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REGIONALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA: A EXPERIÊNCIA DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL * José Duarte de ARAÚJO ** Emerson S. M. FERREIRA *** Gabriel Cedraz NERY **** RSPU-B/156 ARAÚJO, J. D. DEet al. — Regionalização dos serviços de saúde pública: a ex- periência do Estado da Bahia, Brasil Rev. Saúde públ., S. Paulo, 1: 1-19, 1973 RESUMO: Após historiar a evolução dos serviços de Saúde Pública no Estado da Bahia, no aspecto de sua estrutura administrativa, foi apreciada a Reforma Administrativa do Estado (1966) no setor saúde, e analisado em pormenor o sistema de regionalização através da implantação de centros re- gionais no interior do Estado. Ao lado da apresentação da nova estrutura administrativa foram comentadas as dificuldades surgidas na implantação do novo sistema, bem como as numerosas vantagens dele decorrentes. Con- cluiu-se que a regionalização administrativa mostrou-se vantajosa não só para uma mais efetiva prestação de serviços de saúde no interior do Estado, como também para a implantação do processo de planejamento de saúde. UNITERMOS: Serviços de saúde (Regionalização) *; Administração sani- tária*; Bahia (Brasil) * 1. INTRODUÇÃO A necessidade de regionalizar os ser- viços de Saúde Pública, sobretudo em Países ou Estados de grande extensão territorial, é hoje reconhecida internacio- nalmente 7, 8, 9 . Entre as teses que a Reforma Admi- nistrativa do Governo do Estado da Bahia em 1966¹ admitiu como válidas, contava-se a da descentralização executi- va, que encontrou instrumentalidade no sistema de administração regionalizada. Como a Secretaria de Saúde Pública foi o primeiro órgão de nível estadual na Bahia a implantar tal sistema, em 1967, julgamos oportuno tecer algumas considerações que são fruto de nossa experiência no particular, ao longo dos 4 anos em que participamos da adminis- * Trabalho do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia e da Assessoria Setorial de Programação e Orçamento (ASPO) da Secretaria de Saúde Pública do Estado da Bahia. ** Do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia Rua João das Botas, s/n — Salvador, BA., Brasil. Ex-Secretário da Saúde Pública do Estado da Bahia. *** Do Hospital Prof. Edgard Santos Canela, Salvador, BA., Brasil. Ex-Chefe da ASPO da Secretaria de Saúde Pública Bahia. **** Da Assessoria Setorial de Programação e Orçamento (ASPO) da Secretaria da Saúde Pública Salvador, BA., Brasil.

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Page 1: José Duarte de ARAÚJO - scielosp.org Estado da Bahia, no aspecto de sua estrutura administrativa, foi apreciada a Reforma Administrativa do Estado (1966) no setor saúde, e analisado

REGIONALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA: AEXPERIÊNCIA DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL *

José Duarte de ARAÚJO **Emerson S. M. FERREIRA ***Gabriel Cedraz NERY ****

RSPU-B/156

ARAÚJO, J. D. DE et al. — Regionalização dos serviços de saúde pública: a ex-periência do Estado da Bahia, Brasil Rev. Saúde públ., S. Paulo,1: 1-19, 1973

RESUMO: Após historiar a evolução dos serviços de Saúde Pública noEstado da Bahia, no aspecto de sua estrutura administrativa, foi apreciadaa Reforma Administrativa do Estado (1966) no setor saúde, e analisado empormenor o sistema de regionalização através da implantação de centros re-gionais no interior do Estado. Ao lado da apresentação da nova estruturaadministrativa foram comentadas as dificuldades surgidas na implantaçãodo novo sistema, bem como as numerosas vantagens dele decorrentes. Con-cluiu-se que a regionalização administrativa mostrou-se vantajosa não sópara uma mais efetiva prestação de serviços de saúde no interior do Estado,como também para a implantação do processo de planejamento de saúde.

UNITERMOS: Serviços de saúde (Regionalização) *; Administração sani-tária*; Bahia (Brasil) *

1. I N T R O D U Ç Ã O

A necessidade de regionalizar os ser-viços de Saúde Pública, sobretudo emPaíses ou Estados de grande extensãoterritorial, é hoje reconhecida internacio-nalmente 7, 8, 9.

Entre as teses que a Reforma Admi-nistrativa do Governo do Estado daBahia em 1966¹ admitiu como válidas,contava-se a da descentralização executi-

va, que encontrou instrumentalidade nosistema de administração regionalizada.

Como a Secretaria de Saúde Públicafoi o primeiro órgão de nível estadualna Bahia a implantar tal sistema, em1967, julgamos oportuno tecer algumasconsiderações que são fruto de nossaexperiência no particular, ao longo dos4 anos em que participamos da adminis-

* Trabalho do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahiae da Assessoria Setorial de Programação e Orçamento (ASPO) da Secretaria de SaúdePública do Estado da Bahia.

** Do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal da Bahia — Rua Joãodas Botas, s/n — Salvador, BA., Brasil. Ex-Secretário da Saúde Pública do Estado daBahia.

*** Do Hospital Prof. Edgard Santos — Canela, Salvador, BA., Brasil. Ex-Chefe da ASPO daSecretaria de Saúde Pública — Bahia.

