lanÇada campanha salarial unificada 2016/2017 · presa é uma das que pagam salários abaixo do...

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Informativo da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS) 70 anos 1945 - 2015 Março/2016 LANÇADA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA 2016/2017 O PARCEIRO Confira os principais eixos da Campanha: - Piso salarial de R$ 1.400,00 (com gatilho do piso regional em jan/fev 2017) - Reposição da inflação e aumento real de 5% para quem ganha acima do piso - Política de valorização por tempo de serviço - Valorização dos tra- balhadores: 1 piso da categoria, independente do PLR das empresas - Passe livre: Recebi- mento de vale trans- porte sem desconto - Redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução de salários - Licença-maternidade de 180 dias - Trabalho decente: Igualdade de direitos - mulheres - imigrantes... - Saúde e segurança alimentar - Democratização do local de trabalho O lançamento estadual da Campanha Salarial Unificada 2016/2017 da FTIA/RS e sindicatos filiados foi realizado em Montenegro em 16 de março. O local definido foi a porta da fábrica da JBS do mu- nicípio, na troca de turno da tarde dos trabalhadores. O presidente da entidade, Valdemir Corrêa, explicou o motivo da escolha. “A em- presa é uma das que pagam salários abaixo do piso da categoria e foi uma das mais difíceis de negociar no ano passado. Por isso optamos por fazer a mobilização na unidade”, destacou. O lançamento da campanha, que tem como slogan “Investir no tra- balhador faz a economia girar: por avanços e ganho real!”, contou com a participação de um grande número de funcionários da in- dústria, além da direção da FTIA, CUT-RS e representantes de dez sindicatos do ramo: Caxias do Sul, Encantado, Lajeado, Miraguaí, Montenegro, Rio Grande, Santo Ângelo, Santo Antônio da Patrulha, São Sebastião do Caí e Serafina Corrêa. Os lançamentos regionais também reuniram milhares de trabalha- dores. Cerca de 2 mil compareceram aos primeiros quatro eventos realizados nas bases sindicais de Encantado, Lajeado, Miraguaí e Santa Maria. Outras atividades devem ocorrer em Erechim, Itaqui, Santo Ângelo, entre outros. O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que, apesar do discurso dos patrões, a indústria da alimentação segue competitiva, pois lida com itens de primeira necessidade: “Não estão em crise, ao contrário, estão lucrando mais. Então é justo que isso seja dividido com o trabalhador”. O lançamento da campanha foi divulgado pela imprensa local. A pauta de reivindicações da categoria será aprovada pelos delega- dos representantes dos sindicatos do ramo em 1° de abril. Após, a mesma será encaminhada aos sindicatos patronais, para dar início às negociações salariais.

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Informativo da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA/RS)

70 anos1945 - 2015

Março/2016

LANÇADA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA 2016/2017

O PARCEIRO

Confira os principais eixos da Campanha:

- Piso salarial de R$ 1.400,00 (com gatilho do piso regional em jan/fev 2017)

- Reposição da inflação e aumento real de 5% para quem ganha acima do piso

- Política de valorização por tempo de serviço

- Valorização dos tra-balhadores: 1 piso da categoria, independente do PLR das empresas

- Passe livre: Recebi-mento de vale trans-porte sem desconto

- Redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução de salários

- Licença-maternidade de 180 dias

- Trabalho decente: Igualdade de direitos - mulheres - imigrantes...

- Saúde e segurança alimentar

- Democratização do local de trabalho

O lançamento estadual da Campanha Salarial Unificada 2016/2017 da FTIA/RS e sindicatos filiados foi realizado em Montenegro em 16 de março. O local definido foi a porta da fábrica da JBS do mu-nicípio, na troca de turno da tarde dos trabalhadores. O presidente da entidade, Valdemir Corrêa, explicou o motivo da escolha. “A em-presa é uma das que pagam salários abaixo do piso da categoria e foi uma das mais difíceis de negociar no ano passado. Por isso optamos por fazer a mobilização na unidade”, destacou.

