laís norberta bezerra multiparidade entre adolescentes ... · laís norberta bezerra de moura1...

12
51 ARTIGO ORIGINAL Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014 Adolescência & Saúde RESUMO Objetivo: Analisar os fatores associados à multiparidade na juventude. Métodos: Trata-se de estudo transversal, com amostragem acidental, realizado com jovens de Teresina, PI, que finalizaram uma gravidez no primeiro quadrimestre de 2006, quando tinham entre 15 e 19 anos de idade. A coleta dos dados foi feita em 2008, por meio da identificação das jovens nos registros das maternidades e posterior contato para entrevista. Na análise bivariada foi utilizado o teste qui-quadrado a fim de verificar possíveis diferenças no perfil das multíparas e as demais, bem como identificar variáveis a serem incluídas no modelo de regressão logística binomial. Resultados: Foram entrevistadas 464 jovens, das quais aquelas com maior propensão à multiparidade tinham idade entre 20 e 22 anos (1,6 vezes) (p =0,046), não estudavam (3,5 vezes) (p<0,001). Conclusão: A multiparidade na juventude está fortemente associada a fatores socioeconômicos desfavoráveis, sendo imprescindível oferecer às jovens, além de informações e acesso aos métodos contraceptivos, a possibilidade de continuarem os estudos e inserirem-se no mercado de trabalho, favorecendo melhor renda, menor dependência financeira e mais autoconfiança e autoestima. PALAVRAS-CHAVE Gravidez na adolescência, paridade, fatores de risco. ABSTRACT Objective: Analyze the factors related to multiparity in youth. Methods: It is a cross-sectional study, with random sample, with youngsters in Teresina, PI, who have given birth in the first quarter of 2006, when they were between 15 and 19 years old. Data collection was made in 2008, identifying the youngsters in the records of maternity hospitals and later contact for interview. In the bivariate analysis the chi-square test was used to verify possible differences in the multiparous profiles and others, as well as to identify variables to be included in the binomial logistic regression model. Results: 464 youngsters were interviewed, from which, those with higher propension to multiparity were aged between 20 and 22 (1.6 times) (p=0.046), were not studying (3.5 times) (p<0.001). Conclusion: Multiparity in youth is strongly associated to unfavorable Multiparidade entre adolescentes e jovens e fatores de risco em Teresina/Piauí Multiparity among teenagers and youngsters and risk factors in Teresina/Piauí > Laís Norberta Bezerra de Moura 1 Keila Rejane Oliveira Gomes 2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa 3 Thatiana Araújo Maranhão 4 Laís Norberta Bezerra de Moura ([email protected]) - Avenida Doutor Aquiles Wall Ferraz, Quadra-A, Casa-23, Residencial: Marina, Morada do Sol - Teresina, PI, Brasil. CEP: 64053-500. Recebido em 12/04/2014 – Aprovado em 02/06/2014 1 Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina, PI, Brasil. Enfermeira do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU/UFPI). Teresina, PI, Brasil. 2 Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, SP, Brasil. Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina,PI, Brasil. 3 Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina,PI, Brasil. Bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq. Teresina, PI, Brasil. 4 Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí UFPI). Teresina,PI, Brasil. Professora Assistente I do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Parnaíba,PI, Brasil. > >

Upload: others

Post on 22-Sep-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

51ARTIGO ORIGINAL

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

RESUMOObjetivo: Analisar os fatores associados à multiparidade na juventude. Métodos: Trata-se de estudo transversal, com amostragem acidental, realizado com jovens de Teresina, PI, que fi nalizaram uma gravidez no primeiro quadrimestre de 2006, quando tinham entre 15 e 19 anos de idade. A coleta dos dados foi feita em 2008, por meio da identifi cação das jovens nos registros das maternidades e posterior contato para entrevista. Na análise bivariada foi utilizado o teste qui-quadrado a fi m de verifi car possíveis diferenças no perfi l das multíparas e as demais, bem como identifi car variáveis a serem incluídas no modelo de regressão logística binomial. Resultados: Foram entrevistadas 464 jovens, das quais aquelas com maior propensão à multiparidade tinham idade entre 20 e 22 anos (1,6 vezes) (p=0,046), não estudavam (3,5 vezes) (p<0,001).Conclusão: A multiparidade na juventude está fortemente associada a fatores socioeconômicos desfavoráveis, sendo imprescindível oferecer às jovens, além de informações e acesso aos métodos contraceptivos, a possibilidade de continuarem os estudos e inserirem-se no mercado de trabalho, favorecendo melhor renda, menor dependência fi nanceira e mais autoconfi ança e autoestima.