**** Da Assessoria Setorial de Programação e Orçamento (ASPO) da Secretaria da SaúdePública — Salvador, BA., Brasil.

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tração da Saúde Pública naquele Estado.Em 1968 já havia sido apresentada

uma análise crítica preliminar do siste-ma após os primeiros 18 meses de suaimplantação5. LESER et al.6 apresenta-ram trabalho relatando experiência se-melhante no Estado de São Paulo.

2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A Lei n.° 30, de 29 de agosto de 1892,criou o primeiro órgão, a nível estadual,na Bahia, incumbido da realização defunções específicas de Saúde Pública. Foia Inspetoria de Higiene, a qual ficou su-bordinada diretamente ao chefe do poderexecutivo. Refletindo as necessidades daépoca, tal órgão desenvolvia atividadesconcernentes à epidemiologia, à políticasanitária e à fiscalização do exercícioprofissional.

Pela Lei n.° 115, de 16 de agosto de1895, esses serviços foram vinculados àSecretaria do Interior e Justiça. Graçasà Lei n.° 1811, de 29 de julho de 1925, osmesmos serviços readquiriam autonomia,com a criação da Sub-Secretaria de Saú-de e Assistência Pública. Data também,daquele ano, o antigo Código Sanitário4

que somente foi revogado em 15 de fe-vereiro de 1971 quando foi promulgadoo novo Código de Saúde do Estado daBahia.3.

A partir de 1925, quando foi criada aSecretaria de Estado da Educação, Saú-de e Assistência Pública, por diversasmodificações passaram os serviços desaúde, de acordo com a mentalidade eas práticas políticas que vicejaram du-rante o período. Assim, até 1951, a exe-cução dos serviços médico-assistenciaisprestados pelo poder público, de nívelestadual, esteve a cargo do Departamen-to de Saúde, órgão dessa Secretaria deEducação e Saúde, que em fevereiro de1951 foi desdobrada, passando os servi-ços de saúde e assistência em geral a in-tegrar um novo órgão, a Secretaria deSaúde Pública e Assistência Social

(SSPAS), a qual, no mesmo ano, o De-creto n.° 14.864 regulamentou. Cabe escla-recer que a maioria dos serviços quepassaram a constituir a nova Secretariatinham sido criados, esparsamente, poratos emanados do Poder Legislativo, daíargüir-se não poder o Decreto de n.°14.864, como ato do poder executivo,modificar ou extinguir os órgãos exis-tentes. Diante de tal dúvida e antes quea nova estrutura fosse instalada, o entãoChefe do Governo encaminhou à Assem-bléia Legislativa um ante-projeto de lei,com o que as dúvidas levantadas seriamdirimidas. Esse ante-projeto jamais lo-grou aprovação, de modo que até à im-plantação da recente reforma adminis-trativa a estrutura da então Secretariade Saúde Pública e Assistência Socialpersistiu sem base legal.

3. ESTRUTURA ANTERIOR À REFORMA

A estrutura real da Secretaria de Saú-de Pública e Assistência Social existen-te antes da reforma foi objeto de umaanálise contida no documento básico10

sobre saúde oferecido aos Simpósios dePolíticas Governamentais em 1965. Nestedocumento, no capítulo dedicado à "Or-ganização" lê-se: "Do ponto de vista daorganização a Secretaria vem se carac-terizando pela criação de serviços es-parsos, postos em marcha em função deconceitos obsoletos e sem nenhuma aná-lise da realidade sobre a qual se preten-deu trabalhar, num quase que completoalheiamento do sentido sócio-econômicoda Saúde Pública moderna".

Em outro trecho, diz o mesmo do-cumento 10: "Para prestar assistência mé-dica em suas várias formas, criou-se oDepartamento de Saúde, o Departamen-to da Criança e o Serviço AssistêncialPrioritário, como que, se aspectos ou di-ferentes criações técnicas, dentro dasmesmas atividades, justificassem a exis-tência de órgãos administrativos autôno-mos, com uma duplicação de atividades

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meio, estupidamente onerosa para o or-çamento estadual, quando é a mesma aatividade fim". Mais adiante, pode serlido: "Não dispondo de um sistema decoordenação e de supervisão, os serviçosda SSPAS funcionam desarticuladamentee a atividade dos órgãos se concentra àCapital, sendo comparativamente míni-ma a assistência prestada às populaçõesinterioranas. É essa, por exemplo, a ca-racterística do Serviço de Saúde do In-terior: esse Serviço, até bem pouco tem-po, supervisionava toda a numerosa re-de de Postos de Higiene distribuída nu-ma superfície das proporções da do Es-tado da Bahia, com apenas um escritó-rio central de diretoria localizado em Sal-vador. A Divisão Técnica Central é, con-comitantemente, normativa e executiva.

É portanto, ao mesmo tempo, órgão destaff e de linha".

Este absurdo da Divisão Técnica Cen-tral atingia a todos os órgãos, pois, to-dos eles possuiam, ao mesmo tempo,atribuições normativas e executivas. Porsua vez, as unidades que executavamatividades finais vinculavam-se, direta-mente, aos órgãos centrais, pouco impor-tando a localização geográfica das mes-mas, de vez que as tentativas de criaçãode um sistema de administração regio-nalizada, no campo da saúde, conformeserá mostrado mais adiante, não chega-ram à concretização.

Assim, princípios como o da centrali-zação normativa e o da descentralizaçãoexecutiva, entre outros, vinham sendoignorados pela organização existente.

