laser de baixa intensidade na cicatriz de...

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1 LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA CICATRIZ DE ABDOMINOPLASTIA Rivaneide Fernandes Silva Capella 1 Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Procedimentos Estéticos Pré e Pós-operatório FACOPH Bio Cursos Manaus RESUMO O estudo aqui apresentado aborda sobre o laser de baixa intensidade na cicatriz de abdominoplastia. Considerando que o abdome é uma unidade estético-funcional muito importante na definição do contorno corporal, a busca pelo corpo perfeito vem tomando proporções cada vez mais abrangente no cenário estético, sendo portanto, a abdominoplastia umas das cirurgias plásticas mais requisitadas no momento. O objetivo desse estudo consiste em analisar os efeitos da laserterapia de baixa intensidade no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia. Com a finalidade de atender o objetivo proposto, este estudo apoiou- se no método descritivo de natureza qualitativa com ênfase no estudo dedutivo, utilizando-se da técnica de revisão bibliográfica, configurando-se em uma Pesquisa Bibliográfica cujas literaturas datam de 2006 a 2015. Os resultados dessa pesquisa mostram os lasers em baixa intensidade são utilizados com eficiência no pós-cirúrgico de abdominoplastia, manifestando propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e de aceleração da cicatrização e reparação tecidual, assim, podem propiciar um pós- operatório mais confortável ao paciente, possibilitando até mesmo a redução do uso de medicamentos. Palavras-chave: Laser; Cicatriz; Abdominoplastia. 1 INTRODUÇÃO Ceolin 1 afirma que atualmente busca-se obter um padrão de beleza imposto pela mídia, do corpo belo, esculturado e magro. Entretanto, na maioria das vezes para conservar a boa aparência estética, as mulheres utilizam de medicamentos, dietas, exercícios e até intervenções cirúrgicas, a fim de se encaixarem nesses padrões. A ciência dermato-funcional vem ampliando-se cada vez mais afim de auxiliar no propósito almejado, diversificando sua aplicabilidade, apontando resultados satisfatórios a quem procura. 1 Pós-graduanda em Procedimentos Estéticos Pré e pós-operatório. 2 Orientadora: Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestre em Bioética e Direito em Saúde.

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LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA CICATRIZ DE ABDOMINOPLASTIA

Rivaneide Fernandes Silva Capella1

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Procedimentos Estéticos Pré e Pós-operatório – FACOPH – Bio Cursos Manaus

RESUMO

O estudo aqui apresentado aborda sobre o laser de baixa intensidade na cicatriz de abdominoplastia. Considerando que o abdome é uma unidade estético-funcional muito importante na definição do contorno corporal, a busca pelo corpo perfeito vem tomando proporções cada vez mais abrangente no cenário estético, sendo portanto, a abdominoplastia umas das cirurgias plásticas mais requisitadas no momento. O objetivo desse estudo consiste em analisar os efeitos da laserterapia de baixa intensidade no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia. Com a finalidade de atender o objetivo proposto, este estudo apoiou-se no método descritivo de natureza qualitativa com ênfase no estudo dedutivo, utilizando-se da técnica de revisão bibliográfica, configurando-se em uma Pesquisa Bibliográfica cujas literaturas datam de 2006 a 2015. Os resultados dessa pesquisa mostram os lasers em baixa intensidade são utilizados com eficiência no pós-cirúrgico de abdominoplastia, manifestando propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e de aceleração da cicatrização e reparação tecidual, assim, podem propiciar um pós-operatório mais confortável ao paciente, possibilitando até mesmo a redução do uso de medicamentos.

Palavras-chave: Laser; Cicatriz; Abdominoplastia.

1 INTRODUÇÃO

Ceolin1 afirma que atualmente busca-se obter um padrão de beleza imposto

pela mídia, do corpo belo, esculturado e magro. Entretanto, na maioria das vezes para

conservar a boa aparência estética, as mulheres utilizam de medicamentos, dietas,

exercícios e até intervenções cirúrgicas, a fim de se encaixarem nesses padrões. A

ciência dermato-funcional vem ampliando-se cada vez mais afim de auxiliar no

propósito almejado, diversificando sua aplicabilidade, apontando resultados

satisfatórios a quem procura.

