jovira maria sarraceni - unisalesiano · ao meu noivo marcos rogério, que neste momento tem sido a...

55
1 JULIANE LEIVA MELLO MARIELE CARINA CAVENAGHI THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física sob a orientação da Profª. Esp. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni LINS SP 2007

Upload: dinhthu

Post on 24-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

1

JULIANE LEIVA MELLO

MARIELE CARINA CAVENAGHI

THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ

ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE

AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física sob a orientação da Profª. Esp. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni

LINS SP

2007

Page 2: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

2

JULIANE LEIVA MELLO

MARIELE CARINA CAVENAGHI

THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ

ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE

AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física.

Aprovado em : __/__/____.

Banca Examinadora:

Profº Orientador: Ana Cláudia de Souza Costa

Titulação: Educadora física e fisioterapeuta especialista em neurologia

Assinatura:_________________________________

1º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2º Prof(a): ______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

Page 3: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

3

DEDICATÓRIA

À minha mãe Márcia,

Apesar de todas as brigas e confusões em nossas vidas, quero dizer à

você, que te amo muito, e que você é a responsável pela minha formação. Se

hoje sou o que sou é devido a você, e te agradeço muito por tudo. Esta fase de

minha vida eu dedico à você, minha mãe guerreira. Te amo.

Juliane

Às minhas irmãs Lidiane, Bianca e Bruna,

Agradeço a vocês por tudo, todas as fases de nossa vida valeu para dar

valor a tudo em nossas vidas. Amo vocês.

Juliane

Ao meu pai Paulo,

Obrigada, pela força que me deu durante estes anos de faculdade,

devido à ela consegui dar um grande passo em minha vida. Te amo.

Juliane

Ao meu companheiro para toda vida Anderson,

Nenê, esta monografia dedico à você, por toda paciência que teve

comigo, devido a minha ausência, aos domingos que fiquei até altas horas

concluindo mais esta etapa de minha vida, às ajudas do nosso word , aos dias

que me ajudou , que correu junto comigo e esteve presente em todos os

momentos. Desculpe-me por ter me agüentado neste tempo de estresse. Você

chegou em minha vida para melhorar 100% e nossa história está apenas

começando. Amo muito você, meu nenê lindo!!!

Juliane

Às minhas parceiras Mariele e Thaís,

Quem diria hein meninas... Conseguimos passar por esta fase tão difícil.

Quantas brigas tivemos, quantas caras feias fizemos uma para as outras,

mas nada que uma grande amizade não supere tudo isso. Vocês farão parte da

minha história e hoje podemos olhar para trás e dar risadas de todas as

Page 4: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

4

besteirinhas que fizemos. Dedico esta monografia principalmente a todas nós,

porque nós merecemos e se tudo ocorreu desta maneira, foi para nos unirmos

ainda mais. Graças a Deus chegamos até aqui e podemos gritar VIVAAAA!!!

Amo vocês. Obrigada por tudo.

Juliane

Aos meus segundos pais Bene e Terezinha,

Obrigada pela paciência que tiveram comigo neste tempo e quero

agradecer à vocês por colocarem no mundo a pessoa que me faz a mulher

mais feliz do mundo. Muito obrigada.

Juliane

Aos meus pais Solange e Mário,

Que batalharam muito para que eu conseguisse realizar todos os meus

sonhos. Que me auxiliaram em minha caminhada até aqui e se privaram de

muitas coisas para que eu me tornasse a pessoa que sou. A vocês devo tudo

que tenho e o que sou hoje. Muito obrigada por tudo. Amo vocês.

Mariele

À minha irmã Mariane,

Que sempre esteve pronta para me ajudar, principalmente nesta etapa

da minha vida que está se encerrando, você teve grande participação, tirou

muitas dúvidas que eu tinha e me ajudou em tudo que precisei. Obrigada. Te

amo.

Mariele

Ao meu grande amor Renato,

Agradeço-te por todos os momentos em que esteve ao meu lado, por

todas as horas em que me apoiou e me aconselhou. Com você aprendi que

nem sempre o que as pessoas julgam ser o melhor para nós, é o que

realmente precisamos. Muito obrigada pela paciência e atenção que você me

concedeu. Em pouco tempo você já se tornou muito especial e importante em

minha vida, te amo cada dia mais.

Mariele

Page 5: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

5

À amiga Larissa,

Que ao longo de dois anos esteve ao meu lado escutando meus

desabafos e me aconselhando. Muito obrigada por tudo.

Mariele

Às parceiras de monografia Juliane e Thaís,

Falar de vocês em poucas linhas é praticamente impossível. Se eu fosse

descrever tudo que vivemos durante esses quatro anos... Houve momentos em

que rimos muito e também momentos em que choramos juntas. Graças à Deus

chegamos até aqui, juntas, apesar de muitas brigas. Vocês estarão presentes

em minha vida pra sempre.

Mariele

Ao meu pai Mário,

Exemplo de pessoa íntegra, correta, grande amigo, de uma humildade

tamanha, que me ensinou muito do que possui. Agradeço-lhe os exemplos que

tem mostrado de como deve ser o verdadeiro caráter de um ser humano e por

tudo aquilo que me transmitiu e continuará transmitindo. O meu muito, muito

obrigada. Te amo pai.

Thaís

À minha mãe Dalva,

Exemplo vivo de uma pessoa lutadora, detentora de características que

marcam qualquer filho. O meu muito obrigada por tudo aquilo que tens me

transmitido e por todos os valores que só se adquirem com uma boa educação.

Te amo mãe.

Thaís

À minha irmã Andreza,

Que me apóia em tudo e sempre será minha melhor amiga. Te amo

maninha.

Thaís

Page 6: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

6

Ao meu noivo Marcos Rogério,

Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que

meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho, companheirismo e paciência

em tolerar meu mau humor e minha ausência no decorrer dessa monografia.

Amo você vida.

Thaís

Às parceiras Mariele e Juliane,

Uma amizade incondicional num exercício pleno de cooperação e

disponibilidade. Pelas brigas, críticas, sugestões e apoio que me ajudaram a

transmitir idéias em palavras. Só Deus pode explicar o tamanho do carinho,

respeito e admiração que tenho por vocês. Amo vocês meninas, minha eterna

gratidão.

Thaís

Page 7: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

7

AGRADECIMENTOS

À Deus,

Que nos iluminou em mais uma jornada. Pelos privilégios que nos foram

dados em compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso,

perceber e atentar para a relevância de temas que não faziam parte de nossas

vidas.

À orientadora Prof°. Ana Cláudia,

Pelo incentivo, simpatia e presteza no auxílio ás atividades e discussões

sobre o andamento desta monografia.

Aos professores Leandro (Hilinho) e Giseli

Que dispuseram tempo e atenção para que pudéssemos realizar todo

este trabalho em nosso período de estágio na clinica. O nosso muito obrigado.

À amiga Marcelle

Pela espontaneidade e alegria na troca de informações e materiais numa

rara demonstração de amizade e solidariedade. Obrigada Má, essa vitória

também é sua.

À todos que, de uma forma ou de outra nos ajudaram a chegar até aqui. Obrigada

Juliane, Mariele e Thaís

Page 8: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

8

RESUMO

Amputação pode ser definida como a retirada total ou parcial de um membro. Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro inferior. As indicações para as amputações decorrentes das lesões traumáticas, são as lesões com comprometimento vascular importante e as que impedem a reconstrução do membro ou o restabelecimento adequado da função. A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Para que se tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a função muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto, colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados. A atividade física recreativa ou esportiva pode colaborar no processo de reabilitação modificando a maneira com que as pessoas amputadas percebem a si mesma, e a maneira em que a sociedade as percebe. Os exercícios físicos também podem melhorar as condições de controle da prótese pelo indivíduo, pois melhoram o trofismo muscular e aprimoram a propriocepção. A ausência de um membro afeta o centro de gravidade, principalmente nas amputações de membros inferiores. O resultado disso é uma dificuldade nas tarefas que requerem equilíbrio. Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as atividades ligadas à educação física e aos esportes. As adaptações necessárias serão determinadas pelo tipo e grau de comprometimento físico, experiência motora, nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O ensino da educação deverá ser individualizado e personalizado, especialmente no caso de pessoas com necessidades especiais nas áreas física e motora. Quatro casos foram avaliados e reavaliados, sendo três do sexo masculino e um feminino, tendo idades variadas entre 23 e 31 anos, todos apresentando amputações de membro inferior esquerdo por lesões traumáticas. Dois indivíduos obtiveram melhoras em sua qualidade de vida e outros, devido às intercorrências, não foram possíveis de se observar.

