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KARLA GARCIA LUIZ OLIVEIRA LETÍCIA LINS DOS SANTOS UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A MOTIVAÇÃO PARA A ADOÇÃO Banca Examinadora _____________________________________ Profa. Dra. Daisy Inocência Margarida de Lemos _____________________________________ Profa. Dra. Gisela Vasconcellos Monteiro _____________________________________ Profa. Dra. Daisy Inocência Margarida de Lemos SANTOS 2008

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KARLA GARCIA LUIZ OLIVEIRA

LETÍCIA LINS DOS SANTOS

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A MOTIVAÇÃO PARA A ADOÇÃO

Banca Examinadora

_____________________________________

Profa. Dra. Daisy Inocência Margarida de Lemos

_____________________________________

Profa. Dra. Gisela Vasconcellos Monteiro

_____________________________________

Profa. Dra. Daisy Inocência Margarida de Lemos

SANTOS 2008

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OLIVEIRA, Karla Garcia Luiz; SANTOS, Letícia Lins dos. Um Estudo Exploratório Sobre a Motivação Para a Adoção. 60 páginas. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso. Psicologia. Universidade Católica de Santos.

RESUMO

Nas últimas décadas a família brasileira vem assumindo novos formatos, nos quais conceitos foram introduzidos e vistos com maior naturalidade, dentre estes conceitos está a adoção. Os avanços da tecnologia e as novas legislações sobre família colaboraram para que a visão sobre a adoção modificasse. Assim, a mudança de valores nas famílias que optam por adotar como um ato de acolhimento e afeto vem crescendo e desmistificando os preconceitos ainda existentes na sociedade. Pelos medos e mitos que ainda pairam sobre a adoção, esta não é uma escolha fácil de tomar, mas, mesmo assim, acaba sendo, por diversas razões, uma alternativa para muitos casais que desejam ser pais. Embora ainda haja certo preconceito com relação à adoção, podemos observar também que é plenamente possível alcançar o entrosamento e o amor entre pais e filhos adotivos. Desta maneira, este trabalho visou discutir os diversos aspectos da adoção e investigar os fatores manifestos que levam pais a optarem por essa nova composição de família. Os dados foram obtidos através de um questionário semi-estruturado respondido por 10 pais adotivos. Quanto ao motivo para adotar uma criança, metade dos pais revelou ter adotado por questões de infertilidade (própria ou do parceiro). Outros quatro entrevistados manifestaram o desejo de dar continuidade à família, embora dois deles tenham respondido certa dificuldade para a gestação natural (não tendo constatada a infertilidade). Apenas um entrevistado respondeu que a adoção aconteceu por eventualidade, embora tenha perdido um filho biológico no ano anterior à adoção.

Palavras-chave: família, adoção, preconceito.

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INTRODUÇÃO

A prática da adoção, assim como a dinâmica familiar, assumiu novos

contornos nas últimas décadas, ou seja, a família vem incorporando novos

conceitos, nos quais o pai não tem mais, necessariamente, a função de provedor e

a mãe, de cuidadora do lar. Cada vez mais as famílias têm uma característica

própria, com papéis reinventados de acordo com a sua necessidade. A princípio a

adoção era vista como um fracasso, pela impossibilidade física/orgânica de gerar

filhos ou como ato de caridade. Conseqüentemente, adotar uma criança era a saída

para suprir a dor da esterilidade dos pais, ou da criança órfã ou abandonada. Deste

modo, na maioria das vezes, os filhos adotivos eram camuflados de filhos naturais,

o que reforçava o preconceito contra o ato da adoção.

Nos dias atuais, a adoção não tem mais tantos mistérios, deixa de ser um

assunto intocável, um mito, para tornar-se um plano do casal. Cabe ressaltar que

uma das causas desta mudança está na ascensão dos papéis sociais, principalmente

dos papéis profissionais da mulher. Assim, adotar uma criança surge como

alternativa à geração natural.

