improbidade administrativa

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CURSO DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DPF/2012 Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bom dia. Renovada as energias, vamos que vamos. Nesta aula vamos ver o seguinte: AULA 05: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional (Lei 8.429/1992). Vamos em frente. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o princípio da probidade administrativa ao estabelecer que “os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal cabível”. Com efeito, o princípio da probidade administrativa é uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja, entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque à probidade administrativa. Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, destaca que “o princípio da probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”. Define o mestre que “a probidade administrativa consiste no dever do funcionário de servir à Administração

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1

Olá pessoal,

Bom dia. Renovada as energias, vamos que vamos. Nesta aula vamos ver o seguinte:

AULA 05: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos

casos de enriquecimento ilícito no exercício de

mandato, cargo, emprego ou função da administração

pública direta, indireta ou fundacional (Lei nº

8.429/1992).

Vamos em frente.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o princípio da probidade administrativa ao estabelecer que “os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal cabível”.

Com efeito, o princípio da probidade administrativa é uma qualificação do princípio da moralidade administrativa, ou seja, entendeu o legislador constituinte de conferir tratamento de destaque à probidade administrativa.

Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da Silva, nos seus Comentários Contextuais à Constituição Federal, destaca que “o princípio da probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, §4º)”.

Define o mestre que “a probidade administrativa consiste no dever do funcionário de servir à Administração

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com honestidade, procedendo no exercício das suas funções sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada”.

É importante dizer que o referido dispositivo constitucional é norma que exige, que requer, complemento, ou seja, trata-se de norma de eficácia limitada.

Por isso, a fim de regulamentar o preceito constitucional, foi editada a Lei nº 8.429/92, denominada de Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional.

Deve-se observar que a sanção por improbidade administrativa não tem natureza penal, na medida em que a Constituição dispôs que a sanção de improbidade não traz prejuízo à ação penal cabível. Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de improbidade administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não tem natureza de ação criminal.

É verdade que a Lei de Improbidade não trata de ilícitos penais, não aplica ou impõe penalidades criminais por violação ao princípio da probidade, ou seja, é uma lei que impõe sanções de natureza civil, política e administrativa, mas não penal, muito embora haja previsão de ilícito criminal àquele que representar por ato de improbidade sabendo-o ser falso, conforme o seguinte:

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de

improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,

quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está

sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,

morais ou à imagem que houver provocado.

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Assim, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou em diversas assentadas que a LIA não tem natureza penal, tem natureza civil, conforme assim consignado:

INFORMATIVO Nº 498

TÍTULO: Improbidade Administrativa: Ministro do STF e

Competência

PROCESSO: Pet - 3211

ARTIGO

O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem

suscitada em petição, firmou sua competência para julgar

ação por ato de improbidade administrativa ajuizada contra

atual Ministro do STF, à época Advogado-Geral da União, e

outros, na qual se lhe imputam a suposta prática dos crimes

previstos nos artigos 11, I e II, e 12, III, da Lei 8.429/92.

Reportando-se à orientação fixada pela Corte na Rcl 2138/DF

(pendente de publicação), entendeu-se que distribuir

competência para juiz de 1º grau para julgamento de

ministro da Corte quebraria o sistema judiciário como um

todo. Os Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e

Celso de Mello fizeram ressalvas. Vencido, no ponto, o Min.

Marco Aurélio, relator, que, na linha de seu voto na citada

reclamação, e salientando estar definida a competência do

Supremo de forma exaustiva na Constituição (art. 102),

considerava ser do juízo da 9ª Vara da Seção Judiciária do

Distrito Federal a competência para o processamento e

julgamento da ação. Em seguida, o Tribunal, por maioria,

determinou o arquivamento da petição, em relação ao

referido Ministro desta Corte, haja vista o fato de ele não

mais ocupar o cargo de Advogado-Geral da União, e a

descida dos autos ao mencionado juízo de 1ª instância,

relativamente aos demais acusados. Vencido, também nessa

parte, o Min. Marco Aurélio que, asseverando tratar-se de

ação de natureza cível, tendo em conta a ressalva

contida no art. 37, § 4º, da CF, e reconhecendo a

independência das esferas cível, penal e

administrativa, não extinguia o feito quanto ao Ministro do

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STF. Pet 3211 QO/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 13.3.2008.

(Pet-3211)

INFORMATIVO Nº 401

TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de

Foro - 2

PROCESSO: ADI - 2860

ARTIGO

O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas

ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do

Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos

Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a

inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de

Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 —

v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do

CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta

Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia

constitucional, usurpou a competência do STF como guardião

da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita

de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria

submeter a interpretação constitucional do Supremo ao

referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais,

que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que

estende, à ação de improbidade administrativa, a

competência especial por prerrogativa de função para

inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à

mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado

artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de

nova hipótese de competência originária não prevista no rol

taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria

atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a

ação de improbidade administrativa é de natureza

civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF,

e que o STF jamais entendeu ser competente para o

conhecimento de ações civis, por ato de ofício,

ajuizadas contra as autoridades para cujo processo

penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar

Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao

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fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete

