junho 2019 - supera

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JUNHO 2019 REALIZAÇÃO: PATROCÍNIO:

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ÍNDICE

Editorial …………………………………………………….…………………………..

A Liga Ventures ………………………………..….…………………………....

Metodologia …………………………………………….………………………....

Entrevistados ………………………………………….….............................

EdTechs - Introdução ………………………….…….…………………...

Entrevista - Andrea Mansano [EF] ……………..……………

Categorias …………………………………………………..……………………….

Mapa de Startups …………………………………….………………………..

Lista de Startups …………………………………...………………………….

Espaço Inovativa Brasil …………….……………..……………………..

Demographics …………………………………………………………………....

Entrevista - Mário Vieira [Ambev] …………………………….….

Os desafios para a transformação digital

da Educação no Brasil …………………………………………………...

Fronteiras para o acesso digital ….…………………………..

O Letramento Digital ….……………………………………..………..

Transformação Cultural ……………………………………………..

Entrevista - Alexandre Garcia [CEL.LEP] ………………..

Educação Inclusiva …………………………………………….………….

A tecnologia e o combate aos problemas

de aprendizagem ………………………………………………………....

A inclusão de alunos com deficiência por

meio da tecnologia ……………………………………………….…...

Plataformas de Suporte ao Aprendizado

e a Democratização do Ensino …………………………………..

Next-Gen Education ……………………..…………………………………..

Realidade Virtual e Gamificação .…………………………..

Learning Analytics e o Ensino Adaptativo …………...

Inteligência Artificial ..………………………………………………...

Entrevista - José Securato [Saint Paul] ……………………..

Referências …………………………………………..….…………………………..

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EDITORIAL

As startups aparecem muitas vezes com soluções que ajudam o mercado em questões relacionadas à eficiência, custos, potencialização de receitas e na criação de novos negócios e mercados. No caso da Educação, além de todos esses componentes, as EdTechs brasileiras vêm se mostrando como importantes catalisadores de respostas para suprir as deficiências do nosso cenário educacional.

Dentre os diversos segmentos estudados pelo Liga Insights, talvez, o cenário da Educação no Brasil seja aquele com maiores entraves e menos integrado em termos de desenvolvimento tecnológico, quando comparado

Raphael Augusto, Head do Liga Insights

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comparado com os demais setores analisados até aqui. Tal contexto pode ser explicado, por exemplo, pela complexidade do tema, influência direta do poder público e da concentração tecnológica nos grandes grupos privados de educação.

Todos estes fatores apontam os principais desafios para o fortalecimento da frente empreendedora no setor. Negociar com os governos não é nem de perto fácil e simples, assim como procurar parcerias de impacto, com foco em escala, em um mercado concentrado, é algo quase impossível, sobretudo em tempos de amadurecimento dos conceitos de Inovação Aberta.

Por outro lado, as saídas tecnológicas já vêm se mostrando “acima e a frente” destes desafios, apresentando soluções que se alinham diretamente às grandes oportunidades no mercado de educação. Como exemplo, podemos citar o acesso à internet facilitado por meios alternativos que acabam levando a informação para comunidades remotas e desassistidas antes mesmos que os parrudos planos de desenvolvimentos públicos os façam. O mesmo vemos em cenários relacionados à capacitação dos profissionais da educação, alternativas de financiamento dos estudos, novas formações de mercado e a educação inclusiva, este último representando claramente o tamanho do impacto possibilitado pela velocidade e escalabilidade das startups.

Uma das principais reflexões que queremos trazer com esse Liga Insights EdTechs diz respeito ao impacto de uma integração articulada entre empreendedorismo, tecnologia e educação (em todas suas esferas de atuação, administração e comando) pode ter diante da sociedade brasileira. Usando um termo comum do mundo de startups, causar a disrupção na educação no Brasil não envolve apenas explorar novos negócios, mas também transformar o ambiente empreendedor, os valores de competitividade e dignidade dos brasileiros por meio de um ensino moderno, inclusivo e acessível.

Esperamos que o debate e as referências oferecidos neste estudo, possam ser aproveitados para que mais iniciativas inovadoras no contexto da educação sejam iniciadas e, consequentemente, vejamos as EdTechs como parceiras protagonistas na transformação do ensino do país.

O impacto na educação do Brasil pela tecnologia

Por meio de programas de aceleração em diferentes verticais de mercado, eventos e inteligência setorial, a Liga Ventures é a primeira aceleradora do Brasil totalmente focada em conectar startups e grandes corporações, gerando inovação e oportunidades de negócios para ambos os lados.

Mais de 30 grandes corporações já estão com a Liga Ventures, fazendo da inovação aberta uma realidade, entre elas, a Unilever, Porto Seguro (Oxigênio Aceleradora), AES Brasil, EMBRAER, Cisco, Intel, TIVIT, Mercedes-Benz, Eaton, Cummins, Sascar, Ticket Log, Repom, Webmotors, Brink’s, GPA, Edenred, BNDES, entre outras.

Por que conectar empresas com startups?

Já são mais de 150 startups aceleradas e mais de 300 projetos gerados entre elas e as corporações parceiras, reforçando as possibilidades de inovações conjuntas, codesenvolvimentos, cocriações, parcerias e investimentos. Assim, as startups conseguem maior alcance no mercado, mais recursos e aumentam sua rede de contatos. Do outro lado, as corporações inovam mais rápido, acessam novas tecnologias e se aproximam da cultura empreendedora das startups.

Quer conhecer mais sobre como se conectar com startups em seu mercado?

[email protected]

A Aceleradorae o Liga Insights

EMPRESASInovar mais rápido e barato

Testar novos mercadosNovos modelos de negócio

Atrair talentosCultura intraempreendedora

STARTUPSOportunidades de negócios

Canais de distribuiçãoNetworking

Marca e CredibilidadeCrescimento sustentável

12.213Base total de

startups

297EdTechs

O estudo tem como objetivo compreender como o setor de Educação está inovando e de que forma as startups que apresentam soluções para esse mercado estão sendo desenvolvidas e aplicadas no Brasil. Após entendimento do mercado e dos temas que envolvem a área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma elas podem impactar os processos e o atual cenário do segmento. Aqui foram considerados relatórios, estudos e informações de fontes como, CB Insights, IstoÉ Dinheiro, BBC, EXAME, O Globo, Forbes, Porvir, Época Negócios, O Estado de S. Paulo, G1, Diário do Comércio, DCI, Agência Brasil, EdTech Review, SEBRAE, McKinsey, ABI Reseach, Valor Econômico, Revista PEGN, MarketandMarkets, INEP, IDC e outros.

Para entendermos melhor o cenário e importância das inovações do segmento de Educação, tanto no mercado brasileiro quanto internacionalmente, entrevistamos mais de 30 empreendedores, profissionais e pesquisadores da área. Entre outras questões, buscamos entender como eles interpretam as startups que apresentam soluções e produtos para o setor, as oportunidades geradas, de que forma estão afetando a área e os principais desafios para o futuro.

O estudo analisou 12.213 startups brasileiras e, dessas, 297 foram consideradas para a construção do landscape presente neste estudo. Para a seleção das startups, utilizamos como critério incluir aquelas que estão ativas, apresentando algum tipo de solução, serviço e/ou produto relacionados às áreas das seguintes categorias: Analytics no ensino e aprendizagem; Crowdfunding, Financiamento, Bolsas e outras transações financeiras; Curadoria Eletrônica de Conteúdos; Educação Inclusiva; Ferramentas para a Educação e Produtividade; Gamificação; Gestão da Comunicação (escolas, professores, pais e alunos); Gestão Educacional; Idiomas; Marketplaces de Aulas e Professores; Novas Habilidades; Novas propostas de ensino; Plataforma de Livros e Produção de Conteúdos; Plataformas de Ensino; Plataformas para EAD, LMS, Curso e Treinamentos; Realidade Virtual e Aumentada; Treinamento e Melhoria de Habilidades; Vocacional.

O mapeamento das startups foi realizado a partir de diversas fontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures, a plataforma DisruptBox, recomendações, notícias em portais de negócios, bases abertas e busca ativa de startups. Por se tratar de um mercado com mudanças constantes, este estudo é dinâmico e terá atualizações periódicas para contemplar esses movimentos e expor novas startups que não apareceram nesta versão.

Adriano NovaesProprietário e Diretor

Geral da ESAMC

Alexandre GarciaCEO do CEL.LEP

Ana Cecilia OñativiaDiretora Pedagógica da Trilha Educação

Especial

Ana Paula Romero Manzalli

Cofundadora da Sincroniza Educação

Andrea MansanoVice-Presidente

LATAM da EF Education First

Andrea SantosGerente de Projetos da CESAR

School

Bernardo de PáduaCEO da Quero Educação

Bruno MendonçaDiretor de Marketing da

Edools

César MartinsCofundador e Diretor de

Tecnologia da Happy Code

Daniel CardosoDiretor Geral do Grupo Impacta e responsável

pelos treinamentos Online ao Vivo da

Impacta Certificação e Treinamentos

Danilo PariseCEO do Ludos Pro

Fabrício BarthLíder Técnico da IBM e

Professor da ESPM

Flávio Marques AzevedoProfessor e Coordenador do

curso de TECH na ESPM

Gabriela DiuanaGerente de Transformação

Digital na Kroton

Iana ChanFundadora da PrograMaria

Jânyo DinizDiretor-Presidente do

Grupo Ser Educacional

Joaldo DinizDiretor Executivo e Líder de

Transformação Digital do Grupo Ser Educacional

João LealCEO da Árvore de Livros

José SecuratoCEO da Saint Paul

Escola de Negócios

Leandro da CunhaCofundador da Signa

Levi GuimarãesDiretor Acadêmico no Instituto Superior de

Ensino LeaNorte

Liliane GarcezGerente de Projetos do

Instituto Rodrigo Mendes

Maira HabimoradDiretora Acadêmica e de

Inovação da Adtalem

Marcelo LopesDiretor de Tecnologia

Educacional da Foreducation

Marcelo MichelliSócio-Diretor da VOA

Educação

Maria Elizabeth Almeida

Doutora em Educação

Pedro FilizzolaDiretor de Marketing

da Samba Tech

Rafael ÁvilaDiretor de Inovação do

Grupo Ânima Educação

Rômulo AbdallaCEO da mLearn Educação

Móvel

Roseli MorenoDiretora Educacional do

Colégio Objetivo-Maringá

Thiago Arantes Gerente de Marketing

da Digital House

Tiago MesquitaGerente Geral da

Ironhack

Tite ZobaranSócia-Diretora de Produto da

Tamboro

Qual a força do ecossistema de EdTechs no Brasil? A resposta para essa pergunta envolve, antes de mais nada, uma análise mais ampla e global do cenário das startups de educação. Em 2017, por exemplo, os investimentos no mercado de EdTechs atingiram um recorde histórico de US$ 9,52 bilhões, de acordo com informações da Metaari, consultoria de marketing, divulgadas pela Forbes. De acordo com a análise, mais de 800 EdTechs receberam investimentos em 2017 - o que gerou um aumento expressivo de 30% de aportes em relação a 2016.

Outros dados interessantes deste mercado englobam alguns fatos importantes para entendermos os rumos da tecnologia no âmbito educacional. Primeiramente, vale notar que, nos Estados Unidos, as EdTechs que mais captaram recursos em 2016 atuam com educação corporativa (aproximadamente US$ 593 milhões); por sua vez, somente levando em conta o mercado de aplicativos educacionais, em 2016, temos um ecossistema avaliado em mais de US$ 2,5 bilhões; finalmente, o cenário de EdTechs cresce também em outros mercados robustos. Na China, por exemplo, as EdTechs devem se expandir, em média, 20% nos próximos anos, tendo atraído mais de US$ 1 bilhão em investimentos, pela primeira vez, em 2017. Todos estes dados foram compilados aqui.

Não é à toa, pois, que as tecnologias direcionadas para a educação devem atrair, até 2020, investimentos na casa de US$ 252 bilhões, conforme projeção da EdtechXGlobal. Segundo o estudo, o crescimento médio no período deve ser de 17%, denotando um movimento global de distribuição e fortalecimento de soluções inovadoras especificamente voltadas para os processos de ensino e aprendizagem.

Com todo esse contexto de crescimento, como posicionar o Brasil no cenário global de startups de educação?

A princípio, é possível apontar que o ambiente educacional brasileiro também atrai os ventos da inovação. Um levantamento da Associação Brasileira de Startups, realizado em parceria com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), por exemplo, apontou que o segmento de educação lidera, em quantidade, o número de startups do país.

Todavia, ao observarmos o cenário macro, percebemos que o posicionamento do país ainda é discreto quando pensamos no aaaa

2017,

30% 2016

2020,

17%

mercado global das startups de educação. Em um estudo da Navitas Ventures que analisou 20 cidades e seus respectivos ecossistemas de EdTechs, São Paulo aparece em 18º em relação ao número de startups - a frente apenas de Cape Town na África do Sul e Kuala Lumpur na Malásia.

Como veremos ao longo deste estudo, para que o Brasil possa vencer este cenário e explorar todo o seu potencial tecnológico, será necessário, inicialmente, resolvermos problemas estruturais ainda básicos, inclusive no próprio contexto educacional.

"Existem ainda alguns grandes gargalos para uma maior difusão tecnológica, como o distanciamento entre a escola e a universidade. Ainda que os pesquisadores trabalhem junto com a escola, é muito difícil compatibilizar o tempo da escola com o tempo da universidade e com o tempo da política. Além disso, resultados em educação demoram para ser observados. Quando mal se começa um novo projeto ou programa, os governos querem respostas positivas, um imediatismo. E não há resultados rápidos nesse sentido. Outro entrave é a própria dimensão do país: nós temos mais de 180 mil escolas públicas no Brasil, então a universalização de qualquer programa é complexa. Logo, políticas centralizadas vêm se mostrando inadequadas, afinal de contas, cada escola tem uma realidade. Neste sentido, a descentralização é algo fundamental", explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Doutora em Educação: Currículo e Professora da PUC-SP.

Um exemplo desta problemática pode ser visto na própria difusão da internet. Enquanto na União Europeia, por exemplo, 99,9% das casas já conta, desde 2017, com internet banda larga e a região já discute os implementos necessários para a harmonização da internet 5G, no Brasil, por sua vez, mais de um terço dos domicílios não têm acesso à internet - essa porcentagem chega a 70% em domicílios das classes D e E, o que, além de tudo, evidencia um grave problema de desigualdade e falta de inclusão digital.

No plano da infraestrutura para a internet 5G, vale salientar que as principais operadoras de telefonia do país já adiantaram que esta tecnologia só estará disponível no Brasil após 2021, o que indica que só teremos acesso ao 5G quando o restante do mundo já estiver com esta tecnologia à disposição para explorar as possibilidades de uma internet mais veloz e eficiente.

Em se tratando de produção de inovação de um modo mais geral, também temos que evoluir consideravelmente para atingirmos um nível de competitividade tecnológica de primeiro mundo. Apesar de termos subido cinco posições no ranking mundial de inovação da Universidade de Cornel, ainda ocupamos a modesta posição 64º, atrás de outros países latinos como Costa Rica, México e Chile.

Por outro lado, as políticas públicas voltadas para a inovação - que, em tese, deveriam ser fortalecidas para uma maior expansão da tecnologia no Brasil, - viram uma desanimadora queda dentre os anos de 2013 e 2017. Segundo dados da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), os investimentos no período, advindos do Governo Federal e específicos para engenharia e desenvolvimento tecnológico, caíram de de 5 bilhões (2013) para pouco mais de 1 bilhão (em 2017).

No Brasil

desigualdade e a falta de inclusão digital no país

na Europa, acesso à internet

"Eu vejo o Brasil como um país com uma necessidade de investimentos em infraestrutura muito grande. Sem investimentos em infraestrutura tecnológica, não é possível escalar e tornar mais acessíveis os recursos tecnológicos para as escolas e para a população de um modo mais amplo. Precisamos, pois, de investimentos em tecnologia para que o país seja visto, não só como uma nação que exporta pesquisadores, mas que consiga desenvolver inovações internamente. O Brasil tem bons pesquisadores, mas falta investimento para mantê-los no Brasil e criarmos um ecossistema de inovação tecnológica robusto", comenta Flavio Marques Azevedo, Professor e Coordenador do Curso de Tech da ESPM.

Neste sentido, com tantos desafios estruturais para serem superados, inclusive no universo da educação, como pensar nas soluções digitais voltadas para os processos de ensino e aprendizagem no Brasil? Para Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, uma união de forças que leve em consideração os contextos educacionais de cada escola pode ser uma rota capaz de trazer frutos positivos. "Eu acho que parcerias entre escolas, empresas, pesquisadores e governo são fundamentais. A escola não vai conseguir fazer esse trabalho sozinha. Por outro lado, a participação da empresa não pode vir como algo pronto para a escola implantar. A inovação não é uma tecnologia, um procedimento ou uma técnica nova em si, mas sim, aquilo que é criado dentro de determinadas condições e de um certo contexto. Então, se queremos inovação por meio de novas tecnologias, precisamos dar à escola a oportunidade de desenvolver o seu próprio projeto de inovação. Então, o trabalho com a empresa é bem-vindo quando ela também está disposta a aprender, para poder ajudar a encontrar soluções adequadas dentro de cada contexto educacional", explica a professora da PUC-SP, acrescentando que as empresas podem trazer uma mentalidade de logística e gestão que, em muitos casos, escapa dos acadêmicos e gestores escolares.

Para explicar a importância do entendimento do contexto de cada escola, Maria Elizabeth comentou a atuação de um de seus grupos de pesquisa na PUC-SP, a Rede de Pesquisa Colaborativa Universidade Escola, que desenvolve núcleos de estudo em escolas com pesquisadores voluntários, sempre partindo da compreensão do ambiente educacional daquela instituição.

Para o professor da ESPM, Flavio Marques, por sua vez, uma das soluções para uma maior difusão da inovação no ambiente educacional brasileiro envolve uma visão mais colaborativa na aplicação de novas tecnologias.

