laboratÓrio de redaÇÃo – 2014...

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LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2014 20 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias OSG.: 083013/14 Proposta I (Estilo Enem) Texto I NÃO SE CONTENTE COM POUCO. QUEIRA MAIS. FAÇA MAIS. SE ESFORCE AO MÁXIMO. SEJA SEMPRE A VERSÃO OLÍMPICA DE VOCÊ MESMO. www.10paezinhos.com.br Folha de S. Paulo, 21/07/2012 Texto II TENSÃO ECONÔMICA GERA SOBRECARGA DE TRABALHO Redução de 17% na criação de postos de trabalho e tensão no cenário econômico. A instabilidade que ronda o mercado hoje tem um efeito direto na agenda de executivos: jornadas mais extensas, segundo especialistas consultados pela Folha. Em tempos de turbulência, as tarefas invadem os fins de semana e os profissionais ficam até mais tarde no escritório, diz Betania Tanure, professora da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica). Para o professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Roberto Heloani, o medo de demissão e o corte de pessoal explicam a ampliação dos horários. “É lógica aritmética: cortam-se postos, mas o trabalho não diminui.” (...) Felipe Gutierrez, Folha de S. Paulo, 07/07/2012. Texto III ALUNOS TOMAM ESTIMULANTES PARA MELHORAR SEU DESEMPENHO NAS PROVAS Nas escolas de segundo grau dos EUA, a pressão por boas notas e a concorrência por vagas em universidades estão incentivando estudantes a abusar de estimulantes vendidos com receita médica. Os adolescentes dizem que obtêm os estimulantes de amigos, os compram de traficantes, também estudantes, ou falsificam sintomas para que médicos lhes deem receitas médicas. “Isso acontece em todos os colégios particulares daqui”, comentou a psicóloga nova-iorquina DeAnsin Parker, que atende adolescentes de bairros de alto padrão como o Upper East Side de Manhattan. “Não é como se houvesse apenas um colégio com esse problema. Esse é o padrão.” (...) Alan Schwarz, The New York Times I Folha de S. Paulo, 25/06/2012. Texto IV Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das nações onde impera a civilização capitalista. Esta loucura tem como consequência as misérias individuais e sociais que, há dois séculos, torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitas do indivíduo e sua prole. Em vez de reagir contra essa aberração mentral, os padres, economistas, moralistas sacrossantificaram o trabalho. Paul Lafargue, O direito à preguiça, 1880. Tendo em vista os textos da coletânea aqui apresentada, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema para o qual todos eles apontam: A exigência de desempenho feita, hoje, aos indivíduos. Proposta II (Estilo Enem) O BRASILEIRO TEM PAIXÃO PELO LUXO “No Brasil, a classe C tem estabelecido padrões culturais, como na música, que estão sendo adotados pelos mais ricos, um fenômeno que não é exclusivo do Brasil. Ele acontece em outros países também, a exemplo da China, e é um reflexo do novo significado do luxo. Hoje não há mais regras para o consumo do luxo, já que ele se traduz como uma expressão do individualismo. Cada um tem a sua ideia do que seja luxo. E é aí que entram as expressões culturais das camadas populares e experiências singulares, como, por exemplo, comer um prato típico em uma favela do Rio de Janeiro, o que já se tornou um programa turístico ou de ricos excêntricos.” Gilles Lipovetsky – ISTOÉ – 15/08/2012. Proposta: Elabore um teto dissertativo que apresente as suas considerações sobre a seguinte afirmação: “Os desejos de consumo das pessoas não estão mais fechados em códigos ligados a determinadas classes sociais.”

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LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2014 20

Linguagens, Códigos e suas TecnologiasOSG.: 083013/14

Proposta I (Estilo Enem)

Texto I

NÃO SE

CONTENTE

COM POUCO. QUEIRA MAIS.FAÇA MAIS. SE ESFORCE

AO MÁXIMO.SEJA SEMPRE

A VERSÃO OLÍMPICA DE VOCÊ MESMO.

www.10paezinhos.com.brFolha de S. Paulo, 21/07/2012

Texto IITENSÃO ECONÔMICA GERA SOBRECARGA DE TRABALHO

Redução de 17% na criação de postos de trabalho e tensão no cenário econômico. A instabilidade que ronda o mercado hoje tem um efeito direto na agenda de executivos: jornadas mais extensas, segundo especialistas consultados pela Folha.