1 Pós-graduanda em Procedimentos Estéticos Pré e pós-operatório. 2 Orientadora: Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestre em Bioética e Direito em Saúde.

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Martino2 informa que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica na pesquisa

data folha em 2009, afirma que a abdominoplastia é um dos procedimentos

frequentemente realizados em todo mundo, sendo a terceira cirurgia estética mais

realizada no Brasil no ano de 2008.

Para Fernandes3 cabe enfatizar a relevância dos cuidados pós-cirúrgicos na

abdominoplastia. Considerando que esses vem apresentando resultados positivos por

meio da procura e meios preventivos para possíveis complicações, que tem

proporcionado ao paciente um pós-operatório mais curto e, consequentemente, um

resultado estético mais satisfatório.

Conforme Braun e Simonson4 a abdominoplastia consiste na retirada de tecido

subcutâneo excedente na região do abdome, através de uma incisão suprapúbica com

transposição do umbigo e com plicatura dos músculos reto-abdominais. A

abdominoplastia é indicada para indivíduos que apresentam gordura localizada

abdominal, flacidez decorrente de emagrecimento ou gravidez, flacidez aponeurótica,

diástase abdominal, abaulamentos e hérnias.

Tournieux et al5 acredita que a abdominoplastia retira o retalho cutâneo e

gordura da região inferior do abdome de maneira que o retalho do abdome superior

recobre toda a extensão abdominal. Além disso, é feita a plicatura do músculo reto do

abdome, o que proporciona a aproximação dos músculos oblíquos e promove

acinturamento desejado pela paciente.

Diante desse contexto, este estudo discorre sobre o laser de baixa intensidade

na cicatriz de abdominoplastia. Considerando que o abdome é uma unidade estético-

funcional muito importante na definição do contorno corporal, a busca pelo corpo

perfeito vem tomando proporções cada vez mais abrangente no cenário estético,

sendo, portanto, a abdominoplastia umas das cirurgias plásticas mais requisitadas no

momento.

O objetivo desse estudo consiste em analisar os efeitos da laserterapia de baixa

intensidade no processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de

abdominoplastia. Com a finalidade de atender o objetivo proposto, este estudo apoiou-

se no método descritivo de natureza qualitativa com ênfase no estudo dedutivo,

utilizando-se da técnica de revisão bibliográfica, configurando-se em uma Pesquisa

Bibliográfica cujas literaturas datam de 2006 a 2016.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Abdominoplastia

2.1.1 Conceito

Migotto e Simões6 conceituam a abdominoplastia como uma correção estética

e funcional da parede abdominal, devido alterações por flacidez da musculatura,

excesso de emagrecimento, gestações sucessivas, diástase abdominal, extenso

depósito de tecido gorduroso na parede abdominal e hérnias.

Na concepção de Cabral7 a abdominoplastia ou dermolipectomia abdominal é

uma cirurgia plástica do abdome realizada sob anestesia peridural com sedação,

podendo ser geral a critério da equipe cirúrgico-anestésica e normalmente dura em

torno de 3 a 5 horas.

Para Macedo e Oliveira8 a abdominoplastia é uma correção funcional e estética

da parede abdominal que pode estar alterada por gestações sucessivas, extenso

emagrecimento, excesso de depósito de tecido gorduroso na parede abdominal,

flacidez da musculatura e acúmulo gorduroso na porção abdominal inferior.

2.1.2 Historicidade

Segundo Santos, Cândido e Silva9 no início do século XIX, com a ajuda da

mídia, houve uma mudança no padrão de beleza, uma vez que, mulheres e homens

procuram cada vez mais intervenções cirúrgicas por ser um método rápido, eficaz e

sem tanto esforço.

Para Moura e Mejia10 no início, a terminologia utilizada era a lipectomia

abdominal, que foi primeiramente apresentada por Demars e Marx. Este termo foi em

seguida modificado para abdominoplastia e caracteriza as cirurgias em que há

ressecção de pele e tecido subcutâneo em excesso Os procedimentos operatórios

utilizados para modificar o contorno e a forma do abdome incluem a abdominoplastia

ou dermolipectomia clássica; a abdominoplastia modificada ou “mini

abdominoplastia”; a abdominoplastia circunferencial ou e em cinto e a

dermolipectomia.