"Uma boa estratégia para que tenhamos mais inovação no ambiente educacional brasileiro se dá por meio do compartilhamento de tecnologias, deste modo, podemos auxiliar, inclusive, escolas que não contam com uma infraestrutura digital mais robusta. Afinal de contas, em muitos casos, o entrave para a inserção de tecnologia nas escolas públicas, por exemplo, é financeiro. Para tanto, precisamos vencer questões que envolvem desde a estrutura burocrática das escolas até questões governamentais", diz Flavio, acrescentando que a boa notícia é que, em maior ou menor escala, as principais instituições de ensino já estão se movimentando para ter um braço tecnológico em face da transformação digital.

O ainda é

Na ESPM, a criação do curso de TECH responde a essa demanda por transformação digital. O curso, lançado no segundo semestre de 2014, já conta com duas turmas formadas e, segundo o professor Flavio, oferece uma sólida formação técnica, aliada a disciplinas de marketing, finanças e empreendedorismo.

O fato é que, como veremos ao longo deste estudo, mesmo com uma série de entraves e com um ambiente que nem sempre favorece a produção tecnológica, ainda assim temos inúmeros exemplos que demonstram, primeiramente, o potencial criativo do empreendedor brasileiro e que respondem, por conseguinte, a algumas das principais demandas e especificidades de nosso ecossistema educacional.

E que demandas são essas? Primeiramente, foi possível identificar a necessidade de um maior acesso à tecnologia - tanto do ponto de vista geográfico, quanto socioeconômico. Seguindo esta lógica, o país ainda precisa trabalhar, de modo expansivo, a difusão das chamadas novas habilidades ou soft skills que serão cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho do futuro.

Há, por fim, uma forte necessidade de transformação cultural, tanto no que tange a uma maior abertura das escolas para a tecnologia e na promoção de investimentos para a formação de professores mais aptos a lidar com inovação, quanto no que diz respeito a uma mudança cultural que privilegie uma maior diversidade no ecossistema de tecnologia nacional.

Dentro desse contexto, a boa notícia é que o Brasil já conta com muitas iniciativas no meio das EdTechs que, definitivamente, tem contribuído para uma maior acessibilidade da população brasileira junto à tecnologia - seja por meio de plataformas de suporte ao aprendizado que já atingem as mais diversas geografias nacionais ou mesmo pela oferta de conteúdo relevante para uma conscientização das escolas quanto aos desafios da transformação digital.

Temos também soluções que favorecem a inclusão de alunos com deficiência, minorias e populações economicamente desfavorecidas, contribuindo assim para uma profunda mudança cultural do ambiente educacional brasileiro.

Há, ainda, uma série de escolas se fortalecendo no Brasil que contribuem para o letramento digital de crianças, jovens e adultos, além de auxiliarem na resolução de questões ainda mais estruturais, como a promoção da leitura e a superação de problemas básicos de aprendizagem, como a interpretação de textos ou o raciocínio matemático.

Todas estas iniciativas foram analisadas, com rigor, ao longo deste Liga Insights, que ainda abordou algumas das principais tendências tecnológicas que devem movimentar o mercado de educação no Brasil ao longo dos próximos anos e transformar a forma como enxergamos, atualmente, os processos de ensino e aprendizagem.

ENTRE_VISTAComo a tecnologia pode contribuir para transformações no ensino e aprendizagem?Nós acreditamos que as novas tecnologias vieram para facilitar o processo de aprendizado, na medida em que elas potencializam o acesso à educação. A EF Education First, por exemplo, foi a primeira a usar um ambiente virtual para dar aulas de idiomas, já no ano de 1998. Nós acreditamos também no protagonismo dos estudantes, e a tecnologia acelera e fortalece este movimento de autonomia na educação.

Levando em consideração os processos de globalização e digitalização, o que os estudantes devem buscar para se prepararem melhor?As inovações disruptivas acontecem o tempo todo, de modo cada vez mais veloz e em todos os segmentos. Neste sentido, precisamos entender que há um conjunto de habilidades que serão extremamente necessárias neste novo contexto. É o caso da capacidade de resolução de conflitos; de se trabalhar em times multiculturais - cenário este favorecido pela globalização. É fundamental também ter empatia, habilidades de comunicação para defender seus projetos e dialogar. Em outras palavras: precisamos, sim, desenvolver skills técnicas, mas não podemos abrir mãos das habilidades socioemocionais. O que a EF tem feito para fortalecer a inovação?Há uma série de iniciativas que podemos citar ao longo dos últimos anos. Em 2004, por exemplo, inserimos as aulas em vídeo no contexto de nossos cursos; em 2011, foi a vez dos aplicativos, já incentivando a tendência do mobile learning; em 2013, começamos a trabalhar com o ensino adaptativo por meio de algoritmos, permitindo que os estudantes construíssem suas próprias jornadas de aprendizado; em 2014, lançamos o EFSET, primeiro teste padronizado e gratuito de inglês no mundo. Por fim, em 2017, os alunos ganharam a possibilidade de realizar aulas direto do celular com professores nativos, sempre com a proposta de aaaa

uma experiência imersiva. Atualmente, estamos usando a tecnologia de realidade aumentada para ajudar os profissionais a aprender o vocabulário das coisas que estão ao seu redor, assim como objetos gerados em 3D, diretamente do smartphone. Além disso, em breve lançaremos um novo e revolucionário chatbot, que é um aplicativo de aprendizado de idiomas orientado por conversas baseado em IA.

Como funciona o modelo de Teste Adaptável, utilizado pela EF em seu Standard English Test?O EFSET (EF Standard English Test) tem como objetivo avaliar, de forma rápida, as habilidades passivas do estudante. O teste segue um padrão adaptativo por meio de Inteligência Artificial, está de acordo com o Marco Comum Europeu e é o primeiro passo para qualquer aluno dentro de nossa escola. Muitas empresas e universidades também utilizam o EFSET nos processos de seleção e admissão. Quando existe a necessidade de avaliar as habilidades de conversação dos profissionais, o EFSET Speaking conta com a revisão de professores nativos.

Quando pensamos em inovação e tecnologia, como o Brasil e LATAM estão em comparação com outros países de atuação da EF?Pela nossa experiência, temos visto o Brasil assumir uma posição de protagonismo na região. Há países, por exemplo, em que ainda se discute muito a diferença entre o aprendizado virtual versus presencial. No Brasil, essa questão cultural já é menor, pois as empresas estão cada vez mais abertas para o aprendizado virtual. Do ponto de vista estrutural, no entanto, ainda há muitos desafios para acelerar a transformação digital.

Andrea Mansano, Vice-Presidente LATAM da EF Education First

Após pesquisarmos as áreas de soluções no setor, o próximo passo na confecção do material foi buscar e fazer a curadoria das startups brasileiras que estão oferecendo algum tipo de solução para a área, resolvendo problemas, facilitando processos ou inovando entregas. Para isso, agrupamos as 297 startups encontradas em 18 categorias explicadas a seguir:

As 18 áreas de soluções

Crowdfunding, Financiamento, Bolsas e outras transações financeirasStartups que trazem soluções aplicadas ao lado financeiro da educação como a busca de bolsas, financiamentos e outros formatos.

Curadoria Eletrônica de ConteúdosSoluções e plataformas que são responsáveis por selecionar e produzir conteúdos segmentados para o aprendizado e/ou treinamento de interessados nos temas.

Ferramentas para a Educação e ProdutividadePlataformas capazes de atuar de forma pontual em atividades relacionadas à educação e nas rotinas de estudo.

Analytics no ensino e aprendizagemStartups com soluções para acompanhamento e monitoramento de aprendizagem de maneira individualizada dos alunos, dando capacidade para tomadas de ações específicas no ensino.

Educação InclusivaConjunto de startups que desenvolvem soluções capazes de auxiliar na frente de inclusão no ensino, usando a tecnologia para abrir frentes e na aplicação das adaptações necessárias.

Gestão da Comunicação (escolas, professores, pais e alunos)Ferramentas que auxiliam na comunicação entre escolas, professores, alunos e pais, em suas diversas aplicações, dentro e fora da sala de aula.

Gestão EducacionalPlataformas e soluções que auxiliam na gestão e digitalização dos processos de escolas e outros grupos relacionados à educação.

GamificaçãoStartups que apresentam soluções para suportar o desenvolvimento do ensino baseado em jogos e gamificação.

Plataformas de EnsinoPlataformas que atuam com soluções que integram o desenvolvimento pedagógico com as ações em sala de aula, trazendo mobilidade e a digitalização dos processos de ensino.

Plataformas para EAD, LMS, Curso e TreinamentosPlataformas de LMS, transmissão, ferramentas e/ou aplicativos que permitem a operação e novas formas de aprendizado, treinamentos, ensino à distância e educação contínua.

Novas HabilidadesStartups atuam no ensino de novas habilidades de mercado, para a atualização e formação profissional, além do desenvolvimento pessoal em novos conceitos.

Realidade Virtual e Aumentada Startups que oferecem serviços e soluções em torno do conceito de Realidade Virtual e Realidade Aumentada para aplicações na educação.

Treinamento e Melhoria de HabilidadesSoluções que oferecem atuam na identificação e desenvolvimento de habilidades, microlearning e no desenvolvimento pessoal e profissional de maneira direcionada.

Plataformas de Livros e Produção de ConteúdosStartups que trabalham com soluções para a produção de conteúdos educacionais, além de startups que atuam em torno dos livros e novos formatos de leitura.

Novas propostas de ensinoSoluções que criam novos formatos de ensino e aprendizagem, alterando os modelos convencionais da educação, buscando se adaptar aos alunos e na eficiência na absorção.

VocacionalGrupo de startups formado por soluções que tratam questões relacionadas à identificação e orientação vocacional ao longo da jornada de aprendizagem.

IdiomasStartups que atuam direta e indiretamente com o ensino de idiomas, aplicando novos formatos de aprendizagem e/ou usando de tecnologias para ampliar suas atuações.

Marketplaces de Aulas e ProfessoresPlataformas que conectam professores, conteúdos e alunos, ampliando as possibilidades de interação e opções de contato entre quem quer ensinar e aprender.

Querfalar de inovação na sua empresa?

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PATROCÍNIO:REALIZAÇÃO:

297 STARTUPSLANDSCAPE

Curadoria Eletrônica de Conteúdos | 35 empresas

Gamificação | 15 empresas Gestão da Comunicação (escolas, professores, pais e alunos) | 13 empresas

Idiomas | 15 empresas Plataforma de Livros e Produção de Conteúdos | 14 empresas

Marketplaces de Aulas e Professores | 13 empresas Novas Habilidades | 24 empresas Novas propostas de ensino | 24 empresas

Gestão Educacional | 35 empresas

Treinamento e Melhoria de Habilidades | 22 empresas

Ferramentas para a Educação e Produtividade20 empresas

Analytics no ensino e aprendizagem10 empresas Educação Inclusiva | 11 empresas

Plataformas para EAD, LMS, Curso e Treinamentos | 15 empresas

Plataformas de Ensino9 empresas Vocacional | 4 empresas

Crowdfunding, Financiamento, Bolsas e outras Transações Financeiras8 empresas

Realidade Virtual e Aumentada10 empresas

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Desenrolado desenrolado.com

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Samba Tech sambatech.com

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Sílabe silabe.com.br

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Orb www.orbestudios.com

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A educação tradicional, com alunos sentados anotando o que o professor diz ou escreve na lousa, está perdendo espaço no Brasil. No seu lugar, surgiram métodos de ensino inovadores e tecnológicos, coerentes com o mundo cada vez mais digital em que vivemos.

Essa tendência favoreceu o surgimento das EdTechs, startups que unem tecnologia e educação, para instituir formas de ensino mais atrativas aos estudantes. Com o auxílio de aplicativos, cursos online, realidade virtual, inteligência artificial, gamificação e outras ferramentas, elas auxiliam os alunos a reter mais conteúdo em menos tempo.

Porém, como as necessidades das pessoas que procuram por uma instituição de ensino mudaram, novas áreas surgiram para preencher esses gaps do mercado. Para estimular essas empresas a se desenvolverem e aprimorarem suas habilidades, o InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, entre 2016 e 2018, acelerou 56 startups da área de educação. Neste mesmo período, quatro EdTechs foram escolhidas como destaques por suas ideias inusitadas: Voopyn.com, ambiente virtual de desenvolvimento e identificação de talentos universitários; Enem Game, jogo multiplayer online de perguntas e respostas; Redação Online, primeira plataforma de correções de redação do Brasil; e BRG Vocacional, que auxilia instituições de ensino superior na captação de alunos por meio de uma plataforma online de orientação profissional.

> Educação Básica: Como a nova geração de estudantes está habituada às novas tecnologias, levá-las para a sala de aula pode ajudar os professores na transmissão do conteúdo. De olho nessa tendência, a Inteceleri Tecnologia Para Educação desenvolveu a plataforma Matematicando, composta por atividades neurolinguísticas, cromopedagógicas e gamificação, para que o aluno aprenda a matemática de forma mais rápida. > Ensino Superior: Um grande problema encontrado no Brasil é a evasão do ensino superior. Para ajudar as instituições de ensino na retenção de alunos, a Innervision oferece uma base tecnológica especializada em inteligência artificial para que as universidades analisem o perfil do aluno e mapeiem quais estudantes têm mais chance de evadir. > Educação a Distância: Destinada às pessoas que não têm tempo, facilidade de ir até uma instituição de ensino ou querem pagar menos, o EaD contempla todas as formas de ensino online, como vídeos transmitidos ao vivo por meio da plataforma da Samba Tech, startup mineira líder na distribuição de vídeos online na América Latina.> Ensino de Idiomas: Saber mais de um idioma vem sendo um pré-requisito para a maioria dos empregos. Para ajudar a desenvolver essa habilidade ainda na primeira infância, o Kidsa, único aplicativo no Brasil que fornece curso de inglês completo voltado para a Geração Alpha (nascidos a partir de 2010). O conteúdo é produzido por educadores, professores de línguas e profissionais especializados no entretenimento infantil.> Educação Corporativa: Um exemplo de startup que oferece esse tipo de serviço é a Qranio. A plataforma mobile cria programas de treinamentos personalizados para cada colaborador com estilo de vida estilo de vida “on the go” utilizando microlearning e gamificação para estimular os usuários com conteúdo educacional.> Gestão Escolar: Ao contrário do que muitos pensam, ser uma EdTech não significa que ela atue diretamente no aprendizado. Ela também pode desenvolver soluções para a gestão escolar, como é o caso da Agenda Edu, a maior plataforma escolar do Brasil, que tem por premissa aproximar e facilitar a comunicação entre escolas, alunos e seus responsáveis.> Cursos Livres: A Drone Kids School, por exemplo, oferece um curso de pilotagem de drones. Sua metodologia foi construída para desafiar o aluno a aprender e aplicar o conteúdo e as habilidades com projetos reais. Sua estrutura incentiva o estudante a trabalhar em equipe e desenvolver suas habilidades de liderança.

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UNINDO ENSINO INOVADOR E NOVAS TECNOLOGIAS, EDTECHS GANHAM MERCADO DE EDUCAÇÃO

Por Cidade e Estado

Foram mapeadas

startups em 59 cidades

em 23 estados

diferentes

SP (49%)

RJ (14%)

MG (9%)

SC (6%)

PR (5%)

São Paulo (36%)

Rio de Janeiro (12%)

Belo Horizonte (7%)

Campinas, Curitiba e Florianópolis (4%)

Ribeirão Preto (3%)

Por Categoria

Por Ano de Fundação

Como a educação corporativa pode contribuir com a formação de profissionais mais bem preparados para lidar com os desafios do mercado de trabalho do futuro? A educação corporativa é o método que adotamos para disseminação desse conhecimento para acelerar a transformação digital dentro da Ambev. Não temos uma receita única para encararmos esse desafio, mas temos iniciativas que estão acontecendo em paralelo, seja por imersão total em método ágil, por meio de treinamentos semanais para equipes técnicas, plataforma de ensino online de analytics ou eventos descontraídos como Tech Talks, Coding dojo e Meetups. Nossa visão é que o mercado de trabalho no futuro está baseado em análise de dados, tomada de decisão rápida e plataformas digitais para funções mais operacionais. Com base nisso, temos que focar nessa transição, e levar o mesmo time que hoje passa 80% do tempo gerando base de dados para 80% em análise de resultados.

Na visão da Ambev, quais serão as habilidades essenciais que serão exigidas dentro do ambiente de negócios nacional?

Segundo Bernardo Novick (ex-VP Client Services / atual Head ZX) o futuro da Ambev será guiado por líderes que dominam e tem paixão pelo nosso negócio (cerveja), mas que conheçam muito de tecnologia. Esse tipo de mentalidade está se tornando cada vez mais presente em nossa empresa, mostrando que o nosso ambiente de negócios exigirá ambas áreas de conhecimento. As maiores habilidades estarão em conectar esses dois mundos e tirar o melhor resultado de cada.

Que entraves precisam ser superados para que as grandes corporações adotem um modelo de difusão de conhecimento e promoção de novos skills dentro dos seus espaços de trabalho?

O principal entrave está na mentalidade de nunca errar, sempre gerar lucros e resultados rápidos. aaaaaaaa

Mário Vieira, Analytics Manager – Supply Chain & Capabilities na Ambev

Para inovar, temos que errar, experimentar e aprender. A difusão do conhecimento é encarada em grandes corporações como algo subjetivo, principalmente quando se tratam de novas skills. O limiar de aceitar um resultado ruim e aprender com os erros, é muito pequeno. Com base em nossa cultura, nunca estamos satisfeitos, mas temos agora que entender que para aprender coisas novas, existe uma curva de entregas que nem sempre é veloz. Após superarmos essa mentalidade, o novo se torna algo bom!

Como a tecnologia pode contribuir para a aceleração e para o escalonamento dos processos de aprendizagem dentro das empresas e com os seus parceiros externos?

