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Lançando Sobre Deus as Nossas Ansiedades Por Jonatas Alves Out/2019

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Page 1: Lançando Sobre Deus as Nossas Ansiedades · 2 A474 Alves, Jônatas Lançando sobre Deus as nossas ansiedades Jônatas Alves – Rio de Janeiro, 2019. 41p.; 14,8 x21cm

Lançando Sobre Deus as Nossas

Ansiedades

Por

Jonatas Alves

Out/2019

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A474 Alves, Jônatas Lançando sobre Deus as nossas ansiedades Jônatas Alves – Rio de Janeiro, 2019. 41p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título. CDD 252

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“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:7)

Permita-me chamar a atenção para este

versículo que, ao mesmo tempo em que é

simples e de fácil compreensão, também

contém uma ordem de magnitude

incomensurável. Geralmente passamos os

nossos olhos e não prestamos muita atenção no

que o verso realmente está nos falando. Então

deixe-me falar a respeito da beleza desta

mensagem, que traz consigo o amor e a

preocupação de Deus em proporcionar a Seus

filhos, não o livramento de problemas e uma

vida com a ausência dos mesmos, mas sim um

descanso em saber que Deus tem um propósito

em meio a qualquer problema ou adversidade,

que é impossível entender ou explicar, pois é

dado somente pelo poder e graça do nosso

Senhor Deus.

Primeiro, vamos analisar a primeira parte do

versículo, onde temos a ordem de “lançar sobre

Deus toda a nossa ansiedade”. É interessante

entender o que quer ser dito com a palavra

ansiedade. Podemos entendê-la como todo e

qualquer problema que nos conduz a este

sentimento de preocupação excessiva, que nos

faz perder o sono à noite e que, em muitos casos,

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nos faz até mesmo esquecermos que temos um

Deus poderoso, para quem não há impossíveis.

Tais situações podem ser oriundas de coisas do

dia a dia, como emprego, saúde, vida financeira,

relações amorosas ou familiares, segurança nas

ruas, problemas políticos do país etc. e também

podem ser originadas através de ataques

satânicos para tentar nos desestabilizar e,

principalmente, nos levar a esta condição de

ansiedade e dúvida do poder de Deus (o que, é

claro, é um grande erro), podendo acarretar,

inclusive, em outros pecados que podem ir se

desencadeando no processo. Há também um

terceiro caso, mas não menos importante, que

se dá por causa de pecados com os quais uma

pessoa vem lutando e tentando vencer.

Seja qual for o caso, precisamos nos lembrar que

temos um dever extremamente importante

para cumprir: lançar sobre Deus esses casos, o

que essencialmente significa que devemos

saber e não devemos esquecer que nada

podemos fazer pelas nossas mãos cansadas e

impotentes, mas que existe um Deus poderoso

que desfaz todo laço do mal. E este Deus está

animadamente aguardando para receber estas

ansiedades vindas de Seus filhos, porque isto

significa que nós nos rendemos e

reconhecemos nossa fraqueza e que confiamos

inteiramente em Deus para que Ele possa cuidar

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da nossa causa, assim como confiamos em um

advogado em uma causa terrena, acreditando

que ele irá lutar por nós perante o juiz. Ora, se

fazemos assim aqui nesta Terra, confiando em

homens que são falhos, então por que não

haveríamos de confiar nossos problemas

Àquele que tudo fez e tudo criou? A resposta é

que, por causa da nossa natureza totalmente

depravada e corrompida, naturalmente não

gostamos de nos colocar numa posição de

dependência e fraqueza. É doloroso reconhecer

que somos impotentes e fracos. Mas, ao mesmo

tempo que nossa velha natureza tenta nos

impedir de fazermos este reconhecimento,

colocando dúvidas e sentimentos de

humilhação e impotência em nosso coração, a

nova natureza deve nos lembrar que é

justamente esta a beleza da coisa. Não há nada

mais agradável para Deus do que ver alguém se

rendendo a Ele, reconhecendo suas falhas e

pedindo que Deus lute pela sua causa. É aí que o

poder de Deus age poderosamente, quando a

fraqueza é não somente reconhecida mas

também entregue a Ele e para os Seus cuidados.

Entretanto, lutar pela sua causa não quer

necessariamente dizer que Deus resolverá seus

problemas, ou que ele apenas os resolverá, sem

outro tipo de ação paralela. Isto nós veremos

melhor na análise da segunda parte.

