junta premoldado

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Vedação de juntas na construção de pré-moldados As descontinuidades dos elementos construtivos e os diversos tipos de materiais empregados nas construções tornam praticamente obrigatório o uso de materiais elastoméricos para o selamento das juntas. Os selantes atuam como uma barreira eficaz contra a passagem de calor, luz, som, água, vapor e de poeira, devendo resistir e absorver dilatações, deformações e vibrações decorrentes das variações de temperatura, umidade e esforços mecânicos. Também devem propiciar boa adesão ao substrato e boa coesão interna. Quando as juntas não são previstas ou são mal dimensionadas, com a utilização de produtos não apropriados, podem ocorrer falhas no sistema de vedação, ocasionando trincas e danos nos elementos construtivos. Materiais A vedação das juntas é feita a partir da identificação do tipo de estrutura, local de aplicação, agentes agressivos, temperatura de trabalho, tipo de substrato, condição de exposição aos raios UV, condição de imersão do selante e escolha do selante com características adequadas para se obter o máximo desempenho com melhor relação custo¿benefício. Especificação técnica do selante: Os selantes podem ser classificados de formas distintas: a) Selante de alta performance (as ³ 25%): apresentam comportamento elástico, ou seja, deformação proporcional à tensão e retornam ao estado original após a remoção desta tensão. Exemplos: selantes de polissulfeto, poliuretano mono e bicomponente, poliuretano bicomponente com adição de asfalto ou alcatrão, silicones de cura acética e neutra, silicones de alto e baixo módulo e silicone com poliuretano. b) Selante de média performance (5% £ as < 12,5%): apresentam comportamento predominantemente plástico, mas apresentam algum comportamento elástico mo início da solicitação elástico. Exemplos: selantes acrílicos e acrílicos siliconizados. c) Selante de baixa performance (as £ 5%): apresentam escoamento sob tensão, com deformações plásticas, não retornando ao estado original após a remoção desta tensão. Exemplos: selantes betuminosos, polibutenos e à base de óleo. d) Selantes epoxídicos: selantes epoxídicos e epóxi modificado com uretano. Page 1 of 7 Revista Téchne 2/22/2008 http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/96/imprime32883.asp

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Page 1: Junta Premoldado

Vedação de juntas na construção de pré-moldados As descontinuidades dos elementos construtivos e os diversos tipos de materiaisempregados nas construções tornam praticamente obrigatório o uso de materiais elastoméricos para o selamento das juntas. Os selantes atuam como uma barreira eficaz contra a passagem de calor, luz, som, água, vapor e de poeira, devendo resistir e absorver dilatações, deformações e vibrações decorrentes das variações de temperatura, umidade e esforços mecânicos. Também devem propiciar boa adesão ao substrato e boa coesão interna. Quando as juntas não são previstas ou são mal dimensionadas, com a utilização de produtos não apropriados, podem ocorrer falhas no sistema de vedação, ocasionando trincas e danos nos elementos construtivos. Materiais A vedação das juntas é feita a partir da identificação do tipo de estrutura, local de aplicação, agentes agressivos, temperatura de trabalho, tipo de substrato, condição de exposição aos raios UV, condição de imersão do selante e escolha do selante com características adequadas para se obter o máximo desempenho com melhor relação custo¿benefício. Especificação técnica do selante: Os selantes podem ser classificados de formas distintas: a) Selante de alta performance (as ³ 25%): apresentam comportamento elástico, ou seja, deformação proporcional à tensão e retornam ao estado original após a remoção desta tensão. Exemplos: selantes de polissulfeto, poliuretano mono e bicomponente, poliuretano bicomponente com adição de asfalto ou alcatrão, silicones de cura acética e neutra, silicones de alto e baixo módulo e silicone com poliuretano. b) Selante de média performance (5% £ as < 12,5%): apresentam comportamento predominantemente plástico, mas apresentam algum comportamento elástico mo início da solicitação elástico. Exemplos: selantes acrílicos e acrílicos siliconizados. c) Selante de baixa performance (as £ 5%): apresentam escoamento sob tensão, com deformações plásticas, não retornando ao estado original após a remoção desta tensão. Exemplos: selantes betuminosos, polibutenos e à base de óleo. d) Selantes epoxídicos: selantes epoxídicos e epóxi modificado com uretano.

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Fator de Acomodação (ao movimento): É a taxa de movimentação total entre a máxima contração e o máximo alongamento que o selante irá acomodar, expresso em percentual da largura da junta. Fator de Forma: É a relação dimensional entre a largura e a profundidade da seção formada pelo selante, em uma determinada junta. Projeto Etapa muito importante, pois define o dimensionamento e o posicionamento das juntas nos elementos da construção. O cálculo da largura mínima da junta, por exemplo, depende:

Relação entre a variação dimensional do vão da junta Capacidade de deformação do selante (Fator de Acomodação)

Outro ponto importante a ser considerado é que o selante deve aderir apenas nas laterais da junta, não no fundo da junta. O Fator de forma deverá ser rigorosamente obedecido, em função do tipo e características do selante escolhido.