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4. ESTRUTURA SURGIDA COMA REFORMA

Não apenas para a função Saúde, maspara todas as funções do Governo, a no-va estrutura, objeto da Lei n.° 2321, de 11de abril de 1966 1, pode ser descrita como

comportando três níveis: um nível depolítica, governo e programação, um ní-vel normativo e um nível executivo. Co-mo pilares fundamentais, percorrem todaa estrutura, dois sistemas: um de "pro-gramação e orçamento" e um de "admi-nistração geral". Assim como existem, ao

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nível do Governo Estadual, um Depar-tamento de Administração Geral (DAG)e uma Assessoria Geral de Programaçãoe Orçamento (AGPO), existem a níveldas Secretarias, Serviços de Administra-ção Geral (SAG) e Assessorias Setoriaisde Programação e Orçamento (ASPO).O sistema de administração regionaliza-da (que obviamente torna viável a des-centralização executiva) apoia-se nas 21

Regiões Administrativas (Tabela 1) emque foi dividido o Estado, cobrindo ca-da região um grupo de municípios e sen-do séde cada região, de um Centro Exe-tivo Regional (Figura 1). A lei prevê ain-da a nível executivo, nos Centros Exe-cutivos, Serviços Regionais de Adminis-tração Geral e Assessorias Regionais deProgramação e Orçamento.

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A Lei 2321, no âmbito da Secretaria deSaúde Pública (SESAP) encontrou regu-lamentação no Decreto 19.931, de28/09/66, que aprovou o Regimento des-te órgão. A função Assistência Social foidesvinculada da Saúde Pública e passouà responsabilidade da Secretaria do Tra-balho e Bem Estar Social, criada pelamesma Lei 2321. A nova estrutura daSecretaria de Saúde Pública está ex-pressa no organograma (Figura 2).Nesta nova estrutura existem, ao ladodos órgãos de apoio (Gabinete, SAG,ASPO), os Serviços Técnicos Especiali-zados (Bioestatística e Fiscalização do

Exercício Profissional), os órgãos nor-mativos (Departamento de Assistência ede Higiene com as respectivas divi-sões), e os órgãos executivos, os Cen-tros Executivos Regionais. Paralelamente,sob a forma de Administração Descentra-lizada existem 3 Fundações: a FundaçãoHospitalar do Estado da Bahia, respon-sável pela rede hospitalar do Estado, aFundação Hospitalar Octavio Mangabei-ra, responsável pelo setor hospitalar es-pecializado em tuberculose e a Funda-ção Gonçalo Moniz que funciona comlaboratório de Saúde Pública e centrode pesquisas.

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5. CENTROS EXECUTIVOS REGIONAIS

Antes da Lei 2321 tinham ocorrido al-gumas tentativas de descentralização exe-cutiva e de regionalização das atividadesda Secretaria da Saúde. Assim, já a Lei1811, de 29 de julho de 1925, que organi-zou a Sub-Secretaria de Saúde e Assis-tência Pública, no artigo 51 (Secções VIIIe IX) diz, textualmente4: "Para tornarmais fácil a administração geral, serãoinstalados nos centros urbanos de maisimportância do interior do Estado, emvez de Postos Municipais de Higiene,quatro sub-diretorias sanitárias: uma noNorte, outra no Sul, e duas no Centro,as quais, além de executarem os progra-mas de que trata o artigo precedente pos-suirão Hospital Regional para isolamen-to, e todo o aparelhamento necessário aocombate imediato de qualquer surto epi-dêmico de doença transmissível". Vê-se,portanto, que já àquela época, existiampreocupações com descentralizar e regio-nalizar ao menos algumas das atividadesda Secretaria de Saúde.

Mais adiante, em 17/12/1948, o Decreton.° 134 criou 8 Distritos Sanitários: Feirade Santana, Alagoinhas, Jequié, Jacobi-na, Vitória da Conquista, Caetité, Cana-vieiras e Juazeiro, este último com umsub-distrito na cidade de Barra.

Aos 2 de abril de 1964, o Decreto n.°19.151, dividiu o Estado da Bahia em 9Regiões de Saúde: Salvador, Feira deSantana, Alagoinhas, Santo Antônio deJesus, Jequié, Itabuna, Conquista, Jua-zeiro e Bom Jesus da Lapa. Por sua vez,a Portaria n.° 96, de 19/03/65, dando cum-primento ao disposto no art. 5.° do cita-do decreto, veio regulamentar as ativida-des das chefias das regiões de saúde, tu-do no espírito da descentralização.

Fica assim patente que embora em suaestrutura anterior à reforma, a Secreta-ria da Saúde Pública apresentasse as fa-lhas já apontadas, inerentes em grandeparte ao próprio sistema administrativo

do Estado, foi ela historicamente o pri-meiro órgão do Estado a preocupar-secom a regionalização dos seus serviçose a levar a cabo as primeiras experiên-cias, nem sempre bem sucedidas, nocampo da descentralização executiva.

O Decreto n.° 19.931 de 28/09/1966, queaprovou o Regimento da Secretaria daSaúde, determinou a implantação dosCentros Executivos Regionais de Saúdeem Salvador, Feira de Santana, Santo An-tônio de Jesus, Jequié e Itabuna —Ilhéus, de vez que faltavam ao Estado,na prática, condições para que pudessemser instalados, de imediato, os 21 Cen-tros Executivos que a Lei 2321 previa.

