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1 Jurisprudência Mineira Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais - TJMG Enumera-se abaixo, julgados exarados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, envolvendo Instituições Financeiras e o Direito subjetivo de inscrever o nome de seus clientes junto aos órgãos de restrição ao crédito, tais como: CPC, SERASA e outros. Número do processo: 2.0000.00.380200-0/000(1) Relator: ALBERGARIA COSTA Data do Julgamento: 05/02/2003 Data da Publicação: 15/02/2003 Ementa: DANOS MORAIS. INCLUSÃO NO CADASTRO DO SPC DE PESSOA QUE NÃO CONTRATOU COM O BANCO. NEGLIGÊNCIA. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DESTE TERCEIRO, PELAS DÍVIDAS DESTE CONTRATO. NULIDADE DE CITAÇÃO. AUSÊNCIA. CABIMENTO RECURSO ADESIVO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A instituição financeira que não confirma os dados do contratante, nem verifica a veracidade dos dados constantes em seu documento, e depois inclui seu nome no cadastro do SPC, prejudicando terceiro, homônimo deste e com mesmo número de CPF, age negligentemente, devendo, pois, compensar os danos morais por este suportados. Tendo o BANCO admitido a falha, e ser o contratante pessoa diversa da do apelado, deve-se declarar inexistente sua responsabilidade pelos ônus deste CONTRATO. Não se deve decretar a nulidade da citação, se a parte voluntariamente comparece em juízo e não resulta para si nenhum prejuízo,

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Page 1: Jurisprudência Mineira Tribunal de Justiça do Estado de ... · DANOS MORAIS. INCLUSÃO NO CADASTRO DO SPC DE PESSOA QUE NÃO CONTRATOU COM O BANCO. ... compensar os danos morais

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Jurisprudência Mineira Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais - TJMG

Enumera-se abaixo, julgados exarados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, envolvendo Instituições Financeiras e o Direito subjetivo de inscrever o nome de seus clientes junto aos órgãos de restrição ao crédito, tais como: CPC, SERASA e outros.

Número do processo: 2.0000.00.380200-0/000(1)

Relator: ALBERGARIA COSTA Data do Julgamento: 05/02/2003 Data da Publicação: 15/02/2003 Ementa: DANOS MORAIS. INCLUSÃO NO CADASTRO DO SPC DE PESSOA QUE NÃO CONTRATOU COM O BANCO. NEGLIGÊNCIA. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DESTE TERCEIRO, PELAS DÍVIDAS DESTE CONTRATO. NULIDADE DE CITAÇÃO. AUSÊNCIA. CABIMENTO RECURSO ADESIVO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A instituição financeira que não confirma os dados do contratante, nem verifica a veracidade dos dados constantes em seu documento, e depois inclui seu nome no cadastro do SPC, prejudicando terceiro, homônimo deste e com mesmo número de CPF, age negligentemente, devendo, pois, compensar os danos morais por este suportados. Tendo o BANCO admitido a falha, e ser o contratante pessoa diversa da do apelado, deve-se declarar inexistente sua responsabilidade pelos ônus deste CONTRATO. Não se deve decretar a nulidade da citação, se a parte voluntariamente comparece em juízo e não resulta para si nenhum prejuízo,

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no tocante a sua ampla defesa. Recurso adesivo não se limita às matérias discutidas no recurso principal. Os honorários advocatícios devem ter por base, neste caso, por força do art. 20, §3º, CPC, não o valor dado à causa, mas sim o da condenação. Súmula: Deram parcial provimento aos

recursos principal e adesivo. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0701.98.011836-1/001(1)

Relator: GUILHERME LUCIANO BAETA NUNES Data do Julgamento: 31/07/2007 Data da Publicação: 13/08/2007 Ementa: AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL - POSSIBILIDADE DE REVISÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS - JUROS COMPENSATÓRIOS - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS - AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 192, § 3O, DA CF - LIMITE DE 12% AO ANO - REVOGAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL PELA EC 40/2003 - INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA - MANUTENÇÃO DO LIMITE DE 12% AO ANO. - Por uma interpretação histórica e sistemática do ordenamento jurídico brasileiro, percebe-se que as instituições financeiras devem obedecer à limitação de juros prevista na Lei de Usura. - O art. 192, § 3o, da CF é auto-aplicável, e, desse modo, a revogação de tal norma não implica a repristinação da Lei 4.595/64 no que se refere a limites de juros diferenciados para as instituições financeiras, devendo os juros compensatórios, até o advento da EC 40/2003, ser limitados a 12% ao ano. - A partir da EC 40/2003, o limite legal de juros compensatórios continua a ser de 12% ao ano por uma interpretação sistemática do Código Civil de 2002 e do Código Tributário Nacional. V.VP. ANULATÓRIA C/C REVISIONAL DE CONTRATO - BANCO - CONCESSÃO DE CRÉDITO - CDC - APLICABILIDADE - JUROS - TAXA

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EXORBITANTE - PERCENTUAL ADEQUADO - 3% - CAPITALIZAÇÃO - PERIODICIDADE ANUAL - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA - TAXA DE MERCADO - ILEGALIDADE - MULTA MORATÓRIA - PATAMAR - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - COMPENSAÇÃO - PEDIDO CAUTELAR - EXCLUSÃO DE NOME DO SPC - CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. 1. Os contratos tipicamente bancários de concessão de crédito, aí incluídos empréstimos para capital de giro, sujeitam-se às condições e limites preconizados no Código de Defesa do Consumidor. 2. Detectados juros exorbitantes nos contratos bancários, eles devem ser reduzidos a nível compatível com a estabilidade financeira por que passa o país, sendo adequado um percentual mensal de 3% (três por cento). 3. Em se tratando de CONTRATO bancário, é admissível a capitalização anual dos juros, porque a mensal é reservada apenas aos casos expressamente previstos em lei. 4. Nos termos do art. 51, IV, do CDC, há que se considerar abusiva e, portanto, nula, a cláusula constante de CONTRATO de financiamento bancário que prevê a aplicação de comissão de permanência a uma indefinida taxa de mercado, cuja estipulação fica a critério do BANCO, pois este, ao efetuar a cobrança, nem comprova que referida taxa tenha sido estipulada pelo BANCO Central. 5. Afastada a comissão de permanência, por ilegal e abusiva, em seu lugar, para restabelecer o equilíbrio entre as partes, deve incidir o INPC, índice justo e aceitável para recompor o valor do capital emprestado. 6. A multa moratória, aplicável nos casos de inadimplência do devedor, deve incidir sobre o valor principal corrigido, e limitada ao patamar de 2%, principalmente se o último CONTRATO firmado entre as partes, responsável pela novação da dívida, foi assinado após a Lei 9.298, de 01.08.1996, que deu nova redação ao § 1º do art. 52, do CDC. 7. Os honorários advocatícios não são compensáveis. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO

PRINCIPAL, VENCIDO PARCIALMENTE O DES. RELATOR E DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO ADESIVO, À

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UNANIMIDADE. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.495034-1/000(1)

Relator: EULINA DO CARMO ALMEIDA Data do Julgamento: 02/06/2005 Data da Publicação: 10/09/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 495.034-1 - 2.6.2005 UBERABA REVISÃO DE CONTRATO PADRONIZADO - MÚTUO FINANCEIRO DISPONIBILIZADO - DEVOLUÇÃO EM 48 PARCELAS MENSAIS IGUAIS - ENCARGOS PACTUADOS - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS INCABÍVEL. A inadimplência, embora aparente, mas com equívoco na identificação da parcela pretendida, não justificado de imediato e desatendendo comunicado da SERASA, torna legal a negativação com a inscrição do nome do devedor no SPC/SERASA, restando inviável pretenso ressarcimento por alegados danos morais. REVISÃO CONTRATUAL - BANCO - CDC - APLICAÇÃO PARA PESSOAS FÍSICAS - JUROS - LIMITAÇÃO A 12% AO ANO - POSSIBILIDADE - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (VOTO VENCIDO) - As atividades bancárias devem ser consideradas como inseridas no conceito de relação de consumo, nos termos do art. 3º, § 2º, do CDC, sendo aplicáveis para pessoas físicas. - Constatada a abusividade na cobrança de juros às pessoas físicas, impõe-se o decote aos limites legais, notadamente o previsto no art. 406 do Novo Código Civil, com remissão ao § 1º do artigo 161 do Código Tributário Nacional, sendo devida a limitação de juros de 12% ao ano. V.v.: SUBMISSÃO ÀS NORMAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL EGRESSAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL - LEI N.º 4.595/64 - SÚMULA 596 DO STF - ENCARGOS CONSEQÜENTES À INADIMPLÊNCIA Resulta inviável a revisão das cláusulas contratuais, requerida por tomador impontual e sem comprovar a alegada abusividade

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das cláusulas onerosas, celebradas consoante a legislação financeira então vigente. CONTRATO de mútuo financeiro, celebrado com abertura de conta corrente em BANCO, fica sujeito às normas do Conselho Monetário Nacional, a quem compete tabelar os juros, na forma do artigo 4º da Lei n.º 4.595/64, mantida ativa pela Lei n.º 8.391/91, artigo 1º, não estando o procedimento sujeito à lei de usura, consoante a Súmula 596 do STF. (Desembargadora Eulina do Carmo Almeida) Súmula: Rejeitaram preliminar e deram parcial

provimento, vencida a Relatora. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.508535-0/000(1)

Relator: HELOISA COMBAT Data do Julgamento: 09/06/2005 Data da Publicação: 01/07/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL N. 508.535-0 - BELO HORIZONTE - 9.6.2005 EMENTA: AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO - CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO - CONTRATO DE ADESÃO - COBRANÇA DE JUROS NA TAXA DE ATÉ 12,85% AO MÊS - ONEROSIDADE EXCESSIVA - POSSIBILIDADE DE REVISÃO COM BASE NO CDC, CÓDIGO CIVIL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL - FIXAÇÃO EM 15% ACIMA DA TAXA ESTIPULADA PELO BANCO CENTRAL ATRAVÉS DO COPOM, AO ANO - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE -ANATOCISMO - INADMISSÃO - SÚMULA 121 DO STF - MULTA COMPENSATÓRIA - IMPOSSBILIDADE DE COBRANÇA - PERDAS E DANOS COMPENSADOS PELOS DEMAIS ENCARGOS INCIDENTES SOBRE O DÉBITO - COBRANÇA ANTECIPADA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - IMPOSSIBILIDADE - INCLUSÃO DO NOME DOS DEVEDORES NO SERASA/SPC - IMPOSSIBILIDADE ENQUANTO ESTIVER SENDO DISCUTIDA A

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DÍVIDA. - Aplicam-se ao CONTRATO de cartão de crédito celebrado entre as partes os princípios e as regras constitucionais, bem como princípios e regras do Código de Defesa do Consumidor e do Código Civil. - É possível a revisão do CONTRATO com relação aos juros cobrados, quando se revelar excessiva a onerosidade das taxas praticadas, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. - Considera-se abusiva a taxa de juros cobradas no percentual de 12,85% ao mês, razão pela qual deve ser reduzida ao patamar de 15% ao ano, sobre a taxa fixada pelo BANCO Central do Brasil, através do COPOM (Taxa Selic, ao ano). - Não é admitida a capitalização de juros (anatocismo), fora dos casos expressamente permitidos (v.g. crédito rural, comercial e industrial), a teor da aplicação conjugada das Súmulas n. 121, do STF e n. 93 do STJ. - As perdas e danos sofridas pela Administradora de Cartões de Crédito em decorrência da inadimplência da ré poderão ser totalmente compensadas pelos demais encargos cobrados, de forma que é abusiva a cobrança de multa compensatória. - A cobrança antecipada de honorários advocatícios é indevida, haja vista que tal tarefa é de competência exclusiva do juízo. – A tram itação de ação em que se examina a revisão negocial, obstaculiza que se registre nos órgãos de proteção ao crédito, como o SERASA e o SPC, a inadimplência do devedor, enquanto não se dirimir a controvérsia. V. v.1: Em contratos de empréstimos ou de financiamentos firmados com instituições financeiras, os juros devidos são os pactuados pelas partes, salvo quando provada cabalmente a existência de distorção e onerosidade excessiva (Desembargador Renato Martins Jacob). V. v.2: Certo é que a limitação da taxa de juros reais a doze por cento (12%) ao ano não mais existe no sistema constitucional brasileiro, eis que o §3º do art. 192 da CR/88 fora revogado em virtude da Emenda Constitucional nº 40, de 29.5.2003. Contudo, isso não significa dizer que a taxa do encargo em questão possa ser fixada de forma indiscriminada e arbitrária, porquanto, os contratantes somente poderão livremente estabelecer os juros, desde que

