kelly poliane rodrigues calibraÇÃo demodelo hidrÁulico para monitoramento de … · 2017. 6....

68
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA: ESTUDO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ MARINGÁ - PR 2013

Upload: others

Post on 26-Oct-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

KELLY POLIANE RODRIGUES

CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO D E REDES

DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA: ESTUDO DA REDE DE DISTRIBU IÇÃO DE ÁGUA

DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

MARINGÁ - PR

2013

Page 2: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

2

KELLY POLIANE RODRIGUES

CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO D E REDES

DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA: ESTUDO DA REDE DE DISTRIBU IÇÃO DE ÁGUA

DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana – Linha de pesquisa: Planejamento e Gestão de Sistemas Urbanos, da Universidade Estadual de Maringá como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia Urbana.

Orientador: Prof.Dr. Sandro Rogério Lautenschlager

MARINGÁ - PR

2013

Page 3: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

3

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO ( CIP)

BCE – UEM.

Page 4: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

4

FOLHA DE APROVAÇÃO

Page 5: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

5

Aos meus pais, Ilva e Osmair, por todo o carinho

que me deram e princípios que me ensinaram, e à

minha irmã, Danieli.

Ao Vinícius, pelo seu amor, amizade e

companheirismo.

Page 6: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela proteção e cuidado em todos os momentos da minha

vida.

Ao Professor Dr. Sandro Rogério Lautenschlager que me mostrou, com

humildade, o sentido da palavra mestre. Agradeço por sua atenção, dedicação e

paciência na orientação e ensino acadêmico e profissional.

Aos Professores Dr. Paulo Fernando Soares, Dr. Roberto Cruz Lessa e Dra.

Linnyer Beatriz Ruiz pelas valiosas contribuições no exame de qualificação, quando

esse trabalho tinha o propósito de implantar uma rede de sensores na Universidade

Estadual de Maringá (UEM) para fazer o monitoramento em tempo real da rede de

distribuição de água.

Ao Me. Rodrigo Fernandes Junqueira, pelo auxílio nas diversas fases da

pesquisa.

À Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR,em especial a André

Luiz Loureiro Martins, por sua prestatividade e prontidão na instalação dos

equipamentos da pesquisa. Agradeço também ao Sr. Sérgio Júnior Vieira de Souza,

coordenador de manutenção de redes da Unidade Regional de Maringá (URMA),

pela disponibilização de equipamentos e pessoal para a coleta de dados.

Ao Instituto de Tecnologia e Ciência Ambiental – ITCA pela aquisição do

medidor de vazão e transdutores de pressão.

Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, em especial ao

coordenador Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto. Ao Douglas, por sua prontidão e

ajuda em todos os momentos. Também deixo aqui meu agradecimento ao Juarez

por sua presteza e solicitude, sempre com bom humor e ânimo.

À Universidade Estadual de Maringá. Destaco a grande colaboração e

interesse da Prefeitura do Campus Universitário (PCU), seja na disponibilização de

material ou pessoal. Muito obrigada a todos os funcionários coloboraram para a

pesquisa.

Page 7: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

7

À minha família, pelo amor incondicional, apoio e por serem os alicerces da

minha vida. Eu não chegaria em lugar algum se vocês não tivessem me motivado

nas horas fáceis e me apoiado nas horas difíceis.

Ao meu namorado, Vinícius, pelo companheirismo, carinho, incentivo e

compreensão. Sou grata por seu inestimável apoio, que foi fundamental durante o

mestrado.

Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos, que me acompanharam

durante o mestrado, alguns perto outros um pouco mais distantes, mas sempre

presentes. Em especial à Rady (Rayra), Diana, Xinelo (Diego), João, Larissa, Taís,

Priscila, Caroline, Camila, Taysa e Elias. Carolis, Jana e Thaís, sempre perto!

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –CAPES e

à Fundação Araucária, pela concessão de bolsa de estudos durante a pesquisa.

Por fim, meus sinceros agradecimentos a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para este trabalho.

Page 8: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

8

“A ambição da ciência não é abrir a porta do

saber infinito, mas pôr um limite ao erro

infinito”.

Bertolt Brecht

Page 9: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

9

RESUMO

Os sistemas públicos de abastecimento de água são responsáveis por suprir a

demanda hídrica em quantidade, qualidade e pressão satisfatórias para o consumo

da população e das indústrias. A expansão da rede e o aumento do consumo per

capita são fatores que possibilitaram que os sistemas de distribuição de água se

tornassem cada vez mais intrincados, e sua gestão mais complexa. Dessa forma, a

gestão das redes distribuidoras de água tem se tornado um desafio, pois esta é uma

atividade complexa que requer uma grande quantidade de informações para

monitorá-la, em busca da melhoria na eficiência e eficácia ao atendimento nos

padrões de qualidade da água, do retorno efetivo em melhorias na infraestrutura de

abastecimento e a busca pela sustentabilidade. Nesse sentido, o suporte dado pela

aplicação da modelagem matemática pode ser uma ferramenta auxiliar eficaz para

gestão e controle operacional de redes, podendo propiciar muitos benefícios. Assim,

este trabalho tem objetivo deutilizar medidores de pressão e vazão instalados na

rede de distribuição de água do Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá

(UEM) para fazer a calibração do modelo hidráulico.Foi instalado um medidorde

vazão eletromagnético logo após a caixa de armazenamento e para a medição da

pressão foram instalados quatro dataloggers para recolhimento dos dados para a

calibração do modelo hidráulico no software WaterGEMS v8.0ida Bentley Systems.

Mesmo que o modelo hidráulico tenha sido eficaz para determinar os ajustes de

vazão nos pontos monitorados, em dois dos quatro pontos a diferença entre os

dados observados dos dados otimizados teve um percentual elevado. Por isso,

recomenda-se que sejam realizados mais estudos de campo no sentido de entender

melhor o motivo dessas diferenças.

Palavras-chave: calibração de modelos, algoritmos genéticos, sistema de

distribuição de água, gerenciamento de redes, modelagem matemática.

Page 10: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

10

ABSTRACT

The public systems of water supply are responsible for meeting the water demand in

quantity, quality and pressure satisfactory for domestic consumption and industries.

The network expansion and increase in per capita consumption are factors that

enabled the water distribution systems become increasingly intricate, and its

management more complex. Therefore, the management of water distribution

networks has become a challenge, as this is a complex activity that requires a great

deal of information to monitor it, seeking to improve the efficiency and effectiveness

to meet the water quality standards , the effective return on improvements in supply

infrastructure and the search for sustainability. In this sense, the support given by the

application of mathematical modeling can be an effective tool to assist management

and operational control of networks and can provide many benefits. Thus, this study

aimed to use pressure and flow meters installed in the water distribution network of

the headquarters campus of the State University of Maringa (UEM) for calibration of

the hydraulic model. Was installed an electromagnetic flowmeterand for the pressure

measurement were installed four dataloggersfor collection of data for the calibration

of hydraulic model in software WaterGEMS v8.0i Bentley Systems.Even that the

hydraulic model has been effective in determining the flow rate adjustments at the

points monitored, in two of four points the difference between the observed data of

optimized data have a high percentage. For this reason, it is recommended to be

carried out more field studies in order to better understand the reason for these

differences.

Keywords: calibration models, genetic algorithms, water distribution system, network

management, mathematical modeling.

Page 11: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

11

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma do processo de modelagem matemática de qualidade da

água.......................................................................................................................... 27

Figura 2 – Caixa de armazenamento do sistema de distribuição de água do Campus

Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM)...................................................41

Figura 3 – Esquema da rede de distribuição de água do Campus Sede da

Universidade Estadual de Maringá (UEM) ................................................................42

Figura 4 – Medidor de vazão Emerson Process, modelo 8711................................. 43

Figura 5 – Medidor de vazão Emerson Process, modelo 8711, sendo instalado na

rede de distribuição de água do Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá

(UEM) ....................................................................................................................... 44

Figura 6 – Datalogger Technolog, modelo Metrolog P, utilizado para coleta e armazenamento de dados de pressão ..................................................................... 45

Figura 7 – Ambientes do software PMAC Lite .......................................................... 46

Gráfico 1 – Curva do perfil de demanda do sistema de abastecimento do Campus

Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ................................................. 50

Gráfico 2 – Curva do perfil de demanda diário do sistema de abastecimento no dia

10/06/2013 (segunda-feira) ...................................................................................... 51

Gráfico 3 – Curva do perfil de demanda diário do sistema de abastecimento no dia

16/06/2013 (domingo) .............................................................................................. 52

Gráfico 4 – Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco A01 – período: 04/04/2013

a 08/06/2013 ............................................................................................................. 53

Gráfico 5 – Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco C67 – período: 04/04/2013

a 11/05/2013 ............................................................................................................. 55

Gráfico 6 – Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco C67 – período: 07/06/2013

a 11/07/2013 ............................................................................................................. 55

Page 12: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

12

Gráfico 7 – Curva de pressão do datalogger instalado junto a poço de visita da VRP

– período: 04/04/2013 a 11/07/2013 ....................................................................... 56

Gráfico 8 – Curva de pressão do ponto próximo à piscina – período: 04/04/2013 a

02/07/2013 ................................................................................................................ 57

Gráfico 9 – Comparativo da pressão para o nó J-03 (Bloco A01) ............................ 58

Gráfico 10 – Comparativo da pressão para o nó J-75 (Bloco C67) ......................... 59

Gráfico 11 – Comparativo da pressão para o nó J-190 (VRP) ................................. 59

Gráfico 12 – Comparativo da pressão para o nó J-237 (piscina) ............................. 60

Page 13: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Pacotes comerciais de softwares para modelagem matemática para

auxílio na análise hidráulica e de qualidade ............................................................. 26

Tabela 2 – Parâmetros utilizados na otimização para calibração dos dados no

Darwin Calibrator ...................................................................................................... 50

Page 14: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

14

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AG - Algoritmo Genético

AGs - Algoritmos Genéticos

DN – diâmetro nominal da tubulação

EPANET – simulador hidráulico desenvolvido pela EPA

HART – protocolo digital do sinal de saída de equipamentos

MS – Ministério da Saúde

NBR – Norma Brasileira Técnica

PCU – Prefeitura do Campus Universitário (UEM)

PVC – cloreto de polivinila

RSSF – rede de sensores sem fio

SANEPAR – Companhia Saneamento do Paraná

SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNSA – Sistema Nacional de Saneamento Ambiental

UEM – Universidade Estadual de Maringá

USEPA – United States Environmental Protection Agency

VRP – Válvula Redutora de Pressão

WaterCAD – simulador hidráulico e de qualidade da Bentley Systems

WaterGEMS – simulador hidráulico e de qualidade da Bentley Systems

Page 15: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

15

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................ ............................................................. 16

1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19

1.1.1 METAS ............................................................................................................................. 20

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................ ........................................ 21

2.1 MODELAGEM MATEMÁTICA DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA ............ 25

2.1.1 MODELAGEM HIDRÁULICA............................................................................................... 29

2.1.2 CALIBRAÇÃO DO MODELO HIDRÁULICO ......................................................................... 32

2.2 ALGORITMOS GENÉTICOS .......................................................................................... 36

2.2.1 TERMINOLOGIA E OPERAÇÕES ...................................................................................... 38

3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 41

3.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................... 41

3.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................................ 44

3.3 MODELO MATEMÁTICO ................................................................................................ 49

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................... ................................... 51

4.1 CURVA DA DEMANDA .................................................................................................... 51

4.2 DADOS DE PRESSÃO .................................................................................................... 54

4.3 CALIBRAÇÃO .................................................................................................................... 58

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................... ........................... 62

6. REFERÊNCIAS ....................................... ............................................................ 63

Page 16: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

16

1. INTRODUÇÃO

Os sistemas públicos de abastecimento de água são responsáveis por suprir

a demanda hídrica em quantidade, qualidade e pressãosatisfatórias para o consumo

da população e das indústrias e para que isso ocorra é necessário que as

companhias de saneamentofaçam sua concepçãode modo a planejar a captação, o

tratamento, transporte e distribuição de água de maneira eficiente.

