laboratório de jornalismo - 2010/1 - manhã

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A hora de votar é agora Lab Faculdade de Comunicação da PUCRS 2010/1 - Manhã Jornal da cadeira de Laboratório em Jornalismo Os efeitos da Lei Seca no Rio Grande do Sul PÁGINA 16 PÁGINA 18 PÁGINA 8 Famecos forma profissionais de destaque PÁGINA 4 Eleição é uma competição. A competição pelo seu voto. Logo, tenha opinião ao escolher seu candidato e o observe após as eleições. Veja se ele cumpriu o que prometeu e se fez um bom mandato. Assim ficará mais fácil de avaliá-lo nas próximas eleições. (Lydia Camargo) NELSON JUNIOR/ASICS TSE RICARDO GIUSTI/PMPA MARCOS COLOMBO/ASCOM PÁGINA 6 FOTOS BÁRBARA SOUZA/LABJOR Esporte de primeira Shopping popular

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Jornal produzido pelos alunos da disciplina de Laboratório de Jornalismo (1o semestre) da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Orientadores: Eduardo Campos Pellanda e Fábian Chelkanoff Thier

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A hora de votaré agora

Lab Faculdade de Comunicação da PUCRS 2010/1 - Manhã

Jornal da cadeira de Laboratório em Jornalismo

Os efeitos da Lei Seca no Rio Grande do Sul

PÁGINA 16

PÁGINA 18 PÁGINA 8

Famecos forma profissionais de destaque

PÁGINA 4

Eleição é uma competição. A competição pelo seu voto. Logo, tenha opinião ao escolher seu candidato e o observe após as eleições. Veja se ele cumpriu o que prometeu e se fez um bom mandato. Assim ficará mais fácil de avaliá-lo nas próximas eleições. (Lydia Camargo)

NELSON JUNIOR/ASICS TSE

RICARDO GIUSTI/PMPAMARCOS COLOMBO/ASCOM

PÁGINA 6

FOTOS BÁRBARA SOUZA/LABJOR

Esporte de primeira

Shopping popular

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Medicina, Administração, Publicidade e Propaganda, Rela-ções Internacionais. Em comum a popularidade. Estão entre os cursos mais procurados entre os vestibulandos. Estão sempre na moda. Profissionais são geralmente bem remunerados. Re-quisitados. Sua entrada e ascensão no mercado de trabalho não são tão tumultuadas quanto à de outras áreas. Não estou desmerecendo, nem dizendo que são fáceis. Não. Eles também encontram dificuldades.

Mas quero falar de uma profissão um pouquinho menos glamurosa. Quase miserável. Jornalismo. Hm. Não há necessi-dade de diploma. Profissionais mal pagos. Desvalorizados. En-graçado, não foram poucas as vezes que encontrei jornalista-padeiro, jornalista-comerciante, jornalista-professor. Jornada dupla é natural, consequência.

Mas como eu, estudante de jornalismo, posso estar escre-vendo isso? Eu que escolhi entrar nesta vida desgraçada. Neste caminho sem volta. “Meu filho, não vou te sustentar pro resto da vida.” Como posso ter sido tão imbecil?

Do ponto de vista racional, tudo que foi dito até pode es-tar correto. Por todos esses motivos havia desistido do curso. ”Jornalismo não, vou fazer Engenharia Civil e enriquecer.” Por dois anos tentei entrar na UFRGS e não consegui. Talvez isso tenha sido um sinal, Deus me mostrando o caminho. Mentira. Estudava pouco, saía muito.

Na hora da inscrição para o vestibular de verão da PUCRS, deixei me levar pelo coração. Meio ressabiado, assinalei no formulário “Comunicação Social – Jornalismo manhã”. Passei. Havia dúvida na hora da matrícula. Foi então que comecei ouvir histórias da famosa Famecos. Elogiada e conhecida por muitos. Neste ponto parabéns a PUCRS, professores e alunos. Fizeram um belíssimo trabalho de relações públicas. Publici-dade gratuita, em forma de profissionais competentes e bem sucedidos. Enfim, fui convencido.

As aulas começaram. Fiquei surpreso. A Famecos foi muito além das minhas expectativas. A PUCRS oferece uma estrutura incrível. Uma biblioteca modelo e, além disso, uma recepção calorosa.

Hoje eu tenho vontade de morar no prédio sete. Estou apaixonado pelo curso. Tenho professores que dão segurança de estar me graduando no melhor curso de jornalismo do Bra-sil. Estou topando o salário baixo. A desvalorização. O turno duplo e os dois empregos. Motivado por algo maior, o amor ao jornal e a vontade de ver essa realidade de maneira diferente no futuro.

opinião Laboratório de Jornalismo

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Vicente carcuchinski.

EXPEDIENTEJornal da Cadeira de Laboratório de Jornalismo (I Semestre)Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulFaculdade de Comunicação Social /Famecos

Reitor: Ir. Joaquim ClotetDiretora da Famecos: Mágda CunhaCoordenadora do curso de Jornalismo: Cristiane Finger

Professores orientadores: Eduardo Pellanda e Fábian ChelkanoffAlunos: Airan Coimbra da Costa Albino, Ana Leticia Machado Madruga, Andre Vitor Zanella Pasquali,

Anna Karolina Veiga S. Helena, Antonia Kowacs Castro, Ariel Engster, Barbara Souza Santos, Bibiana Lechmann Saldanha, Bruna Fernanda Suptitz, Camila Piccinini, Caroline Dickel, Claudia Santos Jobim, Eduardo Schiefelbein, Ellen Doris Wolff Dick, Fernanda Gomes da C. Ferreira, Gabriela Ramires Brasil, Guilherme Jaeger, Iasmine Birck Lopes, Isabele Jessica Sonda, Jeniffer Severo, Julia Lewgoy Martini, Katherine Panerai D’avila, Laura Delgado Duro, Luana Cignachi Rossi, Lucas Boni Marostica, Lucas Magalhaes Roca, Lucas Oliveira Kolton, Luiza Borba Menezes, Luiza de Conti Lorentz, Lydia Christina B. de Camargo, Marcel Klein, Maria Carolina C. dos Santos, Maria Luiza Pozzobon Costa, Mariana Mesquita Gonzalez, Marina Amaro Teixeira, Matheus Lamb Wink, Nicole Morello, Patricia da Cunha Jardim, Pedro Leonardo C. T. Escouto, Priscila Leal Marques, Thiago Z. R. V. De Oliveira, Vicente Carcuchinski Costa, Vitoria Forell Famer e Vivian De Melo Lengler

Fim do papel? E a literatura?

E a pirataria continua avançando, desenfreadamente.No mercado do cinema e da música, ela é uma verda-

deira praga e como tal é tratada. Apesar da facilidade em comprar ou fazer o download de mídias piratas, é comum vermos, nas grandes cidades, a polícia apreendendo mate-rial de contrabando.

Ok, ponto para as produtoras. Mas e quando o assunto é a literatura e o mercado editorial? Baixar o PDF de um livro qualquer é uma tarefa banal. Por que será que não vemos ações inflamadas das editoras, a fim de combater a pirataria?

Certo, agora chegamos ao senso comum: “Ler no com-putador é muito ruim, não adianta baixar o PDF a não ser para uma leitura superficial de um livro que tenho vonta-de de comprar. As editoras acabam lucrando com isso, por causa da divulgação”.

Sim, concordo. Afinal, é exatamente isso que faço antes de comprar qualquer livro.

Mas, na verdade, quero levantar outro assunto para a discussão. Cada vez mais, instituições culturais e educacio-nais fazem propagandas sensacionalistas sobre a leitura, dizendo que ler é viver, a leitura dá asas à imaginação, saia da televisão e vá ler um livro, e aquela coisa toda. Ao menos curioso, é o fato de que as editoras literárias, responsáveis pela publicação dos livros, muito raramente promovem programas de incentivo à leitura, e, quando os promovem, visam o lucro.

A literatura está sendo desvalorizada pelas editoras.Já li diversas obras clássicas de várias editoras dife-

rentes, de grande e médio porte. Não foram poucas as ve-zes em que me deparei com erros aparentes de digitação, edição e tradução. Isso não é apenas coincidência. Todos os anos surgem casos novos de plágios por parte das edi-toras.

Atualmente, cada vez mais, os diferentes campos de difusão cultural deixam de se preocupar com as pessoas e com o seu próprio trabalho, passando a visar exclusiva-mente o lucro.

Eu me vejo lendo uma edição atual de O Continente, daqui a algumas décadas, e me deparando com anúncios publicitários a cada mudança de capítulo, e achando isso completamente normal. Pensando bem, me vejo lendo O Continente em um desses novos Tablets, com os mesmos anúncios, mas em forma de banners.

Lucas Boni Maróstica

A desgraça que eu amo

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Laboratório de Jornalismo

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geralMeditação em movimentoTodo último sábado de abril a arte

marcial chinesa “Tai Chi Chuan”, também conhecida como uma

forma de meditação em movimento, comemora o seu dia. A aplicação se dá através do uso de movimentos suaves e circulares. Sua origem vem da jun-çao da filosofia “Tai Chi” que significa “o extremo equilíbrio entre dois pólos” com a metáfora do “chuan”, o punho.

Eduardo Rocha, 33 anos, hoje instrutor de Tai Chi Chuan e praticante há 10 anos, explica que existem duas versões sobre como a arte teria surgi-do: “Pela versão lendária, um monge taoísta teria tido uma iluminação espi-ritual ao ver uma garça brigando com uma cobra e dali percebido os princí-pios do T.C.C. Mas há uma vertente que diz que essa prática teria sido criada pelo general chinês Chen Wanting que mesclou exercícios físicos, golpes, me-dicina oriental e o “I ching” - livro de sabedoria chinesa.

Pesquisas médicas, como a feita pela Universidade de Maryland de Me-dicina, nos Estados Unidos, em 2000, têm comprovado os benefícios do es-porte. Segundo a praticante da arte Deise Dourado, 56 anos, “além da har-monia, da flexibilidade e do equilíbrio corporal, ele previne muitas doenças. Outra questão é que com ele eu acabo com as possibilidades de me fraturar”.

A terapia tem se expandido en-tre os jovens. Muitos afirmam ter larga-

do as drogas com a prática dessa arte.Rodrigo Terra de 16 anos, que

pratica há um ano, explica os benefí-cios sociais que o Tai Chi proporciona para ele: “com a arte eu aprendi a ser mais como a água e saber contornar os obstáculos do dia a dia sem bater de frente. Em uma festa, um bêbado que-ria brigar. Calmamente eu sorri e evitei

a briga”. Já Rodrigo Leitão, praticante do

Tai Chi há dois anos, desabafa: “Usei todos os tipo de drogas, desde os 13 anos. Já praticava várias artes marciais, mas nenhuma me proporcionou a paz e o equilíbrio que a prática me trouxe. Por cinco anos tentei parar, com quatro meses de Tai Chi, consegui”.