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assim o autorize o ordenamento jurídico. As administradoras de cartão de crédito estão submetidas à Lei de Usura, não podendo cobrar juros remuneratórios em taxas superiores a doze por cento (12%) ao ano. (Desembargador Dárcio Lopardi Mendes) Súmula: Deram parcial provimento, vencido

parcialmente o 2º vogal Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.429029-5/000(1)

Relator: FRANCISCO KUPIDLOWSKI Data do Julgamento: 06/05/2004 Data da Publicação: 05/06/2004 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 429.029-5 - 6.5.2004 BELO HORIZONTE REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. CONTRATAÇÃO QUE PREVÊ MULTA PARAMETRADA PELO CDC. DEMAIS AVENÇAS QUE DEVEM SEGUIR AS MESMAS NORMAS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA ANÔMALA. CAUCIONAMENTO INDEVIDO. DANOS MORAIS INOCORRENTES. 1- Se a própria contratação entre o BANCO e o cliente já prevê multa de 2% é porque a contratação rege-se pelas normas consumeiristas, as quais devem disciplinar todo o CONTRATO, mormente quando isto vem reconhecido na peça de resistência ofertado pelo BANCO. 2- A comissão de permanência deve ser substituída pelo INPC porque a sua contratação para incidir pelo valor de mercado futuro é potestativa frente ao Código Civil e mais que abusiva diante do CDC. 3- Declara-se a inoperância de cheques caucionadores de forma prévia ao CONTRATO bancário porque títulos autônomos e de valores diferenciados não devem permanecer vinculados à contratação. 4- Não ocorrem danos morais pela contratação abusiva e lançamento dos nomes dos clientes no SPC quando os mesmos hajam contribuído, livremente, para a formação do CONTRATO, pois, em matéria de reparação moral, não deve ser ela

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deferida quando haja concorrência de culpas. SÚMULA 596 DO STF - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS - NÃO SUBMISSÃO À LIMITAÇÃO DE JUROS. (VOTO VENCIDO) Conforme Súmula 596 do STF, as instituições financeiras não se submetem às limitações de juros. V.v.: JUROS EXTORSIVOS. Em matéria de relação de consumo, não se permite a cobrança de juros remuneratórios ao capital além dos 12% ao ano previstos no art.192, §3º, da CF, principalmente porque essa norma tinha todo vigor na época da contratação, até porque a Emenda Constitucional nº 40 que a desfigurou somente veio em maio de 2003. Súmula: Deram parcial provimento com

divergência na fundamentação. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.514253-0/000(1)

Relator: HILDA TEIXEIRA DA COSTA Data do Julgamento: 30/08/2007 Data da Publicação: 19/10/2007 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - SPC - INTEMPESTIVIDADE REJEITADA - LEGITIMIDADE PASSIVA - SOLIDARIEDADE - INCLUSÃO DE NOME EM CADASTRO RESTRITIVO - COMPROVADA A COMUNICAÇÃO DA NEGATIVAÇÃO ATRAVÉS DE PROTOCOLO DE POSTAGEM NO CORREIO - EXISTÊNCIA DE CONTRATO COM OS CORREIOS (ECT) - INEXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO RECEBIMENTO - APLICAÇÃO DO ART. 43, § 2, DO CDC - RECURSO IMPROVIDO. - É o BANCO de dados legitimado passivo para as ações de indenização por falta de comunicação prévia, em razão da solidariedade prevista no art. 34 do CDC. - Não tendo o autor-apelante negado, em momento algum, a dívida, e, ainda, havendo restado confirmada a comunicação da negativação ao mesmo, através de Protocolo de Postagem no

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Correio, o que se deu através de CONTRATO havido entre Correios (ECT) e Embratel, acertada se fez a r. decisão monocrática, não merecendo reforma. Súmula: REJEITARAM PRELIMINAR DE

INTEMPESTIVIDADE, AFASTARAM A PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, COM DIVERGÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA VOGAL QUANTO A ESTA, E, NO MÉRITO, NEGARAM PROVIMENTO.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.06.257673-1/001(1)

Relator: OTÁVIO PORTES Data do Julgamento: 18/07/2007 Data da Publicação: 03/08/2007 Ementa: AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO - SUSPENSÃO DOS PAGAMENTOS - EXCLUSÃO DO NOME DA CONTRATANTE DOS ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO - MULTA POR DESCUMPRIMENTO - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. O ajuizamento de ação em que se pleiteia a revisão negocial, discutindo-se a ilegalidade de encargos financeiros incidentes sobre o débito, uma vez não havendo parcela incontroversa a ser depositada - visto que, em virtude dos pagamentos, há crédito junto ao BANCO - obstaculiza o registro da inadimplência nos órgãos de proteção ao crédito, como o SERASA e o SPC. É cabível a estipulação de multa por descumprimento de determinação judicial, haja vista ser esse um instrumento de inibição de inadimplência. Mostra-se, da mesma forma, admissível a determinação para que a empresa contratada apresente em juízo o CONTRATO celebrado com a autora, objetivando a revisão das cláusulas que se revelarem abusivas ou iníquas. Súmula: REJEITARAM AS PRELIMINARES E

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NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, VENCIDO PARCIALMENTE O PRIMEIRO VOGAL, QUANTO AO MÉRITO.

Acórdão: Inteiro Teor Número do processo: 1.0439.07.063187-4/001(1)

Relator: OTÁVIO PORTES Data do Julgamento: 11/07/2007 Data da Publicação: 03/08/2007 Ementa: AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER - EXCLUSÃO OU IMPEDIMENTO DE NEGATIVAÇÃO EM ÓRGÃOS DE RESTRIÇÃO DE CRÉDITO - PARTE INCONTROVERSA - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS.O ajuizamento de ação em que se pleiteia a revisão negocial, discutindo-se a ilegalidade de encargos financeiros incidentes sobre o débito, caso não seja depositada a parte incontroversa da dívida, não obstaculiza o registro da inadimplência nos órgãos de proteção ao crédito, como o SERASA e o SPC.Mostra-se, porém, admissível a concessão de medida liminar para que o BANCO apresente em juízo o CONTRATO celebrado com a autora, objetivando a revisão das cláusulas que se revelarem abusivas ou iníquas. Súmula: DERAM PROVIMENTO PARCIAL AO

RECURSO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0439.02.009013-0/001(1)

Relator: LUCIANO PINTO Data do Julgamento: 08/03/2007 Data da Publicação: 14/04/2007 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DANOS MORAIS. CONTRATO DE FINANCIAMENTO ASSINADO POR FALSÁRIA. LANÇAMENTO INDEVIDO DO NOME DA TITULAR DO DOCUMENTO NO SPC.

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PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. O BANCO tem responsabilidade objetiva pela aceitação indevida de dados cadastrais, sem maiores cuidados, para assinatura de CONTRATO de financiamento em prol de falsária, agravando a situação com a inclusão do nome da verdadeira titular dos dados, nos órgãos de proteção a crédito. Impõe-se a indenização por danos morais pelo simples fato da negativação do nome. Súmula: DERAM PARCIAL PROVIMENTO À

APELAÇÃO DO BANCO FORD S.A. E FINASA S.A. E JULGARAM PREJUDICADA A APELAÇÃO DE ROSEMARY PINHEIRO DO NASCIMENTO.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.05.657040-1/001(1)

Relator: JOSÉ AFFONSO DA COSTA CÔRTES Data do Julgamento: 18/01/2007 Data da Publicação: 23/02/2007 Ementa: CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS - CANCELAMENTO DA MATRÍCULA NÃO PROVIDENCIADO - DESCUMPRIMENTO DE PREVISÃO CONTRATUAL - INSCRIÇÃO NO SPC - NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. O aluno que firma CONTRATO de prestação de serviços educacionais com instituição particular de ensino obriga-se ao pagamento das mensalidades avençadas, independentemente de ter ou não freqüentado as aulas, na medida em que estas foram regularmente ministradas, mormente se, a tempo e modo, não promoveu o cancelamento da matrícula, nos termos previstos no CONTRATO. Consoante o disposto no § 2º, do art. 43, do CDC, cabe à entidade mantenedora do BANCO de dados o dever de notificar previamente o devedor acerca da inclusão de seu nome nos cadastros de inadimplentes.

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Súmula: NEGARAM PROVIMENTO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.05.707059-1/001(1)

Relator: BATISTA DE ABREU Data do Julgamento: 06/12/2006 Data da Publicação: 23/01/2007 Ementa: INDENIZATÓRIA - DANOS MORAIS - ABERTURA DE CONTA CORRRENTE - MÚTUO - FALSIDADE DE DOCUMENTOS - INSCRIÇÃO NO SPC - COMPROVADO DILIGENCIAMENTO DO BANCO - CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO. Não há negligência da financeira que ao celebrar CONTRATO de financiamento com pessoa munida de documento falso, diligenciando no sentido de verificar de forma cautelosa as informações e os documentos que lhe foram oferecidos no ato da contratação, ou ao menos conferir as assinaturas constantes da identidade e do CONTRATO. Acautelando-se, a prestadora de serviços não assume o risco da produção de evento danoso decorrente de conduta exclusiva de terceiro, eximindo-se de ressarcimento por danos morais. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.05.846663-2/001(1)

Relator: HELOISA COMBAT Data do Julgamento: 28/09/2006 Data da Publicação: 24/11/2006 Ementa: AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO - CONTRATOS DE CARTÃO DE CRÉDITO - CONTRATO DE ADESÃO - COBRANÇA DE JUROS NA TAXA DE ATÉ 12,29% AO MÊS - ONEROSIDADE EXCESSIVA - POSSIBILIDADE DE REVISÃO COM BASE NO CDC, CÓDIGO CIVIL E CONSTITUIÇÃO FEDERAL - FIXAÇÃO

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EM 15% ACIMA DA TAXA SELIC, AO ANO - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE - ANATOCISMO - INADMISSÃO - SÚMULA 121 DO STF - MULTA COMPENSATÓRIA - IMPOSSBILIDADE DE COBRANÇA - PERDAS E DANOS COMPENSADOS PELOS DEMAIS ENCARGOS INCIDENTES SOBRE O DÉBITO. Aplicam-se ao CONTRATO de cartão de crédito celebrado entre as partes os princípios e as regras constitucionais, bem como princípios e regras do Código de Defesa do Consumidor e do Código Civil. É possível a revisão do CONTRATO com relação aos juros cobrados, quando se revelar excessiva a onerosidade das taxas praticadas, com base nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. - Considera-se abusiva a taxa de juros cobradas no percentual de até 12,85% ao mês, razão pela qual deve ser reduzida ao patamar de 15% sobre a taxa fixada pelo BANCO Central do Brasil, através do COPOM (Taxa Selic), ao ano. Não é admitida a capitalização de juros (anatocismo), fora dos casos expressamente permitidos (V.G. crédito rural, comercial e industrial), a teor da aplicação conjugada das Súmulas n. 121, do STF e n. 93 do STJ. As perdas e danos sofridas pela Administradora de Cartões de Crédito em decorrência da inadimplência do contratante podem ser totalmente compensadas pelos demais encargos cobrados, o que torna abusiva a cobrança de multa compensatória. A cobrança antecipada de honorários advocatícios é indevida, haja vista que tal fixação é de competência exclusiva do juízo. A tramitação de ação em que se examina a revisão negocial, obstaculiza que se registre nos órgãos de proteção ao crédito, como o SERASA e o SPC, a inadimplência do devedor, enquanto não se dirimir a controvérsia. V.v.p1:Também não é recomendável a utilização da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) para limitação de juros previstos em contratos bancários, uma vez que tal referencial não possui definição em lei, e, na esteira de julgado do STJ, ""a taxa Selic ora tem a conotação de juros moratórios, ora de remuneratórios, a par de neutralizar os efeitos da inflação, constituindo-se em correção monetária por vias oblíquas..."" (STJ - REsp. 217018-PR, Segunda Turma - rel. Min. Franciulli Netto, j. 24.09.2002, DJ

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24.3.2003, p.167). V.v.p2: Não se aplica à administradora de cartão de crédito a Lei n. 4.595/64, que rege a política econômica-monetária nacional, a qual outorga ao Conselho Monetário Nacional, a limitação de juros a ser praticada, se igualando, portanto, a referida administradora, às demais prestadoras de serviço do Estado. Súmula: DERAM PROVIMENTO PARCIAL, NOS

TERMOS DO VOTO MÉDIO DA RELATORA.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0145.05.249883-2/001(1)

