junho/2016 nº 626 ainda ri à toa - a realidade do setor em...

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54 ANOS Junho/2016 Nº 626 PESQUISA Por que se perde tanto alimento nos supermercados? EPS Os efeitos colaterais da fábrica da Videolar-Innova AINDA RI À TOA O MERCADO PET IGNORA A CRISE E CONTINUA A CRESCER. AQUI O BICHO NÃO PEGA PARA EMBALAGENS LAMINADAS E ACESSÓRIOS INJETADOS. INTERPLAST 2016 O MIRANTE DAS ATRAÇÕES NA FEIRA EM JOINVILLE

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54ANOS

Junho/2016

Nº 626

PesquisaPor que se perde tanto alimentonos supermercados?

ePs Os efeitos colaterais da fábrica da Videolar-innova

ainda ri à tOa

O mercadO Pet ignOra a crise e cOntinua a crescer. aqui O

bichO nãO Pega Para embalagens laminadas

e acessóriOs injetadOs.

interPlast 2016O mirante das

atrações na feira em JOinville

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Job: 23482-005 -- Empresa: africa -- Arquivo: AFD-23482-005-BRASKEM-MEXICO-RV-210x280_pag001.pdfRegistro: 181930 -- Data: 17:13:41 27/06/2016

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EDITORIALEDITORIAL

Tempo de brinc@rBrinquedos de plástico foram tragados pela realidade virtual

Até o fechamento desta edição não foi fixada data oficial da estreia no Brasil do videogame Pokémon Go, aplicativo de realidade aumentada criado pela Pokémon Company e Niantic. Lançado no Primei-

ro Mundo, o jogo tem sido baixado com voracidade por milhões de pessoas, se propaga feito zika e já é endeusado como maravilha em TI páreo para a impressão 3D. Em sua concepção original, o game consiste na captura dos pokémons (monstrinhos) pelos jogadores, que os treinam para lutar entre si. Já no Pokémon Go, esses personagens imaginários não ficam mais no espa-ço interno do jogo, mas em lugares reais de cidades idem e são flagrados por quem joga pelo celular. Em suma, o celular exibe um mapa da cidade apontando onde ficam os pokémons. A pessoa liga a câmera do aparelho e varre o local identificado até descobrir o monstro. Quando acha, o alveja com as pokebolas e depois o deixa preso.

Pokémon Go é mais uma pá de cal naqueles brinquedos simples, como prosaicos artefatos 100% de plástico. Desde a virada do século, a TI embarcada nos pokémons da vida foi relegando aqueles brinquedos educativos e lúdicos, como diziam os peda-gogos, desde bambolê e espadas a ábacos e carrinhos coloridos, para faixas etárias cada vez menores do público infantil. Hoje em dia, acenar com esses divertimentos para um garoto de digamos 10 ano, por exemplo, é meio caminho para o autor do gesto ser olhado com estupefação pelo pivete, quando não até com ira, por ele sentir-se visto como alguém com neurônios em saldo devedor, sem condições de entreter-se além dos padrões intelectualmente mais baixos das categorias de brinquedos. Por extensão, além de terem sua oferta restrita às crianças de nível mais primário, ali pelas imediações do berçário, os fabricantes desses brinquedos plásticos hoje com aura de arcaicos – um segmento de indústrias aliás em decorrente encolhimento –, acabam imersos em guerras de preços. Consequência do baixo valor agregado do seu mostruário e da briga de foice, formal e informal, com a China, onde sete em cada 10 brinquedos são manufaturados no planeta. Nessa parada,

os plásticos levam um prêmio de consolação. Ao menos participam do hardware dos brinquedos embebidos em TI; aí estão os joysticks, docks e gabinetes dos consoles e controles. Em suma, os plásticos

passaram de protagonistas nos brin-quedos do passado a coadjuvantes nos atuais.

O declínio dos tradicionais brinquedos plásticos não merece choro nem vela. Foram a nocaute, atirados ao limbo do consumo infan-til. Divulgada em 2013, pesquisa do NIC.br (Núcleo de Informação e Co-ordenação do Ponto BR) constatou que 59% das crianças entre cinco e nove sabem lidar com celular e 84% o utilizam apenas para se divertir

com jogos. O mundo muda e nós com ele. Um outro tipo de brinquedo de plástico também caiu no desvio.

Suas vendas acusam recuo mundial e, embora a ofensiva eletrônica tenha grande parcela de culpa, no Brasil isso também acontece por uma coisa bem nossa. Sinônimo de PVC em brinquedos, as bonecas refletem no resfriamento de suas vendas o peso da erotização pre-coce na população. Texto fisgado no portal Forum: “um vídeo tem chamado a atenção dos internautas nas últimas semanas. Nele, uma menina de apenas oito anos dança no palco durante um show de funk. De costas para a plateia, ela encena uma coreografia sensual. O homem que aparece ao lado, pedindo ao público para aplaudir a apresentação da ‘novinha”, como se refere à criança, é o próprio pai, Thiago de Abreu, conhecido como MC Belinho. Em outros vídeos publicados na internet, vistos por milhões de pessoas, a pequena Melody aparece vestindo roupas curtas e enchimentos nos seios, e cantando letras consideradas inapropriadas à idade”.

Esse exemplo sumariza por que, no plano geral, as meninas hoje largam cada vez mais cedo o hábito de brincar com boneca em favor das compras de roupas, bijuteria e cosméticos capazes de aflorar uma sensualidade tida como prematura nas sociedades – não há outro adjetivo – adultas. Esta revista seria pequena para abrigar todas as explicações sociológicas, econômicas, pedagógicas e até psíquicas para esse constrangedor fenômeno nacional. Aí não dá mesmo para enfeitar a boneca. •

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Junho/ 2016Nº 626 - Ano 54

DiretoresBeatriz de Mello Helman

Hélio Helman

REDAÇÃODiretor

Hélio [email protected]

Direção de ArteSamuel Felix

[email protected]

ADMINISTRAÇÃO

DiretoraBeatriz de Mello Helman

[email protected]

PublicidadeAntônio Canela Barreto Sergio Antonio da Silva

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Assistente de Marketing Aline Machado

International SalesMultimedia, Inc. (USA)Tel.: +1-407-903-5000Fax: +1-407-363-9809

U.S. Toll Free: 1-800-985-8588e-mail: [email protected]

Assinaturas

Keli OyanAssinatura anual R$ 110,00

Plásticos em Revista é uma publicação mensal para a indústria do

plástico e da borracha, editada pela Editora Definição Ltda.

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www.plasticosemrevista.com.br

As opiniões contidas em artigos assinados

não são necessariamente endossadas

por Plásticos em Revista.

CTP e impressãoColorsystem

CapaSamuel Felix

Foto da CapaShutterstock

Dispensada da emissão de documentação fiscal, conforme Regime Especial -

Processo DRT/1, número 11554/90, de 10/09/90

Circulação: Julho/2016

MEMBRO DA ANATECAssociação das Editoras de Publicações Técnicas

Dirigidas e Especializadas

SUMÁRIO

48 Feira Interplast 2016

Uma prévia das paradas obrigatórias na exposição em Joinville

56 Mercado MáquInas

Ulrich Reifenhäuser, dirigente da Reifenhäuser, VDMA e feira K’2016, vê o Brasil atrasado em tecnologias de transformação

08 Visor eps

O que muda com a entrada da Videolar-Innova

20 Oportunidades snacks protéIcos

Bemis aponta nova frente para filmes e termoformados

22 Sensor ulIsses canon

VP da Sealed Air analisa perdas de alimentos em supermercados

24 Bate VoltaUma pergunta para Arnaldo Battagin, diretor da Associação Brasileira de Cimento Portland

42 3 Questões Entrevistas de Alexandre da Cruz, do Grupo GR, e de Edwin Wachter, da Watcher Kommerz

46 Ponto de VistaO desafio 4.0Artigo de José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast

26 Especial

ainda ri à tOa

O mercadO Pet ignOra a crise e cOntinua

a crescer. aqui O bichO nãO Pega Para embalagens

laminadas e acessóriOs injetadOs.

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EPSviSor

ao entrar em ePs, videolar-innova alivia excedente nacional de Ps e amplia sua cadeia de estirênicos

e transformadora presidida por ele. “Não sei quando o Brasil sai da crise, mas, quando o fizer, estaremos na ponta dos cascos”, afirmou na ocasião o empre-sário, quando indagado com insistência pela imprensa sobre a racionalidade de investir R$ 100 milhões em EPS nesses tempos de recessão sem trégua.

No Brasil, petroquímica e poder público são braço e cotovelo. Embora permaneça suplente do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e tenha sustentado aos jornalistas querer hoje distância da

A oportunidade de lucrar com a substituição de importações traça a reta de Lírio Parisotto na cadeia do plástico. Foi o decla-

rado chamariz para seus investimentos em poliestireno (PS), estireno, filmes biorientados de polipropileno (BOPP) e, a partir de agora, em poliestireno expandido (EPS). A nova tacada toma corpo com a fábrica de 25.000 t/a de pérolas do estirênico, inaugurada em 22 de junho pelo empresário no complexo gaúcho da Videolar-Innova, petroquímica

política, Parisotto seguiu à risca, em Triunfo, a liturgia do cerimonial de praxe em eventos desse naipe. Lá estavam o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, o governador peemedebista do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, além do prefeito local e um magote de deputados. A fila de políticos convidados também tinha a ver com o fato de o aporte em EPS ter sido agraciado em 30% com benefícios fiscais do Fundo Operação Empresa do Estado (Fundopem), incentivos conce-

A soma que subtrai

Newcell em Triunfo: 25.000 t/a de pérolas a partir de GPPS.

O jornalista Hélio Helman viajou a Triunfo, para a inauguração da planta de EPS, a convite da Videolar Innova.

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põe que 25.000 t/a é uma escala inicial e confia em ampliá-la mais adiante. Haja fé, a julgar pelo penúltimo lugar (2,3%) atribuído a EPS na divisão do consumo nacional de resinas em 2015 feita pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). Fora isso, a nova planta pesa para suavizar a pressão da capacidade excedente no país sobre a rentabilidade de PS. Na selfie atual, o complexo gaúcho da Videolar-Innova comporta potencial para gerar 500.000 t/a do intermediário etilbenzeno, 250.000 de estireno, 110.000 de PS de alto im-pacto (HIPS) e 75.000 t/a de PS cristal (GPPS), este a matéria-prima para a nova unidade de EPS.

Parisotto também não digere numa boa o questionamento da sua entrada em EPS em meio à construção civil de língua de fora com a economia deprê. Aliás, o radar da Associação Brasileira da Indústria dos Materiais de Construção (Abramat) rastreia queda de 10,8% no faturamento deflacionado das indústrias de materiais em junho último perante o mesmo mês de 2015. Trata-se da vigé-sima nona retração consecutiva nesta

base de comparação. Na relação com maio de 2016, junho também acusou queda, de 3,7% e, no confronto entre o primeiro semestre de 2016 com o do ano passado, o recuo foi de 14,3%. As indústrias de materiais segmentados em base e acabamento também amargaram variações ruborizadas, de -13,7% e - 6,5%, respectivamente, frente a junho de 2015. Diante de maio último, caíram 3,8% as vendas de base e de 3,6% as

Construção: oferta de EPS cresce com o setor há 2 anos no vermelho.

didos mesmo com as finanças gaúchas notoriamente quebradas.

PS padece de crônica superoferta doméstica e, no plano mundial, falta-lhe vigor tecnológico para capturar apli-cações capazes de compensar as que perdeu, como potes de margarina, ou viu morrer, como estojos de CDs. Por essas e outras, Parisotto já trombeteou dar primazia ao negócio do monômero e – aí está o ingresso em EPS – a des-dobramentos em materiais estirênicos, esta uma via também palmilhada como atalho para agregar valor ao polímero. O empreendedor rechaça as ponderações contrárias à esta sua investida no expan-dido. Por exemplo, diante do argumento do pequeno porte do negócio, ele contra-

Parisotto: aposta no valor agregado e tecnologia sem similar local.

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de materiais de acabamento. O índice da Abramat também revela emagrecimento no nível de empregos nas indústrias de materiais de construção. Em junho último, a redução aferida foi de 9,7% nos postos de trabalho versus o mesmo período no ano passado. Os seguidos resultados negativos e a conjuntura econômica fizeram a Abramat revisar a perspectiva para o setor em 2016. Agora crê em 8% de retração frente ao vermelho de 2015.

Mesmo com esses rombos e ava-rias, a construção civil se afigura, aos olhos da cadeia de EPS, a um pré-sal, um terno de dezena no jogo do bicho, os seis números da Mega-Sena de réveillon. Essa visão de um maná, compartilhada por Parisotto, é fomentada tanto pelo po-tencial deitado em berço esplêndido para o expandido na construção brasileira como pelo lugar de EPS há décadas lá no fundão entre as alternativas na praça para isolamento térmico imobiliário, caso de lã de vidro e poliuretano. É um papel coadjuvante na contramão do estrelato dessas pérolas em palcos como emba-lagens. Até em países como Chile o uso de EPS como isolante dá coça no Brasil. “Estamos entrando em EPS para conferir de perto essa discrição na construção civil e confio na possibilidade de virar o jogo com maior produção nacional e tecnologia diferenciada”, rebate Parisot-to. Devido à auréola de vanguarda sobre o processo licenciado (ver ao lado) e em razão da ausência de registro similar no Instituto Nacional de Propriedade Indus-trial, a Videolar-Innova orna suas pérolas de EPS com a marca Newcell.

Parisotto sublinha que sua ofen-siva visa arrefecer as importações do expandido, aliás uma merreca de 41.000 toneladas em 2015. Ele se valeu do mesmíssimo pretexto para penetrar em

A Videolar-Innova pensou fora do quadrado para produzir EPS. Descartou o processo a partir do estireno, generalizado na praça, pela tecnologia licenciada pela Sulzer, calcada na formulação do expandido a partir de poliestireno cristal (GPPS). Aliás, uma alternativa mão na roda para a empresa contribuir, mesmo que de leve no caso, para aliviar o excedente nacional de PS. Art Hen-derson, executivo da norte-americana Alisseth Inc., atuou como conselheiro na seleção da tecnologia e implantação da planta de EPS em Triunfo, tal como o fez na unidade de PS da empresa na Zona Franca. O staff da Videolar-Innova

não tece comparações em custos entre sua tecnologia e a geração de EPS iniciada com o mônomero. Mas Henderson acena com diferenciais em uniformidade e performance dos micropellets pelo sistema da licenciadora suíça.