Atualmente o melhor engajamento é baseado em deixar o usuário escolher a melhor forma de aprender. Pensando em escala, treinamentos online e reportes sobre tecnologia (pílulas de conhecimento) alcançam mais pessoas de forma geral, totalmente dependente de tecnologia. Porém, quando precisarmos de processos de aprendizagem personalizados, videoconferências e gamification são ótimos métodos para manter todos conectados, porém com materiais específicos. Por último, acreditamos muito que plataformas de comunicação podem revolucionar os métodos tradicionais de aprendizagem, com chatbots utilizando inteligência artificial para um ensino fluido e mais natural possível.

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Os desafios para a transformação digital da Educação no Brasil

Que o movimento da transformação digital já é uma realidade em diversos segmentos, não há maiores dúvidas. O que varia, naturalmente, é o grau de profundidade desta busca pela digitalização. De acordo com o estudo State of Digital Business Transformation, do IDG, que analisou diferentes mercados, 89% das empresas entrevistadas informaram que já adotaram ou pretendem adotar uma estratégia de transformação digital.

Todavia, segundo o mesmo estudo, somente 44% das organizações que participaram da pesquisa já deram um início, efetivo, no processo de digitalização das suas operações, o que significa dizer, consequentemente, que a maturidade tecnológica das companhias varia conforme o nicho em que estão inseridas. Dentro deste contexto, qual o grau de informatização e difusão da tecnologia em um ecossistema complexo como o de educação?

Para responder a essa pergunta precisamos, antes de tudo, entender os desafios para a transformação digital deste ambiente que conta tanto com uma robusta iniciativa privada formada por grandes e pequenos grupos educacionais atuando nos mais diversos nichos (ensino básico, superior, cursos técnicos, livres e de idiomas), quanto com um ensino público disponibilizado nas esferas federal, estadual e municipal. Cada um destes universos, por sua vez, apresenta diferentes particularidades e obstáculos a serem superados.

Dentro deste espectro de desafios, destacamos neste estudo - a partir da análise de uma série de informações e da conversa com diversos especialistas do mercado -, os eixos da acessibilidade, do letramento digital e da promoção das novas habilidades exigidas pelo mercado em face dos movimentos de digitalização.

Além disso, há obstáculos a serem vencidos para a transformação cultural de alunos, professores e da própria sociedade, sobretudo para uma maior inserção da tecnologia no ambiente educacional brasileiro, bem como, envolvendo uma expansão da diversidade no mercado digital.

No eixo da acessibilidade, por exemplo, abordamos a complexidade, os obstáculos e as iniciativas em prol da democratização da internet e do acesso às novas tecnologias, sobretudo levando em conta as regiões do país afastadas dos grandes centros urbanos. Dentro dessa mesma discussão, analisamos os principais desafios para a transformação digital das aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

já adotaram ou pretendem adotar uma

estratégia de transformação digital

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escolas do país, com especial destaque para o sistema público de ensino. Por fim, discutimos ainda o papel das EdTechs nessa busca pela democratização digital.

Por sua vez, em relação ao letramento digital, levamos em conta tanto a necessidade de formação, atualização e imersão do corpo docente nacional nas novas tecnologias direcionadas para fins pedagógicos, quanto o interesse e a necessidade de formação de estudantes preparados para as peculiaridades de um mercado que se transforma de modo dinâmico, no ritmo incessante da inovação que move diferentes mercados, inclusive o de educação.

Finalmente, ao abordarmos a urgência pela transformação cultural do país em prol dos processos de digitalização, identificamos, em um primeiro plano, dificuldades organizacionais das escolas do país para uma maior inserção tecnológica - desafios estes que são, aliás, compartilhados com outros segmento de mercado.

Em seguida, tratamos da necessidade da inclusão de minorias no mercado digital para que uma transformação cultural possa ocorrer, de fato, amplamente e democraticamente. Para tanto, analisamos uma série de dados sobre a participação de minorias no ecossistema de tecnologia, destacando ainda o papel das escolas neste movimento de transformação.

Todos os eixos deste primeiro segmento do nosso estudo busca evidenciar os desafios de um ambiente educacional que, em muitos aspectos, ainda está imerso em metodologias e culturas tradicionais de ensino. Já neste primeiro momento, por fim, refletimos sobre iniciativas e tecnologias que podem contribuir para resolução de problemáticas específicas de nosso universo de educação.

dos domicílios brasileirosnão conta com nenhuma

forma de acesso à internet

não conectados à internet

Fronteiras para o acesso digital

Em um país de dimensões continentais como é o Brasil, refletir sobre a questão da acessibilidade às novas tecnologias é um ponto essencial quando pensamos nos processos de digitalização do ensino.

Antes de mais nada, basta levarmos em conta, por exemplo, que cerca de 39% dos domicílios do país ainda não conta com nenhuma forma de acesso à internet, segundo pesquisa do CGI - Comitê Gestor da Internet, de julho do ano passado. Ao todo, aproximadamente 27 milhões de residências ainda não possuem conexão com a web e, embora este número esteja caindo ao longo dos anos, o fato é que ainda temos uma grande porcentagem da população que vive às margens dos movimentos de transformação digital.

De acordo com o IBGE, esta margem de cidadãos não-digitalizados é ainda mais significativa nas regiões Norte e Nordeste, que contam, respectivamente, com 45,7% e 47,7% de indivíduos não conectados à internet, conforme levantamento divulgado no início de 2018.

No contexto das escolas públicas, o problema é igualmente complexo. Para além de obstáculos ainda mais básicos, que envolvem desde a falta de saneamento básico até a ausência de energia ou água corrente, apenas 46,8% dos colégios públicos do país dispõem de laboratórios de informática, ao passo que 34,4% não possuem acesso à internet e em 46,5% não há conexão via Banda Larga. Os números são do Censo Escolar de 2017, divulgado pelo MEC em janeiro do ano passado.

Algumas iniciativas governamentais vêm sendo realizadas nos últimos anos para reverter a falta de digitalização nas escolas. Dentre elas, vale a pena citar que, em maio de 2017, o Governo Federal lançou, a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), primeiro satélite inteiramente operado pelo Brasil voltado para a democratização de tecnologias digitais. Com investimentos de quase R$ 3 bilhões, o equipamento visa possibilitar o acesso à conexão em banda larga em todas as regiões do país.

brasileiros não possuem laboratórios de informática

não possui conexão via banda larga

E em deleshá acesso à internet de

forma alguma

Este é um passo importante, mas, segundo especialistas, o país ainda precisará evoluir muito para que possamos considerar nosso sistema educacional digitalmente conectado. A mestra em Desenvolvimento Educacional pela Universidade de Columbia e Cofundadora da Sincroniza Educação, Ana Paula Romero Manzalli, aponta que, além da questão internet, a própria qualidade e quantidade de computadores e dispositivos tecnológicos dificulta o processo de transformação digital das escolas brasileiras.

A falta de preparo dos professores para lidar com tecnologias com finalidade pedagógica, bem como o modelo de ensino ainda calcado na ideia de que o professor é o detentor do conhecimento e os alunos receptores passivos do conteúdo de aulas expositivas - com poucas oportunidades de produção e colaboração -, também são entraves a serem superados para uma maior abertura do ensino público para a inovação e, consequentemente, para a construção de uma mentalidade disruptiva entre os alunos.

A própria aproximação das EdTechs junto às instituições públicas de ensino, que poderia contribuir para uma aceleração dos processos tecnológicos nas escolas, torna-se um desafio, tendo em vista a estrutura burocrática de compras no sistema público brasileiro. "As EdTechs têm dificuldade de vender seus produtos e serviços para as secretarias de educação, por conta do tipo de objeto e do processo burocrático, e as secretarias, por sua vez, têm dificuldade em mapear e entender quais tecnologias poderiam auxiliá-las de forma mais assertiva", comenta Ana Paula.

Um dos propósitos da Sincroniza Educação, empresa de serviços que auxilia secretarias de educação e organizações a implementarem produtos que necessitem de gestão de projetos e formação de professores em escala, é, justamente, quebrar as barreiras entre o ensino público e as startups de educação, afinal de contas, conforme reforça Ana Paula, a maior parte das EdTechs ainda atua de modo exclusivo nas escolas particulares, justamente por dificuldades de como as expostas anteriormente de inserção no ensino público.

"A Sincroniza Educação tem como principal frente de atuação, hoje, a implementação de tecnologias educacionais em escolas. Não desenvolvemos as tecnologias - somos contratadas para auxiliar EdTechs e redes de ensino a implementar plataformas educacionais com qualidade, o que envolve desde a formação de professores e gestores, até o acompanhamento de dados relacionados ao uso da tecnologia. Nosso trabalho é garantir que o uso das tecnologias educacionais faça sentido no contexto escolar e passe a fazer parte da sua rotina, de forma que sejam uma ferramenta efetiva de aprendizagem", conclui a Cofundadora da Sincroniza Educação.

Uma das frentes da transformação digital na educação que poderia, ao mesmo tempo, se beneficiar dos avanços na infraestrutura digital das escolas do país e contribuir para um maior acesso de diferentes geografias a diferentes modalidades de aprendizagem são as plataformas de ensino a distância. Bruno Mendonça, CMO da Edools - startup que oferece uma plataforma de EAD e serviços de gestão e produção de conteúdo digital - acredita que uma das formas de superar os desafios do sistema de ensino nacional se dá por meio do compartilhamento de conhecimento relevante, que pode mobilizar mudanças em qualquer lugar do país.

reverter a falta de digitalização nas escolas

públicas visa possibilitar o acesso à conexão em

banda larga em todas as regiões do país

"A Edools, por exemplo, oferece conteúdo de qualidade para qualquer pessoa, instituição de ensino ou empresa que busque revolucionar a forma como ensina pessoas. Hoje nós temos mais de 250 artigos publicados em nosso blog, que ajuda públicos diversos a superarem desafios nos mais variados cenários. Também temos diversos e-books lançados, infográficos, webinars, podcasts e outros formatos para incentivar e difundir cada vez mais todos os recursos e benefícios do ensino online em suas realidades", explica o CMO da startup que tem crescido em média, 60% ao ano, desde sua fundação. Dentre os clientes da empresa, destacam-se a Fundação Estudar, T2 Educação, Sebrae e o Grupo Impacta.

Bruno Mendonça reconhece, entretanto, que o acesso restrito à internet é ainda um obstáculo que precisa ser superado para que a expansão de novas tecnologias ocorra de modo mais amplo no país, e que uma união entre a iniciativa privada e o poder público é indispensável para a resolução deste cenário. "Incentivos governamentais são cruciais para uma maior disseminação do conhecimento por intermédio da tecnologia na educação brasileira", finaliza.

Sobre a questão dos incentivos governamentais, abordada pelo CMO da Edools e por outros especialistas consultados neste estudo, vale a pena citar ainda o programa GESAC (Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão), do Ministério de Ciência e Tecnologia, que atingiu a marca de 1 milhão de alunos conectados em regiões de difícil acesso do país, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil. O projeto envolve a instalação de pontos de conexão que utilizam a banda do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), citado há pouco. Até o fim do ano, o Governo Federal pretende instalar 10 mil pontos de internet banda larga. No momento, são 3,8 mil pontos instalados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste que, segundo aponta o presidente Jair Bolsonaro, são regiões prioritárias no programa.

Outro possível norte, por fim, para o rompimento das fronteiras da acessibilidade, pode se dar por meio do uso das ferramentas como os smartphones, hoje mais disponíveis, mesmo em regiões de difícil acesso ou baixa renda per capita, sendo o principal meio de acesso à internet nos domicílios brasileiros.

Falaremos dessa tendência mais a frente, além da necessidade de letramento digital e de uma ampla transformação cultural dos players do ambiente educacional brasileiro, para que alternativas como o mobile learning se fortaleçam ao longo dos próximos anos.

Com o objetivo de difundir a inovação e fortalecer uma cultura maker nas escolas, a Explorum traz uma série de soluções, desde a certificação de professores, até o desenvolvimento de ambientes criativos de aprendizagem. Já recebeu, em 2017, investimento-anjo de R$ 1,2 milhões.

Focada na oferta de cursos de inglês para comunidades carentes de São Paulo, Minas Gerais e Paraíba, a 4YOU2 conta com um projeto flexível de ensino e aulas presenciais com professores nativos. Em 2019, recebeu investimento do fundo internacional Yunus Negócios Sociais.

A indiana Vedantu oferece aulas particulares conduzidas em tempo real por professores especializados, para alunos do ensino regular e abarcando disciplinas que vão da Matemática a Ciência da Computação. Em 2018, a startup captou US$ 11 milhões em investimentos.

Fundada nos EUA em 2012, a Coursera é uma plataforma que oferece cursos livres, MBAs e programas de graduação das principais universidades e instituições do ensino do mundo, atendendo mais de 20 milhões de estudantes. Já captou mais de US$ 313 milhões.

O Letramento Digital

Outro desafio diretamente ligado ao processo de transformação do mercado consiste na necessidade de difusão de novas habilidades digitais que, de modo cada vez mais amplo, serão exigidas pelas empresas no contexto da indústria 4.0 e da expansão tecnológica nos mais diversos segmentos econômicos globais.

Como atender essa demanda pelo letramento digital dos estudantes brasileiros é um ponto que merece reflexão, sobretudo quando levamos em conta que a promoção de uma cultura digital é uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em dezembro de 2018 pelo então Ministro da Educação Rossieli Soares Silva. Diz o documento:

"Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva."

Conforme apontado por uma série de especialistas entrevistados para este estudo, entretanto, para pensarmos no letramento digital dos alunos das redes pública e privada de ensino, precisamos levar em conta, antes de tudo, a formação de um corpo nacional de docentes hábeis a lidar com tecnologias direcionadas para fins pedagógicos.

Uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação que ouviu mais de 4 mil professores da rede pública do país aponta, por exemplo, que mais de 60% dos docentes nunca realizou cursos relacionados a aplicação de tecnologias digitais no ensino ou mesmo qualquer formação geral em informática. O levantamento ainda demonstra que, superadas as barreiras de infraestrutura, a maioria dos professores está disposta a utilizar a inovação, a qual, segundo os docentes entrevistados, tem potencial para aumentar a motivação e o desempenho escolar dos estudantes.

Por sua vez, no plano discente, a maior parte dos alunos demonstra amplo interesse por ciência e tecnologia. O fato foi identificado em estudo da FINEP (Agência pública de fomento à inovação), o qual aponta que, para quase 80% dos estudantes, a disciplina de Ciências pode auxiliá-los no futuro profissional. Além disso, segundo os alunos, o estudo de Ciências é fundamental para o desenvolvimento da tecnologia no país e deveria ser incentivado pelo poder público. A pesquisa ouviu 2 mil jovens, entre 12 e 17 anos, das redes pública e privada de ensino.

Quando unimos estes fatores - interesse do corpo docente e dos alunos -, em tese, temos um ambiente aberto para a inovação no ensino do país. Neste sentido, como superar os desafios de formação dos professores para que estes agentes sejam capazes de disseminar habilidades digitais e colher os resultados de uma metodologia educacional que utiliza a tecnologia como aliada dos processos de aprendizagem?

Para Marcelo Lopes, diretor de tecnologia educacional da Consultoria Foreducation EdTech, que implementa soluções do Google For Education nas escolas e que une pesquisadores da educação, a resposta para essa equação envolve a quebra de um ciclo vicioso que atrasa a evolução das metodologias de ensino no país. "No modelo atual das escolas, os professores, de aaaaa

modo geral, repetem as fórmulas que sempre utilizaram para ensinar ao longo da vida. Nós temos que investir numa atualização da didática dos professores, levando em consideração este novo contexto de transformação digital. Hoje, precisamos pensar muito mais no desenvolvimento de habilidades e competências, do que simplesmente na exposição de conteúdo", afirma o diretor que, no entanto, faz a ressalva de que este movimento de atualização didática não ocorrerá do dia para a noite.

É preciso, pois, que as escolas, tanto da rede pública quanto do sistema privado, assumam um programa de transformação que inclua um planejamento estratégico com linhas de ações, definindo onde a instituição está e onde ela quer chegar.

Segundo Marcelo, o ecossistema de startups pode contribuir com este cenário de mudança. Para tanto, é fundamental que as empresas de tecnologia não centrem seus esforços somente na criação de soluções, mas pensem nas pessoas que irão utilizar estas ferramentas. "O foco da Foreducation é a transformação de pessoas por meio de tecnologias abertas para melhorar processos de comunicação, gestão de salas de aula, transmissão de conteúdo e aumentar a produtividade. Nosso objetivo é fazer o intermediário entre a tecnologia e as pessoas. Caso as empresas, as startups, o governo e os centros de pesquisas não construam essa ponte, não teremos resultados pedagógicos relevantes", acrescenta o educador.

Dentro deste contexto de busca pela transformação das pessoas, escolas especializadas que disseminam conhecimentos tecnológicos podem contribuir para a formação de profissionais mais bem preparados, capazes de enfrentar os desafios que já se fazem presentes no ambiente de negócios brasileiro.

A Digital House, por exemplo, oferece cursos presenciais e semipresenciais focados na promoção de soft skills e habilidades digitais como desenvolvimento web e mobile, marketing digital, data science e data analytics, além de uma formação voltada para a gestão de negócios digitais e um pacote de programas executivos. Aberta em 2018, a escola pretende formar, até o fim deste ano, mais de 2.500 profissionais digitais.

"O core da nossa escola são os cursos, mas nós temos uma série de projetos de educação para expansão de nossa proposta de transformação, capacitando empresas e pessoas a adquirirem novas habilidades. Nosso objetivo central é formar lideranças com os skills necessários para conduzir a transformação digital pela qual o mundo está passando hoje", explica Thiago Arantes, Gerente de Marketing da Digital House.

Mas como expandir o letramento digital para além dos grandes centros urbanos? Thiago reconhece que pelo fato de grande parte das startups e das empresas de tecnologia estarem sediadas em capitais como São Paulo, o acesso às habilidades digitais para os cidadãos que estão fora desses eixos é mais restrito. Apesar disso, ele acredita no potencial do empreendedorismo nacional para a reversão deste cenário. "O empreendedorismo é um caminho para a democratização das habilidades digitais. Já temos todas as ferramentas para estabelecer aaaaaaaaaa

dinâmicas de aprendizado em que a gente alcance mais e mais pessoas. Aliada a isso, temos uma população muito empreendedora. O que precisamos é ampliar e incentivar o empreendedorismo digital, ainda pouco difundido", acrescenta Thiago.