Palavras-chaves: Amputação. Atividade física. Amputados-Reabilitação. Educação física adaptada.

Page 9: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

9

ABSTRACT

Amputation can be defined as the total or partial withdrawal of a member. About 85% of the surgeries of amputations are carried through in the inferior member .The indications to the current amputations of the traumatic injuries are the injuries with important vascular compromise and the ones that prevent the reconstruction of the member or the suitable reestablishment of the function. The most common way of amputation is the transtibial. To have a good rehabilitation, it is necessary to have a good balance, to potencialize the weakened muscular groups, ragain the function of the previous muscular function, to decrease and eliminate contractures, to prevent secondary deformities, to decrease and eliminate painful conditions, to model and mature the quote, put a prosthesis in perfect adjusted and aligned conditions, to do a pace training and correct possible pace defectes. Physical or sporting activies can contribute in the rehabititation process, changing the way that the society and even the amputated people look to themselves. Physical acitivies can also improve the prosthesis control conditions by the individual because they improve muscular tropism and the proprioception. The absence of a member affects the gravity center, especially in inferior members amputations. That result in difficulty doing exercises that require balance. Amputated people can do physical activities and sports. The necessary adaptations are determined accordingly to the physical compromise, coordination experience, education goals and interests in general. The education should be personalized, especially to people with physical and coordinated problems. Four cases were evaluated and reevaluated; 3 of the male gender and 1 the female gender, between 23 and 31 years old, all of them with left inferior member amputated. Two of them had a good improvement in their lives, in others it was not possible to evaluate because of the intercurrences.

Keywords: Amputation. Physical Acitivity. Amputated

Rehabilitation. Adapt Physical Education.

Page 10: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

10

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................

CAPÍTULO I - AMPUTAÇÃO........................................................................

1 DEFINIÇÃO.........................................................................................

1.1 Tipos....................................................................................................

1.2 Níveis...................................................................................................

1.3 Amputações traumáticas de membro inferior......................................

1.3.1 Transtibiais...........................................................................................

1.3.2 Desarticulação de Quadril....................................................................

CAPÍTULO II REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO..................................

CAPÍTULO III

ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE

AMPUTADOS................................................................................................

CAPÍTULO IV A PESQUISA......................................................................

4 Introdução.............................................................................................

4.1 Quatro casos em estudo......................................................................

4.1.1 Caso 1..................................................................................................

4.1.2 Caso 2..................................................................................................

4.1.3 Caso 3..................................................................................................

4.1.4 Caso 4..................................................................................................

4.1.5 Resultados SF-36................................................................................

4.2 Opinião dos profissionais....................................................................

4.3 Discussão............................................................................................

4.4 Parecer final........................................................................................

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................

CONCLUSÃO................................................................................................

REFERÊNCIAS.............................................................................................

APÊNDICES..................................................................................................

12

15

15

17

19

22

22

23

24

27

30

30

30

31

31

32

32

33

33

34

35

36

37

38

40

Page 11: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

11

ANEXOS........................................................................................................

46

Page 12: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

12

INTRODUÇÃO

O termo amputação designa a perda de um membro inteiro ou de um

segmento específico do membro. As amputações podem ser classificadas em

adquiridas ou congênitas: amputações adquiridas podem resultar de doença,

tumor ou trauma; as congênitas ocorrem quando o feto não se desenvolve nos

três primeiros meses de gestação.

A história das amputações é quase tão antiga quanto a história da

humanidade. As primeiras amputações são atribuídas a Hipócrates e foram

indicadas para os casos de gangrena. As amputações sempre estiveram

associadas às guerras na história do homem. Foi a cirurgia mais utilizada

durante a Guerra Civil Americana. Até a Primeira Guerra Mundial, o conceito de

um bom coto de amputação era o de um coto cônico, sem preocupação com a

musculatura. As desarticulações eram pouco indicadas, por não haver solução

protética naquela época.

Hoje em dia, as principais indicações de amputações, em ordem

decrescente de freqüência, são: traumática, tumoral, infecciosa, congênita e

vascular.

É importante lembrar que apenas salvar um membro não é o mesmo

que manter sua função. A cirurgia de amputação tem dois objetivos: a retirada

do membro lesado e o ganho de perspectivas para o retorno da funcionalidade

da região amputada, criando assim, um novo órgão de contato com o meio

exterior, o coto de amputação.

Os músculos são muito importantes no tratamento funcional dos cotos

de amputação, são o coxim natural para a proteção das partes ósseas e, se

bem tratados, desenvolvem função ativa no controle e na suspensão da

prótese, bem como melhoram a propriocepção e estimulam a circulação local

distal.

A atividade física, seja com fins recreativos ou esportivos, pode

colaborar no processo de reabilitação ao modificar a maneira pela qual as

pessoas com amputações percebem a si mesmas, e a maneira pela qual a

sociedade as percebe. Além disso, os exercícios físicos melhoram as

condições de controle de prótese pelo indivíduo, porque diminuem a atrofia

Page 13: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

13

muscular e aprimoram a propriocepção.

Exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação

das cargas e da mecânica do movimento, evitam que a musculatura

remanescente no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem

que o coto se mantenha em condições de movimentar uma prótese com

conforto. Além disso, nas amputações unilaterais, a estimulação do coto pode

proporcionar melhor adequação postural, atenuando dessa forma

desequilíbrios laterais.

Quanto às atividades aquáticas, em geral são fortemente recomendadas

para pessoas com amputação, já que não traumatizam o membro residual. Nos

casos de amputações unilaterais, podem ocorrer distúrbios no equilíbrio na

água, em especial nas flutuações dorsais e ventrais. A adaptação ao

desequilíbrio nesse caso só é possível com o treinamento, em que cada

individuo descobrirá formas diferentes de ajustar seu corpo na água.

As atividades físicas contribuem de forma positiva no processo de

reabilitação dos indivíduos com amputação, não apenas nas adaptações

físicas, na atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas

também aos benefícios psicossociais advindos de tal prática.

Será realizado estudo de quatro casos na Clínica de Educação Física,

analisando as atividades realizadas com amputados para melhora em sua

qualidade de vida, onde haverá um programa de musculação e um programa

de natação a ser seguido.

Diante da pesquisa exploratória, surge o seguinte questionamento: até

que ponto a atividade física pode influenciar na qualidade de vida de uma

pessoa amputada de membro inferior?

Em resposta a esta questão, surge a seguinte hipótese: as atividades

físicas contribuem de forma positiva no processo de reabilitação dos indivíduos

com amputação de membro inferior, não apenas nas adaptações físicas, na

atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas também aos

benefícios psicossociais advindos de tal prática.

O presente trabalho está assim dividido:

Capítulo I Amputação

Capítulo II Reabilitação e protetização

Capítulo III Atividade física na reabilitação de amputados

Page 14: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

14

Capítulo IV A pesquisa

Finalizando o trabalho vem a proposta de intervenção, conclusão e

apêndices.

Page 15: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

15

CAPÍTULO I

AMPUTAÇÃO

1 INTRODUÇÃO

Amputação deriva do latim e significa: ambi = ao redor de/ em volta de e

putatio = podar/retirar.

O termo amputação pode ser definido como a retirada, geralmente

cirúrgica, total ou parcial de um membro. Para os menos esclarecidos,

amputação está relacionada com terror, derrota e mutilação, trazendo analogia

com a incapacidade e a dependência.

As amputações, antigamente, eram causadas por diversos motivos.