A rota eleita abre, segundo divulgado pela Vidoelar-Innova, com o acréscimo de gás pentano e materiais auxiliares não revelados a grânulos de GPPS. A seguir, eles são submetidos á temperatura e pressão no pré-expansor até alcançarem a densidade desejada. O pré-expandido é então transportado a silos destinados à sua estabilização. Vencida esta etapa, as pérolas de EPS estão prontas para serem moldadas, a vapor e vácuo, na forma de blocos ou peças específicas. Henderson retoma o fio salientando que, comparado à rota do estireno, o método patenteado pela Sulzer não consome água e proporciona maior homogeneidade de tamanho às pérolas, chave para sua excelência. “Essa tecnologia também insere a Videolar--Innova no grupo de poucos produtores de EPS preto no mundo e sem concorrentes na América do Sul”, ele distingue. “EPS preto serve como isolante em regiões frias e quentes e é aplicado em placas de espessura inferior às do expandido convencional”. Somado ao câmbio a favor, esse ás de ouro no mix vitamina as condições para a Videolar-Innova firmar-se como exportadora do expandido, considera o especialista.

PérolA NegrA

Henderson: maior homogeneidade no tamanho das pérolas.

EPS preto: Videolar-Innova entre os poucos produtores no mundo.

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PS e BOPP, dois redutos hoje entalados na areia movediça dos excedentes. A mira concentrada nas importações também é a justificativa brandida pelo empresário para refutar o enquadra-mento da Videolar-Innova na saia justa de uma dupla face: a do fornecedor de estireno, matéria-prima de EPS, que passa a concorrer com seus clientes produtores do expandido. A catarinense Termotécnica é referência de indústria que produz e transforma EPS. Seu presidente, Albano Schmidt, presente à inauguração da planta concorrente em Triunfo, não quis falar a Plásticos em revista, tal como a transformadora Knauf, sobre

o perfil ambíguo da Videolar-Innova. Inquirida sobre esta dua-lidade, uma fera do ramo disse em off que a consequência será o agravamento da disputa no âmbito dos produtores locais de EPS. “A concorrência com o expandido importado é mais difícil, por conta do ICMS de 4% na sua venda interestadual contra tarifa superior imposta ao produto local”. O mesmo lince julga que a Videolar-Innova não muda o cenário para quem costuma repartir suas compras entre EPS nacional e importado. Já para quem gera EPS a partir do estireno (todos os fornecedores locais exceto Videolar-Innova), ele conjetura que a hipótese de decidir cortar as compras do monômero servido por um concorrente fragiliza esse produtor do expandido. Afinal, acabará dependente da única opção de estireno nacional, a Unigel. O dólar no céu inibe a importação do monômero, aliado ao crédito restrito e à demanda no spa.

Devoto de Warren Buffett a ponto de ter ações do conglomera-do Berkshire Hathaway e de viajar para ver o midas norte-americano em convenções do grupo, Parisotto não é de voar baixo em ne-

Cerveja: EPS é unanimidade nacional para manter temperatura baixa.

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VIdeolAr-INNoVA SAI de PP CAST

Além de uma forma de agregar valor a um polímero commodity, Lírio Parisotto traduz seu ingresso em EPS como prova de sua inclinação maior por investir em petroquímica do que na transformação de plásticos. Devido a esse viés estratégico e a uma receita de magreza incompatível com o negócio da Videolar-Innova, ele resolveu se desfazer da operação de filmes planos (cast) de polipropileno (PP) na fábrica em Manaus. Sem abrir o montante da transação, o empresário confirmou a venda da linha de extrusão do filme aos irmãos Marcos e Marcelo Prando, dirigentes da replas, distribuidora de PS e BOPP da Videolar-Innova e controladores da MM Indústria da Amazônia, transformadora em ação desde novembro último na Zona Franca, munida de capacidade estimada de 350 t/mês de shrink monocamada.

“Não pensávamos em entrar em PP cast, mas vimos na oferta desse equipamento uma oportunidade de ampliar a atuação da MM”, justificam os irmãos. Assim mudou de mãos a coextrusora canadense Macro, capaz de gerar 500 toneladas mensais de filmes de até sete camadas, descreve Marcos Prando, de olho espichado a mercados como mas-sas alimentícias. Com essa baixa, a unidade em Manaus da Videolar-Innova bate ponto agora na transformação com a moldagem por compressão de tampas de bebidas em PP, extrusão de chapas de PS e duas linhas Andritz dedicadas a BOPP, enquanto a instalação da terceira não vinga por força da superoferta interna do filme há anos em cartaz. Massas: mercado ao ponto para embalagens de PP cast.

gócios. Antes mesmo de adquirir a Innova da Petrobras, em 2014, ele já ia à luta pela luz verde do governo para garimpar outra pepita estirênica, copolímero de acriloni-trila butadieno estireno (ABS), na unidade da Videolar em Manaus. Encarou então

efêmera disputa com a finada parceria da Braskem e Styrolution em torno de planta na Bahia desse plástico de engenharia até hoje sem similar local. A compra da Innova também varreu um antigo dogma de Parisotto: nunca investir em manufa-tura fora da Zona Franca. A incorporação do complexo no Sul mudou as peças no tabuleiro pois, além da sua capacidade e poder de fogo em tecnologia, a Innova já acumulava tarimba em ABS como agente da taiwanesa Formosa Plastics, movimento lido à época como preâmbulo da produção do copolímero em Triunfo.

O projeto de Manaus gorou e, em sua nova arremetida, o investidor verberou, no embalo da largada oficial da fábrica de EPS, a intenção de aplicar mais R$ 100 milhões numa capacidade no limite

máximo de 100.000 t/a do copolímero estirênico. Como idealizava a Petrobras quando comandava a Innova, a proposta é produzir ABS mediante mexidas na unidade de HIPS no complexo gaúcho. “Projetamos a implantação desse projeto para 2017”, prevê Parisotto, mais uma vez de olho nos dividendos a reboque de outra frente de substituição de importações - da ordem de 60.287 toneladas de ABS em 2015 e 78.211 um ano antes, repassa a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O esquenta já começou em Manaus, onde o empresário botou extrusora para beneficiar ABS isento do imposto de importação.

O mercado paga para ver se, com Lírio Parisotto, ABS enfim deixará de ser uma caveira de burro na petroquímica brasileira.

Marcos e Marcelo Prando: compra da coextrusora alarga raio de ação da MM.

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visor

Construção civil ainda é terra prometida para ePs no Brasil

Ninguém discorda do valor agre-gado pelo poliestireno expansível (EPS) a uma resina commodity, de margens subjugadas pela ca-

pacidade doméstica excedente. A pergunta para os universitários é: como conciliar as expectativas da Videolar-Innova, uma petroquímica dependente de altos volumes de vendas, em relação à sua recém-inau-gurada planta de EPS, tendo em vista um mercado marcado pela pequenez em todas as facetas, hoje em retração e fatiado entre vários produtores locais menores e pérolas expandidas importadas?

Os nomes são dados aos bois por impecável varredura sobre a trajetória de 16 anos de EPS assinada pela equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Nos idos de 1999, rastreia o relatório, o consumo aparente nacional (produção + importação - exportação) foi fixado em 45.014 toneladas e bateu em 92.440 no ano passado, quando caiu 14,7% sobre o volu-me de 2014 e ficou abaixo do patamar de 2011. Por seu turno, a produção brasileira em 2015, quando a capacidade nacional operou com 90% de ocupação, limitou-se a 52.136 toneladas, 14,3% atrás do saldo de 2014 e de volta ao patamar ocupado lá em 2009. As importações brasileiras

de EPS totalizaram 41.155 toneladas em 2015 e foram lideradas com folga pela concorrência oriental: cerca de 33.590 toneladas da China e 4.239 de Taiwan. O volume desembarcado no ano passado foi o terceiro maior no retrospecto desde 1999.

As vendas internas de EPS nacional, vai fundo o relatório da Abiquim, limitaram--se a 52.444 toneladas em 2015 contra 59.483 um ano antes e se aboletaram no patamar desfrutado em 2009. Por fim, o levantamento estampa o fiasco do Brasil como exportador do expandido.Se em 1999 os embarques somavam 602

toneladas, passados 16 anos continuam simbólicos – 852 toneladas em 2015. Os destinos sequer extrapolam o Cone Sul. Por fim, evidencia o estudo, o consumo brasileiro per capita sempre foi um cisco: de 0,26 gramas em 2000 a 0,45 em 2015, quando aliás murchou 15,4% sob o jugo da crise, após sete anos de, vá lá, evolução.

9% do CoNSUMo de eSTIreNoDo observatório de fornecedor de

estireno para formulação de EPS, Wen-del Oliveira de Souza, diretor comercial para estirênicos da Unigel, reparte por

Muito potencial para sair do escuro

EPS/MERCADO

Isolamento térmico na Europa: penetração de EPS contrasta com discrição no Brasil.

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igual o consu-mo brasileiro das pérolas en-tre embalagens e aplicações na construção ci-vil, isolamento térmico à fren-te. Ele não ar-risca cálculo da

quantidade de moldadores de peças do material, mas cita, fora Videolar-Innova, três produtores locais de EPS: Construlev, Termotécnica e, o único que não atua também como transformador, a Styropek. Souza afirma não conhecer a fundo os meandros econômicos da produção de EPS para avaliar o peso da manufatura do expandido pela rota do monômero contra a via do PS, abraçada no país apenas pela Videolar-Innova. “Ouvimos que EPS a partir do polímero tende a apresentar homogeneidade de tamanho da pérola superior à aferida pela rota do estireno, mas esta deve ter custo ligeiramente inferior”. A propósito, estima, EPS abocanhou 9% do consumo doméstico de estireno em 2015.

Os drones dos estrategistas da Unigel sempre sobrevoaram as chances de ir além do monômero e PS na cadeia de estirênicos, caso de suas finadas apa-rições em acrilonitrila butadieno estireno (ABS). Mas nunca passou pela mente do grupo refestelar-se em EPS. “Entendemos que a capacidade produtiva do expansível está adequada ao consumo doméstico, principalmente após a entrada da fábrica da Videolar-Innova”, pondera o diretor. “Portanto, ampliar a oferta de EPS desba-lancearia seu mercado local e colocaria em risco um segmento importante para nosso negócio de estireno”.

TrIBUTAção deSNIVelAdA Até pouco tempo, nota Souza, a

capacidade brasileira de EPS não atendia além de 70% da demanda interna, quadro alterado agora pela adição de 25.000 t/a de pérolas da Videolar-Innova. O diretor da Unigel acrescenta que, em 2015, o trio de produtores locais não rodou a pleno devido à disputa com o expandido do exterior, apesar de o câmbio intimidar as

compras externas. “A principal justificativa é a tributação do importado com ICMS de 4% na venda interestadual enquanto a ven-da do nacional é gravada com alíquota de 7%, 12% ou 18%, a depender da origem e destino”, ele argumenta.

Embora a construção civil mobilize 50% do consumo doméstico de EPS, a presença do expandido no campo do iso-

lamento térmico continua acanhada, apesar de predicados como leveza, reciclabilidade e resistência mecânica e química. “No momento, o expandido é usado à larga no preenchimento de lajes e manufatura de painéis pré-fabricados”, percebe Souza. “Mas essas aplicações respondem por pequena parte do potencial de uso de EPS na construção civil brasileira”. Entre os campos a descoberto no setor para as pérolas, ele exemplifica com soluções de design, drenagem facilitada de terrenos e abertura de estradas.

Alinhado com o princípio de que a autocrítica é o primeiro passo para uma mudança, Souza reconhece o consumo brasileiro de EPS abaixo da média mundial. Para virar essa página, ele confia no taco da comissão setorial de EPS da Abiquim, cujo trabalho segue sem alarde em duas vertentes. “Uma delas é contribuir para a regulamentação técnica do uso de EPS e buscar equidade tributária com alternativas concorrentes na construção civil”, expõe. “A outra frente de trabalho visa difundir as aplicações do material e colaborar na elaboração de normas sobre seu uso e reciclagem”. •

Souza: Unigel não quer produzir EPS.

Embalagens: 50% do consumo local do expandido.

Videolar-Innova: nova fábrica endurece disputa pelo mercado de EPS.

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OPORTUNIDADES

No Brasil, o estrelato curtido pelo iogurte grego é sinal de uma tendência mundial que bate à porta do consumo de

alimentos e está ouriçando embalagens como laminados e semi rígidas. Na garupa da receptividade a produtos de conveniência, de apelo natural e enqua-drados no cânone da saúde & bem estar, os snacks de cárneos se animam a botar a cara para fora. “A entrada de Salamitos abriu o mercado a esta nova categoria de snacks protéicos”, percebe Edson Passos, gerente de pesquisa e desenvolvimento da subsidiária local da norte-americana Bemis, fornecedora global de laminados para essa linha de salgados, inclusive para Salamitos, lançamento da BrF Brasil, que negou entrevista a respeito.

Não é de hoje que snacks protéicos tentam penetrar no país nº1 na produção global de carnes. Em 2010, por exemplo, foi noticiada a criação de joint venture do grupo JBS com a norte-americana Jack link’s em torno de duas fábricas de beef jerky (produto similar à carne seca) em São Paulo. Por sua vez, foi divulgado em 2013 um contrato de arrendamento, pela Marfrig Alimentos, de ativos da Brasil Foodservice, entre eles uma unidade de beef jerky no interior paulista. Enfim, como Passos sustenta, Salamitos saiu na

frente. O indicador-chave de que a recep-ção morna a essa categoria no passado pode mudar a curto prazo, ele sustenta, é a certeza de grandes fabricantes do alimento quanto ao desembarque aqui de novos hábitos de consumo. “Não há como o Brasil ficar de fora da tendência; as primeiras iniciativas já acontecem e alguns clientes nos procuram para pro-jetos confidenciais de embalagens para snacks protéicos”, abre sucinto Passos. A recessão atual pode esfriar o humor dos compradores, mas o executivo não vê como essa tendência morrer na praia. “A crise pode representar o momento certo para se criar um hábito de consumo a caminho da consolidação quando a economia reagir”.

snacks protéicos apostam em novos hábitos de consumo

Os prazeres da carne

BEMIS

Oscar Mayer P3: PET termoformado com filme de EVA

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soluções de embalagens de snacks protéicos. “A Bemis Brasil trabalha integrada com as demais unidades do grupo e essas embalagens para snacks protéicos podem ser oferecidas na América Latina, por sinal mesmo que alguns insumos não estejam disponíveis por aqui”, assevera o gerente.

“Tratam-se de embalagens que podem ser importadas, nacionalizadas ou manufatu-radas a partir de matérias-primas vindas do exterior”. Para bom entendedor, a carne está no ponto, pronta para servir. •

Os tipos protéicos base carne não cabem no mesmo bojo de embalagens dos snacks convencionais, como batata frita e amendoim. “Os salgadinhos tradicionais têm peculiaridades entre suas caracterís-ticas técnicas, em especial a sensibilidade à umidade, atributo que requer uma barreira específica no laminado”, expõe Passos. “Já os snacks protéicos podem se deteriorar pela oxidação e precisam, em essência, de embalagens com proteção ao oxigênio”. Nos EUA, encaixa o executivo, a Bemis marca em cima a escalada dos snacks protéicos com desenvolvimentos a

Jack Link’s: produção no Brasil ainda não vingou.