Eduardo Rocha e sua turma de aula comemorando o dia do Tai Chi Chuan

ENEM E SUAS COMPLICAÇÕES

O ano de 2009 foi marcado pe-las várias complicações na aplicação do Enem. Noticiado por diversos jor-nais do país, o exame teve de ser can-celado, por se descobrir que houve va-zamento do mesmo. Após o adiamento do teste, os problemas ainda não ha-viam se encerrado: os alunos que pre-tendiam fazer o Enem, encontraram dificuldade ao tentar se inscrever pelo site do MEC, e mais tarde, encontra-riam falhas no gabarito.

A polícia de defendeu junto aos técnicos do Ministério da Educação afirmando que os problemas citados

já estavam sendo avaliados e que não voltariam a se repetir: “A nova estra-tégia é de domínio do MEC, mas já temos um grupo técnico trabalhando com o MEC hoje”, disse Luís Fernando Corrêa, diretor geral da Polícia Fede-ral.

O próprio Inep responsável pela organização do Enem, afirmou lamen-tar o fato da necessidade do adiamen-to do testes, e admitiu saber o que isso acarretaria: “Instituições impor-tantes como USP, Unicamp, FGV e PUC ficaram impossibilitadas de utilizar a nota por força do seu calendário, di-minuindo o estímulo dos alunos para fazer a prova”.

O problema está no fato de que, para os alunos que buscam entrar na faculdade por meio de projetos como o ProUni e dependem do Enem pra isso, acabam perdendo suas vagas, ou até mesmo desistindo delas.

Este ano, a prova, provavel-mente, volta a ocorrer em outubro, visto que o cartão de confirmação de inscrição deverá ser entregue aos alu-nos até setembro. Os estudantes de-verão portar seu CPF e pagar o valor da taxa de inscrição de R$ 35.

Para mais informações, os in-teressados podem tirar suas dúvidas acessando a página do Inep (www.enem.inep.gov.br).

Isabele sonda

bárbara souzaBÁRBARA SOUZA/LABJOR

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geral Laboratório de Jornalismo

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O fenômeno dos jornais populares

O direito à informação é um dos principais fundamentos do Estado Democrático de Direito, consolida

a cidadania e permite ao povo exercer o poder estatal. Os jornais populares são importantes porque, hoje, garantem o acesso de muitas pessoas a esse bem-comum.

Vendidos a preços baixos, com-postos por muitas imagens, linguagem curta e direta, repletos de promoções e publicidade, eles vêm ganhando espa-ço no país, especialmente após a crise, conforme dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), e nas classes mais baixas devido a um aumento de poder aquisitivo, segundo Odmar de Almeida Filho, diretor executivo do mercado jor-nais do grupo Estado. Além disso, não costumam ter serviço de assinatura e são distribuídos por vendedores ambu-lantes terceirizados.

São exemplo os jornais “Extra” do Rio de Janeiro, “Diário Gaúcho” do Rio Grande do Sul e “Super Notícia” de Minas Gerais. Todos estão na lista dos 10 maiores jornais brasileiros, e o último

ainda assumiu a liderança no ranking de vendas de periódicos diários do país, se-gundo dados de 2009 da Associação Na-cional de Jornais (ANJ).

Esse tipo de periódico já repre-senta um percentual bastante alto das tiragens do país. Os vendedores com-provam: Luís Vicente, que trabalha em frente à PUCRS, afirma que vende, em média, 180 Diários Gaúcho para 12 Zero Horas por dia.

É bastante normal ouvirmos crí-ticas destinadas a esse tipo de meio de comunicação. Em contrapartida, este ano o Diário Gaúcho comemorou seus 10 anos com uma festa realizada no Gigan-tinho, em Porto Alegre que contou com mais de 20 atrações. O mesmo ainda conseguiu a segunda colocação na cate-goria jornal como marca mais lembra-da, logo após a Zero Hora, na pesquisa Top of Mind 2010 realizada pela Revista Amanhã e pela Segmento Pesquisas.

Há ainda quem acredite que é muito mais difícil construir e manter um jornal popular. O apelo visual deve ser muito bem trabalhado e os jornalistas são desafiados a conquistar diariamente os leitores. Luís vende em torno de 180 jornais

Famecos forma profissionais de destaqueA Faculdade de Comu-

nicação Social (Famecos) da PUCRS foi fundada em 1949. Foi a primeira a ter gradua-ção no Sul do país e a terceira no Brasil. A Faculdade formou jornalistas de destaque da mídia brasileira. Patrícia Po-eta, Ana Amélia Lemos, Cris-tiane Finger, Cistina Ranzo-lin entre outros profissionais de renome da comunicação, passaram por aqui. TVCOM e RBSTV, emissoras de destaque da região, afiliada da Rede Globo, contam com muitos Famequianos.

“Os professores estão inteirados e atuando no mer-cado de trabalho, esse é um ponto mui-to positivo. A Famecos tem uma estrutu-ra maravilhosa e, além disso, conta com uma passarela maravilhosa”, confessa Ico Tomaz, 35 anos, apresentador do programa Patrola.

Carolina Ceolin, 27 anos, apre-sentadora do Programa Estilo Casa e Cia da TV COM fez publicidade e, depois de formada, percebeu que sua paixão era pelo Jornalismo. Não hesitou em escolher a Famecos novamente. “Em Uruguaiana, minha cidade natal, criei o

Programa Acontece, mas percebi que realmente queria trabalhar na TV. Os estágios me encan-tavam. Hoje vejo como essas experiências foram importantes”, conta a jornalista.

Lu Adams, apre-sentadora do Estilo Zen, também da TV COM, explica que se pudesse voltar atrás, aproveita-ria muito mais o tempo de aprendizado. “Eu era muito dispersiva. Gos-taria de ter aproveitado mais o universo de possi-bilidades que a PUCRS me proporcionava”, diz qua-se que como uma dica.

Para Marcelo Brasil, produtor na RBS TV, “o jornalismo é maravilhoso, é nosso dever prestar serviço. Temos o poder de passar as informações que as pessoas têm de saber, o que elas querem saber e o que elas deveriam saber”.

Os famequianos Ico (esquerda, acima), Carolina, Marcelo e Lu

VíVIan lengler

bárbara souza

VÍVIAN LENGLER/LABJOR

ARTE SOBRE FOTOS DE BÁRBARA SOUZA/LABJOR

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Laboratório de Jornalismo

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Um problema inconstante

Um problema que atinge muitas crianças nas escolas hoje em dia é o bullying. O termo deriva da pa-

lavra inglesa “bully”, que é usada para nomear o “valentão” do colégio. Várias sofrem essas agressões físicas e morais, e isso pode afetar a criança para o res-to de sua vida. Mas o assunto ainda é cercado por muita incerteza. Afinal, o que seria o “bullying”? Carolina Carlet, psicopedagoga do Centro Social Marista Graças, opina: “Creio ser um sintoma de uma doença que se origina na desestru-tura familiar contemporânea. Isso passa por vários fatores. Não é só porque uma família parece ser bem estruturada, que necessariamente o é.”

Sabendo que esse problema afe-ta crianças e adolescentes, o que as es-colas fazem para ajudar quem passa por essas situações? Sandra Steil, orientado-ra educacional da E.M.E.F. Dom Diogo de Souza, esclarece: “Temos algumas medidas. Conversar com os alunos que sofrem e os que praticam este tipo de

ato, dar uma espécie de atenção es-pecial aos que sofrem frequentemente abuso dos colegas. Mostramos que eles também têm qualidades. Falamos com a família, pois na maioria das vezes essas crianças também sofrem com problemas familiares.”

As crianças sentem-se excluí-das, e isso as afeta para o resto da vida adulta. A menina menor H.B. de 9 anos é vítima de bullying e conta o que sente em relação a essas agressões: “Me sin-to estranha, pois isso me magoa, e ao mesmo tempo que me irrito com essa pessoa, tenho pena, pois minha mãe trabalha com crianças e me explica que elas também passam por problemas na família.”

No fim, tanto as crianças que re-cebem agressões, como as que agridem, sofrem da mesma forma. Sandra con-clui: “Não há no momento maneira de prevenção, pois cada caso é um caso. O que fazemos é “apagar incêndio”, resolver os casos individualmente. Es-peramos um dia poder evitá-los comple-tamente.”

A VOZ DA CHAMADA A COBRAR Alguma vez na vida todo brasileiro ouviu a mensagem “Chamada a cobrar. Para aceitá-la, continue na linha após a identificação” ou então “...diga seu nome e a cidade de onde esta falando”. A voz da chama a cobrar é da locutora paulista Patrícia Godoy formada em Piano, Educação Física e Laboratórios Médicos. Patrícia também fez novelas e apresentou telejornais no SBT. A apresentadora trabalha como locutora em comerciais atualmente. (Bárbara Souza)

EM BUSCA DOS REFÚGIOS RURAIS Cansados do trabalho, dos prédios e da poluição, muitos gaúchos voltam-se aos locais rurais buscando espairecer. Por serem próximos da capital, e em geral, de custo de vida barato, tornaram-se ótimos refúgios da rotina urbana. “Mesmo arborizada, a Capital é sufocante e caótica. O interior nos proporciona uma experiência de tranqüilidade”, diz Karen Oliveira, 21 anos, estudante que há três anos passa suas férias descobrindo novas “pequenas cidades”. Mais do que uma atividade turística, para muitos é um hobby. “Custa menos do que terapia e os resultados são mais eficientes”, afirma Ademir Machado, 51 anos, advogado. Seja por turismo, tédio, ou tranqüilidade, quase todos podem usufruir destes cenários e conhecer melhor os redutos rurais. Para isto basta elaborar um roteiro e se preparar para natureza. (Jeniffer Severo)

REALIDADE INDÍGENA

Andando por pontos tradicio-nais de Porto Alegre, como a Praça da Alfândega ou o Brique da Redenção, é fácil notar a presença de um povo que, apesar de marginalizado, faz parte da nossa história e também do nosso cotidiano: os Índios.

Na capital gaúcha vivem três povos indígenas: Guarani, Kaingang e Charrua, os quais enfrentam diversos problemas para preservar sua cultu-ra. Segundo a estudante de Serviço Social, Delmise Vasconcellos, que de-senvolve projetos com os índios Kain-gang em Porto Alegre, a luta deles é pela manutenção de seus direitos, principalmente o acesso a terras, pois é através delas que eles podem pre-servar seus costumes e seu modo de viver.

