Lançando Sobre Deus as Nossas
Ansiedades
Por
Jonatas Alves
Out/2019
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A474 Alves, Jônatas Lançando sobre Deus as nossas ansiedades Jônatas Alves – Rio de Janeiro, 2019. 41p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título. CDD 252
3
“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:7)
Permita-me chamar a atenção para este
versículo que, ao mesmo tempo em que é
simples e de fácil compreensão, também
contém uma ordem de magnitude
incomensurável. Geralmente passamos os
nossos olhos e não prestamos muita atenção no
que o verso realmente está nos falando. Então
deixe-me falar a respeito da beleza desta
mensagem, que traz consigo o amor e a
preocupação de Deus em proporcionar a Seus
filhos, não o livramento de problemas e uma
vida com a ausência dos mesmos, mas sim um
descanso em saber que Deus tem um propósito
em meio a qualquer problema ou adversidade,
que é impossível entender ou explicar, pois é
dado somente pelo poder e graça do nosso
Senhor Deus.
Primeiro, vamos analisar a primeira parte do
versículo, onde temos a ordem de “lançar sobre
Deus toda a nossa ansiedade”. É interessante
entender o que quer ser dito com a palavra
ansiedade. Podemos entendê-la como todo e
qualquer problema que nos conduz a este
sentimento de preocupação excessiva, que nos
faz perder o sono à noite e que, em muitos casos,
4
nos faz até mesmo esquecermos que temos um
Deus poderoso, para quem não há impossíveis.
Tais situações podem ser oriundas de coisas do
dia a dia, como emprego, saúde, vida financeira,
relações amorosas ou familiares, segurança nas
ruas, problemas políticos do país etc. e também
podem ser originadas através de ataques
satânicos para tentar nos desestabilizar e,
principalmente, nos levar a esta condição de
ansiedade e dúvida do poder de Deus (o que, é
claro, é um grande erro), podendo acarretar,
inclusive, em outros pecados que podem ir se
desencadeando no processo. Há também um
terceiro caso, mas não menos importante, que
se dá por causa de pecados com os quais uma
pessoa vem lutando e tentando vencer.
Seja qual for o caso, precisamos nos lembrar que
temos um dever extremamente importante
para cumprir: lançar sobre Deus esses casos, o
que essencialmente significa que devemos
saber e não devemos esquecer que nada
podemos fazer pelas nossas mãos cansadas e
impotentes, mas que existe um Deus poderoso
que desfaz todo laço do mal. E este Deus está
animadamente aguardando para receber estas
ansiedades vindas de Seus filhos, porque isto
significa que nós nos rendemos e
reconhecemos nossa fraqueza e que confiamos
inteiramente em Deus para que Ele possa cuidar
5
da nossa causa, assim como confiamos em um
advogado em uma causa terrena, acreditando
que ele irá lutar por nós perante o juiz. Ora, se
fazemos assim aqui nesta Terra, confiando em
homens que são falhos, então por que não
haveríamos de confiar nossos problemas
Àquele que tudo fez e tudo criou? A resposta é
que, por causa da nossa natureza totalmente
depravada e corrompida, naturalmente não
gostamos de nos colocar numa posição de
dependência e fraqueza. É doloroso reconhecer
que somos impotentes e fracos. Mas, ao mesmo
tempo que nossa velha natureza tenta nos
impedir de fazermos este reconhecimento,
colocando dúvidas e sentimentos de
humilhação e impotência em nosso coração, a
nova natureza deve nos lembrar que é
justamente esta a beleza da coisa. Não há nada
mais agradável para Deus do que ver alguém se
rendendo a Ele, reconhecendo suas falhas e
pedindo que Deus lute pela sua causa. É aí que o
poder de Deus age poderosamente, quando a
fraqueza é não somente reconhecida mas
também entregue a Ele e para os Seus cuidados.
Entretanto, lutar pela sua causa não quer
necessariamente dizer que Deus resolverá seus
problemas, ou que ele apenas os resolverá, sem
outro tipo de ação paralela. Isto nós veremos
melhor na análise da segunda parte.
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Ainda analisando a primeira parte “Lançando
sobre Ele toda a vossa ansiedade”, temos um
fragmento de extrema importância. Devemos
lançar sobre Ele TODA a nossa ansiedade. Isto
significa verdadeiramente que não há qualquer
restrição com relação a problemas específicos.