Passos: recessão não inibe tendência global.

exemplo de potes pré-formados com selagem e recipientes de tampa e fundo termoformados. Uma referência é o snack de carne Oscar Mayer P3 (Portable Protein Pack), introduzido em 2014 pela Kraft Foods no mer-cado norte-americano. Confor-me foi divulgado, o alimento processado é acondicionado em bandeja de PET termoformado com filme superficial selado a quente de acetato de eteno vinila (EVA).

Passos descortina as possibilidades de transpor de imediato para cá as suas

Snacks protéicos internacionais: barreira ao oxigênio diferenciada.

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sensorULISSES CASON

As perdas de comida no varejo do Brasil, Argentina e México equivalem ao dobro do registrado nos EUA. O déficit é mais constran-

gedor se considerado o contingente de 47 milhões de latino americanos que, atesta a ONU, hoje passam fome. Esse contrassen-so aflora de pesquisa tirada do forno pela Sealed Air, cânone norte-americano de embalagens plásticas, intitulada “Soluções para reduzir o desperdício de alimentos no varejo da América Latina”. De acordo com esse pente-fino, 15% dos alimentos disponíveis na região viram refugo a cada ano. Desse indicador, 28% são descartados na produção; 22% manuseio e armaze-namento, 17% na distribuição e 6% no processamento. Tem mais: 5% da receita doméstica das famílias latino-americanas é gasta com comida atirada ao lixo. A passividade com que esse quadro tem sido digerido na América Latina, pela sua cadeia de alimentos e governos, chegou a um grau tornado inadmissível pela disponibilidade de informações e tecnologias capazes de virarr o jogo. Além do mérito de por o dedo na ferida com esse estudo, a Sealed Air faz a sua parte acenando com soluções de embalagens viáveis para o varejo e seus consumidores na região, como demonstra na entrevista a seguir Ulisses Cason, vice--presidente da divisão Marketing Food Care para a América Latina.

Pr – estudos sobre perdas de alimen-tos no varejo não são novidade. Por que este problema até hoje não foi devidamente

atacado, apesar de tão alertado, seja pelos supermercadistas ou fornecedores de alimentos?

Cason – O desperdício de alimentos vem sendo combati-do, inclusive com esforços da indústria e supermercadistas, mas ainda de maneira tímida. Há muito espaço para melhorias. Para a ação ser mais eficaz, é preciso abordar a sério pelo menos duas esferas. A primeira relaciona-se à população. Requer uma mudança cultural, incrementando a conscientização sobre o uso, consumo e cuidado com os alimentos. Por mais difícil que seja, esta é a ação capaz de gerar mais resultados, pois contribui para a implementação rápida e consistente das demais iniciativas necessárias. A outra esfera a ser abordada refere-se a investimen-tos em infraestrutura, como a melhora da cadeia de frios e canais de distribuição mais adequados. O problema das perdas, então, ainda não foi atacado devidamente porque a dimensão desses investimentos e o longo tempo demandado por sua implantação e geração de resultados os conduzem a uma posição de menor prioridade, se compa-rados a outros componentes da complexa situação que vivemos no país.

Pr – Pelo levantamento da Sealed Air, o descarte de alimentos abocanha qual fatia das vendas dessa categoria?

Cason – Esse descarte é estimado em 4,4% na América Latina. Foram entrevis-tados no ano passado 194 profissionais,

representando 58% de lojas no Brasil, 77% no México e quase a totalidade da amostragem na Argentina. O estudo ouviu mais de 1.000 consumidores em cada país pesquisado.

Pr – embalagens danifica-das representam qual fatia das perdas de alimentos aferidas pelo estudo no varejo do Brasil?

Cason – As embalagens danificadas são responsáveis por 13% do desperdício de alimentos no varejo, ficando atrás apenas de data de validade vencida e deterioração dos produtos, cada um com 20% de participação no desperdício. No Brasil, o setor mais impactado por embala-gens danificadas é o de carnes e frutos do mar com 28%. Já no México, a seção de delicatessen é a mais afetada, chegando a 32%. Na Argentina, contabiliza 14%.

Pr – Quais os principais danos aferidos nas embalagens de alimentos desperdiçados?

Cason – Os problemas de integridade da embalagem como vazamento, furo ou adulteração são responsáveis pelos maiores índices de desperdício na América Latina (97%), assim como no Brasil, onde o índice soma 92%. Os varejistas brasileiros apontam que 91% do descarte decorrem de problemas com vedação, seguidos de embalagem que não mantém o frescor do produto e soluções que não são resistentes, cada um dos dois últimos senões com 83% de participação.

Isso podia acabar

Cason: vazamento, furo e adulteração nas embalagens

Pesquisa mostra perdas inadmissíveis de alimentos no varejo

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diante desse quadro, como a Sealed Air avalia a receptividade aqui às soluções que assinalou?

Cason – Os supermercadistas querem manter ou aumentar as vendas e os consu-midores não têm dinheiro para desperdiçar. São justos os benefícios apresentados pelas soluções da Sealed Air. Nossa abordagem extrapola a simples venda da embalagem, buscando entender toda a cadeia produtiva e aplicar conhecimento especializado para propor resultados práticos, abarcando desde a higienização das fábricas e super-mercados aos cuidados com a segurança alimentar, treinamento e qualificação de pessoal e adequação da área produtiva. Em alguns casos, vamos até o desenvolvimento de alternativas de embalagem em função

dos objetivos corporativos do cliente. Para a indústria, essa atuação converge para reduzir custos. Para o supermercadista, as embalagens mais compactas, atraentes e talhadas para alongar a vida útil dos alimen-tos diminuem as quebras, proporcionam diferenciais competitivos e aumentam as vendas. Por fim, o consumidor desfruta assim de maior tempo de uso do alimento porcionado em embalagens mais fáceis de usar, caso das resseláveis. É menos des-perdício de comida em casa. Todo mundo sai ganhando. •

Darfresh On Tray: vida útil ampliada pela qualidade do vácuo.

Pr – Como o estudo reparte os tipos/categorias de alimentos descartados por estragos e validade vencida?

Cason – No Brasil, os setores mais afetados por alimentos sem condição de consumo e data de validade vencida são os de padaria, com 50%; frutas, legumes e ver-duras com 44% e rotisseria/deli, 29%. Na Argentina, frutas, legumes e verduras atin-gem 76%, seguidos pelas seções de carne e frutos do mar com 68% e padaria com 40%. Já no México, o mais prejudicado é carne e frutos do mar com 59%, delicatessen com 56% e rotisseria com 52%.

Pr – Quais as propostas da Sealed Air para reduzir essas perdas com embalagens danificadas e alimentos estragados e fora da validade?

Cason – Temos uma solução para frangos refrigerados e outros tipos de ali-mentos que liberam fluidos naturalmente, sujando a gôndola e a geladeira do consu-midor, além de permitir contaminação pela vulnerabilidade da embalagem. Trata-se da tecnologia Cryovac Ses, uma embalagem hermética. Ela evita vazamento de líquido, mantém a integridade da embalagem e permite maior campo para impressão.Ou seja, mais informações aos consumidores podem ser incluídas. Para alimentos de-pendentes de maior proteção, como bacon e carnes com osso, a Sealed Air oferece a solução Optidure. Sobressai por conferir alta resistência à embalagem, mantendo

uma espessura menor, aliando assim me-lhor aparência e segurança contra danos mecânicos com menos impacto ambiental. Também cabe na relação de exemplos a tec-nologia Darfresh on Tray, que acondiciona alimentos como uma segunda pele. Para o fornecedor, ela aumenta a produtividade e reduz os custos, mérito do conceito denominado “zero perda de filme” durante a manufatura da embalagem. A configuração mais com-pacta otimiza a carga para o transporte, beneficiando assim a cadeia logística. Para o supermercadista, essa solução traz maior vida útil, proporcionada pela mais alta qualidade do vácuo, portanto confere menor exposição à oxida-ção. Também reduz os custos de reposição na gôndola e permite maior facing (forma de apresentar produtos na primeira fila do expositor), diminuindo as quebras. Em relação ao usuário final, Darfresh on Tray mantém o alimento em adequadas condi-ções de consumo por mais tempo, ocupa menos espaço na geladeira e é fácil de abrir e usar, com menor volume de descarte de embalagem.

Pr – o mercado brasileiro atravessa seu segundo ano de recessão, inflação, desemprego e perda de poder aquisitivo.

CAUSAS do deSPerdíCIo / BrASIl

Fonte: Sealed Air

Carnes e Frutos do Mar 37% 28% 35%

Padaria 50% 24% 26%

Rotisseria 39% 19% 42%

Delicatessen 35% 25% 40%

Frutas, Legumes e Verduras 44% 24% 32%

SeToreS Alimentos estragados / data de validade vencida

embalagem danificada outros

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bate e voltaARNALDO BATTAGIN

Uma pergunta para Arnaldo Bat-tagin, diretor dos laboratórios da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Pr – Há mais de duas décadas, a indústria de ráfia tenta substituir o saco de papel no setor nacional de cimento.Por que esse esforço tem sido frustrante?

Battagin – O papel kraft mul-

tifoliado é classicamente utilizado na indústria de cimento mundial e no Brasil, pois apresenta características de alta re-sistência e capacidade de absorver grande quantidade de energia sem se romper. Em essência, o kraft possui fibras alongadas, o que confere à embalagem elevada re-sistência ao rasgo, com índice de sacos rasgados abaixo de 0,1% em média. Os sacos de kraft são os mais utilizados para ensaque de cimento por diversas razões. Quando o cimento é fabricado adquire temperaturas muito altas e, mesmo após o resfriamento e estocagem, o produto é expedido com temperaturas de até 60°C – o saco desse tipo de papel é o único que permite o enchimento com material ainda bastante aquecido.

Outra questão se refere à forma como cimento é ensacado e, para tanto, o mercado dispõe de muitas ensacadeiras auto-pack de alta produtividade (mais de

2.000 sacos/h). Os sacos de kraft são os mais apropriados para ensacadeiras automáticas rotativas de alta velocidade. O enchimento é feito por meio de bicos e as

várias experiências foram feitas com sacos de polipropileno (ráfia) em cimento. No entanto, devido à temperatura do cimento o índice de rasgos foi muito alto nos en-saios. Do ponto de vista técnico, quanto à conservação do cimento (que é inimigo da água antes da sua utilização), os sacos de polipropileno seriam mais adequados.

Houve, a propósito, uma tentativa de fazer sacos de três folhas, sendo a de polipropileno ensanduichada entre duas de papel kraft. Mas os custos inviabilizaram a iniciativa, embora eu não tenha conhe-cimento desse impacto. Outra razão para o domínio do kraft é o fato de a maioria dos sacos de cimento conter 50 kg, exigindo grande resistência. Apenas como referência nesse segmento de materiais de cons-trução, sacos plásticos de 20 quilos em geral são a alternativa para acondicionar argamassa industrializada. •

Um mercado onde o saco de PP continua barrado na entrada

Ráfia presa no cimento

Sacos de cimento: enchimento com material aquecido.

Battagin: kraft domina do processo de ensaque aos custos.

Ráfia: custos complicam ingresso em cimento.

válvulas dos sacos de cimento se fecham com a própria pressão do produto, após o processo de enchimento. Hoje em dia, os sacos possuem de duas a três folhas, mas no passado chegavam a 5. No Brasil

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ESPECIALESPECIAL

MErCAdo PEt

Ponha-se no lugar de porta-voz de uma indústria que, em meio ao festival de desgraças numa infini-dade de setores no país, hoje no

lameiro dos níveis de consumo de muitos anos atrás, se vê na posição de ter de dizer que, na contramão do xororô geral, o seu mercado continua indo em frente. É este o embaraço que cerca as falas de José Edson Galvão de França, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Pro-dutos para Animais de estimação (Abinpet). Pelas projeções mais recentes da entidade, 2016 fecha com faturamento de R$ 19,2 bilhões ou 6,7% acima do saldo de 2015. “Aparentemente, o crescimento é positivo, mas, na verdade, demonstra uma queda, pois a expansão do ano passado foi de 7,6%”, ele alega. “A Abinpet considera que não há desenvolvimento de mercado”. Não deve ser mesmo fácil escancarar percentuais azuis num ambiente em que o vermelho sanguinolento pega o PIB brasileiro pelo segundo ano seguido e o próximo a Deus pertence. Para aguar de vez a compostura do discurso de França, os fabricantes ouvidos nas reportagens a seguir, todos filiados à Abinpet, esbanjam entusiasmo e provas de crescimento do negócio.

França recorre a duas frentes de argu-mentação para deixar fosca a rentabilidade do setor. Assim, ele recorre ao encarecimento das commodities agropecuárias (milho, soja, carnes, peixes e trigo). “Compõem 95% do alimento pet, impactando o custo final”. Na mesma direção, o dirigente engrossa o coro de gregos e troianos do empresariado contra

a carga tributária. “Em cada ali-mento embalado incidem 51,2% de impostos, entre IPI, ICMS-ST e PIS/Cofins”, acentua. “Portanto, a cada R$ 1 dispendido com pet food, R$ 0,51 correspondem à tri-butação”. Além do mais, lastima, a alíquota do IPI aumentou em 10%, desde maio último, na ven-da a retalho – embalagens de até 10 quilos. Esse ônus, completa o presidente da Abinpet, resvalou para o consumidor, ainda mais considerando-se que cerca de 60%do faturamento desse setor provém das classes pobres. “O governo precisa entender a importância econômica do setor, diminuir os tributos para incentivar o consumo e, por tabela, os investimentos da indústria”.

As vendas de iogurte, símbolo do passado esplendor do Plano Real, hoje vão mal das pernas, cortesia da atual perda de poder aquisitivo e consequentes cortes no orçamento doméstico. Mas está para nascer quem tire produtos pet das listas de compras. “A valorização dos bichos de estimação como membros da família e o reconhecimento dos benefícios da interação ser humano/animal são os principais fatores para a sustentação do mercado”, interpreta França. “Os donos dos pets estão assimilando a posse respon-sável e ela implica fornecer ao animal todo o suporte para sua saúde e bem estar. Nesse cenário, a alimentação dos pets é um item indispensável no orçamento das pessoas”.