PALAVRAS-CHAVEGravidez na adolescência, paridade, fatores de risco.

ABSTRACTObjective: Analyze the factors related to multiparity in youth. Methods: It is a cross-sectional study, with random sample, with youngsters in Teresina, PI, who have given birth in the fi rst quarter of 2006, when they were between 15 and 19 years old. Data collection was made in 2008, identifying the youngsters in the records of maternity hospitals and later contact for interview. In the bivariate analysis the chi-square test was used to verify possible differences in the multiparous profi les and others, as well as to identify variables to be included in the binomial logistic regression model. Results: 464 youngsters were interviewed, from which, those with higher propension to multiparity were aged between 20 and 22 (1.6 times) (p=0.046), were not studying (3.5 times) (p<0.001). Conclusion: Multiparity in youth is strongly associated to unfavorable

Multiparidade entre adolescentese jovens e fatores de risco emTeresina/PiauíMultiparity among teenagers and youngsters and risk factors in Teresina/Piauí

>

Laís Norberta Bezerra de Moura1

Keila Rejane Oliveira Gomes2

Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3

Thatiana Araújo Maranhão4

Laís Norberta Bezerra de Moura ([email protected]) - Avenida Doutor Aquiles Wall Ferraz, Quadra-A, Casa-23, Residencial: Marina, Morada do Sol - Teresina, PI, Brasil. CEP: 64053-500. Recebido em 12/04/2014 – Aprovado em 02/06/2014

1Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina, PI, Brasil. Enfermeira do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU/UFPI). Teresina, PI, Brasil.2Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, SP, Brasil. Professora Adjunta da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina,PI, Brasil.3Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina,PI, Brasil. Bolsista de iniciação científi ca PIBIC/CNPq. Teresina, PI, Brasil.4Mestre em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí UFPI). Teresina,PI, Brasil. Professora Assistente I do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Parnaíba,PI, Brasil.

>

>

Page 2: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

52 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

declínio nas taxas brasileiras, ainda há muito a fazer para se atingir taxa semelhante à de paí-ses desenvolvidos6.

Além dos riscos envolvidos, nem sempre a gravidez na adolescência é evento único, repe-tindo-se em muitos casos. Assim, se a gestação nessa fase da vida tem repercussões negativas, a sua repetição traz difi culdades ainda maiores. Ademais, é grande a probabilidade do caráter não desejado de uma primeira gravidez ser ma-nifestado novamente na gravidez reincidente. Estudo mostrou que apenas 15,4% das adoles-centes com repetição da gravidez a planejaram7

.

Historicamente, taxas de gravidez reinci-dente na adolescência têm sido elevadas. Con-forme literatura, a prevalência de nova gestação no ano seguinte ao primeiro parto é de 30% e no segundo ano de 25% a 50%8. Não obstante, além de estar relacionada a contexto de desvan-tagem social, sua ocorrência geralmente se dá num âmbito de oportunidades restritas, pouca perspectiva de vida e interrupções na trajetória escolar9. Estudos relatam incidência maior des-ses casos em populações de baixa renda, e, além disso, jovens que vivenciam tal situação são mais propensas ao abandono escolar, desemprego e dependência fi nanceira10.

O presente estudo objetiva analisar os fato-res que estão associados à multiparidade entre jovens, a fi m de identifi car o grupo de maior risco para este evento, com o intuito de favorecer o de-senvolvimento de políticas públicas para melhor abordagem da problemática, bem como reduzir a ocorrência de multiparidade entre jovens e pos-síveis consequências negativas a ela associadas.

INTRODUÇÃO

A adolescência é defi nida pela Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS) como o período dos 10 aos 191, já a juventude reúne indivíduos com idade entre 15 e 24 anos. Dessa forma, a juventude se sobrepõe à adolescência, mas não se encerra nela2. São etapas da vida marcadas por imaturidade e instabilidades, mas nas quais também se dá a formação e cristalização de ati-tudes, valores e comportamentos que podem direcionar a vida dos jovens. Além disso, é ain-da o momento em que se inicia a cobrança de maiores responsabilidades e de investimento na preparação profi ssional, visando a elaboração de projeto de vida estável3,4.

Diante de tantas mudanças, adolescentes e jovens constituem grupo socialmente vulnerável a situações que podem interferir, ou comprome-ter, seu desenvolvimento biopsicossocial e rom-per a trajetória de vida tida como natural e, den-tre elas, destacam-se a gravidez e a maternidade, que podem reduzir suas oportunidades e impedir que as transformações e adaptações transcorram de forma menos impactante sobre seu futuro5.