No entanto, há muitos casos de mulheres que, mesmo podendo gerar filhos

naturais, optam pela adoção. As mudanças de valores abrem possibilidades,

permitindo que a família possa reconhecer legalmente e afetivamente alguém que

de fato pertence, biologicamente, a outra família.

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JUSTIFICATIVA

Este trabalho é direcionado às pessoas interessadas pelo assunto que, por

vezes, é esquecido pela sociedade, pois há uma “ignorância social” - no sentido de

ignorar os aspectos da adoção, porque as pessoas, ao pensarem no tema, apenas

visualizam a demora da burocracia e os problemas que uma criança desconhecida

pode trazer, como será demonstrado no decorrer desta pesquisa. Na verdade, essas

idéias são fantasiosas, pois, para se ter um filho biológico, também há espera (dos

nove meses de gestação) e este não vem com um “certificado de garantia”,

assegurando que será um bom filho e um adulto de sucesso.

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PROBLEMA E OBJETIVOS

Problema

Quais são os motivos manifestos pelos quais os pais adotam uma criança?

Objetivo Geral

O principal objetivo é compreender os motivos manifestos pelos quais os

pais adotam uma criança.

Objetivos Específicos

Verificar:

• O histórico familiar do casal acerca da adoção;

• Os fatores conscientes que motivaram o casal para a decisão da adoção;

• Qual a idealização da criança a ser adotada ou se não existem

preferências referentes à cor, sexo, idade, condições de saúde ou origem.

• As características da dinâmica entre os pais frente ao(s) filho(s)

adotivo(s) com relação ao preconceito e aos mitos que envolvem a adoção;

• Se a idéia de adotar é considerada desde muito cedo na vida da pessoa

ou se acontece por influência do parceiro.

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MÉTODO

Neste trabalho foi realizado um estudo exploratório, pois tem como

principal objetivo propiciar maior familiaridade com o problema. Será

desenvolvida uma pesquisa de campo com base em materiais recolhidos através de

questionário (GIL, 2007, p.42-43).

Sujeitos

A pesquisa foi realizada com dez pais adotivos (de ambos os sexos) de 31

a 68 anos, selecionados por acessibilidade, ou seja, “seleciona-se os elementos a

que se tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o

universo.” (GIL, 1995, p.97). Oito sujeitos participantes são da região Sul do

Brasil e dois da Baixada Santista.

Instrumentos

Os dados serão obtidos através de questionário semi-estruturado, contendo

23 perguntas – 16 questões são de autoria própria das acadêmicas desta pesquisa e

07 foram extraídas do Trabalho de Conclusão de Curso de Raquel de Abreu

Moreira, cujo tema também se referia à adoção.

Procedimentos

Os pais da região Sul do país receberam o questionário, o Termo de

Consentimento e as instruções básicas através de correspondência postal, com

prazo de 05 dias para responder a pesquisa e mandar de volta ao endereço

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remetente. Com relação aos pais da Baixada Santista, o material da pesquisa foi

entregue e recolhido pessoalmente, dando-se o mesmo prazo para o preenchimento

das questões. Todos os pais ficaram livres para responder as perguntas que lhes

fossem convenientes e para participar ambos ou apenas um dos cônjuges. Além

disso, todas as despesas de envio de correspondência foram arcadas pelas alunas

autoras desta pesquisa. Vale ressaltar que este trabalho obedece às normas éticas

de pesquisa com seres humanos através do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

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RESULTADOS

Neste capítulo, apresentaremos a análise quantitativa e qualitativa dos

dados obtidos. É importante deixar claro que os sujeitos foram nomeados

ficticiamente na ordem do alfabeto.

Sexo

Masculino

Feminino

Figura 1. Quanto ao sexo.

Como podemos observar, no gráfico acima, nove dos sujeitos entrevistados

são do sexo feminino e um do sexo masculino.

IdadeDe 30 a 40 anos

De 41 a 50 anos

De 51 a 60 anos

Mais de 61 anos

Figura 2. Quanto à idade.

Quanto à idade, cinco estão na faixa etária entre 41 a 50 anos; três têm

idade entre 30 e 40 anos; um sujeito tem entre 51 a 60 anos e apenas um tem mais

de 61 anos.