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Ainda analisando a primeira parte “Lançando

sobre Ele toda a vossa ansiedade”, temos um

fragmento de extrema importância. Devemos

lançar sobre Ele TODA a nossa ansiedade. Isto

significa verdadeiramente que não há qualquer

restrição com relação a problemas específicos.

Não devemos esconder nada de Deus, mas sim

lançar TUDO sobre Ele. Você pode dizer em

algum momento da sua vida “Ah, mas este

problema é tão pequeno e logo deve se resolver

sozinho. Não vou incomodar a Deus com isto”.

Mas é aí que devemos lembrar que TODOS os

problemas devem ser lançados sobre Ele. O

verso não diz “alguns”, ou “os grandes” ou

“quase todos”. Muito pelo contrário, eu ouso

dizer que quanto menor o problema, maior é a

satisfação de Deus em recebê-lo e cuidar dele

por nós, pois isto indica que estamos sendo

humildes em reconhecer que não temos

capacidade de lidar nem com os mínimos

problemas em nossas vidas (e esta é realmente

uma verdade inegável que muitos não gostam

ou não querem reconhecer). Mas você pode

dizer em certa ocasião “Estou com um grande

problema, mas não creio que esta seja uma área

com a qual Deus queira lidar. Isto deve ser

assunto meu”. Mais uma vez, lemos que TODOS

os problemas devem ser entregues a Ele. Não

apenas problemas pequenos, médios e grandes,

mas também em toda e qualquer área de nossa

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vida. Você pode dizer, ainda “Mas eu não estou

bem com Deus. Tenho vivido uma vida de

abominação e não tenho coragem para orar e

lançar meu problema sobre Deus”. De fato esta

é uma situação que pode gerar este tipo de

sentimento, mas você deve pensar que esta é

uma ótima oportunidade para se arrepender e

pedir perdão pelos seus pecados. Não falo,

obviamente, de se arrepender e pedir perdão

com a exclusiva intenção de que Deus se

compadeça e cuide de seu problema, porque

isto jamais seria aceito por Deus, pois seria mero

interesse. Porém, é interessante pensar que esta

é a oportunidade que falta para que você se

reaproxime de Deus, com um coração sincero e

humilde.

Agora, podemos fazer a análise da segunda

parte, em que diz “pois Ele tem cuidado de vós”.

Primordialmente devemos entender que o

“cuidar de nós” não significa resolver os

problemas, mas sim que Deus tem agido para o

nosso bem. Entretanto, é sabido que os planos, o

agir e o pensar de Deus são completamente

diferentes dos nossos, de forma que muitas

vezes, naturalmente falando, temos a tendência

de enxergar as coisas “negativas” como coisas

ruins. Em outras palavras, nosso homem

natural tende a ver com negatividade tudo

aquilo que aparenta ser uma perda ou um dano.

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Porém, nosso Deus sabe exatamente o que Ele

está fazendo. Nem todas as bençãos vêm em

forma de benção. Deus, em sua infinita

sabedoria, bondade e misericórdia, já traçou um

plano e um caminho para cada um de nós, onde

Ele jamais negará qualquer bem àqueles que

vivem corretamente. Ainda que as

circunstâncias da vida pareçam estar contra nós

e nos sufocando, faríamos bem em entender

que nada sai do controle de Deus, e que nada

acontece sem a Sua permissão divina. E os Seus

planos são perfeitos, de forma que Ele está

sempre aperfeiçoando aqueles que buscam

uma vida em santidade para com Ele. E este

aperfeiçoamento sempre acontecerá mediante

aos problemas que surgem, às doenças que nos

acometem, ao dinheiro que acaba, ao emprego

que se perde, ao ente querido que falece e a

todas as outras situações que o homem natural

vê como malefícios. O que o homem natural vê

como negativo, o homem espiritual enxerga

como benefício, pois sabe que a situação que se

apresenta para ele foi permitida por Deus com o

propósito de lhe ensinar e aperfeiçoar como

filho e servo. Assim como o exemplo de um pai

natural que, intencionalmente, não fazia tudo

pelo seu filho, mas antes, permitia que

dificuldades aparecessem e o incentivava a

buscar soluções para tais dificuldades. Quão

feliz esse pai ficou ao ver que seu filho tinha

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aprendido a lição que lhe foi imposta. Ao invés

de reclamar das circunstâncias, ele confiou que

aquilo que o pai estava permitindo era para o seu

próprio bem, pois geraria um aperfeiçoamento

e o nascimento de algo que antes ele não tinha.