Deformidades congênitas eram comuns, especialmente nos países árabes,

onde casamentos entre primos de primeiro grau eram incentivados. Durante as

batalhas, nos momento de capturas dos indivíduos ou de punição judicial, eram

onde ocorriam as maiores incidências de amputações traumáticas. As

amputações eram ainda causadas por doenças como gangrena, tuberculose e

lepra. (CARVALHO, 2003)

As cirurgias eram realizadas com ou sem anestesias, analgésicos e

instrumentos próprios, também se utilizava a técnica da guilhotina com

machado e sem anestesia nas punições judiciais. Extratos de plantas como

ópio, cânhamo, cicuta e álcool eram utilizados nos curativos cirúrgicos, como

anti-sépticos usavam-se fumo, mel e vinagre, a cauterização era feita com óleo

quente e as fibras de algodão e os fios de cabelo humano eram utilizados para

a realização das ligaduras. Os instrumentos cirúrgicos eram feitos de materiais

de bronze, machados de pedra e ossos animais.

A mais antiga descrição técnica de amputação é de Hipócrates (século V

a.C.), considerado o pai da medicina científica. Realizavam-se amputações por

meio das articulações com guilhotinas, sempre em tecidos necróticos sem

sensibilidade. Para Hipócrates, gangrena era a única indicação para

amputações. (CARVALHO, 2003)

Celsus (25 a.C. 50 d.C), também conhecido pela formulação dos sinais

Page 16: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

16

inflamatórios, realizou amputações em planos mais proximais, com secções

ósseas e em tecidos vivos, utilizando ligadura dos vasos por amarria. A

amputação, para ele, era indicada somente em casos de gangrena.

Houve pequena evolução científica na Era das Trevas (entre os séculos

V e XV). As técnicas primitivas de amputação foram novamente utilizadas,

quando as técnicas cirúrgicas desenvolvidas por gregos e romanos pararam de

ser incentivadas. Como não havia anestesias, a mesma era realizada por

ingestão de bebidas alcoólicas para que a amputação pudesse ser feita através

da guilhotina. Na época utilizavam-se óleo ou ferro quente para cauterizar a

região amputada, mas muitas vezes não havia soluções para estancar as

hemorragias. Quanto mais proximal fosse o nível da amputação, maior o risco

de levar os pacientes a óbito através de choques ou por processos infecciosos,

devido aos meios utilizados para estancar as amputações.

Em 1517 Hans Von Gersdolf de Straussburg recomendou o uso de

torniquete com bexiga de porco ou vaca e técnicas de cauterização.

(CARVALHO, 2003)

Ambroise Parè (1510-1590), um cirurgião do Exército Francês,

contribuiu para as amputações e protetizações da época, reintroduzindo o uso

das ligaduras, proposto inicialmente por Celsus e Hipócrates.

As amputações passaram a ser realizadas com mais cuidado, com a

descoberta da anestesia por Morton em 1846 e da anti-sepsia por Lister em

1867, favorecendo as aplicações protéticas subseqüentes. Antes disto, as

desarticulações eram preferidas por serem mais rápidas, menos traumáticas e

dolorosas quando comparadas com as amputações realizadas com secções

ósseas.

As próteses da época medieval eram extremamente pesadas, já que

componentes metálicos utilizados para construção de armaduras começaram a

fazer parte das próteses confeccionadas na época. As primeiras articulações

exoesqueléticas de joelho e de tornozelo datam da época medieval. A primeira

prótese endoesquelética, foi construída por Ambroise Parè no século XVI, com

possibilidade de bloqueio para a articulação do joelho, desenvolvendo também

sistemas mecânicos para próteses de membros inferiores e superiores.

Com o surgimento das guerras o número de pessoas amputadas

aumentou bruscamente, acarretando, dessa forma, o desenvolvimento de

Page 17: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

17

técnicas cirúrgicas mais avançadas, novos dispositivos mecânicos e técnicas

de protetização.

Como não poderia ser diferente, novas técnicas cirúrgicas, novos

medicamentos e novos conceitos de reabilitação, aliados a um trabalho

multidisciplinar, também evoluíram e continuam em desenvolvimento,

proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos amputados, os quais,

nos dias de hoje, já são encontrados totalmente reintegrados à vida social e

profissional. (CARVALHO, 2003)

É importante ressaltar que, as amputações, muitas vezes, propiciam

uma qualidade de vida relativamente melhor, sem dor e sem o sofrimento antes

presente.

Durante muitos anos as amputações foram consideradas cirurgias pouco

nobres, sendo realizadas apenas por residentes inexperientes ou iniciantes, já

que a mesma era concebida como fim de um processo mórbido, nunca

desejado e sempre evitado. Os bons cirurgiões se afastaram dessas operações

e, como conseqüência, os pacientes amputados sofreram por estarem

desprovidos de boas condições cirúrgicas e de processos de reabilitação, os

quais se iniciavam durante a cirurgia. Complicações, má adaptação às próteses

e até mesmo reamputações com exagerada freqüência, eram causadas devido

membros residuais mal acabados externa e internamente. O membro

acometido pode ser impossibilitado em qualquer tipo de função em pessoas

que apresentam seqüelas.

1.1 Tipos

Os tipos mais freqüentes nas amputações de membros inferiores são:

a) Vasculares: ocorrem em pacientes com uma faixa etária mais

avançada, pois tem maior incidência nas amputações de membros

inferiores causadas por doenças vasculares periféricas, os quais

estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a

arteriosclerose. Durante as atividades as dores aumentam devido a

maior necessidade de oxigênio nos músculos. Dentre as patologias

vasculares, pode-se citar as doenças arteriais, venosas ou linfáticas.

b) Neuropáticos: inúmeras doenças podem levar à neuropatia periférica,

Page 18: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

18

dentre elas estão relacionadas às doenças sistêmicas (diabetes

mellitus), distúrbio nutricional (alcoolismo), doenças infecciosas

(Hansen e a Pólio) e alterações medulares (trauma medular).

c) Traumáticos: acometem principalmente em pacientes adolescentes e

adultos jovens, os quais estão mais expostos aos acidentes de

trabalho e acidentes por meio de transporte, frutos da tecnologia

moderna. Em alguns países ainda há ocorrência de amputações por

batalhas e minas perdidas. Podem ser também por armas de fogo,

queimaduras severas e descarga elétrica.

d) Tumorais: afetam principalmente crianças e adolescentes. Devido

aos bons resultados obtidos com diagnóstico precoce, radioterapia,

quimioterapia, utilização de endoprótese, enxertos e outras cirurgias

conservadoras, o índice de amputações tumorais tem diminuído.

e) Infecciosos: em vista dos grandes avanços laboratoriais e do

desenvolvimento de medicamentos mais específicos, a ocorrência da

mesma tem sido menos freqüente. As infecções estão relacionadas a

processos traumáticos e vasculares e também a meningite

meningococcica, caracterizada por lesões cutâneas importantes que

podem causar necroses das extremidades.

f) Congênitos: apresentam deformidades importante que podem

impossibilitar a protetização ou dificultar a função do membro

residual. Para que haja uma maior aceitação por parte do paciente e

uma melhor reabilitação, este tipo de amputação deve ser realizada

nos primeiros anos de vida.

g) Iatrogênicos: estão associadas a complicações adquiridas pelo

paciente durante o curso do tratamento.

1.2 Níveis

O coto de amputação, ou seja, o membro residual de amputação é o

responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e deambulação.

Ele deve apresentar algumas características como o nível adequado, coto

estável, presença de um bom coxim com mioplastia e miodese, bom estado da

pele, ausência de neuromas terminais e espículas ósseas, boa circulação

Page 19: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

19

arterial e venosa, boa cicatrização e ausência de edemas.

Há alguns níveis de amputação que são os mais indicados para uma

melhor protetização, locais de cicatrização, entre eles estão:

a) Desarticulação interfalangiana: geralmente não causa problemas

funcionais e estéticos aos pacientes. Em sua maioria ocorrem por

processos traumáticos ou vasculares. Essa amputação não altera o

equilíbrio e a deambulação dos pacientes.

b) Desarticulação metatarsofalangiana: as causas que levam a uma

amputação neste nível são processos traumáticos ou vasculares.