Outro ponto importante en-frentado por eles é a dificuldade de inserção na sociedade. Uma das for-mas de minimizar esse problema são as cotas em universidades federais que servem para promover essa inte-gração entre o indígena e a sociedade em geral. Além de ser uma maneira

de começar a carreira profissional, é também um estímulo para que outros jovens índios busquem seus sonhos e promovam o fortalecimento de suas comunidades.

Porém, a realidade é essa: de-pois de lutas e reivindicações, o povo indígena ainda não conquistou seu espaço na sociedade contemporânea. E, mesmo após cinco séculos, índios e brancos ainda não encontraram for-mas harmônicas de convivência.

guIlherme Jaeger

Fernanda FerreIra

Índios no Brique da Redenção

O contato com a terra é revigorante

FERNANDA FERREIRA/LABJOR

JENIFFER SEVERO/LABJOR

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Laboratório de Jornalismo

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A nova legislação eleitoralOs políticos que estão participan-

do das eleições em 2010 possuem um novo recurso para ajudar na

divulgação de suas candidaturas: a in-ternet. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a lei de número 12.034, que regulamenta o uso da internet em campanhas eleitorais. A utilização da web através de sites, redes sociais, blogs e correios eletrô-nicos possibilita aos candidatos ter um maior contato para promover seus fei-tos entre os eleitores, principalmente os jovens.

Nesta nova legislação eleitoral, alguns artigos das leis de número 9.096 (leis dos paridos políticos), 9.504 (nor-mas para as eleições) e 4.737 (código eleitoral) foram alterados ou tiveram alguma norma vetada. Também foram acrescentados outros que regulamen-tam a propaganda eleitoral, especifica-mente na internet.

Entre os artigos alterados está o de número 23 que prevê doações via internet, até mesmo com cartão de crédito, sendo que para pessoas físicas há o limite de 10% da renda bruta do ano anterior, mas responsabiliza o do-ador caso haja uma eventual fraude ou erro ao usar esse sistema de doação. Já nos artigos vetados, está o 43 que regulamentava a propaganda eleitoral na imprensa, onde permitia a propa-ganda até a antevéspera das eleições e a divulgação de no máximo um 1/8 de

página de jornal por edição para cada candidato, coligação ou partido. Ago-ra, permite que a imprensa escrita e a reprodução na internet do jornal im-presso, até a antevéspera da eleição, admitam até dez anúncios por veículo ocupando 1/8 de página de jornal em diversas datas para cada candidato.

Nos artigos que regulamentam a propaganda eleitoral na internet, o

57-B permite que os candidatos utili-zem mídias sociais para complementa-rem a divulgação em seu website.

Já os artigos 57-E a G regulari-zam o uso de correios eletrônicos, não permitindo a venda de cadastros de endereços eletrônicos e pagamento de multas caso os candidatos não retirem o contato de um eleitor a pedido do mesmo.

Candidatos se mobilizam pelas Redes Sociais para atrair eleitores mais jovens

A ESCOLHA CERTA

Primeiro você deverá escolher uma posição política. Assim ficará mais fácil de escolher um represen-tante para suas idéias. Entretanto, é importante procurar saber mais sobre a carreira dos candidatos. Procure so-bre o seu passado, se já se envolveu em escândalos e se seus mandatos an-teriores tiveram sucessos.

Sites da Câmara, do Senado e Assembléias Legislativas são ótimas fontes. Contudo, não se governa um país, estado ou município sozinho. Avalie também o candidato a vice, o

partido e as alianças. Analise o horário político elei-

toral. Desconfie de muitas promessas. Elas poderão ser cumpridas, mas é ne-cessário saber como serão colocadas em prática. Desconfie das respostas simples a questões complexas. E claro, não vá na conversa de quem somente aponta o defeito dos adversários.

Eleição é uma competição, a competição pelo seu voto. Logo, tenha opinião ao escolher seu candidato e o observe após as eleições. Veja se este cumpriu o que prometeu e se fez um bom mandato. Assim ficará mais fácil de avaliá-lo nas próximas eleições.

Lydia Camargo

Consciência na hora de confirmar

Luiza menezes

NELSON JUNIOR/ASICS TSE

política

REPRODUÇÃO/LABJOR

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Rio Grande do Sul e a diversidade partidáriaO passado da política pode falar

muito sobre o crescimento de um estado. Em época de elei-

ções é interessante prestar atenção nisso. Se olharmos para trás podere-mos reparar, por exemplo, que desde o início das eleições diretas o governo do Rio Grande do Sul não repete parti-dos consecutivamente. Esse fato pode explicar muitos dos acontecimentos no estado, incluindo o sucesso ou insuces-so de cada projeto feito ao longo desse tempo.

Em ordem cronológica, tivemos como governadores eleitos Jair Soares, pelo PDS/PFL; Pedro Simon, pelo PMDB; Alceu Collares, pelo PDT; Antônio Brit-to, pelo PMDB; Olívio Dutra, pelo PT; Germano Rigotto, pelo PMDB; Yeda Crusius, pelo PSDB. Salvo o período en-tre 1990-1991, em que Sinval Guazelli (PMDB), assumiu o governo para que Pedro Simon pudesse se candidatar a senador, não há registro de repetição de partidos por eleições diretas.

A atual governadora Yeda Cru-

sius, do PSDB, será candidata a um segundo mandato. Porém, pesquisas já mostram que os favoritos ao gover-no estadual são Tarso Genro, do PT, e José Fogaça, do PMDB. Apesar disso, só saberemos se será levada adiante a tradição de diversidade partidária depois das eleições, que ocorrerão em outubro.

CAMPANHAS VALORIZAM O VOTO A Campanha Vota Brasil, produzida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em parceria com os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), busca conscientizar o eleitor e valorizar o voto. Em meio a uma crise de imagem na política brasileira, o TSE veiculou em 2006, a campanha criada pela W\Brasil, dirigida pelo publicitário Neil Ferreira. Já em 2008, foi ao ar a propaganda dirigida por Rui Branquinho, enfatizando que quando se perde uma chance, ela demora muito para aparecer novamente, fazendo alusão aos quatro anos do mandato político. Este ano a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) promove a campanha “Se Liga 16, 2010 é a nossa vez!” que circulará nas escolas do país com o objetivo de conscientizar os jovens de 16 anos sobre o direito ao voto. É importante lembrar que cabe ao eleitor refletir sobre a importância do voto à manutenção da democracia.(Ana Letícia Madruga)

DE OLHO NOCALENDÁRIO Nas próximas eleições os brasileiros escolherão, além do novo presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. É importante estar atento ao calendário eleitoral divulgado desde 2009 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As convenções partidárias para a escolha de candidatos deverão ser realizadas entre 10 e 30 de junho e o registro dos candidatos até o dia 5 de julho. A propaganda eleitoral será permitida a partir do dia seguinte. No rádio e na televisão, o horário eleitoral gratuito inicia no dia 17 de agosto e termina em 30 de setembro. Se houver segundo turno, a propaganda deve começar até 16 de outubro. O primeiro turno das eleições será no realizado no dia 3 de outubro. Esta também é a última data para mudança de filiação partidária e de domicílio eleitoral. Caso haja necessidade de segundo turno para escolha do novo presidente e dos governadores, a data é 31 de outubro. (Ana Letícia Madruga)

Número elevado de siglasA lista de partidos políticos re-

gistrados no TSE contabiliza 27 siglas. Parece muito? E é. Porém apenas uma pequena parcela deles são conhecidos pela população. A dúvida que fica dis-so é pertinente: qual a importância de um partido político pequeno dentro de uma grande eleição?

As bandeiras levantadas por um grupo que compartilha ideais, na luta para defender uma causa e com isso fa-zer história; esses são apontados como os principais motivos para se lançar à candidatura um partido pouco conheci-do. Quando um partido político é cria-do, ele precisa se consolidar através de uma campanha. Mesmo que a votação do seu candidato não seja expressiva, é através do espaço ganho na mídia e de toda a divulgação que gira em torno de uma eleição que ele se tornará conhe-cido e influente.

Mas não é sempre assim que acontece. Aproveitando a situação, al-gumas siglas utilizam os minutos conce-didos pelo horário eleitoral obrigatório em rádio e televisão para estabelecer coligações que possam favorecer os de-mais partidos. Aqueles maiores e mais conhecidos, ganham em tempo de ex-posição na mídia. Os de pequeno porte, por cederem seus minutos à coligação, ganham com cargos no governo futuro.

Nesse jogo de trocas e alianças, quem perde é a população. O partido com o qual simpatizam nem sempre es-tará disposto a defender sua ideologia até o fim de uma campanha. Mas há um ponto em que todos concordam a res-peito da quantidade de partidos políti-cos no Brasil: são muitos e repetitivos. Não existe tanta divergência de opini-ões e a união de siglas com propostas semelhantes seria uma boa opção para criar grupos mais unidos em torno de uma mesma causa.

Palácio Piratini, sede do governo do RS

niCoLe moreLLo

Bruna Fernanda suptitz

BRUNA FERNANDA SUPTITZ/LABJOR

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Laboratório de Jornalismo

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economiaUm ano depois: a realidade no Camelódromo de Porto Alegre BiBiana Saldanha, iaSmine Birck

lopeS e Júlia lewgoy

“Vamos ver se nós achamos uma loja que tem carrega-dor”, é o que comenta uma

compradora que circula pelo Shopping do Porto, o novo camelódromo, locali-zado na rua Voluntários da Pátria, no centro de Porto Alegre. É bem provável que ela encontre o que procura, pois a variedade e quantidade de produtos é imensa. Agora, quem vai ao camelódro-mo encontra bancas organizadas, esta-cionamento, seguranças, banheiros e até praça de alimentação.

Inaugurado em fevereiro de 2009, o Shopping do Porto reúne anti-gos vendedores ambulantes da Praça XV e da rua Vigário José Inácio. A iniciativa da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (SMIC), junto ao investimen-to da empresa licenciada Verdi Cons-truções S/A, abrigou grande parte dos camelôs da Capital em uma estrutura que comporta atualmente cerca de 800 lojas. Segundo Isabela Tonin, assessora de imprensa do Centro Popular de Com-pras, o objetivo do empreendimento foi acabar com o aglomerado que havia em torno da Praça XV e fazer uma re-vitalização do centro. Além disso, Isa-bela afirmou que foi uma atitude digna abrir um novo espaço para as pessoas fazerem o seu comércio e que, antes da transferência para o shopping, os ambulantes foram treinados em cursos do Sebrae.