Por outro lado temos o seu irmão, filho do

mesmo pai, que também passou pela mesma

situação. Entretanto, só o que ele fez foi

reclamar, proferir palavras ruins contra seu pai,

alegando que era o dever dele de cuidar do filho

e prover tudo, se atentando para que não

houvesse o mínimo problema ou detalhe fora de

ordem. Quão triste esse pai ficou ao ver que seu

outro filho, não apenas não aprendeu nada da

lição, como também reclamou e falou contra

seu pai, o acusando de abandono e indiferença.

Meus irmãos, devemos fazer como o primeiro

filho, porém não buscando meios próprios para

lidar com as circunstâncias adversas, mas sim

lançando sobre nosso Pai toda a nossa

ansiedade. Ele está pronto para receber o

reconhecimento de nossas fraquezas e a

disposição de nos sujeitarmos ao ensinamento

de Deus através dos problemas, quaisquer que

sejam eles. Não devemos orar simplesmente

para que os problemas se solucionem, mas sim

que tenhamos a instrução do Espírito de Deus

para aprender aquilo que Deus quer.

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“Mas”, alguém diz, “eu posso estar passando por

um problema que não necessariamente Deus

quer que eu aprenda algo dali”. Tudo o que

acontece em nossas vidas, meu caro leitor, tem

um propósito divino, e todas as coisas que são

para o nosso aperfeiçoamento e ensinamento só

poderão cumprir seu papel em nossas vidas

quando estivermos na adversidade. Quantas

estrelas podemos contar no céu, ao olharmos

para cima numa noite sem nuvens? São

incontáveis. Agora diga-me: quantas estrelas

podemos contar no céu, ao olharmos para cima

num dia claro e ensolarado? Nenhuma. Isto

porque só conseguiremos ver e entender a

preciosidade de Deus e de Seus ensinamentos

na escuridão, quando os dias forem noites, e

quando a adversidade bater à porta. O homem

próspero dificilmente poderá aprender de Deus

coisas que são ensinadas através das

tribulações. E ainda que os dias sejam mais

negros que a noite, nos causando temor e pavor,

faremos bem em lembrar que temos um Pai, no

qual devemos lançar tudo aquilo que nos assola

e amedronta. Não tenha medo, meu caro, de

reconhecer sua fraqueza e impotência diante do

Criador do universo. Lance as suas fraquezas,

lance as suas imperfeições, lance os seus

problemas, lance as suas tentações e veja o

poder de Deus lhe aperfeiçoar e lhe dar força em

sua fraqueza, sempre confiando que você tem

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um Pai que cuidará de você. Assim como disse o

Puritano Charles H. Spurgeon: “Aquele que

conta as estrelas e as chama pelos nomes não

corre o risco de esquecer-se de seus próprios

filhos”.

O texto fala de se lançar as ansiedades, e não

apenas ou propriamente aquilo que lhes dá

causa, seja algo aparente ou real.

É o espírito angustiado, ansioso e atribulado que

devemos lançar sobre o Senhor, de modo, que

possamos receber de volta, da Sua parte, um

espírito calmo, sossegado e grato, em toda e

qualquer circunstância.

É especialmente deste espírito agitado e

conturbado, que o Senhor nos livra, de modo

que possamos experimentar a Sua força, alegria

e paz, ainda que os problemas que nos afligiam

permaneçam inalterados. E a razão da nossa paz

de mente e espírito reside no fato de termos a

convicção de fé, pelo Espírito Santo, de que a

graça de Jesus é suficiente para nós, e que Ele

está conosco em todo o tempo, e não apenas

isso, como também na medida em que o poder

desta graça referia atua em nós, produzindo

segurança e paz.

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São variadas as passagens das Escrituras que

apontam para esta verdade, como as seguintes:

“25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela

vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou

beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que

haveis de vestir. Não é a vida mais do que o

alimento, e o corpo, mais do que as vestes?

26 Observai as aves do céu: não semeiam, não

colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo,

vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não

valeis vós muito mais do que as aves?

27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode

acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

28 E por que andais ansiosos quanto ao

vestuário? Considerai como crescem os lírios do

campo: eles não trabalham, nem fiam.

29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão,

em toda a sua glória, se vestiu como qualquer

deles.

30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que

hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto

mais a vós outros, homens de pequena fé?

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31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que

comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos

vestiremos?

