karen horney

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Karen Horney Karen Horney nasceu na Alemanha em 16 de setembro de 1885 - Ela era um psicanalista renomado americano. Ela é classificada como um neo-freudiana. Karen Horney formou-se em medicina pela Universidade de Berlim, no ano de 1913 - Começou a sua carreira no Instituto de Psicanálise de Berlim. Mais tarde, ela se mudou para a Karen Horney EUA estabeleceu o Instituto Americano de Psicanálise. Ela serviu como Dean deste instituto. Ela fundou o jornal americano de Psicanálise no ano de 1941. Karen Horney era um teórico pioneiro na psicologia feminina, personalidade e psicanálise. Ela desenvolveu uma das melhores teorias conhecidas de neurose (uma classe de transtornos mentais funcionais que envolvem sofrimento), com base em suas experiências como psicoterapeuta. Seus trabalhos neste domínio incluem Nossos conflitos interiores: uma teoria construtiva das neuroses, Você está considerando Psicanálise, auto-análise, de novas formas na psicanálise, a personalidade neurótica de nosso tempo e Neurose e desenvolvimento humano:? Se a luta para Auto-Realização. Ela salientou que continuamente auto-consciência era uma parte de se tornar um ser melhor, mais forte e mais rico humano. Karen Horney viu neurose como mais contínuo com a vida normal do que os teóricos anteriores. Segundo ela, a indiferença dos pais causado neurose. Ela discerniu 10 padrões de necessidades neuróticas. Eles são: 1) A necessidade neurótica de afeição e aprovação. 2) A necessidade neurótica de um parceiro.

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Karen Horney

Karen Horney nasceu na Alemanha em 16 de setembro de 1885 - Ela era um psicanalista renomado americano. Ela classificada como um neo-freudiana. Karen Horney formou-se em medicina pela Universidade de Berlim, no ano de 1913 - Comeou a sua carreira no Instituto de Psicanlise de Berlim. Mais tarde, ela se mudou para a Karen Horney EUA estabeleceu o Instituto Americano de Psicanlise. Ela serviu como Dean deste instituto. Ela fundou o jornal americano de Psicanlise no ano de 1941.Karen Horney era um terico pioneiro na psicologia feminina, personalidade e psicanlise. Ela desenvolveu uma das melhores teorias conhecidas de neurose (uma classe de transtornos mentais funcionais que envolvem sofrimento), com base em suas experincias como psicoterapeuta. Seus trabalhos neste domnio incluem Nossos conflitos interiores: uma teoria construtiva das neuroses, Voc est considerando Psicanlise, auto-anlise, de novas formas na psicanlise, a personalidade neurtica de nosso tempo e Neurose e desenvolvimento humano:? Se a luta para Auto-Realizao. Ela salientou que continuamente auto-conscincia era uma parte de se tornar um ser melhor, mais forte e mais rico humano.

Karen Horney viu neurose como mais contnuo com a vida normal do que os tericos anteriores. Segundo ela, a indiferena dos pais causado neurose. Ela discerniu 10 padres de necessidades neurticas. Eles so:1) A necessidade neurtica de afeio e aprovao.2) A necessidade neurtica de um parceiro.3) A necessidade neurtica de restringir sua vida s fronteiras estreitas.4) A necessidade neurtica de poder.5) A necessidade neurtica de explorar os outros.6) A necessidade neurtica de reconhecimento social.7) A necessidade neurtica de admirao pessoal.8) A necessidade neurtica de realizao pessoal.9) A necessidade neurtica de auto-suficincia e independncia.10) A necessidade neurtica de perfeio.Karen Horney agrupado estas necessidades neurticas em trs grandes estratgias de enfrentamento. Eles so:a) Conformidade (primeiro, segundo e terceiro),b) Agresso (quarto, quinto, sexto, stimo e oitavo)c) A retirada (nono, dcimo terceiro e).Em seu trabalho de novas maneiras em Psicanlise, ela tem lidado muito com psicologia feminina, a teoria da libido, complexo de dipo, narcisismo, pulso de morte, ego, culpa, ansiedade e masoquismo. Ela criticou algumas das teorias de Freud. Por exemplo, ela discordou com a noo freudiana da inveja do pnis. Ela era da opinio de que os homens tinham inveja da capacidade de uma mulher de ter filhos. Ela originou a inveja do tero prazo. Mas ela tambm concordou com Freud em muitas questes. Karen Horney foi a primeira mulher a apresentar um trabalho sobre a psicologia feminina em uma reunio internacional. Ela foi pioneira e desenvolveu este assunto.Karen Horney era um terapeuta, lder, professor e terico. Seu trabalho influenciou definitivamente o curso do desenvolvimento da psicanlise. Suas contribuies para o campo da psicanlise so inestimveis.