O lançamento da campanha, que tem como slogan “Investir no tra-balhador faz a economia girar: por avanços e ganho real!”, contou com a participação de um grande número de funcionários da in-dústria, além da direção da FTIA, CUT-RS e representantes de dez sindicatos do ramo: Caxias do Sul, Encantado, Lajeado, Miraguaí, Montenegro, Rio Grande, Santo Ângelo, Santo Antônio da Patrulha, São Sebastião do Caí e Serafina Corrêa.

Os lançamentos regionais também reuniram milhares de trabalha-dores. Cerca de 2 mil compareceram aos primeiros quatro eventos realizados nas bases sindicais de Encantado, Lajeado, Miraguaí e Santa Maria. Outras atividades devem ocorrer em Erechim, Itaqui, Santo Ângelo, entre outros.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que, apesar do discurso dos patrões, a indústria da alimentação segue competitiva, pois lida com itens de primeira necessidade: “Não estão em crise, ao contrário, estão lucrando mais. Então é justo que isso seja dividido com o trabalhador”. O lançamento da campanha foi divulgado pela imprensa local.

A pauta de reivindicações da categoria será aprovada pelos delega-dos representantes dos sindicatos do ramo em 1° de abril. Após, a mesma será encaminhada aos sindicatos patronais, para dar início às negociações salariais.

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FTIA/RS

NOVO SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL JÁ ESTÁ EM VIGOR

O governador José Ivo Sartori sancionou o novo salário mínimo regional, que teve re-ajuste de 9,61%. Assim, os sindicatos do ramo da alimentação cujos pisos são vin-culados ao valor regional devem cobrar da patronal R$ 1.154,68, referente à faixa três. O pagamento é retroativo a 1° de fevereiro.

A FTIA/RS e os sindicatos filiados integra-ram a mobilização das centrais sindicais que reivindicava reajuste de 11,68% no mínimo regional. Apesar da forte pressão, a maioria dos deputados votou para derrubar a emenda

que previa acréscimo no valor proposto pelo Executivo.

O presidente da entidade, Valdemir Corrêa, considerou um retrocesso a decisão: “La-mento pela postura dos deputados, de não valorizar o piso, que beneficia os trabalha-dores de menor poder aquisitivo e contribui para a economia do Estado, já que a maior parte dessas pessoas gasta o salário no co-mércio e serviços”. Desde a criação do mí-nimo regional, esta foi a primeira vez que houve reajuste abaixo da inflação.

CUT-RS lança cartazA CUT-RS lançou um cartaz com as fotos do governador José Ivo Sartori e dos deputados favoráveis e ausentes na votação do requerimento que apro-vou o novo piso regional. “Mais um ataque do Sartori ao povo gaúcho”, destaca o cartaz, que ao final manda o recado para os trabalhadores e as tra-balhadoras: “Não vote neles na próxi-ma eleição”.

O presidente da entidade, Claudir Nespolo, ressaltou que é importante a divulgação para que os trabalhadores saibam quem contribuiu para o rea-juste abaixo da inflação para cerca de 1,5 milhão de pessoas no Rio Grande do Sul: “Eles revelaram que não gos-tam de trabalhador. Tiraram dinheiro dos mais pobres e vulneráveis, o que empobrece a classe trabalhadora e au-menta a concentração de renda. Com menos salário, diminui o consumo, a produção e a arrecadação do Estado”.

DIREÇÃO ELEITA DO SINDICATO DE SERAFINA CORRÊA TOMA POSSE

A posse da direção eleita para a nova gestão do Sindicato de Serafina Corrêa ocorreu em 12 de março. A presidente Geni Dalla Rosa de Oliveira e os demais 24 integrantes perma-necem nas funções até 2019. O evento contou com a presença de trabalhadores e represen-tantes de entidades como Contac/CUT e UITA, além de sindicatos do ramo do Rio Grande do Sul e mais oito estados. A FTIA/RS também prestigiou a posse. O presidente Valdemir Corrêa lembrou do círculo de estudos, nos anos 80 e 90, que integrava o programa de formação sindical da federação, em parceria com a UITA. “Foi nessa época que passei a conviver com a Geni que, além de ser uma mulher à frente de um sindicato, tem trabalhado para que mais mulheres participem do dia-a-dia das entidades sindicais”, afirmou.Geni considera que o novo mandato tratá desafios ainda maiores que os já enfrentados, em razão do atual cenário político do País. “Estamos diante da possibilidade de impeach-ment, com direitos dos trabalhadores ameaçados, assim como a democracia, que é o maior patrimônio dos brasileiros. Mas seguiremos na luta e não mediremos esforços para garantir nossos direitos”, defendeu.