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Grau de escolaridade

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

Ensino técnico completo

Ensino superior completo

Ensino superior incompleto (cursando)

Figura 3. Quanto ao grau de escolaridade.

Com relação ao grau de escolaridade dos pais entrevistados, verificamos

que um possui o ensino médio incompleto; um possui ensino médio completo; três

concluíram o ensino técnico; três possuem ensino superior completo e os dois

restantes cursam o ensino superior. Desta forma, notamos que a formação

acadêmica dos sujeitos não foi relevante para a motivação da adoção.

Tempo de casamento

Até 10 anos

De 11 a 20 anos

De 21 a 30 anos

Mais de 30 anos

Figura 4. Quanto ao tempo de casamento.

No gráfico acima, vemos que há uma variedade no tempo de casamento

(união estável) dos pais entrevistados, pois três sujeitos relataram serem casados

há até 10 anos; três, de 11 a 20 anos; outros três, de 21 a 30 anos e somente dois

há mais de 30 anos.

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Filhos biológicos

Sim

Não

Figura 5. Referente se os pais têm filhos biológicos.

Figura 6. Quanto ao número de filhos adotivos.

Podemos perceber, nas ilustrações, que mais da metade dos pais (seis), não

tem filho(s) biológico(s) e dos outros quatro, que afirmaram ter, todos possuem

dois filhos consangüíneos. Além disso, oito dos entrevistados têm apenas um filho

adotivo; o sujeito C adotou três e o sujeito J adotou dois filhos.

Figura 7. Quanto aos sujeitos que são filhos adotivos.

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Observamos que, dentre os entrevistados, nove alegaram não serem filhos

adotivos. Somente o sujeito H revelou ser adotivo e relatou que descobriu aos 15

anos, por si mesmo.

Vale ressaltar que três dos dez entrevistados revelaram ter parentes

adotivos (tios, primos, sobrinhos), porém apenas o sujeito J manifestou ter sofrido

influência deste dado para também adotar.

Figura 8. Quanto ao tempo de adoção.

Idade com que a criança foi adotada

Até 1 mês

De 2 meses a 1 ano

De mais de 1 ano até 5 anos

Figura 9. Quanto à idade com que a criança foi adotada.

O gráfico acima demonstra que três sujeitos adotaram há até 5 anos, três

adotaram de seis a dez anos; um adotou há 13 anos. Destacamos que o

entrevistado J tem 2 filhos adotivos, sendo que o mais velho tem 33 anos e o mais

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novo tem 30 anos. E o sujeito C tem 3 filhos adotivos, sendo que a primeira

adoção ocorreu há 27 anos, a segunda há 20 anos e a terceira há 9 anos.

Em relação à idade com que a criança foi adotada, as respostas nos

mostram que mais da metade dos sujeitos (seis) adotou até 1 mês de vida, dois

sujeitos adotaram quando a criança tinha de 2 meses até 1 ano – lembrando que o

sujeito C que adotou três crianças, o fez quando elas tinham 2 meses de idade -, e

o sujeito J que adotou duas crianças o fez quando elas tinham 4 e 15 dias,

respectivamente. E apenas um sujeito adotou quando a criança tinha mais de 1

ano.

Figura 10. Quanto aos pais que tinham preferências relativas ao perfil da criança.

No quesito preferência do perfil da criança a ser adotada, cinco dos

entrevistados manifestaram exigências, sendo que dois davam prioridade para a

idade (recém-nascido); outros dois para o sexo e um dos sujeitos fez exigências de

cor, sexo e idade. Os outros cinco sujeitos não manifestaram preferência pelo

perfil da criança. Cabe destacar que o entrevistado I, manifestou interesse em

adotar uma criança com até 1 ano de idade, está inscrito no fórum para mais uma

adoção; entretanto, a exigência de idade ampliou para até 5 anos de idade.

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Origem da adoçãoDiretamente da família biológica

Através do fórum

Através de uma Instituição

Figura 11. Quanto à origem da adoção.

