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OSG.: 108528/16 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias LABORATÓRIO DE REDAÇÃO 11 VÉSPERA ENEM – 2016 PROPOSTA I A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “as implicações da persistência do preconceito racial no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I RACISMO: PRECONCEITO NÃO É PÁGINA VIRADA NO BRASIL; PAÍS VIVE ‘FALSA DEMOCRACIA RACIAL’ SEGUNDO ONU Uma cliente que se recusa a ser atendida por uma funcionária negra. Um homem negro que entra em uma loja e é seguido pelo segurança. Um goleiro é chamado de “macaco” pela torcida adversária ou uma menina que tem o cabelo afro chamado de “cabelo ruim”. Situações como essas são vividas diariamente por muitos afrodescendentes no Brasil. Os negros são 50,7% da população brasileira, mas 126 anos após a edição da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil, o país ainda enfrenta o preconceito racial de parcela da sociedade. Direto ao ponto: Ficha-resumo O Grupo de Trabalho das Organizações das Nações Unidas sobre Afrodescendentes publicou um relatório apontando que no Brasil o racismo é “estrutural e institucional”. Para a organização, nosso país viveria em uma “falsa democracia racial”, que nega a existência do racismo devido à miscigenação entre diferentes povos e raças. No documento, a ONU sugere medidas como garantir a permanência de estudantes negros cotistas nas universidades, prevenir a violência contra mulheres e jovens negros, elaborar um plano nacional de controle e treinamento das Polícias Militares (PMs), abolir o auto de resistência, aprimorar o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, agilizar e desburocratizar a titulação de terras quilombolas e prover recursos financeiros e humanos para os órgãos municipais e estaduais de combate ao racismo. Algumas das medidas sugeridas pela ONU já foram implantadas no país, como a instituição das cotas para negros na educação e no serviço público, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, o Plano Juventude Viva, a lei de 2003 que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, entre outros. No entanto, dados do IBGE reforçam a dimensão do problema mostrando a grande desigualdade social entre raças no país. O desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca – que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6 ano de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios; e sustenta taxa de mortalidade infantil 60% maior que a da população branca. São recorrentes os episódios de racismo nas atividades desportivas do Brasil, principalmente em partidas de futebol. O último deles envolveu o goleiro Mário Lúcio Duarte Costa, o Aranha, do Santos, vítima de agressões racistas em disputa pela Copa do Brasil contra o Grêmio, em Porto Alegre (RS), em agosto deste ano. A torcida do time adversário comparou o jogador a um macaco, entre outros insultos racistas. (...) Da Abolição à República Velha Depois da queda da monarquia, o fim da escravidão no Brasil, em 1888, e a mudança do regime político-administrativo, as antigas ordens sociais vigentes no Império ainda permaneceram por alguns anos, como a separação entre brancos e negros. Durante a República Velha (1889-1930), a doutrina do racismo científico vinda da Europa considerava o negro e o índio como raças inferiores e o povo mestiço como “improdutivo e amoral”, que não se adaptaria ao progresso que o Brasil precisava. O negro era visto como uma causa do fracasso da nação e por isso era preciso “branquear” a população. A época foi marcada pela chegada da mão de obra imigrante para a expansão da lavoura cafeeira e pela exclusão de muitos negros das oportunidades de emprego e educação. O ex-escravo ficou desassistido. Já no campo cultural, havia uma legislação que proibia as manifestações culturais negras, tais como o batuque, o candomblé e a capoeira. A ideia de inferioridade determinada pela cor da pele só foi questionada abertamente em 1932, com a publicação de Casa Grande & Senzala, do sociólogo Gilberto Freyre. Apesar disso, o acadêmico foi alvo de duras críticas pela sua visão “açucarada” da mestiçagem brasileira, que não considera a violência e a dominação cruel contra o povo negro. No Brasil, foi nessa época que o movimento negro começou a ganhar corpo, buscando a integração à sociedade, preservação da história e cultura negra e a igualdade de direitos. Carolina Cunha http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ racismo-preconceito-nao-e-pagina-virada-no-brasil-pais-vive-falsa-democracia-racial-segundo-onu.htm

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OSG.: 108528/16Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

LABORATÓRIO DE REDAÇÃO 11Véspera enem – 2016

PROPOSTA I

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “as implicações da persistência do preconceito racial no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