Relator: RENATO MARTINS JACOB Data do Julgamento: 25/05/2006 Data da Publicação: 13/06/2006 Ementa: INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. RESCISÃO DE CONTRATO. TV A CABO. DEVOLUÇÃO DE EQUIPAMENTOS. EMISSÃO DE BOLETOS. NEGATIVAÇÃO DO NOME DO SUPOSTO DEVEDOR. CONFIGURAÇÃO DO DANO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARTIGO 20, § 3º, DO CPC. CRITÉRIOS OBSERVADOS. - Afigura-se indevida a cobrança de boletos bancários relativos à assinatura de TV a cabo, após a rescisão do CONTRATO, com a devolução dos equipamentos. - A cláusula contratual que exige que o assinante comunique à empresa o desejo de rescisão do CONTRATO com 30 (trinta) dias de antecedência, período em que ainda permaneceria vinculado, é abusiva, pois, assim, exigi-se o pagamento de parcelas sem que o contratante desfrute dos serviços, acarretando patente enriquecimento sem causa à empresa prestadora do serviço. - A negativação indevida em BANCO de dados, como o SPC, enseja, por si só, a condenação da empresa ao pagamento de danos morais, por constituir patente ofensa à honra da vítima. - O valor a ser pago na

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indenização deve ser fixado observadas as circunstâncias que envolvem o caso, de modo a não restar configurada penalidade excessiva e desproporcional para o ofensor e fator de enriquecimento ilícito para o ofendido. - O arbitramento do valor dos honorários advocatícios é de competência do Juiz ou do Tribunal, levando-se em conta as condições do artigo 20, § 3º, do CPC. - O tempo que é exigido pelo advogado para o serviço não diz respeito apenas à duração do processo, mas também ao estudo e preparo das razões apresentadas, inclusive na instância recursal. Súmula: Negaram provimento. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0145.05.218200-6/001(1)

Relator: RENATO MARTINS JACOB Data do Julgamento: 16/03/2006 Data da Publicação: 28/04/2006 Ementa: OBRIGAÇÃO DE FAZER. CANCELAMENTO DE DÉBITO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. RESCISÃO DE CONTRATO. MUDANÇA DE ENDEREÇO. CANCELALMENTO DO SERVIÇO DE CONEXÃO À INTERNET. DÉBITO AUTOMÁTICO. EMISSÃO DE BOLETOS. NEGATIVAÇÃO DO NOME DO DEVEDOR. CONFIGURAÇÃO DO DANO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. - Comprovada a cobrança de valores indevidos, por meio de débito automático, após a rescisão do CONTRATO, julga-se procedente o pedido de restituição dos referidos valores. - A negativação indevida em BANCO de dados, como o SPC, enseja, por si só, a condenação da empresa ao pagamento de danos morais, por constituir patente ofensa à honra da vítima. - O valor a ser pago na indenização deve ser fixado observadas as circunstâncias que envolvem o caso, de modo a não restar configurada penalidade excessiva e desproporcional para o ofensor e fator de enriquecimento ilícito para o ofendido.

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Súmula: negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.05.798574-9/001(1)

Relator: TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO Data do Julgamento: 20/10/2005 Data da Publicação: 16/12/2005 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA - REVISÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL - MEDIDA LIMINAR - FIGURAÇÃO DO NOME DO CONSUMIDOR EM ÓRGÃOS DE CADASTRO DE INADIMPLENTES - SPC/SERASA - IMPEDIMENTO LEGAL - LIMINAR - CONCESSÃO - VALOR DA CAUSA - EFEITOS LEGAIS. Estando o devedor pleiteando revisão do CONTRATO entabulado com instituição financeira, discutindo a abusividade dos encargos financeiros incidentes sobre o débito e, pleiteando conseqüente repetição, o registro da sua condição de inadimplente, em órgãos de proteção ao crédito, deve ser impedido pelo Judiciário. Em razão do pedido de repetição de indébito em contrapartida ao decote dos encargos considerados abusivos, não há como se aferir a parcela incontroversa que deve ser depositada, não obstante a condição, atual, de inadimplente da consumidora. Intentando a parte ação em que pretende a discussão de cláusulas insertas em contratos bancários, o valor da causa não pode corresponder ao valor do CONTRATO, tampouco ao exigido pelo BANCO, porquanto não corresponde ao conteúdo econômico perseguido. Súmula: DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.497935-1/000(1)

Relator: ELIAS CAMILO Data do Julgamento: 29/06/2005 Data da Publicação: 20/08/2005

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL N. 497.935-1 - BELO HORIZONTE - 29.6.2005 EMENTA:ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO - RELAÇÃO DE CONSUMO CARACTERIZADA - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - JUROS - LIMITAÇÃO - NÃO INCIDÊNCIA - CAPITALIZAÇÃO ANUAL - POSSIBILIDADE - INCIDÊNCIA DA SÚMULA 596 DO STF - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA - POTESTATIVIDADE - INCLUSÃO DO NOME DO DEVEDOR NO SPC- CORREÇÃO MONETÁRIA - INDEXADOR - TR - NÃO CONVENCIONADA. - Tratando-se de CONTRATO de financiamento, resta caracterizada a relação de consumo a ensejar a proteção outorgada pelo Código de Defesa do Consumidor. - As instituições que integram o sistema financeiro nacional não estão sujeitas às normas do Decreto 22.626/33, no tocante às taxas de juros e outros encargos por ela cobrados, conforme entendimento sumulado do STF (Súmula 596). - É ilegal a previsão contratual de capitalização de juros em período inferior ao anual, por expressa disposição do § 4º do Decreto 22.626/33 e da Súmula 121 do STF. - A indeterminação da comissão de permanência empresta certa abusividade ao CONTRATO e não se afina à letra e ao espírito do artigo 122 do atual Código Civil, assim como com o artigo 51, inciso XIII, do Código de Defesa do Consumidor, donde se conclui pela inviabilidade jurídica de sua incidência. - A inscrição do nome da devedora nos órgão de restrição ao crédito é indevida enquanto a dívida que lhe deu causa for objeto de discussão judicial. - A TR não pode ser utilizada como índice de correção monetária quando não convencionada. V. v.: Considerando-se abusiva a taxa de juros cobrada, deve ser reduzida ao patamar de 15% ao ano acima da taxa fixada pelo BANCO Central do Brasil, através do COPOM. Súmula: Deram parcial provimento, com

divergência. Acórdão: Inteiro Teor

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Número do processo: 2.0000.00.507773-6/000(1)

Relator: RENATO MARTINS JACOB Data do Julgamento: 09/06/2005 Data da Publicação: 01/07/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL N. 507.773-6 - BELO HORIZONTE - 9.6.2005 EMENTA: REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO - FINANCIAMENTO - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS - LIMITAÇÃO DE JUROS - DECRETO Nº 22.626/33 - INAPLICABILIDADE - SÚMULA 596 STF - PACTA SUNT SERVANDA- ANATOCISMO - VEDAÇÃO - CADASTROS DE INADIMPLENTES - INCLUSÃO DA DEVEDORA - INVIABILIDADE. - As instituições financeiras não estão submetidas às limitações estabelecidas pelo Decreto nº 22.626/33 e, sim, às normas do Conselho Monetário Nacional, no que se refere à fixação dos juros básicos (Súmula 596 do STF). - Em sede de contratos de empréstimos ou de financiamentos firmados com instituições financeiras, os juros devidos são os pactuados pelas partes. - A capitalização mensal de juros (juros de juros) é vedada pelo nosso direito, salvo as exceções previstas em lei. - Estando a dívida em discussão em processo judicial, não pode o BANCO inscrever o nome da alegada devedora nos cadastros negativos do SPC e do Serasa, sob pena de caracterização de coação e prejulgamento. V.v. - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos bancários, por caracterizarem prestação de serviço remunerada, conforme a regra do art. 3º, § 2º, da mesma codificação. - A moderna concepção de CONTRATO impõe aos operadores do direito o dever de examiná-lo sob a ótica de sua função social, da boa fé objetiva, da razoabilidade, quanto mais em se tratando de CONTRATO de adesão, considerando sua importância dentro do contexto social onde é avençado, e não sob o império do pacta sunt servanda, princípio basilar da teoria contratual clássica. - Adstrito ao momento econômico do País, devem os juros ser reduzidos a montante proporcional à realidade monetária e social do país, sob pena de prevalecer o abuso e

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o enriquecimento indevido, em detrimento da cota social que lhe da sustentação. - Certo é que a limitação da taxa de juros reais a doze por cento (12%) ao ano não mais existe no sistema constitucional brasileiro, eis qu e o §3º do art. 192 da CR/88 fora revogado em virtude da Emenda Constitucional nº 40, de 29.5.2003. Contudo, isso não significa dizer que a taxa do encargo em questão possa ser fixada de forma indiscriminada e arbitrária, porquanto os contratantes somente poderão livremente estabelecer os juros, desde que assim o autorize o ordenamento jurídico. Súmula: Deram parcial provimento, vencido

parcialmente o revisor. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.457825-8/000(1)

Relator: HILDA TEIXEIRA DA COSTA Data do Julgamento: 02/09/2004 Data da Publicação: 05/11/2004 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 457.825-8 - 2.9.2004 BELO HORIZONTE APELAÇÃO CÍVEL - REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - INCLUSÃO INDEVIDA NO SPC - DANO MORAL - DESNECESSIDADE DE PROVA DO DANO DEPOIS DE VERIFICADA INCLUSÃO INDEVIDA NO SPC - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA MANTIDA - NÃO CUMULAÇÃO COM CORREÇÃO MONETÁRIA. - Comprovada a indevida inclusão nos cadastros do SPC, torna-se desnecessária a comprovação do dano moral, vez que a própria inclusão enseja por si só a ocorrência de referido dano. - Correto o entendimento do MM. Juiz a quo em manter a incidência de comissão de permanência no valor do CONTRATO, posto que não cumulada com correção monetária, decotando somente a parte da cláusula 13.1 que prevê seja ela cobrada à taxa idêntica à maior taxa cobrada nas operações ativas do BANCO vigente na data do pagamento. REVISÃO DE CLÁUSULAS DE CONTRATO - IMPOSSIBILIDADE -

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DEMONSTRAÇÃO DE ABUSIVIDADE - SUPERVENIÊNCIA DE FATOS SEM PREVISÃO - PRESTAÇÃO ONEROSA - CDC. Não é dado ao Judiciário revisar cláusulas de CONTRATO previamente controladas, a não ser quando demonstrada abusividade ou ante a superveniência de fatos sem previsão que tornem a prestação expressamente onerosa para uma das partes, mesmo sob a égide do CDC. V.v.: NULIDADE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS - APLICAÇÃO DO CDC - IMPROVIMENTO. - Acertada a r. sentença a quo na parte em que declara nulas as cláusulas 14, 15 e 19, tendo em vista que colocam o consumidor em desvantagem exagerada, devendo ser obedecido in casu o princípio da equidade contratual (vide art. 51, IV do CDC). (Juíza Hilda Teixeira da Costa) Súmula: Deram parcial provimento, vencida a

Relatora. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.294723-5/000(1)

Relator: NEPOMUCENO SILVA Data do Julgamento: 13/06/2000 Data da Publicação: 12/08/2000 Ementa: EMENTA: INDENIZAÇÃO - INSCRIÇÃO NO SPC - NEGATIVAÇÃO MANTIDA, APÓS A PURGAÇÃO DA MORA - TAXA DE REGISTRO DE CONTRATO E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - COBRANÇA INDEVIDA - DANO MORAL E MATERIAL. O BANCO que mantém o nome do cliente negativado, três meses após a purgação da mora, cobra taxa extemporânea e indevida a título de registro de CONTRATO e, ainda, cobra honorários advocatícios sem o correspondente ajuizamento da ação judicial, sujeita-se à indenização pelos danos morais e materiais; aqueles, pela ofensa à imagem e à honra do cliente, que teve maculado seu conceito na sociedade e no meio negocial; estes, pela cobrança abusiva e

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despida de lastro legal, escorada, tão-somente, na conduta ilícita. Súmula: Rejeitaram a preliminar. Deram parcial

provimento à 1ª apelação e negaram provimento à 2ª.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0024.07.481353-6/001(1)

Relator: GUILHERME LUCIANO BAETA NUNES Data do Julgamento: 29/04/2008 Data da Publicação: 17/05/2008 Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - CONTRATO DE FINANCIAMENTO - CRÉDITO EM CONTA DE TERCEIRO - NÃO ENTREGA DO BEM - NEGATIVAÇÃO NO SPC. Comprovado que a consumidora não recebeu o veículo e nem o numerário pelo empréstimo tomado, o qual, pela falta de diligência do próprio BANCO, foi depositado em conta corrente de terceiro, mas sendo o nome da consumidora lançado, indevidamente, no SPC, inevitável é a obrigação do BANCO em indenizar pelo dano moral causado. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0145.07.414120-4/001(1)

Relator: SELMA MARQUES Data do Julgamento: 16/04/2008 Data da Publicação: 01/05/2008 Ementa: CAUTELAR DE EXBIÇÃO DE DOCUMENTOS. SPC. CORRESPONDÊNCIA POR ESCRITO E CLARA INFORMANDO SOBRE FUTURA INSCRIÇÃO E QUAL SUA ORIGEM.