32 Porque os gentios é que procuram todas estas

coisas; pois vosso Pai celeste sabe que

necessitais de todas elas;

33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e

a sua justiça, e todas estas coisas vos serão

acrescentadas.

34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de

amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados;

basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 5.25-34).

“6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em

tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus,

as vossas petições, pela oração e pela súplica,

com ações de graças.

7 E a paz de Deus, que excede todo o

entendimento, guardará o vosso coração e a

vossa mente em Cristo Jesus. (Observe que a paz

aqui referida é dita ser obtida se estando em

comunhão com Jesus, do mesmo modo que o

próprio Senhor o afirma no texto de João 16.33 –

a citação é nossa)

8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro,

tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo

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o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é

de boa fama, se alguma virtude há e se algum

louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso

pensamento.

9 O que também aprendestes, e recebestes, e

ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus

da paz será convosco.” (Filipenses 4.5-9).

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz

em mim. No mundo, passais por aflições; mas

tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João

16.33).

“5 Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos

com as coisas que tendes; porque ele tem dito:

De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te

abandonarei.

6 Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor

é o meu auxílio, não temerei; que me poderá

fazer o homem? (Hebreus 13.5,6).

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,

crede também em mim.” (João 14.1).

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la

dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso

coração, nem se atemorize.” (João 14.27).

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“28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e

sobrecarregados, e eu vos aliviarei.

29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de

mim, porque sou manso e humilde de coração;

e achareis descanso para a vossa alma.

30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é

leve.” (Mateus 8.28-30).

“3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor

Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de

toda consolação!

4 É ele que nos conforta em toda a nossa

tribulação, para podermos consolar os que

estiverem em qualquer angústia, com a

consolação com que nós mesmos somos

contemplados por Deus.

5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo

se manifestam em grande medida a nosso favor,

assim também a nossa consolação transborda

por meio de Cristo.

6 Mas, se somos atribulados, é para o vosso

conforto e salvação; se somos confortados, é

também para o vosso conforto, o qual se torna

eficaz, suportando vós com paciência os

mesmos sofrimentos que nós também

padecemos.

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7 A nossa esperança a respeito de vós está firme,

sabendo que, como sois participantes dos

sofrimentos, assim o sereis da consolação.

8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a

natureza da tribulação que nos sobreveio na

Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a

ponto de desesperarmos até da própria vida.

9 Contudo, já em nós mesmos, tivemos a

sentença de morte, para que não confiemos em

nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos;

10 o qual nos livrou e livrará de tão grande

morte; em quem temos esperado que ainda

continuará a livrar-nos,

11 ajudando-nos também vós, com as vossas

orações a nosso favor, para que, por muitos,

sejam dadas graças a nosso respeito, pelo

benefício que nos foi concedido por meio de

muitos.” (II Coríntios 1.3-11).

“1 Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou,

ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas,

porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu

és meu.

2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo;

quando, pelos rios, eles não te submergirão;

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quando passares pelo fogo, não te queimarás,

nem a chama arderá em ti.

3 Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de

Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate

e a Etiópia e Sebá, por ti.

4 Visto que foste precioso aos meus olhos, digno

de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os

povos, pela tua vida.” (Isaías 43.1-4).

“16 Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua

voz, tremeram os meus lábios; entrou a

podridão nos meus ossos, e os joelhos me

vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia

da angústia, que virá contra o povo que nos

acomete.

17 Ainda que a figueira não floresça, nem haja

fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os

campos não produzam mantimento; as ovelhas

sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não

haja gado,

18 todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no

Deus da minha salvação.

19 O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os

meus pés como os da corça, e me faz andar

altaneiramente. Ao mestre de canto. Para

instrumentos de cordas.” (Habacuque 3.16-19).

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“2 Conheço um homem em Cristo que, há

catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu

(se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o

sabe)

3 e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do

corpo, não sei, Deus o sabe)

4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras

inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.

5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim

mesmo, salvo nas minhas fraquezas.

6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio,

porque direi a verdade; mas abstenho-me para

que ninguém se preocupe comigo mais do que

em mim vê ou de mim ouve.

7 E, para que não me ensoberbecesse com a

grandeza das revelações, foi-me posto um

espinho na carne, mensageiro de Satanás, para

me esbofetear, a fim de que não me exalte.

8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que

o afastasse de mim.

9 Então, ele me disse: A minha graça te basta,

porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De

boa vontade, pois, mais me gloriarei nas

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fraquezas, para que sobre mim repouse o poder

de Cristo.

