laboratorio de fenomenos de transporte 1
DESCRIPTION
Laboratorio de fenomenos de transporte 1 - aula praticaTRANSCRIPT
Universidade Federal de Goiás
Escola de Agronomia
Graduação em Engenharia de Alimentos
PERDA DE CARGA E COMPRIMENTO EQUIVALENTE
Disciplina: Laboratório I de Fenômenos de Transporte e Operações Unitárias
Prof.: Maria Assima Bittar Gonçalves
Alunas: Aryane Nakashima Silva 113412
Barbara Machado Rodrigues103323
Taynara Alvares Martins 113459
Goiânia
Março, 2015
1. INTRODUÇÃO
Perda de carga pode ser definida como sendo a perda de energia que o fluido
sofre durante o escoamento em uma tubulação. É a resistência ao escoamento devido ao
atrito entre o fluido e a tubulação, mas que pode ser maior ou menor devido a outros
fatores tais como o tipo de fluido (viscosidade do fluido), ao tipo de material do tubo
(um tubo com paredes rugosas causa maior turbulência), o diâmetro do tubo e a
quantidade de conexões, registros, existentes no trecho analisado (FOX, 2008).
As perdas de cargas normais ocorrem ao longo de um trecho de tubulação
retilíneo, com diâmetro constante. Se houver mudança de diâmetro, muda-se o valor da
perda de carga (FOX, 2008).
As perdas de carga acidentais ou localizadas são as perdas que ocorrem nas
conexões (curvas, derivações), válvulas (registros de gaveta, registros de pressão) e nas
saídas de reservatórios. Essas peças causam turbulência, alteram a velocidade da água,
aumentam o atrito e provocam choques das partículas líquidas (MUNSON, 1998).
As perdas de carga dos acessórios de uma tubulação decorrem da separação de
uma camada do escoamento e da formação das correntes de Eddy. As correntes de Eddy
transformam a energia mecânica em energia cinética e esta se converte em calor que se
dissipa. Essas perdas são denominadas perdas localizadas(MUNSON, 1998).
Sob o ponto de vista da perda de carga, uma canalização composta de diversas
peças especiais e outras singularidades equivale a um encanamento retilíneo de maior
comprimento. É nesta simples ideia que se baseia o método do comprimento virtual. O
método consiste em se adicionar ao comprimento real da tubulação um comprimento
extra (o chamado comprimento equivalente), que corresponde ao mesmo valor de perda
de carga que seria causado pelas peças especiais que compõem a tubulação. Desta
forma, cada singularidade da tubulação corresponde a um certo comprimento fictício
adicional de tubo, que recebe o nome de comprimento equivalente (MUNSON, 1998)..
A perda de carga total ao longo de uma canalização é o resultado da soma das
perdas de carga ao longo dos trechos retilíneos (perda de carga contínua) com as perdas
de carga nas conexões e peças especiais (perda de carga localizada) (MUNSON, 1998).
2. OBEJTIVOS
Informar os conceitos básicos sobre perda de carga de tubulações e acessórios
(perda de carga localizada e pelo comprimento equivalente), para que esses conceitos
possam ser utilizados no dimensionamento de bombas e tubulações diversas.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
- Tubos PVC liso
- Manômetro
- Válvulas
- Paquímetro
- Registros
- Cronômetro
Métodos
Em um reservatório de água, conectou-se tubos de PVC, formando um sistema por
onde circulou-se água. Para efetuar o bombeamento utilizou-se uma bomba, onde esta
succionou a água de um reservatório, bombeando-a novamente para o mesmo. Em cada
uma das vezes medidas, utilizou-se um percurso, onde cada um desses tinha válvulas
diferentes e distâncias diferentes, proporcionando perdas de cargas diferentes.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na tabela 1 se encontram os dados obtidos no experimento, tais informações são
de grande importância para se calcular a vazão e as perdas de carga nos trechos 1 e 2,
respectivamente.
Tabela 1 – Dados obtidos no experimento
Comprimento
do trecho reto
(m)
Pressão
de
entrada
Pressão
de saída
(psi)
Volume
(m3)
Diâmetro (m)
Trecho
1
5,34 6 4 0,022 0,018
Trecho
2
8,12 7 5 0,022 0,018
O cálculo da vazão dos trechos 1 e 2 foram obtidas pela Equação 1, sendo que o
tempo utilizado em ambos os trechos foi de 60 segundos.
Q = V / t (Equação 1)
Onde,
Q = Vazão volumétrica (m3/s);
V = Volume (m3);
t = tempo (s);
Antes de se calcular a perda de carga, necessitamos encontrar a velocidade que
foi obtida através da Equação 2.
v = 4.Q / π.D² (Equação 2)
Onde,
v = Velocidade (m/s2);
Q = Vazão volumétrica (m3/s);
D = Diâmetro do tubo (m);
Após determinada a velocidade, podemos obter o número de Reynolds (Re)
através da Equação 3.
Re = v.D / Viscosidade cinemática (Equação 3)
Onde,
Re = Número de Reynolds;
D = Diâmetro do tubo (m);
Viscosidade Cinemática = (m2/s);
A viscosidade cinemática utilizada no cálculo de ambos os trechos foi de
1,02x10-6 m2/s, viscosidade esta designada para a água (fluido utilizado nos dois
trechos).
Com o número de Reynolds determinado, devemos encontrar o fator de atrito
dos trechos 1 e trecho 2.
Os resultados obtidos da vazão volumétrica, velocidade, número de Reynolds e
fator de atrito se encontram na Tabela 2.
