jurandir freire costa - o vestígio e a aura

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  • 8/12/2019 Jurandir Freire Costa - O Vestgio e a Aura

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    Jurandir

    A sociedade constri sua noo de felicidade atravs do prazer, ou seja, pelas sensaes.

    a vivncia do prazer, a partir do sistema sensorial, ou seja uma situao de consumo, ter

    prazer. Comprar e consumir uma relao com o ojeto, por e!emplo, o alimento, "ue umojeto de consumo por e!celncia e tem seu prprio fim "uando consumidor. #u seja,

    consumir acaar com o ojeto. # consumo tem "ue $erar sensaes "ue mantm%se "uando

    ele acaou, pois o ojeto no dur&vel, mas a sensao, sim. #u seja, consome%se para no

    acumular nada. 'o poss(vel "ue se fi"ue nada para refle!o. # consumo apenas para

    causar sensaes.

    )ual"uer ojeto pode ser em de consumo ou no, dependendo da relao "ue se tem

    com ele, ou seja, apenas "uando *& a vivncia sensorial *& em de consumo. +oda cultura deconsumo. m sua viso, o consumidor de cultura despreparado e necessita de recursos

    facilitadores, como por e!emplo o uso de formas no verais e apoios ticos ou ac-sticos a

    padronizao da informao, a narrao jornal(stica passa a ter caracter(sticas, alm de sua

    principal informao, tamm de entretenimento. o p-lico ouvinte ou espectador, sem ter

    nen*uma in$erncia sore esse seu papel.

    /e no *& o espao para o deate de idias, o "ue interessante e a$rad&vel, ento0

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    8malena9

    Cada vez mais est(mulos so necess&rios para dar conta da *iperestimulaao dos sentidos

    a "ue estamos sumetidos ultimamente. /e dei!a%se de utilizar todos os sentidos nas relaes

    ento, estimula%se muito mais um outro, o visual, "ue tamm se torna anestesiado por"ue

    concentra todos os outros est(mulos aos outros sentidos. 'ada mais do "ue um processo de

    desumanizao do ser para rene$ar o corpo, anula o corpo "ue parte e contempla o ser

    *umano, tirando%l*es capacidades especiais do corpo. :erde%se dos outros sentidos "uando

    prevalece a ima$em por"ue ela a representao e no a realidade, um simulacro na viso de

    ;audrillard.

    # *omem contempor

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    sente o "ue ;ac*elard c*ama de , como =aconc*e$o e se$urana>. ste acol*imento, sentir "ue

    faz parte de um $rupo e "ue aceito por ele d& se$urana.

    # sentido do consumo, fruto da $rande dificuldade em interaes sociais, desvinculado

    das relaes onde somente nelas poss(vel criar e construir valores, no est& conse$uindo

    intera$ir, nem criar v(nculos, por essa razo cria um espao comum entre as pessoas, "ue a

    comunidade.

    :or todas essas razes, preciso "ue se entenda a insatisfao descolada dos ojetos,

    "ue traz sim, a forma como se estaelece relao com eles. :or isso a insatisfao anterior ?

    relao com o ojeto," eu sempre e!istiu e sempre foi comprado.

    /e Arendt aponta o consumismo *edonista e narcisista como fruto do es$otamento da

    ao, e a transformao do *omo faer e a vitria do *omo laorans. # produto servia paramostrar "ue era para ficar, permanente, portanto. # mundo do traal*o cede sua import

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    J& os ojetos sensoriais, ou ojetos de prazer, s $arante este prazer en"uanto e!istem.

    A simples lemrana dele, no sacia a emoo. st& li$ado diretamente ao alimento, "ue precisa

    de contato sensorial, "uando acaa a ima$em do alimento apenas $era o desejo, e novamente

    preciso ter contato direto com o ojeto para sentir a satisfao e o prazer. / lemrar no

    asta.

    'esse sentido, so trs os papis principais desempen*ados pelo ojeto papel do

    traal*o, "ue reflete a aparncia social do ser o papel do corpo, "ue a aparncia corporal e o

    papel da autoridade, "ue a aparncia moral. ista por esta lado, o papel do traal*o "ue trata

    das "uestes econ@micas e tecnol$icas, muda a condio do empre$o e da noo do om

    profissional, "ue precisa ser =fle!(vel, assertivo, polido, superficial e las>. ste profissional tem

    a identidade desenraizada na viso de Costa, "ue se assemel*a ? identidade de turista

    apresentada por ;auman, "ue no se fi!a em nen*um local.

    'a relao corporal, a viso mudou radicalmente, uma vez "ue o *omem antes era

    notado pelo seu nome, local em "ue morava, condio moral "ue tin*a, econ@mica, e pol(tica da

    fam(lia a "ue pertencia. #utra forma tamm era aparecer pelas suas "ualidades morais, e

    recon*ecido pelo "ue fazia pelo outro. 'o conte!to midi&tico, Costa aponta "ue as situaes

    particulares so transformadas em modelos e o corpo o -nico aspecto comum a todos, por

    isso torna%se corpo espet&culo.

    # corpo uma ima$em "ue no est& li$ada ? sua insero social e sem essa li$ao

    torna%se apenas o corpo espet&culo, o corpo midi&tico "ue forja relaes na construo e

    representao do "ue no real. Costa prope os conceitos de felicidade sentimental e de

    felicidade sensorial. A sentimental parte de um ideal sentimental cria uma presena ima$in&ria

    "ue propoes durao do prazer na ausncia f(sica do outro e o prazer se d& com o outro. #

    ojeto, portanto, antecipa ou rememora este prazer. 'a felicidade sensorial, o ojeto apenas faz

    parte de um est(mulo, de uma e!citao "ue precisa da presena f(sica, com a necessidade de

    presentificar e diversitficar a estimulao sensorial, no *& lemrana.

    # consumo e!acerado a relao do prazer sensorial, "uando o comprismo e o

    consumismo se confundem., por"ue os ojetos se tornam osoletos, pois no *& mais um

    sentido moral e emocional em sua posse. /erviram para mostrar opulncia e *oje no tem mais

    essa finalidade. =#nde no *& totem, no *& tau.>

    /e no valorizamos pol(tica, reli$io, etc, a "uem dele$amos o papel de dar sentido ?

    vida0 :ara Costa, o "ue prevalece *oje o discurso da cincia, da "ualidade de vida, "ue traduz

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    como ioidentidade e ioascese. /er feliz = ser jovem, saud&vel, lon$evo>. A finalidade a

    auto%preservao do corpo. # interesse pelo corpo e!acerou a ateno ? sensorialidade.

    A an&lise do desviante

    /culo DEEE% razo F loucura

    /culo DED F instinto F perverso

    /culo DD F din