Quando a mesma ocorrer do 2° ao 5° podálico não causam

alterações significativas na marcha, entretanto se houver uma

amputação do 2° ao 3° podálico ocorrerá uma deformidade em hálux-

valgo.

c) Amputação transmetatarsiana: em sua maioria é causada por

processos traumáticos ou vasculares; em processos infecciosos,

pode-se optar pela incisão somente de um raio deixando o pé

funcional, porem assimétrico. A marcha fica prejudicada

principalmente na fase de desprendimento do antepé, porém a

descarga continua sendo realizada distalmente.

d) Desarticulação de Lisfranc: corresponde à desarticulação dos

metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme. As incidências

continuam sendo por problemas vasculares. Tem como

desvantagens as comuns deformidades em flexão plantar,

dificultando a protetização, limitando a descarga total distal, podendo

levar a revisões cirúrgicas.

e) Amputação naviculocuneiforme-transcuboide: encontra-se entre os

níveis de Lisfranc e Chopart, mantendo todo o osso navicular

e secção parcial do cubóide ao nível da articulação

naviculocuneiforme.

f) Desarticulação de Chopart: conhecida também como amputação do

retropé, consiste na desarticulação entre os ossos navicular e

cubóide com o tálus e o calcâneo. Geralmente é recomendada,

porém nem sempre apresenta bons resultados, tornando esse nível

de amputação não-funcional. É indicada por patologias vasculares,

Page 20: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

20

infecciosas, traumáticas e tumorais.

g) Desarticulação de Syme: em geral, é causada por patologias

vasculares, processos traumáticos, anomalias congênitas,

deformidades adquiridas ou quando as amputações

transmetatarsianas, de Lisfranc, ou de Chopart não são possíveis.

Esta amputação permite descarga distal sobre o coto, e a presença

de espaço entre o coto e o solo possibilita uma protetização futura

com pé mecânico. Ela é desfavorável com relação à cosmética, em

virtude do grande volume encontrado na região distal.

h) Amputação de Pirogoff: é similar a de Syme, sendo mais difícil

tecnicamente e mais demorada. Há um espaço menor entre o coto e

o solo, quando comparada com a amputação de Syme.

i) Amputação de Boyd: é bastante similar a amputação de Pirogoff.

Neste nível de amputação também é indicada a descarga de peso

sobre o coto e a discrepância no comprimento dos membros continua

presente.

j) Amputação transtibial: é realizada entre a desarticulação tibiotársica

e a de joelho. Pode ser dividida em três níveis, sendo eles,

amputação transtibial em terço proximal, médio e distal, devendo

considerar a importância funcional da articulação do joelho na

reabilitação e na deambulação dos pacientes amputados. Podem ser

causadas por patologias vasculares, processos traumáticos,

infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. Em geral as

amputações por patologias vasculares acometem pacientes idosos e

as traumáticas, na sua maioria, pacientes mais jovens. Neste tipo de

amputação, a descarga de peso deverá ser realizada no tendão

patelar, entre a borda inferior da patela e a tuberosidade da tíbia, e

nas regiões com tecidos moles localizadas nas faces lateral, medial e

posterior do coto. Deve-se realizar mioplastia, onde os músculos

antagonistas serão fixados aos agonistas, e a miodese, onde a

musculatura será reinserida ao tecido ósseo, melhorando assim o

controle do coto, a propriocepção e a circulação local, além de

diminuir incômodos como a dor fantasma. Na amputação transtibial

distal, o coto apresenta-se longo resultando um bom controle sobre a

Page 21: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

21

prótese, porém não apresenta um bom suprimento sanguíneo e os

tecidos subcutâneos e musculares resultam em um coxim escasso. A

amputação transtibial medial é considerada ideal para esse nível,

tendo bom coxim terminal e bom comprimento do coto, facilitando a

reabilitação dos pacientes. Na amputação transtibial proximal, o

nível mais aceito é logo abaixo do tubérculo tibial com preservação

do tendão do quadríceps para extensão.

k) Desarticulação de joelho: é indicada a pacientes com traumatismos

ortopédicos irreversíveis, para casos de anomalias congênitas de

tíbia e/ou fíbula e para alguns tumores mais distais. Para esse nível é

indicada a descarga distal proporcionando maior propriocepção ao

paciente amputado. Devido ao comprimento total do fêmur o paciente

apresenta uma boa alavanca de movimento resultando em grande

controle sobre a prótese.

l) Amputação transfemoral: pode ser dividida em três níveis, ou seja,

amputação transfemoral em terço proximal, médio e distal. Podem

ser causadas por patologias vasculares, processos traumáticos,

infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. O coto tende a

apresentar uma deformidade em flexão e abdução do quadril. Os

pacientes apresentam durante a marcha um gasto energético 65%

maior que cidadãos não-amputados.

m) Desarticulação de quadril: consiste na retirada de todo o membro

inferior, inclusive da cabeça do fêmur. É indicada principalmente para

traumatismos complexos e processos tumorais. Não apresenta coto

ósseo, tendo apenas uma cobertura músculocutânea do glúteo

máximo. A descarga de peso é realizada na tuberosidade isquiática.

n) Desarticulação sacroiliaca: é uma cirurgia radical, onde é realizada a

remoção de metade da pelve de todo o membro inferior homolateral.

As indicações estão relacionadas a neoplasias ósseas, de tecidos

moles com invasão para a região pélvica, e a metástases regionais.

Os pacientes apresentam como locais para descarga de peso o

ísquio contralateral à amputação e a região torácica.

1.3 Amputações traumáticas de membro inferior

Page 22: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

22

Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro

inferior. As amputações decorrentes devido a problemas das doenças crônico-

degenerativas ocorrem em sua maioria em idosos, e as por lesões traumáticas

acometem o sexo masculino com idade inferior a 50 anos, jovens e crianças,

significativamente. (CARVALHO, 2003)

São caracterizadas amputações traumáticas as que ocorrem em

decorrência do comprometimento vascular e as que impedem a reconstrução

do membro ou o restabelecimento adequado da função.

O objetivo da cirurgia de amputação tem por finalidade a retirada do

membro acometido, fazendo com que o indivíduo tenha perspectivas para um

retorno da função da região amputada. A tática cirúrgica deve ser planejada

prevendo assim, um determinado processo de reabilitação. Após a amputação

do segmento corporal do paciente cria-se um novo órgão de contato com o

meio exterior, o coto de amputação.

O exame clínico define o nível de amputação através da medida da

temperatura e avaliação da cor da pele, distribuição dos pelos, presença ou

ausência de pulso periférico, presença ou ausência de perfusão distal (sinal de

compressão), extensão da necrose superficial nas áreas ulcerosas, presença

de áreas com alterações sensitivas e o índice isquêmico nos membros

superiores e inferiores.

1.3.1 Amputações Transtibiais

A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Segundo estudos

de Gonzáles em 1970, as amputações transtibiais curtas necessitavam de

maior energia no andar do que as transtibiais longas. (CARVALHO, 2003)

Este tipo de amputação tem como nível ideal a junção músculo-tendínea

dos gastrocnêmios. A preservação da fíbula é importante para a prevenção da

rotação da prótese. Quando o coto tibial é mais curto, pode ser necessária para

dar melhor forma ao coto e evitar áreas de ulceração, a ressecção da cabeça

da fíbula e a reinserção dos ligamentos colateral e das estruturas anexas na

tíbia.

Nas amputações transtibiais eletivas é utilizada a técnica

Page 23: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

23

osteoperiostoplastia que consiste na formação de um túnel periostal unindo a

tíbia à fíbula, esta permite o apoio distal completo, melhorando a distribuição de

carga no coto, facilitando a propriocepção, impedindo a migração da fíbula para

trás da tíbia e também melhorando a circulação local.

1.3.2 Desarticulação de Quadril

Este tipo de amputação é realizado mais freqüentemente no tratamento

de doenças neoplásicas. Quando possível, deve-se amputar através do

trocanter menor para preservar o trocanter maior, que será útil para a

adaptação do coto à prótese e prevenir rotações não desejadas durante a

caminhada, também facilita o ato de sentar sem a prótese, porque mantém

uma base larga de apoio. O retalho de pele para a cobertura do coto, deve ser

com o retalho posterior aproximadamente quatro vezes maior do que o anterior.

(CARVALHO, 2003)

No pós-operatório é utilizado um dreno de aspiração contínua nos cotos

para evitar o aumento de volume, causada pela dificuldade de retorno venoso e

linfático. O curativo utilizado é sempre o rígido, que se estende à articulação

proximal e deve permanecer fechado por alguns dias, ajudando no controle de

deformidades articulares, da dor e do edema pós-operatório.