Não devemos esconder nada de Deus, mas sim
lançar TUDO sobre Ele. Você pode dizer em
algum momento da sua vida “Ah, mas este
problema é tão pequeno e logo deve se resolver
sozinho. Não vou incomodar a Deus com isto”.
Mas é aí que devemos lembrar que TODOS os
problemas devem ser lançados sobre Ele. O
verso não diz “alguns”, ou “os grandes” ou
“quase todos”. Muito pelo contrário, eu ouso
dizer que quanto menor o problema, maior é a
satisfação de Deus em recebê-lo e cuidar dele
por nós, pois isto indica que estamos sendo
humildes em reconhecer que não temos
capacidade de lidar nem com os mínimos
problemas em nossas vidas (e esta é realmente
uma verdade inegável que muitos não gostam
ou não querem reconhecer). Mas você pode
dizer em certa ocasião “Estou com um grande
problema, mas não creio que esta seja uma área
com a qual Deus queira lidar. Isto deve ser
assunto meu”. Mais uma vez, lemos que TODOS
os problemas devem ser entregues a Ele. Não
apenas problemas pequenos, médios e grandes,
mas também em toda e qualquer área de nossa
7
vida. Você pode dizer, ainda “Mas eu não estou
bem com Deus. Tenho vivido uma vida de
abominação e não tenho coragem para orar e
lançar meu problema sobre Deus”. De fato esta
é uma situação que pode gerar este tipo de
sentimento, mas você deve pensar que esta é
uma ótima oportunidade para se arrepender e
pedir perdão pelos seus pecados. Não falo,
obviamente, de se arrepender e pedir perdão
com a exclusiva intenção de que Deus se
compadeça e cuide de seu problema, porque
isto jamais seria aceito por Deus, pois seria mero
interesse. Porém, é interessante pensar que esta
é a oportunidade que falta para que você se
reaproxime de Deus, com um coração sincero e
humilde.
Agora, podemos fazer a análise da segunda
parte, em que diz “pois Ele tem cuidado de vós”.
Primordialmente devemos entender que o
“cuidar de nós” não significa resolver os
problemas, mas sim que Deus tem agido para o
nosso bem. Entretanto, é sabido que os planos, o
agir e o pensar de Deus são completamente
diferentes dos nossos, de forma que muitas
vezes, naturalmente falando, temos a tendência
de enxergar as coisas “negativas” como coisas
ruins. Em outras palavras, nosso homem
natural tende a ver com negatividade tudo
aquilo que aparenta ser uma perda ou um dano.
8
Porém, nosso Deus sabe exatamente o que Ele
está fazendo. Nem todas as bençãos vêm em
forma de benção. Deus, em sua infinita
sabedoria, bondade e misericórdia, já traçou um
plano e um caminho para cada um de nós, onde
Ele jamais negará qualquer bem àqueles que
vivem corretamente. Ainda que as
circunstâncias da vida pareçam estar contra nós
e nos sufocando, faríamos bem em entender
que nada sai do controle de Deus, e que nada
acontece sem a Sua permissão divina. E os Seus
planos são perfeitos, de forma que Ele está
sempre aperfeiçoando aqueles que buscam
uma vida em santidade para com Ele. E este
aperfeiçoamento sempre acontecerá mediante
aos problemas que surgem, às doenças que nos
acometem, ao dinheiro que acaba, ao emprego
que se perde, ao ente querido que falece e a
todas as outras situações que o homem natural
vê como malefícios. O que o homem natural vê
como negativo, o homem espiritual enxerga
como benefício, pois sabe que a situação que se
apresenta para ele foi permitida por Deus com o
propósito de lhe ensinar e aperfeiçoar como
filho e servo. Assim como o exemplo de um pai
natural que, intencionalmente, não fazia tudo
pelo seu filho, mas antes, permitia que
dificuldades aparecessem e o incentivava a
buscar soluções para tais dificuldades. Quão
feliz esse pai ficou ao ver que seu filho tinha
9
aprendido a lição que lhe foi imposta. Ao invés
de reclamar das circunstâncias, ele confiou que
aquilo que o pai estava permitindo era para o seu
próprio bem, pois geraria um aperfeiçoamento
e o nascimento de algo que antes ele não tinha.
