadas por perito especializado, com pós-graduação na

área especifica e teve como principal objetivo constatar e comprovar a falsidade gráfica das

assinaturas questionadas, através da análise da cinética e estrutura gráfica destas, utilizando-se

de leis atinentes às escritas.

Todos os aspectos técnicos foram observados e avaliados, tanto na apreciação do documento

questionado quanto na seleção dos padrões de confronto utilizados.

Foram considerados todos os elementos técnicos, dando-lhes o valor consoante ao raciocínio

pericial que se procedeu sob critério lógico, derivado do profundo estudo das diversas

maneiras de produção gráfica, ou seja, ponderou-se todos os aspectos de ordem estrutural e

elementos ligados aos movimentos constitutivos da escrita, auferidos quando das análises

técnicas, os quais foram suficientes para embasar a conclusão emitida no trabalho técnico

apresentado.

Isto posto, a signatária esclarece que, no caso em tela, procurou, dentro do que hoje se

conhece do assunto, prestar os esclarecimentos ao que lhe foi indagado, tendo compilado

subsídios que julgou suficientes para formular sua conclusão.

Findo os trabalhos, esperando ter contribuído para o deslinde desta demanda, nos colocamos à

disposição para eventuais esclarecimentos técnicos que se façam necessários, apresentando a

V. Exª. protestos de elevada estima e consideração.

Respeitosamente,

Perita Judicial

Pós-Graduada em Documentoscopia e Grafoscopia

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEL PICCHIA FILHO, José; DEL PICCHIA, Celso Mauro Ribeiro; DEL PICCHIA, Ana

Maura Gonçalves. Tratado de documentoscopia: “da falsidade documental” 3. ed. rev.,

São Paulo: Editora Pillares, 2016.

FEUERHARMEL, Samuel. Análise grafoscópica de assinatura / Campinas, SP: Millennium

Editora, 2017.

MENDES, Lamartine Bizarro, Documentoscopia. 4. ed. Campinas, SP: Millennium Editora,

2015.

SILVA, Erick Simões da Camara. FEUERHARMEL, Samuel. Documentoscopia: aspectos

científicos, técnicos e jurídicos. Campinas, SP: Millennium Editora, 2013.

REIS, Albani Borges dos. Metodologia científica 3ª ed. Campinas, SP: Millennium Editora,

2015.

EZCURRA Gondra, Magdalena. Análise forense de documentos: instrumentos de escrita

manual e suas tintas Campinas, SP: Millennium Editora, 2012.

AMARAL, Sylvio do. Falsidade documental Campinas: Millennium, 2000 4ª edição

atualizada.

2019-10-30T15:16:00-0300VIVIANE MARCIA DE MENDONCA:78723329653

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