O gráfico aponta que seis dos pais adotaram diretamente da família

biológica e três adotaram através do fórum. É importante notar que somente uma

criança foi adotada através de uma instituição e que todos os pais entrevistados

tiveram preferência pela adoção juridicamente legal para que houvesse maior

segurança no futuro.

Palavras lembradas pelos sujeitos quando pensam na adoção

Amor

Futuro

Cuidar/Ajudar/Proteger

Dedicação

Carinho

Figura 12. Quanto às palavras lembradas pelos sujeitos quando pensam na adoção.

A seguir, observamos que dentre as palavras requisitadas aos pais quando

eles pensam em adoção, a palavra “amor” foi a mais citada nas respostas. Na

seqüência, apareceram com freqüência as palavras “carinho”, “alegria” e

“felicidade”. Em seguida, as palavras que os entrevistados citaram foram:

• Futuro;

• Cuidar;

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• Ajudar;

• Proteger;

• Gratificação;

• Realização;

• Dedicação.

Salientamos que outras palavras foram citadas uma única vez, tais como:

• Sorte;

• Rejeição;

• Compensação;

• Repartir;

• Caridade;

• Aprendizado.

Quanto ao motivo para adotar uma criança, metade dos pais revelou ter

adotado por questões de infertilidade (própria ou do parceiro). Outros quatro

entrevistados manifestaram o desejo de dar continuidade à família, embora dois

deles tenham respondido certa dificuldade para a gestação natural, não tendo

constatada a infertilidade. Apenas o entrevistado B respondeu que a adoção

aconteceu por eventualidade, embora tenha perdido um filho no ano anterior à

adoção.

Dos sujeitos entrevistados, mais da metade (seis) respondeu que a idéia

de adotar veio depois do casamento e esses pais tinham, em média, 10 anos de

união quando pensaram na adoção. Já os outros quatro entrevistados revelaram

sempre ter desejado adotar uma criança.

Outro dado importante para mencionarmos é que praticamente todos os

pais revelaram que não sentem vergonha ou sentem-se mal em dizer aos outros

que têm filhos adotivos, pois, de maneira geral, demonstram manter o sentimento

de filho, independente de ser adotivo. Entretanto, o único sujeito que relatou

anteriormente também ser filho adotivo (H), não respondeu claramente essa

questão, dizendo que não considera sua filha como adotiva.

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Em relação ao que os entrevistados consideram importante para o

sucesso da adoção, destacamos o que mais surgiu nas respostas, de modo geral:

• O amor pela criança;

• A verdade para que a criança cresça sabendo de sua origem;

• Que adoção seja juridicamente legalizada;

• Ter uma família estruturada;

• Ter consciência das suas expectativas frente à adoção;

• Idealização do filho adotivo;

• Menos burocracia no processo de adoção.

Na questão que aborda a revelação da adoção, todos os entrevistados

responderam que é importante, desde cedo, contar para a criança que ela é

adotada. Isso porque grande parte dos pais acredita que a criança não deve viver

uma mentira e nem ser enganada. Além disso, pelo fato de a criança já ter sido

abandonada pela família biológica, alguns pais citaram que a verdade tem que ser

dita para que ela não se sinta rejeitada. Embora todos tenham mostrado a

importância de contar a verdade, quatro sujeitos não consideram relevante saber

sobre a história da criança e de sua família de origem.

Com base nas respostas obtidas na última questão, observamos que, tanto

a vida do casal quanto a da família, mudou positivamente em vários aspectos, tais

como:

• Desenvolvimento das relações familiares;

• Perspectivas de um futuro melhor;

• Preencher o lar com sentimentos de amor e alegria;

• Crescimento e aprendizado para o ser humano.

Destacamos ainda que um dos sujeitos respondeu que a chegada do filho

adotivo ajudou a superar a perda de um filho biológico e outro sujeito relatou

melhoras, inclusive, na sua vida sexual.