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CONTRATO CELEBRADO COM INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. PRESTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES INERENTES AOS CADASTROS DE CRÉDITOS. AÇÃO PREPARATÓRIA. BUSCA DE PROVAS QUE DENOTEM A ABUSIVIDADE DA INSCRIÇÃO E O CONSEQUENTE DEVER DE REPARAÇÃO. ILEGITIMIDADE. -O envio pelos cadastros de restrição ao crédito de correspondência informando por escrito e de forma clara sobre a inscrição do nome do suposto devedor em seu BANCO de dados e, ainda, a pessoa que a determinou, suprem os deveres de informação inerentes a estas entidades, (art. 43, do CDC). Por isso, a ação cautelar de exibição de documentos que busque elementos que permitam provar em demanda futura onde será cumulada a pretensão de declaração da nulidade da inscrição com o pedido de reparação por danos morais, deve ser dirigida contra a Instituição que enviou o nome para o cadastro de proteção ao crédito. Isto porque, é ela que detém melhores condições de fornecer os elementos que justificaram a inscrição no cadastro de restrição ao crédito. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0105.05.168750-4/001(1)

Relator: BATISTA DE ABREU Data do Julgamento: 02/04/2008 Data da Publicação: 26/04/2008 Ementa: APELAÇÃO - AUTORIZAÇÃO DA AUTORA PARA ABERTURA DE CONTA CORRENTE - NÃO COMPROVAÇÃO - ASSINATURAS DOS CHEQUES FEITAS PELO RÉU COMO SE AUTORA FOSSE - INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DA AUTORA NO SPC - DANOS MORAIS - INDENIZAÇÃO - VALOR REDUZIDO.BANCO que abre conta corrente solicitada por pessoa em nome de terceiro deve comprovar que autorização lhe foi dada. Deve, ao menos, trazer aos autos o CONTRATO firmado entre as

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partes.Quem assina cheque como se titular fosse, responde pelo dano que causar. Súmula: DERAM PARCIAL PROVIMENTO A

AMBOS OS RECURSOS. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0512.06.038117-9/001(1)

Relator: BATISTA DE ABREU Data do Julgamento: 05/03/2008 Data da Publicação: 04/04/2008 Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - INSCRIÇÃO DO NOME DA APELANTE NO SPC - INSUFICIÊNCIA DE SALDO NA DATA DO DÉBITO PARA QUITAÇÃO DE PRESTAÇÃO CONTRATADA - AUSÊNCIA DE CONDUTA ILÍCITA - COMUNICAÇÃO PRÉVIA DA RESTRIÇÃO - RESPONSABILIDADE DO ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.- Não há que se falar em negligência do BANCO por ter inserido o nome no autor no SPC, quando este, na data contratada para o débito em conta corrente do valor correspondente à parcela do CONTRATO de financiamento firmado, não diligenciou para manter o saldo suficiente, o que inviabilizou o pagamento da referida parcela.- Nos termos do art. 42, § 2º, do CDC, a incumbência de comunicar previamente o lançamento de restrição a consumidor considerado inadimplente, oportunizando-lhe pagar ou se justificar, é do órgão de proteção ao crédito e não do credor que requereu a inscrição, que não pode ser civilmente responsável por eventuais danos morais experimentados pelo devedor. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. Acórdão: Inteiro Teor

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Número do processo: 1.0024.07.545517-0/001(1)

Relator: WAGNER WILSON Data do Julgamento: 10/01/2008 Data da Publicação: 02/02/2008 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL. EMPRÉSTIMO. DESCONTO EFETUADO EM CONTA CORRENTE DO DEVEDOR. POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO DO VALOR DO DÉBITO. SUBSISTÊNCIA DO DEVEDOR. EXCLUSÃO DO NOME DO SPC. NECESSIDADE DE DEPÓSITO JUDICIAL DA QUANTIA INCONTROVERSA. 1. Não é ilícita ou mesmo abusiva a estipulação contratual que autoriza o BANCO credor proceder ao desconto do valor de seu crédito diretamente na conta corrente de seu cliente, uma vez que livremente acordada pelas partes. No entanto, não se pode permitir que, por meio do referido procedimento, a instituição financeira se aproprie da quase totalidade dos recursos percebidos pelo devedor, fato que impediria o seu próprio sustento. 2. Para a exclusão do nome do SPC, há que se exigir do devedor que deposite judicialmente os valores tidos como incontroversos, não bastando, para tanto, o simples ajuizamento da ação de revisão do CONTRATO. Súmula: NEGARAM PROVIMENTO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0133.05.022884-9/001(1)

Relator: GENEROSO FILHO Data do Julgamento: 18/12/2007 Data da Publicação: 19/01/2008 Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. CONTRATO DE CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA ENTRE O AUTOR E O BANCO DO BRASIL. AUTORIZAÇÃO DO BANCO

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PARA O DEPÓSITO DOS BENS DADOS EM GARANTIA EM COOPERATIVA DE AGRICULTORES. COOPERATIVA QUE VAI À BANCARROTA. INADIMPLÊNCIA DO AUTOR. CORRESPONDÊNCIAS AVISANDO DA POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NO SPC E NO SERASA. AUSÊNCIA DE CONDUTA ILÍCITA DO BANCO. DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO. I. Não age ilicitamente o BANCO credor que autoriza o devedor a depositar em cooperativa a mercadoria dada em garantia da dívida, não podendo o mesmo ser responsabilizado se a depositária posteriormente vai à bancarrota e a mercadoria se perde. II. Age no exercício regular de direito o credor que utiliza dos meios legais de cobrança com o intuito de receber seu crédito. III. Nos termos no art.927 do C.Civil, não comprovada a conduta ilícita por parte do BANCO, requisito essencial da responsabilidade civil, não há que se falar em dever de indenizar. Súmula: DERAM PROVIMENTO. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0452.05.020675-7/001(1)

Relator: HILDA TEIXEIRA DA COSTA Data do Julgamento: 16/08/2007 Data da Publicação: 03/09/2007 Ementa: APELAÇÃO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - PRELIMINAR DE NULIDADE DE SENTENÇA - REJEITADA - REGISTRO INDEVIDO DO NOME NO SPC - ABERTURA DE CONTA CORRENTE POR TERCEIRA PESSOA QUE UTILIZOU DOCUMENTOS FALSOS - NEGLIGÊNCIA NO EXAME DA DOCUMENTAÇÀO APRESENTADA POR TRCEIRO QUE SE PASSAVA PELO AUTOR - INCLUSÃO DE NOME NO CADASTRO DE INADIMPLENTES DA SERASA - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ - NÃO CONFIGURADA. A apuração dos

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fatos referente a lide e do direito a eles aplicável é uma atividade oficial atribuída ao Juiz, decorrente de seu poder discricionário. Dessa forma, rejeita-se a preliminar de nulidade de sentença. Tendo sido a instituição bancária negligente quando da abertura de conta corrente por terceira pessoa, indevida a inclusão do nome do autor em cadastros de inadimplentes, sendo cabível a indenização em favor do mesmo a título de dano moral. O dever de indenizar resta caracterizado pela ausência de cautela do BANCO, ditado, ainda, pela doutrina do risco profissional, devendo arcar com os danos oriundos dos riscos da atividade empreendedora. Nas ações de indenização por dano moral, cabe ao juiz avaliar e sopesar a dor do lesado, a fim de lhe propiciar a mais adequada e justa compensação material, assim, deve ser reduzido o valor da indenização a fim de suprir o caráter punitivo-pedagógico do dano moral em questão. Não se verificou da parte ré o dolo processual com o intuito de alterar a verdade dos fatos para se obter êxito na demanda. O apelante apenas esclareceu que terceiro utilizou-se dos dados do autor para celebrar CONTRATO de proposta de abertura de conta-corrente, devendo ser excluída da r. sentença a condenação arbitrada por litigância de má fé. Súmula: REJEITARAM A PRELIMINAR E DERAM

PROVIMENTO PARCIAL. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 1.0145.06.341782-1/001(1)

Relator: WAGNER WILSON Data do Julgamento: 05/07/2007 Data da Publicação: 23/07/2007 Ementa: DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO NO SPC. TARIFAS BANCÁRIAS. - É vedado à instituição financeira cobrar tarifa de conta inativa, quando não expressamente autorizada no CONTRATO, nos termos da Resolução nº 2.025 do BANCO

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Central. - A inscrição do nome do consumidor em serviço de proteção ao crédito, por si só, é hábil a ensejar abalo moral. Súmula: DERAM PROVIMENTO. Acórdão: Inteiro Teor Número do processo: 1.0145.06.332221-1/001(1)

Relator: UNIAS SILVA Data do Julgamento: 27/04/2007 Data da Publicação: 17/05/2007 Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - CONTRATO BANCÁRIO - CONTA CORRENTE - ENCERRAMENTO - NEGATIVAÇÃO - SPC E SERASA - INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO EX-CLIENTE - MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - COMPROVAÇÃO DAS ALEGAÇÕES - DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO - FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO . O fato de o BANCO remeter correspondências indevidas à residência de seu cliente, que já havia encerrado sua conta-corrente, caracteriza por si só um ato ilícito, sendo desnecessária qualquer prova de prejuízo, suficiente apenas a demonstração do envio das referidas correspondências, para que se tenha configurado o dano moral, cujo valor, deve ser fixado de acordo com a gravidade da lesão e a extensão do dano - artigo 944 do CCB. Súmula: REJEITARAM A PRELIMINAR,

NEGARAM PROVIMENTO AO APELO PRINCIPAL E DERAM PROVIMENTO AO ADESIVO.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.498665-8/000(1)

Relator: RENATO MARTINS JACOB Data do Julgamento: 27/10/2005 Data da Publicação: 08/12/2005 Ementa:

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REVISIONAL DE CONTRATO - INÉPCIAL DA INICIAL - INOCORRÊNCIA - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS - FINALIDADE PROBATÓRIA - POSSIBILIDADE - CLÁUSULAS ABUSIVAS - CODECON - APLICABILIDADE - AMORTIZAÇÃO - TABELA PRICE -CADASTROS DE INADIMPLENTES - INCLUSÃO DO DEVEDOR - INVIABILIDADE. - Se o pedido da inicial respeitou todos os requisitos elencados no artigo 286, do CPC, não há que se falar em inépcia da petição inicial. - O autor pode requerer, no bojo da ação ajuizada, que a parte contrária exiba determinados documentos com a finalidade de instruir seu pedido. - O uso da denominada Tabela Price implica a contagem de juros sobre juros, visto ser um tipo de metodologia de cálculo que se utiliza juros compostos e, se a própria capitalização de juros ou anatocismo é vedada no nosso ordenamento jurídico, não há razões para se adotar este sistema de amortização. - Os contratos de crédito firmados com instituição financeira encontram-se submetidos ao Código de Defesa do Consumidor. - Estando a dívida sob discussão judicial, não pode o BANCO inscrever o nome do alegado devedor nos cadastros negativos do SPC e do Serasa, sob pena de caracterização de coação e pré-julgamento. Súmula: rej prel e neg prov Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.490701-7/000(1)

Relator: HILDA TEIXEIRA DA COSTA Data do Julgamento: 25/08/2005 Data da Publicação: 29/10/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 2.0000.00.490701-7/000 - 25.8.2005 PASSOS AÇÃO MONITÓRIA - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - DISCUSSÃO DA DÍVIDA - CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS - VEDAÇÃO - EXCLUSÃO

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DO NOME DOS DEVEDORES DO SPC MANTIDA - DÍVIDA EM DISCUSSÃO JUDICIAL - INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO EM FAVOR DO BANCO AUTOR APÓS CÁLCULO DO VALOR INDEVIDAMENTE PAGO PELOS RÉUS A TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO MENSAL - CRÉDITO EM FAVOR DOS RÉUS - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO EXORDIAL - REFORMADA A SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA - HONORÁRIOS A CARGO DO AUTOR, ARBITRADOS CONFORME ART. 20, § 4º, DO CPC - IMPROVIMENTO DO PRIMEIRO APELO E PROVIMENTO DO SEGUNDO APELO. - A Súmula 596 do STF não veda de forma genérica a aplicação do Decreto 22.626/33 às instituições financeiras, sendo perfeitamente aplicável a elas o art. 4º daquele estatuto, o qual se refere à proibição da capitalização de juros em nosso ordenamento jurídico; - Correta a exclusão do nome dos devedores do cadastro de inadimplentes, tendo em vista a presente discussão judicial da dívida; - Analisando o laudo pericial, verifica-se que, subtraindo-se o valor pago indevidamente pelos réus a título de capitalização mensal do valor devido de capitalização anual, ficam estes com um crédito em favor do BANCO autor e não com débito, de forma que improcedente se faz o pedido constante da inicial. Súmula: Negaram provimento à 1ª apelação e

deram à 2ª Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.488654-2/000(1)