A propósito, França julga furada uma notícia que tem dado o que falar. Com o bolso apertado, atestou em novembro

último na mídia Vanessa Bran-dassi, executiva da consultoria Kantar Brasil, os compradores de produtos pet reduziram a frequência desses gastos. “Outra solução dos proprietários”, ela declarou, “tem sido substituir ou complementar as refeições dos pets com alimentos caseiros, sejam os mesmos consumidos

pelas famílias ou aqueles preparados espe-cialmente”. França discorda de A a Z. Além da receita do setor falar por si mesma, a opinião do presidente tem lastro no enga-jamento maciço dos donos dos animais às premissas da posse responsável e, apesar das ousadias e flexibilidades em voga na culinária contemporânea, França reitera que as exigências alimentares dos bichos ainda diferem das humanas. “Nossa comida não supre todas as necessidades dos pets em relação a vitaminas, proteínas e sais minerais. A ração industrializada é um bom exemplo de nutrição balanceada para cada fase da vida do animal”, vaticina o dirigente.

Os dados mais recentes liberados pela Abinpet sobre o contingente brasileiro de pets foram coligidos em 2013 pelo Instituto Brasileira de geografia e estatística. Por essa régua, o país tinha então 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, 37,9 milhões de aves, 18 milhões de peixes e 2,21 milhões de outros bichos domésticos (répteis e pe-quenos mamíferos). O cálculo não engloba cavalgaduras, mas, mesmo assim, é a quarta população no gênero do planeta, assevera a Abinpet.

Conceito da posse responsável e relação entre donos e animais sustentam o mercado pet

O amor é lindo

França: vendas crescem mas os custos também.

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ESPECIALESPECIAL

Rações sempre foram as donas do pedaço no faturamento do mer-cado pet. Projeções setoriais an-tevêm para o exercício deste ano

receita de R$ 19,2 bilhões, saldo 6,7% acima do precedente. Na divisão, pet food mobiliza o bom bocado de 67,5%. É seguida à distância pela categoria de serviços, com 16,2%. O fecho cabe às respectivas fatias de 8,1% do faturamento para duas frentes: equipamentos e produ-tos de higiene e beleza e medicamentos veterinários. Para 2016, as projeções oficiais trabalham com aumento de 2,5% sobre o volume produzido de pet food no ano passado, estimado em 2,59 milhões de toneladas e, no pano de fundo, a capa-cidade nominal de manufatura de razões domésticas é situada em 7,35 milhões de t/a. Ninguém se queixa de danos desse excedente sobre a rentabilidade do setor.

“Estamos antecipando alguns inves-timentos pois percebemos que, em meio à crise, o mercado pet está carente”, cons-tata Maycon Artacho, diretor industrial da doogs, fabricante paranaense de rações para cães e gatos. “Com mais aportes de recursos e lançamentos, conseguiremos até superar a projeção de vendas para este ano. Aliás, introduzimos mais de 50 produtos no portfólio apenas no primeiro semestre”. Artacho pondera que a maioria

das indústrias do seu setor reage à recessão freando os gastos com marketing como parte da política de redução de custos. “Aqui na Doogs es-tamos aumentando essa verba enxergando uma oportunidade no mercado e o marketing e qualidade explicam o aumento expressivo do nosso volume de vendas em relação aos anos anteriores”. Apesar do azul desse hori-zonte, o diretor não considera seu ramo blindado contra uma recessão atribuída por ele a uma crise interna de governança.

“No ano passado, o aumento do faturamento do mercado pet foi causado pelos reajustes nos preços das matérias-primas; afinal, a meu ver, as vendas retraíram em volume”. Artacho abre exceção a um literal pulo do gato. “O mercado de rações felinas vem crescendo muito, devido ao alastramento de moradias prediais”, justifica.

“Os gatos se adaptam bem a esse tipo de ambiente sem quintal”.

A Doogs possui cinco linhas de alimentos caninos e outras cinco para a

Por que o crescimento desse setor não tem volta

O consumo adestrado

MERCADO PET/FABRICANTES

Artacho: hora de investir em marketing e lançamentos.

Alimentos em pouches: candidatos a carro-chefe da Doogs.

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ESPECIAL

Dalpet: reformulação do visual e componentes do laminado.

categoria felina, entre tipos premium, su-perpremium e movidos a preço. “Mesmo sob recessão, o consumo de rações de combate aumentou, mas com conceito de qualidade de nossos produtos e marcas, conseguimos manter os volumes de vendas das categorias premium e super premium”, comemora o diretor. Em 2015, encaixa, os bifinhos foram o carro-chefe da Doogs. “Os campeões de vendas deste ano devem ser os ossos orgânicos e os produtos ofertados em stand up pouches”, ele confia.

PoPUlAção PeT AUMeNTA Pouches

reinam com ex-clusividade nas rações de cães e gatos da cata-rinense dalpet. “ P r e c i s a m o s manter a integri-dade e seguran-ça do alimento durante o prazo de um ano de validade após a

data da fabricação ”, argumenta Juarez Ribeiro da Silva, gerente de produção e P&D da indústria há 13 anos controlada pelo grupo dalquim. “O pouch mantém

a ração livre de luz, umidade e contami-nantes”. A Dalpet é suprida de pouches pela paranaense Incoplast, braço do grupo Copobras, de Santa Catarina. “O mercado pet evolui em alta velocidade e requer frequentes inovações em produto e embalagem; fizemos isso em relação a todos os pouches em 2015, desde lay out aos materiais do laminado, considerando a segurança, transporte e facilidade de manuseio”, indica Silva.

Em volume de vendas e receita, pro-jeta o gerente, a Dalpet cresceu em torno de 12% sob a recessão do ano passado

e promete deixar para trás esta marca no exercício atual, pois o movimento saltou na faixa de 16% apenas no primeiro se-mestre. Silva atribui o céu de brigadeiro ao esforço para inovar em processos, embalagens e produtos. “Hoje temos na reta final de pesquisa dois lançamentos em alimentos para cães e um para gatos.”

Tal como em 2015, o carro-chefe da Dalpet este ano deve ser a linha de rações premium especial Dal Dog Adulto Raças Médias e Grandes, aposta Silva. Apesar do crescimento de sua empresa, ele sente o bafo da crise tanto na nuca da demanda das categorias premium, super premium e especial como na orelha das rações econômicas e standard. “As linhas nobres têm sido afetadas pela perda do poder aquisitivo, enquanto as de combate são prejudicadas pela alta nos preços das matérias-primas”, interpreta o executivo. Mas as fundações do mercado resistem a qualquer dilúvio. “A população de pets aumenta e sua demanda por comida per-manece com ou sem recessão”, julga Sil-va. “O que se vê na crise é a migração do consumidor para produtos mais baratos”.

Gatos: facilidade para viver em prédio impulsiona compra de ração.

Silva: rações econômicas sentem mais o encarecimento de matérias-primas.

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ESPECIALESPECIAL

MERCADO PET/FABRICANTES

TeMPo BoM PArA lINHAS PreMIUM

Formadora de opinião em flexíveis no país, Erica Canavesi, gerente de de-senvolvimento de embalagens da Nestlé Brasil, dona da grife de pet food Purina, enquadra o setor local no contexto glo-bal. “É forte no exterior a tendência de crescimento da categoria de produtos premium e super premium e o aumento da população de raças pequenas caninas, um cenário favorável ao desenvolvimento de produtos em embalagens menores e de soluções para acondicionar alimentos diferenciados”, descortina a especialista. Nos EUA, ela distingue, tomam vulto as rações grainfree, de alto teor proteico e, para aludir ao apelo natural do alimento, os fabricantes recorrem a embalagens foscas. “Como a população brasileira de cães e gatos só perde para a dos EUA, a envergadura do nosso mercado o qualifica para receber inovações, a exemplo dos produtos grainfree já em introdução por aqui”, ela indica.

Na esfera dos snacks para cães e gatos, em especial tipos funcionais como os que reduzem o tártaro e melhoram o hálito, Erica enxerga pista livre para a concepção de embalagens que permitam visualizar o conteúdo e comuniquem às claras os benefícios proporcionados. Ela exemplifica com um lançamento norte-americano da Purina, embebido no denominado conceito de fun & play together, os snacks BeginPoppers, acon-dicionados em pote transparente com tampa de silicone. “Ela tem uma saliência na parte superior, onde o produto pode ser acomodado, apertado e, após segundos, o alimento é automaticamente lançado para o cão buscá-lo”, descreve.

Erica forma na corrente defensora de cada vez mais camadas nas estruturas de laminados para pet food. “Isso permite

que cada uma delas seja composta de ma-terial mais apropriado, para garantir que todas as propriedades sejam otimizadas com custo mais acessível”, sustenta a gerente da Nestlé, destacando atributos como barreira a gorduras e aromas e, no âmbito do processamento e paletização, a resistência mecânica e o coeficiente de atrito. À guisa de referência dessas tendências e dos chamarizes da coefici-ência e praticidade, Erica grifa a chegada recente de embalagens de um a 3 quilos de Purina Pro Plan. “São munidas de fechamento tipo velcro numa das laterais, facilitando assim a abertura, dosagem e refechamento após o uso”, revela.

ClIeNTe FIdelIzAdo Atuante em redutos sem a mesma

musculatura de pet food, a paulista Cen-tagro acusa em seu movimento o pisão da crise, mas o encara como circunstancial. Seu portfólio engloba ectoparasiticidas (linha Xandog), medicamentos (Centagro Vet) e produtos para estética (Pet Smack) para cães e gatos. Na calculadora da dire-tora de marketing Andréia Tavares Aran-tes, as vendas e faturamento da empresa reluziram aumento entre 10% e 12% de 2014 para 2015. “De forma geral, porém, o faturamento das três linhas mostram queda este ano perante a receita de 2015, culpa da instabilidade econômica, ajustes fiscais, redução do poder de compra e queda na produção”, atribui a diretora de marketing. “As expectativas não são nada boas a curto e médio prazo, pois prevemos estagnação ou redução para o exercício atual, efeito das conjunturas política e econômica ”.

Os produtos de estética animal, ela assinala, destacam-se no balanço da Centagro pelo volume, enquanto os de cunho veterinário sobressaem no fatura-mento pelo valor agregado. Andréia nota os complicadores introduzidos de ponta a ponta no mostruário pela intensidade da recessão. “Estamos num segmento que envolve a compra de produtos e serviços atrelados à emoção”, explica. “No primeiro momento, trata-se de um

Purina Pro Plan: praticidade com fechamento tipo velcro lateral.

Erica Canavesi: em alta nos EUA, rações grainfree desembarcam no Brasil.

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ESPECIAL

Fixada na impressão roto desde 1990, a fábrica sede da rhotoplás em Barueri, Grande São Paulo, é a Nasa nacional dos laminados para pet food, à frente de capacidade nominal supe-rior a 750 t/mês de flexíveis. Não tem fim a lista de vanguardismos trazidos a essas embalagens a reboque da ob-sessão do presidente Joel Gomes e do diretor industrial Fernando Aparecido da Silva pela modernização das etapas

de pre-press, galvanoplastia, gravação extrusão, laminação e acabamento. Flávio D’Onofrio, gerente de desenvolvimento da convertedora, capta nesta entrevista o andar da carruagem da evolução em laminados para rações domésticas.

Pr – o que os fabricantes de pet food hoje mais procuram para suas embalagens?

d’onofrio – A empresa desenvolve há cerca de 25 anos em-balagens para este ramo. São filmes e sacos mono e laminados de até 25 quilos para os tipos mais simples de rações e linhas superpremium. Não existe algum requisito técnico muito espe-cífico em destaque, mas o que se observa é o incremento maior de embalagens de maior shelf life. Para aumentar a validade do produto, precisamos conceber uma estrutura combinada de substratos em prol do poder de barreira e, em especial, de hermeticidade. Essa es-trutura também pode contribuir para o shelf life como garantia para evitar vazamentos capazes de permitir a passagem de ar entre o ambiente interno da embalagem e o externo, após o envase do alimento.

Pr – A quantidade de camadas e materiais tende a crescer ou baixar nesses laminados ?

d’onofrio – Hoje em dia, uma corrente induz muitos fabri-cantes dessas embalagens a trabalhar com filmes de cinco ou sete camadas. Mas com a disponibilidade de grades especiais de polietileno (PE), muitas vezes se consegue um filme que atenda sem dificuldades à necessidade de barreira e desempenho me-cânico com apenas três camadas. Os laminados que fornecemos

à marca Eukanuba são um exemplo. Pr – A presença de ingredientes naturais em pet food pode

afetar a concepção do laminado?d’onofrio – Sim, existem fabricantes que usam alimentos

in natura na composição da ração, exigindo um laminado a partir de filme de PE para melhorar a barreira à gordura, umidade e gases. É o caso da embalagem produzida pela Rhotoplás para a pet food Biofresh.

Pr – Qual o principal avanço recente da empresa em laminados para pet food?

d’ onofrio – Nossa grande inovação foi conseguir estabilizar em valores altos o coeficiente de fricção externo das embalagens pré-formadas, principalmente com estruturas que levam o filme de PET biorientado no lado externo. Trata-se de um requisito fundamental para a estabilidade e segurança do empilhamento da sacaria acondicionada em paletes nos clientes após o envase.

Pr – Quais os desenvolvimentos em laminados para pet food que hoje sobressaem na rhotoplás?

d’onofrio – O efeito fosco é muito solicitado para essas embalagens, o que providenciamos com um verniz especial. As embalagens superpremium que vendemos para a fabricante Royal Canin e para os snacks da Luopet refletem a combinação de requinte com toque macio, sendo que em algumas áreas se

mantém o brilho para, principalmente, ressaltar a marca no ponto de venda. Os clientes também exigem cada vez mais avaliações da resistência dos laminados à queda. A título de referência, devemos submeter as embalagens contendo até 20 quilos de ração a três quedas de um metro de altura e, a seguir, precisamos checar a ocorrência de vazamento de ar no laminado, através de teste de vácuo.

D’Onofrio: clientes mais ligados na resistência à queda.

Biofresh: barreira maior para ração contendo alimentos in natura.

rHoToPláS: UMA ProdUção ANIMAl

Royal Canin: toque macio e brilho em áreas determinadas.

Eukanuba: três camadas garantem performance top do laminado.

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ESPECIALESPECIAL

elo mais difícil de ser quebrado pelos donos dos pets, mas não está imune à economia em baixa. Seu con-sumo mostra-se agora restrito à compra de itens essenciais, substituídos quando possível por similares de preço menor. Da mesma forma a diminuição de serviços prestados, prin-cipalmente de banho e tosa, acarreta recuo nas vendas dos produtos aí utilizados”. Até o momento, informa, as vendas das linhas premium da Cen-tagro têm sofrido menos com a crise do que as linhas econômicas. “O resultado é fruto do trabalho diferenciado que

fazemos para produtos premium, de modo que, mesmo em tempos de crise,

o comprador mantenha a fide-lidade e relute em trocá-lo por similar mais barato”, constata a diretora da Centagro. “Assim, nossa expectativa é de manter investimentos em produtos não convencionais, de alto valor agregado, para irmos na contramão da crise”.