Já Tiago Mesquita, Gerente Geral da Ironhack, acredita que os cursos online e as plataformas de ensino a distância podem contribuir, de modo decisivo, para a difusão de habilidades digitais em um país de dimensões tão amplas como o Brasil. Fundada em Madrid em 2013 e com 6 meses de operação no Brasil, o objetivo da Ironhack é qualificar, em apenas 9 semanas, pessoas que têm urgência em se reinventar profissionalmente para o mercado atual em cursos de design, programação e análise de dados.

O modelo de cursos intensivos, explica Tiago, advém de uma necessidade de transformar, de modo ágil, a mentalidade da sociedade quanto aos desafios da transformação digital e da indústria 4.0. "A sociedade como um todo ainda não se ajustou a este novo cenário. O ensino é focado em memorização, não em estimular o pensamento crítico. Continuamos a apostar em licenciaturas de quatro ou mais anos para capacitar pessoas para realizar empregos que em pouco tempo não vão existir. Os exemplos são muitos, mas não são exclusivos do Brasil. O fato urgente é que há uma massa trabalhadora imensa que precisará ser requalificada no curto prazo caso o país não queira ficar para trás no cenário global", comenta Tiago.

A tendência para o futuro, comenta o Gerente da Ironhack, envolve, ainda, uma transformação cultural em larga escala. "Precisamos ter em mente que os trabalhos para toda uma vida não farão parte do novo mercado. A tendência é que tenhamos diferentes empregos em diferentes áreas e empresas. Para ter sucesso neste ambiente, cada vez mais as soft skills serão um fator diferencial - empatia, inteligência emocional e outras. Além disso, as pessoas precisam aprender a aprender, já que vão ter necessidade de o fazer de modo constante, adquirindo a capacidade de se reinventar várias vezes ao longo de uma carreira", conclui Tiago Mesquita. Abordaremos, de modo mais amplo, a importância da transformação nos próximos passos deste estudo.

A Maker Robotics é uma startup brasileira que, desde 2012, utiliza a robótica para difundir conhecimentos entre estudantes do ensino regular. Atuando em mais de 230 escolas, a EdTech já faturou R$ 2,5 milhões ao longo dos anos.

A brasileira Veduca, fundada em 2012, oferece mais de 30 cursos livres ligados às áreas de de comunicação, planejamento estratégico, gestão de projetos e desenvolvimento humano. Com cursos gratuitos e outros oferecidos a preços populares, a Veduca faturou, em 2018, R$ 3 milhões.

Por meio de um formato interativo e uma linguagem adaptada para a realidade infantil, a britânica Bright Little Labs busca desenvolver o pensamento crítico e as habilidades do século XXI entre crianças. A startup, fundada em 2015, já captou € 165 mil.

Fundada nos EUA em 2017, a Torch busca formar novos líderes por meio de uma integração de coaching e tecnologia, visando fortalecer o autoconhecimento e alta performance entre os usuários da plataforma que, em 2019, já captou US$ 10 milhões em investimentos.

Transformação Cultural

Quando analisamos os obstáculos a serem superados para uma maior inserção da tecnologia nas escolas do país, além de questões de infraestrutura, acessibilidade e de capacitação técnica, ainda precisamos levar em conta um aspecto mais subjetivo, que envolve a transformação cultural dos players que formam o ambiente educacional brasileiro.

Em um estudo macro da Consultoria Mckinsey sobre transformação digital no mercado, por exemplo, ¼ das companhias entrevistadas apontam uma cultura avessa a riscos como um dos principais entraves para a digitalização nas empresas. No mesmo levantamento, 20% das empresas apontam que a falta de entendimento da cultura organizacional é outro impeditivo para o 'sucesso digital'.

Para a Diretora Acadêmica e de Inovação do Grupo Adtalem Educacional, Maíra Habimorad, tais obstáculos também precisam ser superados no mercado de educação, o qual conta ainda com o elemento cultural das famílias e os desafios da difusão de metodologias de ensino inovadoras na sociedade brasileira.

"Pensando no ensino básico, há uma estagnação significativa. Não se trata de afirmar que as pessoas não mudam porque elas não querem ou porque não veem valor na inovação, mas porque o modelo de ensino atual no país vive um longo período de inércia. No ensino básico, por exemplo, as escolas não têm sistema concorrente. Além disso, o apetite para risco das famílias é muito pequeno porque ninguém quer errar com a educação dos filhos", explica Maíra. A executiva informa ainda que, embora no ensino superior essa conjuntura seja um pouco diferente devido à proximidade das universidades com o mercado de trabalho e às pressões para que sejam adotadas novas tecnologias mais aderentes aos tempos atuais, ainda assim, muito precisa ser feito para que as universidades brasileiras sejam pólos de inovação.

Um dos caminhos para a superação destes obstáculos e, consequentemente, para a construção de uma cultura digital na educação pode se dar por meio de parcerias entre universidades, escolas e startups. Para tanto, Maíra acredita que estas empresas precisam ser capazes de atender dois perfis diferenciados de instituições de ensino.

"Um dos perfis são escolas que já entenderam a importância da transformação digital, mas que ainda não possuem uma estratégia organizada de inovação. Atender este grupo é um desafio, pois o interesse existe, mas as coisas podem não evoluir por falta de maturidade da instituição. Outras instituições, como o próprio Grupo Adtalem, já estão em um cenário mais avançado de maturidade tecnológica. Nós já entendemos que o ambiente educacional global não é mais o mesmo, e já temos uma estratégia para a transformação digital. O desafio de nos atender, por sua vez, é que sabemos exatamente o que queremos e soluções de prateleira que não levem em consideração necessidades pedagógicas dificilmente irão se inserir em instituições com visão digital mais madura", explica Maíra, acrescentando que, no Grupo Adtalem, já são utilizadas soluções de Machine Learning, Inteligência Artificial, além de Plataformas de LMS (Learning Management Systems).

Mas uma transformação cultural que leve em conta o cenário de digitalização da educação e, em última instância, do mercado global como um todo, precisa ir além dos desafios aaaaaaaaaaaa

organizacionais internos das empresas, universidades e instituições.

É fundamental refletirmos, por exemplo, sobre questões sociais, como a inclusão de mulheres, grupos minoritários e de camadas da população economicamente menos favorecidas no mercado digital e de tecnologia. Analisando alguns dados, é relevante percebermos, por exemplo, que no campo da engenharia da computação, apenas 8% dos trabalhadores são negros, de acordo com dados do Ministério do Trabalho; por sua vez, apenas 28,8% da população brasileira mais pobre possui acesso à internet segundo levantamento do IBGE; finalmente, segundo a Brasscom, as mulheres ocupam apenas 37% das vagas de TI.

Certamente, as explicações para tais dados envolvem uma série de fatores, incluindo problemas de acessibilidade e da necessidade de transmissão de conhecimentos digitais no ensino do país, os quais já foram introduzidos neste estudo. Dentro deste contexto, um processo de transformação cultural é fundamental para a construção de um ambiente digital verdadeiramente diverso e inclusivo.

E este processo de abertura também passa pela educação. Não à toa, startups como a

PrograMaria, que promove, de modo exclusivo, ações para a inclusão feminina no mercado de trabalho contemporâneo, vem ganhando destaque no ecossistema nacional de EdTechs.

"A PrograMaria tem a missão de empoderar mulheres por meio da tecnologia e da programação. Trabalhamos ao lado de empresas que querem promover a diversidade e recrutar mais mulheres, realizando diversas atividades, como oficinas, palestras, debates e cursos de formação técnica para mulheres entrarem ou progredirem nesse universo. Por meio dessas experiências, as empresas não só fomentam a formação de mais mulheres, mas também conectam suas oportunidades de trabalho com essas profissionais, aprimorando também seu employer branding", explica Iana Chan, Fundadora da PrograMaria.

Fundada em 2015, a PrograMaria já formou 4 turmas em seu curso Eu Progra{amo}, que aborda conceitos básicos de programação para a web. No total, mais de 400 mulheres já participaram das ações da startup em prol do empoderamento feminino no mercado digital.

Outra iniciativa bastante positiva em prol da transformação cultural de escolas e da inclusão social no contexto da transformação digital é o NAVE (Núcleo Avançado em Educação), programa de ensino médio integrado ao profissional desenvolvido pelo Oi Futuro em parceria com as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco e que tem a CESAR School - escola de inovação de Recife-PE – como parceira estratégica. Em Pernambuco, o programa funciona na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, com foco na promoção de habilidades digitais e soft skills alinhados às competências do novo mercado de trabalho.

Para Andrea Santos, Gerente de Projetos na Cesar SCHOOL, é fundamental, justamente, conectar a tecnologia aos desafios do ambiente no qual ela está inserida. "Eu acredito que o mundo digital nos impõe dois principais desafios que, por sua vez, motivam a criação de uma nova cultura. De um lado, temos a preocupação de como a gente se porta, da segurança com dados, imagem e dos cuidados que temos de ter em um universo no qual, a todo momento, surgem novas descobertas. Além disso, quando pensamos em inovação, é importante que se preserve a cultura dos espaços em que a tecnologia está inserida. A inovação precisa estar contextualizada aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

8% dos trabalhadores

engenharia da computação são negros

28,8%população brasileira mais pobre possui acesso à internet

com as expectativas daquele público, daquela escola, daquela comunidade em que está inserida e ser vista como um meio, não como um fim em si mesma. Neste sentido, é preciso que as soluções estejam conectadas com o mundo real", explica Andrea.

O Programa NAVE, que também é conduzido no Rio de Janeiro por meio de parceria com a Secretaria de Educação da cidade, já formou mais de 1.400 jovens desde 2006.

Iniciativas como essas demonstram o poder de empresas e startups no processo de inclusão digital e de transformação cultural do ecossistema de tecnologia do país. Outras ações ainda podem ser mencionadas. A Carta de Apoio à Diversidade, ao Respeito e à Inclusão de Pessoas LGBT+ nos Locais de Trabalho no Brasil, por exemplo, contou com a assinatura de empresas importantes inseridas no mercado digital nacional como IBM, Google, Uber, Oracle, LinkedIn e Microsoft. O BlackRocks, por sua vez, vem obtendo sucesso na promoção do empreendedorismo tecnológico e do crescimento econômico da população negra brasileira.

Por fim, é importante notar que, seja do ponto de vista da quebra de bloqueios culturais internos das organizações quanto à inovação ou da superação de paradigmas a favor da inclusão de diferentes culturas no ecossistema digital brasileiro, o fato é que este processo de transformação passa, certamente, pela educação que, por sua vez, deve estar ancorada - conforme exposto na Base Nacional Comum Curricular - tanto no fortalecimento de uma cultura digital, quanto na empatia, no diálogo, na resolução de conflitos e na cooperação, "fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos."

A Barkus é uma startup brasileira fundada em 2016 que visa promover uma cultura empreendedora e de educação financeira entre alunos do 6º ano ao Ensino Médio. A edtech já participou do programa de aceleração Shell Iniciativa Jovem.

Com foco na promoção de cursos corporativos e no aprendizado de habilidades não-cognitivas nas empresas, a Juntos Campus conta também com uma solução para coletar dados sobre o aprendizado dos colaboradores. Participou do programa de aceleração da Oracle em 2018.

A Konexio tem como principal objetivo vencer as barreiras da exclusão digital pelo mundo e promover a diversidade no universo da tecnologia. A startup francesa conta com programas de ensino para refugiados e imigrantes, sendo acelerada pela incubadora Station F.

Fundada nos EUA em 2014, a AdmitSee fornece um banco de dados amplo para que os estudantes tomem decisões mais assertivas e possam ter mais chances de serem selecionados em programas universitários. Já recebeu mais de US$ 1,9 milhões em investimentos.

Buscamos desenvolver em nossa escola as habilidades exigidas no mundo contemporâneo, tais como a resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade e atuação em equipes. Saber lidar com a tecnologia se utilizando dessas habilidades é fundamental para o sucesso de nossos alunos. Por isso, inserimos esse ano em nosso PCA (Programa Cultural para Alunos) a parceria com a Happy Code.

Os alunos têm se mostrado muito receptivos às atividades ofertadas pela

Happy, visto que a linguagem e a proposta se assemelham muito as rotinas dessa geração maker. Como em todo processo de ensino e aprendizagem, existem os alunos com maior ou menor facilidade, mas a metodologia STEAM, adotada pela Happy, facilita a transformação das dificuldades em oportunidades de superação de desafios.

Neste momento estamos introduzindo os alunos ao Letramento Digital, com

as trilhas de aprendizagem voltada para o desenvolvimento de Games e Aplicativos em Nível Iniciante, para alunos do 6º ao 9º ano do fundamental II.

Roseli Moreno

LETRAMENTO DIGITAL

PLATAFORMAS EDUCACIONAIS

SOFT SKILLS

NOVAS HABILIDADES DE MERCADO

MATURIDADE TECNOLÓGICA

TRANSFORMAÇÃO CULTURAL

Keywords para acompanhar o tema

A Happy Code começou em 2015, com a proposta de oferecer cursos de programação para crianças e adolescentes. Eu, particularmente, tive a oportunidade de ter contato com programação quando criança, algo que, para mim, foi muito construtivo, mudou minha forma de pensar, de resolver problemas, ampliou meu raciocínio crítico. Neste sentido, uma de nossas missões é trabalhar para a expansão do letramento digital no Brasil.

Hoje nós estamos com mais de 130 escolas no Brasil, além de termos

presença também em Portugal e Angola. Atualmente, nosso público é tanto B2C - com os estudantes procurando nossos cursos diretamente -, quanto B2B, por meio de parcerias que fechamos com escolas e instituições de ensino em todo o país.

O objetivo principal da Happy consiste em promover as habilidades mais

ligadas ao ser humano, utilizando a tecnologia como um meio para o desenvolvimento desses skills tão essenciais para o futuro.

Cesar Martins

ENTRE_VISTAEm um contexto de transformação digital, na sua visão, quais serão as habilidades exigidas pelo mercado do futuro e como as escolas devem preparar os alunos para um ambiente cada vez mais tecnológico?Quando pensamos em novas habilidades, temos de ter em mente que a transformação digital se inicia com a transformação das pessoas. Partindo desta conscientização, acredito que as habilidades essenciais para estes tempos de mudança envolvem criatividade - temos de buscar o olhar que tínhamos quando crianças, a curiosidade e a motivação para pensar fora da caixa -, a busca de novas soluções para diferentes problemas, o trabalho em equipe e compartilhado.

Como você enxerga o mercado de EdTechs e de que forma elas podem contribuir para a maturidade tecnológica na educação brasileira?As EdTechs são fundamentais para a criação de um ambiente com maior acessibilidade à tecnologia por meio da educação. Sendo assim, os grandes empresários e grandes líderes devem incentivar, capitalizar e dar espaço dentro das organizações para as EdTechs que propõem iniciativas disruptivas e que podem contribuir para a sociedade brasileira.

O CEL.LEP mantém parcerias com startups ou empresas de tecnologias para a educação?Nós podemos dividir nossa rede de parceiros em dois grandes blocos: as grandes empresas e as startups. No bloco das grandes empresas, nós temos duas parcerias estratégicas com Apple e Facebook. Com a Apple nós trazemos, como um produto para a grade extracurricular de escolas, o curso de Programação Everyone Can Code (ECC). A segunda parceria com o Facebook tem o intuito de levar a ideia da inovação e da tecnologia para comunidades carentes. No bloco das startups, eu gostaria de citar também 2 parcerias estratégicas para o CEL.LEP. A primeira é a Greenk, que trabalha com a reciclagem de equipamentos eletrônicos. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

A segunda startup é a Flex Interativa, e a parceria tem como intuito prover dentro dos nossos cursos e da nossa metodologia pedagógica Realidade Aumentada, Realidade Virtual e Inteligência Artificial.

Quais as ações do CEL.LEP em prol da digitalização?O papel das escolas hoje, na minha visão, é disponibilizar um ambiente em que os estudantes possam acessar os seus sensos de criatividade, empreendedorismo e inovação no rito de aprendizagem. Isso vale também para o aprendizado de um novo idioma. Atualmente, nós estamos implementando iPads nas salas de aula e 50% de nossos cursos é ministrado em laboratórios digitais interativos nos quais os alunos, individualmente, sedimentam o conhecimento após a aula expositiva e, em módulos mais avançados, realizam exercícios e estudos prévios para se prepararem para as aulas.

Como o país pode melhorar seus níveis de ensino e se tornar mais aberto para a inovação?O grande desafio no Brasil consiste em quebrar o rito tradicional do ensino nas escolas do país. O modelo de educação brasileiro ainda se pauta por uma visão muito tradicionalista. O próprio ambiente - lousa, tablado, o professor em uma posição superior à dos alunos - deve ser transformado. Devemos criar espaços que, ao invés de tolher, estimulem a criatividade, a cooperação e a autonomia entre os alunos.

Alexandre Garcia, CEO do CEL.LEP

Educação Inclusiva

Educação inclusiva é um conceito bastante amplo e, por isso, vale a pena definirmos alguns dos recortes utilizados para a construção deste novo bloco de nosso Liga Insights sobre o mercado de EdTechs. Sendo assim, enquanto que no primeiro eixo do estudo foram apresentados alguns dos principais problemas que contribuem para a defasagem dos processos de ensino e aprendizagem no país, por sua vez, ao longo dos próximos tópicos, iremos adiante nessa discussão, com foco na apresentação de possíveis soluções para estes desafios, visando demonstrar o papel das novas tecnologias e das EdTechs na busca pela evolução do ecossistema educacional brasileiro.