Em 1966 todavia foi instalado apenas o1.° Centro Executivo Regional de Salva-dor, e antes que os demais fossem im-plantados, decidiu a Secretaria, em 1967,reexaminar a questão. Assim, diante daprópria necessidade premente de implan-tação do sistema de administração regio-nalizada, de um lado, e, de outro, das di-versas limitações próprias ao Estado pa-ra atingir este objetivo do modo que aLei estabelecia, a Secretaria, baseando-se,principalmente, em um estudo da Asses-soria Geral de Programação e Orçamen-to (AGPO) — do qual foram tomados de-terminados indicadores (equipamentocomercial e de serviços, relações da ci-dade com o mundo rural, atividade in-dustrial e função de centros de comuni-cação) — decidiu alterar o Decreto n.°19.931, não implantando, como este de-terminava, apenas alguns dos 21 Centrosque a Lei 2321 estabelecia. Preferiu, co-mo base no estudo citado, dividir o Es-tado em macro-regiões, correspondendoa cada uma delas um Centro Executivo,o qual deveria ser localizado em cidadeque a própria Lei 2321 já definia comodestinada à sede de órgão de administra-ção regionalizada, ficando, assim, cober-to todo o território do Estado. Frutodeste estudo foi o Dec. 20356, de 25 desetembro de 1967, que determinou, além

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do de Salvador, a instalação dos CentrosExecutivos Regionais de Saúde em Feirade Santana, Santo Antônio de Jesus, Ja-cobina, Juazeiro, Ilhéus, Vitória da Con-quista e Barreiras, como sede de 8 ma-cro-regiões de saúde, cuja extensão e re-lação com as 21 regiões administrativasoriginais estão explícitas na Tabela 2 e na

Figura 1. Deste modo, teve a Secretariada Saúde montado, para todo o Estado,seu sistema de administração regionali-zada, embora a delegação das atividadespassasse a ser feita por etapas, inclusi-ve no que se refere à execução orçamen-tária.

Cabe referir, que um fato fez com queeste último decreto fosse diferente dastentativas anteriores de regionalização: aexistência de uma Lei (a qual ele veioregulamentar) que reformulara toda aorganização administrativa estadual, in-corporando nesta reformulação os prin-cípios da descentralização e da regiona-lização. Todos os decretos anteriores àreforma administrativa procuraram des-centralizar e regionalizar as atividadesde nível executivo da função saúde,quando todas as atividades de nível exe-cutivo das demais funções do Governoencontravam-se sobre rígida centraliza-ção. Ademais, nenhuma das tentativasanteriores incluíra qualquer modificação

nos órgãos centrais da Secretaria da Saú-de Pública que continuavam com atribui-ções normativas e executivas, fato que sóveio a ser modificado pela reforma.

Após 2 anos de implantação dos 7 pri-meiros Centros Executivos no interior,com os resultados positivos que a se-guir apreciaremos, resolveu a adminis-tração, em 1969, dar prosseguimento aoprocesso de descentralização instalandoos Centros Executivos de Senhor do Bon-fim, Jequié e Ribeira do Pombal e, sub-seqüentemente, os de Itaberaba e Medei-ros Neto, totalizando assim 13 CentrosExecutivos, o da Capital e 12 no in-terior (Tabela 3).

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Em 1/12/1969 foi baixado, através De-creto n.° 21.589, o Regimento dos Cen-tros Executivos Regionais (Apêndice),consolidando a sua estrutura e definindode modo formal suas responsabilidades eatribuições.

6. DIFICULDADES SURGIDAS

Diversos fatores dificultaram o proces-so de implantação do sistema. Dentreeles, podemos citar como principais osseguintes:

a) as deficiências quantitativas de pes-soal e, principalmente, as distorções nasua distribuição, surgiram como umgrande empecilho, de vez que, não dis-punha a Secretaria de mão-de-obra qua-

lificada em quantidade suficiente no in-terior do Estado. Basta que se diga quedo pessoal existente nos quadros da Se-cretaria, apenas 28,3% dos médicos, 27,3%dos dentistas, 11,4% das enfermeiras e30% do pessoal auxiliar localizavam-se nointerior, onde se encontra 88% da popu-lação do Estado;

b) as deficiências qualitativas do pes-soal, sem atualização dos seus conheci-mentos, sem treinamento em práticas ad-ministrativas e técnicas mais modernas,desconhecendo os novos conceitos de ren-dimento e de custos de serviços de saúde,criado na tradição dos velhos sistemasde administração. Em sua maioria, o pes-soal não estava preparado para compre-ender e aceitar os novos conceitos e,

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consequentemente, apresentava sérias re-sistências ao desempenho das novas prá-ticas;

c) a inexistência de um manual denormas e rotinas o qual somente passoua ser elaborado à medida em que eraimplantada a regionalização.

d) a inexistência de uma padronizaçãodas unidades de saúde, trabalho que veioa ser iniciado também em concomitânciacom o processo de implantação da novaestrutura e concluído em 1969;

e) as dificuldades decorrentes do fatoda subordinação direta dos Centros Exe-cutivos ao Secretário, conforme a Leiprevê, o que levou à publicação de por-taria, delegando a função de coordena-ção dos Centros Executivos para a che-fia do Gabinete;

f) o fato de que apenas a Secretariada Saúde Pública, na prática, antecipou-se na implantação do sistema regionali-zado, enquanto, somente mais tarde, ou-tras Secretarias vieram a fazê-lo e, até1970, a Secretaria da Fazenda não o fez,o que tornou particularmente difícil aprática da execução orçamentária, em-bora os Centros Executivos tivessem do-tação própria;