2.1.3 Indicação e Contraindicação

Almeida Junior11 afirma que a abdominoplastia está indicada nas deformidades

da parede do abdome provocam várias modificações tanto estéticas quanto

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funcionais. Esse tipo de cirurgia é indicado para pacientes que sofreram de obesidade,

que sofrem com a flacidez cutânea, hérnias ou que passaram por várias gestações.

Conforme Borges12 a abdominoplastia está contraindicada quando existir

flacidez tecidual mínima, em pacientes com alterações pulmonares, diabetes e

grandes tabagistas por existir risco de necrose tecidual. Também é contraindicada a

pacientes muito obesos, mulheres que pretendem ter filhos ou problemas de saúde

que sejam empecilhos a uma abordagem clínica.

2.1.4Técnicas Cirúrgicas

De acordo com Borges12 são numerosas as técnicas de cirurgia plástica que

envolve a abdominoplastia, sendo a mais comum a incisão infra-umbilical baixa ou

supra-púbica com transposição do umbigo.

Lange13 afirma que a abdominoplastia clássica segue os procedimentos de uma

incisão transversa baixa; o deslocamento da pele até o processo xifóide e rebordo

costais; o tratamento de toda parede músculo-aponeurótica; a confecção de uma nova

cicatriz umbilical, chamada de onfaloplastia e a retirada do excesso dermo-adiposo; a

colocação de drenos em cada lado exteriorizados na região dos pelos pubianos; e por

fim, procede-se, a seguir, a fixação da porção inferior do retalho à aponeurose e a

sutura final do retalho na região suprapúbica, em dois planos com fio absorvível.

2.1.5 Cicatrização

2.1.5.1 Conceito

Segundo Ferreira e Andrade14 a cicatrização do sítio cirúrgico envolve uma

série de eventos interdependentes que tem como objetivo reparar o tecido lesado.

Após a realização de uma cirurgia, o paciente depara-se com uma ferida operatória,

que embora pareça uma simples linha de sutura requer cuidados especiais

concernentes à adequada avaliação e manejo no pós-operatório.

Conforme Luis15 a maneira pela qual uma ferida é fechada ou "deixada" fechar

é essencial para o processo de cicatrização. Existem duas formas pelas quais uma

ferida pode cicatrizar que dependem da quantidade de tecido perdido ou danificado e

da presença ou não de infecção, são elas: primeira intenção e segunda intenção.

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2.1.5.2 Tipos: cicatrização de primeira e segunda intenção

Para Robbins e Contran16 um exemplo da primeira intenção dessa reparação é

a cicatrização de uma incisão cirúrgica limpa e não-infectada, aproximada por suturas.

O estreito espaço incisional é preenchido imediatamente com sangue coagulado

contendo fibrina e células sanguíneas; a crosta que recobre a ferida é formada devida

desidratação da superfície do coágulo. Ao final do primeiro mês a ferida é formada de

tecido conjuntivo desprovido de infiltrado inflamatório, agora coberto por epiderme

intacta.

Em relação a cicatrização de segunda intenção Robbins e Contran16, quando a

perda de células e tecido é muito extensa, como em feridas que geram grandes

alterações teciduais, o processo de reparação é mais complicado. A regeneração do

parênquima não é suficiente para restaurar a arquitetura original, o que ocasionará

um crescimento abundante do tecido de granulação.

2.2 Reparação Tecidual

2.2.1 Conceito

Borges17 afirma que o reparo tecidual é um processo complexo que aborda a

regeneração e a formação de cicatriz fibrosa após a ocorrência da lesão, sendo este

organizado em várias fases nas quais participam eventos diversos e interligados.

Borges17 descreve que processo de reparação tecidual é dividido em fases, de

limites não muito distintos, mas sobrepostas no tempo: hemostasia; fase inflamatória;

formação do tecido de granulação, com deposição de matriz extracelular (colágeno,

elastina e fibras reticulares); e remodelação.