Neste sentido, ao falarmos dos problemas de aprendizagem - que, por sua vez, interferem no letramento digital e no fortalecimento de soft skills entre os estudantes - apresentaremos, também, o exemplo de um grupo educacional que aplica algumas das tendências tecnológicas voltadas para o ensino como forma de criar experiências personalizadas de aprendizagem. Dentro deste contexto, vale reforçar que, de acordo com uma série de estudos recentes, os modelos de aprendizagem personalizados estão entre as principais tendências tecnológicas voltadas para a educação, incluindo, por exemplo, o ecossistema de cursos livres corporativos.

Ainda dentro do mesmo subtema, comentamos também sobre o trabalho de uma Edtech nacional que vem contribuindo, de modo significativo, para o aumento dos níveis de leitura no Brasil, desafio este, um tanto complexo, quando levamos em conta que, segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro, por exemplo, 44% da população brasileira não lê, ao passo que cerca de 30% dos brasileiros jamais comprou um livro. Dentre o público leitor, a média de leitura inclui pouco menos de 5 livros por ano.

Dando sequência ao nosso estudo, conversamos com especialistas em modelos de aprendizagem para alunos com deficiência, para entender os obstáculos - os quais envolvem desde a falta de cursos diretamente voltados para este público até a limitação de dados consistentes sobre os estudantes com deficiência no Brasil -, bem como, as iniciativas para transformar este cenário.

É importante deixar claro, no entanto, que os desafios para a inclusão de alunos com deficiência vai além de um problema local brasileiro. Segundo o Portal The Tech Edvocate, cerca de 22% da população de deficientes adultos nos Estados Unidos possui formação inferior ao High School (equivalente ao Ensino Médio).

da população brasileiranão lê livros

dos brasileiros nunca comprou um livro

5 livros por ano

Neste sentido, como veremos logo mais, a tecnologia e as próprias EdTechs precisam assumir uma atitude de protagonismo neste processo de inclusão educacional global, buscando firmar parcerias com o poder público, escolas, centros de pesquisa e demais players do ecossistema de educação.

Finalmente, em se tratando das plataformas de suporte ao ensino e aprendizagem - último tema deste eixo do nosso estudo e ferramentas fundamentais para o movimento de democratização da educação em todo o território nacional -, buscamos entender a experiência de um grande grupo educacional brasileiro que tem investido em diferentes processos tecnológicos e firmado parcerias, inclusive, com EdTechs especializadas na transmissão de conteúdo online para ampliar sua inserção no mercado.

O tema é fundamental, sobretudo quando notamos que o mercado de educação a distância - seja em seus modelos inteiramente online ou sob a forma de cursos semipresenciais - vem, de modo gradual, superando a busca por cursos presenciais entre os estudantes do país. De acordo com uma pesquisa da Sagah, especializada em fornecimento de conteúdo para plataformas EAD, até 2023, o ensino superior a distância pode corresponder a 51 % de todo o segmento. Dentro deste movimento de expansão, a própria quantidade de cursos superiores EAD cresceu de modo expressivo entre 2016 e 2017 - 26,8%, saindo de 1.662 para 2.108, segundo censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP.

Todo este ciclo será, por fim, de importância para que possamos construir uma análise mais aprofundada das tendências tecnológicas que poderão transformar digitalmente o ambiente educacional brasileiro.

A tecnologia e o combate aos problemas de aprendizagem

Dificuldades na interpretação e na construção de textos, na realização de operações matemáticas simples e baixo desempenho na resolução de problemas, são questões que, infelizmente, ainda fazem parte da realidade educacional brasileira. Além disso, as mudanças de necessidades e requisitos no mercado de trabalho também esbarram na carência do desenvolvimento das soft skills - habilidades que serão diferenciais cada vez mais buscados, conforme apontado pelo estudo global Digital Transformation 2017, da Capgemini, onde 60% das empresas já sofrem com carência destas habilidades em suas equipes.

Apenas para termos dimensão da problemática que envolve os processos de aprendizagem no país, de acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) 2017, menos de 4% dos alunos do 3º Ano do Ensino Médio no país possuem conhecimentos considerados adequados em Português e Matemática. O SAEB de 2017 teve participação obrigatória da rede pública, contando ainda com participação facultativa dos alunos de escolas particulares. Por sua vez, um estudo do Portal Dados do Enem constatou a dificuldade dos alunos na apresentação de soluções para problemas e no desenvolvimento de redações.

As razões para tais dificuldades, certamente, envolvem alguns dos obstáculos educacionais que apresentamos aqui - da estagnação dos processos metodológicos até a baixa atualização de conhecimentos do corpo docente do país.

Dentro dessa discussão, a boa notícia é que a tecnologia surge como um instrumento importante para a superação dos problemas de aprendizagem auxiliando, ainda, os professores a aumentar o rendimento dos alunos em sala de aula.

Uma pesquisa realizada na Colômbia e divulgada em reportagem da BBC, por exemplo, aponta que o uso de recursos tecnológicos melhorou em 81% a capacidade dos alunos em interpretar e utilizar gráficos matemáticos.

Outro dado importante a respeito da tecnologia enquanto suporte pedagógico nas escolas veio de investigação da UNESP. Segundo a análise, ferramentas tecnológicas com fins pedagógicos

Português e Matemática

o uso de recursos tecnológicos melhorou em a capacidade dos

alunos em interpretar e utilizar gráficos matemáticos

são capazes de melhorar em até 32% o desempenho nas disciplinas de matemática e física. A pesquisa, que transcorreu durante dois anos, comparou o desempenho de alunos de uma escola pública de Araraquara em aulas expositivas e em aulas com o apoio da tecnologia.

Gabriela Diuana, gerente de transformação digital da Kroton, compartilha da visão de que os recursos tecnológicos com fins pedagógicos exercem um papel decisivo na educação contemporânea e na evolução dos processos de ensino e aprendizagem.

"Eu tenho convicção de que a tecnologia é indispensável no ambiente de ensino atual. Quando pensamos, por exemplo, nas competências socioemocionais, que agora fazem parte da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), e em todas as mudanças de rotina e quebras de paradigma envolvendo professores e alunos dentro do contexto educacional, precisamos contar com recursos tecnológicos que nos auxiliem a trabalhar com esse novo volume de informações, desenhando metodologias de ensino compatíveis com este novo momento", explica Gabriela.

Com expectativa de abertura de 27 novas unidades de ensino em 2019 e mais 950 pólos de ensino a distância, de acordo com informações da Reuters divulgadas pelo Diário do Comércio, o Grupo Kroton tem investido de modo consistente na transformação digital de suas instituições, inclusive contando com parcerias com EdTechs e investindo na vertical de educação do Cubo, centro de empreendedorismo do Itaú.

"Nós estamos acompanhando uma série de tendências, tanto voltadas para o ensino superior, quanto para a educação básica. A primeira delas é a Inteligência Artificial. No Grupo Kroton, nós já utilizamos de modo bem difundido o ensino adaptativo, que, por meio da IA, cria experiências personalizadas de aprendizagem, pois acreditamos que não adianta enviarmos o mesmo conteúdo para todas as pessoas, pois cada uma tem seu tempo e sua forma de aprender. Além disso, nosso grande desafio é aliar uma formação técnica de qualidade aos soft skills exigidos pelo mercado de trabalho, seja nosso aluno um futuro empreendedor ou colaborador de uma empresa", complementa Gabriela.

Dentro do mercado de EdTechs, uma série de iniciativas pode contribuir para a resolução de problemas de aprendizagem. É o caso, por exemplo, da Árvore de Livros, que oferece suporte pedagógico e uma plataforma de leitura digital para as escolas, solução esta com potencial para contribuir com a melhora nos níveis de leitura e interpretação dos alunos em todo o país. De acordo com informações da startup, cerca de 100 mil estudantes do ensino fundamental e médio já foram impactados com a solução, que está presente em 350 escolas das redes pública e privada, 23 estados e mais de 150 cidades brasileiras.

Para João Leal, CEO da Árvore de Livros, a leitura tem potencial para contribuir com o desenvolvimento de toda uma gama de habilidades e de valores nos estudantes. "Há múltiplos benefícios advindos da leitura para a formação de cidadãos e para a vida das pessoas - ao internalizar histórias e experiências, temos uma mudança de comportamento e desenvolvemos uma série de aspectos socioemocionais importantes. Por sua vez, a leitura traz benefícios acadêmicos e escolares, melhora nosso vocabulário, nosso poder de argumentação, nossa capacidade interpretativa. Alunos que leem muito, aliás, costumam possuir maior facilidade para resolver problemas e analisar questões matemáticas", comenta João.

Em reportagem do Jornal O Globo, tal visão é compartilhada por uma série de especialistas. De acordo com a matéria, um dos principais entraves para a melhora nos níveis de aprendizagem de matemática, por exemplo, consiste na baixa capacidade dos alunos em interpretar e compreender textos. A matéria ainda apresenta estudo da ONG Todos Pela Educação, no qual é constatado que os estudantes que têm melhor desempenho em redação, chegam mais próximo dos rendimentos considerados satisfatórios em matemática.

Um dos principais problemas para uma maior difusão da leitura nas escolas envolve desde problemas de distribuição até a necessidade de transformação de uma cultura nacional pouco habituada à leitura. Sobre o problema da distribuição, temos um dado alarmante: mais de 55% das escolas do país não possuem biblioteca ou sala de leitura, conforme levantamento do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A Lei 12.244/10, por sua vez, determina que até maio de 2020, todas as escolas brasileiras – públicas e privadas – tenham bibliotecas escolares com um número de livros que corresponda, no mínimo, a um título para cada aluno matriculado. Para o CEO da Árvore de Livros, no entanto, ainda estamos distantes deste cenário.

Sobre os índices de leitura nacionais, não há dúvidas de que ainda precisamos evoluir muito para sermos considerado um país de leitores. João Leal, entretanto, acredita no potencial das novas tecnologias e no mercado de EdTechs como alternativas importantes para a reversão deste cenário e para a própria superação de problemas de aprendizagem comuns ao público discente do país.

"A tecnologia faz parte da vida dos alunos, estamos falando de nativos digitais, logo, se conseguirmos aproveitar parte desse tempo para que a gente impulse processos educacionais, teremos mais condições de solucionar problemas de aprendizagem. Além disso, a tecnologia permite que o professor siga por algumas rotas que o mundo offline não oferece. Nós temos, por exemplo, em nossa plataforma, uma série de relatórios de leitura que indicam para o professor o comportamento e a realidade dos níveis de leitura daquela escola ou daquela rede de ensino. É possível saber, por exemplo, se o aluno leu ou não um livro, em que dias leu, como foi sua dedicação. Tais dados podem contribuir, inclusive, para o redesenho do projeto pedagógico de uma escola, no plano de aula dos professores. Em um contexto offline, é praticamente impossível o professor ter tais dados de modo tão preciso e em tempo real", finaliza João Leal.

Para concluir, é importante termos em mente que, ao falarmos de educação inclusiva e superação de problemas de aprendizagem, temos de levar em conta ainda os processos de ensino voltados para o população com deficiência, bem como o papel da tecnologia das EdTechs na democratização de um ensino de qualidade no país. Abordaremos estes tópicos na sequência deste estudo.

A startup brasileira Casa Cuca auxilia professores a identificar estudantes com problemas de aprendizagem, desde déficit de atenção até transtornos cognitivos. A startup é acelerada pela Artemisia, focada em negócios com viés social.

Tendo como base a inteligência artificial, a Educacross é uma plataforma que utiliza estratégias de gamification para promover a aprendizagem de matemática entre os estudantes do país. Em 2016 a startup entrou para o programa BizSpark, que conta com o apoio da Microsoft.

Com o objetivo de combater a distração e melhorar o engajamento dos estudantes em sala de aula, a americana Nearpod já captou mais de US$ 30 milhões, propondo um modelo que une conhecimentos pedagógicos, tecnologia e conteúdo relevante para transformar a educação.

A Poio é uma startup norueguesa que tem como principal objetivo, facilitar o processo de aprendizagem da leitura de crianças em idade escolar. Já captou mais de US$ 450 mil, com uma série de ferramentas digitais e um ambiente que torna divertida a jornada de conhecimento.

A inclusão de alunos com deficiência por meio da tecnologia

O constante avanço da inclusão de alunos com deficiência nas salas de aula regulares é uma importante conquista do país que, aos poucos, tem conseguido suplantar algumas das barreiras que diminuem a participação de diferentes grupos sociais no ambiente educacional brasileiro. De acordo com o último censo escolar divulgado no início de 2018 pelo Ministério da Educação, o número de estudantes com algum tipo de deficiência presentes no ensino regular (iniciativa recomendada por especialistas em educação e pelo MEC), aumentou de 85,5% em 2013 para pouco mais de 90% em 2017.

Apesar disso, todo um grupo de desafios ainda precisa ser vencido para que essa inclusão seja, de fato, verdadeira e capaz de proporcionar aprendizagem efetiva para os alunos portadores de deficiência no Brasil. Ainda de acordo com o censo escolar, por exemplo, dos 90,9% de alunos matriculados no ensino regular, somente 40,1% conta com acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), o qual, segundo definição da Secretaria de Educação Especial, "identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas".

Por sua vez, apenas 46,7% das escolas de ensino médio conta com dependências adequadas às deficiências dos alunos e que levam em conta seus processos de aprendizado, como as salas de recursos multifuncionais, em que são realizados os atendimentos educacionais especializados. Por fim, mesmo se tratando de itens mais básicos, como banheiros adaptados, mais de 37% das escolas ainda não os possuem. Em outras palavras: a inclusão de alunos com deficiência vem melhorando, mas ainda precisamos avançar muito, sobretudo do ponto de vista atitudinal, para que haja uma educação inclusiva de qualidade e com respeito às diferenças.

Levando em conta todos estes desafios, a tecnologia assume um papel crucial para o aumento da autonomia e evolução dos processos de aprendizagem de alunos com deficiência. "O cenário de tecnologias assistivas voltado para a educação é muito promissor, tendo o potencial de ampliar o campo de atuação e estender as possibilidades de comunicação e atuação dos alunos portadores de deficiência", explica Ana Cecília Oñativia, Diretora Pedagógica da Trilha Educação Especial, escola privada que baseia sua metodologia de ensino na estruturação da personalidade, no desenvolvimento cognitivo e no desenvolvimento da percepção de estudantes com deficiência.

Ana Cecília ressalta, entretanto, que, muitas vezes, os custos das chamadas tecnologias assistivas são um entrave para a implementação de ferramentas e soluções que fortaleçam a autonomia dos alunos. Superada a barreira dos custos, a recepção dos alunos para estes recursos é muito positiva. "Os alunos estão sempre abertos às novidades e disponíveis para as mudanças, desde que sejam implementadas com cuidado e respeito", acrescenta a diretora.

Apenas para contextualização, de acordo com definição do Comitê de Ajudas Técnicas de 2009, tecnologia assistiva é "uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social".

Adentrando no mercado de EdTechs nacional, temos startups que desenvolveram soluções específicas para o público com deficiência e, com isso, pretendem contribuir para a democratização do conhecimento dentre as pessoas com deficiência. Uma delas é a Signa, plataforma online que oferece cursos livres a distância - sobretudo da área de informática - especificamente voltados para a comunidade surda do Brasil. Todos os cursos são disponibilizados com interpretação em libras e a plataforma dispõe ainda de curso de língua portuguesa para pessoas com deficiência auditiva.

"A tecnologia é fundamental e, muitas vezes, é o único meio de aprendizagem para a comunidade surda em muitos contextos. Quando pensamos em uma sala de aula tradicional que conta com um surdo, por exemplo, ainda é muito difícil que haja um intérprete de libras, algo que, naturalmente, afeta muito seu processo de aprendizado. Mesmo as que já contam com professores, intérpretes e recursos tecnológicos, fora da escola o indivíduo acaba tendo de lidar com um mundo não-inclusivo. Neste sentido, se ele procura um curso de Excel ou de Photoshop, apenas para citar alguns, ele não encontra facilmente um conteúdo em libras com qualidade", explica Leandro da Cunha, Cofundador da Signa, que acrescenta que um dos desafios da plataforma foi, justamente, o de encontrar professores com os skills necessários para trabalhar com ensino a distância voltado para estudantes com deficiência. A solução encontrada pela EdTech foi preparar instrutores surdos para disponibilizar cursos na plataforma.

Finalista do Next Billion EdTech, evento que ocorreu em Dubai no mês de abril, em 2016, a startup participou dos programas de aceleração SEED e Sinapse de Inovação e teve como principais desafios o baixo letramento digital dos surdos no Brasil, além da falta de informações mais consistentes sobre a comunidade de portadores de deficiência auditiva.

"A comunidade surda é extremamente carente no Brasil. Neste sentido, se pegarmos uma média, temos um grande contingente de deficientes auditivos com um grau de escolaridade muito baixo e, em diversos casos, a tecnologia ainda é uma novidade e um desafio para eles. Outra dificuldade que a gente enfrenta é ter mais números disponíveis, conhecer o mercado por meio de estudos mais consistentes. Para vencermos essas barreiras, temos trabalhado, justamente em prol da promoção do conhecimento junto aos deficientes auditivos", conclui Leandro.

Ampliando o escopo desta discussão, Liliane Garcez, gerente de programas do Instituto Rodrigo Mendes e mestra em Educação pela Universidade de São Paulo, explica que, atualmente, não é possível pensar a escola e, consequentemente, a educação de alunos com e sem deficiência, desconsiderando os dispositivos tecnológicos que já fazem parte do nosso cotidiano. "O que a gente acredita é que hoje, para a tecnologia ser uma parceira de fato dos processos educativos, temos de promover uma articulação horizontal entre cultura digital e educação. Nessa perspectiva, esse casamento é inovador, pois estamos constituindo uma relação equilibrada entre esses dois campos. O mais comum é vermos a tecnologia ditando as regras ao professor ou a pedagogia utilizando a tecnologia de maneira apartada do currículo. O que o Instituto Rodrigo Mendes quer induzir e apoiar com o desenvolvimento de seus projetos são diálogos mais horizontais entre essas áreas no sentido de mobilizar todos os elementos que possam enriquecer a experiência de ensinar aaa

das escolas de ensino médio

dependências adequadas às deficiências dos alunos

as salas de recursos multifuncionais

banheiros adaptados

para todos, investindo no desenvolvimento de estratégias metodológicas que consideram todos e cada um dos estudantes", enfatiza Liliane. Alinhados com nossa missão que é colaborar para que toda criança e adolescente com deficiência tenha acesso e sucesso no ambiente escolar comum, incentivamos o diálogo, por meio de formação continuada, com o objetivo de ampliar o repertório de estratégias, instrumentos e práticas de professores, gestores escolares e técnicos das Secretarias com foco na inclusão educacional, ou seja, colaborando na efetivação de uma educação que não deixe ninguém para trás.