10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas

injúrias, nas necessidades, nas perseguições,

nas angústias, por amor de Cristo. Porque,

quando sou fraco, então, é que sou forte.” (II

Coríntios 12.2-10).

“1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz

com Deus por meio de nosso Senhor Jesus

Cristo;

2 por intermédio de quem obtivemos

igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual

estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da

glória de Deus.

3 E não somente isto, mas também nos

gloriamos nas próprias tribulações, sabendo

que a tribulação produz perseverança;

4 e a perseverança, experiência; e a experiência,

esperança.

5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor

de Deus é derramado em nosso coração pelo

Espírito Santo, que nos foi outorgado.”

(Romanos 5.1-5).

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“2 Meus irmãos, tende por motivo de toda

alegria o passardes por várias provações,

3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez

confirmada, produz perseverança.

4 Ora, a perseverança deve ter ação completa,

para que sejais perfeitos e íntegros, em nada

deficientes.

5 Se, porém, algum de vós necessita de

sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá

liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á

concedida.

6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;

pois o que duvida é semelhante à onda do mar,

impelida e agitada pelo vento.

7 Não suponha esse homem que alcançará do

Senhor alguma coisa;

8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos

os seus caminhos.

9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-

se na sua dignidade,

10 e o rico, na sua insignificância, porque ele

passará como a flor da erva.

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11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor,

e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a

formosura do seu aspecto; assim também se

murchará o rico em seus caminhos.

12 Bem-aventurado o homem que suporta, com

perseverança, a provação; porque, depois de ter

sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o

Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1.2-

12).

“17 Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os

livra de todas as suas tribulações.

18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração

quebrantado e salva os de espírito oprimido.

19 Muitas são as aflições do justo, mas o

SENHOR de todas o livra. (Não é dito que será

livrado dos problemas, mas das aflições, ou seja

do espírito angustiado e ansioso, pela paz

sobrenatural que o Senhor supre aos que

continuam confiando nEle e o servindo mesmo

em meio a seus problemas – a nota é nossa).

20 Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles

sequer será quebrado.” (Salmo 34.17-20).

Estamos anexando a seguir, um texto de autoria

do Pr Silvio Dutra, no qual podemos observar em

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que fundamento reside a paz espiritual a que

nos referimos.

“Temos sido impelidos a explicar em termos

simples e diretos o que seja de fato o evangelho,

na forma em que nos é apresentado nas

Escrituras, já que há muita pregação e ensino de

caráter legalista que não é de modo algum o

evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Há também uma grande ignorância relativa ao

que seja a aliança da graça por meio da qual

somos salvos, e que consiste no coração do

evangelho, e então a descrevemos em termos

bem simples, de forma que possa ser

adequadamente entendida.

Há somente um evangelho pelo qual podemos

ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra

revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas

do Novo Testamento. Mas, por interpretações

incorretas é possível até mesmo transformá-lo

em um meio de perdição e não de salvação,

conforme tem ocorrido especialmente em

nossos dias, em que as verdades fundamentais

do evangelho de Jesus Cristo têm sido

adulteradas ou omitidas.

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Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de

apresentar a seguir, de forma resumida, em que

consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso

entender que somos salvos exclusivamente

com base na aliança de graça que foi feita entre

Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação

do mundo, para que nas diversas gerações de

pessoas que seriam trazidas por eles à existência

sobre a Terra, houvesse um chamado invisível,

sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas

de seus pecados, justificadas, regeneradas

(novo nascimento espiritual), santificadas e

glorificadas. E o autor destas operações

transformadoras seria o Espírito Santo, a

terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o

seriam pelo meio de atração que seria feita por

Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que

pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem

receber a graça necessária que os redimiria e os

transportaria das trevas para a luz, do poder de

Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria

em filhos amados e aceitos por Deus.

Como estes que foram redimidos se

encontravam debaixo de uma sentença de

maldição e condenação eternas, em razão de

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terem transgredido a lei de Deus, com os seus

pecados, para que fossem redimidos seria

necessário que houvesse uma quitação da dívida

deles para com a justiça divina, cuja sentença

sobre eles era a de morte física e espiritual

eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém

idôneo que pudesse se colocar no lugar do

homem, trazendo sobre si os seus pecados e

culpa, e morrendo com o derramamento do Seu

sangue, porque a lei determina que não pode

haver expiação sem que haja um sacrifício

sangrento substitutivo.