Apesar dos trancos, ela contrapõe, o negócio não pode parar. “Os projetos continuam

em andamento e o cronograma prevê pelo menos quatro lançamentos até dezembro”, diz. As embalagens surfam

nesta estratégia, evidencia Andréia, com destaque para a busca de apresentações diferenciadas e uso mais racional delas.

CASINHAS e gUIAS SAzoNAIS No melhor sentido possível, o bicho

está pegando – e como – para os lados dos brinquedos e acessórios injetados para pets. “No ano passado, o faturamento cresceu na média 30% frente a 2014”, abre Hugo Fernando Martins, sócio dire-tor da Furacão Pet, indústria paulista que é o Neymar desse time. “As perspectivas para o exercício atual contemplam expan-são aproximada de 15% na receita, por causa da crise política e da demanda um pouco retraída porque os clientes andam

Centagro: investimentos privilegiam produtos de maior valor agregado.

Andréia Arantes: produtos e serviços atrelados à emoção.

MERCADO PET/FABRICANTES

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ESPECIAL

com receio de se endividar e, do nosso lado, estamos mais enérgicos em termos de aprovação e limite de crédito”. Noves-fora, ele amarra, as vendas da Furacão Pet não bai-xaram, “mas não conseguimos crescer como planejávamos nem na intensidade aferida em anos anteriores”.

Na sede em São Carlos, a Furacão Pet opera com oito injetoras e ferramentaria apta a confeccionar moldes de até oito toneladas, situa Martins. “Em termos mensais, hoje produzimos cerca de 300.000 peças a partir do consumo médio de 50 toneladas de três polímeros: borracha termoplástica (TR), PVC e poli-propileno (PP)”, detalha o dirigente, situ-ando em 50% seu índice atual de ocupa-ção. “Fazemos 20 lançamentos ao ano e, a propósito, introduzimos no período atual dois produtos patenteados, Papamosca e Papadengue, este último com forte apelo relativo à saúde pública”, destaca Martins. “Entre as razões para passarmos ao largo da crise, estão a verticalização nos moldes para uso cativo e a vastidão da carteira de clientes. Diminuímos a produção não devido à crise, mas por termos optado por

construir moldes maiores para produtos de valor agregado, rompendo assim com a praxe passada das peças menores, muitas delas brinquedos de borracha”.

Determinados produtos da Furacão Pet são sazonais. “Casinhas plásticas vendem muito no inverno e as guias saem mais no verão”, exem-

plifica o dirigente, enxergando ainda nas caixas de transporte um plus de valor agregado. No embalo, Martins confirma estar aproveitando o câmbio para vita-minar as exportações, hoje alojadas no restante da América Latina e puxadas por casinhas, caixas de transporte e brin-quedos. “Apenas no primeiro semestre triplicamos o faturamento com as vendas externas em relação aos 12 meses de 2015”, arremata o fabricante.

Furacão Pet: 20 lançamentos ao ano e primazia a injetados maiores.

Martins: crise passa ao largo de brinquedos e acessórios.

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ESPECIALESPECIAL

MERCADO PET/EMBALAGENS/TECNOLOGIA

as tendências que mostram as garras em laminados de pet food

Tudo para ele abanar o rabo

O mercado pet mundial fatura a bagatela de US$ 102,2 bilhões, afivelado na coleira de um contingente estimado em 1,56

bilhão de animais de estimação. Mesmo sem computar certas aves locais de suspeitíssima plumagem, o Brasil tem a quarta população de pets no planeta. É o terceiro em vendas do setor, com participação de 5,3% da receita mundial, atrás apenas dos EUA, com 42%, e Reino Unido,com 6,7%. É preciso dizer mais para justificar a febre de sacadas em laminados para pet food por aqui? Na en-trevista a seguir, os progressos marcantes atingidos, mas mudanças de hábitos de compra e os próximos degraus a serem galgados em termos de processamento e performance dessas embalagens flexíveis são esquadrinhos por uma sumidade, o

consultor catarinense Jeferson Anzanello ([email protected]), quími-co industrial e MBA em Sustentabilidade, Polímeros, Marketing e Gerenciamento de projetos, com milhagem platinum de voo pela elite dos convertedores nacionais de laminados.

Pr – Quais as características técni-cas que mais motivam a indústria brasi-leira de pet food a buscar aprimoramentos em suas embalagens laminadas?

Anzanello – Podemos transpor sem receio as tendências em embalagens de alimentos humanos para pet food, pois os aspectos observados na compra dos produtos são os mesmos. Assim, destaco três pontos: sustentabilidade, conveniên-cia e redução de tamanho da embalagem. Quanto ao primeiro quesito, o projeto da embalagem de pet food deve considerar sua reutilização e, a seguir, a reciclagem. Outra opção sustentável que não vejo em cena é o conceito da harmonização de matriz polimérica. Ele facilita ou viabiliza a reciclagem. Ainda sob o guarda-chuva da sustentabilidade cabem características como resistência mecânica, que reduz

Anzanello: pilares da sustentabilidade, conveniência e tamanho das embalagens.

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ESPECIAL

perdas e reprocesso, e a soldabilidade, trunfo para ampliar a produtividade e hermeticidade da embalagem, influindo no shelf life e poder de barreira ao oxigê-nio e umidade. Também são procurados atributos como propriedades óticas, atmosfera modificada e barreira à gordu-ra, luz e aroma. São variáveis de cunho sustentável, pois colaboram para diminuir o desperdício e os níveis de aditivação química, como conservantes e antioxidan-tes. O grande desafio é oferecer a maior barreira possível, capaz de minimizar o nível de aditivação e prover o prazo máximo de shelf life numa estrutura fina, reutilizável e reciclável. As tecnologias de materiais, coextrusão e coatings avançam nesta direção.

Pr – Quais os sinais mais importan-tes de preocupação com a conveniência da embalagem de pet food?

PP: NoVo grAde NA ColeIrA de BoPP

Pela régua da Braskem, o consumo brasileiro de filmes biorientados de polipropileno (BOPP) é páreo para os volumes da resina aferidos em picanhas do porte de compostos e ráfia. Entre os segmentos de BOPP despontam os laminados e pet food é um dos seus nichos hoje na berlinda por continuar a bombar à margem da deprê da economia. De olho neste oásis em flexíveis, a empresa prepara desde o ano passado o terreno para um novo grade acontecer em embalagens de BOPP para envase de alimentos como rações domés-ticas. No momento, ele bate à porta dos transformadores

sob a nomenclatura experimental Maxio DP 150 A. “Além de contribuir para reduzir a carga energética necessária à produção do filme, essa resina melhora as propriedades mecânicas e o perfil de espessura (planicidade) da película”, distingue Francisco Ruiz, engenheiro de aplicação e desenvolvimento de mer-cado no negócio de PP.

O lançamento completa o assédio exercido pela Braskem sobre BOPP com um quinteto de grades. Um deles, abre Ruiz, é Symbios, terpolímero de propeno, eteno e buteno de média fluidez e sem aditivos deslizantes ou antibloqueiro. “É indicado para a camada de selagem na coextrusão de filmes biorientados”, observa o técnico, ressaltando a compatibilidade do grade com a temperatura inicial de 115 ºC de selagem na face tratada. Ruiz fecha o mostruário para BOPP com quatro homopolímeros de baixa fluidez: HP523J e H504XP, para produção de BOPP em alta velocidade; HP 427J, recomendado a filmes metalizados, e H502HC. “Ele se destaca pela resistência química e poder de barreira e foi desenhado para aplicações dependentes de altíssimas rigidez e tenacidade aliadas a uma boa processabilidade”.

Ração úmida: migração gradual para potes e pouches.

Ruiz: Maxio DP 150 A aprimora planicidade de BOPP.

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ESPECIALESPECIAL

MERCADO PET/EMBALAGENS/TECNOLOGIA

BrASKeM: PolIeTIleNoS de FAro FINo PArA PeT Food

Na lupa da consultoria datamark, o mercado nacional de laminados para pet food contendo polie-tileno (PE) mobilizou 32.000 toneladas em 2015. “Com base nessa projeção, estimamos em torno de 70% a presença de PE nessas estruturas, um percentual traduzido na faixa de 22.000 t/a”, destrincham Marcelo Neves e Renato Di Thommazo, respectivamente gerente de engenharia de aplicação - flexíveis e gerente de contas - filmes especiais da Braskem. Ambos confiam em crescimento da ordem de 2,5% para as vendas desses laminados no exercício atual, avanço de leve abaixo da marca de 2,7% em 2015, culpa em parte atribuída ao encarecimento das commodities agropecuárias integrantes das formulações de petfood , onerando assim seu preço de venda, já salgado pela carga tributária de 51%. “E uma parcela relevante dos compradores vem das classes mais pobres, as mais sensíveis a reajustes nesses gastos”, emendam os especialistas.

Neves e Di Thommazo repartem sua cobertura do mercado de lamindos para pet food em três vertentes. Pelo flanco da resina de alta densidade (PEAD), eles enxergam o lugar do polímero no chamado filme de “capa”, para acabamento final e, se necessário, rigidez e poder de barreira e no filme “forro”, este aplicado na camada interna e, em geral, coextrusado com tipos de PEAD de alto peso molecular. Para essas aplicações, os dois gerentes recomendam os grades da Braskem AC59 e HE15, este também disponível em versão verde (rota alcoolquímica) sob o codinome SHE 150. Devido aos atributos de acabamento e brilho, polietileno de baixa densidade (PEBD) em blend com o tipo linear (PEBDL) também é ofertado por Neves e Di Thomazzo para capa de laminados para pet food. Ambos os especialistas recomendam para essa aplicação os grades EB 853 e TN7006, disponiveis também em versões verdes. “Também são oferecidos contendo aditivo antideslizante para cumprir eventuais requisitos de baixo coeficiente de atrito (COF)”, eles encaixam.

Em prol da leveza e resistência à deformação superficial do laminado, a Braskem comparece com o grade de PEBDL quater-polímero Pluris P9300 para a produção da estrutura coextrusada com PP na camada central do filme forro. “Esta solução assegura excelência no balanço entre rigidez, barreira e resistência ao impacto”, sustentam Neves e Di Thommazzo. Na esteira,eles enaltecem as credenciais do grade linear HF0131 tanto para laminados foscos e de toque suave como para zipers de embalagens como stand up pouches, diferenciadas pela possibilidade de refechamento. No ringue de PEBDL, os tipos metalocênicos marcam pela disputa a ferro e fogo da Braskem com a concorrência importada. “Não há no mercado produto que mantenha a performance de COF estável após a laminação, trunfo para a produtividade no envase de produtos a exemplo de ração animal, como as linhas XP das famílias de PEBDL metalocênicos Flexus e Proxess”, afiançam os gerentes, enaltecendo ainda o desempenho desses polímeros na solda e resistência ao rasgo, tração e punctura.

Neves: PEBDL HF0131 para laminados foscos e zíper de stand up pouch.

Anzanello – Facilidade de abertura e possibilidade de fechamento. Algumas embalagens são impossíveis de serem abertas sem uso de ferramenta, embutindo risco de acidentes. Podemos citar também a facilidade para carregar a embalagem, em especial as versões grandes, acima de oito quilos. Recomendo a quem não puder oferecer conveniências como easy open, através de pré-corte com laser ou picote ou uso de resinas selantes adequadas, que, ao menos, não dificulte a operação

de abrir. A possibilidade de fechar a embalagem durante o consumo da ração permite preservar suas propriedades e algum reuso depois de o pacote esvaziar. Zíper, slider zíper, velcro ou apenas dobrar ou torcer a embalagens são exemplos de sistemas de fechamento.

Pr – e quanto à tendência de redu-ção do tamanho das embalagens?

Anzanello – Trata-se de uma respos-ta à mudança de hábito do consumidor, devido à menor necessidade de investi-

mento ou tendência de compra semanal em vez de mensal. Tem um lado negativo em sustentabilidade, pois aumenta a relação peso da embalagem versus peso do produto. Outro indicador de alterações no envase pet food é a substituição dos recipientes metálicos por pouches e potes plásticos em alimentos úmidos. Em resposta à evolução desse segmento, fabricantes têm lançado produtos acon-dicionados em retort pouches com laser scoring e potes retort .

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ESPECIAL

Embalagens acima de 8 kg: mais facilidades para carregar.

Pr – os laminados para pet food premium e de combate caminham para o aumento ou enxugamento de camadas e/ou materiais?

Anzanello – Novas tecnologias sempre favorecem as características técnicas. Conforme a praxe, elas estreiam nos alimentos premium e, por ficarem mais acessíveis com o passar do tempo, descem depois aos produtos econômicos. Entre os exemplos dessa evolução em estruturas, destaco o uso de materiais biorientados laminados com polietileno (PE) em pet foods premium e laminados de PE/PE nos econômicos. Também sobressaem o emprego de laminados de coextrusados de poliamida em produtos premium e laminados de mono em eco-nômicos, além do uso de trilaminados / metalizados tipo PET/PET metalizado / PE em pet food premium e laminados tipo

PET/PE ou BOPP/PE em versões econô-micas. Em termos de conveniências, estão em evidência as embalagens com sanfona lateral tipo block-bottom em premium e pillow em alimentos de combate. Vale o mesmo para embalagens do tipo de quatro soldas em premium e sanfona lateral sem quatro soldas em produtos econômicos e, por fim, embalagens de fundo dobrado e colado em pet food premium e sanfona lateral nas linhas de combate.

Pr – Há uma corrente favorável a alimentos/ingredientes de apelo natural (orgânicos, p.ex,) em pet food. Como isso pode influir no desenvolvimento de laminados apropriados?

Anzanello – Há produtos isentos de transgênicos ou de aditivação química e, mais recentemente, entraram na praça as linhas de pet food superhiper, produtos extra premium isentos de grãos. Todos

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ESPECIALESPECIAL

MERCADO PET/EMBALAGENS/TECNOLOGIA

Ponto de venda: laminados reduzem perdas logísticas e afiam apelo visual.

Rações balanceadas: sobe o patamar de poder de barreira nos laminados.

eles têm seu uso viabilizado por lamina-dos de altíssima barreira. Por exemplo, há estruturas PET/PET metalizado/PE utilizadas apenas pelo apelo estético. Mas essa mesma estrutura pode conter um PET metalizado que é um filme de alta barreira e densidade óptica, enquanto a película de PE pode ser um coextrusado dessa resina com barreira de poliami-da ou álcool etileno vinílico (EVOH), possibilitando a utilização de atmosfera modificada.

Pr – Poderia dar exemplos de marcantes melhorias hoje consolidadas no Brasil em embalagens de combate, impensáveis nessa categoria de pet food há cerca de 5 anos?