Este ano, por exemplo, a ONG está atuando junto à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, mais precisamente na Diretoria Regional de Educação de Itaquera com o projeto Materiais Pedagógicos Acessíveis, que, em parceria com a Fundação Lemann, auxilia as educadoras e os educadores a planejarem o desenvolvimento de materiais multissensoriais.

"Os materiais pedagógicos acessíveis, construídos na perspectiva do desenho universal para a aprendizagem, ampliam as formas de comunicação e participação. Neste sentido, eu não preciso me perguntar qual o sentido ou movimento que você não tem ou não realiza; eu invisto meu conhecimento pedagógico na elaboração de materiais que consideram todos os sentidos humanos. Logo, a questão mobilizadora muda de “O que faço com meu aluno cego?” para “O que eu posso reorganizar em termos dos materiais pedagógicos que utilizo para que ele torne minha aula mais rica e inclusiva? Dessa forma, as educadoras e os educadores convidam todos os estudantes da turma ao saber.”, conclui Liliane.

A gestora ainda acrescenta que esse movimento de inovação parte das próprias escolas, que escolhem situações desafiadoras, e se espalha pela cidade, uma vez que São Paulo conta com FAB LABs de livre utilização. Nesses equipamentos, é possível utilizar ferramentas de robótica, impressoras 3D, dentre outra série de soluções tecnológicas, e desenvolver, por exemplo, materiais multissensoriais para a aprendizagem de alunos com e sem deficiência. Vale destacar que atualmente a cidade conta com 12 FAB LABs livres, abertos, inclusive, para a utilização de startups. A seguir, abordaremos, com mais profundidade, as plataformas de ensino a distância, que também cumprem uma função importante na democratização do ensino em todo o Brasil.

A DOMlexia oferece uma solução, voltada para crianças de 6 a 8 anos, que facilita a alfabetização e o processo de aprendizagem de estudantes com dislexia. Startup residente do LinkLab Acate, a edtech recebeu o prêmio de inovação na educação, no Congresso Internacional de Dislexia de Lisboa.

A Geraes é uma startup que, dentre outras soluções, desenvolveu um teclado que, por meio de uma combinação de comandos, facilita a comunicação e propicia o empoderamento de pessoas com deficiência. A Geraes foi acelerada pela SEED.

A BraiBook é a primeira plataforma que transforma qualquer livro digital em braille, permitindo o acesso de portadores de deficiência visual há milhões de conteúdos disponibilizados na web. Fundada na Espanha, a startup já venceu o prêmio Chivas de melhor projeto com impacto social.

Fundada nos EUA, a ExceptionALLY já conseguiu captar mais de US$ 120 mil e procura aconselhar os pais no processo de formação de crianças portadoras de deficiência, permitindo que eles tirem suas dúvidas e organizem informações para oferecer uma educação de qualidade.

Plataformas de Suporte ao Aprendizado e a Democratização do Ensino

Conforme já observamos no contexto, as plataformas digitais de suporte ao aprendizado exercem uma função crucial para uma maior expansão da acessibilidade à educação no país. De acordo com números do INEP/MEC em parceria com a consultoria Hoper Educação, já são mais de 1,5 milhão de alunos matriculados em cursos de ensino superior a distância no Brasil. E, enquanto o número de ingressantes em cursos presenciais caiu 3,7% em 2016, os cursos a distância tiveram um aumento de 21,4% no mesmo ano.

Por ora, falamos somente do ensino superior a distância. Se abarcamos o plano do ensino não regulado pelo MEC - de cursos livres ligados ou não a corporações - a expansão do segmento EAD é ainda mais expressiva. De acordo com dados do Censo EAD da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), o número de cursos livres não corporativos teve crescimento de mais de 129% no número de matrículas de 2016 para 2017, chegando a mais de 3,8 milhões de alunos matriculados em plataformas EAD. Por sua vez, o número de profissionais matriculados em cursos corporativos não presenciais teve aumento de quase 14% no mesmo período. A modalidade semipresencial foi outra que obteve crescimento considerável no Brasil, passando de pouco de 217 mil alunos matriculados em 2016, para quase 1,2 milhão em 2017.

Em comparação com outras nações, pode-se dizer que o Brasil conta com um universo de educação a distância maduro. Nos Estados Unidos - que, de acordo com diversos índices, é o principal ecossistema EAD do planeta -, por exemplo, o número de alunos matriculados exclusivamente em cursos online foi de pouco mais de 3,1 milhões, ao passo que alunos matriculados em cursos online de modo não exclusivo foi superior a 3,5 milhões, números não tão distantes da realidade brasileira, levando em conta os dados do National Center for Education Statistics. Outro número que vai ao encontro da realidade brasileira envolve a queda, nos Estados Unidos, das matrículas em cursos presenciais. Segundo o mesmo estudo do NCES, de 2016 para 2017, tivemos uma queda 3,31% no número de matrículas em unidades presenciais.

Fatores como a flexibilidade, custos reduzidos e, certamente, a própria possibilidade de estudar a partir de qualquer localização impulsionam o crescimento expressivo do ensino a distância nos últimos anos. Para além destes pontos, a tecnologia, naturalmente, é indispensável para uma inserção ainda mais profunda do EAD no ambiente educacional brasileiro.

Não à toa, os investimentos no mercado de LMS (Learning Management Systems - Sistemas de Gestão de Aprendizado) devem crescer em até 19.6% até 2023, chegando ao patamar de US$ 22.4 bilhões a nível global, segundo informações do LMS Market - Global Forecast to 2023. Apenas para reforçar, os LMSs são ambientes virtuais de aprendizado que, na prática, sustentam uma plataforma de ensino EAD, permitindo o compartilhamento de conteúdo e o acesso a uma série de recursos de gestão, controle e planejamento de atividades de aprendizagem.

Para Jânyo Diniz, Diretor-Presidente do Grupo Ser Educacional, esta aceleração do mercado de educação a distância é extremamente positiva para a realidade nacional. "A conectividade é uma grande aliada da educação, principalmente no Brasil. Basta imaginarmos os benefícios do ensino EAD para crianças e jovens que não têm escolas próximas às suas casas e, muitas vezes, precisam andar por quilômetros e enfrentar cenários adversos só para conseguir aaaaaaaaaaaaaaaa

chegar às escolas. Ao chegar, estão exaustas e acabam tendo um baixo rendimento. Claro que tudo isso precisa de regulamentação e acompanhamento, mas a tendência é que este ambiente se fortaleça como no ensino superior, em que o EAD já é uma realidade e facilita a vida daqueles que trabalham e não tem tempo regular para frequentar uma instituição presencial", explica Jânyo.

É importante salientar que, atualmente, o modelo de educação a distância ainda é proibido para alunos do ensino fundamental, exceto na forma de supletivo ou quando tratamos de atividades complementares para o ensino presencial. Por sua vez, no ensino médio, até 20% da carga horária pode ser realizada a distância no período diurno, ao passo que no período noturno e na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), respectivamente, 30% e 80% da carga horária podem ser realizadas no modelo EAD, de acordo com as Novas Diretrizes do Ensino Médio aprovadas no fim do ano passado pelo Conselho Nacional de Educação.

Dentro da discussão sobre acessibilidade e tecnologia, Jânyo Diniz explica que o Grupo Ser

Educacional iniciou, em 2018, a implementação do projeto SER DIGITAL, que conta com investimentos robustos e pilares estratégicos visando uma maior expansão da cultura digital e um aprimoramento da experiência dos alunos quanto ao uso de recursos tecnológicos dentro das instituições do Grupo Ser Educacional. Para o executivo, este movimento de transformação digital é indispensável em face do momento atual do mercado de educação.

"A tecnologia é uma realidade para o segmento educacional como um todo. Aqueles que não se adequarem a esse novo momento, dificilmente irão permanecer no mercado. No ambiente educacional, a tecnologia precisa ser uma aliada tanto na sala de aula, quando no ambiente administrativo. Neste sentido, o principal desafio para as instituições ainda é conseguir acompanhar as mudanças rápidas que a tecnologia proporciona e manter-se atualizadas a tudo para proporcionar aos alunos a melhor experiência possível", acrescenta o executivo, pontuando que o Ser Educacional conta, ainda, com um centro de inovação em Recife focado na aceleração, incubação e mentoria de EdTechs.

Além de um centro próprio de inovação, o Grupo Ser Educacional mantém parceria com outras EdTechs, como no caso da Samba Tech, eleita pela Fast Company, em 2014, como uma das 50 empresas mais inovadoras do planeta e que está presente, inclusive, no robusto mercado americano de educação - em 2016, a Samba Tech recebeu aportes da Microsoft e do empresário José Augusto Schincariol para se inserir nos Estados Unidos.

"Hoje utilizamos a solução Samba Vídeos e integramos a elas algumas features da própria Samba, de parceiros e também de desenvolvimento próprio. Com isso, oferecemos ao nosso aluno, além do consumo de vídeos sob demanda, legendas e libras, indexação inteligente com criação de playlists, transmissões ao vivo com interatividade. A experiência tem sido muito boa, tanto que nossa parceria tem crescido ao longo dos últimos anos. A ferramenta nos dá segurança e escalabilidade. Atualmente estamos avaliando outras soluções da Samba para oferecer ao nosso aluno uma experiência digital ainda mais imersiva e completa", explica Joaldo Diniz, Diretor Executivo e Líder de Transformação Digital do Grupo Ser Educacional.

de alunos matriculados em cursos de ensino

superior a distância no Brasil

o número de ingressantes em cursos presenciais caiu 3,7%

os cursos a distância tiveram um aumento de 21,4% no mesmo ano

Fundada em 2004, a Samba Tech é uma das principais plataformas de vídeos online da América Latina, tendo como principais alvos ao longo de sua história os grupos de mídia e grandes corporações, atualmente, a Samba tem direcionado seu foco para o mercado de educação, no qual atende clientes como Damásio Educacional, Kroton, Estácio, PUC, além do próprio Grupo Ser Educacional.

Apesar de ser otimista quanto ao potencial do mercado EAD no Brasil, Pedro Filizzola, CMO da Samba Tech, aponta que as instituições de ensino ainda precisam superar dois desafios centrais para que este ecossistema se fortaleça, de fato, no Brasil. "Retenção e atração de alunos são os principais pontos a serem superados. Atração está muito mais relacionado com a chancela da instituição de ensino e com o próprio conteúdo oferecido, mas a retenção está muito ligada à tecnologia e ao modelo pedagógico. As tecnologias entram para auxiliar no engajamento, na personalização do conteúdo e integração de Inteligência Artificial. É isso que fará com que os alunos tenham uma experiência diferenciada", enfatiza Pedro.

Dados do Censo EAD 2016, confirmam que tais desafios estão as principais questões a serem vencidas pelas instituições de ensino. Segundo a pesquisa, as taxas de evasão nas diferentes modalidades de ensino a distância chegam até a 25%.

Para superar este cenário, Pedro Filizzola explica que a própria Samba Tech tem desenvolvido estudos, visando auxiliar as instituições do ensino a diminuir a aumentar o engajamento de seus cursos a distância. "Temos um analytics muito forte, que ajuda a melhorar a estratégia de conteúdo de nossos clientes. Temos percebido, por exemplo, que conteúdos excessivamente longos tendem a gerar mais evasão de alunos. Por meio do analytics, conseguimos perceber também a partir de que momento a taxa de rejeição ou engajamento com um conteúdo aumenta ou diminui. A ideia é de que, com todos esses estudos, as instituições possam moldar melhor seus conteúdos com base em dados e estatística", conclui o CMO da Samba Tech.

Startup de Curitiba, a Eadbox é especializada no desenvolvimento e comercialização de software para o ensino à distância. Em 2017, a startup recebeu aporte de R$ 4 milhões da gestora de fundos catarinense, Bzplan.

A WeeGet é uma plataforma em que os estudantes podem realizar cursos à distância, professores podem se capacitar e instituições têm a possibilidade de fazer uma gestão completa de seus portfólios educacionais. A startup recebeu aporte de investidor-anjo de R$ 500 mil no início da operação, em 2015.

A EduKart é uma startup indiana que oferece um marketplace com uma oferta ampla de cursos de graduação, MBAs e certificados técnicos. Fundada em 2011 e com mais de US$ 2 milhões em investimentos, a EduKart é o maior ecossistema de ensino à distância da Índia.

WizIQ é uma edtech americana que oferece uma plataforma de LMS completa para a oferta de aulas ao vivo, gestão de conteúdo e possibilidade de criar cursos adaptados para o universo mobile. Fundada em 2012, já recebeu US$ 4 milhões em investimentos.

O objetivo do Instituto de Ensino Superior LeaNorte sempre foi o de formar cidadãos através de um ensino de excelência, favorecendo a aquisição de habilidades e competências, e a construção do conhecimento e o sucesso profissional. Somos especializados na oferta de pós-graduação, treinamentos, consultorias e cursos livres nas áreas de educação, gestão e direito.

Como toda instituição de ensino superior, temos uma série de desafios, e hoje, um de nossos principais problemas é a inadimplência. Para reverter este cenário, aderimos ao Quero Pago, solução oferecida pela Quero Educação que busca otimizar a gestão financeira das universidades, melhorando a relação entre instituições e alunos.

Tal processo de automatização da gestão do aluno foi uma ideia genial. Através da plataforma, geramos o boleto, fazemos a matrícula e realizamos cobranças, e essa atuação é fundamental, pois não faz parte de minha expertise. Eu não estou lá para cobrar aluno. O nosso negócio é dar aula e formar o profissional com qualidade.

Levi Guimarães

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

MATERIAIS MULTISSENSORIAIS

CONECTIVIDADE

EXPERIÊNCIAS PERSONALIZADAS DE ENSINO

AMBIENTES VIRTUAIS

Keywords para acompanhar o tema

A Quero Educação foi fundada em 2012 com o propósito de transformar o mercado de educação por meio de tecnologia e inteligência.

Somos uma plataforma que conecta alunos às instituições de ensino. Além disso, a empresa oferece ao mercado soluções para que universidades maximizem seus resultados e para que os estudantes encontrem as melhores opções de estudos.

É o caso de nossas ferramentas de admissão e pagamento digital, e do nosso marketplace, o Quero Bolsa. Além disso, ampliamos nossa atuação com soluções de admissão e pagamento digital (Quero Pago) e Inteligência Educacional - essa última, uma plataforma completa para instituições de ensino que queiram tomar decisões com base em dados.

A empresa cresceu 100 vezes em faturamento nos últimos 5 anos e vem mantendo crescimento próximo de 100%. Somos também a primeira startup de educação do Brasil acelerada pela Y Combinator, onde nasceram Airbnb, Dropbox e Reddit. O Quero Bolsa conta com 1.300 instituições de ensino parceiras e já matriculou quase meio milhão de brasileiros em universidades pelo país.

Bernardo de Pádua

Next-Gen Education

Para construirmos esta última parte dessa edição do Liga Insights, levamos em conta a visão dos especialistas consultados ao longo deste estudo. A partir dessa base de informações, analisamos uma série de pesquisas de mercado que, por sua vez, ancoraram a opinião dos entrevistados. Com isso, chegamos a 5 tendências centrais que podem influenciar o sistema de ensino brasileiro ao longo dos próximos anos.

A primeira das tendências envolve as soluções de Realidade Virtual aplicadas aos processos de ensino e aprendizagem. Podemos ter uma noção do potencial deste mercado ao observarmos, por exemplo, as expectativas de crescimento para os segmentos de RV e Realidade Aumentada (RA) como um todo que, de acordo com números da IHS Markit, devem movimentar cerca de US$ 100 bilhões até 2020.

Tal aumento, se concretizado, seria extremamente expressivo, levando em conta que, em 2017, as tecnologias de RV e RA movimentaram aproximadamente US$ 2,3 bilhões, conforme dados da CB Insights. No âmbito da educação, como veremos logo mais, as tecnologias de realidade virtual e aumentada permitem novas experiências, como excursões para lugares distantes sem a necessidade de que os alunos saiam da escola ou até mesmo para construir metodologias de aprendizagem mais imersivas e que favoreçam maiores níveis de engajamento.

A segunda tendência que identificamos em nosso estudo foi a de Gamification (gamificação) inserida no contexto educacional. Conforme veremos mais à frente, os investimentos ligados a este mercado são extremamente promissores - tanto do ponto de vista geral, quanto em relação aos investimentos especificamente voltados para o segmento educacional. eros divulgados pelo Portal E-Commerce News mostram, por exemplo, que 48% dos consumidores se sentem atraídos por lojas virtuais que adotam o gamification por meio da oferta de pontos a cada compra. Neste sentido, é possível antever o potencial de ferramentas de gamification na construção de experiências de ensino mais engajadoras e atrativas.

A Realidade Virtual aplicadas aos processos

de ensino e aprendizagem

56

Dando sequência, analisaremos, em seguida, o potencial das ferramentas de learning analytics, que utilizam os dados e o big data das instituições para a evolução da educação no Brasil. Para tanto, além de conversarmos com o diretor de uma grande instituição de ensino superior que utiliza tais ferramentas, entrevistamos o Head de uma EdTech cujo foco é fornecer métricas e dados para a melhoria do trabalho dos docentes do país.

Dentro deste mesmo bloco do estudo, falaremos ainda sobre a tendência do ensino adaptativo (adaptative learning), que tem potencial para revolucionar as metodologias de ensino e aprendizagem nos próximos anos, afinal de contas, ao invés de partir de um modelo de ensino mais massificado, esta tendência utiliza a tecnologia para analisar as potencialidades e dificuldades de cada estudante em sua trajetória de busca pelo conhecimento.