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Exemplo Material: concreto (a = 0,011), D T = 30°C Distância entre juntas: 15 m Mástique de vedação: Sikaflex 1 A Plus (m = 25% = 0,25) L = a . D T . L / as L = 0,011 x 30 x 15/0,25 = 4,95/0,25

Demais aspectos de projeto:

Utilização de um primer adequado para uso em condições especiais, tais como: vedações submersas, vedações em substratos muito porosos ou muito lisos e vedações de diferentes materiais. Tais como: metais, PVC, superfícies úmidas, etc.

Obedecer o correto dimensionamento da junta (Fator de Forma). Utilizar um delimitador de profundidade apropriado, garantindo o seu correto

posicionamento, para aplicar o selante conforme a espessura especificada. Respeitar a temperatura de trabalho e condições ambientais para cada tipo

de selante. Execução Preparação da junta e aplicação do selante. Trata-se de condição básica para o sucesso da aplicação do selante:

A superfície de aderência deverá estar limpa, isenta de óleo, desmoldante, etc.

A superfície de aderência deverá estar totalmente seca A superfície de aderência deverá estar com resistência adequada, isenta de

partículas pulverulentas e desagregadas, etc. As juntas devem estar desobstruídas por elementos que não pertencem à

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estrutura, como madeiras, metais, etc. Executar um teste de aderência em pequenos trechos, antes da aplicação

definitiva Limpar os substratos não porosos com solventes apropriados (acetona ou

álcool) Utilização de um primer adequado em condições especiais, tais como:

vedações submersas, vedações em substratos muito porosos ou muito lisos e vedações de diferentes materiais, como: metais, PVC, superfícies úmidas, etc

Obedecer o correto dimensionamento da junta (fator de forma) Utilizar delimitador de profundidade, garantindo o correto posicionamento

para manter a mesma profundidade da junta A aderência do selante deverá ocorrer somente nas laterais da junta Equipamentos corretos a adequados para a aplicação dos selantes Sempre utilizar uma fita crepe nas bordas Respeitar a temperatura de trabalho e condições ambientais para cada

selante

Controle da qualidade Os ensaios de seleção e avaliação de selantes podem ser divididos em dois grupos: a) Ensaios de caracterização:

Massa específica Consistência Tempo de formação de pele Tempo de cura Determinação e caracterização do tipo de polímero empregado Teor de polímero Dureza Shore A

b) Ensaios de desempenho:

Resistência à tração Alongamento na ruptura Módulo de deformação

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Capacidade de movimentação e Fator de acomodação Resistência à ação dos raios ultravioleta Resistência ao intemperismo ou envelhecimento acelerado (Weather-o-Meter,

ASTM G-26) Manutenção Após a correta seleção e aplicação do selante, recomenda-se inspeções periódicas para verificar se o uso da área está em conformidade com as condições iniciais projetadas.

Área com possibilidade de danos por vandalismo Áreas com agressividade química Áreas com aplicações convencionais Prever chapas metálicas de proteção, fixadas apenas em uma das laterais Verificar as concentrações, temperatura e pH Inspeções visuais quanto a aderência de borda e envelhecimento

É recomendável a realização de uma inspeção anual das juntas (ou ainda com menor freqüência para juntas que trabalham em condições mais severas) Sequência de aplicação do selante

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Leia Mais Selantes - A escolha correta garante a durabilidade. Trabalho vencedor do 1o Prêmio no 17o Simpósio Brasileiro da Impermeabilização - Setembro, 2003. Paulo Oliveira e Leonilda F. G. Ferme. Building movements and joints. Portland Cement Association. Illinois, 1982. Joint movement and sealant selection. G. O. Handegorg & K. K. Karpati.

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Canadian Building digest - CBD-155. Joint sealants. American Architectural Manufacturers Association. Illinois, 1991. Revestimentos de alta resistência para a modernização de pisos industriais. Paulo Sérgio F. Oliveira. Revista IBRACON, jul/ago/setembro, 1992. Juntas em pisos industriais. Púbio P. F. Rodrigues & Wagner E. Gasparetto. Publicação técnica Gerdau. Selantes para juntas de construção. M. Amélia Silveira. Paulo Sérgio F. de Oliveira Gerente, Divisão Construção Sika Brasil S.A. [email protected] Danilo de Oliveira da Silva Supervisor Laboratório de Aplicação Sika Brasil S.A. [email protected]

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