Sabe-se que a prevenção e controle da propagação de doenças de

veiculação hídrica estão relacionadas ao tratamento da água, e com os demais

serviços de saneamento, deve proporcionar condições de higiene, conforto e bem-

estar a todos os estratos sociais.

Com esse propósito, por muito tempo o foco das ações esteve voltado à

universalização do abastecimento da água, estimulado pela generalizada expansão

dos centros urbanos, levando à ampliação da extensão das redes até áreas mais

periféricas,visando atender novas ligações. Concomitantemente,de modo geral,

houve o acréscimoda população nas regiões atendidas e mudanças nos padrões de

consumoper capita, bem como o aumento do número de indústrias, exigindo uma

boa operação dos sistemas de distribuição face à perdas e à escassez de água

potável.

Dessa forma, a gestão das redes distribuidoras de água tem se tornado um

desafio, pois esta é uma atividade complexa que requer uma grande quantidade de

informações para monitorá-la, em busca da melhoria na eficiência e eficácia ao

atendimento nos padrões de qualidade da água, do retorno efetivo em melhorias na

infraestrutura de abastecimento e a busca pela sustentabilidade.

A crescente consciência ambiental sobre a utilização dos recursos naturais

aliada, principalmente, à dificuldade para encontrar mananciais de boa qualidade,

que estão se tornando mais escassos, ou a custos cada vez maiores para um

tratamento mais eficiente que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido pelo

Ministério da Saúde (MS), aponta-se para um novo paradigma, correspondente à

manutenção e conservação da infraestrutura da rede,reabilitação de redes e gestão

de perdas.

Page 17: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

17

Com oavanço tecnológico conseguido nos últimos anos, houve um impulso no

desenvolvimento de ferramentas disponíveis para a gestão de redes, quepossibilitou

que os gestores dos sistemas públicos de abastecimento de água tenham à sua

disposição sistemas computacionais baseados em modelos matemáticos cada vez

mais eficazes e precisos.

Essas ferramentassão muito importantes diante das inúmeras possibilidades

operacionais e ambientais. Os modelos matemáticos podem ser utilizados como

ferramenta de análise do comportamento de redes e para simular cenários futuros

baseados em dados históricos, e dessa forma, otimizando a redução de

investimentos. Sua aplicação engloba desde o planejamento de um sistema até a

reabilitação de redes.

Para que um sistema funcione da maneira mais previsível é necessário que

sejam conhecidos os parâmetros dos componentes do sistema, e levar em

consideração inúmeros fatores como coeficiente de rugosidade, diâmetro das

tubulações, velocidade dos escoamento, dentre outras, que serão utilizados nesse

ajuste fino entre dados simulados e dados de campo, chamado calibração.

A utilização de modelos matemáticos devidamente calibrados são

imprescindíveis para melhor compreender, analisar e prever o comportamento

hidráulico e de parâmetros de qualidade da água da rede de distribuição e sua forma

de operação. Assim, o modelo poderá tornar-se uma ferramenta que permite, com

uma margem de erro aceitável, realizar análises necessárias e simulação de

cenários variados condizentes com a realidade, sem ser necessário interferir

diretamente no sistema ou arriscá-lo com modos de operação desconhecidos

(COELHO, LOUREIRO e ALEGRE, 2006).

Nessa perspectiva,o uso damodelagem de redes de distribuição de água no

controle operacional do sistema têm se mostrado confiável e, por isto, o presente

trabalho propõe-se utilizar medidores de pressão e vazão instalados na rede de

distribuição de água do Campus Sede da UniversidadeEstadual de Maringá (UEM)

para fazer a calibração do modelo hidráulico.

Portanto, a motivação do presente trabalho tem, primordialmente, o cunho

econômico, tecnológico, científico, ambiental e social de:

Page 18: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

18

• Aplicar, de modo satisfatório, a modelagem matemática no controle

operacional do sistema estudado;

• Aplicação de tecnologias flexíveis e eficientes, que propiciarão o

desenvolvimento de conhecimento científico e prático;

• Maior confiabilidade e eficiência na distribuição de água;

• Identificar regiões com alta pressão e, caso haja, pressão negativa;

• Diminuição na perda de água por vazamentos, devido a alta pressão, e

consequentemente a diminuição de gastos com reparos;

• Promoção da melhoria da saúde e qualidade de vida, garantindo uma água

de qualidade confiável e segura;

• Diminuição com gastos de manutenção e pagamento pelo serviço de

abastecimento da companhia de saneamento.

Page 19: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

19

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho éajustar um modelo matemático que descreva a

rede de distribuição de água do Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá

(UEM) com aquisição de dados de pressão e vazão.

Page 20: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

20

1.1.1 METAS

Para atingir o objetivo as seguintes metas foram estabelecidas:

1. Instalação de um medidor de vazão na entrada da rede;

2. Instalação de quatro medidores de pressão diretamente na rede;

3. Entrada de dados físicos da rede no software WaterGEMS;

4. Monitoramento de pressão disponível nos nós e vazão do sistema de

distribuição estudado.

5. Calibração do modelo hidráulico do sistema de distribuição estudado,

reproduzindo o comportamento dinâmico da rede.

Page 21: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

21

2. REVISÃO DA LITERATURA

O gerenciamento de um sistema de abastecimento de água é um desafio a

ser enfrentado pelas companhias saneadoras, pois o comportamento hidráulico do

sistema é influenciado pela mudança nos padrões temporais de consumo, variação

dos níveis dos reservatórios, acionamento e desligamento de bombas, abertura e

fechamento de válvulas, que resultam na oscilação das pressões e velocidades nos

escoamentos (RIGHETTO, 2001; ARAÚJO, CASTRO e RIGHETTO, 2010).

Ao passo que os sistemas se tornam mais intrincados, a gestão das redes

requer a adoção de medidas que assegurem a confiabilidade no atendimento dos

serviços, economia no uso dos equipamentos (energia elétrica e manutenção),

garantia de atendimento às demandas com pressões desejadas e retardamento de

investimento para expansão das unidades (DINIZ, SOUZA e LUVIZOTTO JÚNIOR,

2006).

Para garantir as demandas com pressão desejada em todos os pontos da

rede a NBR 12.218:1994 (ABNT, 1994) estabelece que a pressão estática máxima

nas tubulações distribuidoras não deve ultrapassar 50 m.c.a. (500 kPa), e a pressão

dinâmica mínima não deve ser inferior a 10 m.c.a. (100 kPa).

Barroso e Gastaldini (2010) comentam que, além disso, problemas

relacionados com a disponibilidade de água, em quantidade e qualidade adequadas

para os diversos usos, no abastecimento das cidades, gerados pela escassez

crescente e pelo comprometimento da qualidade exigem que os sistemas existentes

sejam cada vez mais eficientes.

Afim de garantir a qualidade da água no abastecimento o Ministério da

Saúde (MS) publicou a Portaria MS n° 2914/2011 que determina os parâmetros para

manter e monitorar a qualidade nos componentes o sistema de distribuição de água.

Vascocelos e Koide (2009) desenvolveram uma metodologia para otimizar a seleção

de redes de amostragem que necessita de dados relativamente simples que pode

viabilizar a aplicação dessa metodologia por companhias de saneamento em países

em desenvolvimento.

Page 22: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

22

Baptista (2002) também fala que sendo a água um fator essencial para o

desenvolvimento socioeconômico há a necessidade de se garantir uma elevada

eficiência no seu uso, como contributivo para a sustentabilidade dos recursos

naturais, o que deve corresponder a uma opção estratégica clara de gestão de

recursos hídricos.

As perdas de água são provavelmente os fatores de ineficiência para os

quais a sociedade é mais sensível e está mais alertada, sobretudo quando ocorrem

aumentos nas tarifas (ALEGRE et al., 2005). Sob o ponto de vista operacional, as

perdas, correspondem à água que não é faturada nem utilizada para outros usos

autorizados, mas que é captada, tratada, transportada em infraestruturas de elevado

valor patrimonial e com custos de operação e manutenção significativos (PÉREZ et

al., 2011).

Segundo o Diagnóstico dos Serviços de Águas e Esgotos (SNIS, 2012), a

estimativa simplificada do que representam as perdas de águas nos sistemas

brasileiros, apontam para um índice médio nacional de perdas de faturamento de

35,9% em 2010, enquanto na região sul esse índice é de 24,9%. Em termos

financeiros, indica que elas correspondem a cerca de R$ 2,5 bilhões/ano enquanto

especialistas do setor costumam estabelecer, como bons índices de perdas de

faturamento no Brasil, valores da ordem de 20 a 25%.

O índice de perdas de água na distribuição aponta para um valor médio

nacional, no ano de 2010, de 38,8% enquanto na região sul o índice é de 35,4%

(SNIS, 2012). Sendo assim, faz-se necessários esforços no sentido de minimizar

esses índices.

A gestão da pressão na rede de abastecimento é um procedimento

importante no combate às perdas de água por diversas razões. Com uma pressão

mais elevada, se em um período houver menor consumo de água, mais água será

perdida através de uma fuga ou ruptura. Uma pressão maior também pode levar ao

acontecimento de maior frequência de vazamentos e rupturas, pois a tubulação e as

conexões estarão sob maior estresse.

Page 23: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

23

Segundo o Guia prático: controle de pressões e operação de

válvulasreguladoras de pressão (SNSA, 2007) elaborado pela Secretaria Nacional

de Saneamento Ambiental, o controle de pressão possibilita:

• Reduzir o volume perdido em vazamentos, economizando recursos de

água e custos associados;

• Reduzir a frequência de rupturas de tubulações e consequentes danos que

têm reparos onerosos, minimizando também as interrupções de fornecimento e

situações de risco de acidentes por conta dessas interrupções;

• Prover um serviço com pressões mais estabilizadas ao consumidor,

diminuindo a ocorrência de danos às instalações internas dos usuários até a caixa

d’água (tubulações, registros e bóias); e

• Reduzir os consumos relacionados com a pressão da rede, como por

exemplo,a rega de jardins.