Em tempos de turbulência, as tarefas invadem os fi ns de semana e os profi ssionais fi cam até mais tarde no escritório, diz Betania Tanure, professora da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica).

Para o professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Roberto Heloani, o medo de demissão e o corte de pessoal explicam a ampliação dos horários. “É lógica aritmética: cortam-se postos, mas o trabalho não diminui.” (...)

Felipe Gutierrez, Folha de S. Paulo, 07/07/2012.

Texto IIIALUNOS TOMAM ESTIMULANTES PARA MELHORAR SEU DESEMPENHO NAS PROVAS

Nas escolas de segundo grau dos EUA, a pressão por boas notas e a concorrência por vagas em universidades estão incentivando estudantes a abusar de estimulantes vendidos com receita médica. Os adolescentes dizem que obtêm os estimulantes de amigos, os compram de trafi cantes, também estudantes, ou falsifi cam sintomas para que médicos lhes deem receitas médicas.

“Isso acontece em todos os colégios particulares daqui”, comentou a psicóloga nova-iorquina DeAnsin Parker, que atende adolescentes de bairros de alto padrão como o Upper East Side de Manhattan. “Não é como se houvesse apenas um colégio com esse problema. Esse é o padrão.” (...)

Alan Schwarz, The New York Times I Folha de S. Paulo, 25/06/2012.

Texto IV

Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das nações onde impera a civilização capitalista. Esta loucura tem como consequência as misérias individuais e sociais que, há dois séculos, torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitas do indivíduo e sua prole. Em vez de reagir contra essa aberração mentral, os padres, economistas, moralistas sacrossantifi caram o trabalho.

Paul Lafargue, O direito à preguiça, 1880.

Tendo em vista os textos da coletânea aqui apresentada, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema para o qual todos eles apontam:

A exigência de desempenho feita, hoje, aos indivíduos.

Proposta II (Estilo Enem)O BRASILEIRO TEM PAIXÃO PELO LUXO

“No Brasil, a classe C tem estabelecido padrões culturais, como na música, que estão sendo adotados pelos mais ricos, um fenômeno que não é exclusivo do Brasil. Ele acontece em outros países também, a exemplo da China, e é um refl exo do novo signifi cado do luxo.

Hoje não há mais regras para o consumo do luxo, já que ele se traduz como uma expressão do individualismo. Cada um tem a sua ideia do que seja luxo. E é aí que entram as expressões culturais das camadas populares e experiências singulares, como, por exemplo, comer um prato típico em uma favela do Rio de Janeiro, o que já se tornou um programa turístico ou de ricos excêntricos.”

Gilles Lipovetsky – ISTOÉ – 15/08/2012.

Proposta: Elabore um teto dissertativo que apresente as suas considerações sobre a seguinte afi rmação:

“Os desejos de consumo das pessoas não estão mais fechados em códigos ligados a determinadas classes sociais.”

Laboratório de Redação – 2014

2 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 083013/14

Proposta III (Outros Vestibulares)

Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai fi nanciar a realização de uma ofi cina cultural na sua escola.Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, fi cou responsável por escrever um relatório sobre as

atividades realizadas na ofi cina, informando o que foi feito. O relatório será avaliado por uma comissão composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá que você e seu grupo voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte.

O relatório deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justifi cativa), o relato das atividades desenvolvidas e cometário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade.

Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de orientação geral:

As Ofi cinas Culturais são espaços que procuram oferecer aos interessados atividades gratuitas, especialmente as de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens, técnicas e ideias. As Ofi cinas Culturais atuam nas áreas de artes plásticas, cinema, circo, cultura geral, dança, design, folclore, fotografi a, história em quadrinhos, literatura, meio ambiente, multimídia, música, ópera, rádio, teatro e vídeo.