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FTIA/RS PARTICIPA DA LUTA PELA DEMOCRACIA E DIREITOS DOS TRABALHADORES

FEDERAÇÃO APOIA A 11ª SEMANA DE PREVENÇÃO DAS LER

Informativo da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul

Foram promovidas palestras sobre temas como segurança do trabalho, ergonomia, fiscalização e atuação sindical. O secretário de Saúde do Trabalhador da FTIA, Mário Reis comentou sobre as atividades: “O debate e a troca de experiências ajudaram a mostrar para a sociedade e, principalmente às autoridades e aos médicos, que a preven-ção é o melhor remédio para evitar o sofri-mento e proteger a saúde dos trabalhado-res”. O evento foi organizado pelo SEMAPI, TRT 4, CTB/RS, CUT, CREF2/RS, Centro de Referência Regional em Saúde dos Tra-balhadores, STIFA, SINDEF/RS, Fundação de Proteção, FDRH, Prefeitura , Câmara Municipal e apoio dos vereadores Mendes Ribeiro e Professor Garcia.

A FTIA/RS e outras oito entidades sindi-cais de trabalhadores do Estado se jun-taram para formar o Comitê Sindical em Defesa da Democracia, da Legali-dade e dos Direitos Sociais. A reunião de fundação ocorreu em 24 de março, em Porto Alegre, quando foi elaborado um manifesto em defesa da democracia.

Antes, a FTIA já havia, junto à Federação dos Metalúrgicos e Federação Democráti-ca dos Sapateiros do RS, emitido uma

nota demonstrando preocupação com a defesa do impeachment por parte de algumas enti-dades patronais.

Em 13 de março, dirigentes da entidade e de sindicatos filiados participaram do ato pro-movido pela Frente Brasil Popular do RS, no Parque da Redenção, contra a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas, incluindo trabalhadores ligados à CUT-RS e CTB-RS, movimentos sociais, lideranças

políticas, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosseto, e os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro.

O presidente da FTIA, Valdemir Corrêa, lem-brou da importância do ato. “Nossa luta é pela democracia, o respeito à Constituição e pela garantia dos direitos sociais e trabalhistas”, ressaltou. Segundo ele, o golpe interessa so-mente àqueles que desejam retomar o proje-to que exclui socialmente as pessoas, arrocha salários e reduz direitos.

A 11ª Semana de Prevenção das LER (Le-sões por Esforço Repetitivo) ocorreu nos dias 1° e 2 de março, na Capital. A FTIA/RS foi uma das apoiadoras do evento, que teve como lema “Três visões sobre um futuro melhor”.

Na abertura, o presidente Valdemir Corrêa, falou aos presentes sobre a realidade do ramo. “Os patrões ainda colocam a máquina acima do trabalhador, pois é ela que dita o ritmo de trabalho. Precisamos humanizar as fábricas para diminuir o número de doenças entre a categoria”, relatou. Na ocasião houve o lançamento do livro “As LER: Ontem, hoje e amanhã”, planejado como comemora-ção aos 10 anos do evento.

ALERTA SOBRE O ZIKA VÍRUS

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saú-de (Opas) emitiram alerta mundial sobre a epidemia de Zika vírus. Também reco-nheceram a relação entre o vírus e casos de microcefalia. Conforme o comunicado, nove países já registram casos do vírus, in-cluindo o Brasil. Preocupada com a ques-tão, a FTIA/RS vem esclarecer e orientar a categoria sobre os cuidados necessários.

O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articu-lações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sinais me-

nos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Normalmente a doença não se agrava e os sintomas desa-parecem em até uma semana. Formas gra-ves são raras, mas quando ocorrem podem evoluir para óbito.

O maior risco é em relação às gestantes, que, ao serem infectadas, podem ter bebês com microcefalia. A malformação congê-nita faz com que o cérebro não se desen-volva de maneira adequada. Em 90% das microcefalias há associação com retardo mental, sendo que o nível de gravidade va-ria caso a caso.