Vazão
Volumétrica
(m3/s)
Velocidade
(m/s)
Número de
Reynolds (Re)
Fator de atrito
(f)
Trecho 1 3,66x10-4 1,438 25376,47 0,06
Trecho 2 3,66x10-4 1,438 25376,47 0,06
Tabela 2 – Dados obtidos através dos cálculos das Equações 1, 2 e 3
Como podemos observar na Tabela 2, os dados encontrados para vazão
volumétrica, velocidade, número de Reynolds e fator de atrito para o trecho 1 e o trecho
2 são iguais. Isso se deve ao fato de que os tubos utilizados em ambos os trechos foram
iguais (ou seja, o diâmetro é igual), os volumes encontrados para ambos os trechos
também foram iguais, bem como a viscosidade cinemática, já que o fluído utilizado
(água) foi o mesmo.
Com os dados obtidos na Tabela 2, podemos encontrar as perdas de carga sem
acessório e com acessório através das Equações 4 e 5.
ΔHAC = ƩK.v2 / 2.g (Equação 4)
Onde,
ΔHAC = Perda de carga com acessório (m);
ƩK = Somatório dos acessórios;
v = velocidade (m/s2);
g = gravidade (m/s2);
ΔHt= f. (L/D). (v2/2.g) (Equação 5)
Onde,
ΔHt= Perda de carga sem acessório (m);
f = fator de atrito;
L = Comprimento do tubo (m);
D = Diâmetro do tubo (m);
v = Velocidade (m/s2);
g = Gravidade (m/s2);
Na tabela 3 estão contidos os resultados obtidos para a perda de carga com e sem
acessórios.
Tabela 3 – Dados obtidos pelos cálculos das Equações 4 e 5
Perda de Carga com
acessório (m)
Perda de carga sem
acessório (m)
Trecho 1 2,09 1,88
Trecho 2 2,59 2,85
Ao se observar a Tabela 3, foi verificado que o valor da somatória de acessórios
interfere diretamente no aumento da perda de carga do sistema. No trecho 2, o número
de acessórios foi superior ao do trecho 1, e por essa razão a perda de carga do trecho 2
foi superior ao do trecho 1.
Devemos enfatizar inclusive, que o tipo de acessório (e não somente a
quantidade de acessórios) é completamente relevante. Por exemplo, o valor de K para o
cotovelo equivale à 1,2 e para a válvula gaveta equivale a 0,2. Ou seja, o que interfere
não é somente a quantidade de acessórios, mas sim o seu valor de carga localizada.
Neste caso, o trecho 2 possuiu 4 cotovelos a mais quando comparado ao trecho 1,
aumentando consideravelmente o valor de sua perda de carga.
Através dos dados da Tabela 3, podemos obter a perda de carga total para cada
trecho através da Equação 6.
ΔHtotal= ΔHAC + ΔHt(Equação 6)
Onde,
ΔHtotal= Perda de carga total (m);
ΔHAC= Perda de carga com acessório (m);
ΔHt= Perda de carga sem acessório (m);
hf 1-2 = Z1 – Z2 + ( P1−P2γ ) , (Equação
7)
Onde,
hf1-2 = Perda de carga total dos trechos 1 e 2 (m);
Z1 = Altura inicial;
Z2= Altura final;
P1 e P2 = Pressão de entrada e saída, respectivamente;
ϒ= Peso especifico da agua
Na tabela 4 se encontram os dados encontrados de Perda de Carga totais dos
trechos 1 e 2, calculados utilizando as equações 6 e 7 (Equação de Bernoulli), para
comparação dos resultados obtidos.
Tabela 4 – Dados obtidos através da Equação 6
Perda de Carga Total
ΔHtotal(m)
Perda de Carga Total de
acordo com a equação de
Bernoulli
Trecho 1 3,97 1,86
Trecho 2 5,44 2,38
Através dos dados obtidos da Tabela 4, podemos observar que quanto maior é o
comprimento de uma tubulação, maior será seu número de acessórios e
consequentemente, maior será sua perda de carga total. Com relação aos valores obtidos
pela equação 7 (Equação de Bernoulli), o trecho 2 por apresentar um comprimento
maior e somatório de acessórios superior ao do trecho 1, também obteve uma maior
perda de carga, as diferenças encontradas nos valores obtidos de acordo com a Equação
de Bernoulli em relação aos valores obtidos utilizando a equação 6, podem ser
atribuídos a erros no momento da realização do experimento, bem como ao fato de a
medição das pressões não terem sido extremamente precisas.
5. CONCLUSÃO
Quando se analisa as perdas de carga total com relação a equação 6 e a equação
de Bernoulli, conclui-se que no trecho 2 as perdas de carga foram superiores ao do
trecho 1 devido à superioridade de seu comprimento e consequente maior utilização de
acessórios, quanto aos resultados obtidos por meio da equação 6 apresentarem
diferenças em relação aos obtidos pela equação de Bernoulli, as variações se devem a
possíveis erros operacionais. Por essa razão, os resultados obtidos estão de acordo com
o esperado (quanto maior é o grau de perdas localizadas -acessórios- maior será a perda
de carga do sistema).
6. RFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOX, R. W., MCDONALD, A. T., PRITCHARD, P. J. Introdução a Mecânica
dos fluidos. 6° edição. Editora LTC, 2008.
MUNSON, B. R. et al. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos. vol II. São
Paulo, Editora Edgard Blücher Ltda., 1997.