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Karen Danielson nasceu em 1885, na cidade de Hamburgo-Alemanha. Estudou medicina em Berlim, doutorando-se em 1913. Em 1909, casou-se com Oscar Horney; teve trs filhas. De 1920 a 1932, trabalhou como psicanalista no Instituto de Psicanlise de Berlim, fundado por Karl Abraham. Em 1932, emigrou para os Estados Unidos, onde continuou exercendo atividades psicoteraputicas no Instituto Psicanaltico de Chicago, de Franz Alexander. Em 1935, fixou residncia em Nova Iorque, onde veio a falecer em 1952.

Duas publicaes de Karen Horney lograram excepcional repercusso. De ambas falarei sucessivamente, apondo-lhes alguns esclarecimentos meus.Em 1937 publicado A Personalidade Neurtica de nosso Tempo (The Neurotic Personality of our Time)Karen Horney distingue neuroses de situao e neuroses de carter.Neuroses de situaoSo devidas a circunstncias incidentalmente agravantes. Exemplos: neuroses de guerra, de emigrao, de promoo. Pacientes que sofrem de simples neuroses de situao devem ser consideradas pessoas psiquicamente ss. Dessas, o livro de Karen Horney no trata.Neuroses de carterO termo foi criado por Franz Alexander, nascido em 1891, em Budapeste-Hungria, analista do grupo berlinense, mais tarde o primeiro professor de psicanlise nos USA, na Universidade de Chicago. Alexander define como neuroses de carter as neuroses sem sintomas circunscritos. Horney no d muita importncia a essa definio. Entende por neuroses de carter o que Freud qualifica de neuroses psquicas, neuroses "verdadeiras", de psicognese prolongada: neuroses que se manifestam no carter do paciente e no seu habitual modo de agir. No devem ser confundidas, porm, com transtornos psicopticos ou de carter (character disorder), em que tudo, ou quase tudo de ordem puramente constitucional.Karen Horney anota que as queixas dos neurticos de carter no diferem essencialmente das dificuldades do indivduo normal. Existem, sim, diferenas entre as queixas dos pacientes que Karen Horney conheceu e as queixas mencionadas na literatura psicanaltica, de pacientes que viveram em outras pocas, nomeadamente na era vitoriana. No menos evidente a diferena de queixas entre neurticos que pertencem a povos diferentes. esse o motivo pelo qual. ela conclui que perturbaes neurticas so vinculadas nas suas manifestaes externas ao tempo e ao espao. Da, o ttulo de sua publicao.J que a constatao de Horney, alis muito importante, baseia-se nas pesquisas etnolgicas, hoje melhor denominadas cultural-antropolgicas, que comearam a ser feitas naqueles anos. Ser oportuno dedicar-lhes um pouco de ateno. Comeo com Malinowski, pioneiro nesse terreno.Bronislaw Kaspar Malinowski (1884-1942)Nascido na Cracvia-Polnia, professor de antropologia em Londres, foi o iniciador da nova antropologia. Realizou pesquisas etnolgicas no no gabinete de estudos, como era ento o costume, mas entre os prprios povos que habitam a Nova Guin, a Melansia, a Austrlia, a frica do Sul e outras regies. Suas concluses mais importantes para o nosso estudo constam dos seguintes pontos:1. Povos primitivos so povos diferentes. Isso quer dizer que no so primitivos no sentido de terem conservado fases anteriores a outras culturas, como, por exemplo, nossa cultura ocidental. So "to antigos" quanto ns, mas apenas diferentes. (Devido, em parte, a esta constatao, foi abolido o termo primitivo nesse contexto. Hoje em dia, prefere-se falar de povos subdesenvolvidos, ou melhor, de povos em desenvolvimento, devendo-se, no entanto, notar que alguns desses povos, em comparao com povos de elevada cultura, como os da Europa Ocidental, da China, da ndia ou da lndonsia, possuem culturas muito pobres e pouco desenvolvidas, sentido em que, sem dvida alguma, se pode falar de culturas primitivas.)2. H povos, evidentemente, possuidores de uma cultura desenvolvida, em que o complexo de dipo no existe. Pesquisas antropolgicas deixaram claro que o Complexo de dipo s existe em sociedades de configurao patriarcal. O que levou Freud a atribuir significado universal ao complexo de dipo foi o fato de pertencer ele a uma