Anzanello – É o caso do uso de grades de PE metalocênicos para melhora de selagem e resistência mecânica. Isto realmente resolveu problemas de selagem em máquinas semi-automáticas e linhas form fill seal (FFS), pois com uma mesma composição / formulação atendia-se a to-dos os tipos de máquinas e regulagens em diversos clientes. Em decorrência, caíram drasticamente os problemas de rompi-mento de sacos na logística, antes pouco paletizada e os sacos eram manuseados um a um, sendo submetidos a pelo menos

cinco quedas do envase ao ponto de ven-da. Outro avanço em laminados para pet food de combate, inexistente cinco anos atrás, é o emprego da coextrusão de PE/ polipropileno (PP)/PE ou PE/PEAD/PE. Hoje em dia, creio que todos os fabrican-tes de petfood migraram suas formulações de sebo bovino para óleo de frango. As estruturas coextrusadas com PP ou PEAD na camada central viabilizaram esta alteração, controlando a migração dessa gordura através da estrutura. Afinal, ao contrário do sebo, a gordura de frango

é liquida. Imagine só os sacos de pet food à base de óleo de frango viajando por oito horas em caminhões ou es-tocados em depósitos no Nordeste...

Pr – Poderia dar exemplos de avanços exclusivos em em-balagens de pet food premium capazes de entrar em breve nas linhas de combate por aqui?

Anzanello – Estruturas laminadas de PET/PE ou BOPP/PE tendem a ganhar espaço no segmento econômico, devido à pressão da oferta desses materiais e os benefícios proporcionados de barreira e brilho, superiores aos aferidos com lami-nados de PE/PE. A melhora da barreira mediante materiais biorientados é uma rota mais prática que a da coextrusão com PA, esta limitada pelo investimento no equipamento. No entanto, estruturas como BOPP/PE e PET/PET não são fá-ceis de reciclar, tal como PE/PE, ou PE/PE-PA-PE. Ainda na esfera da estrutura de laminados em vias de entrar em pet food de combate, o uso de grades de PE metalocênicos na composição é essen-cial, devido às diversas condições de equipamentos, mão de obra e logística de entrega do alimento nos pontos de venda .

Pr – Quais os aprimoramentos internacionais em laminados de pet food que podem vir para cá a curto prazo?

Anzanello – Por exemplo, foi in-troduzida aqui este ano a embalagem flat bottom com zíper tipo pocket. Sua vantagem é não reduzir a boca da em-

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ESPECIAL

exxoNMoBIl: reSINAS de eSTIMAção

No pré-marketing de sua planta norte-americana de polietileno (PE) com partida agendada para o próximo ano, a exxon Mobil tem assediado no Brasil mercados como laminados destinados a pet food para suas resinas lineares metalocênicas (PEBDLm) importadas. “As resi-nas Exceed se distinguem pela selagem e propriedades físicas e ópticas, enquanto os grades de Enable marcam pela excelência na estabilidade do balão (filme blown), rigidez e resistência”, expõe David Dunaway, gerente de desenvolvimento de mercado para PE na América Latina. Entre as sacadas mais recentes, ele pinça os polímeros

Exceed XP. “São diferenciados pelas propriedades mecânicas e processabilidade e, como todas as nossas famílias de PEBDLm, asseguram propriedades organolépticas nos altos níveis requeridos para laminados de pet food” , sintetiza Dunaway.

Dunaway: PEBDLm para aprimorar laminados de rações.

balagem ou sua abertura, pois permite que a sanfona lateral seja aberta para tamanhos até oito quilos. Embalagens acima desse limite munidas de zíper ou slider zíper ainda são um nicho de mer-cado a descoberto por aqui.A importância do zíper depende de quanto maior for o tamanho da embalagem. Afinal, depois de aberto o pacote, a pet food começa a perder as propriedades e torna-se sus-cetível ao ambiente externo e a ataques de insetos e ácaros. A chegada desse avanço é influenciada pela tendência de queda no custo do zíper, dado o aumento de fornecedores locais. A pro-pósito, o sistema de enchimento, antes semi-manual, vem sendo automatizado para sacos pré-formados que permitem agregar esse tipo de zíper. O último de-grau a vencer para esse aprimoramento deslanchar entre nós é o investimento

para adequar o parque de produção de sacos com aplicador de zíper ou comprar

equipamentos novos já equipados com esse dispositivos.•

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3 questões

Dona de marcas con-sideradas sinônimos de suas categorias de produtos no Brasil,

a exemplo de Barra e Faísca, a gr Higiene & limpeza, se-diada em Nova Iguaçu,Baixada Fluminense, é um termômetro do consumidor de um setor obrigatório no orçamento do-méstico de todas as classes. As mudan-ças forçadas pela crise e seu impacto sobre essas embalagens dominadas por polietilenos polarizam esta entrevista do gerente nacional de vendas Alexandre Ribeiro da Cruz.

Pr – Como a recessão afeta suas linhas e qual o produto carro-chefe?

ribeiro – O mix da GR é comer-cializado no Rio, Bahia, Recife, Espiríto Santo, Minas Gerais e São Paulo por meio das marcas Barra (limpeza do-méstica), BioBrilho (limpeza doméstica de alto padrão), Bica (cuidados com a roupa), Faísca (removedores), Pelouche (amaciantes) e Astra (limpeza pesada, descartáveis e acessórios). Com a reces-são e tantos outros acontecimentos, todas as linhas sofreram alguma mudança. O consumidor não tem se mantido fiel à sua marca de preferência; busca economizar cada vez mais e optar por novas marcas. Isso acaba afetando as marcas de maior custo/ benefício. É o caso de linhas de maior valor agregado, como o Removedor

Faísca e os sabões de coco Barra, este um produto nobre que ocupou o 4º lugar nível Brasil no ranking de vendas da “Revista Super Hiper”. Contudo, o cenário tem nos dado a oportunidade de mos-trar produtos de qualidade a preço acessível como os das linhas Barra e BioBrilho.

Assim, tivemos aumento de vendas nas linhas de menor custo. O carro-chefe em 2015 foi a linha de extrusados (sabões), segmento no qual temos o diferencial de produzir a matéria-prima, sebo. Ao longo deste ano temos presenciado crescimento na procura por detergentes lava louças e desinfetantes em pó. Já

hábitos do consumidor, nossas vendas no primeiro trimestre subiram 2,5% em volume e acima de 15% em receita. Ainda para este ano, trabalhamos em mudanças na performance do amaciante Pelouche. Reavaliamos o produto como um todo, inclusos embalagem, rótulo etc. Teremos novidades bem interessantes.

Pr – em média e no geral, qual o atual consumo de embalagens da empre-sa e qual a diferença em relação a cinco anos atrás? e mais: qual a participação das embalagens nos custos de produção da gr e qual a diferença em relação a essa mesma participação cinco anos atrás?

ribeiro – Em relação à primeira questão, apresento este quadro.

Gr se amolda aos efeitos da crise em produtos de limpeza

Marketing ensaboadoGR

eMBAlAgeNS 2011 2016 2011 x 2016

rígIdAS CX EMBARQUE um 180.385 249.987 27,84% FRASCOS/POTES um 2.168.456 3.456.293 37,26% 2.348.841 3.706.280 36,63%

FlexíVeIS FILMES FLEXÍVEIS Kg 9.630 6.847 - 40,64% SACOS E FILMES um 17.650 38.764 54,47% 27.280 45.611 40,19%

Gráfico baseado em consumos reais - GR

Ribeiro: embalagens rígidas ameaçam flexíveis.

podemos considerá-los nossos cam-peões de vendas de 2016; seus preços mais em conta atendem às necessida-des dos consumidores nessa situação econômica. Apesar da crise em curso e das decorrentes alterações de perfil e

Quanto à pergunta sobre a par-ticipação das embalagens nos custos de produção da GR, constatamos que, nos produtos em embalagens primárias rígidas o percentual de participação pode chegar até 75%, considerando o custo

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total das embalagens secundárias e pri-márias. Já nos produtos em embalagens primárias flexíveis, temos que avaliar os tipos em separado, da seguinte forma:Filmes Flexíveis: embalagem primária utilizada nos sabões extrusados. Pode-mos observar pelo gráfico uma queda acentuada no comparativo dos cinco anos em questão. Nesse caso, trata-se de uma mudança de perfil do consumidor. As donas de casa passaram a utilizar mais sabão em pó e líquido e reduziram o consumo dos sabões extrusados.Filmes/Sacos: embalagens primárias utilizadas principalmente nos sabões em pó. O balanço dos cinco anos indica uma trajetória crescente de consumo, mudança atribuída ao fato de o consu-midor buscar produtos com menor preço.

No geral, as embalagens flexíveis têm conquistado cada vez mais espaço nas gôndolas, substituindo as rígidas, que elevam muito o custo final do produto no ponto de venda.No mix de produtos domissanitários GR, há itens de baixo valor agregado, fazendo com que a representatividade das embala-gens sobressaia ainda mais em relação à participação das matérias primas no total do custo final do produto. Com os

investimentos que a GR vem fazendo em desenvolvimento para melhorar a performance dos produtos – o que abrange as matérias primas –, vem caindo a diferença de participação do dispêndio com a embalagem nos custos, se comparada aos últimos cinco anos. No geral, os fornecedores também têm buscado reduzir custos investindo em redução de peso das embalagens.

Pr – Produtos de limpeza doméstica são muito limitados por custos para ado-tar grandes requintes e diferenciais nas embalagens. Como a gr busca destacar suas embalagens no ponto de venda?

ribeiro – Estamos estudando mu-danças nas embalagens, dentro do possível. Possuímos embalagens bem compatíveis com o mercado atual, como a do Lava Roupas Líquido Coco e sabões extrusados e água sanitária. Contamos com o suporte de excelente equipe de merchandising para nossos produtos fi-carem bem expostos. Também utilizamos recursos de PDV como wobbler, faixa de gôndola etc. Nossos promotores também são muito eficientes nas negociações de pontos extras, o que deixa os produtos com maior destaque dentro dos super-mercados. •

Domissanitários da GR: equilíbrio delicado entre valor agregado e poder aquisitivo.

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3 questões

De janeiro a junho, o número de falências requeridas cresceu 8,9% sobre a quanti-

dade aferida na primeira metade de 2015 e, à entrada do semestre atual, mais de um terço das má-quinas e instalações industriais de toda a ordem se mantinha parado. Com DNA de vendedor, Edwin Wachter, dirigente da Wachter Kom-merz, entrevê nesta conjuntura nublada bom tempo para começar a introdução no país do desumidificador de moldes DMS de sua representada alemã Blue- Air Systems. Afinal, esta é a hora de o trans-formador cuidar mais da manutenção das máquinas e da compressão dos custos, justo as belezas do DMS que Wachter põe na mesa nesta entrevista.

Pr – Como dimensiona a economia energética do dMS?

Wachter – Desumidificadores de moldes operam por condensação e com peneira molecular, processo tecnológico denominado dessecante. Entre 2014 e este ano, a Blue-Air cotejou o desempenho de seu equipamento, adepto do sistema de condensação sem água, com os de cinco de seus principais concorrentes munidos de peneira molecular. Os ensaios transcorreram em ambiente de produção e englobaram tópicos como potência do ventilador e unidade de refrigeração ou a eletricidade consumida na capacidade de resfriamento. Ao final, constatou-se que o

sistema de peneira molecular requeria 43,6 kw; o de conden-sação com água, 24,6 kw e, por fim, o modelo dSM, apenas 9,1 kW. Cabe destacar nessa performance o microprocessa-dor PWM. O DMS trabalha em closed loop (circuito fechado) e quando o ponto de orvalho chega a 4ºC, o PWM regula a

potência do compressor e assim reduz o consumo de energia.

Pr – o Brasil está no segundo ano de recessão, crédito restrito, indústrias sem caixa e câmbio inibidor para impor-tações. Para complicar, o dMS é onerado por alíquota de 14% de importação por ter concorrentes locais. Como sensibilizar compradores nesse cenário?

Wachter – Com a tecnologia sem água, o cliente não precisa de chiller. Por causa disso, mostra um comparativo em euros da Blue-Air, o investimento no DMS resulta 39% inferior ao requerido por um desumidificador dependente de peneira molecular. Além do mais, apenas com a já mencionada diferença no consumo de energia os gastos com impostos de impor-tação se pagam em pouco tempo. Quanto à transação em si, a Blue-Air pode facilitar no contrato as condições de pagamento da máquina.

Pr – Além da economia energética, quais os principais diferenciais do desu-midificador dMS perante os concorrentes montados aqui?

Wachter – O DMS trabalha pratica-mente feito uma geladeira, com manu-tenção facilitada e barata. Exige apenas a limpeza semanal de um filtro de ar de

Se fosse fácil, não teria graçaPensar fora do quadrado é apostar em tecnologia de ponta numa hora dessas

WACHTER

DMS: aumento da vida útil de moldes.

Wachter: processo dispensa uso de chiller.

bolsa e, quando ele quebrar, o substituto pode ser adquirido no mercado nacional. Outros pontos altos da tecnologia da Blue--Air envolvem a ausência de gás CFC no processo, geração de termoformados sem marcas superficiais de água e produção sem condensação no molde sob tempe-ratura ideal de refrigeração de água. Aliás, uma análise da Blue-Air sustenta que cada redução de 1ºC na temperatura da água de refrigeração do molde aumenta em 2% a produtividade. •

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ponto de vistaJOSé RICARDO RORIz COELHO

Em setembro de 2015, durante o já tradicional seminário “Competiti-vidade: o Futuro Perfil da Trans-formação Brasileira de Plásticos”

fizemos um debate sobre como a indústria 4.0 ou manufatura avançada promoveria um salto de produtividade na atividade fabril mundial. Na ocasião, concluímos que a atenção a essas tecnologias de digitalização do processo de manufatura e serviços atre-lados seria determinante para manutenção dos empreendimentos e competitividade da indústria de transformados plásticos nos próximos anos.

Um ano depois, já vemos uma série de aplicações práticas apontando como o uso de tecnologias pode revolucionar a produti-vidade das empresas do plástico. Podemos citar sensores de controle do processo por peso e som que definem o peso do molde e ajustam a temperatura, a quantidade de água, o resfriamento, a precisão do parafuso e a força da garra dos robôs. Como se isso não bastasse, eles programam a manutenção do molde caso sejam identificados padrões diferentes no som emitido pela ferramenta durante o processo. Tudo isso pode ser controlado por um gestor via um aplicativo no celular que pode intervir e solucionar on line problemas detectados na manufatura.

Sondagem sobre a indústria 4.0 empreendida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) distingue o setor de transformados plásticos figure entre os que mais recorrem a tecnologias digitais em processos. O levantamento também ob-

serva que o avanço da indústria 4.0 no Brasil depende de maior conhecimento por parte das empresas sobre ganhos como o de produtividade advindos de tais tecnologias, ainda utilizadas de forma incipiente por grande parte das companhias locais.

