jouve-leitura (1)

Upload: maisapac

Post on 02-Mar-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/26/2019 Jouve-leitura (1)

    1/4

    JOUVE, Vincent. A leitura. So Paulo: Unesp, 2002. Trad. Brigitte Herot.O o!"etio do liro # $a%er u&a apresenta'o geral dos estudos de recep'o e&

    leitura desenolidos principal&ente na Europa a partir da d#cada de ()*0. O autor, noentanto, no se li&ita aos te+ricos da leitura: ta&!#& &ostra co&o alguns crticos

    aconsel-a& interpretar o teto liter/rio.

    Introduo

    1 durante os anos ()*0 ue os pro$issionais da an/lise de tetos co&e'a& aestudar a leitura. 3...4 Os te+ricos perce!e& ue as duas uest5es &ais i&portantes ue elesse coloca& 6 o ue # a literatura7 8o&o estudar os tetos7 6 signi$ica& perguntar por uese l9 u& liro 3((4.

    O estruturalis&o, no entanto, no d/ conta do leitor. ;ssi&, a!re&conteCdo? lea$reuente&ente 3...4 a se uestionar so!re o ou os sentidos de u& teto. 3...4 D;ssi&, oestudo da leitura se con$unde co& o da o!ra 3(F4.

    O autor classi$ica co&o grandes teorias da leitura: (4 a Escola de 8onst@nciaG 24a an/lise se&i+tica e estudos se&iol+gicosG 4 as teorias do leitor real.

    ; Escola de 8onst@ncia pretende deslocar a an/lise para a rela'o teto

  • 7/26/2019 Jouve-leitura (1)

    2/4

    &eio e de u&a #poca. ; leitura a$ir&a sua di&enso si&!+lica agindo nos &odelos doi&agin/rio coletio uer os recuse uer os aceite 3224.

    ;$ir&a ue eiste u&a rela'o assitrica entre o teto e o leitor, porue noeiste o di/logo direto. 1 precisa&ente o car/ter di$erido da co&unica'o liter/ria ue, decerta $or&a, $a% a riue%a dos tetos. Iece!ido $ora de seu conteto de orige&, o liro se

    a!re para u&a pluralidade de interpreta'5es: cada leitor noo tra% consigo sua eperi9ncia,sua cultura e os alores de sua #poca 32F4.; leitura dee, portanto, partir do ue sugere o pr+prio teto. 8itando U&!erto

    Eco, o autor a$ir&a: Aessa $or&a, o leitor no pode $a%er ualuer coisa. 3...4 Ele deeidenti$icar o &ais precisa&ente possel as coordenadas do autor. Se no $i%er isso,assu&ir/ o risco de decodi$ica'5es a!surdas 324. Ne& todas as leituras, portanto, solegti&as. Eiste 3...4 u&a di$eren'a 3...4 entre >utili%ar? u& teto 3desnatur/interpretar? u& teto 3aceitar o tipo de leitura ue ele progra&a4 32*4.

    ; leitura dee ser $eita, portanto, a partir do ue Hans Io!ert Jauss c-a&a dehorizonte de expectativa, ou se"a, o ue "/ se sa!e so!re o g9nero, o di/logo co& leiturasanteriores e a distin'o igente entre linguage& po#tica e linguage& pr/tica 32=4. ;

    leitura pressup5e dois &o&entos. O pri&eiro # da leitura linear, e o segundo # o dareleitura, o!sera'o atenta ao ue di% a progra&a'o do teto. Para re$or'ar esseargu&ento, cita Mic-el 8-arles, segundo o ual esse processo consiste e& ea&inar co&ou& teto ep5e, at# &es&o >teori%a?, eplicita&ente ou no, a leitura ou as leituras ue$a%e&os ou pode&os $a%erG co&o ele nos deia lires 3ou nos torna lires4 ou co&o ele nosrepri&e 3(4.

    2 U que!ra-ca!ea te"rico# o leitor pen$%vel?Joue di$erencia autor e narrador, di%endo ue o pri&eiro # real e -ist+rico,

    enuanto o outro ie apenas no teto. Para ter u&a ideia aga do autor, # preciso $a%eru&a pesuisa, "untar docu&entos, ler pre$/cios: para $a%er tudo so!re o narrador, !asta ler o

    liro 34. uanto ao leitor, a$ir&a: Pode

  • 7/26/2019 Jouve-leitura (1)

    3/4

    con$or&e Mic-el Picard. Este prop5e tr9s inst@ncias da leitura: o ledor, o lidoe o leitante.O ledor # de$inido co&o parte do indiduo ue, segurando o liro nas &os, &ant#&contato co& o &undo eteriorG o lido, co&o o inconsciente do leitor ue reage s estruturas$antas&/ticas do tetoG e o leitante, co&o a inst@ncia da secundariedade crtica ue seinteressa pela co&pleidade da o!ra 3L04.

    ' (oo $e l)?

    O autor passa analisar nesse captulo $or&as de leitura liter/ria. Parte da id#ia deU&!erto Eco de ue dee -aer o tra!al-o do leitor para preenc-er as lacunas do teto. Oteto, estrutural&ente inco&pleto, no pode a!rir &o da contri!ui'o do leitor 324.

    Esue&atica&ente, podee$pao$ de incerteza? re&ete&para todas as passagens o!scuras ou a&!guas cu"o deci$ra&ento solicita a participa'o doleitor 34.

    O pri&eiro passo # o pacto de leitura, uando a o!ra orienta o leitor. 3...4 ;o!ra de$ine seu &odo de leitura pela sua inscri'o no g9nero e seu lugar na institui'oliter/ria 3*4. Segundo enette, o pacto de leitura se co&pleta co& peritexto e oincipit. O periteto 3...4 re&ete para os pre$/cios, introdu'5es e aisos de todo tipo, uet9& co&o $un'o orientar a leitura 3*4. O incipit # o incio de u& teto narratio, capa%de $ornecer ao leitor u& conteto para ue a"uste o seu pacto de leitura.

    H/ /rios ele&entos ue guia& a leitura, co&o os e$pao$ de certeza. ;ssi&, asrela'5es de se&el-an'a, de oposi'o ou de concatena'o entre as unidades de u& tetoso 3...4, para o leitor, os pontos de apoio &ais eidentes 3*(4. Aa &es&a $or&a, o tetopode progra&ar os e$pao$ de indeterinao, ue dee& ser preenc-idos pelo leitor.

    U&a das no'5es i&portantes para a leitura # a da i$otopia, proposta por ;. J.rei&as, ue ocorre uando os signos tetuais re&ete& para u& &es&o lugar. Reantarisotopias 3...4 # identi$icar as continuidades se&@nticas ue torna& o teto lido u& con"untocoerente 3...4. uanto &ais o teto # redundante 3...4, &ais $/cil # a constru'o da isotopia3*4.

    ;o operar a leitura, o leitor procede a antecipao e a $ipli,icao. Porcausa do re$leo de antecipa'o, a leitura apresentadiscursias?, >narratias?, >actanciais? e>ideol+gicas? 3**4.

    O leitor reCne depois as estruturas discursias nu&a s#rie de &acroposi'5esue l-e per&ite& destacar as grandes lin-as da intriga. Essas estruturas narratias l-eper&ite& re$letir so!re o con"unto depois da leitura de /rias p/ginas, de u& captulo ou deu&a cena longa 3*=4. Passando para u& nel de a!stra'o suple&entar, o leitor integra,

  • 7/26/2019 Jouve-leitura (1)

    4/4

    assi& ue pode, as &acroproposi'5es narratias no esue&a actancial. Sa!e