De acordo com Indicadores Demográfi cos Básicos de 2010, a taxa de fecundidade de ado-lescentes brasileiras declinou de 0,079 em 2005 para 0,078 em 2006, dando continuidade à his-tórica queda na taxa de fecundidade do país. No entanto, nesse mesmo ano, países como Canadá, Alemanha, Itália e Japão apresentavam taxa de fecundidade específi ca (15 a 19 anos) de 0,014, 0,010, 0,007 e 0,005 respectivamen-te, o que aponta que, apesar da tendência de

>

socioeconomic factors, being essential to provide these youngsters not only information and access to contraceptives methods but also the possibility to continue their studies and get a place in the labor-market, favoring better income, lower fi nancial dependence and more self-confi dence and self-esteem.

KEY WORDSPregnancy in adolescence, parity, risk factors.

>

Page 3: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

53Moura et al. MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

MÉTODOS

Esse estudo é recorte de projeto maior intitulado “Gravidez na adolescência: fatores preditores da reincidência”, desenvolvido pelo Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e fi nanciado pelo Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPq).

Trata-se de estudo transversal, no qual se optou pela amostragem acidental, que consis-te na coleta de dados dos casos ocorridos em determinado período de tempo, devido à im-possibilidade do cálculo da amostra probabilís-tica, visto que seriam incluídas todas as formas de resolução da gravidez e nem todas são co-nhecidas em sua ampla dimensão, como, por exemplo, o abortamento.

Foram incluídas no estudo jovens residen-tes em área urbana de Teresina, PI, que fi nali-zaram uma gravidez no primeiro quadrimestre de 2006, quando tinham entre 15 e 19 anos de idade, em uma das seis maternidades participan-tes, sendo cinco públicas e uma privada. Nos registros hospitalares, buscaram-se os endereços e números de telefone para o contato com as jovens potencialmente eleitas a participarem do estudo. Das 632 jovens cujas informações foram localizadas nesses registros, foram excluídos os seguintes casos: um por óbito materno; 164 por não terem sido localizados; e três por terem re-cusado a participação no estudo. Assim, foram entrevistadas 464 jovens. Para a presente pesqui-sa foram consideradas multíparas as jovens que referiram a ocorrência de dois ou mais partos.

Foi utilizado formulário pré-testado. A co-leta dos dados foi realizada de maio a dezembro de 2008, por meio da identifi cação das jovens nos registros das maternidades participantes do estudo, com posterior contato telefônico ou vi-sita de entrevistadoras ao endereço disponível, convidando-as a participarem da pesquisa. Ca-sos não localizados pelas entrevistadoras eram repassados para supervisoras de campo para ten-

tarem localizar o endereço da adolescente com a ajuda da enfermeira e dos agentes de saúde das equipes de Saúde da Família, tanto da área de localização inicial, com base no endereço dos dados hospitalares, quanto da área para a qual havia indicações de que ela havia se mudado.

Os dados coletados foram digitados inicial-mente no aplicativo Epi Info, versão 6.04d, em dois bancos de dados. Após a checagem e corre-ção dos erros de digitação, os dados foram anali-sados no software SPSS versão 17.0. Na análise bi-variada foi utilizado o teste qui-quadrado, a fi m de verifi car possíveis diferenças no perfi l das jovens multíparas e as demais. O intervalo de confi ança adotado foi de 95% e a hipótese de nulidade foi aceita sempre que o valor de p era maior ou igual a 0,05. Para a análise multivariada foi realizada regressão logística binomial a fi m de verifi car os fatores de risco para multiparidade na juventude. Foram inseridas no modelo as variáveis que apre-sentaram signifi cância na análise bivariada.

O teste de multicolinearidade, entre as variáveis independentes estudadas, necessário para a regressão logística binomial, foi feito pelo VIF (Variance Infl ation Factor). Adotou-se como ponto de corte para o diagnóstico de multicoli-nearidade o VIF acima de 10, sendo que o teste mostrou que o valor mais alto do VIF foi 2,0.

A presente pesquisa cumpriu todos os preceitos éticos e legais das pesquisas que en-volvem seres humanos, segundo determinação da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para todas as participantes da pesquisa. Para jovens menores de 18 anos, a assinatura do TCLE foi feita por seu responsável legal.