Page 24: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

24

CAPÍTULO II

REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO

É indispensável que o amputado tenha um processo de reabilitação pré

e pós-amputação, e pré e pós-protetização. A reabilitação para candidatos à

utilização de próteses termina no momento em que eles estiverem fazendo uso

das mesmas, com total controle e independência nas atividades diárias,

profissionais e recreativas.

Para que se tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom

equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a

função muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades

secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto,

colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar

treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados.

A reabilitação pré-amputação ocorre na maioria das vezes em pacientes

que já apresentam uma patologia em evolução e ainda lutam pela não

amputação, como, por exemplo, os portadores de vasculopatias, neoplasias e

processos infecciosos, associados à presença de outras patologias ou não. É

importante neste tipo de tratamento aliviar o quadro de ansiedade e depressão

do paciente, conscientizar o paciente sobre os recursos protéticos, mobilidade

no leito, exercícios de fortalecimento, manter ou aumentar amplitude de

movimentos de todos os membros, estabelecer as reservas

cardiorrespiratórias, treinar independência nas atividades da vida diária e

treinar transferências, equilíbrio e marcha.

Na fase de reabilitação pós-amputação deve-se prevenir as contraturas

articulares, fortalecer e coordenar o controle muscular do membro amputado,

fortalecer e mobilizar a perna não afetada, fortalecer e mobilizar o tronco,

controlar edema do coto, estimular independência e estimular a deambulação

precoce com auxiliares de marcha. É importante que a cicatrização seja lisa e

livre, sendo dependente do procedimento cirúrgico.

A reabilitação pré-protetização consiste em proporcionar ao paciente

amputado habilidades para a realização de todas as atividades possíveis sem o

Page 25: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

25

uso da prótese, preparar o coto de amputação para que possa ser protetizado,

e desenvolver programas de alongamento, fortalecimento, propriocepção,

equilíbrio e coordenação visando a uma deambulação independente futura.

Porém, podem-se encontrar problemas cicatriciais, neuromas, edemas, dores

fantasmas, deformidades e contraturas, as quais terão de ser sanadas com

técnicas específicas.

Em amputações transtibiais a faixa deve envolver todo o coto e a região

distal da coxa, deixando a patela e o movimento de flexão do joelho livres,

evitando que a faixa elástica desça. Além de diminuir o edema, o enfaixamento

previne a estase venosa, auxilia a modelagem do coto, protege a pele de

traumas e diminui o desconforto causado pelos neuromas, pela dor e pela

sensação fantasma. É importante orientar o paciente a manter o enfaixamento

durante 24 horas, retirando-o apenas durante o banho ou para inspeção do

coto. Deve-se utilizar o enfaixamento até o dia da protetização, porém o

paciente só deverá fazer uso da prótese quando não houver uma flutuação

volumétrica do coto.

A reabilitação pós-protética consiste no período de aprendizado para a

utilização da prótese definitiva. Após este período é verificado com o paciente,

vestindo a prótese, se não existem defeitos no ajuste, comprimento, tamanho

do soquete, áreas de hiperpressão, desvios rotacionais e de alinhamento.

Deve-se orientar o paciente quanto à colocação da prótese, sendo a mesma

facilitada com auxílio de uma meia e/ou talco de enfaixamento inverso. Na sua

retirada, o paciente, não terá nenhum tipo de dificuldade.

Há também o programa de protetização imediata, pós-operatória, que é

executada por médicos cirurgiões e técnicos ortopédicos no próprio centro

cirúrgico. Geralmente, é realizada em pacientes com amputações programadas

e tem por objetivo acelerar o processo de reabilitação em todos os sentidos. É

indicado para pacientes jovens e com amputações traumáticas transtibiais.

Este tipo de protetização inicia-se logo após sutura cirúrgica, realizando um

curativo rígido, ou seja, um enfaixamento gessado após uma preparação do

coto com alivio das extremidades ósseas e dos pontos de descarga de peso,

confeccionada com manta de algodão e malha tubular. O curativo gessado

deve ser trocado após alguns dias do pós-operatório, para uma avaliação do

estado da pele e da cicatrização. Durante este tempo, deve-se observar se não

Page 26: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

26

há sinais infecciosos, como febre, dor e mau cheiro, pois o controle e o acesso

do coto ficam impossibilitados pelo curativo rígido. Esse processo, desde a

amputação até a protetização final, pode levar de 30 a 45 dias.

Page 27: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

27

CAPÍTULO III

ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS

Nos últimos anos, a atenção dedicada à educação física e esportes

adaptados tem aumentado. A habilidade de pessoas especiais pode variar

entre muito baixa e extremamente alta. A Educação Física Adaptada é um

ramo da educação física, onde o estudo e a intervenção profissional no

universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a

prática das atividades físicas, são os objetivos. Seu foco é o desenvolvimento

da cultura corporal de movimento, onde qualquer programa de atividade física

deve ser considerado tendo em vista o potencial de desenvolvimento pessoal,

ou seja, um programa elaborado para suprir as necessidades especiais dos

indivíduos.

A atividade física como forma recreativa ou esportiva pode colaborar no

processo de reabilitação ao modificar a maneira com que as pessoas

amputadas percebem a si mesma, e a maneira em que a sociedade as

percebe. Os exercícios físicos também podem melhorar as condições de

controle da prótese pelo indivíduo, pois diminuem a atrofia muscular e

aprimoram a propriocepção.

Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as atividades ligadas

à educação física e aos esportes. As adaptações necessárias serão

determinadas pelo tipo e grau de comprometimento físico, experiência motora,

nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O ensino da educação

deverá ser individualizado e personalizado, especialmente no caso de pessoas

com necessidades especiais nas áreas física e motora.

Programa de educação física para pessoas com amputações pode

seguir as mesmas diretrizes de um programa para não-portadores de

deficiência, exceto pela falta de um ou mais membros, os amputados são

considerados pessoas sem deficiência. Porém o local e extensão das

amputações podem exigir modificações em algumas atividades.

Hoje em dia há próteses que são desenvolvidas para a prática de

atividades físicas e esportivas, podendo ser uma boa opção para aquelas

Page 28: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

28

pessoas que pretendem dar prosseguimento ou iniciar um programa de

condicionamento físico. Nas amputações do membro inferior, em especial, há

uma difusão do uso de componentes hidráulicos de controle articular

permitindo a adequação do apoio e da oscilação articular em diferentes

velocidades de movimento fornecendo estabilidade durante o uso do membro,

sendo joelhos e tornozelos hidráulicos os mais utilizados. (GORGATTI, 2005)

Geralmente, a maioria dos indivíduos amputados usam próteses nas

atividades de educação física, por exemplo, uma pessoa com amputação

unilateral de membro inferior não tira a prótese para jogar futebol, basquetebol

e voleibol. Logicamente, a prótese tem de ser removida em algumas atividades

como a natação.

A participação em atividades de educação física e esportes pode

requerer adaptações, dependendo do local e da extensão da amputação e do

tipo de atividade.

Os amputados podem precisar aumentar seus níveis de aptidão física.

Dependendo do local da amputação, é possível escolher diversos itens de teste

para avaliar função aeróbia, composição corporal e função musculoesquelética.

A atividade física é considerada adequada se a sua intensidade for suficiente

para atingir uma freqüência cardíaca mínima, dentro de uma determinada zona

alvo. O padrão mínimo para jovens com amputações corresponde a sustentar

um nível moderado de atividade física por pelo menos 15 minutos. A medição

das dobras cutâneas no tríceps e na subescapular (composição corporal) e o

supino (força e resistência muscular) seriam outros itens adequados para um

jovem com amputação unilateral acima do joelho. Indivíduos com amputações

bilaterais acima ou abaixo do joelho normalmente tem níveis mais baixos de

função aeróbia em comparação com os amputados de membro superior, já que

as atividades locomotoras podem sofrer graves restrições.

A força muscular, a flexibilidade e a resistência de todas as partes do

corpo (inclusive o local da amputação/coto) devem ser desenvolvidas. Os

músculos remanescentes em torno do coto também precisam se desenvolver,

de modo a permanecer em equilíbrio com o lado não afetado. No caso de uma

amputação apenas parcial do membro, devem-se programar atividades e

exercícios que incentivem o uso mais normal possível do segmento

remanescente do membro. A ausência de um membro também pode afetar o

Page 29: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

29

equilíbrio e a alavanca ao se executar exercícios de resistência. Algumas

atividades de força muscular são realizadas de forma mais eficiente e segura

sem a prótese.