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DISCUSSÃO

Partindo do estudo realizado acreditamos que os resultados foram, de

maneira geral, satisfatórios – no sentido de quantidade e qualidade de conteúdo

obtido – e positivos frente às expectativas, pois, muitas vezes, as teorias utilizadas

foram “pessimistas” em relação à adoção, muito embora não possamos

desconsiderá-las, dada a limitação desta pesquisa. Analisando as respostas dos

questionários, percebemos que o assunto pode ser tratado de modo mais simplista,

pois os sujeitos entrevistados demonstraram que o assunto é enfrentado de

maneira natural no cotidiano da vida familiar, não sendo visto como um tabu.

A pesquisa atingiu os objetivos propostos no que se refere:

• A compreensão dos motivos manifestos pelos quais os pais adotam uma

criança;

• O histórico familiar do casal acerca da adoção;

• Qual a idealização da criança a ser adotada ou se não existem

preferências referentes à cor, sexo, idade, condições de saúde ou origem;

• As características da dinâmica frente ao(s) filho(s) adotivo(s) com

relação ao preconceito e aos mitos que envolvem a adoção;

• Se a idéia de adotar é considerada desde muito cedo na vida da pessoa

ou se acontece por influência do parceiro;

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De acordo com a teoria sistêmica, poderíamos levantar a hipótese de que

os pais adotam porque são ou têm parentes adotivos. Como ressalta Cerveny

(2001): “... cada um dos membros é interdependente do comportamento dos

outros.”, o que levaria motivação aos pais que tem alguma experiência familiar

com adoção, isto é, como se eles fossem influenciados pelos comportamentos (de

adotar) dos outros membros da família. Porém, vimos com o presente estudo, que

esta suposição não corresponde totalmente à realidade, pois não há ligação direta

entre ser adotivo e o ato de adotar.

Cerveny (2001) aborda a família como um sistema que tem princípios de

funcionamento como a morfogênese que proporciona à família capacidade de

mudança e transformação, tornando-a mais flexível e modificando a ordem

estrutural e funcional do sistema. Como foi citado anteriormente na análise, mais

da metade dos sujeitos não são e nem possuem parentes adotivos, o que nos leva à

suposição de que esses pais “quebraram” os padrões de repetição interacionais em

nível intergeracional, quando tomaram a decisão de adotar. Mesmo o sujeito H

que mostrou ser adotivo e os dois sujeitos que revelaram ter parentes adotivos, não

consideram esse fato como influência para adotar uma criança. Ainda

comentando sobre o sujeito H, percebemos que este mantém características de

comportamentos referentes ao princípio de homeostase, pois reproduz a repetição,

protegendo-se de mudanças e instabilidade no sistema familiar. Para Cerveny

(2001), a repetição protege e assegura a continuidade de uma geração para outra

de uma mesma família.

Papalia & Olds (2006) destacam que a chegada da criança na família inicia

uma nova fase de transição na vida dos pais. Esse novo começo altera os

indivíduos, assim como seus relacionamentos. Nessa experiência tanto os pais

quanto os filhos se desenvolvem mutuamente. Cerveny (2001) também pontua

esse aspecto quando afirma que, inclusive, a vida individual, conjugal e familiar

passa por mudanças profundas e irreversíveis.

Demonstra-se esta mudança na fala do sujeito C: “Passamos a viver com

mais alegria, a ter maior relacionamento com casais com filhos. Passamos a viver

como uma família, com filhos (pois só marido e esposa não formam família)...

passamos a entender melhor as crianças e a vida dos adolescentes.”. E também

na fala do sujeito I: “... Hoje convivo com muita tranqüilidade com a questão da

infertilidade, porque não me impede de ser mãe. Inclusive aspectos da

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sexualidade foram superados. Venci certo complexo de inferioridade em relação

às mulheres férteis. Enfim, sou uma mãe como todas as outras que amam seus

filhos e vivem para oferecer o que tem de melhor para eles.”.