g) os valores de remuneração definidosna atual política salarial, os quais não seconstituem em atrativo que venha a pos-sibilitar o deslocamento para as áreasdo interior de mão-de-obra melhor qua-lificada, e sua fixação nessas mesmasáreas;

h) a realidade sócio-cultural de certascomunidades do interior que sustentadeterminados hábitos políticos, típicosde comunidades fechadas, influenciandonegativamente os elementos das equipesdos Centros Executivos, e conduzindo-osocasionalmente na prática, à adoção deuma conduta mais política do que técni-co-administrativa;

i) as deficiências de transportes e co-municações, próprias de área subdesen-volvida, e agravadas pela extensão terri-torial de nosso Estado;

j) algumas distorções cometidas quan-do da definição das macro-regiões, fatoque, em parte, pode ser explicado pelanecessidade imperiosa de implantar ime-diatamente o novo sistema. Destas dis-torções, uma das que mais tem criadoproblemas, principalmente no que se re-fere à supervisão e ao controle, é a de-corrente de um conhecimento falho dosistema viário, o que fez com que deter-minada região fosse vinculada a um Cen-tro, quando deveria ter ficado ligada aoutro de mais fácil acesso.

7. VANTAGENS DO SISTEMA

A despeito dos pontos de estrangula-mento acima enumerados, diversos fatospositivos podem ser assinalados, sem dú-vida nenhuma melhorando sensivelmenteo rendimento dos serviços de Saúde Pú-blica no Estado. Assim, a criação dosCentros Executivos Regionais:

a) tornou viável a montagem de umreal sistema de informações, cujo fluxotem sido mantido através de malotes en-viados semanalmente através de rodovias.Deste modo, melhorou-se a coleta dosdados de produção de serviços de saú-de no interior;

b) permitiu maior eficiência aos órgãosde supervisão e controle, ao tempo emque, liberando o Secretário e os órgãoscentrais de grande número de contactos,forneceu aos mesmos um maior controleda gestão;

c) possibilitou um maior conhecimen-to das unidades locais e facilitou a ela-boração de programas regionais;

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d) tornou factível a preparação de umorçamento-programa por zonas e crioucondições para que a execução orçamen-tária também seja regional;

e) abriu maiores possibilidades para aprestação de assistência técnica às uni-dades locais;

f) tornou viável a elaboração de umPlano de Saúde que contemple a realida-de do Estado em suas diversidades re-gionais, considerando o Centro Executi-vo como área programática. Dentro des-ta orientação já foram elaborados planospara as regiões programáticas de SantoAntônio de Jesus e Jequié e iniciados osestudos para a elaboração do plano paraas regiões de Feira de Santana e Senhordo Binfim;

g) permitiu pela primeira vez a coletade dados da estatística vital referentesao interior do Estado, ensejando um me-lhor conhecimento dos níveis de saúdede nossas populações2;

h) tornou possível o atendimento pron-to a condições de emergência no interiordo Estado, tais como surtos epidêmicose situações de calamidade pública (en-chentes, desastres, etc.);

i) reduziu consideravelmente as pres-sões políticas sobre a Secretaria, vez que,

a delegação de poderes a um órgão re-gional apolítico constitui-se numa bar-reira às solicitações que contrariassem aorientação dos órgãos técnico-normativosda Secretaria.

8. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

A experiência da Secretaria da SaúdePública do Estado da Bahia com o sis-tema de descentralização executiva atra-vés de Centros Executivos Regionais, du-rante 4 anos de administração (1967 a1971), sem solução de continuidade, de-monstrou as nítidas vantagens que ofere-ce a regionalização dos serviços de saú-de não só para uma mais efetiva presta-ção de serviços como também para o pro-cesso de planejamento de saúde. Reco-nhecendo os méritos do sistema de regio-nalização, a Assembléia Legislativa, aoelaborar o novo Código Sanitário do Es-tado em 1971, no artigo 130, recomendouexpressamente a sua manutenção. Essaexperiência permitiu ainda a apreciaçãodas dificuldades para a implantação dosistema, bem como a identificação dasmedidas que devem ser tomadas paraassegurar o melhor êxito do sistema deadministração regionalizada em outrosEstados que venham a optar pela regio-nalização dos seus serviços de Saúde Pú-blica.

RSPU-B/156

ARAÚJO, J. D. de et al. — [Regionalization of public health service: the expe-rience of the State of Bahia, Brazil.] Rev. Saúde públ., S. Paulo,7: 1-19, 1973.

SUMMARY: After making a historic review of Public Health Serviceorganisation in Bahia, the Administrative Reform enacted in 1966, wasanalized and studied in particular the system of regionalization of PublicHealth Services, through Regional Executive Centers in the interior. Besidespresenting the various aspects of the new structure, the difficulties present-ed in implantation, and the various advantages resulting from its applica-tion were commented. It was concluded that the regionalization of PublicHealth Services is advantageous not only for a more efficient delivery ofhealth services, but also as a basis to stablish a process of health planning.

UNITERMS Public health services (Regionalization) *; Health administra-tion *; Bahia (Brazil) *

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BAHIA. Secretaria da Saúde Pública.Reforma administrativa. Salvador,BA., Imprensa Oficial, 1966.