O projeto maior do qual faz parte este es-tudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob CAAE nº 0056.0.045.000-08, e cum-priu as exigências éticas das pesquisas que en-volvem seres humanos. A presente pesquisa não possui nenhum confl ito de interesse.

>

Page 4: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

54 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

> RESULTADOS

No período do estudo, das 464 participan-tes, aproximadamente 70% tinham idade de 20 a 22 anos, com média de 20,1 anos. A maioria (75%) afi rmou ter companheiro e 69,6% não estudavam. Cerca de 95% das entrevistadas pa-raram de estudar em algum momento, sendo que 41,3% destas voltaram a estudar após essa parada. Com relação às gestações, quase 50% pararam de estudar durante a primeira gravidez, porém um quarto das participantes abandonou os estudos antes de engravidar pela primeira vez. Quanto à escolaridade, parte signifi cativa das jovens (47,9%) tinha até o ensino fundamental, apenas 2,4% ingressaram no ensino superior, e somente 13,1% tinham idade adequada à última série cursada. Quanto aos aspectos econômicos, cerca de 72% referiram não exercer trabalho re-munerado, metade declarou renda familiar de até um salário mínimo e mais de 85% informaram depender fi nanceiramente de alguém (Tabela 1).

Em relação aos aspectos reprodutivos, 50% das participantes tiveram sua menarca aos 12 ou 13 anos, com média de 12,8 anos. Mais de 1/3 delas (38,6%) teve sua primeira relação sexual com penetração aos 16 ou 17 anos, média de 15,3 anos. Vale ressaltar que cerca de um quar-to das entrevistadas relatou o início da prática sexual aos 15 anos e aproximadamente 45% afi rmaram não ter usado método contraceptivo na primeira relação. Aproximadamente 50% das jovens eram primigestas, porém houve relato de até nove gestações. A faixa etária predominante na primeira gestação foi de 16 a 17 anos, com idade média de 16,6 anos. Mais de 60% das par-ticipantes eram primíparas e embora 38,3% te-nham relatado mais de um parto, apenas 32,5% informaram ter mais de um fi lho vivo. Das 108 adolescentes que tiveram algum abortamento, pouco mais de 20% referiram ter tido mais de um, e uma das entrevistadas relatou ocorrência de sete abortamentos (Tabela 2).

A análise bivariada mostrou associação es-tatisticamente signifi cativa entre multiparidade

e as características sócio-demográfi cas, faixa etária (p=0,039), estudar (p<0,001), ter parado de estudar em algum momento (p<0,001), ter voltado a estudar após essa parada (p=0,005), escolaridade (p<0,001), trabalho (p=0,001) e renda (p=0,001) (Tabela 3).

Houve associação entre a faixa etária na pri-meira relação sexual e multiparidade (p<0,001). As multíparas apresentaram menor faixa etária na primeira relação sexual, representando 55,1% entre as que tiveram a sexarca entre 9 e 14 anos e apenas 13,9% das que tiveram entre 18 e 19 anos. Além disso, o uso de algum método con-traceptivo na primeira relação sexual também apresentou associação signifi cativa com a mul-tiparidade, sendo que as multíparas represen-tavam apenas 30% daquelas que usaram esse recurso (p=0,004). Com relação à faixa etária na primeira gestação, observa-se, mais uma vez, a predominância das multíparas nas faixas etárias iniciais (p<0,001) (Tabela 4).

O modelo de regressão mostrou que a maioria das variáveis independentes que foram signifi cativamente associadas à multiparidade na análise bivariada continuou apresentando signi-fi cância estatística. Verifi cou-se que participan-tes entre 20 e 22 anos apresentavam 63% mais chances de serem multíparas do que as mais jovens (p=0,046), e que as que não estudavam tinham três vezes e meia maior propensão a se-rem multíparas do que aquelas que estudavam (p<0,001). Além disso, as participantes que ti-nham menor escolaridade (p=0,009) e menor renda (p<0,001), bem como as que não traba-lhavam (p=0,001), tinham aproximadamente o dobro de propensão a serem multíparas, quan-do comparadas às jovens de maior escolaridade e renda e às que trabalhavam (Tabela 5).

Quanto às características reprodutivas, ve-rifi cou-se que as jovens que tinham idade menor ou igual a quinze anos na 1a gestação apresen-tavam três vezes e meia mais chance de serem multíparas em relação às jovens que tiveram a primeira gravidez mais tardiamente (p<0,001) (Tabela 5).

Page 5: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

55Moura et al. MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

Tabela 1. Distribuição das jovens segundo aspectos sociodemográficos. Teresina. 2008.