Relator: HELOISA COMBAT Data do Julgamento: 20/09/2005 Data da Publicação: 04/10/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL N. 2.0000.00.488.654-2/000 - CORONEL FABRICIANO - 15.9.2005 EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - CITAÇÃO DO BANCO RÉU NA PESSOA DO GERENTE - VALIDADE - REGISTRO NO SPC E SERASA - DÍVIDA PAGA ANTERIORMENTE - DANO MORAL CARACTERIZADO - DEVER

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DE INDENIZAR CONFIGURADO - HISTÓRICO DE OUTROS REGISTROS NO SPC - IRRELEVÂNCIA - AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO DE INADIMPLÊNCIA - REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO - POSSIBILIDADE. - É válida a citação realizada na pessoa do gerente do BANCO do local em que a ação foi proposta, se o CONTRATO foi realizado na respectiva agência, bem como se o gerente não fez qualquer ressalva acerca de estar desprovido de poderes para receber a citação em nome do réu. - Tendo o autor comprovado a quitação de financiamento, ilícito se torna o registro do seu nome em cadastros restritivos de crédito, relativamente ao financiamento quitado. - A manutenção indevida da negativação do nome do consumidor em cadastro oficial de inadimplentes, depois de liquidado o débito, caracteriza o dano moral, passível de indenização. - Para a caracterização do dano moral, basta o protesto indevido do título, sendo irrelevante a demonstração do prejuízo concreto sofrido pela parte. - Mesmo tendo o autor histórico de outros registros no SPC, tal fato não tem o condão de afastar a ocorrência do dano moral, caracterizando-se como uma agravante da situação de inadimplência, devendo tal fato, outrossim, ser considerado no momento de se fixar o valor da indenização. - O valor do dano moral deve ser arbitrado com moderação, norteando-se o julgador pelos critérios da gravidade e repercussão da ofensa, da posição social do ofendido e da situação econômica do ofensor. Súmula: Rej. prel e deram parcial prov, Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.444038-0/000(1)

Relator: TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO Data do Julgamento: 01/06/2005 Data da Publicação: 25/06/2005 Ementa:

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APELAÇÃO CÍVEL Nº 444.038-0 - 01.06.2005 ITUIUTABA EMENTA: AÇÃO REVISIONAL - NOVAÇÃO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - JUROS - LIMITAÇÃO LEGAL - DECRETO 22.626/33 - CAPITALIZAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - NULIDADE DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS - MULTA MORATÓRIA - FIGURAÇÃO DO NOME DO CONSUMIDOR EM ÓRGÃOS DE CADASTRO DE INADIMPLENTES - SPC/SERASA - IMPEDIMENTO. A novação é a substituição convencional de uma dívida por uma outra nova e não extingue a obrigação preexistente para iniciar outra nova, mas cria uma nova obrigação para extinguir a antiga. O Código de Defesa do Consumidor incide sobre as operações bancárias, uma vez que as suas atividades se enquadram no conceito de relação de consumo, sendo considerados como consumidores aqueles que mantém relações jurídicas com o BANCO. Segundo o artigo 51 da legislação consumerista, são nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem excessiva frente ao fornecedor ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade. A despeito da Emenda Constitucional 40, que supriu o parágrafo 3º do artigo 192, da Constituição Federal de 1998, os juros bancários permanecem limitados em 12% ao ano, tendo em vista o disposto no artigo 1º, do Decreto-lei 22.626/33, c/c o artigo 1.062 do Código Civil. Vedada também a capitalização de juros, em se tratando de débito com instituições financeiras, nos termos do artigo 4º da lei de usura e súmula 121 do Supremo Tribunal Federal. A multa moratória deve permanecer no percentual de 2% (dois por cento), consoante permitido pela legislação consumerista. Estando o devedor pleiteando revisão do CONTRATO entabulado com instituição financeira, discutindo a abusividade dos encargos financeiros incidentes sobre o débito, o registro da sua condição de inadimplente, em órgãos de proteção ao crédito, deve ser impedido pelo Judiciário. Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.454291-0/000(1)

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Relator: MAURO SOARES DE FREITAS Data do Julgamento: 11/03/2005 Data da Publicação: 02/04/2005 Ementa: APELAÇÃO - AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO - PETIÇÃO INICIAL - INÉPCIA - INOCORRÊNCIA - CONCLUSÃO LÓGICA COM A NARRAÇÃO DOS FATOS - EXISTÊNCIA - TUTELA ANTECIPADA - DESCABIMENTO - FINALIDADE - CAUTELAR - DIFERENÇA - PROIBIÇÃO DE INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR NO SERASA E SPC - CONCESSÃO DA LIMINAR - GARANTIA DA EFETIVIDADE DO PROCESSO - RECURSO PROVIDO - A inépcia da petição inicial ocorre quando algum dos requisitos exigidos no art. 282 do CPC resta desatendido. - Havendo lógica entre a narrativa dos fatos e a conclusão, tem-se como apta a petição inicial. - A tutela antecipatória visa a adiantar o próprio provimento jurisdicional requerido na ação, no todo ou em parte, não se confundindo com a medida cautelar. - Presentes os requisitos legais, é lícito o deferimento de medida cautelar liminar para impedir a inscrição do nome do devedor no BANCO de dados do Serasa e SPC, e assegurar o enquadramento da dívida no Pesa, até o julgamento final da ação que tem por objeto a securitização da dívida e a revisão contratual. Súmula: Deram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.451552-6/000(1)

Relator: TARCISIO MARTINS COSTA Data do Julgamento: 07/12/2004 Data da Publicação: 05/02/2005 Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - ESTABELECIMENTO DE ENSINO - INCLUSÃO DO NOME DO ALUNO NO ROL NEGATIVADOR - INADIMPLÊNCIA - DÉBITO EM ABERTO - DANO MORAL NÃO

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CARACTERIZADO. - Improcede a alegação de danos morais decorrente da inclusão do nome do devedor inadimplente no SPC, quando não demonstrada a ação antijurídica do agente, capaz de gerar responsabilidade indenizatória. - Se a aluna não nega ter cursado as disciplinas que oneraram as mensalidades, se usufruiu dos serviços educacionais colocados à sua disposição e, tendo sido as aulas ministradas regularmente, mostra-se regular a cobrança do débito nos exatos termos do CONTRATO de prestação de serviços educacionais, e a conseqüente inscrição do seu nome no BANCO de dados de proteção ao crédito. Súmula: Negaram provimento Produziu

sustentação oral pela apda. Dr. José Alfredo Borges.

Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.424788-9/000(1)

Relator: EULINA DO CARMO ALMEIDA Data do Julgamento: 06/05/2004 Data da Publicação: 22/05/2004 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 424.788-9 - 6.5.2004 BELO HORIZONTE AÇÃO ORDINÁRIA - INÉPCIA - NÃO CONFIGURAÇÃO - ANATOCISMO - VEDAÇÃO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CABIMENTO EM DOBRO - RECURSO IMPROVIDO. (VOTO VENCIDO) Não há falar em inépcia da inicial quando os fatos são narrados de maneira lógica e o pedido formulado clara e motivadamente, ensejando ao réu pleno exercício de sua defesa. Constatada a utilização de prática vedada pelo nosso ordenamento jurídico, deve ser excluído o valor referente à capitalização de juros. Ainda que se justifique parte da cobrança feita pelo BANCO, se se constata que há cobrança indevida, geradora do direito à repetição do indébito, esta deve dar-se em dobro, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC. Configurada a mora, é dado ao BANCO

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negativar o nome do cliente. Recurso a que se nega provimento. V.V. AÇÃO ORDINÁRIA - INÉPCIA - NÃO CONFIGURAÇÃO - ANATOCISMO - VEDAÇÃO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - CABIMENTO NA FORMA SIMPLES - INCLUSÃO NO SPC - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. Não há falar em inépcia da inicial quando os fatos são narrados de maneira lógica e o pedido formulado clara e motivadamente, ensejando ao réu pleno exercício de sua defesa. Constatada a utilização de prática vedada pelo nosso ordenamento jurídico, deve ser excluído o valor referente à capitalização de juros. Reconhecido o pagamento indevido em virtude de cláusula abusiva constante no CONTRATO de financiamento, impossível afirmar que o BANCO tenha agido com má-fé, justificando-se, portanto, a repetição de indébito, de forma simples e não em dobro, afastando a aplicação do art. 42, § único, do CDC. A inscrição do nome no registro de inadimplentes configura exercício regular de direito das instituições de crédito. (Juíza Eulina do Carmo Almeida). Súmula: Rejeitaram preliminar e negaram

provimento, vencida a Relatora. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.426896-4/000(1)

Relator: MAURO SOARES DE FREITAS Data do Julgamento: 18/12/2003 Data da Publicação: 11/02/2004 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSO CIVIL - TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO - CADIN, SERASA, SPC - POSSIBILIDADE - A antecipação dos efeitos da tutela está condicionada à existência de prova inequívoca para formar o convencimento da verossimilhança da alegação, conceitos contraditórios e que não admitem a mera interpretação literal. - Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o

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CONTRATO está sendo objeto de ação revisional, em que se discute a validade das cláusulas, valor do saldo e a própria existência da mora. - "É lícito deferir-se medida para impedir, durante a ação em que se discute o montante da dívida, a inscrição do nome do devedor em cadastros restritivos de crédito, como SPC e Serasa". Súmula: Deram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.428240-0/000(1)

Relator: MAURO SOARES DE FREITAS Data do Julgamento: 18/12/2003 Data da Publicação: 11/02/2004 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA PARA SUSPENDER O CURSO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO ATÉ ULTERIOR SENTENÇA DE MÉRITO - ART. 273 - REQUISITOS - EXCLUSÃO DO NOME DO DEVEDOR DE CADASTROS DE INADIMPLENTES - POSSIBILIDADE - Uma vez que o agravante não negou a existência do débito para com o BANCO agravado, dissentindo apenas no que toca às condições do CONTRATO, o qual, mesmo que tenha cláusulas a serem declaradas nulas, por efeito da decisão, não extinguirá o débito principal, resta, portanto, configurada a inadimplência, pelo que não se vislumbra a verossimilhança do alegado a dar suporte ao pedido de tutela antecipada. - "É lícito deferir-se medida para impedir, durante a ação em que se discute o montante da dívida, a inscrição do nome do devedor em cadastros restritivos de crédito, como SPC e Serasa". Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

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Número do processo: 2.0000.00.414818-9/000(1)

Relator: PEREIRA DA SILVA Data do Julgamento: 28/10/2003 Data da Publicação: 29/11/2003 Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - AÇÃO DE DEPÓSITO - ENTREGA DO BEM - INTIMAÇÃO DO DEVEDOR - IMPOSSIBILIDADE - MUDAN-ÇA DE ENDEREÇO - OFÍCIO - INFORMAÇÕES - BANCO DE DADOS - TELEMAR, MAXITEL E SPC. - Interesses particulares na conservação do sigilo de informações pessoais e da disponibilidade de bens não estão acima do interes-se público, consistente na realização do Direito postulado. - É de se deferir a pretensão do credor fiduciário, com o objetivo de que sejam solicitadas às empresas Telemar, Maxitel e, ainda, ao SPC, informações acerca do endereço do devedor, especialmen-te quando este foi condenado, em razão da procedência de uma ação de depósito, a entregar o bem objeto do CONTRATO de alie-nação fiduciária e, a despeito disto, não foi localizado. - Agravo parcialmente provido. Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.402532-3/000(1)

Relator: VANESSA VERDOLIM HUDSON ANDRADE Data do Julgamento: 08/04/2003 Data da Publicação: 10/05/2003 Ementa: Ação de revisão de CONTRATO - Tutela antecipada - Caráter cautelar - Serasa - BANCO de dados - Negativação do nome - Registro - Impedimento - Viabilidade. Viável se revela a tutela antecipada de vedação de negativação do nome em registro de informações em BANCO de dado - Serasa, SPC ou congênere, em ação de revisão de cláusula contratual que aparentemente se

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mostra abusiva se os fundamentos do pedido gozam de verossimilhança, encontrando sede de legitimidade no novo parágrafo 6º do art. 273 do Código de Processo Civil. Súmula: Negaram provimento, vencido o

Desembargador Vogal (1º) Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.368445-5/001(1)