O conceito da indústria 4.0 vai além da automação e otimização de processos produtivos, pres-supondo mais interconexão de negócios entre a cadeia, a redução do tempo entre desenvolvimento de produtos e sua im-plementação no mercado. As mudanças também contemplam maior foco na análise de dados para identificar oportunidades e novos modelos de negócios. Tal expansão do conceito mostra a indústria cada vez mais demandante de serviços tecnológicos e não mais apenas de máquinas, equipamentos e insumos tradicionais.

É com essa visão, por exemplo, que a Feiplastic 2017, feira oficial do setor de transformados plásticos, vai agregar o enfoque de serviços e soluções a serem in-corporados ao processo produtivo de forma a apresentar às empresas o estado da arte nessa frente tecnológica. No momento, Es-tados Unidos e Alemanha protagonizam esse movimento estratégico. Ele está alinhado ao renascimento da manufatura para combater o desemprego e a ameaças à liderança dos dois países em P&D. A indústria 4.0 também converteu- se em prioridade para nações como Japão, Coréia do Sul, França, Reino

Unido, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Suécia e a China. Esta última, por sinal, vem aderindo ao conceito de forma agressiva, mediante ações como a compra do controle de referências alemãs em tecnologia como o Kraus-sMaffei group, adquirido pela corporação ChemChina.

Qual será a reação do Brasil à indústria 4.0? O momento é decisivo para o país se inserir nas cadeias globais de valor.Para tanto, porém, é preciso definir uma estratégia de política industrial muito clara e a revisão dos seus instrumentos. Entre eles, a redução das barreiras tarifárias para que possamos incorporar estas tecnologias na cadeia; treinamento e qualificação de mão de obra com conteúdos mais atualizados; normas que contemplem outras formas de relação capital/trabalho; incentivo à P&D e facilidades na promoção de joint ventures para desenvolvimento nacional.

Em suma, dependemos da garantia de um ambiente de negócios favorável e pre-visível. Do nosso lado, como empresários, precisamos nos apressar e deixar de lado a avaliação míope de que a indústria 4.0 é uma realidade distante daqui pela disposição de “correr o risco” do sucesso na empreitada de embarcar nessa nova era tecnológica. •

José Ricardo Roriz Coelho é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast)

Indústria 4.0 não pode ser novo 7 x 1

José Ricardo Roriz Coelho

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feiraINTERPLAST 2016

Perto de 1.000 indústrias trans-formam em torno de 1 milhão de t/a de resinas em Santa Catarina, indicadores que inserem o Estado

na linha de frente do setor plástico nacio-nal. A essas credenciais devem ser soma-dos os poderio da transformação gaúcha e paranaense para acentuar a relevância da Interplast 2016 como a vitrine do setor no Sul, status este ano agigantado pelo fato de não haver no calendário outra mostra da cadeia do plástico no país.Daí o afluxo de mais de 400 expositores ao pavilhão de 21.000 metros quadrados em Joinville, na edição do evento agendada para o período de 16 a 19 de agosto próximo. Na entrevista a seguir, a magnitude alcançada pela Inter-plast 2016 é dissecada pelo seu presidente, Albano Schmidt, também presidente do Sindicado da Indústria de Material Plástico

interplast 2016 afasta o baixo astral com tecnologia e balcão de negócios

Uma injeção de ânimo

no estado de Santa Catarina (Simpesc) e da indústria de poliestireno expansível Termotécnica.

Pr – o setor plástico brasileiro caminha para ter duas feiras de alcance nacional separadas entre si por poucos meses. Caso este quadro se confirme, quais as condições de sobrevida de feiras regionais como a Interplast?

Schmidt – No momento, temos no Brasil duas feiras importantes e consoli-dadas do setor, montadas em anos alterna-dos. A mais relevante é a Feiplastic, em São Paulo. Ao lado dela, o mercado conta com a Interplast, que atinge este ano sua nona edição. Para o futuro, devemos confirmar mais uma feira no país, acredito que na região nordeste. O setor possui também um congresso técnico no Rio Grande do Sul, evento em ascensão e em vias de ganhar

abrangência nacional. O sucesso de feiras como essas está intimamente ligado à situação econômica e ao desenvolvimento do país. Vivemos uma época difícil, na qual empresas restringem suas participações, mas reitero que, com a retomada, decerto fortaleceremos ainda mais essas exposi-ções e seminários.

Pr – No temário do Congresso de Inovação Tecnológica (Cintec Plásticos) da Interplast 2016, constam exposições de fornecedores de resinas de engenharia e injetoras importadas para peças técnicas. diante do dólar alto, restrição de crédito e queda drástica na demanda de carros e eletroeletrônicos, como avalia o mérito e receptividade a esse tipo de palestras nas circunstâncias atuais?

Schmidt – O objetivo do congresso é disseminar conhecimento, apresentar conceitos e inovações tecnológicas. Apesar das restrições econômicas, o empresa-riado não pode deixar de se atualizar em máquinas e materiais. A grade temática do CINTEC 2016 focaliza tecnologias capazes de contribuir para o aperfeiçoamento e o desenvolvimento de pessoas e empresas. Apesar do momento econômico que vivemos, não podemos deixar de fazer investimentos e de trabalhar em busca de novas oportunidades.

Pr – Por que a feira não aproveitou a ocasião para realizar um seminário sobre a conjuntura econômica e seus reflexos na transformação catarinense e nacional? São preocupações que tiram o sono de todo

Interplast: vitrine da transformação do Sul.

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industrial hoje em dia.

Schmidt – O público alvo da Interplast e do CINTEC vem em busca de novida-des, tecnologias, desenvolvimen-to de produtos e oportunidades

de negócios. Achamos que não é a esfera adequada para abordar esse debate político e econômico. Poderia nos desviar de nosso objetivo principal.

Pr – Como avalia o impacto da reces-são sobre o desempenho da transformação catarinense?

Schmidt – A recessão afetou a trans-formação local de maneira muito forte, como todas as indústrias brasileiras. Estamos passando por processo de redu-ção de quadros e da jornada de trabalho, entre outras ações, para nos adequarmos à realidade do mercado. Ainda sofreremos muita turbulência política e econômica e viveremos momentos de incerteza, mas não podemos deixar de buscar alternativas e investir em tecnologia. Para o segundo semestre, vislumbramos melhorias e é importante lembrar que, com a retomada, apenas as empresas mais preparadas voltarão a crescer.

Pr – Quais os principais diferenciais da Interplast 2016 em relação às monta-gens anteriores?

Schmidt – A Interplast é a única feira do setor plástico brasileiro em 2016. Pela primeira vez, ela conta com o patrocínio da Braskem, através do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PicPlast). A feira também alojará um evento da organizado pela Associação Brasileira da Indústria do PeT e um workshop sobre sistemas de manufatura organizado pelo SeNAI.

PArAdAS oBrIgATórIAS

AdolPHo MAyer rePreSeNTAçõeS

Balcão turbinado no varejo de mate-riais, esta representante comercial reparte sua exibição em quatro frentes básicas. Em cargas minerais, destaca o carbonato de cálcio precipitado da Lagos Química e o tipo natural calcítico da Mocal/Itaplana. Na raia dos termofixos, abre espaço para resinas de poliéster insaturado da Rei-chhold e itens como desmoldantes semi permanentes da Redelase. No front dos materiais auxiliares, despontam produtos da Chemson como estabilizantes base cál-cio zinco, modificadores de impacto para acrílicos, auxiliares de fluxo e lubrificantes. A apresentação é completada por grades de PVC da Solvay Indupa, negro de fumo da Cabot e dióxido de titânio da Cristal.

AFINKo PolíMeroS Com estacas fincadas na assistência

especializada, a empresa centra o foco do estande na divulgação de seu serviço de análise de falhas em produtos acabados. O atendimento, no caso, cabe a um conjunto de avaliações laboratoriais para identificar esses problemas generalizados em todas as vertentes da transformação de plásticos.

AMCo MeTAl BrASIlUm espectro que inclui desde moldes

e materiais de estamparia à fundição sob pressão compõe a margem de manobra das ligas base cobre Ampcoloy e as versões de bronze e alumínio Ampco.

ArKeMAA linha de poliamidas (PA) da em-

presa, importadora de materiais de alta performance, especialidades e soluções de revestimento, estará representada por Rilsan e Rilsan Fine Powder (PA 11 e PA

Schmidt: tecnologia para o setor crescer na retomada da economia.

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feirainterplast 2016

CoroNAFIxA vedete do estande é o modelo

standard de estação para tratamento corona com eletrodos segmentados. Segundo divulga a fabricante, ele foi concebido tendo em vista a maioria das aplicações em extrusoras de porte menor e médio, nas quais o material exija ajuste da faixa de tratamento corona.

CrISTAl MASTerEntre as inovações empunhadas na

feira, constam o auxiliar Viscopet, para aumentar a viscosidade de PET com baixa aplicação; um grade de polietileno linear micronizado e aditivado para expandir as camadas internas na sua rotomoldagem e, por fim, um agente antimicrobiano e outro interfacial, que atua como compatibilizante em sistemas, além de afiar a resistência mecânica dos materiais.

CroMex

Número 1 histórico em masters no Brasil, a cavaleiro de fábricas em São Paulo e na Bahia, a Cromex baixa na Interplast com um punhado de novas especialidades. A lista abre com um concentrado isento de metais pesados e engrossa com masters para BOPP brancos, com aditivos e cargas minerais, a exemplo de tipos com efeito perolado e duas versões de opaco branco, uma delas de baixa densidade.

eleTroTHerMoApta a fornecer 3.000 peças mensais

do lançamento, a empresa abre as cortinas na feira para introduzir resistências infra-vermelho em cerâmica com isolamento térmico embutido. Os elementos de aque-cimento por radiação infravermelha em cerâmica oferecem melhor performance no gradiente de aquecimento e na inércia térmica. São fabricados com porcelana lu-minosa, de alto poder de dispersão térmica via radiação infravermelha.

eNgelFormadora de opinião mundial em

injetoras, a austríaca Engel recorre a um equipamento elétrico e-mac 170/50 para arrasar na feira. Seus predicados reluzem na economia energética e automação.

Fg reSINAS BrASIlComponedora e revenda autônoma

de poliolefinas e auxiliares, a empresa acontece na feira com a exposição de uma especialidade para a produção de ráfia. Inti-tulado U-Carb UHPE 200, o material consta de um composto à base do copolímero Vistamaxx, da ExxonMobil, com carbonato de cálcio. Outras aterações no balcão em Joinville: o composto U-Carb laminação, por laminação /coating de substratos como ráfia, e U-Carb UP 400, a ser empregado na injeção de polipropileno e polietileno.

FIBerMAQEspecialista na fabricação de equi-

pamentos para moldagem de compósitos e poliuretano, além de máquinas para a aplicação de adesivos, a empresa reservou para a mostra a apresentação da Gelcoa-teadeira Evolution. Acionada na aplicação de gelcoat, o equipamento combina de-sempenho superior com mínima emissão de partículas na atmosfera. No embalo, a empresa divulga a conquista da certificação

11 em pó, respectivamente), Orgasol (PA 12, 6 e 6.12 em pó), Hiprolon (PA 6.10, 6.12, 10.10 e 10.12), Rilsamid (PA 12) e Platamid (copoliamidas para hot melt) e Orgalloy (ligas de PA). A área de polí-meros fluorados comparece com Kynar, PVDF que, segundo a empresa, possui a estabilidade de um fluorpolímero para resistir às intempéries e a ação química e ultravioleta com a flexibilidade de uma poliolefina.

BATTeNFeld-CINCINNATICom atuação diferenciada na área

de soluções customizadas em extrusão, evidencia na feira linha de fabricação de tubos, com diâmetros de até 2.6 m em PO e 1.6 m em PVC, além de extrusoras de chapas para termoformagem.

CArBoMIlReferência nacional em carbonato de

cálcio, a empresa reparte sua vitrine na feira entre esta carga mineral e o lançamento do aditivo dessecante Microfluid, de alta pureza e reatividade. Micronizado e re-vestido, o auxiliar é acenado para masters, compostos, borrachas e plastisóis. Entre os predicados de Microfluid, sobressaem a redução do gasto energético e de variação de amperagem, menor absorção de óleo e a eliminação de falhas como manchas, escamas, micas e “olhos de peixe”.

ColorFIx A componedora paranaense dispara

na feira uma metralhadora giratória de novidades. A paleta de masters ganha as tonalidades rosa pastel e azul “calmo”, além de efeitos metálicos rosa e dourado e alumínio. Pelo flanco dos aditivos, formam na linha de frente o selante Selofix, o agente de purga Purgfix, o agente nucleante Pro-cessfix HP (alta performnce) e pó auxiliar de processo Processfix.

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feirainterplast 2016

construção e recuperação de conjuntos de cilindros e roscas para extrusoras, injetoras e sopradoras, a indústria mecânica expõe sua tradicional linha para extrusão, além de peças de injeção e sopro.

MAINArdFabricante de medidores de es-

pessura, durômetros shore e balanças de gramatura, a empresa enfatiza na Interplast o modelo M-73151DG-Rolete Superior, com leitura milesimal (0,001) e curso de 12,5 mm. Produzido com arco de 30 mm, em alumínio fundido estabili-zado, o equipamento digital exibe roletes formados por rolamentos blindados que asseguram o deslizamento suave do filme com precisão.

MAQPláSSupridora de máquinas de corte e

solda e valvuladeiras para embalagens flexíveis (ráfia e pouch), a empresa exibe o conjunto CSTR 690, de corte e solda trapezoidal; e MP 1100SW D, também de corte e solda 1100 mm e pista dupla, com diversos opcionais. A unidade trapezoidal é computadorizada, opera 240 embala-gens por minuto e pode ser acionada na confecção de estruturas de solda lateral para sacos de flores e hortaliças com formato de trapézio ou cônico em filmes de polietileno de alta e baixa densidade (PEAD/PEBD) ou de polipropileno (PP), com ou sem impressão. Já a linha MP, também computadorizada, utiliza ser-vomotor para posicionamento do filme, podendo ser SW quando para solda lateral e/ou SB quando para solda lateral, fundo e beira lateral.

MoTAN-ColorTroNICEspecialista em linhas de periféricos

para a transformação a empresa enfeita sua vitrine na Interplast com itens como

sistemas gravimétricos, alimentadores para pós, sistemas de separação de ferrosos e não ferrosos e desumidificaores.

Nord WeSTA transformadora apresenta na feira

o seu primeiro produto próprio: a Smart Box. Além de desmontável, a caixa plástica é articulável e indicada para aplicações industriais e domésticas. Suporta 30 quilos e seu sistema inteligente de empilhamento ocupa toda a área útil de um palete padrão.

NoVA A3

Com nome feito no ramo de luvas, bulas e embalagens plásticas flexíveis, a indústria carioca exibe a linha Safety One 500, de embalagens descartáveis com 500 unidades e acenada aos ramos cosmético, farmacêutico e industrial.