A iniciativa, entretanto, desa-gradou muitos vendedores que entra-ram para o empreendimento com dife-rentes expectativas. “Em 2007 a gente passava muito trabalho, sol, chuva... Um conselho da prefeitura falou que iam fazer um shopping. Só que não avi-saram das taxas e prometeram aluguéis baixos”, é o que disse um ex-ambulante que não quis se identificar. As principais reclamações são referentes ao preço do aluguel das bancas, cerca de R$ 400 mensais já com a taxa de condomínio, à fiscalização dos produtos pirateados e à diminuição de movimento em re-lação às ruas. “Ganhei muito dinheiro no centro. Tudo que eu tenho é de lá”, conta o vendedor.

A cargo da SMIC ficam a fiscali-zação de produtos pirateados e a exe-cução de ordens de despejo, que ocor-

rem quando o aluguel não é pago em 6 semanas. Em março de 2010, depois de a direção ter dado o prazo de um ano para o pagamento de atrasados, houve o despejo dos inadimplentes. A ação causou tumulto e quase provocou o fe-chamento do empreendimento.

Apesar das reclamações de mui-tos vendedores, a maioria dos consu-midores aprovou a mudança. Entre os pontos destacados estão organização, praticidade e maior segu rança do novo ambiente.

No Centro Popular de Compras, por exemplo, a maioria das bancas aceita cartão de crédito, o que há pou-co tempo parecia distante para o públi-co que frequenta o local, formado ma-joritariamente pelas classes C, D e E.

O objetivo agora é mudar a ima-gem do local, que ainda é associada à marginalidade, para atrair o público. Os próprios lojistas buscam maneiras de se destacar e valorizar seus produ-tos. Bancas como a do Zé fazem o seu marketing: “Novidade! MP10 que fun-ciona sem bateria!”. E assim, aos pou-cos, se concretiza o foco do projeto: transformar os vendedores ambulantes em empreendedores como qualquer outro lojista.

Inaugurado em fevereiro de 2009, o Shopping do Porto reúne antigos ambulantes

A maioria da bancas aceita cartões

Serviços também são oferecidos

RICARDO GIUSTI/PMPA

FOTOS BIBIANA SALDANHA/LABJOR

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Laboratório de Jornalismo

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iPad é sucesso no Brasil antes mesmo de chegar

Uma transfor-mação da mí-dia impressa

parece estar perto de ocorrer. Um novo dispositivo eletrôni-co foi lançado pela Apple, no mês de abril, e promete gerar mudanças no hábito de leitura. O iPad, como é chamado, substitui a folha de papel e disponibiliza livros, revistas e jornais coloridos na ínte-gra em rede wi-fi.

Com previ-são de chegar a Por-to Alegre no início do segundo semestre, o lançamento pretende abalar as reven-dedoras da Apple no país. “Nove entre dez pessoas que entram na loja per-guntam sobre o iPad”, diz o vendedor Ricardo Cauduro, da loja do Shopping Iguatemi de Porto Alegre, especializada na marca. Segundo ele, as expectativas são de que o novo dispositivo venda ini-cialmente tanto quanto o iPhone.

Principal concorrente do Kindle,

o iPad se diferencia por apresentar o dis-play colorido. Nele é possível navegar na internet como em qualquer outro computador, tendo acesso a sites de in-teresse. As novidades do produto justificam a diferença de preço em relação ao Kindle.

Os valores po-derão chegar a R$ 3 mil no Brasil, onde já será lançado em sua segunda versão, conectada ao sistema 3G. A demora do iPad para chegar ao país ocorre porque as ope-

radoras precisam criar novos planos de conexão, que acompa-nhem a nova tecnologia.

O lançamento promete ter me-mória de 64 GB, o dobro da capacidade máxima de um iPhone. Suas vantagens? É de fácil portabilidade, não agride o meio ambiente como o papel e, a longo prazo, torna-se mais barato do que os impressos. Para saber as desvantagens, só pagando para ver. E, pelo visto, essa vai ser uma opção bem sucedida.

IPI REDUZIDO: RECORDE DE VENDAS O fim da redução do IPI para automóveis, eletrodomésticos e móveis, causou uma corrida às lojas em março. No caso dos automóveis foi batido o recorde mensal de vendas, chegando a 320 mil unidades, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. A linha branca também obteve bons resultados. O crescimento no período chegou a 30% e os produtos mais vendidos foram os fogões e as máquinas de lavar. (Bibiana Saldanha)

SETOR TÊXTIL PREVÊ CRESCIMENTO Após o registro de perdas econômicas em 2009, o setor têxtil está otimista para os próximos meses do ano. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) estima crescimento de 4% no setor. Na geração de empregos, espera-se que sejam criados mais de 40 mil postos de trabalho. Segundo dados da associação, o faturamento anual na área superou a marca de US$ 47 bilhões em 2009, com cerca de 1,7 milhão de trabalhadores empregados nas mais de 30 mil empresas do País. (Antônia Kowacs)

INVESTIMENTO NO BEM-ESTAR Estresse e cansaço infuenciam diretamente na vida profissional. Trabalhadores produzem menos e têm redução na imunidade. Com a pressa, até mesmo a alimentação é prejudicada. Empresas estão investindo nos chamados Programas de Bem Estar Social, que propiciam integração de funcionários e reduzem faltas, acidentes e lesões de trabalho. A maioria proporciona atividades como alongamentos, ginástica laboral, yoga e shiatsu. Outros inovam e controem ambientes de lazer, como sala de cinema. Esse investimento reduz os gastos. A produtividade dos funcionários pode aumentar em até 5% e as faltas no trabalho podem ser reduzidas em até 15%. (Iasmine Birck Lopes)

PREÇO DE UMA CATÁSTROFE

O terremoto no Haiti e as en-chentes no Rio de Janeiro represen-taram um baque para a economia.Ca-tástrofes refletem em endividamento para a reconstrução dos locais preju-dicados e, no caso do Haiti, há pre-juízo na produção devido a destruição das safras, o que refletirá em inflação pela escassez de produtos.

O Haiti sofreu as perdas de uma tragédia que deixou marcas pro-fundas no país com 67% da população abaixo da linha de pobreza. As esti-mativas apontam uma perda de US 7,7 bilhões,121% do PIB anual. A ONU estimou um valor de US 11,6 bilhões para a reconstrução do país mas, ape-sar da ajuda financeira internacional,

é uma soma alta para uma nação cuja renda per capita,antes do terremoto, era de US$ 560.

No Rio de Janeiro as enchentes causaram a morte de mais de 230 pes-soas. Auxílio-moradia, indenizações e reparações chegam a R$ 5 milhões, valor distante dos RS 200 milhões es-timados para sua reabilitação. Obras como o acesso ao Cristo Redentor es-tão em andamento, mas o principal desafio no RJ são as favelas.

A catástrofe no Haiti, por ter uma dimensão maior, prejudicou mais a frágil economia daquele país. Ape-sar de tragédias muito diferentes, pa-íses atingidos por desastres naturais têm a economia diretamente atingida e levam um tempo considerável até se reabilitarem novamente.

Júlia lewgoy

maria carolina SantoS

REPRODUÇÃO DO SITE APLLE

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Laboratório de Jornalismo

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Só o Beco salva!

Até pouco tempo, a cena noturna de Porto Alegre se resumia a uma série de barzinhos na Cidade Baixa. Boa-

tes com “prazo de validade”, que saíam de moda e rapidamente perdiam o pú-blico para lugares mais novos. Foi aí que surgiu o Beco.

Começou com apenas uma sede na Avenida João Pessoa. Logo, tornou-se um refúgio para os “moderninhos” da cida-de, que procuravam um lugar para curtir o indie e o electrorock que não tocavam nas rádios, e, assim como quem não quer nada, se espalhou por diversos pontos da Capital. Hoje, o Beco 203 é uma produ-tora responsável por duas casas noturnas, um bar, vários festivais e festas itine-rantes, além do selo de discos Beco 203 Discos, sem perder o estilo alternativo e descolado da ideia original.

A iniciativa de criar lugares como esse numa cidade sedenta por novidades partiu de Vítor Lucas, 36 anos, proprietá-rio e fundador.

LabJor − Como surgiu a ideia de criar o Beco?

Vítor Lucas − Eu sempre trabalhei com bares de rock e pop rock. Resolvi criar um lugar mais underground, com es-trutura diferenciada. Aí criei o Beco 203.

LabJor − O público que frequen-ta o local é o mesmo desde a criação?

Vítor − Não. A casa está prestes a completar 6 anos. Uma parte ainda é a mesma do início, mas como o público da noite evolui, os frequentadores da casa

também mudaram. Existem novos adep-tos e curiosos.

LabJor − Quais foram as inova-ções para o ano de 2010?

Vítor − Investimos mais em teatro, moda e atrações internacionais, além da reforma que transformou o antigo Porão em uma casa com palco, que pode rece-ber tanto atrações nacionais quanto inter-nacionais de médio porte.

LabJor − Como elas estão sendo aceitas?

Vítor − O nível de aceitação do pú-blico é alto devido a nossa credibilidade junto a ele.

LabJor − Muita gente acredita que o rock seja um ritmo morto. O que tem o mantido vivo em Porto Alegre?

Vítor − O rock morreu? No Beco essa afirmação não é válida. O rock é um estilo que tem mais de 60 anos de idade e esta aí até hoje, se renovando. Ele evolui e se subdivide em vários outros estilos. In-dierock e electrorock são duas das novas variantes do rock original. Gêneros que trabalhamos minuciosamente nas nossas casas e eventos.

LabJor − Muitas boates da Capital fecham depois de pouco tempo de fun-cionamento. Como o Beco se mantém “vivo” depois de quase seis anos?

Vítor − Nos mantemos vivos atra-vés do nosso espírito de vanguarda e inovação. O público se cansa do mesmo. A gente toma a frente, pesquisa e apre-senta novidades mundiais para os nossos clientes.