RACISMO: PRECONCEITO NÃO É PÁGINA VIRADA NO BRASIL;PAÍS VIVE ‘FALSA DEMOCRACIA RACIAL’ SEGUNDO ONU

Uma cliente que se recusa a ser atendida por uma funcionária negra. Um homem negro que entra em uma loja e é seguido pelo segurança. Um goleiro é chamado de “macaco” pela torcida adversária ou uma menina que tem o cabelo afro chamado de “cabelo ruim”. Situações como essas são vividas diariamente por muitos afrodescendentes no Brasil. Os negros são 50,7% da população brasileira, mas 126 anos após a edição da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil, o país ainda enfrenta o preconceito racial de parcela da sociedade.

Direto ao ponto: Ficha-resumoO Grupo de Trabalho das Organizações das Nações Unidas sobre Afrodescendentes publicou um relatório apontando que

no Brasil o racismo é “estrutural e institucional”. Para a organização, nosso país viveria em uma “falsa democracia racial”, que nega a existência do racismo devido à miscigenação entre diferentes povos e raças.

No documento, a ONU sugere medidas como garantir a permanência de estudantes negros cotistas nas universidades, prevenir a violência contra mulheres e jovens negros, elaborar um plano nacional de controle e treinamento das Polícias Militares (PMs), abolir o auto de resistência, aprimorar o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, agilizar e desburocratizar a titulação de terras quilombolas e prover recursos financeiros e humanos para os órgãos municipais e estaduais de combate ao racismo.

Algumas das medidas sugeridas pela ONU já foram implantadas no país, como a instituição das cotas para negros na educação e no serviço público, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, o Plano Juventude Viva, a lei de 2003 que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, entre outros.

No entanto, dados do IBGE reforçam a dimensão do problema mostrando a grande desigualdade social entre raças no país. O desemprego entre negros é 50% maior do que entre a população branca – que têm expectativa de vida seis anos maior do que os afrodescendentes. A população negra tem 1,6 ano de estudo a menos que a branca; representa 65,1% das vítimas de homicídios; e sustenta taxa de mortalidade infantil 60% maior que a da população branca.

São recorrentes os episódios de racismo nas atividades desportivas do Brasil, principalmente em partidas de futebol. O último deles envolveu o goleiro Mário Lúcio Duarte Costa, o Aranha, do Santos, vítima de agressões racistas em disputa pela Copa do Brasil contra o Grêmio, em Porto Alegre (RS), em agosto deste ano. A torcida do time adversário comparou o jogador a um macaco, entre outros insultos racistas.

(...)Da Abolição à República VelhaDepois da queda da monarquia, o fim da escravidão no Brasil, em 1888, e a mudança do regime político-administrativo,

as antigas ordens sociais vigentes no Império ainda permaneceram por alguns anos, como a separação entre brancos e negros. Durante a República Velha (1889-1930), a doutrina do racismo científico vinda da Europa considerava o negro e o índio

como raças inferiores e o povo mestiço como “improdutivo e amoral”, que não se adaptaria ao progresso que o Brasil precisava. O negro era visto como uma causa do fracasso da nação e por isso era preciso “branquear” a população.

A época foi marcada pela chegada da mão de obra imigrante para a expansão da lavoura cafeeira e pela exclusão de muitos negros das oportunidades de emprego e educação. O ex-escravo ficou desassistido. Já no campo cultural, havia uma legislação que proibia as manifestações culturais negras, tais como o batuque, o candomblé e a capoeira.

A ideia de inferioridade determinada pela cor da pele só foi questionada abertamente em 1932, com a publicação de Casa Grande & Senzala, do sociólogo Gilberto Freyre. Apesar disso, o acadêmico foi alvo de duras críticas pela sua visão “açucarada” da mestiçagem brasileira, que não considera a violência e a dominação cruel contra o povo negro. No Brasil, foi nessa época que o movimento negro começou a ganhar corpo, buscando a integração à sociedade, preservação da história e cultura negra e a igualdade de direitos.