da Constituição, discordando de decisão do Supremo,

exclusivamente quando não se tratar de hipótese em que a

Corte tenha decidido pela inconstitucionalidade de uma lei,

em face de vício formal ou material, e que, afirmando a

necessidade da manutenção da prerrogativa de foro mesmo

após cessado o exercício da função pública, a natureza penal

da ação de improbidade e a convivência impossível desta

com uma ação penal correspondente, por crime de

responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias

distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido

formulado, para conferir aos artigos impugnados

interpretação conforme no sentido de que: a) o agente

político, mesmo afastado da função que atrai o foro por

prerrogativa de função, deve ser processado e julgado

perante esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado

ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente

político não responde a ação de improbidade administrativa

se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c)

os demais agentes públicos, em relação aos quais a

improbidade não consubstancie crime de responsabilidade,

respondem à ação de improbidade no foro definido por

prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade

tenha por objeto ato funcional. ADI 2797/DF e ADI 2860/DF,

rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. (ADI-2797) (ADI-

2860)

Sujeitos da Improbidade

Quanto ao sujeito passivo, ou seja, aquele que sofre ou sofreu a lesão por ato improbidade, destaca a lei que é, em regra, a entidade ou ente estatal, ou seja, a Administração Pública direta ou indireta. Todavia, poderá também ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais.

Então, são sujeitos passivos da improbidade administrativa os seguintes:

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Administração Direta (União, Estados, DF e

Municípios e seus respectivos órgãos) ou Indireta

(Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e

Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,

dos Municípios, de Território,

Empresa incorporada ao patrimônio público

Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por

cento do patrimônio ou da receita anual

Entidade que receba subvenção, benefício ou

incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público;

Entidades cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por

cento do patrimônio ou da receita anual

Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos, entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

De outro lado, o sujeito ativo, ou seja, aquele que comete o ato de improbidade administrativa é, em regra, o agente público, considerado este como todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade.

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É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos são divididos em:

a) Agentes políticos

b) Agentes administrativos

c) Agentes honoríficos

d) Agentes delegados

e) Agentes credenciados

Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação.

Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores).

Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc.

Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. Vejamos:

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Informativo 263 (RE-228977)

Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP*

(v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: -

Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação

reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte

passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A

autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos

atos jurisdicionais praticados. Os magistrados

enquadram-se na espécie agente político, investidos

para o exercício de atribuições constitucionais, sendo

dotados de plena liberdade funcional no desempenho

de suas funções, com prerrogativas próprias e

legislação específica.

(...)

(...) os magistrados se enquadram na espécie agente

político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições

constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional

no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias

e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao

exercício de suas funções decisórias.

(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em

sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág.

72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais,

judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais,

conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com

independência nos assuntos de sua competência. São as

autoridades públicas supremas do Governo e da

Administração na área de sua atuação, pois não estão

hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites

constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os

agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à

independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para

tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus

eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com

culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria

encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da

República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares

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imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de

Município); os membros das Corporações Legislativas

(Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do

Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros

do Ministério Público (Procuradores da República e da

Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..."

Aqui, porém, fica uma ressalva. É que o STF, no julgamento da Reclamação nº 2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)".

Com isso, o STF delineou que aqueles agentes políticos submetidos ao regime especial de responsabilização da Lei 1.079/50 não podem ser processados por crimes de responsabilidade e pelo regime da Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de sua competência e principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a LIA e a Lei 1.079/1950, preveem sanções de ordem política, como, v. g., infere-se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, nesse caso haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco.

INFORMATIVO Nº 471

TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7

PROCESSO: Rcl - 2138

ARTIGO

Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a

reclamação para assentar a competência do STF para julgar o

feito e declarar extinto o processo em curso no juízo

reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de

responsabilidade político-administrativa previstos na

CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei

8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade

fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei

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1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por

estarem regidos por normas especiais de

responsabilidade, não respondem por improbidade

administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas

por crime de responsabilidade em ação que somente

pode ser proposta perante o STF nos termos do art. 102,

I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem

improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco

Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro,

Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na

ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min.

Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de

preservar-se a observância do princípio da moralidade, e

afirmando que os agentes políticos respondem pelos crimes de

responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais (CF,

art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não

estivesse tipificado como crime de responsabilidade, e

estivesse definido como ato de improbidade, deveriam

responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92,

aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese

dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação

civil pública, não se enquadravam como crime de

responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência

para julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau. Rcl

2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão Min.

Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138)

Agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem.

Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência.

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Por isso, dividem-se em servidores públicos, empregados públicos e funcionários temporários.

Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária.

Vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão.

Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior).

Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado.

Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público.

Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais.

Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma

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atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Temos como exemplo os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc.

Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc).

Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração.

É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração).

É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares.

Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente.

Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é o de agente público, conforme assim expresso:

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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta

lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente

ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

designação, contratação ou qualquer outra forma de

investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou

função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Contudo, a lei também admite o terceiro como sujeito ativo da improbidade administrativa. Então, também será sujeito ativo todo aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Significa dizer que um particular, que não tenha qualquer vínculo com a Administração Pública ou com as entidades tuteladas, mas que induza um agente público ou concorra com este, ou ainda que se beneficie do ato de improbidade praticado por ele, também será considerado sujeito ativo da improbidade administrativa.