Características n %

Faixa etária

17 a 19 anos 140 30,2

20 a 22 anos 324 69,8

Tem companheiro

Sim 356 76,7

Não 108 23,3

Estuda

Sim 141 30,4

Não 323 69,6

Parou de estudar algum momento

Sim 438 94,4

Não 26 5,6

Voltou a estudar após esta parada

Sim 181 41,3

Não 257 58,7

Parou de estudar em que momento

Antes de engravidar pela 1ª vez 107 24,9

Durante a 1ª gravidez 211 49,2

Entre a 1ª e a 2ª gestação 21 4,9

Após a última gravidez 65 15,2

Outra situação 25 5,4

Escolaridade

Analfabeto funcional 6 1,3

Ensino fundamental incompleto 161 34,7

Ensino fundamental 55 11,9

Ensino médio incompleto 149 32,1

Ensino médio 82 17,7

Ensino superior (incompleto/completo) 11 2,4

Adequação idade/série

Sim 61 13,1

Não 403 86,9

Trabalha

Sim 129 27,8

Não 335 72,2

Renda familiar

Até 1 SM* 232 50,0

De 1 a 3 SM 183 39,4

Mais de 3 SM 49 10,6* Salário mínimo (na época da coleta de dados correspondendo a R$ 412,00.

Page 6: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

56 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

Tabela 2. Distribuição das jovens segundo características reprodutivas. Teresina. 2008.

Características n %

Faixa etária da menarca

9 a 11 anos 87 18,8

12 a 13 anos 235 50,6

14 a 18 anos 142 30,6

Faixa etária da 1ª relação sexual com penetração

9 a 14 anos 136 29,3

15 anos 113 24,4

16 a 17 anos 179 38,6

18 a 19 anos 36 7,8

Usou algum método na 1ª relação sexual

Sim 258 55,6

Não 206 44,4

Faixa etária na 1ª gestação

12 a 14 anos 53 11,4

15 anos 71 15,3

16 a 17 anos 193 41,6

18 a 19 anos 147 31,7

Número de gestações

1 228 49,1

>1 236 50,9

Quantos partos já teve

0 14 3,0

1 285 61,4

>1 165 35,6

Quantos filhos vivos tem

0 17 3,7

1 293 63,8

>1 151 32,5

Se já teve algum abortamento

Sim 108 23,3

Não 356 76,7

Quantos abortamentos

1 84 77,8

>1 24 22,2

Page 7: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

57Moura et al. MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

Tabela 3. Análise bivariada dos fatores sociodemográficos associados à multiparidade entre jovens. Teresina. 2008.

Multiparidade

p*Característica

Não Sim Total

n % n % n %

Faixa etária 0,039

17 a 19 anos 100 71,4 40 28,6 140 100,0

20 a 22 anos 199 61,4 125 38,6 324 100,0

Tem companheiro 0,312

Sim 225 63,2 131 36,8 356 100,0

Não 74 68,5 34 31,5 108 100,0

Estuda <0,001

Sim 118 83,7 23 16,3 141 100,0

Não 181 56,0 142 44,0 323 100,0

Parou de estudar em algum momento <0,001

Sim 273 62,3 165 37,7 438 100,0

Não 26 100,0 0 0,0 26 100,0

Voltou a estudar após esta parada 0,005

Sim 127 70,2 54 29,8 181 100,0

Não 146 56,8 111 43,2 257 100,0

Escolaridade <0,001

≤ 8 anos 115 51,8 107 48,2 222 100,0

>8 anos 184 76,0 58 24,0 242 100,0

Trabalha 0,001

Sim 98 76,0 31 24,0 129 100,0

Não 201 60,0 134 40,0 335 100,0

Renda familiar 0,001

Até 1 SM 122 52,6 110 47,4 232 100,0

De 1 a 3 SM 131 71,6 52 28,4 183 100,0

Mais de 3 SM 46 93,9 3 6,1 49 100,0*Teste qui-quadrado de Pearson

Page 8: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

58 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

Tabela 4. Análise bivariada das características reprodutivas associadas à multiparidade entre jovens. Teresina. 2008.