Foi possível observar que os sentimentos dos pais, demonstrados na

pesquisa, estão intimamente ligados à teoria do comportamento de ligação e ao

apego, segundo Bowlby (1997). Para o autor, o comportamento de ligação é parte

fundamental da estrutura do homem e o apego se faz presente no vínculo entre o

cuidador e o bebê, importando, apenas, a afetividade. Assim, observamos que, na

pesquisa, os pais adotivos consideram-se pai e mãe independente da

consangüinidade. O sentimento dedicado ao filho adotivo é de pertencimento.

A pesquisa permitiu constatar que nove dos entrevistados adotaram quando

a criança era ainda bebê. Este dado vem ao encontro da perspectiva de Diniz

(1994, p.15) quando afirma que esta é a melhor idade para adotar, pois é a fase

anterior ao reconhecimento do papel materno e de outras pessoas que a cercam.

Embora Negrellos (1994) destaque que a maior dificuldade de adotar uma

criança seja a exigência das características do futuro filho, há também pais que

não fazem nenhuma exigência do perfil da criança. Constatamos, na pesquisa, que

apenas quatro dos entrevistados tinham algum tipo de prioridade quanto à idade,

cor e sexo da criança, o restante dos sujeitos afirmou não ter preferências.

Na fala de alguns entrevistados, ficou evidente que a adoção é também

vista como um ato de humanidade, como forma de ajudar o outro. Segundo Souza

(1994) esta capacidade de acolher e dar um lar para uma criança desconhecida é

um ponto importante. Destacamos a fala do sujeito C: “Para... ajudar as crianças

que não tiveram a sorte de nascer e ficar com seus familiares.”. Sobre as

condições do novo lar o autor ressalta que é necessário: “... um verdadeiro lar,

dotado de condições espirituais, morais, social, psicológicas e também materiais

capazes de desenvolver suas potencialidades.” (SOUZA, 1994, p.214). Para

corroborar esta colocação, exemplificamos com a fala do sujeito C: “... seguir em

frente com o propósito de construir uma família perante Deus.”. E o sujeito A:

“... a criança será criada com os seus princípios.”.

Assinala-se a importância da questão da pesquisa sobre revelação da

adoção, que nos proporcionou dados surpreendentes: pois todos os pais afirmaram

que a criança deve saber sobre sua verdadeira origem. Os pais, de modo geral,

alegaram que a história da criança não pode ser descartada e que não pode haver a

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mentira, pois é um direito dela conhecê-la. Para Diniz (1994), de fato é importante

a criança saber que é adotada, e se a revelação for feita por outras pessoas seria

grave. Entendemos que os pais adotivos são as pessoas mais indicadas para revelar

à criança sobre sua origem, pois fortalece o vínculo e a relação de confiança entre

pais e filhos.

Cabe comentar que nove dos entrevistados revelaram não se sentirem mal

em dizer aos outros que têm filhos adotivos, pois, para eles, não há diferença entre

o filho ser biológico ou adotivo; vale sim o sentimento e o papel de pais que

desempenham na vida desta criança. Em contrapartida, o sujeito H não respondeu

à questão, alegando não considerar a filha como adotiva. Neste caso, podemos

levantar a hipótese de que o significado da palavra “adoção” e os aspectos que a

envolvem são ruins para essa pessoa, podendo haver, então, um mecanismo de

defesa, de negação. De fato, a filha é adotiva, mas o sujeito H parece demonstrar

certa dificuldade em aceitar esta condição.

Para desmistificação da adoção, Shcettini; Amazonas; Dias (2006),

colocam que, a mídia e outros meios de comunicação colaboram para que haja a

“normalização da família adotiva”. Como afirmação deste dado, podemos citar a

fala do sujeito I: “... com o assunto sendo discutido pela mídia é muito tranqüilo

falar em adoção.”. Assim, percebemos que o preconceito surge, muitas vezes, da

falta de informação, pois o desconhecido causa-nos estranheza e/ou temor e,

quanto mais discutirmos o assunto, mais veremos que nossos velhos conceitos de

família biológica e nuclear, são dignos de reavaliação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

“A adoção é uma gestação no coração.”