Para auxiliar no entendimento da gestão da pressão, faz-se necessário que

a companhia de saneamento desenvolva um programa de redução de perdas.

McKenzie e Seago (2005) expõem quatro pontos principais que devem ser

abordados na elaboração de um programa de redução de perdas:

1. Entender o ponto de partida é essencial definir a estratégia de combate à

perda.

2. Executar testes de campo com o intuito de demonstrar os benefícios da

redução de perdas para a ompanhia, aplicando novas tecnologias e coletar

dados para análise e definição de ações que serão feitas.

3. Estabelecer recursos financeiros. Qualquer programa de perdas necessita de

um subsídio financeiro para sua execução. Mesmo demonstrando os

aspectos econômicos da redução de perdas é necessário fundamentá-los

com base no tempo de retorno do retorno do investimento.

4. Destacar os benefícios que serão alcançados com a redução de perdas:

a) Melhoras na distribuição, pois com a redução de perdas, a vazão (antes

perdida) passa a abastecer o sistema, diminuindo a produção e os gastos

com bombeamento.

Page 24: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

24

b) Redução na frequência de novos vazamentos, gerando economia nos

reparos.

c) Redução nas reclamações dos clientes, pois com gerenciamento

adequado das pressões, é garantido o abastecimento de água a todos.

d) Redução no tratamento de água, gerando economia de produtos

químicos, energia e depósitos de lodos (resíduos finais do tratamento da

água).

e) Diminuição de gastos no tratamento e captção de recursos hídricos

porque com a redução de perdas é possível postergar investimentos na

captação de água em outros mananciais.

O seu planejamento envolve decisões importantes como a implantação de

válvulas de redução de pressão (VRPs) e divisão de setores por zonas de pressão,

reduzindo a perda de água tratada nos sistemas de abastecimento de água e

introduzindo medidas de controle que tornem os sistemas mais eficientes e é por

isso que o uso de modelos calibrados podem ajudar nessa análise técnica.

Page 25: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

25

2.1 MODELAGEM MATEMÁTICA DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

O interesse no desenvolvimento e implementação de modelos de simulação da

qualidade de água em redes de distribuição de água aumentou nos últimos anos. O

primeiro relato do uso de modelagem de redes de distribuição de água data de 1980

(ASCE, 2004).

Muitas pesquisas têm se voltado à modelagem como ferramenta de

gerenciamento e operação, como Righetto (2001), Soares et al. (2008), Araújo,

Castro e Righetto (2010), Xu e Zhang (2012).

Do ponto de vista conceitual, a modelagem hidráulica pode ser explicada como

se processa a variação da vazão, num período de tempo, no interior da tubulação.

A modelagem matemática de redes de água tem como objetivo ajudar na

tomada de decisões de planejamento, operacionais e reabilitação da rede, pois

trata-se de uma ferramenta de diagnóstico e prognóstico, onde os

fatoreshidráulicos e sanitários servem para a gestão do sistema (XU e ZHANG,

2012).

Os modelos podem podem ser aplicados tanto em regime permanente, onde

o modelo determina fluxos e pressões para componentes do sistema de

distribuição sobre um dado conjunto de condições operacionais e de carregamento

instantâneos, quanto em regime nãopermanente, que trata-sede simulação ao

longo de um período definido pelo usuário, onde fluxos e pressões dos

componentes se alteram sob condições variáveis no tempo, como demandas ou

outros fatores que podem se alterar.

Na análise hidráulica do período estendido,em regime permanente de

escoamento, considera-seque modificações nas pressões e vazões ao longo

dosistema ocorram instantaneamente, ou seja, apósuma perturbação, o escoamento

no sistema passa deuma condição estática para outra, negligenciando-seo tempo

transcorrido para a estabilização do escoamentoe os efeitos dinâmicos da transição.

Page 26: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

26

No entanto,as condições hidráulicas em sistemas de distribuiçãode água

estão quase sempre em contínuoestado de alteração, por conta dessa característica

dinâmica, as condições de escoamento permanente em análises hidráulicas de um

modele deve ser bem estudadas, a fim de não limitar o emprego de modelos

computacionais(Soares et al., 2008).

Modelos calibrados podem ser aplicados à predição do decaimento de

componentes não conservativos, à determinação da idade da água ou tempo de

permanência no sistema, à predição do escoamento de elementos conservativos e à

determinação das porcentagens de água provenientes de cada sistema

abastecedor.

Existem vários pacotes comerciais de softwares para modelagem matemática

para auxílio para auxílio na análise hidráulica e de qualidade. Com exceção do

EPANET, todos softwares são pagos. Na tabela abaixo são apresentados alguns

deles:

Tabela 1 - Pacotes comerciais de softwares para modelagem matemática para auxílio

na análise hidráulica e de qualidade.

Software de modelagem de redes

Corporação Análise hidráulica e de qualidade da água

AQUIS Seven Technologies Idade da água; análise de rede EPANET EPA (Enviromental

Protect Agency) Idade da água, análise de traçador e análise do constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

Infowater H2ONET/H2OMAP

MWHSoft Idade da água, análise de traçador e análise constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

InfoWorks WS Wallingford Software Idade da água, análise de traçador e análise do constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

MikeNet DHI, Boss International

Idade da água, tempo de viagem, e acompanhamento da fonte do constituinte.Rastreia o escoamento eo destino dos constituintes de qualidade da água. Permite

Page 27: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

27

coeficientes de reação diferentes. Pipe2000 University of

Kentucky Envelhecimento automático dos tubos (rugosidade) e muitos outros recursos.

PipelineNet SAIC, TSWG Idade da água, análise de traçador e análise constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

SynerGEE Water Advantica Idade da água, análise de traçador e análise do constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

WaterCAD/WaterGEMS Bentley Systems Idade da água, análise de traçador e análise do constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

STANET Fisher-Uhrig Engineering

Mistura estacionária/ monitoramento da concentração (carga de pressão, qualidade da água e idade da água).

Wadiso GLS Software Idade da água, análise de traçador e do constituinte. Análise do constituinte permite vários tipos de coeficientes de reação parainputno modelo.

Fonte: ASCE (2004).

Além desses, o Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS

aponta também, através da publicação intitulada “Gestão integrada e participativa:

movendo pessoas para o combate às perdas e o uso eficiente da energia”(2007), os

softwares Cybernet, Watsys (Civil Systems Softwares) e Piccolo (Allied Power) para

calibração de modelos matemáticos da rede de distribuição de água.

Cada um desses programas possui uma interface gráfica para o

desenvolvimento dos modelos, anotações, códigos de cores para dados de contorno

e resultados. Oferecem conexão com base de dados GIS, esqueletonização

(simplificação da malha de abastecimento às redes de maior porte), opção de

cálculo de bomba com velocidade variável, análises de custo de energia, regras

operacionais complexas, calibração otimizada (ajuste de parâmetros como

Page 28: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

28

coeficiente de rugosidade e demandas), e sofisticadas formas de apresentação de

resultados (JUNQUEIRA, 2010).

Os programas mais utilizados possuem recursos bastante avançados de

entrada de dados e simulam o comportamento desde reservatórios setoriais até

redes de distribuição secundárias. Alguns possuem ferramentas de calibração do

modelo com entradas de uma estação remota, ou seja, pode-se alimentar o modelo

com dados reais de campo que estejam sendo medidos e transmitidos(MOTTA,

2010), como é o caso do WaterGEMSda Bentley Systems.

A modelagem matemática em sistemas de distribuição pode ser composta por

dois módulos: a modelagem hidráulica e a modelagem de qualidade da água.

De forma simplificada, a Figura 1 ilustra as etapas da modelagem da rede de

distribuição.

Figura 1 - Fluxograma do processo de modelagem matemática de qualidade da

água.

Fonte: WALSKI, CHASE e SAVIC (2001).

Neste trabalho abordamos a modelagem hidráulica apenas, ficando como

sugestão para trabalhos futuros a utilização de sondas para o monitoramento do

decaimento de cloro residual na rede estudada.

Page 29: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

29

2.1.1 MODELAGEM HIDRÁULICA

O modelo hidráulico, devidamente calibrado, prediz o comportamento da rede,

dentro de uma faixa aceitável de incertezas, inerente ao conhecimento técnico

(Formiga e Chaudhry, 2008), sendo a base para a aplicação do modelo de

qualidade.

A modelagem hidráulica exige oconhecimento dos componentes físicos e não

físicosdo setor da rede de distribuição. ParaSilva (2002) os dados de entrada para o

modelo hidráulico incluem:

• Trechos e nós da rede: são necessárias informações numéricas como

diâmetro, comprimento, rugosidade, material de cada tubo e as coordenadas

dos pontos de conexão entre os tubos. Essas informações são obtidas em

mapas e projetos executivos ou em intervenções de sondagens quando

houver dúvida no cadastro das redes existentes;

• Elementos da rede: válvulas de controle, válvulas redutoras de pressão e

elevatórias de recalque, instalados na rede de distribuição, devem ser

identificadas e incluídas no arquivo base;

• Dados das bombas: as bombas devem ser modeladas, pois suprem a

pressão necessária para distribuição da água ao sistema. São necessárias

suas características operacionais, além das coordenadas das mesmas;

• Dados sobre o reservatório: tanto os reservatórios elevados, como os

apoiados ou enterrados, são elementos para armazenamento e distribuem

água por gravidade ou servem de tanque de sucção para estações de

bombeamento ou recalque. Os volumes de armazenamento, dimensões,

faixas de operação, válvulas de controle, nível de automatização e as áreas a

serem abastecidas são elementos importantes a serem definidos para a

entrada no modelo hidráulico;

• Dados de campo: As medições de campo fazem parte da coleta de dados,

incluindo os valores de pressão nos nós, à montante e jusante das válvulas

Page 30: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

30

redutoras de pressão, vazão, demanda de água nos setores de medição e

coeficientes de rugosidade.

• Condições de demanda: dados referentes ao uso da água devem ser

coletados e deve constar no modelo base. As demandas de águaprecisam

ser alocadas geograficamente e de acordo com suas variações diurnas e

noturnas.A alocação geográfica diz respeito às porcentagens da demanda

média total que serão atribuídas a cada nó e as variações do uso da água

que ocorrem durante um dia estão relacionadas aos usos e costumes de cada

região.

O modelo hidráulico do programa WaterGEMS resolve o fluxo na malha

principal de distribuição, dando como soluções vazões nos tubos e pressões nos nós

da rede.

A modelagem hidráulica utiliza um conjunto de algoritmos e equações pré-

definidas para reproduzir o comportamento dos sistemas de abastecimento.

Como a rede de distribuição de água funciona como uma rede de elementos

hidráulicos interligados, cada elemento é influenciado pelos elementos próximos.

Portanto, todo o sistema está interligado a tal condiçãoque para um elemento ser

consistente, este depende de todos os outros elementos (HAESTED METHODS et

al., 2007) e que esta rede, só pode ser considerada resolvida quando as energias e

os consumos em todos os nós e as vazões em todos os trechos forem conhecidos.