A falta de membros pode afetar o nível de habilidade motora.

Amputações adquiridas podem resultar inicialmente em prejuízo ou falta de

jeito no desempenho das habilidades motoras. Esse fato pode ser mais

acentuado em adolescentes e adultos que já aprenderam essas habilidades

com seus membros dominantes. A ausência de um membro afeta o centro de

gravidade, principalmente nas amputações de membros inferiores. O resultado

disso é uma dificuldade nas tarefas que requerem equilíbrio. O

desenvolvimento do equilíbrio estático e dinâmico é crucial para a execução de

habilidades locomotoras como andar, correr, pular num pé só, ou sentar. As

atividades que promovem o desenvolvimento do equilíbrio e do alinhamento

correto do corpo devem ser incentivadas. A velocidade e agilidade também

podem ser prejudicadas, particularmente nas deficiências de membro inferior.

As pessoas com amputação unilateral acima do joelho e bilateral abaixo ou

acima do joelho são mais afetadas e podem ter dificuldade em atividades

locomotoras que exijam mudança rápida de direção.

Enquanto os indivíduos com amputações abaixo do joelho podem

participar da educação física e dos esportes de competição com muita

eficiência, as pessoas que sofreram amputações bilaterais superiores ou

inferiores às articulações costumam encontrar restrições específicas nas

atividades.

Os amputados unilaterais acima do joelho podem participar com

eficiência de atividades aquáticas, além de certas provas de campo, que não

enfatizam a locomoção e a agilidade. As pessoas com amputações bilaterais

abaixo do joelho têm mais limitações em atividades que requerem saltos, pulos

com um pé só ou contato corporal, como em provas de pista. Os amputados

bilaterais acima do joelho têm restrições muito maiores nas atividades e

dependem do uso de muletas ou cadeiras de rodas, de acordo com a ocasião.

Page 30: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

30

CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

O trabalho foi realizado na Clínica de Educação Física localizada no

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, situada à Rua Nove de Julho

1010, na cidade de Lins, estado de São Paulo. A pesquisa teve início no mês

de março e término no mês de setembro do ano de 2007.

Estudo de caso: acompanhou-se quatro casos, que foram avaliados e

reavaliados, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino, tendo

idades variadas de 23 a 31 anos, todos apresentando amputação de membro

inferior esquerdo por lesão traumática.

Os métodos e técnicas utilizados para a realização desta pesquisa

foram:

a) Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A)

b) Termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE B)

c) Roteiro de entrevista para fisioterapeuta (APÊNDICE C)

d) Roteiro de entrevista para educador físico (APÊNDICE D)

e) Questionário de qualidade de vida SF - 36 (ANEXO A)

f) Cálculo do Escore do Questionário SF-36 (ANEXO B)

g) Cálculo do Raw Scale (ANEXO C)

4.1 Quatro casos em estudo

Foram avaliados e acompanhados quatro casos que serão chamados de

caso 1, caso 2, caso 3 e caso 4. Utilizou-se o protocolo de avaliação de

composição corporal, teste de equilíbrio posição flamingo e questionário de

qualidade de vida SF 36.

As atividades propostas para o suposto trabalho foram as seguintes:

musculação três vezes por semana, natação duas vezes por semana e teste de

equilíbrio (posição flamingo) uma vez na semana.

Page 31: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

31

O teste de posição flamingo consiste num teste de equilíbrio, onde o

indivíduo deve permanecer em um único pé sobre uma trave com dimensões

reduzidas durante um minuto, sendo este tempo não regressivo, automático, ao

ponto zero a fim de ser possível acioná-lo, travá-lo e acioná-lo novamente para

registro de tempos consecutivos. Neste período deve ser registrada todas as

penalidades, não podendo ultrapassar de quinze quedas da trave. Caso isso

ocorra o teste deve ser anulado.

4.1.1 Caso 1

Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentando

amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.

Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio

postural.

A pesquisa foi realizada no período de março 2007 à setembro de 2007,

onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência

muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando

adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio

(posição flamingo).

Após seis meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se

aumento da massa muscular (massa magra) e diminuição de gordura (massa

gorda). Houve melhora também no equilíbrio, sendo registradas no início da

pesquisa quatorze penalidades, diminuindo esta para sete, de acordo com o

teste de posição flamingo. Na natação o sujeito obteve êxito, já que o mesmo

apresentava pânico de água no início das atividades.

4.1.2 Caso 2

Indivíduo do sexo masculino, com 28 anos de idade, apresentando

amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.

Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio

postural.

A pesquisa foi realizada no período de junho 2007 à setembro de 2007,

onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência

Page 32: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

32

muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando

adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio

(posição flamingo).

Após três meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se

aumento da massa muscular (massa magra) e aumento de gordura (massa

gorda) em decorrência de um repouso prolongado devido uma má cicatrização

do coto. No equilíbrio houve melhora, sendo registradas no início da pesquisa

cinco penalidades, diminuindo esta para uma, de acordo com o teste de

posição flamingo. Na natação o sujeito não obteve alterações, já que o mesmo

só realizou duas sessões de treinamento.

4.1.3 Caso 3

Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentando

amputação de membro inferior esquerdo, no nível desarticulação de quadril.

Em função da perda do membro, o indivíduo apresentava desequilíbrio postural

e distúrbios neurológicos.

A pesquisa foi realizada no período de julho 2007 à setembro de 2007,

onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência

muscular localizada, iniciação à natação objetivando adaptação ao meio

líquido.

Em função dos distúrbios neurológicos, não foi possível obter resultados

com o indivíduo, já que o mesmo não correspondia às atividades propostas.

4.1.4 Caso 4

Indivíduo do sexo feminino, com 31 anos de idade, apresentando

amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio.

Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio

postural.

A pesquisa foi realizada no período de abril 2007 à junho de 2007, onde

iniciou-se apenas um treinamento de musculação, objetivando resistência

muscular localizada, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio

(posição flamingo).

Page 33: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

33

Não foi possível reavaliar o indivíduo, pois houve uma intercorrência

quando o mesmo efetuou sua protetização.

4.1.5 Resultados SF-36

Tabela 1 Média dos domínios de Q.V do SF-36 dos amputados (n 4)

Domínios do SF-36 Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4

CF 65 55 65

AF 25 0 0

Dor 72 62 84

EGS 95 60 100

VIT 100 65 90

AS 100 87,5 12,5

AE 33,3 33,3 0

SM 100 84 80

Fonte: elaborada pelas autoras

De acordo com os resultados obtidos através da escala SF-36, o

domínio que compreende CF, apresentaram uma qualidade de vida média, os

domínios de AF e AE, estão abaixo da média, os domínios SM, Dor, VIT e EGS

estão acima da média e no domínio AS, os casos 1 e 2 estão acima da média,

e o caso 4 está abaixo da média (conforme observado durante os treinos, uma

dificuldade na aceitação da amputação). O caso 3, não contém os resultados,

pois não foi possível a realização deste questionário, devido a falta de

compreensão do indivíduo e do acompanhante.

4.2 Opinião dos profissionais

Segundo a fisioterapeuta, todo tipo de atividade física é de extrema

importância para portadores de amputação, visto que após a cirurgia essas

pessoas vão apresentar várias alterações músculo-esqueléticas. Afirma

também, que a atividade física promove benefícios, tais como, melhora do

equilíbrio e do trofismo. Para ela, a educação física e a fisioterapia se

completam, pois juntas podem almejar objetivos semelhantes, sendo estes

Page 34: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

34

trabalhados de maneiras específicas por cada profissional.

Para o profissional de educação física, a atividade física tem importância

para amputados em suas adaptações e vínculos sociais, melhoras nas

atividades de vida diária, e um importante fator para a auto-estima. Além de

melhorar a estética, influencia na independência, equilíbrio, ganho de tônus

muscular e minimiza também doenças crônicas provindas do sedentarismo. E

propõe também que sejam realizadas atividades que envolvam

desenvolvimento motor na área aquática, esportes e principalmente nas

atividades de resistência muscular, como a musculação.