O público a ser atingido depende do objetivo de cada atividade, podendo variar do iniciante ao profi ssional. As Ofi cinas Culturais visam à formação cultural e não à educação formal do cidadão. Pretendem mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão.

Adaptado de Ofi cina Cultural Regional Sérgio Buarque de Holanda. Disponível em:

http://www.guiasaocarlos.com.br/ofi cina_cultural/conceito.asp. Acesso em 07/10/2013.

Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma grande cidade se mobilizou, buscou informações em textos e documentos variados e optou por elaborar uma carta aberta. Você, como membro da associação, fi cou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta tem o objetivo de reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da mobilidade urbana na sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize também informações apresentadas nos trechos abaixo, que foram lidos pelos membros da associação.

Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do remetente.

I“A boa cidade, do ponto de vista da mobilidade, é que possui mais opções”, explica o planejador urbano Jeff Risom,

do escritório dinamarquês Gehl Architects. E Londres está entre os melhores exemplos práticos dessa ideia aplicada às grandes metrópoles.

A capital inglesa adotou o pedágio urbano em 2003, diminuindo o número de automóveis em circulação e gerando uma receita anual que passou a ser reaplicada em melhorias no seu já consolidado sistema de transporte público. Com menos carros e com a redução da velocidade máxima permitida, as ruas tornaram-se mais seguras para que fossem adotadas políticas que priorizasem a bicicleta como meio de transporte. Em 2010, Londres importou o modelo criado em 2005 em Lyon, na França, de bikes públicas de aluguel. Em paralelo, começou a construir uma rede de ciclovias e determinou que as faixas de ônibus fossem compartilhadas com ciclistas, com um programa de educação massiva dos motoristas de coletivos. Percorrer as ruas usando o meio de transporte mais conveniente – e não sempre o mesmo – ajuda a resolver o problema do trânsito e ainda contribui com a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

Natália Garcia, 8 iniciativas urbanas inspiradoras, em Red Report, fev. 2013, p. 63 Disponível em http://cidadesparapessoas.com/2013/06/29/pedalando-por-cidades-inspiradorass/. Acessado em 06/09/2013.

IIMas, afi nal, qual é o custo da morosidade dos deslocamentos urbanos na região metropolitana de São Paulo? Não é muito

difícil fazer um cálculo aproximado. Podemos aceitar como tempo normal, com muita boa vontade, uma hora diária. Assim, o tempo médio perdido com os congestionamentos em São Paulo é superior a uma hora por dia. Sendo a jornada de trabalho igual a oito horas, é fácil verifi car que o tempo perdido é de cerca de 12,5% da jornada de trabalho. O valor monetário do tempo perdido é de R$ 62,5 bilhões por ano. Esse é o custo social anual da lentidão do trânsito em São Paulo.

Adaptado de André Franco Montoro Filho, O custo da (falta de) mobilidade urbana, Folha de São Paulo, Caderno Opinião, São Paulo 04 ago. 2013. Disponível em: http: www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/08/1321280-andre-francomontoro-fi lho-o-custo-da-falta-de-

mobilidade-urbana.shtml. Acesso em 09/09/2013.

IIITorna-se cada vez mais evidente que não há como escapar da progressiva limitação das viagens motorizadas, seja

aproximando os locais de moradia dos locais de trabalho ou de acesso aos serviços essenciais, seja ampliando o modo coletivo e os meios não motorizados de transporte.

Evidentemente que não se pode reconstruir as cidades, porém são possíveis e necessárias a formação e a consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos e, sobretudo, com a ocupação dos vazios urbanos, modifi cando-se, assim, os fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de deslocamentos, principalmente motorizados.

Brasil. Ministério das Cidades. Caderno para a Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade. Secretaria Nacional de Transportes e de Mobilidade Urbana [SeMob], 2007, p.22-23. Disponível em: http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/

dcmDocument/2013/03/21/79121770-A746-45A0-BD32-850391F983B5.pdf. Acesso em 06/09/2013.

Vinícius – 03/06/14 – Rev.: Amélia