Carolina Cunhahttp://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/

racismo-preconceito-nao-e-pagina-virada-no-brasil-pais-vive-falsa-democracia-racial-segundo-onu.htm

Laboratório de Redação – 2016

2 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 108528/16

Texto II

ACHO QUE NÃOQUERO MAIS SER

ATRIZ, PAPAI. SE FORPRA TER QUE LAVAR,PASSAR, SERVIR, EU

TRABALHO AQUIMESMO!

http://flaviobiologo.blogspot.com.br/2011/10/charge-sobre-preconceito-racial.html

Texto III

42,9 40,2

Percepção de discriminação por/etnia45,0

40,0

35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0Escuras Negras Preta Mulata Mestiça Morena escura

Cores/etniasParda Morena Morena clara Branca Outros

34,4

27,1

18,818,9

14,311,2

6,4 6,39,4

https://cafecomciencia.files.wordpress.com/2011/07/a3.jpeg

PROPOSTA II

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema homem x animal: as consequências de uma relação que passa do amor ao ódio, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto IHOMEM É CONDUZIDO À DELEGACIA POR SUSPEITA DE MAUS-TRATOS A CÃES

Um cão estava com ferimentos na orelha, segundo a polícia. Pessoas que integram grupos de proteção aos animais se mobilizaram. Um homem, de 39 anos, suspeito de maus-tratos a animais, foi conduzido à delegacia para esclarecimentos nesta sexta-

feira (9), em Uberaba. O suspeito foi encaminhado à delegacia pela Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente depois que integrantes de grupos

protetores de animais se concentraram na porta da residência dele, denunciando-o por maus-tratos a cães.A mobilização do grupo começou depois de um vídeo ser divulgado nas redes sociais em que aparece um cão dentro de

uma piscina no imóvel. As imagens mostram o cachorro tentando sair da piscina. Nesta sexta-feira, alguns populares entraram na casa e resgataram cinco animais, sendo que um dos cães estava com

ferimentos na orelha. A polícia foi acionada e esteve no local. Durante o desenrolar da ocorrência, o suspeito também chegou no imóvel, acompanhado de um familiar. Questionados sobre os ferimentos na orelha de um dos cães, eles disseram aos policiais que os ferimentos são oriundos de briga entre os animais da mesma raça.

“Ao chegarmos ao local, nos deparamos com a casa aberta e diversas pessoas saindo do interior. Uma delas estava com um animal adulto, que nós identificamos sendo da raça Pit bull. O animal estava com ferimentos nas orelhas. Em seguida, entramos no local com a presença de uma testemunha e essa pessoa nos relatou que alguns animais haviam sido retirados de dentro da casa, pois apresentavam sinais de maus-tratos. Eles foram levados para serem avaliados por veterinários. O veterinário, inclusive, emitiu um laudo constatando a situação de maus-tratos no cão adulto e, em razão disso, conduzimos o suspeito até a presença do Delegado de Polícia Civil, para que ele pudesse tomar as medidas cabíveis”, contou o cabo da PM, Leonardo Costa.

Os animais resgatados ficarão de forma provisória com integrantes dos grupos protetores de animais. “Essa foi uma decisão do delegado. Ele pode deixar as protetoras como fiéis depositárias ou destinar a algum abrigo de proteção animal”, explicou o cabo Leonardo Costa.

O suspeito foi ouvido na Delegacia de Plantão, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e foi liberado. As investigações agora ficarão a cargo da Delegacia de Meio Ambiente, cujo delegado responsável é Leonardo Cavalcanti.

http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/09/homem-e-conduzido-delegacia-por-suspeita-de-maus-tratos-caes.html

Laboratório de Redação – 2016

3Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 108528/16

Texto II

OS MAUS-TRATOS CONTRA ANIMAIS: LEI 9.605/98 X NOVO CÓDIGO PENAL

Os Maus-Tratos contra Animais são hoje disciplinados pela Lei 9.605/98, em seu artigo 32, que assim dispõe:“Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou

exóticos:Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos

ou científicos, quando existirem recursos alternativos.§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.”

https://pt-br.facebook.com/notes/basta-de-maus-tratos-contra-animais/os-maus-tratos-contra-animais-lei-960598-x-novo-c%C3%B3digo-penal/354277357993704/

Texto III

http://www.calibresocial.com/2011/06/artigo-maus-tratos-em-animais-tome.html

INSTRUÇÕES:

• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.• O texto definitivo deve ser escrito, à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas

copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

João Guilherme – 27/09/2015 – rev.: rita