2.2.2 Fases: inflamatória, proliferativa e remodelação

Santos e Mejia18 apontam três fases no processo de cicatrização: Fase

inflamatória é uma reação defensiva à área que sofreu lesão, reorganizando o tecido;

a fase proliferativa remove os restos celulares e repara temporariamente o tecido

formado durante o estágio anterior a inflamação, desenvolvendo tecidos substitutivos

novos e permanentes; a fase da remodelação é uma resposta a longo prazo ao

ferimento e implica no equilíbrio entre a síntese e a degradação de colágeno reduzindo

a vascularização e infiltração de células inflamadas atingindo assim a maturação.

Segundo Isaac et al19 a primeira (inflamatória) é caracterizada pela hemostasia,

resultante da formação do coágulo de fibrina, e migração de leucócitos fagocitários,

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os quais removerão as substâncias estranhas e micro-organismos. A segunda

(proliferativa) envolve, principalmente, a migração e proliferação de três classes

celulares: fibroblastos, endotélio e queratinócitos, além da deposição de fibronectina

sobre o arcabouço de fibrina, formando o fibronexus; da secreção de colágeno III, em

sua maioria, sobre este último e da síntese de outros elementos matriciais, sendo o

fibroblasto o maior responsável por estas mudanças estruturais. Na terceira e última

fase (remodelação) ocorre mudança no padrão de organização do colágeno e de seu

tipo principal, ocorrendo substituição de colágeno III por I, aumento no número de

ligações cruzadas entre os monômeros desta substância e orientação prevalente nas

linhas de stress da pele, fenômenos que aumentam a resistência da ferida.

De acordo com Robbins e Cotran16, nesta fase, ocorre o processo de

reepitelização. O sítio cirúrgico é reepitelizado dentro de 72 horas, e a nova epiderme

promove uma barreira a microrganismos e em pequeno grau ao trauma externo. A

força tênsil da incisão é relativamente pequena não resistindo à tração.

2.3 Laser de baixa intensidade

2.3.1 Conceito

Conforme Agne20 radiações eletromagnéticas têm íntima referência ao

transporte de energia em forma de partículas através do espaço que se deslocam

mediante ondas sinusoidais que geram uma onda com um componente elétrico e

outro magnético. As partículas variam segundo a carga energética o que afetará o seu

comprimento de onda e frequência. Dessa forma teremos diferentes tipos de radiação

dependendo da carga dessas partículas. A luz é uma radiação eletromagnética cuja

energia se transmite através de partículas chamadas fótons, ocupando o espectro de

emissão desde ultravioleta, luz visível e infravermelha. Newton e outros físicos foram

os primeiros a demonstrar a natureza ondulante da luz, posteriormente foi

demonstrado que diferentes cores correspondiam a diferentes comprimentos de

ondas.

2.3.2 Historicidade

Segundo Fukuda e Malfatti21 a laserterapia de baixa potência tem sido

investigada e utilizada na pratica clinica há aproximadamente 20 anos, sendo que os

trabalhos iniciais foram realizados na Europa por Mester no início da década de 70.

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Agne22 afirma que assim como o advento do avanço tecnológico da

bioengenharia e eletrofisiológica, demandam uma serie de recursos que exercem

forças sobre as estruturas excitáveis e portadoras de cargas no interior do corpo que

desencadeiam respostas terapêuticas, constituindo o fundamento físico da

eletroterapia.

2.3.4 Tipos

Segundo Agne20 os lasers são classificados, de acordo com sua potência e

perigo. A categoria IIIA e IIIB possui potência média, geralmente inferior a 50 mW,

com luz no espectro vermelho visível ou no espaço infravermelho (não visível) e são

empregados como recursos terapêuticos na área da fisioterapia, conhecidos como

laserterapia de baixa intensidade. Na literatura especifica poderão ser referidos de

diferentes maneiras como LLLT (low-level laser therapy), laser frio (cold laser) ou

ainda Laser suave (soft laser). Nesta classificação o feixe não tem efeito térmico

apreciável sendo incapazes de produzir lesões cutâneas numa aplicação normal.