O ARTISTA ENFURECIDO Os artistas León Ferrari e Mira Schendel estarão expostos na Fundação Iberê Camargo até 11 de julho com a mostra Alfabeto Enfurecido. Ferrari e Schendel trabalharam de forma independente, sem relação direta e sem estarem ligados a movimentos artísticos específicos, mas construíram, paralelamente, trajetórias que dão destaque à linguagem. Em entrevista à Folha de São Paulo, o artista conta que, após ganhar o Leão de Ouro em Veneza, sua vida mudou completamente: “Antes do prêmio, minha obra não valia quase nada, era muito barata. Agora, ela vale muito mais do que eu mesmo acho”. Ferrari, aos 89 anos, continua mostrando personalidade forte e ideais calcados na vivência de um regime militar. (Priscila Marques e Marina Teixeira)

DE CHANEL A AUDREY HEPBURN

A estilista Coco Chanel e a atriz Audrey Hepburn são ícones de estilo que marcaram época e até hoje influenciam o mundo da moda. Sabendo disso, a UniRitter estará promovendo no 2° semestre do ano, o curso chamado Dobradinha de Estilo: de Chanel a Audrey Hepburn - Dois Estilos que Marcaram o Século XX . O curso será realizado de 5 de julho a 19 de julho, às segundas-feiras, das 14h às 17h30min. O preço é R$ 200 para alunos e ex-alunos da UniRitter e 250 reais para os demais interessados. Para mais informações, entre em contato pelo número (51) 3230-3333, ou acesse o site www.uniritter.edu.br. (Priscila Marques e Marina Teixeira)

Open Beco é uma das festas que se repete todas as semanas na casa

Priscila Marques e Marina Teixeira

cultura

GABRIELE GUARAGNA/ARQUIVO PESSOAL

Hepburn foi um ícone da moda

REPRODUÇÃO

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Após quatro décadas o Woods-tock chega ao Brasil em sua 7º edição com a promessa de grandes nomes da música. O evento acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de Outubro, na fazenda Mae-da, situada em Itu, há 100 km de São Paulo.

O festival original, de 1969, contou com a presença de grandes as-tros do rock, como Jimi Hendrix e a banda The Who. A festa durou apenas quatro dias, mas foi o suficiente para gerar uma série de mudanças culturais. Fortaleceu a contracultura e o movi-mento hippie. Esses jovens radicais ti-veram participação ativa na resistência à Guerra do Vietnã e na questão políti-ca envolvida em todo esse processo.

O tradicional evento da músi-ca gerou muita polêmica. Além do uso

maciço de drogas, principalmente he-roína, dois partos foram realizados em meio à multidão e houve um atropela-mento por trator.

No Brasil, serão três dias de shows, menos conturbados que os da versão original. A segurança do públi-co está sendo tratada como priorida-de. Para trazer toda essa estrutura ao nosso país, foi necessária a cooperação dos organizadores originários do Woo-dstock. O empresário Eduardo Fischer, do festival Maquinaria, e Perry Farrel, organizador do evento Lollapooza, são alguns deles, e prometem não poupar esforços para alcançar seus objetivos. Há também a colaboração do grupo No Limits, que cederá o local para a gran-de festa.

Entre as atrações cotadas es-tão Foo Fighters, Rage Against the Ma-chine, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Pearl Jam e Limp Bizkit. Como confir-

mados estão o hardcore do Green Day e o New Metal da banda Linkin Park. Diante de todas essas atrações, só nos resta esperar ansiosamente pelo Woo-dstock brasileiro.

Visão geral do público em 1968

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Bandas gaúchas: o problema é aqui?

Montar uma boa banda não é fácil, muito me-nos fazê-la ficar famosa.

Infelizmente, o Rio Grande do Sul não possui um mercado de bandas tão expressivo quan-to Rio e São Paulo. Conversei com um dos grandes produto-res musicais da atualidade, Edu Martins, que já trabalhou com muitos famosos: desde mpb, como, Gal Costa, Milton Nasci-mento, até rock, como Rita Lee entre outros, e perguntei como as gravadoras estão reagindo a essa crise na indústria fonográ-fica há alguns anos. Edu conta que, antes, as gravadoras, do-nas do mercado, vendiam CDs e isso era um grande negócio. Com a internet e o mp3, porém, as mú-sicas caem nas redes gratuitamente, causando o fim das gravadoras, que in-felizmente não têm planos para reverter esse quadro até agora.

Apenas de 5% a 10% das músicas circulam de forma oficial. O restante é vendida de maneira “pirata” em ca-melôs, ou baixadas gratuitamente pela internet. O artista basicamente se sus-tenta, atualmente, com shows.

Existe, também, muita dificul-dade por parte das bandas gaúchas de serem reconhecidas nacionalmente. O principal motivo é que os grandes “pó-los industriais e econômicos”, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília são muito próximos, e Rio Gran-de do Sul é mais afastado. É muito mais caro contratar uma banda do sul, pois se gastaria muito mais com deslocamento, passagem, transporte de equipamento,

do que contratar um show um pouco mais caro dentro de SP ou RJ. A mudança para São Paulo melhoraria por causa da distância e do gasto. Simples. Não existe nada de preconcei-to. É mais a logística. Não tem nada a ver com a língua nem com o sotaque.

Se mudar seria uma boa sugestão para obterem o sucesso mais rapidamente, a banda Fresno o fez. Mudaram-se para a capital paulista e, com a ajuda da internet, fica-ram conhecidos nacionalmen-te. Na verdade não importa o local, e sim três fatores que farão uma banda decolar ou não: conceito, marketing e qualidade.

É preciso ter um con-ceito diferente, algo novo; deve ser bem feito, uma boa foto, CD bem preparado, bem empacotado, figurino bem selecio-nado e o principal: necessita-se de mui-ta divulgação. Prático e matemático.

Um outro músico gaúcho que é conhecido por todo o país é o reggaeiro Armandinho, que hoje mora em Santa Catarina, mas não saiu da Região Sul e, por força do seu trabalho, está fazendo sucesso por qualquer lugar que vá.

Fresno em um dos shows em Santo André: casa lotada

Woodstock brasileiro eduardo schiefelbein, lucas

roca e lucas KolTon.

ViTória faMerLURINGA/DIVULGAÇÃO

REPRODUÇÃO/LABJOR

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Os livros no cinema

Tornou-se comum ao longo da traje-tória cinematográfica a adaptação de obras literárias para as telas dos

cinemas. Não por um motivo qualquer: o público gosta de ver histórias lidas e imaginadas por eles contadas através dos olhos de grandes cineastas. O fato é que a literatura tem perdido espaço, tanto pela preguiça, quanto pela falta de tempo no cotidiano das pessoas. Essas adaptações ajudam a relembrar esse velho hábito e reviver antigas histórias já esquecidas pelo público.

Quem não se lembra da primeira adaptação da obra Lolita, de Vladimir Na-bokov, dirigida por Stanley Kubrick? A icô-nica cena da menina tomando banho de sol com os óculos escuros em formato de coração entrou para a história do cinema. Já no Brasil, Feliz Ano Velho mostra a vida do escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva após o acidente que o deixou tetra-plégico, de uma forma positiva. Prova que para viver, basta ter vontade.

Dentro das obras infanto-juvenis, a saga Harry Potter, que incentivou toda uma geração a se interessar pela leitura, ganhou ainda mais visibilidade quando foi adaptada. Assim como a saga Crepúsculo que, mesmo contando uma história clichê sobre vampiros, conquistou milhares de pré-adolescentes ao redor do mundo.

O mais novo livro a ser adaptado para o cinema é Comer, Rezar e Amar, de Elizabeth Gilbert. Protagonizado por Julia Roberts e tendo no elenco nomes como James Franco e Javier Bardem, o filme tem tudo para ser um sucesso de bilhe-terias.

As pessoas respondem melhor às imagens do que às palavras. No entanto, sempre haverá espaço para a literatura, pois as grandes histórias fazem parte da natureza humana, lembram as origens e instigam a imaginação.

QUANDO O VELHO VIRA NOVO Por falta de idéias, ou por saber da aceitação de certos filmes pelo público, os remakes estão em alta na indústria hollywoodiana. Veja alguns deles que irão entrar em cartaz nos próximos meses.

A Hora do Pesadelo − O assassino em série Freddy Krueger já ganhou várias versões no cinema. Primeiro foi A Hora do Pesadelo, de 1984. Depois, ele voltou para confrontar outro dos “astros” mais temidos da indústria do medo em Freddy VS. Jason, de 2003. O original ganhou uma refilmagem ainda no início deste ano. A direção fica no comando de Samuel Bayer, já consagrado no meio dos videoclipes de rock. O filme estréia no Brasil em maio. Não durma! Freddy está de volta.

Piranhas − O título já deixa claro o assunto do qual o filme trata. Piranhas é a refilmagem do clássico de terror Cult dos anos 70, onde peixes pré-históricos são libertados por um tremor no lago Victoria e passam a se alimentar da carne de humanos. O filme é despretensioso, não tenta ser algo que não é. E com certeza não é sério. Apelativo, mostra mulheres seminuas, mortes sangrentas e cenas de ação. Ideal para quem quer ir ao cinema se divertir sem ter que pensar muito. Estréia em agosto. (Priscila Marques e Marina Teixeira)

O FINAL DO SERIADO LOST O famoso seriado norte americano “Lost” já tem data para o seu fim. A emissora AXN transmitiu o último episódio da saga no Brasil no dia 25 de Maio, dois dias depois de ser exibido nos EUA. Após seis anos e seis temporadas de drama e suspense, os fãs da série terão de se acostumar com a ausência nas telas dos marcantes personagens Jack Shephard (Matthew Fox) e Kate Austen (Evangeline Lilly). (Lucas Kolton)

Qual (Con)vence?Internet X TV. “Brasileiros gastam

mais tempo com a Web”; “Tire a televisão de dentro do Brasil, e o país desaparece”. Entre esses fenômenos meios de comuni-cação, resta a pergunta: qual convence? Estudo realizado pela Deloitte (empresa de auditoria), mostra que o brasileiro pas-sa 32,5 horas semanais conectado na Web, contra 9,8 horas em frente à TV. Por quê? Interatividade, palavra que está em alta entre as mídias: o usuário pode controlar ações e a forma como o programa funcio-na. E é assim que a internet se apresenta: ela construiu o “internauta autoritário” que tem o poder de escolher o que quer na hora que bem entender. Não é apenas

um observador como na televisão. Nova atitude: a televisão quer

atrair de novo! Como? Atualização. A prin-cipal aposta desta mídia está no celular, onde se espera que 50 milhões de usuá-rios assistam TV aberta por ele. Boa con-corrência? Sim, divisão de públicos entre vários meios é sempre saudável e faz bem para a economia também! Espera-se que até junho de 2010 o consumo de internet ultrapassará o da televisão. Apesar disso, não há como negar que a TV já faz parte da cultura nacional, sempre ditou regras, comportamento, moda e formas de co-municação. E a internet ainda é “novata” entre os brasileiros, por incrível que pare-ça. Uma coisa é certa: a televisão não vai desaparecer por causa da web.