Por outro lado temos o seu irmão, filho do
mesmo pai, que também passou pela mesma
situação. Entretanto, só o que ele fez foi
reclamar, proferir palavras ruins contra seu pai,
alegando que era o dever dele de cuidar do filho
e prover tudo, se atentando para que não
houvesse o mínimo problema ou detalhe fora de
ordem. Quão triste esse pai ficou ao ver que seu
outro filho, não apenas não aprendeu nada da
lição, como também reclamou e falou contra
seu pai, o acusando de abandono e indiferença.
Meus irmãos, devemos fazer como o primeiro
filho, porém não buscando meios próprios para
lidar com as circunstâncias adversas, mas sim
lançando sobre nosso Pai toda a nossa
ansiedade. Ele está pronto para receber o
reconhecimento de nossas fraquezas e a
disposição de nos sujeitarmos ao ensinamento
de Deus através dos problemas, quaisquer que
sejam eles. Não devemos orar simplesmente
para que os problemas se solucionem, mas sim
que tenhamos a instrução do Espírito de Deus
para aprender aquilo que Deus quer.
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“Mas”, alguém diz, “eu posso estar passando por
um problema que não necessariamente Deus
quer que eu aprenda algo dali”. Tudo o que
acontece em nossas vidas, meu caro leitor, tem
um propósito divino, e todas as coisas que são
para o nosso aperfeiçoamento e ensinamento só
poderão cumprir seu papel em nossas vidas
quando estivermos na adversidade. Quantas
estrelas podemos contar no céu, ao olharmos
para cima numa noite sem nuvens? São
incontáveis. Agora diga-me: quantas estrelas
podemos contar no céu, ao olharmos para cima
num dia claro e ensolarado? Nenhuma. Isto
porque só conseguiremos ver e entender a
preciosidade de Deus e de Seus ensinamentos
na escuridão, quando os dias forem noites, e
quando a adversidade bater à porta. O homem
próspero dificilmente poderá aprender de Deus
coisas que são ensinadas através das
tribulações. E ainda que os dias sejam mais
negros que a noite, nos causando temor e pavor,
faremos bem em lembrar que temos um Pai, no
qual devemos lançar tudo aquilo que nos assola
e amedronta. Não tenha medo, meu caro, de
reconhecer sua fraqueza e impotência diante do
Criador do universo. Lance as suas fraquezas,
lance as suas imperfeições, lance os seus
problemas, lance as suas tentações e veja o
poder de Deus lhe aperfeiçoar e lhe dar força em
sua fraqueza, sempre confiando que você tem
11
um Pai que cuidará de você. Assim como disse o
Puritano Charles H. Spurgeon: “Aquele que
conta as estrelas e as chama pelos nomes não
corre o risco de esquecer-se de seus próprios
filhos”.
O texto fala de se lançar as ansiedades, e não
apenas ou propriamente aquilo que lhes dá
causa, seja algo aparente ou real.
É o espírito angustiado, ansioso e atribulado que
devemos lançar sobre o Senhor, de modo, que
possamos receber de volta, da Sua parte, um
espírito calmo, sossegado e grato, em toda e
qualquer circunstância.
É especialmente deste espírito agitado e
conturbado, que o Senhor nos livra, de modo
que possamos experimentar a Sua força, alegria
e paz, ainda que os problemas que nos afligiam
permaneçam inalterados. E a razão da nossa paz
de mente e espírito reside no fato de termos a
convicção de fé, pelo Espírito Santo, de que a
graça de Jesus é suficiente para nós, e que Ele
está conosco em todo o tempo, e não apenas
isso, como também na medida em que o poder
desta graça referia atua em nós, produzindo
segurança e paz.
12
São variadas as passagens das Escrituras que
apontam para esta verdade, como as seguintes:
“25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela
vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou
beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que
haveis de vestir. Não é a vida mais do que o
alimento, e o corpo, mais do que as vestes?
26 Observai as aves do céu: não semeiam, não
colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo,
vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não
valeis vós muito mais do que as aves?
27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode
acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
28 E por que andais ansiosos quanto ao
vestuário? Considerai como crescem os lírios do
campo: eles não trabalham, nem fiam.
29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão,
em toda a sua glória, se vestiu como qualquer
deles.
30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que
hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto
mais a vós outros, homens de pequena fé?
13
31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que
comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos
vestiremos?
32 Porque os gentios é que procuram todas estas
coisas; pois vosso Pai celeste sabe que
necessitais de todas elas;
33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e
a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.
34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de
amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados;
basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 5.25-34).