Para definir essas interconexões a equação da continuidadee a de conservação de

massa (equações dos nós) e energia (equações dos trechos)devem ser estudadas.

A lei da conservação da massa, aplicada a cada nó do sistema é especificada

pela expressão:

∑ ������� C� � 0para i = 1,...,N Equação 1

Sendo Ji o conjunto de tubos conectados ao nó i, Ci a demanda do nó i e Qij a

vazão de chegada ao nó i pelo tubo j.

Page 31: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

31

De acordo com Lansey e Mays (2000) apud Cheung (2003), o balanço de

energia pode ser escrito de três maneiras: (1) entre dois pontos de um trecho (2)

entre dois nós de energia constante contendo uma série de tubulações, válvula e

bombas entre estes pontos, (3) um circuito que começa e termina no mesmo ponto.

De maneira geral, Lansey e Mays (2000) apresentam essas afirmações conforme

equação 2

∑ ������ � ∑ ������ � ∆� Equação 2

Sendo � um circuito; �� a perda de carga do componenteipertencente ao

circuito � ; �� a energia adicionada pela bomba no trecho i pertencente ao circuito �e

∆� a diferença de energia entre os pontos extremos do circuito.

A análise do equilíbrio para redes de distribuição de água malhadas

constituída por i nós e j tubos é feita pela resolução de j equações relativas à perda

de carga nos tubos e i equações de continuidade nos nós. Considerando a não

linearidade das equações de perda de carga e a grande de quantidade de equações

a serem resolvidas mesmo para uma rede de pequeno porte (poucos nós e trechos)

percebe-se a complexidade do cálculo de redes malhadas.

A aplicação dessas formulações conduz a sistemas de equações que podem

ser resolvidos pelos métodos de linearização de equações, NewtonRaphson e de

Hardy-Cross.

Page 32: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

32

2.1.2 CALIBRAÇÃO DO MODELOHIDRÁULICO

A calibração tem como objetivo identificar os valores dos parâmetros do

modelo que possam representar, por meio das simulações hidráulicas e de

qualidade, o comportamento mais realístico do sistema (SOARES et al., 2004).

Ormsbee e Lingireddy (1997) estabelecem que a calibração de um modelo de

rede de abastecimento de água deve compreender sete etapas fundamentais. A

primeira etapa tem como objetivo identificar o modelo de simulação hidráulica que se

pretende usar, qual a finalidade do uso associado com o tipo de análise hidráulica

que o sistema será submetido. A segunda etapa consiste em estimar valores iniciais

para parametrização do modelo primário, levando-se em consideração que na

maioria dos modelos há incerteza associada a parâmetros tais como coeficiente de

rugosidade da tubulação e a demanda associada a cada nó. A terceira etapa

compreende a coleta e análise dos primeiros dados do modelo. Isto é feito

executando o modelo com os valores dos parâmetros inicialmente estimados

comparando seus resultados com os dados observados em campo. Estudar a

precisão dos primeiros resultados do modelo seria o objetivo da quarta etapa. A

quinta etapa é a macrocalibração, que consiste em analisar o desempenho deste

primeiro nível de calibração. A análise da suscetibilidade do modelo faz parte da

sexta etapa, que consiste variar os parâmetros de entrada para avaliar qual deles

têm impacto no resultado do modelo. Na sétima e última etapa realiza-se uma

calibração mais detalhada do modelo (microcalibração).

Para fazer a calibração propriamente dita, dados de campo são coletados e

usados para comparar as predições do modelo sobre o comportamento do sistema

com as observações reais.

A calibração, deste modo, estabelece o nível de confiabilidade nas predições

do modelo. Em geral, um modelo pode ser considerado aceitavelmente calibrado se

a diferença entre os valores preditos observado forem inferiores a 10% (AWWA,

1989).

Page 33: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

33

Os procedimentos para calibração são classificados em três categorias:

iterativos; explicítos, analíticos ou diretos; inverso ou implícitos.

O procedimento iterativo é baseado em tentativa e erro. Os parâmetros de

calibração são ajustados a cada iteração, usandocomparações entre pressões e

vazões medidas e simuladas.

Os métodos explícitos também conhecidos como analíticos ou diretos

resolvem umconjunto de equações que descrevem o sistema hidráulico. Geralmente

esse método é formulado pelas equações de conservação de massa e de de

energia, além de algumas equações condicionantes do escoamento.

Na resolução do método essas equações não-linerares são resolvidas

explicitamente através do método Newton-Raphson para linearização da equação.

Silva (2003) afirma que algumas limitações dos procedimentos de calibração

explicítos incluem ofato deles não avaliarem a confiabilidade dos parâmetros e

necessitarem de um número deparâmetros estimados igual ao número de medidas.

O método inverso (ou implícito)é aplicado para a determinação dos

parâmetros do sistema, tais como rugosidades, diâmetros, demandas, etc.

Cheung (2005) relata que a calibração geralmente é obtida através de

modelos inversos, que consiste na minimização dos desvios entre os dados

observados e os respectivos valores simulados.

Em todos os casos é necessária uma solução inicial, a partir da qual o

processo iterativo é repetido até que a solução de uma etapa seja significativamente

diferente das vazões da iteração anterior, caracterizando a situação de

convergência. As diferenças entre os métodos recaem sobre a forma de estruturar o

procedimento iterativo. Devido à natureza das equações, o método da teoria linear

para resolver as equações de fluxo e o método Newton-Raphson para resolver as

equações dos nós são consideradas as técnicas mais eficientes (BARBOSA,

COSTA e SANTOS Jr., 1999).

Osresultados dos modelos de simulação hidráulica de redes são expressos,

geralmente, emtermos dos valores das variáveis de estado pressão e vazão.

Page 34: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

34

Clark e colaboradores (1993) realizaram a modelagem de qualidade da água

em Cherry Hill/Brushy Plains- New Jersey (EUA) e observaram que a mudança nos

cenários de operação influencia no decaimento, além da variação espaço-temporal,

destacando a importância na operação do sistema. Foi determinado o coeficiente de

decaimento (kb) para as principais linhas do sistema, através da variação da

concentração dos nós à jusante e à montante, obtendo valores entre 0,59 dia-1 e 2,4

dia-1.

Nesse mesmo sistema, Rossman e colaboradores (1994) encontraram o valor

de 0,55 dia para a coeficiente de decaimento no corpo do escoamento (kb). Para

ajuste do coeficiente de decaimento na parede (kw), utilizaram o software EPANET e

dados observados em campo, obtendo valores entre 0,15 m/dia e 0,45 m/dia.

Também constataram que, nesse estudo, em média a parede contribuiu para 67%

das perdas de cloro , 12% das reações no corpo do escoamento e 21% do

reservatório. Todavia, estes percentuais variam conforme o material da tubulação, o

que pode não ser válido para todos os sistemas de distribuição, já que um sistema

pode ser composto por tubos de diferentes características.

Casagrande e Sarmento(1997) utilizaram o modelo de qualidade do EPANET

para simular o decaimento de cloro no sistema de abastecimento de água Jucu, em

Viana– ES. O kb foi determinado e o kw ajustado, através de análises feitas em

campo e dados simulados. Obtiveram valores de kb de 0,191 dia-1 e kw de 0,015

m/dia e concluíram que obtiveram resultados satisfatórios comparando os residuais

de cloro calculados com os residuais medidos em campo.

HALLAM e colaboradores (2002) desenvolveram uma metodologia para

determinação do kw em laboratório e em campo, e conseguiram definir grupos de

tubos do mesmo parâmetro (kw), diferenciando-os por tipo de material e idade da

tubulação.

SILVA e KISHI (2003) modelaram parte do sistema de abastecimento de água

de Curitiba – PR utilizando o WaterCAD para modelar a concentração de cloro

residual.Realizou-se pesquisa de campo para comparação com os resultados

simulados. A determinação do coeficiente de decaimento de cloro na massa líquida

(Kb) foi determinada por ensaio laboratorial, o valor do decaimento de cloro nas

paredes dos tubos foi de 0,15 m/dia, sendo determinado por tentativa e erro após a

Page 35: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

35

determinação de kb. O modelo apresentou bons resultados na calibração e validação,

possibilitando estabelecer pontos de recloração no sistema.

CHEUNG (2005) desenvolveu um modelo de calibração para os coeficientes

cinéticos de decaimento do cloro, usando o simulador EPANET 2.0 e o método de

otimização algoritmos genéticos (AGs) aplicado a duas redes de distribuição reais. A

calibração do modelo foi feita através do ajuste dos coeficientes cinéticos através do

uso de AGs e do software EPANET 2.0.

Danieli, Gastaldini e Barroso (2006) fizeram a calibração de um setor da rede

de distribuição de Santa Maria (RS) – Brasil, utilizando o simulador EPANET 2.0

para as simulações hidráulicas e de qualidade. Nesse trabalho, a metodologia

utilizada na calibração qualitativa consistiu de duas fases: a primeira a determinação

do kb em escala laboratorial, onde chegou-se ao valor de 0,1046 dia-1e o kw foi

considerado nulo devido a sua pouca interferência no estudo.

Salgado (2008) desenvolveu um calibrador hidráulico e de qualidade da água,

através de um modelo inverso, aplicando-o a três sistemas de distribuição de água,

já testados anteriormente, na cidade de Viana (ES), o sistema FOURA na França e

um sistema hipotético.

Moraes (2008) realizou a calibração hidráulica e de qualidade para um setor

da cidade de São Carlos – SP considerando vazamentos, utilizando modelo inverso

juntamente com o EPANET e algoritmos genéticos. Para calibração o algoritmo

genético empregou o “Particle Swarm Optimization” (PSO), algoritmo de busca

global.

Junqueira (2010) utilizou o software WaterCAD para modelagem e para

calibração do modelo hidráulico e de qualidade da água, utilizando um otimizador

que faz o uso algoritmos genéticos. O estudo foi realizado no bairro Higienópolis, na

cidade de Maringá – PR. Foram utilizados sete pontos para monitorar pressão e três

para monitorar a concentração de cloro residual. Para a concentração do cloro

residual o modelo descreve oscilações na concentração aproximando-se

razoavelmente dos valores observados.

Page 36: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

36

2.2 ALGORITMOS GENÉTICOS

Os Algoritmos Genéticos (AGs) foram desenvolvidos na Alemanha por

Rechenberg (1973),em paralelo com Holland (1975) e seus colaboradores nos

Estados Unidos e popularizado porGoldberg (1989).

Os princípios básicos do Algoritmo Genético(AG), utilizados para a resolução

de problemas de busca e otimização, baseiam-se no processo genético e evolutivo

das espécies, descritos pelo naturalista efisiologista inglês Charles Darwin.