Harry Potter foi campeão de bilheteria

Gabriela brasil

Priscila Marques e Marina Teixeira

culturaREPRODUÇÃO/LABJOR

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As catástrofes naturais que ameaçam a população mundial Camila PiCCinini e laura Duro

O ser humano acredita poder con-trolar as forças da natureza. A prova contrária a isso são as ca-

tástrofes naturais como os terremotos, as enchentes, as erupções vulcânicas, a seca, os tornados. Mas será que pode-mos chamar de catástrofes? “Não exis-tem catástrofes naturais. Se um evento qualquer é considerado natural, então não pode ser catastrófico, a menos que se conceba a natureza como catastró-fica, o que seria um absurdo. Elas são humanas, a natureza tem muito pouca relação com isto”, defende Mario Leal Lahorgue, professor de graduação da Universidade Federal do rio Grande do Sul (UFRGS) e doutor em geografia.

Segundo o professor, as catás-trofes tendem a ser seletivas, pois não alcançam a população como um todo, e sim determinadas classes sociais. Ou seja, atingem majoritariamente os po-bres, e isso não é por acaso. São eles que moram nas áreas de risco, porque a economia de mercado não dá outra opção para quem não pode pagar pelo acesso à terra. Ele acredita que só existem “áreas de risco” pela falta de precaução humana, como na ocupação de encostas e várzeas sujeitas a alaga-mentos, por exemplo. “Essa ocupação dá-se quase que exclusivamente pelas classes mais baixas da sociedade”, ex-plica Lahorgue.

A desigualdade social fica evi-dente durante um desastre natural, quando se percebe, por exemplo, a di-ferença entre a proteção oferecida por uma casa de tijolos construída à beira de um rio e outra na área nobre da ci-dade. É por essa razão que os alaga-mentos e deslizamentos no sudeste do Brasil costumam desabrigar apenas os mais necessitados. Em abril desse ano, o efeito das fortes chuvas alagou toda a cidade do Rio de Janeiro, e não apenas as áreas das classes sociais mais baixas, o que contraria esse raciocínio.

Contudo, são os terremotos que se destacam por terem causado a maio-ria das mortes por desastres da última década. Eles representam uma impor-tante ameaça para milhões de pessoas

no mundo já que oito das dez cidades mais povoadas do planeta se encontram em cima de falhas geológicas, como ex-plicou Margareta Wahlstroem, Repre-sentante Especial das Nações Unidas,

no começo desse ano. Essa afirmação foi comprovada pelo caso do Haiti. Em 2010 o tremor ocorrido no país contri-buiu para o maior número de mortes anuais por causas naturais pertencente a um único evento, porque teve mais de 200 mil vítimas. Já no Chile, mes-mo a magnitude do terremoto sendo maior, o número de vítimas não passou de mil.

São diversos os eventos criados em busca do combate às mudanças cli-máticas forçadas pela ação humana. Um dos mais conhecidos é a Cúpula do Clima, onde os representantes de di-versos países reúnem-se em busca de soluções. Na opinião do professor “a Cúpula é bem vinda e tem conseguido mobilizar algum esforço para diminuir o problema”. Mas, segundo ele, “uma reversão verdadeira às mudanças cli-máticas só pode ser obtida acabando com sua principal causadora: a socie-dade produtora de mercadorias. Seria preciso achar um outro modo de pro-dução e de vida onde a natureza não seja encarada simplesmente como um ‛recurso‛“, finaliza Lahorgue.

Estragos foram visíveis após o maior terremoto da história do Chile

Desabrigados pelas chuvas no RJ

mundo

VLADIMIR PLATONOW/ABR

CAROLINA GONCALVES/ABR

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Armas nucleares: alerta para segurança mundial

Em novembro de 2009, o governo iraniano aprovou projetos para a construção de dez novas usinas de

enriquecimento de urânio. No inicio do ano, o chefe nuclear do Irã anunciou o início de duas dessas instalações ainda em 2010. Atualmente o país apresenta duas usinas, uma em Natanz e outra em Qom. Segundo o governo, o investimen-to é apenas para o setor energético.

Estados Unidos e aliados temem uma possível produção de bombas atô-micas por trás desse investimento. Re-centemente, Irã e Coréia do Norte fo-ram excluídos da nova doutrina nuclear americana. Segundo ela, Washington se compromete a não utilizar armamento atômico contra um país que não possui esse tipo de arma e que respeita as re-gras do Tratado de Não-Proliferação Nu-clear, criado em 1968.

Um grande número de espe-cialistas em segurança concorda que o terrorismo nuclear seja o risco mais

sério enfrentado atualmente pelos EUA. Acredita-se que destruir o material atô-mico é bem mais eficaz do que bloquear as fronteiras americanas.

O empenho global para reduzir a ameaça avançou durante o encontro da Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Wa-shington, nos dias 12 e 13 de abril, onde fora assinados acordos entre os países que objetivam destruir ou proteger os estoques de plutônio e urânio altamen-te enriquecidos existentes. A cúpula que reuniu 47 países, apresentou desafios diferentes para as nações participantes, mas com um interesse comum: construir um mundo mais seguro.

Os países concordaram que a ameaça terrorista nuclear é urgente e apoiaram a meta de guardar em lugar seguro, dentro de quatro anos, todo o material nuclear que pode ser utiliza-do na construção de armas atômicas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu a criação de um fun-do mundial de U$ 10 bilhões para a se-gurança nuclear do planeta.

Presidente Ahmadinejad (D) com ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge

DO APARTHEID À COPA DO POVO O assassinato do ativista Eugene Terre’Blanche na África do Sul, dois meses antes da Copa do Mundo, reavivou a lembrança da população sul-africana em relação ao regime de segregação racial que assolou o país por mais de 40 anos, o Apartheid. Em tempos de expectativa sobre a realização da primeira edição no continente do evento que consegue reunir países do mundo em torno de disputas pacíficas, faz-se lembrar o clima de preconceito que dominava o país.

Em 1948 os brancos de origem européia assumiram o controle político do país e instituíram uma lei que pregava a segregação racial. O Apartheid durou até 1990, quando o líder negro Nelson Mandela foi libertado da prisão – submetido desde a década de 60 devido as suas manifestações contra o regime. Durante o Apartheid, os negros eram impedidos de participar da vida política, não tinham acesso à propriedade da terra e eram obrigados a viver em zonas residenciais determinadas pelo governo. O casamento inter-racial era proibido e havia um controle da circulação de negros pelo país.

Para quem for à África do Sul, é recomendado visitar o Museu do Apartheid, em Johannesburgo. Fotografias, painéis e vídeos documentam conflitos, crimes políticos e movimentos estudantis. Apesar de existirem mais de 11 idiomas no país, o inglês é suficiente para a comunicação.

luana rossi e luiza lorentz

ENTENDA O TRATADO DE 1968O pacto tenta evitar uma guerra nu-

clear e instaurar normas para a utiliza-ção civil da energia nuclear.

Firmado em 1968, o acordo foi rati-ficado no final de 2002 por 188 países, inclusive as cinco grandes potências nucleares e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: EUA,

Reino Unido, Rússia, China e França. Índia e Paquistão, que realizam tes-

tes atômicos, não assinaram o tratado. Israel, que de acordo com informa-

ções dispõe de cerca de cem ogivas nu-cleares, não reconheceu publicamente possuir esse arsenal militar e também negou-se a assinar o tratado.

MARCELLO CASAL JÚNIOR/ABR

EMILY VISSER/MEDIACLUBSOUTHAFRICA.COM

Continente espera turistas com alegria

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políciaDenarc divulga apreensões no RSOnúmero de apreensões de drogas

aumentou no Estado, é o que afirma o diretordo Departamen-

to Estadual de Investigações do Narco-tráfico (Denarc), delegado João Banco-lini. “Apesar de a maconha ser a mais apreendida ainda, o crack aumenta seu poder a cada dia, não só nas classes mais baixas, como nas classes média e alta”, explicou. O último levantamento feito pelo departamento mostra que, em 2008, cerca de 150 quilos de crack foram apreendidos. No ano passado, o número de apreensões subiu para 266 quilos. Somente nos primeiros três me-ses, quase 42 quilos da droga já foram apreendidos (veja tabela ao lado).

O crack é uma variação da pasta base de cocaína, material que também pode se transformar no pó de mesmo nome. “O crack vem proporcionando um crescimento no poder e no lucro dos traficantes e aumentando o número de usuários, porque vicia rapidamente”, afirmou Bancolini. “Mas a gente tem que lembrar que quem bota essa má-quina para funcionar são os usuários. Quanto maior a demanda, maior a pro-cura, em consequência, aumenta o trá-fico”.

O diretor da Divisão de Investi-

gações do Narcotráfico (Dinarc) e res-ponsável pelo depósito, delegado Luís Fernando Martins Oliveira, diz que o crescimento do tráfico influencia tam-bém no aumento do número de outros crimes, como latrocínios e homicídios. “A pessoa de classe média que compra a droga contribui para que a roda da criminalidade gire, para que roubos se-jam feitos sob ação de drogas e acabem se tornando latrocínios e homicídios”.

O produto apreendido no Estado fica no depósito do Denarc até a libe-ração da Justiça. O número de inci-nerações realizadas no período de um ano é determinado pela quantidade de entorpecentes apreendidos pela Polícia Civil e Brigada Militar. Droga apreendida em Alvorada

LUTA CONTRA O NEONAZISMO

Segundo o delegado Paulo César Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, há grupos neonazistas em pelo menos quatro estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para-ná e São Paulo. Pregando a superiorida-de da raça ariana, esses grupos atacam fisicamente pessoas que eles conside-ram de raça inferior. “Nós, quando ma-tamos uma formiga, consideramos um ato normal, porque no nosso incons-ciente ela é uma subespécie. Pensamos a mesma coisa dos negros, judeus, ho-mossexuais e nordestinos”, já ouviu o delegado Jardim de membros detidos.

“Eles dizem que os negros e nordesti-nos são sempre pobres, assaltantes ou bandidos. São contra os homossexuais porque sua conduta será contra a lei de Deus. Alegam que os judeus compraram a imprensa mundial e os Estados Uni-dos. Sempre negam o holocausto”, diz o delegado. Punks, índios, deficientes físicos e comunistas também sofrem com o neonazismo.

No Estado, cerca de 25 pessoas já foram indiciadas ou denunciadas em decorrência dessa ideologia. Na Capi-tal, os lugares considerados de maior incidência de ataques são a Cidade Bai-xa e as proximidades da Avenida Oswal-do Aranha.