Relator: PEREIRA DA SILVA Data do Julgamento: 17/12/2002 Data da Publicação: 22/02/2003 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - EFEITO MODIFICATIVO - CONTRADIÇÃO E OMISSÃO - EXISTÊNCIA - INDENIZAÇÃO POR DA-NOS MORAIS - CONTRATO DE CHEQUE ESPECIAL - REDUÇÃO DO LI-MITE, PELO BANCO, DE FORMA UNILATERAL - AUSÊNCIA DE COM-PROVAÇÃO - DEVOLUÇÃO DE CHEQUES POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS - INADIMPLÊNCIA. INCLUSÃO DO NOME NO SPC E SERASA. ATO ILÍCITO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - IMPOSSIBILIDADE. - A ação de indenização por danos morais é regida pelo direito comum e, como tal, tem por pressuposto principal a ocorrência de conduta culposa e a existência de liame entre esta conduta e os possíveis danos sofridos. - Ausentes os requisitos necessários à concessão da inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, quais sejam a hipossuficiência do consumidor ou a verossimilhança das alegações, deve-se man-ter o ônus da prova nos termos da Lei Processual Civil. - É da parte autora o ônus da prova dos fatos constitutivos de seu direito, de conformidade com o disposto no Artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil e, especialmente, que a inclusão de seu nome no cadastro de maus pagadores (Serasa e SPC) tenha sido promovida pela parte ré, devendo provar, ainda, o nexo de causa-lidade entre o dano e a ocorrência. - Embargos acolhidos com efeito

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infringente e apelação não pro-vida. Súmula: Acolheram os embargos Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.378755-9/000(1)

Relator: ALBERGARIA COSTA Data do Julgamento: 18/12/2002 Data da Publicação: 08/02/2003 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 378.755-9 - UBERLÂNDIA - 18.12.2002 EMENTA: INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - DEFERIMENTO - DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS - INDEFERIMENTO - DEPÓSITO EM CAIXA-RÁPIDO - PROTOCOLO DE RECEBIMENTO - AUSÊNCIA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - CULPA - NEGLIGÊNCIA DO SERVIÇO - RESPONSABILIDADE CIVIL - CONFIGURAÇÃO - VOTO VENCIDO. Não há necessidade de requerimento do próprio interessado, bastando para apreciação do pedido de concessão de assistência judiciária, o pedido feito por seu advogado. Se a decisão não for se basear nos documentos impugnados, inexiste, qualquer prejuízo para o impugnante. O CONTRATO de depósito bancário se acha perfeito e acabado com a entrega ao BANCO do quantum a ser depositado, mediante recibo próprio, não importando que tal depósito tenha sido feito por meio do sistema caixa-rápido. Não basta ao BANCO apenas alegar a inexistência do depósito efetuado, devendo comprovar satisfatoriamente esta alegação através das provas que entender necessárias. Configurada a conduta ilícita de quem se houve com negligência na disponibilização de serviços de caixa-rápido aos seus clientes, ensejando (nexo de causalidade) danos de ordem moral a estes, pela inclusão em cadastros que restringem o crédito ao consumidor, tais como Serasa e SPC, patenteada resta a responsabilidade civil daquele. V.v.: Indefere-se a Assistência Judiciária à parte que não oferta

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declaração de insuficiência de recursos financeiros para suportar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou da família. Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.389209-9/000(1)

Relator: FRANCISCO KUPIDLOWSKI Data do Julgamento: 21/11/2002 Data da Publicação: 04/12/2002 Ementa: REVISIONAL DE CONTRATO. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA CEIFAR COBRANÇA DE DÉBITOS BANCÁRIOS E EXCLUIR O NOME SOB NEGATIVAÇÃO NO SPC DO RESPECTIVO ROL. AGRAVO DO BANCO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1- Simples tentativa de discussão quanto ao valor devido ao BANCO não proporciona antecipação de tutela para cortar lançamentos de débitos em conta corrente porque estes registram-se em decorrência do pacta sunt servanda, ainda nem analisado. 2- Agravo do BANCO a que se dá provimento para reforma da decisão interlocutória que concedeu a antecipação de tutela. Súmula: Rejeitaram preliminares e deram

provimento. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.368445-5/000(1)

Relator: PEREIRA DA SILVA Data do Julgamento: 22/10/2002 Data da Publicação: 09/11/2002 Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO DE CHE-

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QUE ESPECIAL. REDUÇÃO DO LIMITE, PELO BANCO, DE FORMA UNI-LATERAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DEVOLUÇÃO DE CHE-QUES POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. INADIMPLÊNCIA. INCLUSÃO DO NOME NO SPC E SERASA. ATO ILÍCITO. INOVAÇÃO DE FUNDA-MENTAÇÃO EM SEDE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 264 DO CPC. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. - Não é possível, já em fase recursal, a pretensão do Autor, no sen-tido de reforma da sentença, com a alteração da causa de pedir, tudo consoante determinação constante do parágrafo único do Artigo 264 do CPC. - Inadmissível é a apreciação do pedido do Apelante, com fulcro em fundamento diverso do que foi inicialmente indicado na inicial, sob pena de ofensa às disposições do parágrafo único do Artigo 264 do Código de Processo Civil. - No caso concreto, não pode ser agasalhada a pretensão do a-pelante à Indenização por Danos Morais, com fundamento no Ar-tigo 159 do Código Civil, de requerer, em sede recursal, a reforma da sentença, invocando, somente neste momento processual, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com a inversão do ônus da prova. - Recurso não provido. Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.356329-5/000(1)

Relator: GOUVÊA RIOS Data do Julgamento: 26/03/2002 Data da Publicação: 20/04/2002 Ementa: 356.329-5 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO REVISIONAL - CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - DEFERIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA - EXCLUSÃO DO NOME DO DEVEDOR DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - DÉBITO RECONHECIDO - INCLUSÃO DEVIDA -

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EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO - DEPÓSITO DAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS - AUSÊNCIA DO REQUISITO DA VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO - REFORMA DA DECISÃO. - Uma vez reconhecido o débito pelo devedor, encontrando-se em discussão tão-somente os encargos contratuais, ou a natureza jurídica da operação, é de ser considerado no exercício regular do seu direito a instituição financeira que remete o nome do devedor aos cadastros de proteção ao crédito. A tutela antecipada não deve ser deferida, no sentido de exclusão do nome do devedor daqueles cadastros, pois que nesse caso lhe falta o requisito da verossimilhança da alegação, exigido pelo caput do artigo 273, do Código de Processo Civil. - "Só a existência de prova inequívoca, que convença da verossimilhança das alegações do autor, é que autoriza o provimento antecipatório da tutela jurisdicional em processo de conhecimento". V.v. SPC - Serasa - Débito em litígio - Devedor não contumaz - Impedimento de registro nos bancos de Dados - Instrumento de tranqüilidade - Medida salutar que integra o acesso à justiça. O devedor de boa-fé que procura a Justiça para discutir parcelas ou encargos que entende não devidos e que eventualmente estejam prejudicando, dificultando ou impedindo o implemento de suas obrigações não pode ser tratado com o mesmo rigor que o inadimplente contumaz. Não tendo o credor protestado o título ou denunciado o nome do devedor em BANCO de dados antes de ajuizada a ação revisional em que se discute o valor, a denúncia após a propositura da ação do devedor que discute o débito demonstra inaceitável retaliação ou tentativa de dificultação do regular acesso à justiça, pelo que não deve ser permitida pelo Judiciário, se presentes os requisitos para a antecipação da tutela. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 356.329-5, da Comarca de BELO HORIZONTE, sendo Agravante(s): ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. e Agravado(s)(a)(as): UNIVERSAL IMPRESSOS DE SEGURANÇA LTDA., ACORDA, em Turma, a Primeira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais DAR PROVIMENTO, VENCIDA A JUÍZA

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PRIMEIRA VOGAL. Presidiu o julgamento o Juiz MOREIRA DINIZ (2º Vogal) e dele participaram os Juízes GOUVÊA RIOS (Relator) e VANESSA VERDOLIM ANDRADE (1ª Vogal, vencida); Impedido: Juiz OSMANDO ALMEIDA. Belo Horizonte, 26 de março de 2002. JUIZ GOUVÊA RIOS Relator JUÍZA VANESSA VERDOLIM ANDRADE 1ª Vogal, vencida JUIZ MOREIRA DINIZ 2º Vogal V O T O S O SR. JUIZ OSMANDO ALMEIDA: Como me manifestei em outros julgamentos envolvendo o ora agravante, por ter sido seu procurador, quando advogado, dou-me por impedido para participar deste, conforme asseverado em outras oportunidades. O SR. JUIZ GOUVÊA RIOS: Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A. nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA REVISIONAL DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL COM PEDIDOS CUMULADOS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA promovida pela UNIVERSAL IMPRESSOS DE SEGURANÇA LTDA. em desfavor da agravante, buscando a reforma da r. decisão de fls. 61-TA, através da qual o MM. Juiz da 19ª Vara Cível desta Capital concedeu a tutela antecipada, autorizando o depósito das parcelas vencidas e vincendas, além de coibir a remessa do nome da agravada aos órgãos de proteção ao crédito, além de débitos em conta corrente, e remessa da NP atrelada ao CONTRATO a protesto. Em suas razões, aduz a agravante que a agravada não nega a celebração do CONTRATO, nem a existência de débito, discutindo através da ação revisional a legalidade das parcelas cobradas, pelo que não há que se falar em tutela antecipada. Súmula: Deram provimento, vencido o

Desembargador 1º Vogal Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.356696-1/000(1)

Relator: ALVIMAR DE ÁVILA Data do Julgamento: 10/04/2002

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Data da Publicação: 20/04/2002 Ementa: JUSTIÇA GRATUITA - INDEFERIMENTO DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - PRESUNCÃO JURIS TANTUM DA DECLARAÇÃO DO REQUERENTE - ASSISTÊNCIA DEFERIDA - TUTELA ANTECIPADA- CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO - SERASA, SPC - POSSIBILIDADE. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, presumindo tal afirmação até prova em contrário. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO encontra-se sub judice. A inscrição no cadastro do Serasa somente será possível após o trânsito em julgado da sentença que dissipe qualquer dúvida que paire sobre o quantum debeatur e, principalmente, sobre o an debeatur. Até porque, não havendo certeza a respeito de algum desses aspectos a informação contida no cadastro se apresentaria falsa, constituindo verdadeiro ato ilícito. Súmula: Deram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.343062-0/000(1)

Relator: ALVIMAR DE ÁVILA Data do Julgamento: 12/12/2001 Data da Publicação: 22/12/2001 Ementa: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSO CIVIL - TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO _ CADIN _ SERASA, SPC - POSSIBILIDADE. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO está sendo objeto de ação revisional, em que se discute a validade das cláusulas, valor do saldo e a própria existência da mora. V.v. AGRAVO DE INSTRUMENTO -

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TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE INFORMAÇÕES NEGATIVAS ENCAMINHADAS AO SERASA, CADIN E AO SPC - MANUTENÇÃO DO NOME DOS DEVEDORES - DÉBITO PRINCIPAL RECONHECIDO - INCLUSÃO DEVIDA - EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO. Estando inadimplente o devedor, o encaminhamento de seu nome a cadastro negativo de entidades de proteção ao crédito constitui mero exercício regular de direito reconhecido, colocado em benefício do credor. Uma vez reconhecido o débito pelo devedor, encontrando-se em discussão tão-somente o pacto relativo aos acréscimos, é de ser considerada no exercício regular do seu direito a instituição financeira que remete o nome do devedor aos cadastros de proteção ao crédito. A liminar neste caso, objetivando a retirada do nome do devedor daqueles cadastros, não deve ser deferida, pois lhe falta o requisito da verossimilhança, além de que tal conduta representa mero exercício regular do direito do credor. Súmula: Deram provimento vencido o juiz

primeiro vogal. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.344072-0/000(1)

Relator: TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO Data do Julgamento: 10/10/2001 Data da Publicação: 27/10/2001 Ementa: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - CONTRATOS BANCÁRIOS - PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA IMPEDIR INSCRIÇÃO JUNTO A CADASTROS DE NEGATIVAÇÃO DO CRÉDITO, SPC E SERASA - MANUTENÇÃO DA DECISÃO. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO está sendo objeto de ação revisional, em que se discute a validade de cláusulas, valor do saldo e a própria existência da mora". Estando em discussão a existência ou montante da dívida, deve-se

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assegurar sempre a garantia de não inscrição dos nomes dos devedores em cadastros de inadimplentes, procedimento que, como se sabe, não tolhe de nenhum modo o credor de exercer judicialmente seus direitos creditórios (CF, art. 5º, XXXV)". Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.328513-6/000(1)