Na natureza, indivíduos de uma populaçãocompetem por recursos como

alimentos, água e abrigo;também competem por um companheiropara o

acasalamento. Aqueles que possuírem as melhorescaracterísticas para a

sobrevivência, e para aatração do companheiro, provavelmente produzirãoum maior

número de descendentes. Indivíduos comcaracterísticas piores, por sua vez,

produzirão poucos(ou mesmo nenhum) descendentes. Isso significaque os genes

daqueles melhores adaptados aomeio se espalharão por um número crescente

dedescendentes a cada geração. A combinação de excelentes características de

diferentes pais pode resultarem indivíduos cuja aptidão é maior do que ados pais.

Desta forma, as espécies tornam-se cada vez mais adaptadas ao seu ambiente

(KONDAGESKI e FERNANDES, 2009).

A unidade básica de um AG é o cromossomo, referido comostring, que é

formado por uma série de caracteres ou traços, equivalentes aos genes biológicos,

representando umconjunto de variáveis de decisão. Cada cromossomo representa

uma possível solução para oproblema em questãoe uma população de

cromossomos representa um conjunto de possíveissoluções.

A primeira etapa de resolução de um AG simples é a geração aleatória de

uma população inicial desoluções, pois durante o processo de otimização a

população é avaliada pela função objetivo (FO) e cadasolução recebe um valor

chamado aptidão (fitness), que mede o grau de qualidade da solução. Quanto maior

o fitness melhor é a solução.

Aquelas soluções com valores menores para a função objetivo são

descartadas enquanto asque apresentam valores maiores são mantidas para

formarem uma próxima população. Em geral, a população inicial é gerada de

Page 37: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

37

maneira aleatória, porém se a população inicial for pequena é provável que algumas

regiões do espaço de busca não serão representadas. Esse problema pode ser

minimizado gerando a população inicial de maneirauniforme ou então gerar metade

da população aleatoriamente, e os demais indivíduos invertendo-se os bits daqueles

gerados demaneira aleatória. Sabe-se que a população inicial afeta diretamente na

diversidade dosindividuos que compõem o espaço de busca (local onde se

encontram aspossíveis soluções para o problema).

Para criar uma nova população, cromossomos chamados descendentes são

formados pela união de dois cromossomos pais da geração atual, através do

operador recombinação (crossover), e em seguida, modificados por meio do

operador mutação (mutation). Assim as novas populações são formadas

sucessivamente, mantendo as soluções (cromossomos) mais aptas e descartando

as menos qualificadas para que seja mantido o mesmo tamanho da população

inicial, até a convergência para uma solução “ótima”.

O grau de aptidão de cada indivíduo e, em geral, avaliado pela função

objetivo,consistindo na maximização ou minimização desta função, no entanto

existem casos em que a utilização do valor da função objetivo como o valor de

aptidão nao é adequado fazendo com que sejanecessária a conversão deste valor

por meio de técnicas de escalonamento e ordenamento.

Dentre as vantagens da utilização dos AGs sobre outros métodos de

resolução do problema de calibração pode-se citar o fato de que funcionam tanto

com parêmetros contínuos como discretos ou com uma combinação deles; realizam

buscas simultâneas em várias regiões do espaço de busca, pois trabalham com uma

população e não com um único ponto; utilizaminformações de custo ou recompensa

e não derivadas ou outro conhecimento auxiliar;otimizam um número grande de

variáveis; otimizam parâmetros de funções objetivos comsuperfícies complexas,

reduzindo a incidência de mínimos ou máximos locais; fornecem umagama de

parâmetros ótimos e não uma simples solução; sao fáceis de serem implementados

em computadores e, também, facilmente hibridizados com outras técnicas

heurísticas (REIS e AKUTSU, 2002).

Page 38: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

38

2.2.1 TERMINOLOGIA E OPERAÇÕES

A terminologia dos AGs refere-se aos indivíduos ou os cromossomos de uma

população para representar as soluções alternativas (REIS e AKUTSU, 2002)

• Por sua vez, os cromossomos reunem unidades chamadas genes, que

representam as variáveis de decisão do problema que está sendo

estudado, dispostos em fila de maneira que cada gene controla a

herança de uma ou mais características do indivíduo a que pertence.

• A posição de um gene é chamado loco e seu valor alelo. O conjunto

genético de um gene é denominado genótipo e o conjunto decodificado

de variáveis é o fenótipo do cromossomo.

• Cada cromossomo representa completamente uma solução potencial

para o problema de otimização e as populações criadas

sucessivamente são chamadas gerações. Tais gerações são criadas

mediante à seleção de indivíduos de uma população para serem pais,

cujos filhos darão origem à próxima geração.

Os AGs podem em geral ser classificados, principalmente emgeracionais

(com ou sem elitismo) e steady-state.Em linhas gerais, nos geracionais a população

de soluções dos problemas evoluem e sedesenvolvem para um determinado número

de gerações pré-estabelecidos. Este número de gerações depende do problema

específico e do grau de refinamento exigido.

Já nos procedimento steady-state, não são fixados número de gerações mas

sim critérios de convergência, como por exemplo valores de pressões e vazões

simuladas e medidas.

A seguir os operadores genéticos serão explicados. Reis e Akutsu (2002)

explicam cada um deles.

O processo que separa os indivíduos menos aptos e, portanto, que serão

descartadosdos indivíduos mais aptos que sofrerão recombinação e mutaçãao,

compondo assim uma novageração de possíveis soluções é chamado de seleção.

Podemos encontrar diversos mecanismos de seleção, tais como torneio, roda de

Page 39: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

39

roleta, aleatória, amostragem determinística, Remainder Stochastic Sampling entre

outros.

• Torneio - na seleção por torneio dois indivíduos selecionados

aleatoriamente competem diretamente, com base nos respectivos

valores da função de aptidão, e o melhor é selecionado para reproduzir

e o processo e repetido até uma nova geração de soluções seja

formada.

• Aleatória – escolher aleatoriamente dois indivíduos e preservar o

melhor deles para a próxima geração.

• Roleta – o método de seleção roda da roleta se baseia na

determinação da probabilidade de seleção de cada indivíduo

proporcionalmente ao valor da aptidão. Uma classificação dos

indivíduos e feita em ordem decrescente de aptidão, faz-se então a

somaacumulada de todos. Em seguida gera-se um número r real no

intervalo de zero a somaacumulada de todos e seleciona-se o primeiro

indivíduo que possui probabilidade de seleçãoacumulada maior que r.

O processo de seleção se repete até que a população

intermediáriaseja preenchida com os indivíduos selecionados.

Percebe-se que os indíviduos com maioraptidão têm mais chance de

serem selecionados.

Este é o método mais comumente usado e também é conhecido como

amostragem estocástica com substituição.

• Proporcional – Na seleção proporcional os indivíduos que obtiveram as

maiorespontuações de aptidão têm maiores probabilidades de serem

copiados. Enquanto que os que obtiveram os menores valores têm

grandes chances de serem descartados.

• Amostragem determinística – Na análise determinística, existem duas

etapas,primeiramente são calculadas as probabilidades de seleção,

como na roda da roleta, em seguidadetermina-se a quantidade

esperada de cada indivíduo, multiplicando-se sua probabilidade de

seleção pela quantidade de indivíduos da população. Com isso

selecionam-se os indivíduos que apresentam valores de aptidões

inteiros e depois aqueles com os maiores valoresfracionários.

Page 40: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

40

• Remainder Stochastic Sampling - Este método é uma versão

simplificada da análise determinística a primeira fase obedece aos

mesmos critérios adotados para a análise determinística, entretanto, a

parte fracionária pode ser escolhida por diferentes critérios deseleção:

aleatória, por ordem crescente de desempenho, competição entre

indivíduos, etc.

• Elitismo - Introduzido pela primeira vez por Kenneth De Jong em 1975,

o elitismo temcomo objetivo principal manter certo número de

indivíduos “melhores” dentro da populaçãoavaliada a cada geração.

Recombinação é o mecanismo de geração de indivíduos (novas soluções).

Nos AGs a reprodução é feita através do operador genético recombinação. A

recombinação talvez seja o principal mecanismo para a exploração do espaço de

busca. Esse mecanismo gera cromossomos filhos que possuem características

genéticas dos indivíduos geradores (pais). Isso permite a criação de novos

indivíduos maisadaptados.

Mutação é o operador genético que permite que uma característica genética

sejaintroduzida na população de soluções por meio de eventual substituição de

genes dos indivíduos. Para o caso de representação binária o valor do gene e

alterado de 1 para 0 ou de 0para 1. No caso de representação real, a mutação é

feita gene por gene. Esta introdução de característica genética faz com que uma

determinada característica necessária que possa não existir na população de

soluções e que, portanto, impediria a convergência para a soluçãocorreta seja

inserida. Pode ser uniforme, gaussiana, limite, mutação não uniforme, mutação não-

uniforme múltipla.

Page 41: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

41

3. MATERIAL E MÉTODOS

Para fazer a calibração do modelo matemático, é necessário que se tenha

conhecimento no software utilizado para a modelagem e das condições operacionais

do sistema de abastecimento, além de equipamentos calibrados que afiram os

dados com a maior precisão possível. A seguir serão apresentados dados sobre a

área de estudo, equipamentos e a metodologia da inserção dos dados no software

utilizado.

3.1 ÁREA DE ESTUDO

O sistema de abastecimento modelado é um dos sistemas de distribuição de

água da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – Campus Sede - que está

localizada na cidade de Maringá, no noroeste paranaense.

Segundo dados cedidos pela Universidade, sua população universitária é

estimada em mais de 24 mil pessoas, sendo 14.722 alunos de graduação, 5.354 de

pós-graduação, 1.620 professores e 2.662 servidores.

O levantamento dos dados cadastrais (topografia, comprimento, diâmetro e

cota das tubulações) foi realizado com base nos dados fornecidos pela Prefeitura do

Campus Universitário (PCU), por meio do Plano Diretor do Campus de 2011, que

gerencia a rede de distribuição de água, sendo responsável pelo armazenamento,

distribuição e manutenção da rede.

Esse sistema é alimentado por duas tubulações em PVC, de 50 e 65mm que

alimentam uma caixa de armazenamento. Esta caixa recebe contribuição de um

poço artesiano que auxilia quando a demanda não consegue ser suprida.

A caixa de armazenamento, ilustrada na Figura 2, é de formato cilíndrico, com

diâmetro aproximado de 10metros e altura máxima da lâmina d´água de 4,65metros.

O volume total é de 365,0 m³, sendo que este volume armazenado varia conforme o

consumo de água rede.

Page 42: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

42

Figura 2 – Caixa de armazenamento do sistema de distribuição de água do Campus

Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Fonte: Autora (2012).

O abastecimento de água na rede de distribuição ocorre por gravidade, não

havendo nenhuma bomba para recalque no sistema principal, existindo uma válvula

redutora de pressão (VRP) para diminuir a pressão excessiva, porém não há

nenhum dado sobre o funcionamento dessa VRP, pois, segundo informações

obtidas na PCU, a mesma foi instalada há cerca de 20 anos atrás.