“6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em
tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus,
as vossas petições, pela oração e pela súplica,
com ações de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará o vosso coração e a
vossa mente em Cristo Jesus. (Observe que a paz
aqui referida é dita ser obtida se estando em
comunhão com Jesus, do mesmo modo que o
próprio Senhor o afirma no texto de João 16.33 –
a citação é nossa)
8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo
14
o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é
de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso
pensamento.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus
da paz será convosco.” (Filipenses 4.5-9).
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz
em mim. No mundo, passais por aflições; mas
tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João
16.33).
“5 Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos
com as coisas que tendes; porque ele tem dito:
De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te
abandonarei.
6 Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor
é o meu auxílio, não temerei; que me poderá
fazer o homem? (Hebreus 13.5,6).
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,
crede também em mim.” (João 14.1).
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la
dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize.” (João 14.27).
15
“28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração;
e achareis descanso para a vossa alma.
30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é
leve.” (Mateus 8.28-30).
“3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de
toda consolação!
4 É ele que nos conforta em toda a nossa
tribulação, para podermos consolar os que
estiverem em qualquer angústia, com a
consolação com que nós mesmos somos
contemplados por Deus.
5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo
se manifestam em grande medida a nosso favor,
assim também a nossa consolação transborda
por meio de Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é para o vosso
conforto e salvação; se somos confortados, é
também para o vosso conforto, o qual se torna
eficaz, suportando vós com paciência os
mesmos sofrimentos que nós também
padecemos.
16
7 A nossa esperança a respeito de vós está firme,
sabendo que, como sois participantes dos
sofrimentos, assim o sereis da consolação.
8 Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a
natureza da tribulação que nos sobreveio na
Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a
ponto de desesperarmos até da própria vida.
9 Contudo, já em nós mesmos, tivemos a
sentença de morte, para que não confiemos em
nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos;
10 o qual nos livrou e livrará de tão grande
morte; em quem temos esperado que ainda
continuará a livrar-nos,
11 ajudando-nos também vós, com as vossas
orações a nosso favor, para que, por muitos,
sejam dadas graças a nosso respeito, pelo
benefício que nos foi concedido por meio de
muitos.” (II Coríntios 1.3-11).
“1 Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou,
ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas,
porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu
és meu.
2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo;
quando, pelos rios, eles não te submergirão;
17
quando passares pelo fogo, não te queimarás,
nem a chama arderá em ti.
3 Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de
Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate
e a Etiópia e Sebá, por ti.
4 Visto que foste precioso aos meus olhos, digno
de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os
povos, pela tua vida.” (Isaías 43.1-4).
“16 Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua
voz, tremeram os meus lábios; entrou a
podridão nos meus ossos, e os joelhos me
vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia
da angústia, que virá contra o povo que nos
acomete.
17 Ainda que a figueira não floresça, nem haja
fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os
campos não produzam mantimento; as ovelhas
sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não
haja gado,
18 todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no
Deus da minha salvação.
19 O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os
meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente. Ao mestre de canto. Para
instrumentos de cordas.” (Habacuque 3.16-19).
18
“2 Conheço um homem em Cristo que, há
catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu
(se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o
sabe)
3 e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do
corpo, não sei, Deus o sabe)
4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras
inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.
5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim
mesmo, salvo nas minhas fraquezas.
6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio,
porque direi a verdade; mas abstenho-me para
que ninguém se preocupe comigo mais do que
em mim vê ou de mim ouve.
7 E, para que não me ensoberbecesse com a
grandeza das revelações, foi-me posto um
espinho na carne, mensageiro de Satanás, para
me esbofetear, a fim de que não me exalte.
8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que
o afastasse de mim.
9 Então, ele me disse: A minha graça te basta,
porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De
boa vontade, pois, mais me gloriarei nas
19
fraquezas, para que sobre mim repouse o poder
de Cristo.
10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injúrias, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias, por amor de Cristo. Porque,
quando sou fraco, então, é que sou forte.” (II
Coríntios 12.2-10).
“1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz
com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo;
2 por intermédio de quem obtivemos
igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual
estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da
glória de Deus.
3 E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas próprias tribulações, sabendo
que a tribulação produz perseverança;
4 e a perseverança, experiência; e a experiência,
esperança.
5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor
de Deus é derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado.”
(Romanos 5.1-5).