4.3 Discussão

De acordo com Caromano et al (1992), em seu estudo de incidência de

amputação de membro inferior, unilateral, análise de prontuários, uma

realidade é certa para todos os amputados, a sua estrutura corporal foi

irreversivelmente alterada, e os sentimentos de raiva, ansiedade, frustração e

pena de si próprio estão presentes durante as primeiras semanas ou meses

após a cirurgia.

O proposto trabalho vem de encontro com esta afirmação, mostrando

que a atividade física auxilia estas pessoas a saírem do estado psicológico em

que se encontram.

Caromano et al (1992), no mesmo estudo citado anteriormente, afirma

ainda que entre as causas traumáticas há uma maior incidência em indivíduos

jovens que, teoricamente, estariam em sua fase de vida de maior produtividade

e atividade física. Dentre estes observa-se predomínio em indivíduos do sexo

masculino.

Foi observado no trabalho, que dos quatro casos estudados, 100% (cem

por cento) das amputações ocorreram por lesões traumáticas, sendo três dos

quatro casos analisados, do sexo masculino.

Gorgatti (2005), afirma em seu livro Atividade física adaptada, que

exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação das

cargas e da mecânica do movimento evitam que a musculatura remanescente

no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem que o coto se

mantenha em condições de movimentar uma prótese com conforto. Além disso,

Page 35: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

35

nas amputações, unilaterais, a estimulação do coto pode proporcionar melhor

adequação postural, atenuando dessa forma desequilíbrios laterais.

Esta afirmação pôde ser observada em nosso estudo com o indivíduo

amputado que realizou todas as atividades pelo tempo proposto.

4.4 Parecer final

Dentro do proposto trabalho, apenas um amputado obteve o resultado

esperado, já que o mesmo foi o único que realizou todas as atividades pelo

período de tempo sugerido. Os outros não apresentaram melhoras devido à

intercorrências.

Page 36: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

36

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Para os indivíduos que sofreram amputação de membro inferior, foram

utilizados protocolos de avaliação contendo composição corporal, teste de

equilíbrio e questionário de qualidade de vida, proporcionando assim, uma

melhora na qualidade de vida em dois dos quatro casos analisados.

Diante desses resultados propõe-se o seguinte plano de intervenção:

Que seja feito um trabalho mais minucioso, respeitando a individualidade

e os limites de cada amputado e por um período de tempo maior.

E que os educadores físicos realizem reavaliações para observar até

que ponto o treinamento está surtindo efeito ou se há necessidade de

modificações no planejamento de treinamento para o desenvolvimento de

metas mais realísticas para os indivíduos.

É proposto também que façam mais pesquisas sobre o assunto, devido

a falta de publicações sobre o tema.

O trabalho não termina aqui. Que futuras pesquisas sejam realizadas

utilizando outros tipos e níveis de amputação.

Sendo assim, a idéia proposta é que sejam realizados estudos futuros,

focando outros tipos de amputações e por um período maior de tempo.

Page 37: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

37

CONCLUSÃO

Após analisar os resultados obtidos por meio das avaliações

desenvolvidas na pesquisa, pode-se observar que a atividade física para

pessoas portadoras de amputação de membro inferior pode ajudar na melhora

da qualidade de vida e equilíbrio postural, sendo dependente do interesse de

cada indivíduo.

A atividade física tem plena importância para os indivíduos amputados,

tanto no aspecto de qualidade de vida, quanto no psicológico. O trabalho

desenvolvido com os indivíduos também teve por objetivo a socialização,

fazendo com que eles se respeitassem como são e que pudessem aceitar a

realidade em que se encontravam, podendo assim, mostrar as outras pessoas

que eles são capazes de superar seus próprios limites.

Page 38: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

38

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M.C. Deficiência e cotidiano: reflexos e reflexões sobre reabilitação.

Revista Terapia Ocupacional Universidade São Paulo, v. 8, n. 2/3, p. 81-6,

maio/dez., 1997.

ASTON, J.N. Ortopedia e traumatologia. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara

Koogan, 1981.

BARSOTTI, J.; DUJARDIN, C.; CANCEL, J. Guia prático de traumatologia.

Barueri, SP: Manole, 2002.

BOCOLINI, F. Reabilitação: amputados, amputações e próteses. 2. ed. São

Paulo: Robe, 2000.

CARVALHO, J.A. Amputações de membros inferiores: em busca da plena

reabilitação. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2003.

CAROMANO, F.A. et al. Incidência de amputação de membro inferior,

unilateral, análise de prontuários. Revista Terapia Ocupacional Universidade

São Paulo, 3 (1/2): 44-53, jan/dez, 1992.

CASTGLIONI, M.C. Corpo e deficiência: o confronto entre os conceitos

espontâneos e científicos. Revista Terapia Ocupacional Universidade São

Paulo, v.10, n. 1, p. 17-21, jan/abr., 1999.

CHAMLIAN, T.R. Medicina física e reabilitação: parte 1 e 2. São Paulo, 1999.

DUARTE, E.; LIMA, S.M.T. Atividades físicas para pessoas com

necessidades especiais: experiências e intervenções pedagógicas. Rio de

Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2003.

FERNANDES, A.C.; et al. AACD Medicina e Reabilitação: princípios e

prática. São Paulo, SP: Artes Médicas, 2007.

Page 39: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

39

GORGATTI, M.G.; COSTA, R.F. Atividade Física adaptada: qualidade de vida

para pessoas com necessidades especiais. Barueri, SP: Manole, 2005.

GUEDES, D.P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em

educação física. Barueri, SP: 2006.

Lazer, atividades física e esportiva para portadores de deficiência.

Brasília: SESI DN: Ministério do Esporte e Turismo, 2001.

PASTRE, C.M.;SALIONI, J.F.;OLIVEIRA, B.A.F.; MICHELETTO,M.;NETTO,J.J.

- Fisioterapia e amputação transtibial. Arquivo Ciência e Saúde abr./jun.

2005;12(2):120-24. Disponível em: http:// www. cienciasdasaude. famerp.br/

racs_ol/Vol-12-2/11.pdf.

PINTO, M.C.G.S.; et al

Ponte óssea na amputação transtibial. Revista

Brasileira de Ortopedia, julho 1998,vol.33, n.7.

RAMACIOTTI, O.; DE LUCCIA, N. Amputações de membros. Rio de Janeiro.

Medsi, 1995.

WINNICK, J.P. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. Barueri, SP:

Manole, 2004.

Page 40: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

40

APÊNDICES

Page 41: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

41

APÊNDICE A

Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

O estudo será realizado na Clínica de Educação Física, situada na Rua

Nove de Julho n°1010, na cidade de Lins, onde serão realizados programas de

treinamento de musculação e atividades aquáticas, sendo analisadas melhoras

na qualidade de vida de quatro amputados de membro inferior.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO

a) Serão utilizados materiais como espaguete, flutuadores, prancha,

halteres, tornozeleiras e aparelhos de musculação em geral.

3 DISCUSSÃO

Serão realizadas diversas pesquisas na teoria e prática para

esclarecimento, conscientização e divulgação da importância das atividades

físicas na melhora da qualidade de vida de amputados de membro inferior.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE

MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS

Page 42: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

42

APÊNDICE B

Termo de consentimento livre e esclarecido

Estudo:

ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE

AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima

citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a

pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita

importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará

nenhum prejuízo a você.

Eu,...............................................................................................................

residente e domiciliado(a)........................................................portador(a) da

Cédula de Identidade, RG................................................e inscrito(a) no

CPFR/MF...................................................nascido(a) em _____/_____/_____

abaixo assinado, concordo e autorizo de livre e espontânea vontade a minha

participação como voluntário(a) do estudo ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA

DA QUALIDADE DE VIDA DE AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR .

Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os

eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.

Estou ciente que:

I) O estudo se faz necessário para que se possa demonstrar a

importância do trabalho individualizado de acordo com a

necessidade em retornar à função desejada;

II) A participação neste projeto tem o objetivo de me submeter a um

trabalho, porém não me acarretará qualquer ônus pecuniário com

relação aos procedimentos médico-clínico-terâpeuticos efetuados

com o estudo;

III) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração

neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de

Page 43: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

43

qualquer explicação;

IV) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou

bem estar físico;

V) Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em

sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações

científicas, desde que meus dados pessoais não sejam

mencionados;

VI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos

resultados, ao final da pesquisa.