A rede é do tipo ramificada e sua tubulação principal tem aproximadamente

5612,0 metros de comprimento, não sendo contabilizadas as tubulações das

ramificações e seu diâmetro varia de 32 a 250 milímetros (Figura 3). Antes do início

deste projeto não existia nenhum monitoramento de pressão e vazão nessa rede.

Page 43: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

43 Figura 3 – Esquema da rede de distribuição de água do Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Fonte: Plano Diretor da UEM (Prefeitura do Campus Universitário – PCU, 2011).

Page 44: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

44

3.2 COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados de campo foi instalado um medidorde vazãoda marca

Emerson Process Management, modelo 8711, ilustrado na Figura4, que utiliza o

princípio eletromagnético para medição da velocidade da água, com montagem

flangeada na tubulação principal com diâmetro de 200 mm. Seu range de medição é

de 0,01 a 12 m/s de velocidade do fluido, com exatidão de medição ± 0,25% do valor

medido, devidamente calibrado de fábrica. O sinal de saída do transmissor é 4 a 20

mA (miliampére)+ HART+ pulso.

Figura 4 – Medidor de vazão Emerson Process, modelo 8711.

Fonte: Product Data Sheet (Emerson Process, 2013).

O medidor foi instalado antes da primeira derivação da rede (em frente ao

bloco A01), conforme mostrado na Figura 4, porque não havia estrutura suficiente e

facilidade para acesso para instalá-lo junto à caixa de armazenamento.

A instalação foi feita seguindo os critérios estabelecidos pelo fabricante para

que a medição fosse a mais precisa possível, ou seja, como o medidor de vazão foi

instalado numa tubulação de DN 200, sabe-se que um trecho de cinco vezes de

Page 45: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

45

diâmetro não havia nenhuma junção ou interconexão em pelo menos 1000 metros

antes do ponto de medição. A Figura 5 mostra a instalação do medidor de vazão.

Figura 5 – Medidor de vazão Emerson Process, modelo 8711, sendo instalado na rede de distribuição de água do Campus Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Fonte: Autora (2012).

Como o medidor de vazão 8711 da Emerson Process não possui registrador

para armazenamento de dados, utilizou-se um registrador eletrônico LogBox da

Série 585 compatível com sinais lineares de corrente 4-20 mA e tensão 0-50 mV. O

registrador é composto por duas partes: o equipamento e uma interface óptica

Page 46: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

46

(conectada ao computador). O registrador é alimentado por uma bateria interna e a

comunicação entre o computador e o registrador é executada através de uma

interface ótica (sinal infravermelho), onde os dados serão descarregados em formato

.xls, formato do programa Excel.

Para a medição da pressão foram instalados quatro dataloggers da marca

Technolog, modelo MetrologP, que possuem uma entrada de pressão e uma entrada

de vazão (pulso), suportam pressão absoluta de 200 m.c.a. e precisão e resolução

de ± 0,5% do fundo de escala. Esses armazenadores possuem dois canais, sendo

um sensor de pressão e outro armazenador de pulsos de vazão. A figura abaixo

apresenta o datalogger que foi utilizado na coleta de dados.

Figura 6 – Datalogger Technolog, modelo Metrolog P, utilizado para coleta e armazenamento de dados de pressão.

Fonte: Product Data Sheet (Technolog, 2013).

A configuração dos dataloggers é feita em um programa acessório chamado

PMAC Lite, que descarrega e converte os dados armazenados em informações

editáveis. A apresentação gráfica desse software é apresentada a seguir (Figura 7).

Page 47: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

47

Figura 7 – Ambientes do software PMAC Lite.

Fonte: Motta (2010).

A indicação dos pontos de instalação dos pontos de monitoramento é feita na

Figura 3.

O número de registradores necessários para realização de uma boa

calibração foi discutido por Gambale (2000). Na prática se estabelece cinco pontos

mínimos para coleta de dados de pressão:

1. Entrada da área

2. Ponto médio da malha de distribuição

3. Ponto crítico de pressão mínima

4. Ponto crítico de pressão máxima

5. Ponto mais distante da entrada do abastecimento

Embora fosse o anseio dos pesquisadores da pesquisa, pelo número limitado

de equipamentos disponíveis, foram monitorados apenas os quatro pontos indicados

acima.

O primeiro critério de escolha, no caso desta pesquisa, foi em função da

facilidade de acesso às caixas de passagem. Desta forma ficou estabelecido um

ponto na entrada da área, junto ao medidor de vazão, o segundo ponto em uma

Page 48: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

48

derivação da tubulação principal, o terceiro ponto foi junto à VRP e o último no ponto

mais distante possível da entrada do abastecimento. As medidas de pressão foram

tomadas diretamente da tubulação principal da rede.

Page 49: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

49

3.3 MODELO MATEMÁTICO

Para a simulação computacional foi utilizado o software WaterGEMSV8.0ida

BentleySystems,que possui um otimizador de cálculo (Darwin Calibrator), que utiliza

algoritmos genéticos para ajuste das demandas e rugosidades em trechos

selecionados com objetivo de minimizar a diferença entre os valores observados e

calculados para pressão nos nós.

A rede foi construída com base nos mapas digitalizados do terreno (extensão

do programa AutoCAD), devidamente georrefenciados, fornecidos pela PCU. O

arquivo do foi exportado do formato CAD para o programa WaterGEMS, como um

layer e em cima desse layer foi feita a esqueletonização da rede. Deste modo o

modelo representativo computacional. Assim tem-se omodelo simplificado da rede,

onde os trechos representam as tubulações com seus respectivosdiâmetros e

comprimentos, e os nós representando os pontos nos quais as demandas são

atribuídas.

As demandas atribuídas aos nós foram arbitrárias, pois não

existemmanômetros nas edificações, o que impossibilita a micromedição do sistema.

A curva característica do padrão hidráulico horária foi obtido, fazendo o

cálculo da vazão horária dividida pela média do consumo.

Com auxílio da ferramenta T-Rex do WaterGEMS foi feita a importação das

curvas de nível do terreno, poupando o trabalho de inputar manualmente as cotas

altimétricas de todos os nós e do reservatório da rede.

Depois de feitas as simulações então procedeu-se à calibração. A calibração

é feita com base na comparação dos dados simulados com os resultados medidos e

recolhidos na rede estudada, assim, quanto maior for o número de observações dos

parâmetros que retratam o comportamento do sistema a que correspondem, mais o

processo de calibração beneficiará. Para calibrar o modelo foram fixados os valores

das rugosidades e optou-se por ajustar as demandas (o otimizador Darwin Calibrator

tem a opção de ajustar a rugosidade e demandas).

Page 50: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

50

O método de ajuste do modelo hidráulico foi configurado como descrito na

Tabela 2.

Tabela 2– Parâmetros utilizados na otimização para calibração dos dados no Darwin

Calibrator.

Tipo de ajuste Minimizar o quadrado da diferença entre o calculado e

observado

Carga por ponto de ajuste 0,60m

Vazão por ponto de ajuste 3,2 L/s

Tolerância de ajuste 0,001

Numero de tentativas 10000

Numero máximo de Era 6

Numero de geração de Era 150

Tamanho da População 30

Probabilidade de Corte 1,7%

Probabilidade de divisão 90%

Probabilidade de mutação 1%

Fertilidade Randômica 0,9

Page 51: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

51

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CURVA DA DEMANDA

A vazão foi monitorada das 14:51:07 horas do dia 07/06/2013 às 08:51:07

horas do dia 12/07/2013, totalizando 816 horas,com frequência de armazenamento

de dados de 15 em 15 minutos (3.337 dados). A variação da vazão de consumo é

apresentada na Gráfico 1.

Observando os dados de vazão, temos que o maior valor do fator

multiplicador de 3,63 e o menor foi de 0,19.

Gráfico 1 – Curva do perfil de demanda do sistema de abastecimento do Campus

Sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Esse perfil de demanda responde ao consumo de toda a rede, ou seja, a

macromedição do consumo, porém essas variações podem não corresponder a

demanda que efetivamente cada edificação consome, pois em algumas o

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 10000 20000 30000 40000 50000Fat

or m

ultip

licad

or (Q

/Qm

édia

)

Tempo (min)

Page 52: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

52

abastecimento é direto, e por decorrência de problemas antigos de falta de água, a

PCU, adotou há poucos anos a estratégia de construir cisternas e colocar caixas

d’água nas novas edificações e principalmente em laboratórios para sanar esse

problema que, no entanto, ainda é recorrente no campus.

Percebe-se também que o padrão de consumo no campus é diferenciado do

padrões de zonas residenciais, como pode ser comprovado pela observação do

gráfico abaixo, que mostra o perfil da demanda das 00:06 do dia 10/06/13, segunda-

feira, extendendo-se por período de 24 horas.

Gráfico 2 – Curva do perfil de demanda diário do sistema de abastecimento no dia

10/06/2013 (segunda-feira)

O gráfico abaixo mostra o perfil da demanda das 00:06 do dia 16/06/12,

domingo, extendendo-se por período de 24 horas.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89 93 97

Fat

or m

ultip

licad

or

Tempo (min)*15

Page 53: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

53

Gráfico 3 – Curva do perfil de demanda diário do sistema de abastecimento no dia

16/06/2013 (domingo).

Comparando-se o Gráfico 2 com o Gráfico 3 pode-se perceber a discrepância

no consumo nos períodos do dia para diferentes dias da semana.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80 84 88 92 96

Fat

or m

ultip

licad

or

Tempo (min)*15

Page 54: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

54

4.2 DADOS DE PRESSÃO

Os dados de pressão que dos pontos monitorados são apresentados a seguir.

Para o primeiro ponto, próximo ao bloco A01 o datalogger instalado

armazenou dados das 11:00 horas do dia 04/04/2013 às 08:30 horas do dia

08/06/2013, com coleta e armazenamento de dados de 10 em 10 minutos. Esses

dados são apresentadosno Gráfico 4.

Gráfico 4 – Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco A01 – período: 04/04/2013

a 08/06/2013

Observa-se que o datalogger registrou várias quedas abruptas. A primeira foi

no dia 09/04/2013, por um período curto de 5 horas. A segunda aparece no dia

10/04 às 22:50 e acontece até o dia 11/04/2013 às 08:10, onde é registrada a maior

queda, com valores de pressão negativos. Depois no dia 12/04/2013 no meio da

tarde, seguindo até o começo da manhã do dia 15/04. O mesmo acontece em

22/04/2013 extendendo-se por um período aproximado de 36 horas.

Essas quedas podem ser explicadas por possíveis rupturas ou vazamentos e

transitório hidráulico.

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1

36

1

72

1

10

81

14

41

18

01

21

61

25

21

28

81

32

41

36

01

39

61

43

21

46

81

50

41

54

01

57

61

61

21

64

81

68

41

72

01

75

61

79

21

82

81

86

41

90

01

Pre

ssão

(m.c

.a.)