20
“2 Meus irmãos, tende por motivo de toda
alegria o passardes por várias provações,
3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez
confirmada, produz perseverança.
4 Ora, a perseverança deve ter ação completa,
para que sejais perfeitos e íntegros, em nada
deficientes.
5 Se, porém, algum de vós necessita de
sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á
concedida.
6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;
pois o que duvida é semelhante à onda do mar,
impelida e agitada pelo vento.
7 Não suponha esse homem que alcançará do
Senhor alguma coisa;
8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos
os seus caminhos.
9 O irmão, porém, de condição humilde glorie-
se na sua dignidade,
10 e o rico, na sua insignificância, porque ele
passará como a flor da erva.
21
11 Porque o sol se levanta com seu ardente calor,
e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a
formosura do seu aspecto; assim também se
murchará o rico em seus caminhos.
12 Bem-aventurado o homem que suporta, com
perseverança, a provação; porque, depois de ter
sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o
Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1.2-
12).
“17 Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os
livra de todas as suas tribulações.
18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração
quebrantado e salva os de espírito oprimido.
19 Muitas são as aflições do justo, mas o
SENHOR de todas o livra. (Não é dito que será
livrado dos problemas, mas das aflições, ou seja
do espírito angustiado e ansioso, pela paz
sobrenatural que o Senhor supre aos que
continuam confiando nEle e o servindo mesmo
em meio a seus problemas – a nota é nossa).
20 Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles
sequer será quebrado.” (Salmo 34.17-20).
Estamos anexando a seguir, um texto de autoria
do Pr Silvio Dutra, no qual podemos observar em
22
que fundamento reside a paz espiritual a que
nos referimos.
“Temos sido impelidos a explicar em termos
simples e diretos o que seja de fato o evangelho,
na forma em que nos é apresentado nas
Escrituras, já que há muita pregação e ensino de
caráter legalista que não é de modo algum o
evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Há também uma grande ignorância relativa ao
que seja a aliança da graça por meio da qual
somos salvos, e que consiste no coração do
evangelho, e então a descrevemos em termos
bem simples, de forma que possa ser
adequadamente entendida.
Há somente um evangelho pelo qual podemos
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas
do Novo Testamento. Mas, por interpretações
incorretas é possível até mesmo transformá-lo
em um meio de perdição e não de salvação,
conforme tem ocorrido especialmente em
nossos dias, em que as verdades fundamentais
do evangelho de Jesus Cristo têm sido
adulteradas ou omitidas.
23
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de
apresentar a seguir, de forma resumida, em que
consiste de fato o evangelho da nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso
entender que somos salvos exclusivamente
com base na aliança de graça que foi feita entre
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação
do mundo, para que nas diversas gerações de
pessoas que seriam trazidas por eles à existência
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível,
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas
de seus pecados, justificadas, regeneradas
(novo nascimento espiritual), santificadas e
glorificadas. E o autor destas operações
transformadoras seria o Espírito Santo, a
terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o
seriam pelo meio de atração que seria feita por
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem
receber a graça necessária que os redimiria e os
transportaria das trevas para a luz, do poder de
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria
em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se
encontravam debaixo de uma sentença de
maldição e condenação eternas, em razão de
24
terem transgredido a lei de Deus, com os seus
pecados, para que fossem redimidos seria
necessário que houvesse uma quitação da dívida
deles para com a justiça divina, cuja sentença
sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do
homem, trazendo sobre si os seus pecados e
culpa, e morrendo com o derramamento do Seu
sangue, porque a lei determina que não pode
haver expiação sem que haja um sacrifício
sangrento substitutivo.
Importava também que este Substituto de
pecadores, assumisse a responsabilidade de
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à
sua conversão, como a que seria contraída
também no presente e no futuro, durante a sua
jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser
alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da
graça feita com o Pai, para ser este Salvador,
25
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para
realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição
eternas. Como poderia responder por si mesmo
para garantir a eternidade da segurança da
salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado
da natureza divina que sempre possuiu, a
natureza humana, e para tanto ele foi gerado
pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria
ser o de alguém que fosse humano, mas
também divino, de modo que se pode até
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue
do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o
caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta
grande e importante verdade do evangelho de
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou
26
a Ceia que deve ser regularmente observada
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu
corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado
em profusão, conforme representado pelo
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos
ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que
é verdadeira bebida para nos refrigerar e
manter a Sua vida em nós.