Mariana González

Del. Jardim, especialista no caso

ellen Dick

ELLEN DICK/LABJOR

ELLEN DICK/LABJOR

APREENSÃO DE DROGASAno Maconha Cocaína Crack Ecstasy LSD2008 3.931.717 138.955,36 150.099,48 1027 3522009 4.506.007,90 181.652,76 266.775,34 1450 1352010 100,51 3.247,00 36.258 144 840

INCINERAÇÃO DAS DROGASAno Maconha Cocaína Crack Haxixe2008 2.513.359,58 48.66,68 28.767,08 222,822009 6.067.299,73 110.570,91 96.925,22 318,63*Maconha, cocaína e crack – peso em gramas; Ecstasy – comprimidos; LSD – microponto – multiplicado por quatro dá o número de doses; Levantamento até o dia 13 de abril de 2010.

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Laboratório de Jornalismo

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Os efeitos da Lei Seca no Rio Grande do Sul

Desde que a Lei Seca foi implantada, há cerca de dois anos, o número de processos de suspensão da Cartei-

ra Nacional de Habilitação (CNH) abertos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) dobrou no Estado. Nos 21 meses anteriores à lei foram abertos 9.325 pro-cessos e nos 21 meses posteriores foram abertos 18.674. Nos dois anos que ante-cederam a lei seca, a participação dos casos de embriaguez nos processos de suspensão da carteira abertos pelo Detran ficava entre 38,6% e 40,8%. O número de processos por embriaguez saltou de 4.064 para 9.915. Desde a implantação da nova lei, de 18,6 mil processos de suspensão, os casos de embriaguez correspondem a 53% deles.

Até 19 de junho de 2008, eram ra-ros os casos em que o motorista era preso por dirigir embriagado, pois o Código de Trânsito Brasileiro tolerava no bafômetro 0,30 mg/l (miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões), o equivalen-te a 0,6 grama de álcool por litro no san-gue. A lei previa a suspensão do direito de dirigir por 4 ou 12 meses, e normalmente a menor pena era aplicada. Porém, a par-tir de 20 de junho de 2008, a tolerância ficou 3 vezes menor: a partir de 0,10 mg/l o motorista é multado em R$ 957,70 e so-

frerá processo de suspensão do direito de dirigir por um ano. Se o condutor do veí-culo chegar a 0,30 mg/l ou exceder esse valor, além de sofrer as mesmas sanções, ele estará sujeito a prisão em flagrante, com direito a fiança. Depois disso, ele po-derá responder o processo criminal com pena prevista de seis meses a três anos de detenção. Os números comprovam que a conscientização de não dirigir após beber ainda é muito pequena.

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Motorista só reage por medo de multa

QUAL É O LIMITE PARA PODER DIRIGIR? Para um copo de cerveja ou taça de vinho, que tem teor baixo de álcool, o tempo de eliminação pelo organismo é de cerca de seis horas, podendo variar de acordo com a rapidez com que a bebida foi ingerida, se foi acompanhada de comida, entre outros fatores. Já bebidas com teor elevado de álcool demoram mais. Uma dose de uísque pode ficar até 24 horas circulando pelo sangue. O motorista também pode ser pego pelo bafômetro se ingerir grande quantidade de um doce que contenha álcool.

CONHEÇA AS PENALIDADES DA LEI A Lei 11.705, a “Lei Seca”, entrou em vigor em 20 de junho de 2008 e proíbe o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por motoristas. Com a lei, quem for pego excedendo o limite de 0,2 grama de álcool por litro de sangue paga multa de R$ 957, perde a carteira por um ano e tem o carro apreendido. Quem for apanhado no bafômetro com mais de 0,6 grama de álcool por litro de sangue (equivalente a três latas de cerveja) pode ser preso.

Patrícia JarDiM e caroline Dickel

Aumentam crimes contra os idosos

A preocupação com o idoso cresce paralela-mente às agressões. Tem sido notável o surgimento e intensificação de serviços em prol dos idosos no Brasil desde a aprovação do Estatuto do Idoso, em setembro de 2003, mas as agressões parecem continuar. Apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), dos 93 mil idosos que são internados anualmente, 26 mil são devido a agressões e violências.

Dados divulgados recentemente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e por uma pesquisa reali-zada pelo governo mostram a gravidade do problema. Segundo a Delegacia do Idoso, 12% dos 18 milhões de idosos do país já sofreram algum tipo de agressão.

E 60% das vítimas de agres-são à terceira idade são as mulheres. Os ataques são cometidos por vizinhos, fa-miliares e, em 54% dos ca-sos, pelos próprios filhos. As agressões abrangem vio-lência física, negligência,

abandono, uso indevido do dinheiro, vio-lência sexual e violência psicológica.

Devido à maior seriedade em rela-ção ao serviço e às penas, cada vez mais os idosos têm denunciado os crimes e as delegacias estão cada vez mais cheias.

Os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas - 8,6% da população total do país. O envelhecimento do povo brasileiro, re-flexo do aumento da expectativa de vida e da redução da taxa de natalidade, tor-na a denúncia e o combate a esses crimes cada vez mais importante.

thiaGo zahreDDine

IAN BRITTON/DIVULGAÇÃO

DENUNCIE!Disque-Idoso

(0800-644-1401)Delegacia do Idoso

(51) 3225-5304

TIPOS DE ABUSO•Físico•Sexual•Emocional/psicológico•Exploração material/financeiro• Abandono•Negligência.

Negligência e o tipo mais frequente de maus tratos aos idosos (48,7%), seguido do abuso emocional/psicológico (35,5%), abuso financeiro (30,2%) e abuso físico (26,6%).

Os filhos eram os principais perpetradores(47,3%), seguidos dos cônjuges (19,3%), outros familiares (8,8%) e netos (8,6%).

polícia

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Laboratório de Jornalismo

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Adversários da Seleção Nosso primeiro adversário é um

mistério. A Coréia do Norte, ape-sar de ser cotada como fraca,

pode surpreender, pois foi assim que ela ficou conhecida. Na única Copa em que a seleção participou (1966), mar-cou seu nome na história. A pequena seleção asiática desbancou a forte Itá-lia, por 1 a 0. A Coréia foi eliminada nas quartas de final, contra Portugal, onde Eusébio se destacou marcando in-críveis 4 gols, numa virada histórica, 5 a 3, quando os asiáticos venciam por 3 a 0. Seu principal jogador é o goleiro Ri Myong-Guk, que justificou a confiança da nação, contra a Arábia Saudita, no empate em 0 a 0, na última partida das eliminatórias. Na preparação para a Copa, os nortecoreanos empataram em 1 a 1 com a Venezuela.

Classificada em 10 de outubro de 2009, a Costa do Marfim jogará a Copa representando a maior seleção do continente sede da competição. Mesmo com os nomes de Nigéria e Camarões sendo os mais visados pela história das copas, a seleção de Abdijan se apre-senta como uma equipe a ser temida. A maioria de seus jogadores são desta-ques em seus clubes, grande parte eu-ropeus. Os principais jogadores são Di-dier Drogba, Salomon Kalou (Chelsea) e os irmãos Touré, Kolo e Yaya. Assim como a Coréia do Norte, esta será a segunda Copa desta seleção, e nova-

mente a equipe africana encontra-se no grupo da morte. Em seu jogo mais recente, decepcionou ao ser derrotada por 2 a 0 pela Coréia do Sul.

Colonizador e ex-colonizado, Portugal chega à África do Sul com a esperança de fazer um bom mundial, mesmo se classificando na repescagem contra a Bósnia. Na última competição, mostrou-se forte, terminando em quar-to lugar. Além do confronto com Brasil, o jogo contra a equipe nortecoreana

terá um gosto especial, pois o último embate dos dois times em copas foi fantástico. A seleção tem grandes joga-dores que podem buscar não só a taça de campeão, mas também a novidade da competição: o anel de melhor joga-dor. Cristiano Ronaldo, Nani e Deco são boleiros habilidosos que podem decidir grandes partidas. A curiosidade da se-leção portuguesa é o fato de ter em seu elenco 3 jogadores brasileiros naturali-zados: Deco, Liédson e Pepe.

Cristiano Ronaldo, parceiro de Kaká no Real, será o maior adversário do Brasil

AS NOVIDADES DA COPA

É a primeira vez que o maior evento esportivo do futebol será reali-zado no continente africano, na parte denominada subsaariana (África negra). A Copa do Mundo se hospeda no país mais desenvolvido: a África do Sul, que apresentou o apartheid ao mundo e teve a honra de receber a Copa.

Cada nação poderá definir seus melhores 23 jogadores para representá-los a partir do dia 10 de junho, e dentre esses 736 jogadores existem alguns des-taques que prometem fazer desta a me-lhor Copa de todas. Os principais nomes da competição são Messi (Argentina), Cristiano Ronaldo (Portugal), Kaká (Bra-

sil), Fernando Torres (Espanha) e Rooney (Inglaterra).

As principais novidades serão as premiações ao melhor jogador e aos campeões, uma ideia levada pelo em-presário colombiano Ricardo Sotelo. Assim como na Associação de Basquete Norteamericana, a NBA, a equipe que se sagrar campeã receberá anéis de platina incrustados com esmeraldas.

É difícil prever se o torneio de 2010 entrará para história com a fama de Copa mágica, como foram as de 1970 (o tri campeonato brasileiro com um elenco de estrelas) e 1974 (carrossel ho-landês que parou apenas na final contra o Kaiser Franz Beckenbauer), ou chata como a de 1990.

AirAn Albino

Premiação será novidade na África

AirAn Albino

REPRODUÇÃO PÁGINA JORNAL MARCA/LABJOR

DAVID R. ANCHUELO/REALMADRI.COM

esporte

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RAMON FERNANDES/ASCOM

esporte Laboratório de Jornalismo

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Parque Esportivo da PUCRS é referência nacionalCom poucos anos de funcionamento,

o Parque Esportivo da PUCRS já ga-nhou notória reputação no Brasil e

fora dele. Não é à toa. Consegue reunir em um mesmo local, espaços reservados aos mais distintos esportes, desde o des-conhecido squash até o universal futebol. E tudo isso com uma infraestrutura de dar inveja, tanto que já recebeu treinos da dupla Gre-Nal e da Seleção Brasileira, além de outros times e campeonatos de outras modalidades.

O complexo conta com um está-dio de futebol com campo de dimensões oficiais, quadras de tênis e pista de cami-nhada e um prédio de nove andares com piscinas, quadras poliesportivas, e áreas para ginástica olímpica e artes marciais. Além disso, possui um auditório para 210 lugares, laboratório de informática, en-tre outros. Isso reafirma as linhas de ges-tão da administração da Universidade, baseadas na qualidade, na inovação, no empreendedorismo e no relacionamento com a sociedade.