Importava também que este Substituto de

pecadores, assumisse a responsabilidade de

cobrir tudo o que fosse necessário em relação à

dívida de pecados deles, não apenas a anterior à

sua conversão, como a que seria contraída

também no presente e no futuro, durante a sua

jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem

pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do

pecador é eterna e infinita. Então deveria ser

alguém divino para realizar tal obra.

Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da

graça feita com o Pai, para ser este Salvador,

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Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para

realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua

chamada é para uma santificação e perfeição

eternas. Como poderia responder por si mesmo

para garantir a eternidade da segurança da

salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado

da natureza divina que sempre possuiu, a

natureza humana, e para tanto ele foi gerado

pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em

sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria

ser o de alguém que fosse humano, mas

também divino, de modo que se pode até

mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue

do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte

de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o

caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta

grande e importante verdade do evangelho de

que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou

podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou

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a Ceia que deve ser regularmente observada

pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu

corpo foi rasgado, assim como o pão que

partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado

em profusão, conforme representado pelo

vinho, para que tenhamos vida eterna por meio

de nos alimentarmos dEle. Por isso somos

ordenados a comer o pão, que representa o

corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para

o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que

é verdadeira bebida para nos refrigerar e

manter a Sua vida em nós.

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e

a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é

estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto

se aplica ao fato de que não há outra verdade,

outro caminho, outra vida, senão a que existe

somente por meio da fé nEle. A porta é estreita

porque não admite uma entrada para vários

caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle,

conduzem à perdição. É estreito e apertado para

que nunca nos desviemos dEle, o autor e

consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

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Tanto é assim, que para que tenhamos a plena

convicção desta verdade, mesmo depois de

sermos justificados, regenerados e santificados,

percebemos, enquanto neste mundo, que há em

nós resquícios do pecado, que são o resultado do

que se chama de pecado residente, que ainda

subsiste no velho homem, que apesar de ter sido

crucificado juntamente com Cristo, ainda

permanece em condições de operar em nós, ao

lado da nova natureza espiritual e santa que

recebemos na conversão.

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor

pretende nos ensinar a enxergar que a nossa

salvação é inteiramente por graça e mediante a

fé? Que é Ele somente que nos garante a vida

eterna e o céu. Se não fosse assim, não

poderíamos ser salvos e recebidos por Deus

porque sabemos que ainda que salvos, o pecado

ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias

passagens bíblicas e especialmente no texto de

Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as

enfermidades que atuam em nossos corpos

físicos, e outras em nossa alma, são o resultado

da imperfeição em que ainda nos encontramos

aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde

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perfeita a todos os crentes, sem qualquer

doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o

faz para que aprendamos que a nossa salvação

está inteiramente colocada sobre a

responsabilidade de Jesus, que é aquele que

responde por nós perante Ele, para nos manter

seguros na plena garantia da salvação que

obtivemos mediante a fé, conforme o próprio

Deus havia determinado justificar-nos somente

por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão

e com muitos outros mesmo nos dias do Velho

Testamento.

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé

porque não consegue vencer determinadas

fraquezas ou pecados, porque enquanto se

esforça para ser curado deles, e ainda que não o

consiga neste mundo, não perderá a sua

condição de filho amado de Deus, que pode usar

tudo isto em forma de repreensão e disciplina,

mas que jamais deixará ou abandonará a

qualquer que tenha recebido por filho, por

causa da aliança que fez com Jesus e na qual se

interpôs com um juramento que jamais a

anularia por causa de nossas imperfeições e

transgressões.

Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a

Jesus, mas sempre lamentará que não o ame

tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo

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caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma

coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito,

virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a

apresentar a Deus que ele foi salvo, mas

simplesmente por meio do arrependimento e

da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é

necessário para a segurança eterna da sua

salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito

nestes sete últimos parágrafos e não tenha

percebido a grande verdade central relativa ao

evangelho, que está sendo comentada neles, e

que foi citada de forma resumida no primeiro

deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação

desta verdade, que tudo é de fato devido à graça

de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é

suficiente para nos garantir uma salvação

eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

Deus Filho, que nos escolheram para esta

salvação segura e eterna, antes mesmo da

fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra

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são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle

que somos aceitos por Deus, nos termos da

aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os

agentes da aliança, e os crentes apenas os

beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o

Filho, sem a consulta da vontade dos

beneficiários, uma vez que eles nem sequer

ainda existiam, e quando aderem agora pela fé

aos termos da aliança, eles são convocados a

fazê-lo voluntariamente e para o principal

propósito de serem salvos para serem

santificados e glorificados, sendo instruídos

pelo evangelho que tudo o que era necessário

para a sua salvação foi perfeitamente

consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor

Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito

importante, de que tanto é assim, que não é pelo

fato de os crentes continuarem sujeitos ao

pecado, mesmo depois de convertidos, que eles

correm o risco de perderem a salvação deles,

uma vez que a aliança não foi feita diretamente

com eles, e consistindo na obediência perfeita

deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa

deles, como para garantir o aperfeiçoamento

deles na santidade e na justiça, ainda que isto

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venha a ser somente completado integralmente

no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou

inteiramente o preço devido para que fôssemos

salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi

dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas

também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o

evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem

tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,

para que não errássemos o alvo por causa da

incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a

única coisa que pode nos afastar da

possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos

corações, e nos submete à Sua vontade de forma

voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo

Seu próprio poder, a viver de modo agradável a

Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja

arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

da nossa salvação, pois, como temos visto esta

causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,

manifestados em Jesus em nosso favor, todavia,

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o arrependimento é necessário, porque toda

esta salvação é para uma vida santa, uma vida

que lute contra o pecado, e que busque se

revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração

permanece apegado ao pecado, e sem

manifestar qualquer desejo de viver de modo

santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há

qualquer impossibilidade para que Deus nos

salve, nem mesmo os grosseiros pecados da

geração atual, que corre desenfreadamente à

busca de prazeres terrenos, e completamente

avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria

até mais facilidade para Deus salvar a estes que

vivem na iniquidade porque a vida deles no

pecado é flagrante, e pouco se importam em

demonstrar por um viver hipócrita, que são

pessoas justas e puras, pois não estão

interessados em demonstrar a justiça própria

do fariseu da parábola de Jesus, para que através

de sua falsa religiosidade, e autoengano,

pudessem alcançar algum favor da parte de

Deus.

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Assim, quando algum deles recebe a revelação

da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que

dominam seu coração, o trabalho de

convencimento do Espírito Santo é facilitado, e

eles lamentam por seus pecados e fogem para

Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os

receberá, e a nenhum deles lançará fora,

conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito

para a sua salvação exige somente o

arrependimento e a fé, para a recepção da graça

que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios

necessários para que permaneçamos firmes na

graça que nos salvou, de maneira que jamais

venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza

divina, no novo nascimento operado pelo

Espírito Santo, de modo que uma vez que uma

natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a

velha venha a se dissolver totalmente, assim

como está ordenado que tudo o que herdamos

de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo

é feito novo em Jesus, em quem temos recebido

este nosso novo ser que se inclina em amor para

Deus e para todas as coisas de Deus.

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Ainda que haja o pecado residente no crente, ele

se encontra destronado, pois quem reina agora

é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o

pecado. Ainda que algum pecado o vença isto

será temporariamente, do mesmo modo que

uma doença que se instala no corpo é expulsa

dele pelas defesas naturais ou por algum

medicamento potente. O sangue de Jesus é o

remédio pelo qual somos sarados de todas as

nossas enfermidades. E ainda que alguma delas

prevaleça neste mundo ela será totalmente

extinta quando partirmos para a glória, onde

tudo será perfeito.

Temos este penhor da perfeição futura da

salvação dado a nós pela habitação do Espírito

Santo, que testifica juntamente com o nosso

espírito que somos agora filhos de Deus, não

apenas por ato declarativo desta condição, mas

de fato e de verdade pelo novo nascimento

espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé

em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por

meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se

entregou por nós, para que vivamos por meio da

Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador

de toda a criação, inclusive desta nova criação

que está realizando desde o princípio, por meio

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da geração de novas criaturas espirituais para

Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou

seja, pode fazer com que nova vida espiritual

seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe

perfeitamente quais são aqueles que atenderão

ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se

revela em espírito para que creiam nEle, e assim

sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

Os humildes de espírito que reconhecem que

nada possuem em si mesmos para agradarem a

Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus

e que se dispõem a cumprir os Seus

mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo

o pecado que há no mundo, que é uma rebelião

contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o

testemunho de que todos necessitam da

misericórdia de Deus para serem perdoados.