sociedade patriarcal, que, quanto ao tempo e quanto ao lugar, apresentava uma natureza totalmente peculiar. Portanto, no ser no complexo de dipo que se encontrar a origem da arte, da cincia e da f.3. A estrutura da sociedade determina em grande parte o padro de vida do indivduo, seu pensar e seu agir. Tal constatao leva seguinte concluso, de notvel importncia psicolgica: no a biologia, mas, sobretudo, a sociedade que determina a forma de viver, trabalhar e sofrer do indivduo.Entre as que seguiram as pistas abertas por Malinowski, citemos duas pesquisadoras, que se tornaram universalmente conhecidas: Ruth Benedict e, mais ainda, Margaret Mead. Ambas dedicaram especial ateno incidncia e natureza das perturbaes psquicas entre os povos por elas pesquisados.Ruth Benedict-Fulton (1887-1948)Americana de nascimento, professora de Antropologia na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, estudouin loco, os povos que pesquisou. Sua obra Padres de Cultura (Patterns of Culture) foi publicada em 1934. Nesse livro, a autora presta conta de suas pesquisas entre trs povos de culturas notavelmente diferentes, chegando s seguintes concluses:1. Sociedade e indivduo no so antagonistas, como Freud supunha. Ao contrrio, existe harmonia entre ambos. Sociedade e indivduo formam, basicamente, uma unidade.2. O indivduo deve a estrutura de sua existncia sociedade; isso at tal ponto que certas propriedades, julgadas essencialmente humanas pela cincia ocidental, podem estar ausentes. A sociedade determina o que psiquicamente normal e anormal, o que quer dizer, antes de tudo, que ningum neurtico sem mais nem menos. Cada paciente neurtico dentro de uma determinada sociedade e condicionado pela mesma.Margaret Mead (1901-1978)Nascida na Filadlfia-USA. Faleceu em Nova Iorque. Foi uma antroploga cultural norte-americana. Autora mundialmente famosa, realizou experincias antropolgicas nas ilhas Samoa, na Nova Guin, na ilha de Bali e em outras regies, descrevendo suas experincias com admirvel habilidade e fluncia. Suas obras mais conhecidas so: O Advento da Idade em Samoa (Coming of Age in Samoa), de 1928, e Sexo e Temperamento em Trs Sociedades Primitivas (Sex and Temperament in three primitive Societies), de 1935. Em 1950, publicou a obra Macho e Fmea (Male and Female), que trata das relaes entre homem e mulher na sociedade ocidental em transmutao, especialmente na sociedade americana. Suas concluses mais importantes para a psicologia profunda so estas:1. A vida psquica da pessoa , em grande parte, determinada pelas normas da sociedade, em parte conscientemente aceitas e em parte no explicitamente formuladas, em plena consonncia com as descobertas de Ruth Benedict. Da que, at a existncia de uma natureza humana (no sentido de um padro de vida inato e universalmente vlido, tal como existe nos animais irracionais) deve ser questionada.2. Em conseqncia, podero faltar totalmente, entre outras coisas, as fases da vida, que eram consideradas "naturais" ou "universais" na psicologia evolutiva ocidental. Sirva de exemplo a puberdade, cuja existncia s ocorre no caso de a sociedade tornar a criana adolescente e trat-la como tal (em uma atitude de afastamento).3. Tambm neuroses podem estar ausentes. Para isso, suficiente que da sociedade no partam apelos neurotizantes.Voltemos para Horney, que conhecia os resultados das pesquisas pioneiras no campo etnolgico. O mal neurtico, afirma Karen Horney, no est contido na natureza da existncia humana, e, principalmente, no determinado por uma dada constituio sexual, mas sua causa se encontra na estrutura e configurao da sociedade. As condies inerentes sociedade, que Karen Horney responsabiliza pelo aparecimento das neuroses, so as contradies seguintes:1. A sociedade ocidental caracteriza-se pela concorrncia, competio, valorizao do sucesso e ambio, estimulando o "carreirismo". A mesma sociedade, por outro lado, prega humildade e amor ao prximo.2. A sociedade ocidental caracteriza-se pela criao de contnuas novas necessidades e pelo incentivo das mesmas, bem como pela manuteno das j existentes. A mesma sociedade, porm, coloca