Relator: PEDRO QUINTINO DO PRADO Data do Julgamento: 15/02/2001 Data da Publicação: 03/03/2001 Ementa: EMENTA: AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOS - LIMINAR - SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS - INVIABILIDADE - LANÇAMENTO DO NOME DO SPC - PROIBIÇÃO CONFIRMADA - AGRAVO DO BANCO PROVIDO PARCIALMENTE. Dá-se parcial provimento ao agravo do réu (BANCO) de uma ação revisional de CONTRATO bancário para a manutenção da obrigação dos pagamentos por parte do devedor, vez que suas alegações para alterar a avença não têm verossimilhança e, outrossim, ausente o fumus boni iuris ante o que resultou contratado, com a ausência de acontecimentos extraordinários ou imprevistos. O provimento parcial registra-se porque mantida a proibição contida no despacho agravado para o lançamento do nome do devedor no SPC durante a discussão judicial. Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.312031-2/000(1)

Relator: PAULO CÉZAR DIAS Data do Julgamento: 28/06/2000 Data da Publicação: 08/08/2000

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Ementa: EMENTA: INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO (SPC) - INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DA AUTORA NO CADASTRO DE INADIMPLENTES - FIADORA EM CONTRATO DE LOCAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA APENAS CONTRA A LOCATÁRIA. Age culposamente e incide na prática de ilícito civil, aquele que, tendo ajuizado ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis e encargos da locação apenas contra a locatária, depois do trânsito em julgado da sentença prolatada naquele feito e sem antes ajuizar a necessária ação judicial contra a fiadora, encaminha o nome desta última para registro no cadastro de inadimplentes do SPC, não lhe dando, portanto, oportunidade para discutir em juízo a existência e o quantum do pretenso crédito do locador. Em se tratando de dano moral (extrapatrimonial) decorrente de indevida iscrição no BANCO de dados do SPC não se exige a prova do dano, sendo suficiente a demonstração da inscrição irregular. Recurso conhecido e provido. Súmula: Rejeitaram a preliminar e deram

provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.307299-1/000(1)

Relator: MANUEL SARAMAGO Data do Julgamento: 13/06/2000 Data da Publicação: 24/06/2000 Ementa: EMENTA: Indenização. Cerceamento de defesa. Não-ocorrência. Danos morais. BANCO. Cheque. Devolução. Existência de fundos. Quantum indenizatório. - O cerceamento de defesa não se caracteriza quando a causa de pedir da ação de indenização por danos morais é a devolução de título garantido por CONTRATO de cheque especial e a tese de defesa é que devida a inscrição do nome do autor no

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SPC. - A ausência da prova da repercussão da devolução incorreta de cheque não exime a instituição financeira de pagar indenização por danos morais, pois basta que a vítima tenha sido ferida na sua integridade moral, como acontece quando o correntista que tem disponibilidade suficiente de fundos vê devolvido, injustamente, cheque por ele emitido. - A indenização por danos morais deve ser reduzida quando o Juiz não se atém às circunstâncias do caso e fixa valor exorbitante. - Preliminar rejeitada. Recurso parcialmente provido. Súmula: Rejeitaram a preliminar e deram

parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.378755-9/000(1)

Relator: ALBERGARIA COSTA Data do Julgamento: 18/12/2002 Data da Publicação: 08/02/2003 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL Nº 378.755-9 - UBERLÂNDIA - 18.12.2002 EMENTA: INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - DEFERIMENTO - DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS - INDEFERIMENTO - DEPÓSITO EM CAIXA-RÁPIDO - PROTOCOLO DE RECEBIMENTO - AUSÊNCIA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - CULPA - NEGLIGÊNCIA DO SERVIÇO - RESPONSABILIDADE CIVIL - CONFIGURAÇÃO - VOTO VENCIDO. Não há necessidade de requerimento do próprio interessado, bastando para apreciação do pedido de concessão de assistência judiciária, o pedido feito por seu advogado. Se a decisão não for se basear nos documentos impugnados, inexiste, qualquer prejuízo para o impugnante. O CONTRATO de depósito bancário se acha perfeito e acabado com a entrega ao BANCO do quantum a ser depositado, mediante recibo próprio, não importando que tal depósito tenha sido feito por meio do sistema caixa-rápido.

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Não basta ao BANCO apenas alegar a inexistência do depósito efetuado, devendo comprovar satisfatoriamente esta alegação através das provas que entender necessárias. Configurada a conduta ilícita de quem se houve com negligência na disponibilização de serviços de caixa-rápido aos seus clientes, ensejando (nexo de causalidade) danos de ordem moral a estes, pela inclusão em cadastros que restringem o crédito ao consumidor, tais como Serasa e SPC, patenteada resta a responsabilidade civil daquele. V.v.: Indefere-se a Assistência Judiciária à parte que não oferta declaração de insuficiência de recursos financeiros para suportar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou da família. Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.389209-9/000(1)

Relator: FRANCISCO KUPIDLOWSKI Data do Julgamento: 21/11/2002 Data da Publicação: 04/12/2002 Ementa: REVISIONAL DE CONTRATO. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA PARA CEIFAR COBRANÇA DE DÉBITOS BANCÁRIOS E EXCLUIR O NOME SOB NEGATIVAÇÃO NO SPC DO RESPECTIVO ROL. AGRAVO DO BANCO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 1- Simples tentativa de discussão quanto ao valor devido ao BANCO não proporciona antecipação de tutela para cortar lançamentos de débitos em conta corrente porque estes registram-se em decorrência do pacta sunt servanda, ainda nem analisado. 2- Agravo do BANCO a que se dá provimento para reforma da decisão interlocutória que concedeu a antecipação de tutela. Súmula: Rejeitaram preliminares e deram

provimento. Acórdão: Inteiro Teor

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Número do processo: 2.0000.00.368445-5/000(1)

Relator: PEREIRA DA SILVA Data do Julgamento: 22/10/2002 Data da Publicação: 09/11/2002 Ementa: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONTRATO DE CHE-QUE ESPECIAL. REDUÇÃO DO LIMITE, PELO BANCO, DE FORMA UNI-LATERAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DEVOLUÇÃO DE CHE-QUES POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. INADIMPLÊNCIA. INCLUSÃO DO NOME NO SPC E SERASA. ATO ILÍCITO. INOVAÇÃO DE FUNDA-MENTAÇÃO EM SEDE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 264 DO CPC. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. - Não é possível, já em fase recursal, a pretensão do Autor, no sen-tido de reforma da sentença, com a alteração da causa de pedir, tudo consoante determinação constante do parágrafo único do Artigo 264 do CPC. - Inadmissível é a apreciação do pedido do Apelante, com fulcro em fundamento diverso do que foi inicialmente indicado na inicial, sob pena de ofensa às disposições do parágrafo único do Artigo 264 do Código de Processo Civil. - No caso concreto, não pode ser agasalhada a pretensão do a-pelante à Indenização por Danos Morais, com fundamento no Ar-tigo 159 do Código Civil, de requerer, em sede recursal, a reforma da sentença, invocando, somente neste momento processual, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com a inversão do ônus da prova. - Recurso não provido. Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.356329-5/000(1)

Relator: GOUVÊA RIOS

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Data do Julgamento: 26/03/2002 Data da Publicação: 20/04/2002 Ementa: 356.329-5 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO REVISIONAL - CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - DEFERIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA - EXCLUSÃO DO NOME DO DEVEDOR DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - DÉBITO RECONHECIDO - INCLUSÃO DEVIDA - EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO - DEPÓSITO DAS PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS - AUSÊNCIA DO REQUISITO DA VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO - REFORMA DA DECISÃO. - Uma vez reconhecido o débito pelo devedor, encontrando-se em discussão tão-somente os encargos contratuais, ou a natureza jurídica da operação, é de ser considerado no exercício regular do seu direito a instituição financeira que remete o nome do devedor aos cadastros de proteção ao crédito. A tutela antecipada não deve ser deferida, no sentido de exclusão do nome do devedor daqueles cadastros, pois que nesse caso lhe falta o requisito da verossimilhança da alegação, exigido pelo caput do artigo 273, do Código de Processo Civil. - "Só a existência de prova inequívoca, que convença da verossimilhança das alegações do autor, é que autoriza o provimento antecipatório da tutela jurisdicional em processo de conhecimento". V.v. SPC - Serasa - Débito em litígio - Devedor não contumaz - Impedimento de registro nos bancos de Dados - Instrumento de tranqüilidade - Medida salutar que integra o acesso à justiça. O devedor de boa-fé que procura a Justiça para discutir parcelas ou encargos que entende não devidos e que eventualmente estejam prejudicando, dificultando ou impedindo o implemento de suas obrigações não pode ser tratado com o mesmo rigor que o inadimplente contumaz. Não tendo o credor protestado o título ou denunciado o nome do devedor em BANCO de dados antes de ajuizada a ação revisional em que se discute o valor, a denúncia após a propositura da ação do devedor que discute o débito demonstra inaceitável retaliação ou tentativa de dificultação

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do regular acesso à justiça, pelo que não deve ser permitida pelo Judiciário, se presentes os requisitos para a antecipação da tutela. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 356.329-5, da Comarca de BELO HORIZONTE, sendo Agravante(s): ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. e Agravado(s)(a)(as): UNIVERSAL IMPRESSOS DE SEGURANÇA LTDA., ACORDA, em Turma, a Primeira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais DAR PROVIMENTO, VENCIDA A JUÍZA PRIMEIRA VOGAL. Presidiu o julgamento o Juiz MOREIRA DINIZ (2º Vogal) e dele participaram os Juízes GOUVÊA RIOS (Relator) e VANESSA VERDOLIM ANDRADE (1ª Vogal, vencida); Impedido: Juiz OSMANDO ALMEIDA. Belo Horizonte, 26 de março de 2002. JUIZ GOUVÊA RIOS Relator JUÍZA VANESSA VERDOLIM ANDRADE 1ª Vogal, vencida JUIZ MOREIRA DINIZ 2º Vogal V O T O S O SR. JUIZ OSMANDO ALMEIDA: Como me manifestei em outros julgamentos envolvendo o ora agravante, por ter sido seu procurador, quando advogado, dou-me por impedido para participar deste, conforme asseverado em outras oportunidades. O SR. JUIZ GOUVÊA RIOS: Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A. nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA REVISIONAL DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL COM PEDIDOS CUMULADOS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA promovida pela UNIVERSAL IMPRESSOS DE SEGURANÇA LTDA. em desfavor da agravante, buscando a reforma da r. decisão de fls. 61-TA, através da qual o MM. Juiz da 19ª Vara Cível desta Capital concedeu a tutela antecipada, autorizando o depósito das parcelas vencidas e vincendas, além de coibir a remessa do nome da agravada aos órgãos de proteção ao crédito, além de débitos em conta corrente, e remessa da NP atrelada ao CONTRATO a protesto. Em suas razões, aduz a agravante que a agravada não nega a celebração do CONTRATO, nem a existência de débito, discutindo através da ação revisional a legalidade das parcelas cobradas, pelo que não há que se falar em tutela antecipada. Assinala que

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não há qualquer pro Súmula: Deram provimento, vencido o

Desembargador 1º Vogal Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.356696-1/000(1)

Relator: ALVIMAR DE ÁVILA Data do Julgamento: 10/04/2002 Data da Publicação: 20/04/2002 Ementa: JUSTIÇA GRATUITA - INDEFERIMENTO DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - PRESUNCÃO JURIS TANTUM DA DECLARAÇÃO DO REQUERENTE - ASSISTÊNCIA DEFERIDA - TUTELA ANTECIPADA- CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO - SERASA, SPC - POSSIBILIDADE. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, presumindo tal afirmação até prova em contrário. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO encontra-se sub judice. A inscrição no cadastro do Serasa somente será possível após o trânsito em julgado da sentença que dissipe qualquer dúvida que paire sobre o quantum debeatur e, principalmente, sobre o an debeatur. Até porque, não havendo certeza a respeito de algum desses aspectos a informação contida no cadastro se apresentaria falsa, constituindo verdadeiro ato ilícito. Súmula: Deram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.343062-0/000(1)

Relator: ALVIMAR DE ÁVILA

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Data do Julgamento: 12/12/2001 Data da Publicação: 22/12/2001 Ementa: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSO CIVIL - TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO _ CADIN _ SERASA, SPC - POSSIBILIDADE. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO está sendo objeto de ação revisional, em que se discute a validade das cláusulas, valor do saldo e a própria existência da mora. V.v. AGRAVO DE INSTRUMENTO - TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE INFORMAÇÕES NEGATIVAS ENCAMINHADAS AO SERASA, CADIN E AO SPC - MANUTENÇÃO DO NOME DOS DEVEDORES - DÉBITO PRINCIPAL RECONHECIDO - INCLUSÃO DEVIDA - EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO. Estando inadimplente o devedor, o encaminhamento de seu nome a cadastro negativo de entidades de proteção ao crédito constitui mero exercício regular de direito reconhecido, colocado em benefício do credor. Uma vez reconhecido o débito pelo devedor, encontrando-se em discussão tão-somente o pacto relativo aos acréscimos, é de ser considerada no exercício regular do seu direito a instituição financeira que remete o nome do devedor aos cadastros de proteção ao crédito. A liminar neste caso, objetivando a retirada do nome do devedor daqueles cadastros, não deve ser deferida, pois lhe falta o requisito da verossimilhança, além de que tal conduta representa mero exercício regular do direito do credor. Súmula: Deram provimento vencido o juiz

primeiro vogal. Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.344072-0/000(1)