A fim de evitar a proliferação do Zika, é necessária a adoção de algumas medidas: utilizar telas em janelas e portas; usar rou-pas compridas (calças e blusas); e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expos-tas, aplicar repelente nesses locais. No caso de bebês, devem ficar, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mos-quiteiros ou outras barreiras disponíveis. Além disso, é preciso eliminar os focos do mosquito, não deixando água parada em vasos, pneus e outros objetos. Caso ocor-ra o aparecimento de sintomas de infecção pelo vírus, a pessoa não deve se autome-dicar, mas sim buscar atendimento em um serviço de saúde.

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Por Valdemir Corrêa, presidente da federação

O que está por trás do impeachment? Direitos dos trabalhadores estão ameaçados

Por Thiago Lindenmeyer(Lindenmeyer, Muñoz & Munimis Advogados Associados)

O tempo e a saúde

É direito fundamental do trabalhador a redu-ção dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. En-tre elas, jornada não superior a 8 horas diárias e 44 semanais; repouso semanal remunerado; intervalo mínimo de 1 hora para almoço; in-tervalo de pelo menos 11 horas entre as jorna-das; e outras pausas previstas em lei.Esses direitos resultam de longa evolução, baseada na luta dos operários por melhores condições de trabalho, especialmente nos sé-culos XVII e XVIII, quando a situação dos trabalhadores nas indústrias, incluindo crian-ças, era precária. A legislação guarda em cada permissão ou proibição não só o conheci-mento técnico de diversos profissionais, mas, principalmente, a coragem dos trabalhadores e dirigentes sindicais no movimento operário. Independente das decisões de cada sindicato, o que deve ser comum a todos é a exigência de não submeter os trabalhadores a jornadas excessivas, principalmente em ambiente in-salubre. Também precisam avaliar cuidado-samente se flexibilizações são oportunas e, especialmente, se as normas de saúde e segu-rança são respeitadas. É dever das entidades zelar pelo ambiente saudável, através da fis-calização do tempo e da forma de prestação dos serviços. Por isso, trabalhador, esteja atento e procure seu sindicato sempre que quiser verificar se alguma situação na sua empresa está irregular ou não.

FTIA/RS

Os que articulam a cassação do mandato da presidente Dilma e a prisão do ex-presidente Lula (ambos sem nenhuma condenação) querem combater a corrupção, será? Na verdade há um grande jogo de interesses por trás dos seus argumentos, tendo como principal alvo o poder em 2018. Mais do que isso, buscam desesperadamente evitar uma nova eleição de Lula, o que significaria a continuidade do projeto que inclui socialmente os mais pobres, através de programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, expansão do crédito, geração de empregos e a política de valorização do salário mínimo. Neste contexto, a distribuição de renda fortaleceu o círculo virtuoso da economia: mais consumo, mais investimento das empresas na produção e mais empregos formais. Estão em disputa dois projetos opostos. A luta de classes se acirra

EDITORIAL

COLUNA JURÍDICA

EXPEDIENTE

O Parceiro - Publicação da FTIA/RS

Presidente: Valdemir CorrêaRedação e revisão: Camila Kila

Projeto gráfico: AFFU Comunicação EmpresarialImpressão: VT PropagandaTiragem: 25 milDistribuição gratuita

FTIA/RS: Rua Jerônimo Coelho 303, Centro - Porto Alegre/RS (51) 3224-2580 / www.ftiars.org / [email protected]

como nunca, provocada pela direita e com o apoio da grande mídia. Querem impor a ditadura do capital e miram uma futura reforma tra-balhista, visando ao ataque massivo a direitos, tais como férias, 13º salário e FGTS, e ainda bancam o projeto de terceirização sem limi-tes. Hoje estão na agenda do impeachment 55 projetos prejudiciais à classe trabalhadora, tramitando no Congresso Nacional, sem debate com a sociedade.Trata-se de um grande golpe contra a democracia e ser contra ele é defender os direitos e interesses dos trabalhadores. A FTIA/RS, jun-tamente com os sindicatos filiados, participa ativamente de todas as ações políticas e legais que visem barrar a concretização do golpe. É a nossa principal luta do momento. Nosso lema, até que se garantam os direitos constitucionais e a democracia é “Luta sim, golpe não”.