3 METODOLOGIA

A metodologia desse estudo comporta o tipo de pesquisa pautado no método

descritivo, que Vergara23 diz ser um estudo capaz de expor as características de

determinado fenômeno, pode ainda, estabelecer correlações entre as variáveis e

definir sua natureza, não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

embora sirva de base para tal explicação com a finalidade de registrar, classificar,

analisar e interpretar os dados coletados, sem influência do pesquisador.

O estudo aqui apresentado tem natureza qualitativa, que Triviños24 afirma que

proporciona todas as perspectivas possíveis para o informante alcance a liberdade e

a espontaneidade necessária que venha enriquecer a investigação, dessa forma é

destinada ao estudo sobre o comportamento humano.

Em relação ao método cientifico utilizou-se o dedutivo, que Lakatos e Marconi25

definem como a parte das teorias e leis do assunto geral para o específico, na maioria

das vezes prediz fenômenos particulares sua conexão é descendente.

A técnica de estudo consistiu em uma Revisão Bibliográfica que segundo

Vergara se tratam de um estudo sistematizado desenvolvido com base em material

publicado em livros, revistas, jornais redes eletrônicas, isto é, material acessível ao

público em geral. A pesquisa bibliográfica levanta tudo que foi publicado, em forma de

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livros, revistas, publicações avulsas, e imprensa escrita. A partir do levantamento de

fontes, onde foi realizada a seleção e fichamento de informação de interesse ao

estudo do tema.

Esse estudo está fundamentado em fontes de pesquisa bibliográfica,

recorrendo aos livros, artigos, periódicos e demais publicações cientificas cujos temas

subscrevem a temática em questão. Acrescendo à literatura essa contribuição por

meio da análise sobre o tema em questão.

A pesquisa bibliográfica foi levantada com base em publicações dos dez últimos

anos, datadas de 2006 a 2015 a fim de proporcionar ao estudo notações mais recentes

sobre o tema, cuja a consulta foi realizada no período de janeiro a maio de 2016.

Tendo em vista se tratar de uma pesquisa bibliográfica, o local de levantamento

das fontes inerentes a essa pesquisa foram às bibliotecas públicas, privadas,

universitárias, internet, dentre outros locais que proporcionaram acessibilidade das

informações pertinentes ao tema em estudo, com vista a alcançar o objetivo proposto

e assegurar a credibilidade das informações contidas nesse trabalho.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Santos e Mejia18 acreditam que a irradiação do laser vem contribuir no processo

de regeneração cicatricial da pele resultando em uma melhor circulação sanguínea

local e acelerando o processo cicatricial. A terapia com laser consiste na aceleração

da divisão celular o que culmina numa maior síntese de colágeno por parte dos

fibroblastos. Desse modo, o laser de baixa potência possui eficácia no processo de

regeneração celular, buscando uma cicatrização mais rápida e proporcionando, de

acordo com as particulares respostas que induzem nos tecidos, diminuição do edema,

do processo inflamatório, aumento da fagocitose, das sínteses de colágeno e da

epitelização.

Segundo Lins et al26 lasers é considerado um bioestimulador para o reparo

tecidual, aumentando a circulação local, a proliferação celular e a síntese de colágeno.

Em resumo os lasers de baixa potência demonstram: efeitos antidematosos e

analgésicos, estimulando a liberação de endorfinas, inibindo sinais nociceptores e

controlando os mediadores da dor, efeitos anti-inflamatórios, diminuindo o edema

tecidual e a hiperemia vascular, e efeitos cicatrizantes, acelerando a cicatrização dos

tecidos lesados, estimulando a remodelação e o reparo ósseo, reparando a função

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neural após injurias e modulando as células do sistema imune para beneficiar o

processo de reparo.

