juventude e educação do campo - por marcos marques
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Apresentação do painel "Juventude e Educação do Campo", realizado na V Jornada Nacional do Jovem Rural e apresentado por Marcos Marques, professor de Sociologia da Educação do Instituto de Educação de Angra dos Reis (IEAR/UFF). Saiba mais sobre a V Jornada: http://www.redejovemrural.com.brTRANSCRIPT
Marcos Marques de Oliveira (UFF)
Painel:
Juventude e Educação do Campo
Espírito da V Jornada...
‘Toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada’.
Guimarães Rosa
Metas da V Jornada...
1. Ruptura com o isolacionismo.
2. Reflexão a partir da diversidade.
3. Pauta de ações futuras.
Painel + Grupo de Trabalho...
A partir dos trabalhos desenvolvidos e da sistematizações...
Estabelecer a agenda de ações em defesa da causa, com a perspectiva de participação de instâncias e poderes públicos formalizados.
Juventude nos movimentos rurais...
Tendências...
1. Elisa Guaraná (UFRRJ)1. Reordenação da categoria
‘juventude rural’: combate aos estereótipos e afirmação de sua identidade como trabalhador, camponês e/ou agricultor familiar.
Tendências...
2. Antonio Munarim (UFSC)2. Consolidação dos movimentos de
renovação da Educação do Campo: uma complexa rede de sujeitos que lutam pela ‘ampliação’ do Estado brasileiro às demandas políticas e pedagógicas da população campesina.
O que é juventude?
‘A juventude é só uma palavra’. (Pierre Bourdieu)
‘O significado da juventude, na sociedade, é sempre o mesmo?’ (Karl Mannheim)
‘A própria definição da categoria é um problema sociológico’. (Marília Spósito)
O que é juventude?
‘A juventude é uma condição social e ao mesmo tempo um tipo de representação’ (José Luiz Peralva)
Os homens passam e a cultura ‘fica’. E por quê não fica da mesma forma? (Karl Mannheim)
A experiência juvenil não é um fenômeno meramente geracional. Implica fazer parte de grupos sociais e culturais específicos.
Políticas públicas para juventude...
1950-1980: ampliação da educação e uso do tempo livre
1970-1985: controle social de setores juvenis mobilizados;
1985-2000: combate à pobreza e prevenção do delito (1985-2000);
1990...: inserção de jovens no processo produtivo.
Política Nacional de Juventude (2006)...
19 programas de diversos Ministérios Apenas 3 voltados para a juventude
camponesa (Nossa Primeira Terra, Pronaf Jovem e Saberes da Terra).
Juventude ou juventudes?
• 49 milhões no campo (27% dos brasileiros).
• Dois quais 4,5% são jovens rurais (8 milhões).
Qual o tamanho do Brasil Rural?
Qual o tamanho do Brasil Rural?
O Brasil rural oficial...
30 milhões de pessoas no campo.
30% da população adulta analfabeta.
34% dos jovens (15 a 17) fora da escola.
Cor, gênero e condição social (rural/urbana)
Fonte: IBGE. Pnad (2006)
55,552,2
31
40,0
48
25
0
10
20
30
40
50
60
Pardos Masculino Indigente / Pobres
Rural
Urbana
Taxas de atendimento
Educação Infantil /Creche 6,98%
Educação Infantil/Pré-Escola 66,80%
Ensino Fundamental 91,96%
Ensino Médio 18,43%
EJA – Ensino Fundamental 4,34%
EJA – Ensino Médio 3,10%
Acesso à Educação Básica no Campo
Censo Escolar INEP/2011Censo IBGE/2010
Ministério da Educação
• 6,3 milhões de matrículas no campo (12,4% do total de estudantes matriculados)
Nos últimos 5 nos foram fechadas 13.691 escolas do campo
Infraestrutura do Ensino Fundamental – Brasil 2005 (em %)
Fonte: MEC/INEP.
48,2
19,2
53,8
40,3
75,9
43,5
99,9 99,8
6,10,7
5,6 2,6 7,41,1
71,5
84,5
0102030405060708090
100
Biblio
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Esgot
o
Urbana
Rural
71,37% das escolas tem turmas multisseriadas (22% das matrículas)
Formação docente no Ensino Fundamental
Fonte: MEC/INEP.
12,5
87,5
46,753,1
0102030405060708090
100
Ensino Médio Superior Completo
Urbano Rural
População: faixa etária/residência
15,914,5
13,1
23,722,6
10,2
19,517,7
12,1
20,6 19,7
10,4
0
5
10
15
20
25
0 a 9 10 a 17 18 a 24 25 a 39 40 a 49 Mais de 60
Urbana Rural
Fonte: IBGE. Pnad 2006. Elaboração DIEESE
Política de exclusão e evasão...
Que fazer?
Resoluções da IV Jornada
Efetivação da Lei de Educação no Campo, instituída pelo Decreto de 04/11/2010.