(Autor desconhecido)

Apesar de suas limitações, acreditamos que este estudo pôde contribuir

para confirmar nossas opiniões pessoais de que a adoção, talvez, seja um ato de

amor ainda maior do que ter um filho biológico, pois adotar implica em amar,

incondicionalmente, alguém que você não gerou. As alegrias e dificuldades

acontecem em todas as famílias e, independente de o filho ser biológico ou

adotivo, acreditamos que não há garantias de sucesso e fracasso.

Partilhamos da mesma idéia de Moreira (2002) de que é fundamental

deixar claro para a criança que, se houve a perda da família natural, há também

uma família que a acolheu, com plena capacidade de amá-la. Pois, o que difere

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uma família biológica de uma família adotiva é a forma com que se constituíram,

porém sua relevância é a mesma.

Sobre os resultados deste estudo, convém destacar que inúmeras são as

possibilidades de pesquisas futuras a partir dos dados aqui explanados. A

abrangência e complexidade do tema são motivos suficientes para tal afirmação. A

ciência e a ampliação de conhecimento sobre um dado assunto caminham e

avançam a partir da possibilidade de novos estados.

REFERÊNCIAS

BOWLBY, John. Formação e Rompimento dos Laços Afetivos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 171. CERVENY, Ceneide Maria de Oliveira. A Família Como Modelo: desconstruindo a patologia. Campinas: Livro Pleno, 2000. 158 p. CERVENY, Ceneide; BERTHOUD, Cristiana. (Colaboradores). Família e Ciclo Vital: nossa realidade em pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2007. ______. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1995. p.97. SILVA, José Luiz Mônaco da. A Família Substituta no Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva, 1995. 194p. MINUCHIN, Salvador. Famílias: funcionamento & tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. p. 25-69.

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MOREIRA, Raquel de Abreu. Estudo sobre Aspectos da Percepção Manifesta de Pais Adotivos Acerca da Adoção. 2002. 47 f. Monografia (graduação em Psicologia). Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, UNISANTOS, Santos. PAPALIA, Diane; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. 8.ed. Tradução por Daniel Bueno. Porto Alegre: Artmed, 2006. 888p. QUINTAL DE ANA. Disponível em: <http://www.quintaldeana.com.br>. Acesso em 01 abr. 2008. SHCETTINI, Suzana Sofia Moeller; AMAZONAS, Maria Cristina Lopes de; DIAS, Cristina Maria de Souza Brito. Famílias Adotivas: identidade e diferenças. Maringá, 2006. SANTOS, C.D. & WEBER, L.N.D. (2005). O que leva uma mãe a abandonar um filho? Em H. Guilhardi & N.C. Aguirre (Orgs.), Psicologia, Comportamento e Cognição V. 15 (pp. 133-146). Santo André: ESEtec. WEBER, Lidia Natália. Laços de Ternura: pesquisas e histórias de adoção. 2.ed. Curitiba: Juruá, 1999. ______. Aspectos Psicológicos da Adoção. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2006. WINNICOTT, D. W. A Família e o Desenvolvimento Individual. 2.ed. Tradução por Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 247p.

APÊNDICES

APÊNDICE 1

Instruções Para Responder ao Questionário Conforme já citado anteriormente, cada pessoa receberá um questionário

composto por 23 perguntas, um termo de consentimento e uma folha de instruções

(esta). Portanto, cada casal deve receber dois questionários, se ambos os cônjuges

concordarem em respondê-los. Caso um dos cônjuges não queira participar da

pesquisa, apenas um dos dois poderá fazê-lo.

Cabe ressaltar que, cada pessoa é livre para NÃO responder a questão que

julgar conveniente.

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Solicitamos, ainda, que cada pessoa ou casal fique por, no máximo, 5 dias

com o(s) questionário(s), devido ao andamento da pesquisa.

De antemão, afirmamos que estamos reunindo esforços para que esta

pesquisa sobre adoção seja o mais fidedigna possível, graças à sua colaboração.

Agradecemos a gentileza e a disponibilidade!