Os pacificadores, e não propriamente pacifistas

que costumam anular a verdade em prol da paz

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mundial, mas os que anunciam pela palavra e

suas próprias vidas que há paz de reconciliação

com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do

reino de Deus que não é comida, nem bebida,

mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho,

porque sendo odiados sem causa, perseveram

em dar testemunho do Nome e da Palavra de

Jesus Cristo.

Vemos assim que ser salvo pela graça não

significa: de qualquer modo, de maneira

descuidada, sem qualquer valor ou preço

envolvido na salvação. Jesus pagou um preço

altíssimo e de valor inestimável para que

pudéssemos ser redimidos. Os termos da

aliança por meio da qual somos salvos são todos

bem ordenados e planejados para que a salvação

seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais,

celestiais, espirituais envolvidos em todo o

processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e

aliança que eles devem ser eficazes mesmo

quando não há naqueles que são salvos um

conhecimento adequado de todas estas

verdades, pois está determinado que aquele que

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crê no seu coração e confessar com os lábios que

Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é

necessário para um pecador ser transformado

em santo e recebido como filho adotivo por

Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de

Jesus são necessários para o nosso

aperfeiçoamento espiritual em progresso da

nossa santificação, mas não para a nossa

justificação e regeneração (novo nascimento)

que são instantâneos e recebidos

simultaneamente no dia mesmo em que nos

convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como

nos encontrávamos na ocasião, totalmente

perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da

promessa da aliança é que todo aquele que crê

será salvo, e nada mais é acrescentado a ela

como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito

entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre

si para que fôssemos salvos por graça e

mediante a fé.

Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o

Pai escolheu para ser o autor e o consumador da

nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da

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graça, e nós somos eleitos para recebermos os

benefícios desta aliança por meio da fé nAquele

a quem foram feitas as promessas de ter um

povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na

Bíblia, isto não significa que Deus fez uma

aliança exclusiva e diretamente com cada um

daqueles que creem, uma vez que uma aliança

com Deus para a vida eterna demanda uma

perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem

qualquer falha, e de nós mesmos, jamais

seríamos competentes para atender a tal

exigência, de modo que a aliança poderia ter

sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em

Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que

somos também recebidos. Jamais poderíamos

fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa

Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto

é tipificado claramente na Lei, em que nenhum

ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem

serem apresentados pelo sacerdote escolhido

por Deus para tal propósito. Nenhum outro

Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que

pudéssemos receber uma redenção e

aproximação eternas, senão somente nosso

Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu

para este ofício.

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Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus

por meio da fé em Jesus Cristo, importa

permanecermos nEle por um viver e andar em

santificação, no Espírito.

É pelo desconhecimento desta verdade que

muitos crentes caminham de forma

desordenada, uma vez que tendo aprendido que

a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus

Filho, e que são salvos exclusivamente por meio

da fé, que então não importa como vivam uma

vez que já se encontram salvos das

consequências mortais do pecado.

Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à

segurança eterna da salvação em razão da

justificação, é apenas uma das faces da moeda

da salvação, que nos trazendo justificação e

regeneração instantaneamente pela graça,

mediante a fé, no momento mesmo da nossa

conversão inicial, todavia, possui uma outra

face que é a relativa ao propósito da nossa

justificação e regeneração, a saber, para sermos

santificados pelo Espírito Santo, mediante

implantação da Palavra em nosso caráter. Isto

tem a ver com a mortificação diária do pecado, e

o despojamento do velho homem, por um andar

no Espírito, pois de outra forma, não é possível

que Deus seja glorificado através de nós e por

nós. Não há vida cristã vitoriosa sem

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santificação, uma vez que Cristo nos foi dado

para o propósito mesmo de se vencer o pecado,

por meio de um viver santificado.

Esta santificação foi também incluída na aliança

da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da

fundação do mundo, e para isto somos também

inteiramente dependentes de Jesus e da

manifestação da sua vida em nós, porque Ele se

tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça,

redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios

1.30). De modo que a obra iniciada na nossa

conversão será completada por Deus para o seu

aperfeiçoamento final até a nossa chegada à

glória celestial.

“Estou plenamente certo de que aquele que

começou boa obra em vós há de completá-la até

ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e

o vosso espírito, alma e corpo sejam

conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda

de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos

chama, o qual também o fará.” (I

Tessalonicenses 5.23,24).

“Assim, pois, amados meus, como sempre

obedecestes, não só na minha presença, porém,

muito mais agora, na minha ausência,

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desenvolvei a vossa salvação com temor e

tremor; porque Deus é quem efetua em vós

tanto o querer como o realizar, segundo a sua

boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).