Reconhecimento de que os elevados índices de analfabetismo das áreas rurais têm como um dos seus principais motivos a predominância do ensino tradicional e regular, que são distantes de sua realidade. Fator que incentiva o aumento do êxodo rural.
Resoluções da IV Jornada
Valorização das escolas/projetos educativos que estejam próximos das comunidades campesinas, enfocando conteúdos diagnosticados pela população local, e que valorize o conhecimento empírico da família.
Resoluções da IV Jornada
Reconhecimento da autonomia administrativa, política e pedagógica na co-gestão dos CEFFAs, com previsão orçamentária para o financiamento dos mesmos.
Resoluções da IV Jornada
Fortalecimento das modalidades de ensino técnico profissional e superior no meio rural, com ampliação de acesso e priorizando as tradições familiares em sua unidade produtiva, possibilitando ao jovem a permanência no campo a partir do acesso a novos conhecimentos.
Resoluções da IV Jornada
Reconhecimento e financiamento das licenciaturas em Educação do campo, assim como a garantia de uma formação continuada. Se houver necessidade de revisão, que seja ao fim das primeiras turmas formadas.
Resoluções da IV Jornada
Criação de um Programa Nacional de formação de professores, gestores, coordenadores pedagógicos, conselhos escolares e conselhos de educação, levando em conta o que já existe no país sobre formação, e que conte com as universidades e também com a colaboração das instituições que utilizam a metodologia de Educação do Campo, incluindo as de Alternância.
Resoluções da IV Jornada
Reconhecimento, pelo MEC e pelo CONSED, dos registros dos técnicos formados pelos cursos em Agroecologia e pelos cursos em Tecnologia Agroflorestal, novos profissionais que estão colaborando para o fortalecimento de uma produção agrícola mais justa e sustentável.
Resoluções da IV Jornada
Criação e o financiamento das experiências existentes de formação de Agroecologia e permacultura na agricultura familiar.
Revisão da Lei de ATER, visando garantir uma assessoria técnica e uma extensão rural que informe os agricultores acerca das possibilidades que agreguem valor aos produtos da agricultura familiar, assim como potencialize a utilização racional das matérias-primas.
Resoluções da IV Jornada
Garantia de assistência técnica permanente para a agricultura familiar, assegurando a formação de jovens para que se tornem sujeitos de desenvolvimento no campo.
Política Nacional de Comunicação Social voltada para o campo, contando com a participação efetiva da sociedade civil organizada, pondo em relevo, por exemplo, a luta pelo reconhecimento e consolidação das rádios comunitárias.
Resoluções da IV Jornada
Construção de uma política nacional de reconhecimento e valorização da cultura do jovem rural.
Manchete...
Com R$ 1,8 bi por ano, Pronacampo resgatará dívida histórica com população rural, diz ministro
21/03/2012 17:12 - Portal Brasil
Promessa...
‘Temos 76 mil escolas e 342 mil professores no campo. O que nós identificamos primeiro é o fechamento acelerado de escolas rurais, só nos últimos cinco anos foram 13.691 escolas fechadas.
Às vezes, o problema é a evasão da população, mas muitas vezes é uma política para reduzir custos e isso acaba penalizando jovens que tem que percorrer distâncias cada vez mais longas para ter acesso à escola’, disse o Ministro.
Ações:
• Transporte Escolar (8 mil ônibus, 2 mil lanchas e 180 mil bicicletas)
• Construção de escolas (3 mil novas escolas até 2014)
• Mais Educação Campo (10 mil escolas participantes até 2014)
• Formação inicial de professores (formar 45 mil professores até 2014)
PRONACAMPODOU de 04/02/2013 (nº 24, Seção 1, pág. 28)
• Formação continuada de professores (formar 40 mil professores até 2014)
• Pronatec Campo (180 mil educandos até 2014)
• PNLD Campo (3,15 milhões de estudantes atendidos)
• PDDE Campo (30.409 escolas atendidas até 2014)
• PDDE Água (9 mil escolas atendidas até 2014)
• Educação digital (26.343 projetores, 12.000 laboratórios e 50.425 laptops)
PRONACAMPODOU de 04/02/2013 (nº 24, Seção 1, pág. 28)
Ministério da Educação
Questões que ficam...
Será que avançaremos numa política de Educação do Campo que não coloque o agricultor na subalternidade?
Questões que ficam...
Será que se fortalecerá uma perspectiva de política educacional que possa espelhar positivamente seu grupo, suas tradições culturais, modos de pensar, de sentir e de se relacionar, traduzindo o campo como lugar de vida e de produção humana?
Questões que ficam...
Enfim, uma política que atenda à diversidade complexa das populações campesinas: agricultores familiares, extrativistas, pescadores
artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, trabalhadores assalariados rurais, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural.
Esperança desconfiada...
Notícias do Brasil...
Obrigado!
[email protected]. Adj. II de Sociologia e Educação do Campo
DED/IEAR/UFFPrograma de Pós-Graduação em Educação
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