Karla Garcia Luiz Oliveira.

Letícia Lins dos Santos.

APÊNDICE 2

QUESTIONÁRIO

1. Nome (iniciais):________________________________. 2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 3. Idade:______________. 4. Escolaridade: _______________________________________. 5. Profissão: __________________________________________. 6. Tempo de casamento: ______________. 7. Têm filhos biológicos? ( ) Sim - Quantos? __________________. ( ) Não.

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8. Quantos filhos adotivos você tem? ___________________________. 9. Você é filho adotivo? ( ) Sim. Se sim, como soube? ________________________________________. Como foi saber que era filho adotivo? ___________________________. Isso influenciou na decisão de também adotar uma criança? ________. ( ) Não. Se não, tem parente(s) adotivo(s)? ( ) Sim – Qual(is)? ______________. ( ) Não. Se tem parente(s) adotivo(s), isso influenciou na decisão de também adotar uma criança? ( ) Sim ( ) Não. Se não tem parente(s) adotivo(s), acha que talvez se tivesse, influenciaria na decisão de também adotar uma criança? ( ) Sim. ( ) Não. 10. Há quanto tempo você adotou? _________________________. 11. Por que resolveu adotar uma criança? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 12. Sempre teve vontade de adotar ou a idéia veio com o casamento? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________. 13. Se a idéia veio depois do casamento, quanto tempo tinha de união quando decidiram adotar? __________________________. 14. O sexo, a cor, a idade ou as condições de saúde da criança foram escolhidas? Tinha alguma preferência? ( ) Sim – Qual (is) preferências? ____________________________________________. ( ) Não. 15. Quantos anos a criança tinha quando foi adotada? ______________________________.

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16. Seu(s) filho(s) foi(foram) adotado(s) diretamente da família biológica, através do fórum ou de uma instituição? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 17. Houve preferência por adotar diretamente com a família, através do fórum ou de uma instituição? Por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 18. Quais são a primeiras palavras que lhe vêm à cabeça quando você pensa em adoção? Cite de 3 a 5 palavras. __________________________. __________________________. __________________________. __________________________. __________________________. 19. Você sente vergonha ou sente-se mal ao dizer aos outros que tem filho(s) adotivo(s)? ( ) Sim – Por quê? ______________________________________________________. ( ) Não – Por quê? ______________________________________________________. 20. O que você considera importante para o sucesso da adoção? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 21. Você acredita que ao adotar uma criança, é importante que os pais adotivos conheçam a história dela e de sua família? ( ) Sim – Por quê? ______________________________________________________.

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( ) Não – Por quê? ______________________________________________________. 22. Você considera importante contar para a criança que ela é adotada? ( ) Sim – Por quê? ______________________________________________________. ( ) Não – Por quê? ______________________________________________________. 23. O que mudou na vida do casal e da família com a chegada da criança adotiva? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.

ANEXO

Anexo 1

UNIVERSIDADE CATÒLICA DE SANTOS

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu ______________________________________________________ consinto

em participar do estudo de Trabalho de Conclusão de Curso que tem por objetivo

investigar a adoção sob a perspectiva dos pais adotivos. Fui informado (a) que será

utilizado questionário com 23 questões, estando livre para não responder alguma

questão quando assim achar necessário e que este estudo tem caráter acadêmico e

será conduzido por alunos do 5º. ano do curso de Psicologia da Universidade

Católica de Santos, sob a orientação da professora Dra. Daisy Inocência Margarida

de Lemos. Declaro ainda, ter compreendido que não sofrerei nenhum prejuízo de

ordem psicológica ou física e que minha privacidade será preservada.

Concordo que os dados sejam publicados com fins acadêmicos ou

científicos, mas que seja mantido o sigilo sobre a minha participação.

Estou ciente que poderei, a qualquer momento, comunicar minha desistência em

participar do presente estudo.

___________, _______ de ___________ de ____________.

______________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa ou responsável

Documento de Identificação:_______________________

______________________________________________ Assinatura da testemunha Documento de

Identificação:_______________________