À-toa na vida - martha medeiros
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À toa na vida
Tudo é mais fácil quando
a gente não se sente
responsável por ninguém,
quando levamos a vida na
flauta, curtindo o momento,
em total carpe diem.
Uma conhecida minha é
assim, passou a vida sem
levar nada a sério, sem
assumir coisa alguma,
só reverenciando o
próprio prazer.
Aí teve câncer.
Este seu temperamento
desencanado ajudou-a
a passar pela crise.
Ela encarou o câncer
como uma chateação,
como se fosse uma
dor de dente,
não fez drama,
sofreu com muito
comedimento.
Por outro lado, agora curada,
ela segue no oba-oba,
não aprendeu nada,
não amadureceu,
não está dando maior
valor à vida, continua
naquele clima easy going
Tirou lição nenhuma.
Existem pessoas
que passam batido
por tudo,
sem esquentar com
nada.
E existem pessoas
extremamente
sensíveis que a tudo
dão atenção,
que se envolvem
profundamente com
o que lhes acontece,
seja uma doença,
seja uma paixão.
No fundo, elas desejariam
ser menos compenetradas,
mais leves, porém, quando
tentam, metem os pés pelas
mãos, fazem besteira.
Por quê?
Porque é muito difícil mudar
nossa própria natureza.
É preciso aceitá-la e
respeitá-la.
E tentar ser feliz
do jeito que se é.
Muitas vezes dizemos
“eu queria ser mais solta” ou
“eu queria ser mais maluco”,
pois tudo isso sugere uma
certa modernidade,
ao contrário da introspecção,
do conservadorismo e de
outros comportamentos que
se desenvolvem mais para
dentro do que para fora.
Moderno é liberar.
Careta é reter.
E é tanta pressão para
sermos menos
claustrofóbicos com nossa
própria vida que acabamos
nos confundindo e
não raro inventando um
personagem que nada
tem a ver com a gente.
Ou se é naturalmente
easy going, ou seja,
alguém que se deixa levar pela
vida, ou se faz parte do time dos
conectados com as ansiedades,
desejos e traumas.
Eu sou assim, ligada na tomada.
Sempre querendo encontrar
uma razão pra tudo.
Pessoas como eu sofrem mais.
Se decepcionam mais.
Por outro lado, crescemos.
evoluímos. Amadurecemos.
Nada é estático em nossas vidas.
Nada é à toa.
Tudo ganha uma compreensão,
tudo é degrau, tudo eleva.
É ótimo ser relax, mas é
preciso ter vocação.
Não tendo, melhor
aceitar que somos
estressadinhos
por natureza.
Mas há suas
compensações.
AUTORIA: Martha Medeiros
FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
MÚSICA: Sunrise
Execução: James Last
(Repasse com os deviidos créditos)
BLOGs de MIMA BADAN:
www.mimabadan.blogspot.com
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