todos diante da dura realidade, que no permite satisfazer s necessidades despertadas, a no ser dentro de estreitos limites.3. A sociedade ocidental apregoa a certeza da liberdade pessoal, mas, ao mesmo tempo, aprisiona todos em um emaranhado de regulamentos e prescries.Tudo isso significa que da sociedade parte um apelo contraditrio mltiplo, que impede a criana de tornar-se adulto em tempo relativamente breve; que obriga o adulto a uma srie de compromissos e que precipita alguns, vulnerveis por natureza, na neurose.As correntes neurticas ("neurotic trends") de Karen HorneyEntretanto, por alguns se tornarem neurticos e outros no, Karen Horney no pretende responsabilizar, em primeiro lugar, uma constituio vulnervel. A causa, a seu ver, deve ser procurada, principalmente em uma infncia afetivamente desfavorvel. Mas, com isso, ela no pretende colocar uma vinculao puramente causal, como se a incompreenso afetiva ou a falta de afeto na infncia tivesse como conseqncia inevitvel uma neurose na vida subseqente. A incompreenso ou a falta de afeto traa, de acordo com a teoria de Karen Horney, tendncias neurticas, demarca como que correntes neurticas chamadasneurotic trends-, sobre as quais o indivduo constri sua neurose. A corrente neurtica leva o paciente a conservar vivo seu passado desfavorvel. Determina, alm disso, de que forma o neurtico vai viver sua neurose, ditada pela cultura contempornea. Em breves palavras, a corrente neurtica, por mais que venha do passado, possui seu significado no presente do paciente. Por isso, o tratamento h de orientar-se pelas correntes neurticas do paciente e preocupar-se, conseqentemente, com o presente neurtico do mesmo e no com seu passado desfavorvel que, de qualquer maneira, no pode ser alterado. Se, por meio de um tratamento, as correntes neurticas desaparecerem, desaparecer tambm a influncia opressiva do passado. mais que evidente que Karen Horney no aceita a repetio compulsiva.Princpios inaceitveisA certeza de que o padro geral da vida humana e a perturbao neurtica so condicionados pela cultura, levou Karen Horney a no aceitar os seguintes princpios da psicologia analtica profunda.1. Ela no acredita que o homem vem ao mundo com um padro de vida biologicamente predeterminado, rejeitando, conseqentemente, as fases da sexualidade infantil, enquanto fases de predestinao biolgica. A mesma mentalidade antibiologicista tirou-lhe a f na teoria da libido. No existe, afirma Horney, umquantumde libido biologicamente determinado, cujo consumo, distribuio e retorno estabelecem a sorte do indivduo.Nota. O sufixo -icista na palavra biologicista tem a significao de aparente, pseudo ou usado impropriamente. Um todo dito biolgico biolgico no sentido verdadeiro da palavra, como, por exemplo, quando se trata da influncia da luz sobre o crescimento da planta. Um todo dito biologicista s aparentemente biolgico, como, por exemplo, a teoria da libido. Da mesma maneira, podem ser alinhados, um ao lado do outro, os termos histrico e historicista, mstico e misticista.2. Tampouco Karen Horney cr que os grandes fenmenos sociais possam ser explicados pela problemtica do indivduo, como a antropologia analtica pretendia fazer. "Que as guerras", escreve ela, "tenham sido causadas pelo instinto de morte, que a economia contempornea provenha do erotismo anal, que a inveno das mquinas no sculo XVIII derive do enfraquecimento de um multissecular narcisismo paralisante", tudo isso, e o que se parece com afirmaes semelhantes, no pode ser admitido.Freud, ao que me consta, jamais reagiu a esse livro de Karen Horney, que ele conhecia bem. Ele vivia, desde julho de 1938, exilado em Londres, tinha oitenta anos de idade e sofria de cncer maxilar, que viria a ser a causa de sua morte. A doena revelou-se em 1923. Freud submeteu-se a mais de trinta operaes cirrgicas. Quando o livro de Horney foi publicado, ele era um homem doente, velho e desiludido.Em 1939 publicado Novos Rumos na Psicanlise (New Ways in Psychoanalys)Essa obra, editada no ano da morte de Freud, causou um impacto consideravelmente maior do que a primeira