Tempo (min)

Período de 04/04/13 (11:00:00) a 08/06/2013 (08:30: 00)

Page 55: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

55

O Gráfico 5 ilustra o comportamento hidráulico da pressão no ponto próximo

ao bloco C67. Para este ponto o datalogger armazenou dados das 11:30 horas do

dia 04/04/2013 às 23:50 horas do dia 11/05/2013, com coleta e armazenamento de

dados de 10 em 10 minutos.

Gráfico 5 –Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco C67 – período: 04/04/2013 a

11/05/2013

No dia 07/06/2013 às 16:50, o datalogger foi instalado novamente no mesmo

ponto, coletando dados até às 09:00 horas do dia 11/07/2013, coletando e

armazenando dados de 10 em 10 minutos.

-4-202468

1012141618202224

1 361 721 1081 1441 1801 2161 2521 2881 3241 3601 3961 4321 4681 5041 5401

Pre

ssão

(m.c

.a.)

Tempo (min)

Período de 04/04/2013 (11:30:00) a 11/05/2013 (23:50:00)

Page 56: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

56

Gráfico 6 –Curva de pressão do ponto próximo ao Bloco C67 – período: 07/06/2013 a

11/07/2013.

Neste último período, o medidor instalado próximo ao bloco C67, pode-se ver

que houve apenas uma queda de valores de presão. Nesse ponto, juntando as duas

séries temporais, vemos que a variação foi de 22 m.c.a a -3 m.c.a, mas na média

manteve-se próximo a 20 m.c.a.

Os dados registrados pelo datalogger instalado junto à ponto de visita da

VRP, logo após a válvula, são expostos no gráfico abaixo.

Gráfico 7 –Curva de pressão do datalogger instalado junto a poço de visita da VRP –

período: 04/04/2013 a 11/07/2013.

-4-202468

1012141618202224

1 361 721 1081 1441 1801 2161 2521 2881 3241 3601 3961 4321 4681

Pre

ssão

(m.c

.a.)

Tempo (min)

Período de 07/06/2013 (16:50) a 11/07/2013 (09:00)

-202468

10121416182022

0 14400 28800 43200 57600 72000 86400 100800 115200 129600 144000

Pre

ssão

(m

.c.a

.)

Tempo (min)

Período de 04/04/2013 (12:00) a 11/07/13 (09:40)

Page 57: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

57

Este foi o ponto com maior intervalo de dados obtidos em campo, com coleta

e armazenamento de dados de 10 em 10 minutos. Constata-se novamente que há

algumas quedas abruptas da pressão, mesmo em seguida

à válvula. Como o escoamento da rede é por gravidade, acredita-se em algum ponto

houve ruptura da tubulação ou vazamento de água houve nesse período, assim

como o abastecimento ter sido interrompido. Como o logger não estava acoplado ao

medidor de vazão, então não há como saber com precisão o que ocorreu nesses

primeiros pontos de pressão baixa pressão (em torno de zero m.c.a.).

O último ponto de coleta de pressão foi próximo à piscina do curso de

Educação Física. O datalogger instalado armazenou dados das 14:40 horas do dia

04/04/2013 às 07:20 horas do dia 02/07/2013, com coleta e armazenamento de

dados de 10 em 10 minutos. Esses dados são apresentados na Gráfico 8.

Gráfico 8 –Curva de pressão do ponto próximo à piscina – período: 04/04/2013 a

02/07/2013.

O resultado de pressão calculados e observados em uma junção após o

modelo ter sido hidráulico calibrado por meio de algoritmos genéticos é mostrado na

Figura 3. Para calibrar o modelo foi fixou a rugosidade e fez variação na demanda.

-2

2

6

10

14

18

22

26

30

34

38

42

46

0 14400 28800 43200 57600 72000 86400 100800 115200 129600

Pre

ssão

(m

.c.a

.)

Tempo (min)

Período de 04/04/2013 (14:40) a 02/07/2013 (07:20)

Page 58: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

58

4.3 CALIBRAÇÃO

O Gráfico 9 apresenta os dados para a junção J-3 (Bloco A01), os dados de

pressão foram registrados a cada 10 minutos durante 17 horas. Devido a algum

problema desconhecido não foram registrados dados para as 816 horas de

monitoramento da vazão. As médias dos dados simulados e dos dados calibrados

foi 10,2 m.c.a.. Já a diferença entre os valores observados e simulados foi de 2,5

m.c.a. para o período.

Gráfico 9 – Comparativo da pressão para o nó J-03 (Bloco A01).

A fase de calibração permite muitas vezes identificar problemas no próprio

sistema, por isso os dados de monitoramento desse ponto não foram

desconsiderados.

O Gráfico 10 apresenta os dados para a junção J-75 (Bloco C67). Os dados

de pressão foram registrados a cada 10 minutos durante 816 horas. As médias dos

dados simulados e calibrados foram 19,8 e 19,9 m.c.a. respectivamente. Já a

diferença das médiasdos valores observados e simulados foi de 0,3 m.c.a. para o

período.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

0 5040 10080 15120 20160 25200 30240 35280 40320 45360

Pre

ssã

o (

m.c

.a)

Tempo (min)

Otimizado Simulado Observado

Page 59: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

59

Gráfico 10 – Comparativo da pressão para o nó J-75 (Bloco C67).

O Gráfico 11 mostra os dados para a junção J-190 (VRP). Os dados de

pressão foram registrados a cada 10 minutos durante 816 horas. As médias dos

dados simulados e calibrados foram 34,6 e 34,8 m.c.a. respectivamente. Já a

diferença das médias dos valores observados e simulados foi de 17m.c.a. para o

período, uma discrepância muito grande de dados.

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

0 5040 10080 15120 20160 25200 30240 35280 40320 45360

Pre

ssã

o (

m.c

.a.)

Tempo (min)

Simulado Otimizado Observado

-202468

1012141618202224262830323436

0 5040 10080 15120 20160 25200 30240 35280 40320 45360

Pre

ssã

o (

m.c

.a.)

Tempo (min)

Simulado Otimizado Observado

Page 60: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

60

Gráfico 11 – Comparativo da pressão para o nó J-190 (VRP).

O Gráfico 12 aponta os dados para a junção J-237 (piscina). Os dados de

pressão foram registrados a cada 10 minutos. As médias dos dados simulados e

calibrados foram 48,2 e 48,3 m.c.a. respectivamente. Já a diferença das médias dos

valores observados e simulados foi de 17m.c.a. para o período.

Gráfico 12 – Comparativo da pressão para o nó J-237 (piscina).

Nos dois últimos pontos de monitoramento houve uma diferença exorbitante

entre os dados observados e otimizados pelo Darwin Calibrator.

Esses erros de calibração, que são as discrepâncias entre os resultados do

modelo e a realidade observada, podem ter diversas origens, como os dados físicos

do sistema, as suas demandas e as suas condições operacionais.

Além dessas, podem existir outras fontes de erro ou de incerteza nos dados

de entrada de um modelo, que também contribuem para as maiores discrepâncias

entre resultados do modelo e medições na rede, as quais constituem um potencial

parâmetro de calibração, tal como o diâmetro nominal e diâmetro interno, os registos

de cadastro, os erros de conectividade, a simplificação da rede e os níveis e

condições de operação.

0

4

8

12

16

20

24

28

32

36

40

44

48

52

0 5040 10080 15120 20160 25200 30240 35280 40320 45360

Pre

ssã

o (

m.c

.a.)

Tempo (min)

Simulado Calibrado Observado

Page 61: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

61

Acredita-se que nesse trabalho consista nas diferenças das rugosidades ou

modificações feitas em campo que não constam em projeto.

Page 62: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

62

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A aquisição de dados de vazão e pressão é fundamental para melhorar a

gestão do sistema de distribuição de água e o cálculo das pressões dependentes

das demandas é de extrema importância para compreender melhor o

comportamento hidráulico da rede.

No estudo de caso da rede de distribuição de água do Campus Sede da

Universidade Estadual de Maringá, com o monitoramento da vazão foi possível

descrever as oscilações das demandas, por meio da curva de demanda.

Mesmo que o modelo hidráulico tenha sido eficaz para determinar os ajustes

de vazão nos pontos monitorados, em dois dos quatro pontos a diferença entre os

dados observados dos dados otimizados teve um percentual elevado. Por isso,

recomenda-se que sejam realizados mais estudos de campo no sentido de entender

melhor o motivo dessas diferenças. Para tanto, sugere-se o uso de geofones, para

cálculo de perdas, oriundas de vazamentos e rupturas da tubulação e conexões.

Para que aconteçam melhorias na gestão da rede, esforços efetivos devem

ser empenhados no sentido de desenvolver capacidades e aprimorar o

conhecimento técnico dos responsáveis pelo projeto e manutenção da rede,

implementar mais ferramentas de amostragem de campo, utilizar tecnologias que

permitam compartilhar os dados com rapidez, confiabilidade e baixo custo.

Na prática, essas ações recaem na instalação de sondas de cloro para

monitoramento dos parâmetros de qualidade nos poços de visita dos pontos de

monitoramento, que já receberam estrutura suficiente para a instalação e a

implementação do acoplamento dos módulos Xbee para transmissão desses dados

em tempo real.

Nesse sentido, o monitoramento contínuo e em tempo real de parâmetros

hidráulicos e de qualidade, similar ao proposto por Allen et al. (2011). O estudo da

aplicação de rede de sensores sem fio (RSSF) tem sido apontado como promissor

nesse campo de aplicação (CAO, L.; TIAN, J.; LIU, Y., 2008;EDIRIWEERA, D. D.;

MARSHALL, I. W., 2010;PANGULURI, S. et al.,2005; QUEVEDO et al., 2010; LIN,

M.; WU, Y.; WASSELL. I., 2008; ZABASTA, A. et al., 2012).

Page 63: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

63

6. REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.218: Projeto de Rede

de Distribuição de Água para Abastecimento Público . Rio de Janeiro, 1994.

ALEGRE, H.; COELHO S. T.; ALMEIDA, M. C.; VIEIRA, P. Controlo de perdas de

água em sistemas públicos de adução e distribuição. Lisboa, Portugal: Laboratório

Nacional de Engenharia Civil, Instituto da Água,Instituto Regulador de Águas e

Resíduos, 2005. 306 p.

ALLEN, M.; PREIS, A.; MUDASSER, I.; SRIRAGARAJAN, S.; LIM, H. B.; GIROD, L.;

WHITTLE, A. J. Real-time in-network distribution system monitoring to improve

operational efficiency. Journal AWWA, v. 103, n. 7, p. 63-75, 2011.

ARAÚJO, F. F. V.; CASTRO, M. A. H.; RIGHETTO, A. M. Modelo Hidráulico

Baseado no Método das Características: Análise de Convergência e Comparações

com o EPANET. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 15, n. 3, p. 05-19, 2010.

ASCE – American Society of Civil Engineers.Interim Voluntary Guidelines for

Designing na Online Contaminant Monitoring System . Atlanta: Highsmith

Enviromental Consultants, 2004. 405 p.

AWWA – AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION. Distribution Network

Analysis for Water Utilities .3ª ed. Denver, 1989.