Macedo e Oliveira8 afirmam que a ação do laser após uma lesão da pele

possibilita a angiogênese, estimulo da mitose celular, regulação dos fibroblastos,

normalizando a produção de fibras elásticas e colágenas, impedindo a ocorrência de

quelóides, hipertrofias e alargamentos. Os protocolos propostos nas intervenções pós-

cirúrgicas devem considerar a fase do processo inflamatório. As densidades de

energia para as ações de aumento da circulação e diminuição da dor restringem-se à

faixa de 2,0 a 4,0 Jcm2, sendo aumentadas para 6,0 a 8,0 Jcm2 nos casos de

regeneração e/ou cicatrização tecidual. O número de pontos irradiados vai depender

da área, respeitando-se a distância de 1,5 cm entre os mesmo. Alguns resultados

apresentados em estudos experimentais, especificamente ao processo de

cicatrização, são válidos tanto para laser HeNe quanto para AsGa, porém existe uma

maior ênfase nos estudos da ação do laser HeNe nas diversas alterações da pele.

5 CONCLUSÃO

Este estudo mostra que atualmente, a abdominoplastia é uma técnica cirúrgica

capaz de melhorar o contorno abdominal, com excelentes resultados. Todavia, para

que esses resultados sejam alcançados se faz necessário além do perfeito

procedimento cirúrgico um pós-operatório com os devidos cuidados, afim de promover

uma reabilitação a paciente de maneira mais rápida e eficiente.

Cabe ressaltar que dentre os recursos existentes para correção da cicatrização

tecidual de modo qualificado e mais rápido, o laser de baixa intensidade. A

Laserterapia na reparação dos tecidos que sofreram lesão por traumas patológicos ou

traumas adquiridos por agentes externos.

Os efeitos do laser terapêutico no pós-operatório de abdominoplastia resultam

na melhora da circulação sanguínea e da aceleração do processo cicatricial, quando

aplicados diretamente nos tecidos, modulando processos biológicos. Desse modo, é

importante e necessário intervir precocemente no processo cicatricial no pós-

operatório da cirurgia de abdominoplastia, visando um menor comprometimento

estético e funcional.

Neste contexto é possível perceber a contribuição o laser de baixa intensidade

no que se refere ao processo de cicatrização tecidual. Tendo em vista que a terapia

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com laser vem apresentado efeitos positivos a pacientes que se submeteram ao

processo.

Diante do exposto, após análise das literaturas que consubstanciaram este

estudo onde buscou-se conhecer os efeitos do laser de baixa intensidade no processo

de processo de cicatrização do pós-operatório da cirurgia de abdominoplastia, conclui-

se que os lasers em baixa intensidade são utilizados com eficiência no pós-cirúrgico

de abdominoplastia, manifestando propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e de

aceleração da cicatrização e reparação tecidual, assim, podem propiciar um pós-

operatório mais confortável ao paciente, possibilitando até mesmo a redução do uso

de medicamentos.

O laser de baixa intensidade acelera a divisão celular; observa-se um aumento

dos leucócitos que participam da fagocitose e uma maior síntese de colágeno por

parte dos fibroblastos. A epitelização inicia-se nas bordas da úlcera e em alguns focos

epidérmicos, no presente estudo, a cicatrização deu-se de baixo para cima e das

bordas para o centro.

Muito embora os estudos tenham verificado resultados benéficos quanto à

aplicação do laser no processo de cicatrização cutânea faz-se necessário a realização

de mais pesquisas para elucidar os mecanismos de atuação do Laser de Baixa

Intensidade e os parâmetros ideais que devem ser utilizados no pós-cirúrgicos. Assim,

sugerem-se mais estudos sobre os efeitos do laser terapêutico nas lesões teciduais,

por meio de protocolos mais padronizados, com critérios de avaliação e inclusão

rigorosos na utilização dessa modalidade pós-cirúrgica.

Além disso, é importante que o profissional seja habilitado para realização do

procedimento de laserterapia. Tendo em vista que o mesmo deve conhecer o

processo, bem como as implicações que podem ocorrer, para que o mesmo venha

ser realizado de maneira segura, promovendo qualidade de vida na recuperação do

paciente.

O pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas varia de acordo com as

características específicas de cada procedimento cirúrgico, desse modo, é de

fundamental importância o conhecimento das técnicas realizadas para o planejamento

das condutas específicas de cada paciente.

Em suma, o uso da laserterapia no pós-operatório de abdominoplastia vem

sendo considerando pelos autores como um dos melhores recursos utilizado no

processo de cicatrização, em razão da rápida recuperação cutânea.

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6 REFERÊNCIAS

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