publicao de Horney, especialmente nos USA, onde foi recebida com aplausos gerais. A finalidade de Karen Horney, ao escrever esse livro, era renovar a teoria psicanaltica. Cinco razes a motivaram nessa tentativa:1. Estando ainda na Alemanha, ao travar conhecimento da doutrina analtica, j no conseguia aceitar os pontos de vista correntes a respeito da sexualidade feminina. Parecia-lhe irreal supor que a mulher seja dominada durante a vida toda pelo invejoso desejo do pnis. Foi, sem dvida, um gesto de coragem inaudita fazer tal afirmao, como mulher, no terreno dos psicoterapeutas. Analistas experimentados deduziam das palavras de Horney que ela mesma era no s dominada, mas at atormentada pela inveja do pnis (Penisneid).2. A segunda teoria dos instintos (a do instinto de vida contra o de morte) parece-lhe destituda do verdadeiro sentido da realidade.3. Aps quinze anos de prtica psicanaltica, a autora concluiu que todo paciente apresenta problemas que permanecem incompreensveis dentro das teses habituais da antiga anlise. Assim sendo, argumenta Horney, alguma coisa na doutrina deve estar errada.4. Karen Horney conheceu pacientes, tanto na Alemanha como nos USA, descobrindo diferenas nas suas respectivas problemticas neurticas, o que lhe firmou a convico de que fatores culturais so particularmente importantes.5. Finalmente, o seguinte episdio de sua prtica analtica, que seria cmico, se, no fundo, no fosse to lastimvel: Certa paciente pediu a Karen Horney que continuasse com ela a psicanlise, que j havia durado vrios anos com outro analista. A cliente motivou o pedido com a informao de que, apesar de todos os esforos dispendidos, ainda no conseguira lembrar-se do que acontecera nos primeiros cinco anos de sua vida. A cliente era vtima da teoria segundo a qual se apregoava e se sustentava que a causa da perturbao neurtica no devia ser procurada em nenhuma outra poca da vida a no ser nos primeiros anos da infncia, ponto de vista questionado por Freud depois de 1900.O desejo de Horney era revalidar a teoria antiga, que se revelara falha nos cinco pontos mencionados, mas no rejeit-la, chegando a uma teoria completamente nova. H muitssimas coisas na obra de Freud que, em sua opinio, precisam ser consideradas de grande e at imperecvel valor.Dividiu as descobertas de Freud em trs categorias:(1) a das descobertas imperecveis,(2) a das premissas rejeitveis, e(3) a das concepes que continuam vlidas, mas necessitam de reviso.Segue a enumerao das mesmas.A categoria das eternas descobertas1. da motivao inconsciente;2. da represso;3. da natureza emocional de nosso comportamento;4. do determinismo de nossas aes e omisses.A categoria das premissas rejeitveis1. da premissa biologicista;2. da historicista;3. da vitoriana;4. da individualista;5. da neutralidade tica.A categoria das concepes que precisam de reviso1. da que se refere angstia;2. quanto infncia;3. da referente transferncia.A categoria das premissas rejeitveisKaren Horney rejeita:1. A premissa biologicista implcita na teoria da libido e na das fases constitucionalmente determinadas da sexualidade infantil. Karen Horney adota o ponto de vista da antropologia cultural, que faz depender a determinao da "natureza" humana, supondo que se possa falar de uma tal natureza, em grande parte da sociedade em que o indivduo vive. A prpria ndole da sociedade determina oquantumde libido cada indivduo dispe ou no dispe. A cultura ocidental da poca de Freud tem como base a teoria das fases da sexualidade infantil.2. A premissa historicista expressa na afirmao de que s o passado determina e esclarece o que acontece no presente. Karen Horney impugna essa premissa, e desde ento muitos outros com ela. O sentido do presente encontra-se no presente uma proposio mais aceitvel, e talvez seja prefervel substitu-la, ainda, pela afirmao seguinte: o sentido do presente encontra-se no futuro. Em outras palavras: a atitude diante do futuro determina a situao atual e a significao dos acontecimentos passados, que, sem dvida alguma, tambm possuem uma significao em si mesmos. Para estigmatizar o historicismo, poderamos