Finalmente, abordaremos ainda a tendência da inteligência artificial na educação, movimento que, por si só, será capaz de conduzir alguns eixos de mudança no ambiente educacional brasileiro - da automatização de testes e tarefas de ordem burocrática dos docentes, até o desenvolvimento de modelos de ensino mais individualizados, pontos estes abordados pela Forbes em matéria sobre IA na educação.

learning analytics e de

adaptative learning

O learning analytics

propor melhorias que possam provocar

a evolução da educação no Brasil

Já o adaptative learning, propõe que, ao invés de se partir de um modelo de ensino massificado,

se faça o uso da tecnologia para analisar as potencialidades e

dificuldades de cada estudante em sua trajetória de busca pelo

conhecimento

Realidade Virtual e Gamification

Neste bloco do nosso estudo, analisaremos duas tendências tecnológicas que podem impactar, de modo amplo, o ambiente educacional brasileiro nos próximos anos: realidade virtual e gamification.

Sobre a realidade virtual - tecnologia que utiliza recursos como imagens e vídeos 3D para oferecer ao usuário uma experiência realista, de pertencimento a um ambiente virtual - antes de tudo, é importante discutirmos alguns dados centrais sobre esse mercado. Segundo infográfico da Virtual Reality Brief, por exemplo, o segmento de realidade virtual aplicada a educação deve valer, até 2020, US$ 200 milhões, chegando a aproximadamente US$ 700 em 2025.

Em relação a aplicação de soluções de realidade virtual na educação, quase 70% de professores consultados no mesmo estudo, apontaram que tais tecnologias serão úteis para que os alunos conheçam lugares distantes sem precisar sair da sala de aula. Por fim, o infográfico ainda apresenta um desafio interessante: embora quase 80% dos professores nos Estados Unidos tenham acesso a tecnologias de VR (Virtual Reality), somente 6,87% deles fazem uso regular destas ferramentas em sala de aula.

Traçando um paralelo com a realidade brasileira, é interessante percebermos que um dos casos mais significativos sobre o uso de tecnologias de realidade virtual nas escolas do país, envolve, justamente, a possibilidade de "levar" os alunos para conhecer diferentes locais do mundo a partir da sala de aula. Com o Google Expeditions - presente na metade dos estados brasileiros e em mais de 100 escolas, dentre públicas e privadas - os estudantes podem, ainda, se aventurar pelo espaço ou mesmo dentro de moléculas. Segundo a Fundação Telefônica, mais de 2 milhões de pessoas já têm acesso ao aplicativo que faz parte do pacote G Suite For Education.

Quando analisamos o cenário das tecnologias de realidade virtual e aumentada como um todo, por sua vez, um estudo do escritório global de advocacia Perkins Coie aponta que a área de educação - em conjunto com o mercado de games e o de healthcare - deve atrair e conduzir os investimentos neste mercado ao longo dos próximos anos. No montante geral, a comercialização de dispositivos de realidade virtual deve crescer em mais de 84% até 2020, de acordo com números da ABI Research.

de professores

VR e AR

alunos conheçam lugares distantes sem precisar sair

da sala de aula

80% dos professores nos

Estados Unidos tenham acesso a tecnologias de

VRsomente 6,87%

fazem uso regular destas ferramentas em

sala de aula

Não à toa, iniciativas como a de Educação Imersiva - que desenvolve pesquisas sobre realidade virtual, realidade aumentada e tecnologias aplicadas na educação - dos Estados Unidos, conta com apoiadores com histórico de suporte à inovação, como Harvard, MIT, Stanford, IBM, além da UNESCO e do Departamento de Educação dos Estados Unidos, por exemplo.

Para Daniel Cardoso, Diretor e responsável pelos treinamentos online ao vivo da Impacta Certificação e Treinamentos, apesar de termos um ambiente educacional tímido no Brasil do ponto de vista da aplicação de tecnologias de VR, é questão de tempo para que tais ferramentas se tornem uma realidade concreta no Brasil.

"A realidade virtual pode ser um ponto de virada na educação brasileira como foram, por

exemplo, os conteúdos em vídeo. No Brasil, é verdade, este movimento ainda é muito incipiente. Mas, na hora que os óculos e outras ferramentas de realidade virtual se tornarem tão comuns quanto um celular, por exemplo, será muito interessante poder oferecer cursos e treinamentos em ambientes de VR, possibilitando uma maior interação entre professores e alunos. Neste sentido, eu apostaria na realidade virtual e na realidade aumentada como tendências para o futuro da educação no Brasil e no mundo", explica Daniel, acrescentando que ainda existem muitas barreiras no ambiente de negócios brasileiro para deslancharmos no processo de transformação digital do mercado de educação, mas, segundo ele, em até 5 anos, devemos dar um salto de digitalização.

Dentro do mercado de EdTechs nacionais que direcionam esforços para a criação de soluções e plataformas de realidade virtual e aumentada, vale a pena citarmos uma startup que vem ganhando destaque no país. A VR Monkey, startup sediada em São Paulo e focada na criação de conteúdo e no desenvolvimento de experiências em realidade virtual, teve faturamento de R$ 800 mil em 2017 e possui na educação um dos principais segmentos-alvo. Dentre os cases-destaque da startup, podemos citar a 7VR Wonders que reproduz viagens pelas 7 maravilhas do mundo e o laboratório do futuro, que visa criar experiências de ensino em química, física e biologia.

Voltando ao contexto da transformação digital, citado por Daniel, e no impacto das mudanças impostas pela tecnologia no âmbito educacional brasileiro, é válido salientar que este cenário fez com que o próprio Grupo Impacta, nas palavras do executivo, ampliasse seu escopo de cursos e de modelos de aprendizagem nos últimos anos.

"O momento que a gente está vivendo na Impacta é desafiante. Nós começamos há 30 anos, quando o conhecimento em informática ainda era muito precário. Curiosamente, até hoje um dos cursos que mais vendemos é o Excel, mas, além desses cursos mais básicos, atualmente temos uma das maiores gamas de cursos da América Latina. Nosso core sempre foi a modalidade de ensino presencial, mas, a partir do momento que as tecnologias de ensino a distância evoluíram no Brasil, nós já começamos a adentrar neste cenário. Neste sentido, a transformação digital fez com que nós expandíssemos nosso escopo. Para tanto, tivemos que entender como produzir, como preparar os professores, qual a melhor forma de comercializar e distribuir meu portfólio", comenta Daniel, que diz ainda que tudo isso só é possível caso haja uma quebra da cultura interna, e a difusão da ideia de que, se não adotarmos uma mentalidade digital, dificilmente iremos sobreviver em um futuro no qual a digitalização será a força motriz.

O próprio mercado de educação a distância e de plataformas LMS, aliás, tem passado por transformações importantes. Transformações estas que motivaram, por exemplo, a criação do Ludos Pro, plataforma de e-learning que utiliza o conceito de gamificação para oferecer uma série de atividades visando um maior engajamento dos usuários.

"Existe uma saturação natural no formato tradicional das plataformas LMS, que não trazem a personalização necessária e a dinâmica/interatividade exigida pelos usuários para se manterem engajados. O público mudou, não quer mais apenas consumir o conteúdo e sim fazer parte do aaaaa

“jogo”. Por ser uma linguagem proprietária, conseguimos expandir as possibilidades de uso de um LMS tradicional, criando diferentes tipos de jogos, mecânicas, campanhas de incentivo além de um sistema de inteligência de dados que consegue traçar o perfil do usuário e eventuais gaps de conhecimento, trazendo uma forma de aprendizado adaptativa", explica Danilo Parise, CEO do Ludos Pro.

A startup, que tem como foco a oferta de cursos corporativos, teve crescimento de 130% dentre os anos de 2017 e 2018 e almeja manter o mesmo ritmo de expansão em 2019. Atualmente, o Ludos Pro atende clientes como Santander, Telefônica, Sompo, Grupo Ultra, Cobmax, Sicredi, entre outros. Segundo Danilo Parise, a transformação digital do ambiente educacional tende a trazer frutos positivos para as empresas e startups que estiverem atentas.

"A digitalização irá nos ajudar a escalar e democratizar o conhecimento, além de trazer novas formas de engajar e estimular o processo de aprendizagem em um mundo tão dinâmico. Com a digitalização quebramos barreiras que antes eram inimagináveis. Hoje podemos fazer um curso dos EUA ou de qualquer outra parte do mundo, apenas com alguns cliques e uma dose de dedicação", conclui Danilo.

Analisando o mercado global de gamification, é válido notar que, em 2018, o segmento foi avaliado em US$ 5,5 bilhões e deve ter crescimento médio de 30% de 2019 a 2024, segundo estudo da consultoria Mordor Intelligence. Ainda segundo a pesquisa, o mercado mais robusto de gamification no mundo é o da América do Norte, ao passo que o mercado asiático é o que vem apresentando crescimento mais veloz nos últimos anos.

Por sua vez, quando observamos o mercado de gamification aplicado à educação, é possível notar um potencial de crescimento ainda mais significativo: de acordo com pesquisa da MarketsandMarkets Research, este segmento deve apresentar expansão média anual de 32% até 2023, saindo de US$ 450 milhões para US$ 1,8 bilhão em valor de mercado durante o período.

Sem dúvidas, para que possamos ter uma expansão significativa de tecnologias de realidade virtual e gamification no ambiente educacional brasileiro precisaremos, antes de tudo, superar uma série de desafios mais elementares que já foram apresentados. Todavia, é importante levarmos também em conta que a própria tecnologia pode ser uma aliada para que o país quebre as barreiras que impedem o fortalecimento de nosso sistema de ensino.

A Eruga é uma plataforma de treinamentos que utiliza gamificação e realidade virtual para aumentar o engajamento dos usuários. Fundada em 2013, a startup de Curitiba já recebeu mais de R$ 150 mil em investimentos.

A Qranio é uma plataforma gamificada mobile que permite às empresas criar modelos de aprendizagem com oferta de prêmios para estimular o engajamento. Já captou mais de US$ 1,6 milhões em investimentos, desde sua fundação, em 2012.

Com mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo, o Duolingo é uma plataforma gamificada para o aprendizado gratuito de idiomas, utilizando um modelo de ensino simples e intuitivo. Só em 2017, a startup americana recebeu mais de US$ 100 milhões em investimentos.

Fundada nos EUA em 2007, a zSpace combina elementos de realidade aumentada e realidade virtual para criar experiências únicas no processo de ensino. Desde sua fundação, a startup já recebeu mais de US$ 56 milhões em investimentos.

Learning Analytics e oEnsino Adaptativo

Já é de conhecimento de todos o jargão de que “dados são o novo petróleo”. Para termos noção de quão importante é o tráfego de informações no mundo atual, basta observarmos dois estudos realizados pela Business Software Alliance em 2015. No primeiro deles, é possível notar, por exemplo, que 90% de toda a informação que circulava no planeta durante o período do estudo fora gerada dentro do biênio 2014-2015, enquanto apenas 10% foi gerada nos anteriores. O segundo estudo, por sua vez, aponta que 61% das empresas americanas utilizam a análise de dados em seus planos de contratação e que, para cada emprego relacionado a dados gerado nos Estados Unidos, outros 3 postos de trabalho são criados indiretamente.

Dito isso, como não pensar no potencial dos dados para a geração de mudanças em escolas públicas e privadas, no ensino superior e no sistema educacional do país como um todo? Este é o eixo pelo qual corre o learning analytics, tendência tecnológica que, por meio da coleta e mineração das informações busca desenvolver novos processos de aprendizagem e propor modelos de ensino adaptativo, adequados à realidade e ao ritmo de cada estudante.

De acordo com o levantamento Education and Learning Analytics Market, da MarketsandMarkets Research, por exemplo, até 2023, o crescimento do valor de mercado do segmento de learning analytics irá saltar de US$ 2,6 bilhões para mais de US$ 7 bilhões. Além disso, a consultoria prevê que, dentro do período, o crescimento médio da indústria de learning analytics será superior a 22%. No Brasil, por sua vez, a indústria de Big Data e Analytics como um todo, deve movimentar, só em 2019, US$ 4,2 bilhões, segundo análise da IDC Brasil, o que, naturalmente, abre espaço para investimentos direcionados para o mercado de educação.

Dentro desse contexto, o país já conta com alguns casos interessantes da aplicação de learning analytics em prol da melhoria da educação. É o caso, por exemplo, da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), que criou uma plataforma na qual os profissionais de educação podem consultar uma série de informações relevantes sobre o ambiente educacional do estado. O objetivo da Goiás 360 é democratizar o acesso à informação e, dentre outros pontos, melhorar as rotinas de planejamento e tomada de decisões de professores e gestores educacionais.

Outro exemplo interessante é o da Faculdade ESAMC de Uberlândia, que faz uso do Learning Analytics para aumentar seus níveis de competitividade e a qualidade do ensino da instituição, que conta com unidades nos estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Adriano Novaes, Proprietário e Diretor Geral da ESAMC, explica algumas das outras finalidades do Learning Analytics na instituição, incluindo, por exemplo, a avaliação dos níveis de engajamento no modelo de sala de aula invertida - na qual os conteúdos expositivos são estudados em casa com o apoio de recursos tecnológicos e a ida às unidades presenciais têm como foco o esclarecimento de dúvidas e a prática do conteúdo aprendido.

"Temos usado indicadores para acompanhar se está ocorrendo ou não a Flipped Classroom na aula presencial (a ESAMC não tem EAD), ou seja, verificamos quanto tempo o aluno fica na plataforma, se fez ou não a preparação e, em seguida, cruzamos com a nota do aluno e sua presença. Também fazemos provas de eixo de conhecimento para sabermos se o aluno aprendeu aaaa

todo conteúdo de uma grande área de conhecimento de um curso. Exemplo: aplicamos uma prova de eixo na disciplina de Marketing IV cobrando todos os conteúdos aprendidos nas disciplinas de marketing anteriores. Com isso, podemos verificar se ficou algum GAP de conhecimento. Como utilizamos muito PBL (projetos) montamos rubricas para acompanhar e tangibilizar o conhecimento", explica Adriano.

Seguindo a linha de outros especialistas consultados neste estudo, o executivo apontou que um dos principais desafios para a aplicação de tecnologia no ambiente educacional brasileiro envolve uma questão cultural, dos professores e da comunidade escolar que ainda não se adaptaram ao movimento de transformação.

Entretanto, segundo Adriano, uma das grandes vantagens da inovação consiste em poder corrigir, justamente, falhas no processo educacional e na preparação dos docentes. "Conseguimos avaliar melhor os professores, valorizando também os docentes que entregam resultados pedagógicos efetivos e não somente aqueles que, por serem carismáticos, contam com a aprovação das turmas. Consequentemente, montamos melhor os treinamentos de professores e verificamos se as turmas, de fato, estão aprendendo melhor. Como diz o professor de Harvard, Robert Kaplan “Você só gerencia o que se mede”, conclui Adriano, não sem antes demonstrar entusiasmo com o mercado de EdTechs, explicando que a instituição já fez uso de ferramentas como Kantum (Formação de Professores) e Kahoo (Educação por meio de Gamification).

Seguindo este princípio de metrificação, o VOA educação oferece uma plataforma que fomenta o desenvolvimento integral dos alunos por meio da coleta de observações de diversos professores que colaboram para criar um painel de métricas, possibilitando uma análise socioemocional que facilita a construção de estratégias para que os estudantes potencializem suas habilidades socioemocionais. De acordo com Marcelo Michelli, sócio-diretor do VOA, um dos objetivos da ferramenta é disponibilizar instrumentos que melhorem a rotina dos professores.

"Nossa meta central sempre foi gerar valor para o aluno, mas, para tanto, temos que gerar valor para os professores e para todo o ecossistema escolar. Neste sentido, mapeamos as dores dos docentes com o intuito de auxiliá-los a superá-las. Uma dor enorme do docente: ele gasta muito tempo fora da sala de aula com atividades que não dizem respeito ao conteúdo acadêmico, mas sim, com atividades burocráticas, por isso, disponibilizamos dados que tornam sua vida melhor e mais produtiva. Outro gap era em relação ao desenvolvimento do aluno. O professor metrifica o desempenho e a má conduta. Mas a boa conduta é recompensada como? Em outras palavras: queremos ajudar o professor a fazer a gestão do desenvolvimento do aluno de modo integral", explica Marcelo.

Pesquisas recentes dão razão a Marcelo. Um estudo do Banco Mundial realizado com escolas do Rio do Janeiro mostra que o tempo efetivamente gasto com o ensino não passa de 64% - a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 85%. Neste sentido, soluções que possam contribuir com a reversão deste cenário serão extremamente positivas para o ambiente educacional do país.

O sócio-diretor do VOA destaca, ainda, o papel dos dados na construção de soft skills entre os estudantes e na modelagem de metodologias de ensino adaptativo.

"As habilidades humanas, os chamado soft skills, começaram a ganhar mais relevância nas escolas. A capacidade de relacionamento, de trabalhar sob pressão, a proatividade, o espírito de equipe, a resiliência e a criatividade, todas estas habilidades voltaram a ser instigadas no ambiente educacional. Com nossa plataforma, nós reforçamos essa visão metodológica, que encara o aluno como um indivíduo e propõe seu desenvolvimento integral. Para tanto, os docentes conseguem, pelo VOA, acessar um relatório completo do aluno, fazer um diagnóstico e registrar planos de ações diferenciados para cada estudante", conclui Marcelo.

Sobre o ensino adaptativo, aliás, merece menção o fato de que um estudo recente do Centro para Pesquisa e Reforma da Educação da John Hopkins University, identificou que estudantes que experienciam este modelo de aprendizagem, a rigor, têm desempenho superior em provas e tarefas escolares. Vale apontar também que, segundo pesquisa da consultoria IndustryARC, o mercado de ensino personalizado ou adaptativo deve superar US$ 2 bilhões até 2024, com crescimento médio de 29% até 2024.