Zé Alberto Andrade, jornalista da Rádio Gaúcha, que já esteve várias vezes no Parque e realizou várias cober-

turas internacionais, constatou a impo-nência da estrutura. “Quem dera todas as universidades tivessem um complexo esportivo como o da PUCRS. Felizes dos universitários, mas ganharia o esporte como um todo, independente do vínculo com a instituição. É um ganho para a co-letividade”, afirmou.

Para ele, a estrutura do Parque Esportivo é completa quanto à formação de um esportista. “É o equipamento ide-al para o desenvolvimento do atleta no

nível universitário, visando aprendiza-do acadêmico. Cria, em minha opinião, uma obrigação - um compromisso - de ser acompanhado por um projeto de forma-ção de atletas de alto rendimento. Quem tem uma pista, um campo, ginásios, pis-cina nestes moldes, tem que investir para - seguindo modelos internacionais - levar o nome da instituição para campeonatos estaduais, nacionais, internacionais e se alçar, porque não, a um sonho olímpico”, completa Andrade.

Tomada aérea do complexo Esportivo mostra toda sua grandiosidade

Soluções que surgem da base Gre-Nal

Confiar na experiência ou apostar na juventude? A cartilha do futebol re-comenda a fusão entre ambos para um modelo ideal de equipe. Entretanto, é cada vez mais significativo o número de jovens atletas que são promovidos pelos grandes clubes brasileiros a cada ano. Promover para o time principal jogadores oriundos das categorias de base, além de reconhecer o crescimento profissional, faz com que os jovens atletas fiquem a par das particularidades individuais e do grupo principal.

A molecada das categorias de base conquistou seu espaço definitivo a partir de 2002, ano em que o Santos Futebol Clube foi campeão brasileiro com uma equipe recheada de atletas desconheci-dos que surgiu para o futebol após uma crise financeira do clube. Os “Meninos

da Vila” - como depois ficaram conheci-dos - despontaram naquele momento de dificuldade do clube como grandes joga-dores. E apesar da pouca idade, tiveram responsabilidade suficiente para condu-zir o time ao título (a equipe ainda foi vice-campeã da Copa Libertadores em 2003) e recuperar o prestígio perdido.

Com a dupla Gre-Nal não é dife-rente. No primeiro semestre de 2010, Grêmio e Inter tiveram entre sua equi-pe principal vários jogadores oriundos das categorias de base. No time tricolor, Mithyuê, Mário Fernandes, Neuton, Mayl-son e Bergson subiram.

Do lado alvi-rubro, Walter, Juan, Taison e Josimar foram promovidos da base. Por sinal, impressiona a capacida-de da Dupla não em revelar bons joga-dores, mas em promover craques como Lucas, Rafael Sóbis, Alexandre Pato e Anderson.

Grêmio comemora o Brasileiro Sub-20

Inter levou o primeira brasileiro Sub-20

André PAsquAli

Pedro TrindAde

ASSESSORIA/GRÊMIO

JULIANO SOARES/INTERNACIONAL

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Laboratório de Jornalismo

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“O Internacional está rigorosamente dentro do cronograma apresentado”

entrevista

Daqui a quatro anos será a vez do Brasil sediar a Copa do Mundo. No Rio Grande do Sul, o estádio escolhido para receber jogos da Copa foi o Beira-Rio. Para saber como estão as obras no estádio do Internacional, entrevistamos o Vice-Presidente do Clube, Pedro Affatato.

Lab - O Inter está seguindo o cro-nograma de obras corretamente? O que diz nesse cronograma?

Affatato - O nosso cronograma de obras, que foi apresentado para o pessoal da Fifa, apresenta numa fase inicial, ape-nas projetos. O Internacional está rigoro-samente dentro do cronograma apresen-tado, todos os projetos que entendemos necessários para que as obras comecem, já estão concluídos, alguns projetos estão em fase de aprovação e outros já estão aprovados. O cronograma está sendo atendido corretamente, dentro daquilo que apresentamos para a Fifa. Não são obras físicas. Quando se fala em obras, temos que entender que antes da obra, vem o projeto.

Lab - Por que o estádio dos Euca-liptos não foi vendido ainda?

Affatato - Os Eucaliptos tinha uma série de pendengas judiciais. Nós conseguimos transferir essas pendengas para outro patrimônio do clube, e isso já está em fase final, dependendo apenas da aprovação do juiz. Para nós isso não importa porque esse recurso tem que vir casado com o início das obras. Não é a venda dos Eucaliptos que está atrasando o início das obras.

Lab - Beira-Rio será interditado durante as reformas?

Affatato - Nós desenvolvemos um projeto onde a parte de execução não interfere na vida do clube, principalmen-te em dia de eventos. Vamos executar o projeto sem muitas intervenções. Talvez algum setor do clube em algum período

seja interditado, mas dificilmente isso vai atrapalhar a vida do clube.

Lab - Como os torcedores irão conviver com o estádio em obras no dia dos jogos?

Affatato - A obra mais complexa e mais expressiva é a cobertura. Ela é total-mente fora do estádio, toda a estrutura será feita fora das quatro linhas do está-dio. Talvez tenhamos alguma interferên-cia quando mexermos nas arquibancadas inferiores, mas nós vamos setorizar uma área da arquibancada, que será interdi-tada e depois será substituída para outras áreas. Isso não afetará em nada no uso do estádio para a realização de eventos.

Lab - Após o fim das obras, qual será a capacidade total do Beira-Rio?

Affatato - 60 mil lugares.

Lab - O torcedor da Popular, que fica pulando o jogo inteiro, terá um es-paço apropriado para fazer a sua festa e pendurar as suas faixas?

Affatato - Eu acredito que sim. Primeiro temos que fazer duas distinções. Copa do Mundo e depois o estádio para uso do Internacional. Para a Copa deve ter acento para todos, todo mundo terá que ficar sentado, não tem torcida or-ganizada. É um padrão que a Fifa exige. Mas para o uso doméstico, nada impede de criarmos um setor diferenciado para atender as exigências que uma torcida organizada precisa para se manifestar e fazer a festa que estão acostumados a fa-zer em dias de jogos.

Lab - O prazo inicial para que o estádio Beira-Rio esteja pronto para receber jogos da Copa do Mundo é 31 de dezembro de 2012. Esse prazo será cumprido?

Affatato - Tem que ser cumprido, caso contrário não poderemos sediar a Copa das Confederações. O nosso objeti-vo é chegar nessa data com o estádio e o seu em torno totalmente adequado ao que a Fifa exige.Leia a íntegra dessa entrevista no blog: http://jaegereklein.wordpress.com/

A obra mais complexa é a

cobertura, feita fora do estádio

Affatato (E) com Vitório Piffero e o Ministro de Esportes Orlando Silva

MArcel KleinDIVULGAÇÃO/INTERNACIONAL

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O esporte ao alcance de todosAprender a lidar com problemas e

erros, tomar decisões, desenvol-ver o espírito esportivo e respon-

sabilizar-se pelas próprias ações: tudo isso é proporcionado pelo tênis, esporte escolhido pelo fotógrafo Marcelo Rus-chel, para realizar um projeto social em Belém Novo, na Zona Sul de Porto Ale-gre. Batizado de WimBelemDom e cria-do em 2001, ainda sem a presença de crianças, foi concretizado juntamente com Suzana Bertoni, que ministra aulas de tênis nos Estados Unidos em um pro-jeto similar.

Com uma quadra de saibro, dois vestiários — um masculino e um femi-nino — e um espaço para atividades como “Hora da Leitura” e aulas de In-glês (atualmente suspensas por falta de professores), WimBelemDom conta com 64 alunos entre 8 e 17 anos, divi-didos em turnos de manhã e tarde. Ob-jetivando principalmente desenvolver a autoestima, confiança e disciplina das crianças, tirá-las das ruas, mantê-las na escola e ampliar a sua visão de mundo, uma vez que a maioria está em situação de risco social, o projeto é sustentado através de doações e do apoio de grandes empresas que acredi-

tam neste trabalho.Os encontros acontecem apenas

duas vezes por semana, devido à fal-ta de pessoas que estejam dispostas a encarar a distância e entender o real valor do voluntariado. A ausência de apoio pisco-pedagógico muitas vezes dificulta o desenvolvimento dos alunos, porém, apesar dos problemas, eles são incentivados ao comprometimento não somente em relação ao projeto, mas

também com suas outras atividades.Para Luciane Barcelos, coorde-

nadora do WimBelemDom, embora os jovens participem de alguns campeo-natos, “a principal ideia do programa não é formar atletas profissionais, e sim cidadãos de verdade”. Para este ano, os organizadores buscam par-cerias para a realização de cursos de Educação Ambiental, inclusão Digital e Línguas Estrangeiras.

Crianças da comunidade aprendem os fundamentos do tênis gratuitamente

FUTEBOL FEMININO GANHA ESPAÇO

O futebol feminino é um esporte que, apesar de antigo, vem ganhando espa-ço no Brasil. A primeira par-tida de futebol entre mu-lheres aconteceu em 1896, entre Inglaterra e Escócia. No nosso país, o primeiro jogo foi realizado em 1921, em São Paulo. Essa prática era vista com preconceito pela sociedade. Atualmen-te, com as conquistas internacionais, é mais divulgada e aceita pelo público.

O destaque de jogadoras como Marta e suas companheiras incentivou muitas meninas a procurarem escolas de futebol. Duda, ex-jogadora do In-ternacional de Porto Alegre, Milan e Verona, da Itália, começou a dar aula

e fundou sua própria instituição de fu-tebol feminino. Com essa iniciativa, as alunas têm a oportunidade de disputar campeonatos e aprimorar muito a téc-nica .

Para Luciano Branchi, professor da Escola de Futebol da Duda, o prin-cipal empecilho nessa prática é a falta

de investimentos. “As meninas se dedicam e são persistentes, apesar das dificuldades”, res-salta. Outro obstáculo enfren-tado pelas jogadoras é a falta de apoio da família, conforme diz Carolina Moraes, 16 anos, que pratica o esporte desde os 11. “Meus pais não acreditam que o futebol feminino dê futu-ro”, desabafa.

Como prova do cresci-mento desse esporte, em 1991 foi realizada a primeira Copa do Mundo de Futebol Femini-

no, organizada pela FIFA, vencida pe-los Estados Unidos. Em 2007, o Brasil chegou à final do campeonato, perden-do o título para a Alemanha. Apesar desse avanço, essa é uma prática ainda pouco reconhecida e que necessita de maior divulgação para que as meninas não desistam de seus objetivos.

Alunas da Galvão Sports jogam duas vezes por semana

AnnA VeigA e luízA Pozzobon

AnnA VeigA e KATherine d’ÁVilA

KATHERINE D’ÁVILA/LABJOR

MARCELO RUSCHEL/DIVULGAÇÃO

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