citar ainda a ira de Nietzsche que escreve em seu livro Vantagens e Desvantagens da Histria para a Vida, editado em 1875: existe um grau de insnia, de ruminao, de gosto pela histria, em que o que vivo prejudicado e, por fim, perece, quer se trate de um homem, quer de um povo, quer de uma cultura.3. A premissa vitoriana. A psicologia profunda de Freud teve incio no fim do sculo XIX, quando o estilo vitoriano de vida estava em pleno apogeu. A psicanlise profunda adotou, inconscientemente, certos postulados prprios desse estilo. Quando, no sculo XX, o estilo de vida comeou a mudar e a atitude vitoriana tornou-se cada vez mais antiquada, ficou claro o condicionamento temporal e geogrfico desses postulados, sendo mais importantes os que se seguem. O homem a norma do que tipicamente humano. Em todo caso, anatomicamente, o homem est mais bem equipado do que a mulher que, afinal, no passa de uma espcie de homem mutilado, castrado. O pai o chefe indiscutvel da famlia. ele que impe as normas ao filho e fiscaliza a observncia das mesmas. o opressor quase nato do desenvolvimento vital do filho. O filho vai crescendo, conseqentemente, em um complexo de amor e de dio. O complexo de dipo o atesta claramente. Tudo isso pertencia, em 1939, j havia muito tempo, ao passado.4. A premissa individualista. Na psicanlise profunda, o objeto da investigao era o indivduo em si. Desvendando a estrutura do indivduo, o psicanalista ortodoxo tentava explicar a totalidade da vida humana integrada na sociedade. por isso que essa psicologia tinha que falar, visto que, alm da base postulada ser muito estreita, unilateral e, por isso mesmo, artificial para servir de sustentculo existncia humana total, o estudo comparativo das culturas tornou mais plausvel fazer depender do contexto social a natureza ou, se quisermos, a estrutura do indivduo singular. necessrio, portanto, inverter os termos da relao. A vida humana individual explica-se a partir da existncia de todos os homens. Fica, pois, suprimida a tese individualista. O indivduo europeu, austraco, vienense, vienense da poca de 1900 (para dar um exemplo significativo) e no uma pessoa que vive fora desse ou daquele contexto. Com isso, no se afirma que o indivduo no possui vida prpria. Mas, por mais prpria, nica e singular que seja, essa vida baseia-se no padro de vida que a sociedade lhe oferece. Toda descrio da vida subjetiva do homem condicionada pelo espao e pelo tempo. O indivduo, descrito por Freud, o austraco da poca de 1900, vienense, pertencente classe da burguesia abastada.5. A premissa da neutralidade tica. No liberalismo poltico do sculo XIX, prevalecia o conceito de que a cincia tinha que ser eticamente neutra. Faamos votos para que a neutralidade permanea a base de todo esforo cientfico. O cientista deseja saber, compreender, aprofundar e penetrar, sem estar sendo vigiado por algo ou algum. Mas o cientista tambm pode agir, e agindo penetra no reino da tica. Realizar pesquisas nucleares fundamentalmente uma questo de liberdade de esprito. Mas no o lanamento de uma bomba atmica. Do mesmo modo, a psicologia constitui, em todas as suas formas e apresentaes, uma questo de liberdade espiritual. Mas no a psicoterapia. O psicoterapeuta que pretende ser eticamente neutro, torna-se de fato irreal, na opinio abalizada de Karen Horney. Tambm para o psicoterapeuta, existem aes humanas boas e ms, aceitveis e reprovveis. Homicdio nunca pode ser bom; nem violao sexual. O psicoterapeuta que pretende colocar-se em uma posio de neutralidade tica em relao a qualquer forma de agresso ou sexualidade coloca-se, de fato, fora da realidade e, mais cedo ou mais tarde, prestar um mau servio ao paciente. Era essa neutralidade tica, excessivamente rgida, que incutia em muitos uma espcie de medo diante do psicanalista. Posteriormente, compreendeu-se a atitude do psicanalista: Freud e seus seguidores desprezavam os preconceitos ticos da era vitoriana. No pensamento de Horney, porm, exageravam, chegando assim ao extremo oposto.

XxxxxxxxxxxxxxTeorias da personalidade Jess fist Gregory j, feist tomi-ann Roberts - artmed