Tal média de crescimento é um indicativo, por fim, de que, em um curto espaço de tempo, esta metodologia de ensino pode gerar impactos inclusive no Brasil, fato extremamente positivo quando levamos em conta que um dos principais objetivos deste modelo consiste em considerar a individualidade de cada estudante e, assim, abrir espaço para um ambiente educacional que não faça das diferenças, elementos excludentes para os processos de aprendizagem.

A Dreamshaper é uma plataforma que auxilia alunos nas escolas regulares a criar projetos empreendedores, por meio de uma metodologia que se adapta ao perfil de cada estudante. Fundada em 2013, a edtech conta com apoio da Fundação Lemann.

A premissa da Estuda é simples, mas eficiente: utilizar um amplo banco de dados com provas, para preparar os usuários para exames como o ENEM a prova da OAB. Fundada em 2013, a startup recebeu aporte da Garan Ventures no ano passado.

Fundada em 2004, nos Estados Unidos, a DreamBox Learning já recebeu mais de US$ 175 milhões em aportes financeiros. Seu principal objetivo é utilizar o ensino adaptativo para melhorar o aprendizado de crianças em matemática.

Startup irlandesa, a Adaptemy oferece consultoria, ferramentas de publicação, aplicativos customizáveis e recursos baseados em IA para a criação de conteúdo educacional com foco em aprendizagem adaptativa. A EdTech já levantou € 4 milhões em investimentos.

Inteligência Artificial

Quando questionamos para os especialistas consultados ao longo deste estudo quais as principais tendências tecnológicas que poderiam vir a transformar ou contribuir para a construção de novas metodologias de ensino no país, sem dúvidas, a inteligência artificial foi o campo mais citado entre a maioria dos entrevistados.

Dito isso, até que ponto as tecnologias de IA direcionadas para a educação estão maduras, o suficiente, do ponto de vista da aplicabilidade e da escalabilidade no Brasil? Para responder a essa pergunta precisamos, inicialmente, consultar alguns dados gerais deste mercado promissor, mas que conta com alguns desafios centrais.

De acordo com uma pesquisa da consultoria IDC, por exemplo, os investimentos gerais em Inteligência Artificial devem alcançar patamar próximo a US$ 36 bilhões em 2019, o que representaria uma expansão de 44% em relação ao montante investidos nestas tecnologias em 2018. Por sua vez, a IDC estima que, até 2022, estes investimentos vão mais que dobrar, chegando a, aproximadamente, 79,2 bilhões.

Segundo a consultoria, as indústrias que mais investiram até o momento em Inteligência Artificial, são, respectivamente, o varejo e os bancos, que têm direcionado recursos para o desenvolvimento de tecnologias para atendimento automatizado, combate de ameaças e prevenção de fraudes, além de recomendação de compras.

No Brasil, embora ainda haja certa carência de dados sobre o mercado de inteligência artificial no país, um estudo da FGV, que relaciona as taxas de empregabilidade com o crescimento das tecnologias de IA, projeta três cenários para o país nos próximos 15 anos: um primeiro com aumento médio de 5% no uso de inteligência artificial pelo mercado; um segundo com expansão de 10%; além de um terceiro cenário mais agressivo, no qual a adoção de IA teria um crescimento médio de 26%.

No último destes cenários, embora a Fundação Getúlio Vargas preveja uma queda considerável dos empregos direcionados à mão de obra não qualificada, o estudo também prevê um crescimento de 1,56% no número de postos de trabalho qualificados - o que reforça a tese que apresentamos ao longo de nosso estudo, sobre a importância do letramento digital para a inserção das novas gerações no mercado de trabalho. Outro lado positivo da pesquisa consiste no fato de que a adoção de inteligência artificial no país pode contribuir para um crescimento do PIB de até 6,43% no período acumulado de 15 anos.

Nesse contexto, algumas grandes empresas já têm feito investimentos importantes para o desenvolvimento de tecnologias de IA no Brasil. É o caso, por exemplo, da IBM, que anunciou, no início deste ano, um aporte de R$ 20 milhões no país para a criação de um centro de pesquisas focado, majoritariamente, em pautas relacionadas com o meio ambientes, recursos naturais, saúde e finanças, segundo matéria da GQ Brasil.

Pensando no segmento educacional global, o cenário de investimentos em IA é também otimista. De acordo com uma pesquisa da MarketsandMarkets Research, por exemplo, a aaaaaaaaaa

expectativa é de que, até 2023, os investimentos em IA aplicada à educação cheguem no patamar de US$ 3,69 bi, atingindo um crescimento médio de cerca de 47% durante o período 2017-2023.

O eixo educacional brasileiro, por sua vez, também conta com investimentos e iniciativas importantes de grandes empresas no país. É o caso da Microsoft, que anunciou parceria com SESI e SENAI para o treinamento gratuito em inteligência artificial para 3 milhões de jovens que estudam em uma das instituições. A Samsung Brasil, por sua vez, por meio do programa OCEAN, oferece cursos gratuitos em Manaus e São Paulo, com foco no desenvolvimento de soluções tecnológicas e abordando temas que vão da realidade aumentada a inteligência artificial.

Tais cursos podem contribuir para o avanço da IA no ambiente educacional brasileiro, o qual, segundo alguns especialistas, ainda precisa amadurecer. Fabrício Barth, Líder Técnico da IBM e Professor Titular do Departamento de Tecnologia da ESPM, explica alguns dos desafios para a transformação deste cenário.

"Acho que há um desafio importante relacionado aos investimentos. No setor financeiro, quando criamos, por exemplo, modelos cada vez mais assertivos para identificação de fraudes, tal investimento traz um retorno muito significativo. Por sua vez, no setor educacional é difícil encontrar casos de uso em que está realmente claro o ROI (retorno sobre o investimento), e, quando há clareza sobre o retorno, geralmente não há facilidade de implementação. Neste sentido, estamos falando de um ambiente muito mais complexo", explica Fabrício.

O pesquisador ainda acrescenta que, no que tange a políticas públicas voltadas para a inteligência artificial, estamos muito atrás de potências como Estados Unidos, China e do próprio continente europeu. Segundo Fabrício, todos estes centros já têm uma estratégia de políticas públicas de IA documentada - não só no eixo educacional, mas como um todo - ao passo que no Brasil, de acordo com ele, ainda estamos distantes de criar um direcionamento sobre IA no âmbito do poder público nacional.

Sobre as tendências da Inteligência Artificial no campo da educação, Fabrício aponta um caminho central. "Pensando nas instituições de ensino, penso que o caminho seja utilizar a IA para desburocratizar os processos existentes dentro da instituição de ensino e aumentar a eficiência das chamadas atividades back-office - que não estão diretamente relacionadas com o processo de ensino-aprendizagem. Uma vez implantadas tecnologias que suportem estas atividades, há a possibilidade de que o docente direcione seu esforço na preparação de aulas ou no atendimento aos alunos, ao invés de perder um tempo excessivo na correção de testes, na construção de relatórios ou mesmo inserindo dados em diversas plataformas", conclui o pesquisador.

Assim, plataformas como a Geekie One, da EdTech Geekie, busca oferecer dados e ferramentas para facilitar a rotina e o planejamento pedagógico de gestores escolares e professores. Além disso, a plataforma tem como intuito desenvolver habilidades e competências sintonizadas com o mercado de trabalho do século XXI.

Outra startup sintonizada com a ideia de construir soft skills nos estudantes é a Tamboro. Por meio de uma metodologia própria para desenvolvimento e avaliação, a Plataforma Tamboro propõe uma experiência gamificada, na qual o usuário recebe um roteiro de aprendizagem e aaaaaa

2017-2023

precisa superar uma série de etapas para conquistar os objetivos propostos. Tite Zobaran, Sócia e Diretora de Produto da Tamboro, explica o papel da Inteligência Artificial na Plataforma:

"Um dos maiores desafios do desenvolvimento de soft skills por meio de e-learning é a avaliação. Nós desenvolvemos um algoritmo inteligente inovador, em parceria com pesquisadores, que analisa os dados do participante a cada etapa da sua trajetória e, ao final do processo, conseguimos emitir um certificado com nível de proficiência em cada habilidade. A solução é customizável para empresas e o desenvolvimento de soft skills pode ser “injetado” no conteúdo técnico – com cases contextualizados. Desta forma, a empresa deixa de fazer um treinamento e passa a desenvolver suas equipes", aponta Tite.

Selecionada pelo Programa de aceleração BNDES Garagem, a Tamboro conta hoje com 100 mil usuários cadastrados na plataforma, que utilizam tanto as funcionalidades voltadas para instituições de ensino, como as ferramentas voltadas para empresas e educação corporativa - a Tamboro conta com clientes como Ancar, Deloitte, Farfetch, Natura, Reserva, dentre outras. Apesar de todas as conquistas, a sócia da Tamboro reconhece que o ambiente brasileiro de EdTechs conta com alguns obstáculos que precisam ser superados. Além de concordar com o Professor Fabrício Barth sobre a falta de incentivos, Tite aponta outros três desafios centrais.

"O engajamento é um ponto sensível. Envolver e despertar o interesse. Evoluir de um sistema que está aí há praticamente duzentos anos - quando a revolução industrial criou uma demanda de formação de mão de obra que seguia um modelo muito específico - para o cenário atual, em que o conhecimento não é mais centralizado e é cada vez mais importante despertar a curiosidade e a vontade de se autodesenvolver. Além disso, do lado da infraestrutura, em diversos locais do país ainda falta acesso a internet com qualidade. Por fim, do ponto de vista da gestão, faltam instrumentos de avaliação capazes de medir resultados das metodologias adotadas em tempo real, maximizando a capacidade de reação e correção de trajetórias", finaliza Tite.

Para superar estes pontos, como vimos ao longo deste estudo, somente uma união entre iniciativas públicas, empreendedorismo e pesquisa será capaz de fortalecer, de fato, o ecossistema brasileiro de EdTechs, contribuindo assim, para o aumento da competitividade e do potencial de inovação do país como um todo.

A Witseed desenvolve conteúdo especializado, tendo como foco a criação de programas personalizados de ensino em que são combinados o uso de Inteligência Artificial e vídeos roteirizados com qualidade cinematográfica. Em 2018 a startup recebeu R$ 1 milhão em investimentos.

O objetivo da Plape é melhorar a gestão de instituições de ensino e a produção acadêmica por meio de Inteligência Artificial. Utilizada em mais de 50 países por cerca de 14 milhões de estudantes, a edtech, fundada em 2015, recebeu investimentos de US$ 120 mil da Microsoft.

A startup Thinkster Math combina o uso de Inteligência Artificial com tutoria de professores especializados para desenvolver habilidades matemáticas nos estudantes. Fundada em 2010, a edtech já recebeu mais de US$ 4,7 milhões em investimentos.

Por meio do uso de Inteligência Artificial, a americana Lingvist cria experiências personalizadas de ensino em diversos idiomas, levando em conta o ritmo de aprendizagem de cada estudante. A edtech, sediada na Estônia, já recebeu, desde 2013, mais de US$ 11 milhões em investimentos.

Comecei na área de inovação da Ânima Educação em 2013. Logo no início, tivemos contato com algumas EdTechs que conheciam não só de tecnologia, mas de todo o processo de ensino e aprendizagem.

Foi o caso da mLearn, por exemplo, com a qual nos associamos para construir

conteúdos que pudessem ser acessados via plataformas mobile. Muitas vezes, vemos professores em conflito com os smartphones, mas porque não os utilizar como plataformas de aprendizagem?

Neste sentido, a mLearn casou muito com o conceito que estávamos difundindo no

Grupo Ânima de Mobile Learning. Hoje, nós abraçamos a ideia de que os alunos podem aprender, também, via mobile, por meio de aplicativos, no modelo de educação híbrida.

Um grande diferencial do Grupo nima consiste no fato de que nunca tivemos a

intenção de fechar nossas soluções e inovações. Escolas do Nordeste, inclusive da rede pública, por exemplo, estão utilizando algumas soluções desenvolvidas por nós e a mLearn. E isso é ótimo, pois a gente entende que a Ânima tem uma contribuição para a melhoria da educação na sociedade.

Rafael Ávila

DESBUROCRATIZAÇÃO DE PROCESSOS

POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA IA

SALA DE AULA INVERTIDA

LEARNING ANALYTICS

EDUCAÇÃO IMERSIVA

GAMIFICAÇÃO

Keywords para acompanhar o tema

O principal GAP do mercado de educação, a nosso ver, é a dificuldade das pessoas em se qualificar para conseguir um emprego. Por outro lado, após o movimento de recuperação da crise econômica, as empresas precisam e nem sempre encontram mão de obra qualificada.

Neste sentido, a mLearn atua com verticais de produtos voltados para a qualificação pessoal e profissional. Nós temos, por exemplo, o aplicativo qualifica, que oferece cursos de venda e o primeiro MBA Mobile do país. Nossos cursos contam com certificação e o MBA é reconhecido pelo MEC. Para acessar os cursos, o usuário assina o serviço, conforme o Netflix e outras plataformas SaaS.

Nós também trabalhamos com soluções personalizadas para empresas e instituições de ensino: a companhia quer qualificar sua equipe e já dispõe do conteúdo. Nós disponibilizamos a ferramenta e o funcionário poderá fazer qualquer curso via mobile ou multiplataforma.

Por fim, além de oferecermos a infraestrutura, nós prestamos consultoria pedagógica e acadêmica para a construção de cursos qualidade.

Rômulo Abdalla

ENTRE_VISTADo ponto de vista da infraestrutura para a inovação, como você enxerga o ambiente educacional brasileiro?Acredito que as escolas ainda tem um viés muito tradicional. A verdade é que isso não ocorre apenas no Brasil. Quando paramos para analisar iniciativas internacionais, os projetos de transformação digital e tecnologia ainda me parecem muito iniciáticos. A educação, é importante salientar, foi se tangibilizando, ao longo da história, sob a forma de instituições com pouca abertura para a inovação. Neste sentido, há um longo caminho de mudança cultural que precisa ser percorrido.

Que desafios precisam ser superados para que a educação no Brasil conte com um suporte maior das novas tecnologias?Na minha visão, as escolas e as universidades ainda traduzem o modelo social e econômico da época industrial, um modelo de ensino no qual perguntar não é importante, que tolhe a criatividade, a curiosidade, as soluções para problemas complexos. O erro, nesse contexto, não é visto como uma oportunidade para a obtenção de conhecimento e o próprio modelo de avaliação desfavorece os processos colaborativos. Dito isso, o que precisa ser feito, essencialmente, é uma reflexão sobre o futuro do trabalho. Toda educação deve ser repensada levando em conta a sociedade, a economia, a cultura e as novas tecnologias deste contexto do futuro.

Quais as tendências tecnológicas para educação nos próximos anos, na tua visão? Enxergo 9 tendências centrais: Aprendizagem personalizada e adaptativa; lifefelong learning e aprendizagem em micromomentos; uma tendência de microcertificações, em que combino certificados para obter uma titulação; o social learning ou crowdlearning - em que utilizo a interação com outras pessoas para adquirir conhecimentos práticos; a democratização da educação, para serviços educacionais mais aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

acessíveis; a inteligência artificial que, na minha visão, deve trazer a melhor interface para se aprender no contexto das novas tecnologias; o ensino híbrido; o uso de Big Data para uma melhor estruturação das metodologias de ensino e o blockchain para um processo de certificação e validação de certificados das instituições.

Quais as iniciativas para fomentar uma mentalidade mais inovadora em suas escolas?Em 2016 nos propomos a repensar 100% do nosso modelo educacional com foco na transformação digital. A partir desta visão, criamos o LIT, uma plataforma de onlearning que engloba metodologias e diversas inovações nas quais acreditamos: educação personalizada, autodirecionada, tecnologias mobile, IA. Criamos também uma colmeia de inovação - ambiente propício para a disrupção e colaboração, incluindo professores e facilitadores com metodologias colaborativas. O ambiente é conectado à nuvem da IBM, com tecnologias desenvolvidas para a resolução de problemas específicos do processo de inovação.

A Saint Paul mantém parcerias com startups ou outras empresas que oferecem tecnologias?Estamos abertos ao mercado de EdTechs e acreditamos na importância da discussão de novas tecnologias no ambiente educacional. Não temos nenhuma parceria por enquanto, pois, até o momento, tivemos contato com startups que oferecem ótimas ferramentas de sustentação e para gerar eficiência em processos, mas estamos em busca de soluções disruptivas, que de fato transformem os processos de ensino e aprendizagem.

José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios

JUNHO 2019

EQUIPE E CONTATOS

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Introduçãohttps://www.forbes.com/sites/robynshulman/2018/01/26/edtech-investments-rise-to-a-historical-9-5-billion-what-your-startup-needs-to-know/#61e44923a38bhttps://brandongaille.com/23-edtech-industry-statistics-and-trends/https://www.financedigest.com/global-report-predicts-edtech-spend-to-reach-252bn-by-2020.htmlhttps://www.istoedinheiro.com.br/educacao-lidera-startups-brasileiras/https://edtechcities.com/pdf/NAVVEN180628-1212%20Report_WEB_FINAL.pdfhttp://www.telesintese.com.br/na-europa-quase-todas-casas-tem-acesso-internet/http://www.telesintese.com.br/europa-harmoniza-uso-do-espectro-de-26-ghz-para-5g/http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-07/mais-de-um-terco-dos-domicilios-brasileiros-nao-tem-acesso-internethttps://tecnoblog.net/264187/operadoras-previsao-demora-5g-brasil/https://g1.globo.com/economia/noticia/brasil-sobe-5-posicoes-em-ranking-mundial-de-inovacao-apos-2-anos-estagnado.ghtmlhttps://jornal.usp.br/especiais/brasil-esta-no-fim-da-fila-quando-o-assunto-e-inovacao-2/https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/inovacao-e-tecnologia/brasil-precisa-ampliar-incentivos-e-instrumentos-para-alavancar-investimento-privado-em-inovacao/https://www.valor.com.br/brasil/5234641/ibge-brasil-tem-118-milhoes-de-analfabetos-metade-esta-no-nordeste

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