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa

Lins, _________de_______________de 2007

( ) Responsável:.................................................................

Testemunha

1:...............................................................................................................

Nome/RG/Telefone

Testemunha

2:...............................................................................................................

Nome/RG/Telefone

Responsável pelo projeto:

Profª Ana Cláudia de Souza Costa

RG: 25.192.642-4

Telefone: (14) 3523-4603 ou (14) 9777-9794

Page 44: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

44

APÊNDICE C

Roteiro de Entrevista para o Fisioterapeuta

I Dados de Identificação

Sexo: Data de nascimento:

Local de trabalho:

Especialização:

Experiências profissionais anteriores:

Experiências profissionais atuais:

Endereço:

Cidade: Estado:

II Perguntas Específicas

1 Qual a importância da atividade física para amputados?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2

Como a atividade física e a fisioterapia se relacionam para melhor

reabilitação do amputado?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 No que a atividade física interfere na protetização?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 45: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

45

APÊNDICE D

Roteiro de Entrevista para o Educador Físico

I Dados de Identificação

Sexo: Data de nascimento:

Local de trabalho:

Especialização:

Experiências profissionais anteriores:

Experiências profissionais atuais:

Endereço:

Cidade: Estado:

II Perguntas Específicas

1 - Qual a importância da atividade física para amputados?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 - O que a atividade física interfere na melhora da qualidade de vida para

amputados?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Quais são as atividades propostas para uma pessoa amputada?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 46: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

46

ANEXOS

Page 47: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

47

ANEXO A

QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF - 36

Paciente: ______________Idade: ________ Sexo: ( )Feminino ( )Masculino

Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações

nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz em

suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta

como indicado. Caso você esteja inseguro de como responder, tente fazer o

melhor que puder.

[Domínio 1: Capacidade Funcional]

1. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para

fazer essas atividades? Nesse caso, quanto?

Atividades

Sim,

dificulta

muito

Sim,

dificulta

pouco

Não,

não

dificulta

de modo

algum

A. atividades vigorosas, que exigem muito

esforço, tais como correr, levantar objetos

pesados, participar de esportes árduos...

1 2 3

B. atividades moderadas, tais como mover

uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola,

varrer a casa...

1 2 3

C. levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

D. subir vários lances de escadas 1 2 3

E. subir um lance de escada 1 2 3

F. curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

G. andar mais que um quilômetro 1 2 3

H. andar vários quarteirões 1 2 3

I. andar um quarteirão 1 2 3

Page 48: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

48

J. tomar banho ou vestir-se 1 2 3

[Domínio 2: Limitação por aspectos físicos]

2. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular,

como conseqüência de sua saúde física?

Sim não

A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades? 1 2

B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

C. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades? 1 2

D. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p.

ex. necessitou de um esforço extra?) 1 2

[Domínio 3: Dor]

3. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas?

Nenhuma(1) muito leve(2) leve(3) moderada(4) grave(5) muito grave(6)

Definitivamente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A

maioria

das

vezes

falsa

Definitiva

mente

falsa

A. Eu costumo

adoecer um

pouco mais

facilmente que

as outras

pessoas

1 2 3 4 5

B. Eu sou tão

saudável

quanto

qualquer

pessoa que eu

1 2 3 4 5

Page 49: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

49

4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu em seu trabalho

normal (incluindo o trabalho fora e dentro de casa)?

De maneira alguma (1) um pouco (2) moderadamente (3) bastante (4)

extremamente (5)

[Domínio 4: Estado Geral de Saúde]

5. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

6. Em geral, você diria que sua saúde é:

Excelente (1) muito boa (2) boa (3) ruim (4) muito ruim (5)

[Domínio 5: Vitalidade]

7. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta

que mais se aproxime da maneira como você se sente.

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Alguma

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

nunca

A. Quanto tempo

você tem se sentido

cheio de vigor, de

vontade e de força?

1 2 3 4 5 6

B. Quanto tempo

você tem se sentido 1 2 3 4 5 6

conheço

C. Eu acho que

a minha saúde

vai piorar 1 2 3 4 5

D. Minha saúde

é excelente 1 2 3 4 5

Page 50: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

50

com muita energia?

C. Quanto tempo

você tem se sentido

esgotado?

1 2 3 4 5 6

D. Quanto tempo

você tem se sentido

cansado?

1 2 3 4 5 6

[Domínio 6 : Aspectos Sociais]

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram em suas atividades sociais (como visitar

amigos, parentes, etc.)?

Todo o tempo (1) a maior parte do tempo (2) alguma parte do tempo(3)

uma pequena parte do tempo (4) nenhuma parte do tempo (5)

9. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em

relação à família, vizinhos, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma (1) ligeiramente (2) moderadamente (3) bastante (4)

extremamente (5)

[Domínio 7: Aspectos emocionais]

10. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de

algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?

Sim Não

A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades? 1 2

B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2

C. Não trabalhou ou não fez qualquer atividade com tanto cuidado

como geralmente faz? 1 2

Page 51: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

51

[Domínio 8: Saúde Mental]

11. Essas questões são como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, dê uma resposta

que mais se aproxime da maneira como você se sente.

Todo

tempo

A maior

parte

do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Alguma

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

nunca

A. Quanto tempo

você tem se sentido

uma pessoa muito

nervosa?

1 2 3 4 5 6

B. Quanto tempo

você tem se sentido

tão deprimido que

nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

C. Quanto tempo

você tem se sentido

calmo e tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

D. Quanto tempo

você tem se sentido

desanimado e

abatido?

1 2 3 4 5 6

E. Quanto tempo

você tem se sentido

uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

[Reported Change]

12. Comparada há um ano atrás, como você classificaria a sua saúde em geral,

agora?

Muito melhor agora (1) um pouco melhor agora (2) quase a mesma (3) um

pouco pior agora (4) muito pior agora (5)

Fonte: CICONELLI et al, 1999, p.149.

Page 52: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

52

ANEXO B

Cálculo do Escore do Questionário SF-36

FASE 1: Ponderação dos dados

Questão Pontuação 1 Soma de todos os valores 2 Soma de todos os valores

3

Se a resposta for: 1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6,0 5,4 4,2 3,1 2,2 1,0

A resposta da questão 4 depende da nota da questão 3

4

Se 3=1 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=1 Se 3=2 a 6 e se 4=2 Se 3=2 a 6 e se 4=3 Se 3=2 a 6 e se 4=4 Se 3=2 a 6 e se 4=5

6 5 4 3 2 1

Se a questão 3 não for respondida, o escore da questão 4 passa a ser a seguinte:

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 6

4,75 3,5 2,25 1,0

5 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deve-se seguir a seguinte pontuação:

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 5 4 3 2 1

6

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0

7 Nesta questão a pontuação para os itens a e b segue a seguinte orientação ( Para os itens c e d o valor será mantido o mesmo)

Page 53: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

53

Se a resposta for:

1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6 5 4 3 2 1

8 Considerar o mesmo valor

9

Se a resposta for: 1 2 3 4 5

A pontuação será: 5 4 3 2 1

10 Soma de todos os valores

11 Nesta questão a pontuação para os itens c e e segue a seguinte orientação ( Para os itens a, b e d o valor será mantido o mesmo)

Se a resposta for: 1 2 3 4 5 6

A pontuação será: 6 5 4 3 2 1

12 Manter o mesmo valor (não é domínio)

Page 54: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

54

ANEXO C

Cálculo do Raw Scale

FASE 2: Cálculo do Raw Scale

Limite inferior e Variação (Score Range)

Domínio Limite Inferior

Variação (Score Range)

1. Capacidade funcional 10 20 2. Limitação por aspectos físicos 4 4 3. Dor 2 10 4. Estado geral da saúde 5 20 5. Vitalidade 4 20 6. Aspectos sociais 2 8 7. Limitação por aspectos emocionais 3 3 8. Saúde mental 5 25

Page 55: Jovira Maria Sarraceni - UniSALESIANO · Ao meu noivo Marcos Rogério, Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho,

This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.