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto
se aplica ao fato de que não há outra verdade,
outro caminho, outra vida, senão a que existe
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita
porque não admite uma entrada para vários
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle,
conduzem à perdição. É estreito e apertado para
que nunca nos desviemos dEle, o autor e
consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça
que foi feita, nada exige do homem, além da fé,
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser
transformado e firmado na graça, será realizado
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.
27
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de
sermos justificados, regenerados e santificados,
percebemos, enquanto neste mundo, que há em
nós resquícios do pecado, que são o resultado do
que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido
crucificado juntamente com Cristo, ainda
permanece em condições de operar em nós, ao
lado da nova natureza espiritual e santa que
recebemos na conversão.
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa
salvação é inteiramente por graça e mediante a
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida
eterna e o céu. Se não fosse assim, não
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado
ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias
passagens bíblicas e especialmente no texto de
Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado
da imperfeição em que ainda nos encontramos
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde
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perfeita a todos os crentes, sem qualquer
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o
faz para que aprendamos que a nossa salvação
está inteiramente colocada sobre a
responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter
seguros na plena garantia da salvação que
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio
Deus havia determinado justificar-nos somente
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho
Testamento.
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé
porque não consegue vencer determinadas
fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o
consiga neste mundo, não perderá a sua
condição de filho amado de Deus, que pode usar
tudo isto em forma de repreensão e disciplina,
mas que jamais deixará ou abandonará a
qualquer que tenha recebido por filho, por
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a
anularia por causa de nossas imperfeições e
transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
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caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito,
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas
simplesmente por meio do arrependimento e
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é
necessário para a segurança eterna da sua
salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha
percebido a grande verdade central relativa ao
evangelho, que está sendo comentada neles, e
que foi citada de forma resumida no primeiro
deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça
que foi feita, nada exige do homem, além da fé,
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser
transformado e firmado na graça, será realizado
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é
suficiente para nos garantir uma salvação
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e
Deus Filho, que nos escolheram para esta
salvação segura e eterna, antes mesmo da
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra
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são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle
que somos aceitos por Deus, nos termos da
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os
agentes da aliança, e os crentes apenas os
beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos
beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé
aos termos da aliança, eles são convocados a
fazê-lo voluntariamente e para o principal
propósito de serem salvos para serem
santificados e glorificados, sendo instruídos
pelo evangelho que tudo o que era necessário
para a sua salvação foi perfeitamente
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor
Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito
importante, de que tanto é assim, que não é pelo
fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles
correm o risco de perderem a salvação deles,
uma vez que a aliança não foi feita diretamente
com eles, e consistindo na obediência perfeita
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa
deles, como para garantir o aperfeiçoamento
deles na santidade e na justiça, ainda que isto
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venha a ser somente completado integralmente
no por vir, quando adentrarem a glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas
também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a
única coisa que pode nos afastar da
possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a
Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa
da nossa salvação, pois, como temos visto esta
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia,
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o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida
que lute contra o pecado, e que busque se
revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem
manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há
qualquer impossibilidade para que Deus nos
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
geração atual, que corre desenfreadamente à
busca de prazeres terrenos, e completamente
avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria
até mais facilidade para Deus salvar a estes que
vivem na iniquidade porque a vida deles no
pecado é flagrante, e pouco se importam em
demonstrar por um viver hipócrita, que são
pessoas justas e puras, pois não estão
interessados em demonstrar a justiça própria
do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano,
pudessem alcançar algum favor da parte de
Deus.
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Assim, quando algum deles recebe a revelação
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que
dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e
eles lamentam por seus pecados e fogem para
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os
receberá, e a nenhum deles lançará fora,
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito
para a sua salvação exige somente o
arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios
necessários para que permaneçamos firmes na
graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza
divina, no novo nascimento operado pelo
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a
velha venha a se dissolver totalmente, assim
como está ordenado que tudo o que herdamos
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido
este nosso novo ser que se inclina em amor para
Deus e para todas as coisas de Deus.
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Ainda que haja o pecado residente no crente, ele
se encontra destronado, pois quem reina agora
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto
será temporariamente, do mesmo modo que
uma doença que se instala no corpo é expulsa
dele pelas defesas naturais ou por algum
medicamento potente. O sangue de Jesus é o
remédio pelo qual somos sarados de todas as
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente
extinta quando partirmos para a glória, onde
tudo será perfeito.