Relator: TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO Data do Julgamento: 10/10/2001 Data da Publicação: 27/10/2001

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Ementa: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS - CONTRATOS BANCÁRIOS - PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA IMPEDIR INSCRIÇÃO JUNTO A CADASTROS DE NEGATIVAÇÃO DO CRÉDITO, SPC E SERASA - MANUTENÇÃO DA DECISÃO. Deve ser cancelada a inscrição do nome do devedor em BANCO de inadimplentes se o CONTRATO está sendo objeto de ação revisional, em que se discute a validade de cláusulas, valor do saldo e a própria existência da mora". Estando em discussão a existência ou montante da dívida, deve-se assegurar sempre a garantia de não inscrição dos nomes dos devedores em cadastros de inadimplentes, procedimento que, como se sabe, não tolhe de nenhum modo o credor de exercer judicialmente seus direitos creditórios (CF, art. 5º, XXXV)". Súmula: Negaram provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.328513-6/000(1)

Relator: PEDRO QUINTINO DO PRADO Data do Julgamento: 15/02/2001 Data da Publicação: 03/03/2001 Ementa: EMENTA: AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOS - LIMINAR - SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS - INVIABILIDADE - LANÇAMENTO DO NOME DO SPC - PROIBIÇÃO CONFIRMADA - AGRAVO DO BANCO PROVIDO PARCIALMENTE. Dá-se parcial provimento ao agravo do réu (BANCO) de uma ação revisional de CONTRATO bancário para a manutenção da obrigação dos pagamentos por parte do devedor, vez que suas alegações para alterar a avença não têm verossimilhança e, outrossim, ausente o fumus boni iuris ante o que resultou contratado, com a ausência de acontecimentos extraordinários ou imprevistos. O provimento parcial registra-se porque mantida a proibição contida no despacho agravado para o lançamento do nome do devedor no SPC durante a

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discussão judicial. Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.312031-2/000(1)

Relator: PAULO CÉZAR DIAS Data do Julgamento: 28/06/2000 Data da Publicação: 08/08/2000 Ementa: EMENTA: INDENIZAÇÃO - DANO MORAL - SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO (SPC) - INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DA AUTORA NO CADASTRO DE INADIMPLENTES - FIADORA EM CONTRATO DE LOCAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA APENAS CONTRA A LOCATÁRIA. Age culposamente e incide na prática de ilícito civil, aquele que, tendo ajuizado ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis e encargos da locação apenas contra a locatária, depois do trânsito em julgado da sentença prolatada naquele feito e sem antes ajuizar a necessária ação judicial contra a fiadora, encaminha o nome desta última para registro no cadastro de inadimplentes do SPC, não lhe dando, portanto, oportunidade para discutir em juízo a existência e o quantum do pretenso crédito do locador. Em se tratando de dano moral (extrapatrimonial) decorrente de indevida iscrição no BANCO de dados do SPC não se exige a prova do dano, sendo suficiente a demonstração da inscrição irregular. Recurso conhecido e provido. Súmula: Rejeitaram a preliminar e deram

provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.307299-1/000(1)

Relator: MANUEL SARAMAGO Data do Julgamento: 13/06/2000

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Data da Publicação: 24/06/2000 Ementa: EMENTA: Indenização. Cerceamento de defesa. Não-ocorrência. Danos morais. BANCO. Cheque. Devolução. Existência de fundos. Quantum indenizatório. - O cerceamento de defesa não se caracteriza quando a causa de pedir da ação de indenização por danos morais é a devolução de título garantido por CONTRATO de cheque especial e a tese de defesa é que devida a inscrição do nome do autor no SPC. - A ausência da prova da repercussão da devolução incorreta de cheque não exime a instituição financeira de pagar indenização por danos morais, pois basta que a vítima tenha sido ferida na sua integridade moral, como acontece quando o correntista que tem disponibilidade suficiente de fundos vê devolvido, injustamente, cheque por ele emitido. - A indenização por danos morais deve ser reduzida quando o Juiz não se atém às circunstâncias do caso e fixa valor exorbitante. - Preliminar rejeitada. Recurso parcialmente provido. Súmula: Rejeitaram a preliminar e deram

parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.485749-4/000(1)

Relator: RENATO MARTINS JACOB Data do Julgamento: 03/03/2005 Data da Publicação: 18/03/2005 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL N. 485.749-4 - BELO HORIZONTE - 3.3.2005 EMENTA: REVISIONAL DE CONTRATO - CLÁUSULAS ABUSIVAS - INEXISTÊNCIA - LEI DE USURA - INAPLICABILIDADE -- JUROS REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A 12% AO ANO - POSSIBILIDADE - JUROS PACTUADOS - MANTIDOS- JUROS DE MORA - REDUÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - PREVISÃO CONTRATUAL - ARTIGO 1.062

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DO Código Civil de 1916 -CAPITALIZAÇÃO DE JUROS - NÃO COMPROVADA - ÔNUS DO RÉU - ART. 333,II, CPC - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA - NÃO INCIDÊNCIA - CORREÇÃO MONETÁRIA -- CUMULATIVIDADE - INOCORRÊNCIA - PREVISÃO DE MULTA MORATÓRIA NO PATAMAR DE 2% - LEGALIDADE- ARTIGO 52 CDC - COBRANÇA - INOCORRÊNCIA - REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO - ARTIGO 42 DO CDC - INAPLICABILIDADE - EXCLUSÃO DOS NOMES DOS DEVEDORES DO CADASTRO DE INADIMPLENTES - POSSIBILIDADE - DÍVIDA DISCUTIDA EM JUÍZO - NOTA PROMISSÓRIA ASSINADA EM BRANCO COMO GARANTIA - LEGALIDADE. - Não se aplicando às instituições financeiras o Decreto n. 22.626/33, e, tendo ainda o art. 192, § 3º, da CF sido revogado pela Emenda Constitucional n. 40, devem prevalecer nos contratos bancários os juros remuneratórios livremente pactuados pelas partes. - Existindo previsão contratual para os juros de mora no patamar de 12% ao ano, não pode ser considerada abusiva a cláusula que o prevê, em consonância com o disposto no artigo 1.062 do Código Civil de 1916. - Ainda que a capitalização de juros (juros de juros) seja vedada pelo nosso direito, mesmo quando expressamente convencionada, sua ocorrência deve ficar comprovada nos autos, para que possa merecer apreciação. Neste caso, aplicável o disposto no artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, segundo o qual compete ao autor a prova acerca do fato constitutivo de seu direito. - Ausente no CONTRATO de adesão a cláusula relativa à comissão de permanência, bem como a comprovação de sua incidência, não há que se falar em abusividade consistente na exigência cumulativa de comissão de permanência e correção monetária. - A mult a moratória pactuada em 2% não apresenta abusividade, de acordo com o disposto no artigo 52 do CDC; não cabendo alegação neste sentido, principalmente se sua incidência sequer foi comprovada. - Não há que se falar em condenação de repetição do indébito em dobro, com fundamento no parágrafo único do art. 42 do CDC, já que configurado o engano justificável da cobrança, impondo-se, todavia, a

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restituição do que foi pago a maior, com fundamento no art. 964 do Código Civil/1916. - Estando a dívida em discussão em processo judicial, não pode o BANCO inscrever o nome do alegado devedor nos cadastros negativos do SPC e do Serasa, sob pena de caracterização de coação e pré-julgamento - Aquele que recebe um título em branco, em garantia de CONTRATO, adquire naturalmente o direito de preenchê-lo, limitado, entretanto, às obrigações contratadas. A simples emissão em branco do título não acarreta sua nulidade, porém, transfere ao credor a responsabilidade de demonstrar que seu preenchimento se deu em conformidade com o negócio subjacente Súmula: Deram parcial provimento Acórdão: Inteiro Teor

Número do processo: 2.0000.00.418945-7/000(1)

Relator: EDUARDO MARINÉ DA CUNHA Data do Julgamento: 11/09/2003 Data da Publicação: 24/09/2003 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 418.945-7 - 11.9.2003 OURO PRETO AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONTRATO BANCÁRIO - VULNERABILIDADE - APLICABILIDADE DO CDC - MEDIDA LIMINAR - INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO - POSSIBILIDADE QUANDO OS AUTORES SEQUER APRESENTARAM INÍCIO DE PROVA DE QUE JÁ TERIAM QUITADO SEU DÉBITO - AUSÊNCIA DE FUMUS BONI IURIS E DE PERICULUM IN MORA - REFORMA DA DECISÃO QUE CONCEDEU A LIMINAR - AUSÊNCIA DE VEROSSIMILHANÇA - VULNERABILIDADE QUE NÃO INTERFERE NA PRODUÇÃO DAS PROVAS - INDEFERIMENTO DA INVERSÃO DO ONUS PROBANDI - ANTECIPAÇÃO DAS DESPESAS REFERENTES À REALIZAÇÃO DE PROVA - DEVER DA PARTE QUE A REQUEREU - INTELIGÊNCIA DO ART. 19 DO CPC. Os contratos bancários celebrados com destinatário final ou pessoa técnica ou

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economicamente vulnerável, frente à instituição financeira, são regidos pelo CDC. O Código do Consumidor deve ser interpretado e aplicado com razoabilidade, vez que não se trata de lei paternalista, mas de diploma legal que visa a equilibrar a relação jurídica existente entre fornecedor e consumidor, "tratando desigualmente os desiguais", sendo contrário aos princípios que norteiam suas normas o protecionismo exagerado do consumidor, que conduza ao desbalanceamento da relação, com grave dano ao fornecedor. Sendo o débito objeto de ação judicial, e, havendo pretensão dos devedores de que seja deferida a liminar, com impedimento da inscrição de seu nome nos cadastros de restrição ao crédito, devem os mesmos apresentar, pelo menos, um princípio de prova segura de suas alegações, o que não foi feito, tendo-se oferecido, apenas, meras alegações de abusividade, que sequer foram especificadas. A jurisprudência do Tribunal de Alçada, inclusive desta Câmara, posiciona-se no sentido de que a inscrição do nome do devedor, em cadastro de restrição ao crédito, consubstancia exercício regular de direito, estando prevista inclusive na Lei 8.078/90, apenas podendo ser impedida quando cabalmente comprovada a existência de prática abusiva, inexistente, no caso dos autos. Não estando configurada a verossimilhança das alegações dos agravados, nem havendo prova de sua vulnerabilidade, que interfira diretamente na produção das provas, é de se indeferir a inversão do ônus da prova. A inversão do ônus da prova não acarreta a inversão da obrigação de pagamento das despesas processuais, que continuará a ser regida pelo art. 19, do CPC, devendo haver antecipação da despesa pela parte que requerer a realização do respectivo ato. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 418.945-7 da Comarca de OURO PRETO, sendo Agravante (s): BANCO DO BRASIL S.A. e Agravado (a) (os) (as): PANIFICADORA BRASPAN LTDA. E OUTROS, ACORDA, em Turma, a Quinta Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais, DAR PROVIMENTO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. Presidiu o julgamento o Juiz MARINÉ DA CUNHA

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(Relator) e dele participaram os Juízes EULINA DO CARMO ALMEIDA (1ª Vogal) e FRANCISCO KUPIDLOWSKI (2º Vogal). O voto proferido pelo Juiz Relator foi acompanhado na íntegra pelos demais componentes da Turma Julgadora. Belo Horizonte, 11 de setembro de 2003. JUIZ MARINÉ DA CUNHA Relator V O T O O SR. JUIZ MARINÉ DA CUNHA: Trata-se de agravo de instrumento aviado pelo BANCO DO BRASIL S/A em face da decisão proferida nos autos da ação cautelar que lhe movem PANIFICADORA BRASPAN LTDA. e OUTROS, cuja cópia se encontra às f. 58-60,TA, na qual a MMª Juíza a qua deferiu a liminar pleiteada, determinando que se excluíssem os nomes dos requeridos do SPC e do Serasa, no tocante às inscrições relativas ao CONTRATO em discussão, invertendo, ainda, o ônus da prova, e determinando a exibição dos instrumentos originais dos pactos. O agravante argumentou que, nos casos em que o devedor reconhecia a existência do débito, contestando, apenas, seu valor, era legítima a negativação de seu n Súmula: Deram provimento Acórdão: Inteiro Teor