Multiparidade

p*Características

Não Sim Total

n % n % n %

Faixa etária da menarca 0,124

9 a 11 anos 59 67,8 28 32,2 87 100,0

12 e 13 anos 141 60,0 94 40,0 235 100,0

14 a 18 anos 99 69,7 43 30,2 142 100,0

Faixa etária da 1ª relação sexual <0,001

9 a 14 anos 61 44,9 75 55,1 136 100,0

15 anos 76 67,3 37 32,7 113 100,0

16 a 17 anos 131 73,2 48 26,8 179 100,0

18 a 19 anos 31 86,1 5 13,9 36 100,0

Usou algum método na 1ª relação 0,004

Sim 181 70,2 77 29,8 258 100,0

Não 118 57,3 88 42,7 206 100,0

Faixa etária na 1ª gestação <0,001

12 a 14 anos 19 35,8 34 64,2 53 100,0

15 anos 30 42,3 41 57,7 71 100,0

16 a 17 anos 128 63,3 65 33,7 193 100,0

18 a 19 anos 122 83,0 25 17,0 147 100,0

Se já teve algum abortamento 0,130

Sim 63 58,3 45 41,7 108 100,0

Não 236 66,3 120 33,7 356 100,0*Teste qui-quadrado de Pearson

Page 9: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

59Moura et al. MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

Tabela 5. Regressão logística binomial dos fatores sociodemográficos e reprodutivos associados à multiparidade entre jovens. Teresina-PI. 2008.

Variáveis Valor de p ORa IC95%b

Sociodemográficas

Faixa etária

20 a 22 anos 0,046 1,63 1,009-2,633

17 a 19 anos 1

Estuda

Não 0,000 3,583 1,770-7,253

Sim 1

Parou de estudar em algum momento

Sim 0,583 1,216 0,715-2,195

Não 1

Voltou a estudar após esta parada

Sim 0,473 1,24 0,690-2,228

Não 1

Escolaridade

≤ 8 anos 0,009 1,817 1,164-2,838

> 8 anos 1

Trabalha

Não 0,001 2,28 1,378-3,772

Sim 1

Renda familiar

Até 3 SM* 0,000 1,997 1,385-2,881

>3 SM 1

Reprodutivas

Faixa etária da 1ª relação sexual

≤15 anos 0,329 1,276 0,782-2,084

>15 anos 1

Usou algum método na 1ª relação

Não 0,085 1,43 0,951-2,148

Sim 1

Faixa etária na 1ª gestação

≤15 anos 0,000 3,533 2,086-5,982

>15 anos 1aOR = odds ratiobIC95% = intervalo de confi ança de 95%

Page 10: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

60 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

> DISCUSSÃO

Características sociodemográfi cas

Jovens que vivenciam a multiparidade passam por experiência complexa que exige a administração concomitante de três fatores: o processo de amadurecimento, a maternidade e a criação dos fi lhos. Assim, embora a primeira gestação possa ter vantagens para muitas ado-lescentes e jovens, as maternidades sucessivas podem ser mais desestruturantes, por agravar necessidades e multiplicar situações adversas11.

Neste, como em outros estudos, detectou--se associação entre a multiparidade na juventu-de e a faixa etária10,12,13. Dados obtidos na análise multivariada apontam que as entrevistadas mais velhas eram mais propensas a ser multíparas, o que é um resultado esperado, considerando-se a precocidade da primeira gestação e o maior tempo de exposição, aumentando a possibili-dade de ocorrência de nova gravidez ainda na juventude13.

Quanto ao estudo e escolaridade das jovens mães, tem-se observado que mulheres que en-gravidam na adolescência tendem a abandonar a escola e ter menos anos de estudos que as de-mais, fatores que se potencializam com a ocor-rência de multiparidade, o que indica que o esta-do de baixa escolaridade pode ser fator preditor de repetição precoce da gravidez14,15. Estudo rea-lizado em São Paulo, SP, apontou que 60,2% das garotas associavam o abandono da escola com a gravidez16. Estudo realizado em Rondonópolis, MT, afi rma que num grupo de adolescentes com maternidades sucessivas, apenas 2,1% permane-ciam estudando, 10,2% tinham menos de oito anos de estudo e somente 22,5% haviam con-cluído o ensino fundamental11. Outra pesquisa realizada no Rio de Janeiro apontou que cerca de 42% das adolescentes com menos de três anos de estudo eram multíparas10.

Participantes que não estudavam, com bai-xa escolaridade e que estavam fora do mercado de trabalho eram mais propensas a ser multípa-ras, o que indica sua maior vulnerabilidade so-cial. Tal situação ocorre porque a principal op-

ção de ascensão social e econômica se dá por meio do sistema educacional e estar fora dele produz consequências graves para a jovem e sua prole, bem como para a sociedade em ge-ral, visto que favorece a manutenção do ciclo de pobreza10,16,17, como constatado por estudo que verifi cou que as gestantes adolescentes tinham mãe e/ou irmãos(as) que passaram pelo mesmo evento, e que também têm/tinham baixa esco-laridade e baixa renda8.