2. BOLETIM INFORMATIVO ANUAL. Es-tatísticas Vitais. (Secretaria da Saú-de Pública). Salvador, BA. 1969.

3. CÓDIGO de Saúde do Estado: Lei n.°2904. Diário Oficial do Estado daBahia, 15 fev. 1971.

4. CÓDIGO Sanitário. Salvador, BA., Im-prensa Oficial, 1926.

5. FERREIRA, E. S. M.; NERY, G. C. &CAMPOS, M. — A descentralizaçãoexecutiva dos Serviços da Secretariade Saúde Pública da Bahia (Análi-se Crítica) [Trabalho apresentadoao Congresso Brasileiro de Higiene.17.º, Salvador, 1968].

6. LESER, W. et al. — Reorganização daSecretaria de Saúde Pública do Es-tado de São Paulo. [Trabalho apre-sentado ao Congresso Brasileiro deHigiene, 17.°, Salvador, 1968].

7. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DELA SALUD. Sistemas para aumen-tar la cobertura de los servicios deSalud en las áreas rurales. Wash-ington, D. C., 1968. (Publicacionescientificas, 170).

8. RUTSTEIN, D. D. — The coming revo-lution in medicine. Cambridge, M.I.T. Press, 1967.

9. SEMINÁRIO sobre a PROBLEMÁTICAde SAÚDE no NORDESTE, Gara-nhuns, 1967. Documento final. Re-cife, SUDENE. Divisão de RecursosHumanos, 1967.

10. SIMPÓSIOS DE POLÍTICAS GOVERNA-MENTAIS: 13.° Simpósio — Saúde.Documento informativo. Salvador,BA., 1965.

Recebido para publicação em 10-11-1972

Aprovado para publicação em 29-1-1973

A P Ê N D I C E

DECRETO N.° 21.589 DE 01.12.1969, PUBLI-CADO NO DIÁRIO OFICIAL DA BAHIA

DE 02.12.1969.

REGIMENTO DOS CENTROS EXECUTIVOSREGIONAIS DA SECRETARIA DA SAÚDE

PÚBLICA.

C A P Í T U L O I

Das Subfunções

Artigo 1.° — Os Centros Executivos Re-gionais, instalados ou que vierem a seinstalar, na íorma da Lei n.° 2321, de 11de abril de 1966, com sede e jurisdiçãonas Regiões Administrativas do Estado,reger-se-ão pelo disposto no presente Re-gimento e terão a seu cargo a execuçãodas Subfunções previstas no Regimentoda Secretaria da Saúde Pública, Decreton.° 19.931, de 28 de setembro de 1966.

§ l.° — As Subfunções de Administra-

ção Geral, no âmbito dos Centros Exe-cutivos Regionais, são da Competênciada Secção de Administração Geral, pre-vista no Artigo 2.° deste Regimento, naconformidade do disposto no Regimentodos órgãos do Sistema de AdministraçãoGeral.

§ 2.° — As Subfunções de Programação,Orçamento e Organização, no âmbito dosCentros Executivos Regionais, são dacompetência da Assessoria Setorial deProgramação e Orçamento da Secretariada Saúde Pública e da Secção de Admi-nistração Geral prevista no Artigo 2.° des-te Regimento, na conformidade do dis-posto no Regimento dos órgãos do Siste-ma de Planejamento.

§ 3.° — As Subfunções de Procuradoria,no âmbito dos Centros Executivos Regio-nais, serão exercidas na forma da Lei n.°2320 de 4 de abril de 1966, e em conformi-

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dade com o disposto no Regimento dosórgãos do Sistema de Procuradoria.

C A P Í T U L O II

Da Estrutura

Artigo 2.° — A Estrutura dos CentrosExecutivos Regionais compreende, basi-camente, os seguintes órgãos:

1. Chefia do Centro Executivo Regio-nal

2. Coordenação da Execução Técnica

3. Secção de Administração Geral

4. Unidades de Execução.

§ 1.° — Em cada Centro Executivo Re-gional haverá as Unidades de Execuçãonecessárias à prestação dos Serviços deSaúde Pública, as quais serão classifica-das, padronizadas e instaladas medianteato do Secretário da Saúde Pública.

§ 2.° — Ficam criados, em cada CentroExecutivo Regional na forma da legisla-ção vigente, as Funções Gratificadas, re-lacionadas no Anexo I, que é parte inte-grante deste Regimento.

§ 3.° — O provimento das Funções Gra-tificadas será feito por ato do Secretá-rio da Saúde Pública, atendendo às ne-cessidades dos Serviços.

C A P Í T U L O III

Das Atividades

Artigo 3.° — As Atividades dos CentrosExecutivos Regionais, além das relativasàs Subfunções a que se referem os § 1.°,2.° e 3.° do Artigo 1.° deste Regimento,compreendem a execução das Subfunçõesespecíficas previstas no Regimento daSecretaria da Saúde Pública, em confor-midade com o que dispuserem Instru-ções, Manuais ou Ordens de Serviço, eainda, as a seguir enumeradas, a cargoda Coordenação da Execução Técnica:

1. Assistência à Chefia do Centro Exe-cutivo, visando à coordenação dos váriosserviços em execução;

2. Coordenação, do ponto de vistatécnico, da execução dos programas emdesenvolvimento no Centro ExecutivoRegional;

3. Avaliação técnica dos trabalhosque realizam as Unidades de Execução;

4. Desempenho de outras tarefas quelhes sejam cometidas pelo Chefe do Cen-tro Executivo Regional.

C A P Í T U L O IV

Das Atribuições

Artigo 4.° — O exercício de cargo dedireção ou função de Chefia, no âmbitodos Centros Executivos Regionais, condi-ciona-se ao desempenho das atribuiçõesa seguir enumeradas, segundo os titula-res respectivos:

I — Chefe de Centro Executivo Re-gional

a) orientar, coordenar, controlar e di-rigir as atividades do Centro ExecutivoRegional;

b) representar o Secretário na juris-dição do Centro Executivo Regional;

c) exercer as competências relativas adirigentes de unidades orçamentárias;

d) proceder à avaliação sistemática eencaminhar ao Secretário de Estado re-latórios mensais e anuais sobre as ativi-dades do Centro;

e) constituir equipes e grupos de tra-balho, em caráter eventual, para execuçãode tarefas específicas.