PAVAN zANeTTIReferência em tecnologia de sopro,

a Pavan Zanetti leva para essa edição da feira três equipamentos. Direcionada a resinas termoplásticas por extrusão con-tínua, a sopradora BMT 5,6D/H opera com capacidade para soprar peças de 50ml até 5 litros, possui mais cavidades por mol-de, bombas duplas para alta pressão no fechamento e velocidade de fechamento controlada por válvula proporcional, re-sultando em soldagem perfeita. A empresa apresenta também a sopradora Petimatic 3C/ 2L, para pré-formas PET, com ca-pacidade para frascos de até 2 litros e produtividade de até 4 mil frascos por hora de 500 ml. O show fecha com uma injetora HXF recomendada para artefatos como brinquedos, conexões, utilidades domésticas e produtos de parede fina.

PIoVANEspecializada em linhas auxiliares

para processamento de plásticos, a em-

NR-12 para a linha de injetoras de resina termofixa RTM Evolution. Trata-se de uma norma trabalhista em prol da segurança dos operadores, determinando o enclau-suramento de eventuais zonas de perigo, como frestas e passagens.

FreeWAl Capacitada a recuperar 300 toneladas

mensais de plásticos, a recicladora com-parece com seu arsenal de materiais de engenharia pós-industrial, entre os quais se destacam variantes de ABS (Acrilonitrila Butadieno Estireno), PC (Policarbonato), PMMA (Polimetilmetacrilato), POM (Po-lióxido de Metileno), PBT (Polibutileno Tereftalato) e SAN (Estireno Acrilonitrila).

HerMANN UlTrASSoMReferência em solda por ultrassom

para peças injetadas, a empresa insere em primeira mão a Ultracell 800 HiQ Vario 4800 (20kHz, potência do gerador de ultrassom 4800 Watt), com controle touch screen de 8,4”. Além de incluir língua por-tuguesa, entre outras, o modelo é capaz de monitorar o processo de solda, através de visualização gráfica e tabela de parâmetros das peças soldadas.

HgrO foco da empresa são extrusoras

blow, mono e multicamadas. A novidade na feira é uma linha Combat S45, com tecnologia canal mesclador de fluxo. Exibe cabeçote bi-fluxo, com baixa pressão e tro-ca rápida de material e anel de resfriamento dual lip. A máquina é munida de rosca 45 mm, apta a atingir 90 KG/h e trabalha com PEAD, PEBD, PEBDL e materiais reciclados.

lgMTFornecedora de máquinas e peri-

féricos para extrusão, com atuação na

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presa comparece com novidade na área de alimentação e transporte de grãos. Expoente da nova geração de alimenta-dores sem filtro, com design exclusivo e patenteado, o Pureflo elimina a neces-sidade de manutenção padrão do funil alimentador (limpeza do filtro) e melhora a capacidade de transporte de todo o sistema, sendo ideal para instalação em locais de difícil acesso. Outro destaque da

marca no segmento de alimentadores para resinas em pó são os equipamentos da FG Series, ideais para compostos de PVC. A companhia também enfatiza a Aquatech, operação estabelecida no ano passado e focada no setor de refrigeração industrial. Além da apresentação da linha Slim, de chillers de alta eficiência energética, com capacidade de refrigeração até 49.900 kcal/h e gás refrigerante eco-compatível R410a, a nova empresa mostra DigitempL, termochiller para oferecer redução de ciclos da injetora ou sopradora, com até duas saídas independentes e temperaturas de 6°a 90°C.

PIrAMIdAlCom menu especializado em todos

os tipos de resinas termoplásticas, de

commodities a plásticos de engenharia, a distribuidora enfatiza junto com todo o porfólio de serviços e produtos a apre-sentação de projetos sociais, culturais, ambientais e de apoio à cadeia do plásti-co, distribuindo também conhecimento e conscientização.

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feirainterplast 2016

PlASTIBráSNa ativa desde 1995, a transforma-

dora de Joinville iniciou atividades aten-dendo clientes que buscavam terceirizar operações de moldagem por injeção.Hoje conta com injetoras de 35 a 450 toneladas e que permitem fornecer artefatos de até 1,9 quilo de massa, a exemplo das peças técnicas expostas

PlASTMAQFabricante de máquinas de corte e

solda para a produção de embalagens como sacos valvulados, de fundo redondo e sacolas do tipo boutique, a indústria aciona em seu estande uma linha sacoleira, modelo SAC-800 compacta, com pista dupla, torre sanfonada, alinhador de bobina e NR 12 com nível 4. A empresa também exibe uma máquina de corte e solda, mo-delo CS 800, com cabeçote solda fundo, cabeçote PE, cabeçote fundo redondo e NR 12 com nível 4.

QUIMPIlAutoridade em produtos químicos

para fins industriais, a exemplo de verni-zes para acabamento em madeira e tintas especiais para plástico e metais, a indústria de Piracicaba (SP) leva para a Interplast sua linha de produtos base e top térmicos e cura UV para diversos substratos, sem necessidade de pré-tratamento.

roMIMaior fabricante de máquinas bá-

sicas para transformação de plásticos do país, a empresa sediada em Santa Bárbara do Oeste (SP) vai exibir seu poderio em dis pontos na fgeira. Em seu estande, ela expõe a a sopradora por extrusão con-tínua P 5 L, para gerar frascos de até 5 litros, e a injetora EN 220, equipada com sistema de acionamento stop and go, que propicia baixo consumo de energia,

maior velocidade nos movimentos e alta precisão ao processo de injeção. Por seu turno, os visitantes também poderão conferir no estande do Senai os predica-dos da automatizada e compacta injetora elétrica Romi EL 75, recomendada pela alta velocidade, precisão e redução do nível de ruído.

roNe MoINHoSA metalúrgica especializada em

tecnologia de moinhos granuladores, transporte pneumático, misturadores e peneiras vibratórias, entre outros perifé-ricos, apresenta em primeira mão a linha de moinhos com sistema de segurança aprimorado. Desenvolvidos para elevar ainda mais a segurança para o operador e o mecânico das máquinas, eles atendem todas as normas vigentes, inclusa a NR-12.

SANToroIndústria de máquinas de corte e

solda para fabricação de sacos plásticos, a empresa introduz o modelo CS-600L, equipada com servomotor, CLP LG/LS, fotocélula, desbobinador pneumático na balança superior e desbobinador com mo-torredutor, além de motofreio no cabeçote e mesa empilhadora. Segundo a fabricante, a linha opera produção de 500 sacos até 100mm por minuto.

SeSoTeCCom fama no reduto de soluções

para linhas PET, resíduos sólidos, plásti-cos mistos e sucata de metal, a fabricante de separadores ópticos para operações de reciclagem leva para a feira o sistema de classificação Varisort. Pode ser con-figurado individualmente de acordo com a aplicação, com quatro comprimentos de correia de transporte, entre 1m e 2,8m (1024mm, 1536 mm, 1920mm, 2816mm), e duas larguras (4,5m e 6m), com velocidade configurável, através do novo software SesoDesk, combinado com a tecnologia Octa-core, permitindo uma resolução maior e mais complexa de processamento de imagem.

SoFTer BrASIl A componedora especializada em

elastômeros termoplásticos apresenta em primeira mão a linha Litepol de plásticos de engenharia. Acenado para componetes automotivos leves, trata--se de um composto poliolefínico com microesferas de vidro ocas, material de enchimento inovador desenvolvido pela 3M. O composto exibe densidade inferior a um quinto em comparação a outros agentes de enchimento minerais. Tem as características mecânicas de um polipropileno carregado com talco, mas pesando cerca de 30% menos,

TAlAMACAgente de especialidades para a

indústria plástica, a empresa leva à Inter-plast uma versão de carbonato de cálcio tratado e ultrafino, para aplicação em mas-terbatches. O produto permite aumento de 30% de produção na extrusora e elevação de 20% no nível de carga.

TeCNoPerFIlCom especialização na extrusão de

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perfilados plásticos, especialmente PVC, a transformadora oferece uma série de itens de variadas dimensões e complexi-dade. Além de desenvolver forros, portas sanfonadas, perfis ténicos e de acaba-mento para cerâmica e outros tipos de pisos e revestimentos, atua no segmento de cantoneiras, bate-macas e protetores de parede. No estande, ela expõe etiquetas eletrônicas e perfis para hidroponia.

ToAleTFornecedora de sacos descartáveis

para coleta, a empresa exibe em seu es-paço o Toalet Descartável. Trata-se de um produto patenteado para higiene pessoal, desenvolvido para alívio imediato das ne-cessidades fisiológicas de urina e vômito com higiene e comodidade. O produto apresenta bocal anatômico e maleável, funcionando como um banheiro portátil. Possui abertura e fechamento através de zíper e exibe capacidade de 600ml.

VISoCom nome feito em quadros técni-

cos e escolares, a empresa se especializou

em linhas para gerenciamento e controle visuais, expositores e acessórios. Além de quadros brancos, verdes, editais e es-peciais (controle da ISO – Lean, Kanban, FiFo, TPM, Kaisen, 5S, CIPA e gestão à vista), fornece placas de sinalização, peças acrílicas e cavaletes. Neo estande, destaque para a linha de quadros de con-trole do processo de trabalho, produzida com escaninhos injetados para papel formato A4.

WorTex

A empresa leva para a feira a linha Challenger Recycler, três versões dos moinhos da marca, uma seleção de roscas e cilindros (monos e duplos) bimetálicos e nitretados para máquinas de injeção, sopro e extrusão e uma mostra dos projetos especiais de roscas e cilin-dros (mono e dupla). Acionada em grande variedade de resíduos de filmes lisos, impressos e metalizados, as reciclado-ras utilizam sistemas de alimentação forçada, que permitem o processamento do material sem a necessidade de agluti-nação. Os modelos WMS600, WMS900 e WMS1200O da linha de moinhos exibem 600mm, 900mm e 1200mm de compri-mento dos rotores, respectivamente. Com rotores de corte em V, com facas rotativas e fixas ajustadas fora do moinho através de dispositivo de alinhamento, evitam-se ajustes dentro da unidade. Já as roscas e cilindros, executados em equipamen-tos de alta precisão, com diâmetros de 25mm a 400mm e comprimentos de até 8.000mm, exibem aços com tratamentos especiais, adequados à matéria-prima processada. •

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mercado

Um produto fabricado por um tra-balhador nos EUA requer quatro se manufaturado no Brasil. É a maior diferença atingida nesse

comparativo de produtividade desde os anos 50, atesta levantamento coassinado pelo Conference Board e FgV. À parte os tumores velhos de guerra do Custo Brasil, a distância também tem a ver com a freada nas compras de equipamentos, em especial nos últimos tempos. “A qualificação da mão de obra não é suficiente se a empresa não investe em máquinas modernas”, declarou a respeito desse atraso brasileiro Rafael Cagnin, economista do Instituto de estudos para o desenvolvimento Industrial (Iedi).

Em português castiço, o nome desse recuo é desindustrialização, processo sen-tido na carne pela transformação brasileira de plástico. A notícia da idade avançada do seu parque fabril já virou clichê. “Nos últimos 10 anos, transformadores das Américas Central e do Sul têm investido bastante em máquinas europeias, em especial alemãs, caso de extrusoras para embalagens flexíveis, agrofilmes e aplica-ções de barreira. Infelizmente, o Brasil, o mais importante mercado latino-americano, hoje está atrás desse estado da arte notado em países fronteiriços. São poucos os clientes no Brasil investindo em tecnologia internacional. As perguntas, no caso, são as seguintes: a indústria do Brasil também será competitiva fora do seu mercado interno? Está interessada em ser competitiva ou lhe basta o mercado doméstico ? O que acon-teceria se barreiras à importação brasileira de máquinas deixarem de existir?” Essas incógnitas são levantadas por um formador de opinião no plástico mundial: Ulrich

Andamos para trásMáqUINAS

Reifenhäuser, chairman do setor de máquinas para plástico e borracha da VdMA, associação alemã da indústria de máquinas, a mais poderosa do mundo. No arremate, ele integra a cúpula da reifenhäuser, cânone mundial das extrusoras, e preside o conselho de expositores da feira alemã K’ 2016.

A organização Mundial do Comércio lista o Brasil entre os países de maior grau de protecionismo. Reifenhäuser considera o mercado brasileiro aberto, mas poderia turbinar seu conhecimento tecnológico e o aproveitamento sustentável de resinas na transformação (redução de aparas e gasto de energia, p.ex) se retirasse as barreiras aos equipamentos importados. “Competição significa, principalmente, performance melhor e, num ambiente de concorrência, os fabricantes brasileiros de máquinas para plástico seriam forçados a produzir equipamentos competitivos”, pondera o dirigente. “O Brasil tem a opor-tunidade de obrigar sua indústria de máqui-nas para plásticos a ser um global player e não apenas um fornecedor de alcance local ou regional; por isso a competição é necessária”.

Reifenhäuser fala em nome de todos os tipos de maquinário alemão para plásti-co, mas evidencia sentir-se mais à vontade ao recorrer às extrusoras como referência, dado o elo de sua empresa com elas. “Ex-trusoras alemãs têm sido entregues a quase todos os países latino-americanos e o único com altas tarifas de importação (14% para produtos com similares locais) é o Brasil”, constata. “Fica claro, portanto, que algo foi

entendido pela América Latina, exceto pelo Brasil. Em decorrên-cia, o restante dos países latino--americanos têm conseguido para a importação ultramar de embalagens flexíveis, em razão da competitiva tecnologia de produção que hoje dispõem”.

A VDMA traduz em núme-ros a trajetória da busca de atua-lização por transformadores do

Brasil. Em 2005, as exportações para cá de máquinario alemão para plástico e borracha somaram 77 milhões de euros, montante elevado a 107 milhões de euros em 2015. “Não é possível confrontar as duas cifras sem considerar o desenvolvimento do mercado no transcorrer desses 10 últimos anos”, ressalta Reifenhäuser. Conforme explica, as remessas ao Brasil subiram com força após 2005, em especial de 2011 a 2013, quando bateram no pico de 163 mi-lhões de euros. “Em 2014, as exportações caíram de forma dramática a 79 milhões de euros, reagindo para 107 milhões no ano seguinte”, ele expõe. “Lamentavelmente, esse movimento positivo estancou no primeiro quadrimestre de 2016, quando os resultados das vendas ao Brasil recuaram 64% perante o saldo das exportações de janeiro a abril de 2015”. A recessão, óbvio, assina grande parte da queda.

Apesar dos pesares, Reifenhäuser mantém um voto de confiança. “Como a indústria brasileira se esforça para tornar-se globalmente competitiva no setor automotivo e outros campos de aplicação de plásticos, são boas no país as perspectivas para equipa-mentos alemães de alto nível a médio e longo prazo”. Otimismo é sempre bem-vindo. •

Reifenhäuser: Brasil defasado perante a América Latina.

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