O projeto de vida da jovem fi ca, portan-to, comprometido com a maternidade precoce e sua repetição, distanciando a possibilidade de obter o sucesso escolar que poderia melhorar sua situação social e fi nanceira16. Como conse-quência, outro aspecto negativo surge na vida dessas jovens, a dependência fi nanceira de ter-ceiros, principalmente do companheiro, além de sofrer com a exposição a riscos sociais como uso de drogas, violência física, privações afeti-vas e culturais8. Estudo feito em Rondonópolis encontrou que 100% das mães adolescentes entrevistadas estavam dependentes de outras pessoas no momento da nova maternidade e que, destas, 55,1% dependiam de provedores que tinham renda mensal de no máximo um sa-lário mínimo e apenas 6,2% de provedores com renda mensal maior que três salários11.

Características reprodutivas

Vários estudos destacam a associação en-tre a repetição de gravidez e maior número de fi lhos e a idade da primeira gravidez, o que, por sua vez, relaciona-se com o início precoce da ati-vidade sexual11,13.

Foi mostrado que a menor faixa etária na primeira gestação apresentou-se como relevan-te preditor para a multiparidade na juventude. Estudo de caso-controle sobre a reincidência de gravidez na adolescência também verifi cou dife-rença estatisticamente signifi cativa na idade da primeira gestação. Entre os casos, a média de idade na primeira gestação foi de 15,2 anos, já entre os controles, mulheres adultas que tiveram gravidez na adolescência, porém sem repetição, a idade média foi de 17,2 anos13.

Page 11: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

61Moura et al. MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014Adolescência & Saúde

Nota-se, dessa forma, a importância de postergar a ocorrência da primeira gestação e, tendo esta ocorrido, é imprescindível oferecer suporte para que a jovem não venha a engravi-dar novamente antes da aquisição das condições necessárias para gravidez e maternidade em con-dições psicossociais mais favoráveis, haja vista o prejuízo que se instala na vida das jovens e de sua prole. Ações como a permanência da jovem no ambiente escolar e programas com abordagens sociais aumentam sua autoestima18 e melhoram sua perspectiva de vida produtiva na sociedade, contribuindo, também, para que ela desenvolva atitudes preventivas e menor exposição a riscos19.

Além disso, promover a aproximação da jo-vem com os serviços de saúde a fi m de favorecer o planejamento reprodutivo é crucial, haja vista ser comum a busca por este tipo de serviço só ocorrer após a experiência de mais de uma ges-tação, quando muitas das jovens mães percebem ter falhado quanto ao controle reprodutivo20.

Pesquisas realizadas com mães jovens mos-tram taxas alarmantes de multiparidade8,10,11, confi rmando a intensifi cação dos ciclos de ma-ternidade após a primeira gestação, o que pode impedir que as jovens retomem a escolarização e, assim, conduzi-las defi nitivamente ao destino materno e doméstico.

Não obstante, ressalta-se que, na ausência de acompanhamento pós-parto, a reincidência ocorre em torno de 30% no primeiro ano, 50%

no segundo ano e até 61% cinco anos após a primeira gestação, sendo que cerca de 40% dessas jovens engravidam mais de uma vez nes-se período referente ao tempo total dos percen-tuais citados, ou seja, cinco anos15.

CONCLUSÃO

Independente dos motivos que levam as jovens a engravidar, é certo que diante desta si-tuação elas precisam se adaptar a uma série de transformações e responsabilidades que compe-tem a uma mulher adulta. Para tanto, o apoio da família, da escola e dos profi ssionais de saúde é fundamental na criação de condições, para que este processo não resulte em problemas físicos e psicossociais e, principalmente, não levem à mul-tiparidade, visto que sua ocorrência potencializa o impacto negativo da responsabilidade precoce da maternidade na vida dessas mulheres.

Em suma, faz-se necessária a implementa-ção de políticas públicas que vão muito além de uma abordagem meramente preventiva, mas que contemplem as reais necessidades das adolescentes e jovens e levem em consideração as particularidades socioeconômicas e compor-tamentais da população em questão, promo-vendo intervenções que fortaleçam seu futuro, integrando as instituições pilares para educação sexual e reprodutiva.

>

REFERÊNCIAS

1. World Health Organization. Health topics: adolescent health [Internet]. [citado 2013 Aug 17]. Available from: http://www.who.int/topics/adolescent_health/en.

2. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Perfi l da população jovem brasileira [Internet]. 2001 [citado 2013 Ago 16]. Disponível em: http://www.fnuap.org.br/popjovem.asp.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente. Programa saúde do adolescente: bases programáticas. 2a Ed. Brasília: Ministério da Saúde; 1996.

4. Moura LNB, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Oliveira DC. Informação sobre contracepção e sexualidade entre adolescentes que vivenciaram uma gravidez. Acta Paul Enferm. 2011;24(3):320-6.

5. Rosa AJ, Reis AOA, Tanaka ACDA. Gestações sucessivas na adolescência. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2007;17(1):165-72.

>

Page 12: Laís Norberta Bezerra Multiparidade entre adolescentes ... · Laís Norberta Bezerra de Moura1 Keila Rejane Oliveira Gomes2 Carolina Rodrigues de Oliveira Sousa3 Thatiana Araújo

62 Moura et al.MULTIPARIDADE ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS E FATORES DE RISCO EM TERESINA/PIAUÍ

Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 51-62, jul/set 2014

6. United Nations. Population of the department of economic social affairs: world fertility report: 2009 [Internet]. 2011 [cited 2013 Jan 19]. Available from: http://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/fertility/worldFertilityReport2009.pdf.

7. Berlofi LM, Alkmin ELC, Barbiere M, Guazzelli CAF, Araújo FF. Prevenção da reincidência de gravidez em adolescentes: efeitos de um Programa de Planejamento Familiar. Acta Paul Enferm. 2006;19(2):196-200.

8. Nery IS, Mendonça RCM, Gomes IS, Fernandes CAN, Oliveira DC. Reincidência da gravidez em adolescentes de Teresina, PI, Brasil. Rev Bras Enferm. 2011;64(1):31-7.

9. Melhado A, Sant’Ánna MJC, Passarelli MLB, Coates V. Gravidez na adolescência: apoio integral a gestante e a mãe adolescente como fator de proteção na reincidência. Adoles Saude. 2008;5(2):45-51.

10. Silva KS, Rozenberg R, Bonan C, Chuva VCC, Gomes MASM. Gravidez recorrente na adolescência e vulnerabilidade social no Rio de Janeiro (RJ, Brasil): uma análise de dados do Sistema de Nascidos Vivos. Cien Saude Colet. 2011;16(2):2485-93.

11. Rosa AJ. Novamente grávida: adolescentes com maternidades sucessivas em Rondonópolis – MT, 2007 [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2007.

12. Padin MFR, Souza RS, Chalem E, Mitsuhiro SS, Barros MM, Guinsburg R, et al. Brief report: a socio-demographic profi le of multiparous teenage mothers. J Adolesc. 2009;32(3):715-21.

13. Silva AAA, Coutinho IC, Katz L, Souza ASR. Fatores associados à recorrência da gravidez na adolescência em uma maternidade escola: estudo caso-controle. Cad Saude Publica. 2013;29(3):496-506.

14. Gomes KRO, Speizer IS, Gomes FM, Oliveira DC, Moura LNB. Who are the pregnant adolescents in the poorest state capital of Brazil? Public Health Nurs. 2008;25(4):319-26.

15. Bruno ZV, Feitosa FEL, Silveira KP, Morais IQ, Bezerra MF. Reincidência de gravidez em adolescentes. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009;31(10):480-4.

16. Chalém E, Mitsuhiro SS, Ferri CP, Barros MCM, Guinsburg R, Laranjeira R. Gravidez na adolescência: perfi l sociodemográfi co e comportamental de uma população da periferia de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica. 2007;23(1):177-86.

17. Sousa MCR, Gomes KRO. Conhecimento objetivo e percebido sobre contraceptivos hormonais orais entre adolescentes com antecedentes gestacionais. Cad Saude Publica. 2009;25(3):645-54.

18. Gomes KRO, Speizer IS. Longitudinal study on self-esteem among recently pregnant Brazilian adolescents. J Reprod Infant Psychol. 2010;28(4):359-71.

19. Moccellin AS, Costa LR, Toledo AM, Driusso P. Efetividade das ações voltadas à diminuição da gravidez não-planejada na adolescência: revisão da literatura. Rev Bras Saude Matern Infant. 2010;10(4):407-16.

20. Moura LNB, Gomes KRO. Planejamento familiar: uso dos serviços de saúde por jovens com experiência de gravidez. Cien Saude Colet. 2014;19(3):841-6.