BARBOSA, P. S. F.; COSTA, A. A.; SANTOS Jr., J. B. S. S. Um algoritmo de

programação linear para análise de redes hidráulicas. Revista Brasileira de

Recursos Hídricos, v. 4, n. 4, p. 75-84, 1999.

BARROSO, L. B.; GASTALDINI, M. C. C. Redução de Vazamentos em um Setor da

Rede de Distribuição de Água de Santa Maria. Revista Brasileira de Recursos

Hídricos, v. 15, n. 2, p. 27-36, 2010.

BAPTISTA, J. M. Uso sustentável da água: situação portuguesa e perspectiva de

futuro. A melhoria da eficiência do uso da água como contributo para a

sustentabilidade dos recursos naturais. In: 10º Encontro ENaSB/SILUBESA –

Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Braga, 2002.

Page 64: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

64

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 2.914, de 12 de dezembro de 2011.

Dispões sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água

para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências. Diário

Oficial da União, Brasília, DF, 14dez. 2011. Disponível em:

<http://elegis.anvisa.gov.br>. Acesso em 15 jul. 2012.

CAO, L.; TIAN, J.; LIU, Y. Remote Real Time Automatic Meter Reading System

Based on Wireless Sensor Networks. In: 3rd International Conference on Innovative

Computing Information and Control, 2008. 4 p.

CASAGRANDE, J.; SARMENTO, R. O Uso de Modelagem Matemática de Qualidade

de Água no Controle de Cloro Residual em Sistemas de Distribuição. In: Anais do

19° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, p. 1342-1353. Foz do

Iguaçu, 1997.

CHEUNG, P. B. Computation tools for water quality modeling in hyd raulic

networks – Calibrations Model . Technical Report at Cemagref Bordeaux, 2005.

CLARK, R., GRAYMAN, W. M.; MALES, R. M.; HESS, A. F. Modeling Contaminant

Propagation in Drinking-Water Distribution Systems.Journal of Environmental

Engineering, v. 119, n. 2, p. 349-364, 1993.

COELHO, S. T.; LOUREIRO, D.; ALEGRE, H. Modelação e análise de sistemas de

abastecimento de água. Portugal: Instituto Regulador de Águas e Resíduos e

Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2006. 335p.

DANIELI, R. D.; GASTALDINI, M. C. C.; BARROSO, L. B. Modelagem do Cloro

Residual em Redes de Distribuição – Aplicação ao Sistema de Abastecimento de

Santa Maria. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 11, n. 4, p. 201-208, 2006.

DINIZ, V. E. M. G.; SOUZA, P. A.; LUVIZOTTO JUNIOR. Modelo Matricial Inelástico

para Cálculo de Redes Hidráulicas. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 11, n.

4, p. 47-58, 2006.

EDIRIWEERA, D. D.; MARSHALL, I. W. Monitoring water distribution systems:

understanding and managing sensor networks.Drinking Water Engineering and

Science, v. 3, p. 107–113, 2010.

Page 65: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

65

EMERSON PROCESS.Rosemount 8700 Series Magnetic Flowmeter

Systems.Product Data Sheet. Disponível em:

<http://www2.emersonprocess.com/siteadmincenter/PM%20Rosemount%20Docume

nts/00813-0100-4727.pdf> . Acesso em 19 ago. 2013.

FORMIGA, K. T. M.; CHAUDHRY, F. H. Modelos de Análise Hidráulica de Redes de

Distribuição de Água considerando Demanda Dirigida pela Pressão e Vazamentos.

Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 13, n. 2, p. 153-162, 2008.

HAESTED METHODS; WALSKI, T. M.; CHASE, D. V.; GRAYMAN, W.; BECKWITH,

S.; KOELLE, E. Advanced water distribution modeling and management. 1ª ed.

Waterbury: Bentley Institute Press, 2007. 751 p.

HALLAM, N. B.; WEST, J. R.; FOSTER, C. F.; POWELL, J. C.; SPENCER, I. The

decay of chlorine associated with the pipe wall in water distribution systems. Water

Research, v. 36, n. 14, p. 3479-3488, 2002.

JUNQUEIRA, R. F. Modelagem matemática de cloro residual em redes de

distribuição de água – Estudo de caso no Jardim Hig ienópolis em Maringá-PR .

Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana). Universidade Estadual de Maringá,

69 p. Maringá, 2010.

KONDAGESKI, J. H.; FERNANDES, C. V. S. Calibração de Modelo Matemático de

Qualidade da Água Utilizando Algoritmo Genético: Estudo de caso do Rio Palmital,

PR. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 14, n. 1, p. 63-73, 2009.

LIN, M.; WU, Y.; WASSELL. I. Wireless Sensor Network: Water Distribution

Monitoring System, 2008. 4 p.

MCKENZIE, R.; SEAGO, C. Assessment of real losses in potable water distribution

systems: some recent developments. Water Science and Technology: Water Supply,

v. 5, n. 1, p. 33–40. 2005

MORAES, F. A. Calibração de Modelo de Decaimento de Cloro Aplicad o a Setor

de Rede de Distribuição de Água. Dissertação (Mestrado em Saneamento e

Hidráulica). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 253 p.

São Carlos, 2008.

Page 66: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

66

MOTTA, R. G. Importância de Setorização Adequada para Combate às Perdas

Reais de Água de Abastecimento Público. Dissertação (Mestrado em

Saneamento e Hidráulica) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de

São Paulo, 176 p. São Carlos, 2010.

ORMSBEE, L. E.; LIMGIREDDY, S. Calibrating Hydraulic Network Models.Journal

of Hydraulic Engineering, p. 804-812, 1997.

PANGULURI, S.; HAUGHT, R. C.; PATTERSON, C. L.; KRISHNAN, E. R.; HALL, J.

Real-Time Remote Monitoring of Drinking Water Quality. EWRI – ASCE, 2005. 10 p.

PÉREZ, R.; PUIG, V.; PASCUAL, J.; QUEVEDO, J.; LANDEROS, E.; PERALTA, A.

Methodology for leakage isolation using pressure sensitivity analysis in water

distribution networks. Control Engineering Practice, v. 19, p. 1157–1167, 2011.

Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS. Gestão integrada e

participativa: movendo pessoas para o combate às perdas e o uso eficiente da

energia. Brasília: MCIDADES.SNSA, 2007. 52 p.

QUEVEDO, J.; PUIG, V.; CEMBRANO, G.; BLANCH, J.; AGUILAR, J.; SAPORTA,

D.; BENITO, G.; HEDO, M.; MOLINA, A. Validation and reconstruction of flow meter

datain the Barcelona water distribution network. Control Engineering Practice, v. 18

p. 640–651, 2010.

REIS, L. F. R.; AKUTSU, J. Estratégias Operacionais para Sistemas de

Reservatórios via Algoritmos Genéticos (AGs). Revista Brasileira de Recursos

Hídricos, v. 7, n. 3, p. 5-17, 2002.

RIGHETTO, A. M. Calibração de Modelo Hidráulico de Rede de Distribuição de

Água. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, v. 6, n. 3, p. 33-44, 2001.

ROSSMAN, L. A. (2000). EPANET 2 users manual.USEPA, Cincinnati, Ohio.

Disponível em: <http://www.epa.gov/nrmrl/wswrd/dw/epanet/EN2manual.PDF>.

Acesso: 28 jul. 2012.

ROSSMAN, L. A.; CLARK, R. M.; GRAYMAN, W. M. Modeling Chlorine Residuals in

Drinking-Water Distribution Systems.Journal of Environmental Engineering, v. 120, n.

4, p. 803-820, 1994.

Page 67: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

67

SALGADO, S. R. T. Estudos dos Parâmetros do Decaimento de Cloro Resid ual

em Sistema de Distribuição de Água Tratada Consider ando Vazamento.

Dissertação (Mestrado em Saneamento e Hidráulica). Escola de Engenharia de São

Carlos, Universidade de São Paulo, 145 p. São Carlos, 2008.

SILVA, F. G. B. Estudos de calibração de redes de distribuição de á gua através

de Algoritmos Genéticos . Tese (Doutorado em Engenharia Hidráulica e

Saneamento). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,

151 p. São Carlos, 2003.

SILVA, K. R. G. Modelagem Matemática de Cloro Residual em Redes de

Distribuição de Água – Estudo de Caso na Zona de Pr essão Recalque Campo

Comprido. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Recursos Hídricos e

Ambiental). Universidade Federal do Paraná, 97p. Curitiba, 2002.

SILVA, K. R. G., KISHI, R. T. Modelagem matemática do cloro em redes de

distribuição de água. Revista Técnica da Sanepar (Sanare) . v. 19, n. 19, p 26-40.

2003.

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS. Diagnóstico dos

serviços de água e esgotos – 2010. Brasília: MCIDADES.SNSA, 2012. 448 p.

Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA. Guia prático: técnicas de

operação em sistemas de abastecimento. Brasília: SNSA, 2007. 86 p.

SOARES, A. K.; CHEUNG, P. B.; REIS, L. F. R.; SANDIM, M. P. Avaliação das

Perdas Físicas de um Setor da Rede de Abastecimento de Água de Campo Grande-

MS via Modelo Inverso. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 9, n. 4, p.312-321,

2004.

SOARES, A.K.; REIS, L.F.R.; COVAS, D.I. C. AnáliseHidráulica de Sistemas de

Distribuição de Água Utilizandoo MOC-EPANET. In: Ramos, H.M., Covas,D.I.C.,

Gonçalves, F.V., e Soares, A.K.: AlteraçõesClimáticas e Gestão da Água e Energia

em Sistemasde Abastecimento e Drenagem, Lisboa, Portugal: Dossier, p.401-417,

2008.

Page 68: KELLY POLIANE RODRIGUES CALIBRAÇÃO DEMODELO HIDRÁULICO PARA MONITORAMENTO DE … · 2017. 6. 21. · medidor de vazão e transdutores de pressão. ... para fazer a calibração

68

USEPA – United States Environmental Protection Agency. Water Distribution

System Analysis: Field Studies, Modeling and Manage ment – A Reference

Guide for Utilities. EPA/600/R-06/028, 2005.

VASCONCELOS, J. G.; KOIDE, S. Metodologia para Otimização da Amostragem de

Qualidade de Água em Redes de Distribuição. Revista Brasileira de Recursos

Hídricos, v. 14, n. 4, p. 5-15, 2009.

XU, Y.; ZHANG, X. Y. Research on pressure optmization effect of high level water

tank by drinking water network hydraulic model. Procedia Engineering, v. 31, p. 958-

966, 2012.

ZABASTA, A.; KUNICINA, N.; CHAIKO, Y.; RIBICKIS, L. Automatic Wireless Meters

Reading for Water Distribution Network in Talsi City.In: 7th International Conference

on Electrical and Control Technologies. Kaunas, Lithuania, 3-4 maio 2012.

WALSKI, T. M.; CHASE, D. V.; SAVIC, D. A. Water Distribution

Modeling. Waterbury: Haested Press, 2001.