Temos este penhor da perfeição futura da
salvação dado a nós pela habitação do Espírito
Santo, que testifica juntamente com o nosso
espírito que somos agora filhos de Deus, não
apenas por ato declarativo desta condição, mas
de fato e de verdade pelo novo nascimento
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé
em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se
entregou por nós, para que vivamos por meio da
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador
de toda a criação, inclusive desta nova criação
que está realizando desde o princípio, por meio
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da geração de novas criaturas espirituais para
Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe
perfeitamente quais são aqueles que atenderão
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se
revela em espírito para que creiam nEle, e assim
sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
Os humildes de espírito que reconhecem que
nada possuem em si mesmos para agradarem a
Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus
e que se dispõem a cumprir os Seus
mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião
contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da
misericórdia de Deus para serem perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas
que costumam anular a verdade em prol da paz
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mundial, mas os que anunciam pela palavra e
suas próprias vidas que há paz de reconciliação
com Deus somente por meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida,
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram
em dar testemunho do Nome e da Palavra de
Jesus Cristo.
Vemos assim que ser salvo pela graça não
significa: de qualquer modo, de maneira
descuidada, sem qualquer valor ou preço
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço
altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da
aliança por meio da qual somos salvos são todos
bem ordenados e planejados para que a salvação
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais,
celestiais, espirituais envolvidos em todo o
processo da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo
quando não há naqueles que são salvos um
conhecimento adequado de todas estas
verdades, pois está determinado que aquele que
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crê no seu coração e confessar com os lábios que
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é
necessário para um pecador ser transformado
em santo e recebido como filho adotivo por
Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de
Jesus são necessários para o nosso
aperfeiçoamento espiritual em progresso da
nossa santificação, mas não para a nossa
justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos
simultaneamente no dia mesmo em que nos
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como
nos encontrávamos na ocasião, totalmente
perdidos e mortos em transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da
promessa da aliança é que todo aquele que crê
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre
si para que fôssemos salvos por graça e
mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da
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graça, e nós somos eleitos para recebermos os
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele
a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma
aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança
com Deus para a vida eterna demanda uma
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais
seríamos competentes para atender a tal
exigência, de modo que a aliança poderia ter
sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que
somos também recebidos. Jamais poderíamos
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto
é tipificado claramente na Lei, em que nenhum
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem
serem apresentados pelo sacerdote escolhido
por Deus para tal propósito. Nenhum outro
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que
pudéssemos receber uma redenção e
aproximação eternas, senão somente nosso
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu
para este ofício.
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Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus
por meio da fé em Jesus Cristo, importa
permanecermos nEle por um viver e andar em
santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta verdade que
muitos crentes caminham de forma
desordenada, uma vez que tendo aprendido que
a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus
Filho, e que são salvos exclusivamente por meio
da fé, que então não importa como vivam uma
vez que já se encontram salvos das
consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à
segurança eterna da salvação em razão da
justificação, é apenas uma das faces da moeda
da salvação, que nos trazendo justificação e
regeneração instantaneamente pela graça,
mediante a fé, no momento mesmo da nossa
conversão inicial, todavia, possui uma outra
face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos
santificados pelo Espírito Santo, mediante
implantação da Palavra em nosso caráter. Isto
tem a ver com a mortificação diária do pecado, e
o despojamento do velho homem, por um andar
no Espírito, pois de outra forma, não é possível
que Deus seja glorificado através de nós e por
nós. Não há vida cristã vitoriosa sem
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santificação, uma vez que Cristo nos foi dado
para o propósito mesmo de se vencer o pecado,
por meio de um viver santificado.
Esta santificação foi também incluída na aliança
da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da
fundação do mundo, e para isto somos também
inteiramente dependentes de Jesus e da
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se
tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça,
redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios
1.30). De modo que a obra iniciada na nossa
conversão será completada por Deus para o seu
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à
glória celestial.
“Estou plenamente certo de que aquele que
começou boa obra em vós há de completá-la até
ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e
o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos
chama, o qual também o fará.” (I
Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim, pois, amados meus, como sempre
obedecestes, não só na minha presença, porém,
muito mais agora, na minha ausência,
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desenvolvei a vossa salvação com temor e
tremor; porque Deus é quem efetua em vós
tanto o querer como o realizar, segundo a sua
boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).