II — Chefe da Coordenação da Exe-cução Técnica

a) coordenar, orientar, controlar e di-rigir os trabalhos a cargo da Coordena-ção da Execução Técnica;

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b) sugerir medidas e providências denatureza técnica visando ao melhor ren-dimento da prestação dos serviços;

c) promover medidas visando a açãocoordenada dos órgãos e entidades públi-cas ou privadas, para o melhoramento eexpansão dos serviços existentes na Re-gião.

III — Chefe de Unidade de Execução

a) orientar, coordenar e dirigir os tra-balhos da Unidade;

b) sugerir medidas e providências vi-sando ao aperfeiçoamento do nível deprestação dos serviços;

c) exercer as tarefas que lhe foramcometidas pelo Chefe do Centro Executi-vo Regional.

IV — Chefe da Seção de AdministraçãoGeral

a) executar, na área de sua competên-cia, as atividades previstas no Regimen-to do Sistema de Administração Geral,Decreto n.º 19.874, de 20 de julho de 1966;

b) orientar, coordenar, controlar aexecução das atividades de administra-ção geral, sugerindo medidas e providên-cias de natureza administrativa, visandomelhorar as práticas administrativas.

C A P Í T U L O V

Das Substituições

Artigo 5.° — As substituições dos titu-lares de cargos e funções de chefia, noâmbito dos Centros Executivos Regio-nais, nas faltas e impedimentos eventuaisdos respectivos titulares, far-se-ão damaneira seguinte:

I — o Chefe do Centro pelo Chefe daCoordenação da Execução Técnica;

II — o Chefe da Coordenação da Exe-cução Técnica por um dos Coordenado-res;

III — o Chefe da Seção de Administra-ção Geral por um dos funcionáros damesma Seção;

IV — o Chefe das Unidades de Exe-cução por um dos funcionários da mes-ma Unidade.

Parágrafo único — Haverá sempre fun-cionário designado para as substituiçõesde que trata este artigo.

C A P Í T U L O VI

Disposições Gerais e Especiais

Artigo 6.° — À medida que cada Cen-tro Executivo Regional dispuser de efeti-vas condições de funcionamento, segundoa programação estabelecida pela Assesso-ria Setorial de Programação e Orçamen-to ficam desligadas dos Departamentosde Assistência e de Higiene da Secretariada Saúde Pública as atividades de exe-cução, compreendida nas sub-funções deSaúde Pública previstas no Regimentoda Secretaria da Saúde Pública.

Artigo 7.° — Quando os Centros Exe-cutivos Regionais abrangerem mais deuma Região Administrativa, deverá o De-creto de sua criação indicar a sede queserá da Região Administrativa previstaem Lei.

Artigo 8.° — A denominação genéricade Unidade de Execução abrange quais-quer unidades adminitsrativas que pres-tem serviços de Saúde Pública.

Parágrafo único — A Secretaria daSaúde Pública no prazo de 60 dias após apublicação deste Regimento baixaráportaria classificando as Unidades deExecução de acordo com a especializaçãoe o nível de complexidade dos seus ser-viços.

Artigo 9.° — As Unidades de Execuçãoexistentes, ou que venham existir na 1.a

Região Administrativa ficarão subordina-das aos respectivos Centros de Saúde, de

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acordo com a área geográfica de sua ju-risdição estabelecida em portaria do Se-cretário da Saúde Pública.

Artigo 10.° — Fica extinto, a partir dapublicação deste Regimento o cargo deSecretário Assistente, símbolo 2-F, dosatuais Centros Executivos Regionais.

Parágrafo único — Os atuais ocupan-tes da função gratificada de SecretárioAssistente passam automaticamente àfunção gratificada de Chefe de Secção deAdministração Geral.

Artigo 11.° — Aos dirigentes ou res-ponsáveis pelos serviços a cargo das di-versas Unidades Sanitárias, são conferi-das as atribuições previstas na legislaçãovigente, em matéria de administração ge-ral, para os Chefes de Secção, além dasde direção imediata dos respectivos ser-viços específicos.

Artigo 12.° — A Unidade Sanitária espe-cilializada "Dispensário Ramiro de Aze-vedo", órgão integrante de estrutura, do1.° Centro Executivo Regional, ficará nomesmo nível hierárquico dos Centrosde Saúde, subordinada à chefia do 1.°C.E.R.

Artigo 13.° — A Unidade Sanitária es-pecializada de combate à lepra "Dispen-sário Octavio Torres" órgão integrantedo 1.° Centro Executivo Regional passaráa fazer parte da estrutura do 2.° Centrode Saúde.

Artigo 14.° — A Unidade Sanitária espe-cializada, Centro de Orientação Infanto-Juvenil (COIJ), integrante da estruturado 1.° Centro Executivo Regional, ficaráno mesmo nível hierárquico dos Postosde Saúde e subordinada diretamente àChefia do 1.° Centro Executivo Regional.

Artigo 15.° — O Laboratório Bromato-lógico existente na área do 1.° Centro Exe-cutivo Regional, pela sua natureza, e am-plitude dos seus serviços, como órgão decontrole de produtos alimentares de âm-

bito estadual, fica subordinado à Divisãode Saneamento do Meio do Departamen-to de Higiene, no mesmo nível hierárqui-co da Chefia da Secção Técnica daquelaDivisão.

Artigo 16.° — Os atuais Centros Exe-cutivos Regionais, instalados na Secreta-ria da Saúde Pública — 1.° Centro Exe-cutivo Regional Salvador, 2.° C.E.R. Fei-ra de Santana, 3.° C.E.R. Santo Antôniode Jesus, 4.° C.E.R. Alagoinhas, 6.° C.E.R.Itaberaba, 7.° C.E.R. Jequié; 9.° C.E.R. Ri-beira do Pombal, 10.° C.E.R. Senhor doBonfim, 11.° C.E.R. Jacobina, 14.° C.E.R.Juazeiro, 16.° C.E.R. Barreiras, 19.° C.E.R.Vitória da Conquista e 20.° C.E.R. Itabu-na-Ilhéus, passarão a funcionar com a es-trutura constante do Anexo I, que fazparte integrante deste Regimento.

Artigo 17.° — Ficam criados os Cen-tros Executivos Regionais da 6.a RegiãoAdministrativa com sede em Itaberaba, eda 21.a Região Administrativa com sedeem Medeiros Neto.

Artigo 18.° — Os casos omissos serãoresolvidos pelo Secretário de Saúde Pú-blica.

Artigo 19.° — Este Regimento entraráem vigor na data da sua publicação.

Artigo 20.° — Revogam-se as disposi-ções em contrário.

Palácio do Governo do Estado daBahia, em 1.° de dezembro de 1969.

Ass.) LUIZ VIANA FILHO — JoséDuarte.

ANEXO I

(Estrutura dos Centros Executivos Re-gionais com as respectivas funções

gratificadas).

1.° Centro Executivo Regional — Salvador— 1.a Região Administrativa.

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo................. 10 F

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l — Chefe de Coordenação daExecução Técnica..................... 9 F

3 — Coordenadores ........................ 8 F

5 — Chefe de Unidades de Exe-cução Polivalentes — Centrosde Saúde ................................. 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Especializada — Rami-ro de Azevedo ........................ 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Especializada — Cen-tro de Orientação Infanto-Ju-venil ........................................... 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral ......................... 4 F

2.° Centro Executivo Regional — 2.a

Região Administrativa

FEIRA DE SANTANA

l _ chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ............... 10 F

1 — Chefe de Coordenação daExecução Técnica .................... 9 F

2 — Coordenadores .......................... 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Polivalente — Centrode Saúde ............................ 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral .......................... 4 F

3.° Centro Executivo Regional — 3.a

Região Administrativa

SANTO ANTÔNIO DE JESUS

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ................ 10 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução .......................................... 7 F

l — Coordenador ............................ 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral ........................... 4 F

6.° Centro Executivo Regional — 6.a

Região Administrativa

ITABERABA

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ............... 10 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução .......................................... 7 p

l — Coordenador ............................ 8 F

l —- Chefe de Secção de Adminis-tração Geral ........................... 4 F

7.° Centro Executivo Regional — 7.a

Região Administrativa

JEQUIÉ

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ................ 10 F

1 — Chefe de Coordenação daExecução Técnica .................... 9 F

2 — Coordenadores .......................... 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Polivalente — Centrode Saúde ................................ 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral .......................... 4 F

9.° Centro Executivo Regional — 9.a

Região Administrativa

RIBEIRA DO POMBAL

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ................. 10 F

l — Coordenador ............................ 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução ............................................ 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral ........................... 4 F

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10.° Centro Executivo Regional — 10.a

Região Administrativa

SENHOR DO BONFIM

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 P

l — Coordenador . 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

11.° Centro Executivo Regional — 11.a

Região Administrativa

JACOBINA

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 F

1 — Chefe de Coordenação daExecução Técnica . 9 F

2 — Coordenadores 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Polivalente — Centrode Saúde . 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

14.° Centro Executivo Regional — 14.a

Região Administrativa

JUAZEIRO

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 F

l — Coordenador 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

16.° Centro Executivo Regional — 16.a

Região Administrativa

BARREIRAS

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 F

l — Coordenador 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

19.° Centro Executivo Regional — 19.a

Região Administrativa

VITÓRIA DA CONQUISTA

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 F

1 — Chefe de Coordenação daExecução Técnica 9 F

2 — Coordenadores 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Polivalente — Centrode Saúde 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

20.° Centro Executivo Regional — 20.a

Região Administrativa

ITABUNA

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo 10 F

1 — Chefe de Coordenação daExecução Técnica 9 F

2 — Coordenadores 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução Polivalente — Centrode Saúde 8 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral 4 F

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21.° Centro Executivo Regional — 21.a

Região Administrativa

MEDEIROS NETO

l — Chefe de Centro ExecutivoRegional — Símbolo ............... 10 F

l — Coordenador ............................ 8 F

l — Chefe de Unidade de Exe-cução ............................................ 7 F

l — Chefe de Secção de Adminis-tração Geral ............................. 4 F