Espécies ou modalidades de Improbidade

Quanto aos atos de improbidade administrativa, a LIA estabelece três espécies ou modalidades de atos de improbidade, sendo atos que:

Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º);

Causam prejuízo ao erário (art. 10);

Atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11)

Assim, quanto à primeira modalidade, a lei dispõe que constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

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• Verbo RECEBER:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel

ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta

ou indireta, a título de comissão, percentagem,

gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto

ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação

ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática

de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de

contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade

ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre

medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro

serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou

característica de mercadorias ou bens fornecidos a

qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,

direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,

providência ou declaração a que esteja obrigado;

• Verbo PERCEBER:

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,

para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem

móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas

entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor

de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,

para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem

público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por

preço inferior ao valor de mercado;

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IX - perceber vantagem econômica para intermediar a

liberação ou aplicação de verba pública de qualquer

natureza;

• Verbo ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR,

UTILIZAR OU USAR:

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de

consultoria ou assessoramento para pessoa física ou

jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou

amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições

do agente público, durante a atividade;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio

bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo

patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta

lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de

mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de

qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à

evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,

máquinas, equipamentos ou material de qualquer

natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das

entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o

trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros

contratados por essas entidades;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou

valores integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1° desta lei.

Para os casos de enriquecimento ilícito são previstas as seguintes sanções (penalidade):

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Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

patrimônio,

Ressarcimento integral do dano, quando houver,

Perda da função pública,

Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,

Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do

acréscimo patrimonial, e

Proibição de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de

dez anos;

Na segunda modalidade, dispõe a LIA que Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

• Verbo PERCEBER:

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou

jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das

formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à

espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação

de bem integrante do patrimônio de qualquer das

entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a

prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao

de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação

de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

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XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se

enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço

particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material

de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de

qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,

bem como o trabalho de servidor público, empregados ou

terceiros contratados por essas entidades.

• Verbo PERCEBER:

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha

por objeto a prestação de serviços públicos por meio da

gestão associada sem observar as formalidades previstas

na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem

suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem

observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela

Lei nº 11.107, de 2005)

• ATOS DE DISPOSIÇÃO:

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente

despersonalizado, ainda que de fins educativos ou

assistências, bens, rendas, verbas ou valores do

patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no

art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais

e regulamentares aplicáveis à espécie;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a

observância das formalidades legais ou regulamentares

aplicáveis à espécie;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das

normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a

sua aplicação irregular;

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VI - realizar operação financeira sem observância das

normas legais e regulamentares ou aceitar garantia

insuficiente ou inidônea;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não

autorizadas em lei ou regulamento;

• ATUAÇÃO

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou

renda, bem como no que diz respeito à conservação do

patrimônio público;

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a

incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou

jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes

do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.

1º desta lei;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou

dispensá-lo indevidamente;

Para os casos de lesão ao erário são previstas as seguintes sanções (penalidade):

Ressarcimento integral do dano,

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

patrimônio, se concorrer esta circunstância,

Perda da função pública,

Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,

Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor

do dano,

Proibição de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de

cinco anos;

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E, finalmente, ainda dispõe a Lei de Improbidade que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou

regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de

competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de

ofício;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a

fazê-lo;

V - frustrar a licitude de concurso público;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em

razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de

terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de

medida política ou econômica capaz de afetar o preço de

mercadoria, bem ou serviço.

Para os casos de improbidade por violação aos princípios da Administração Pública são previstas as seguintes sanções (penalidade):

Ressarcimento integral do dano, se houver,

Perda da função pública,

Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,

Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor

da remuneração percebida pelo agente, e

Proibição de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou

indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de

três anos.

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Do Processo Administrativo

A Lei de Improbidade prevê que qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, conforme art. 14, observando o seguinte:

Art. 14

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e

assinada, conterá a qualificação do representante, as

informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das

provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação,

em despacho fundamentado, se esta não contiver as

formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição

não impede a representação ao Ministério Público, nos

termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade

determinará a imediata apuração dos fatos que, em se

tratando de servidores federais, será processada na forma

prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de

dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de

acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Assim, caso seja aberto procedimento administrativo a

comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas, podendo tais órgãos designar representantes para acompanhar o procedimento.

De todo modo, para apurar qualquer ilícito previsto na LIA, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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Ademais, nos termos do art. 16 da LIA, havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, o qual observará o Código de Processo Civil (arts. 822 e 825).

Podendo, neste caso, o pedido incluir a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Do processo Judicial

Prevê o art. 17 da LIA que a ação principal seguirá o rito ordinário, e será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada.

Poderá ocorrer, mesmo administrativamente, o afastamento do agente do exercício do cargo, empregou ou função, conforme previsto no art. 20, parágrafo único, que assim expressa:

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa

competente poderá determinar o afastamento do agente

público do exercício do cargo, emprego ou função, sem

prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer

necessária à instrução processual.

Caso tenha sido proposta a medida cautelar, a ação principal deverá ser proposta dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

Não há prerrogativa de foro na ação de improbidade administrativa. Assim, ação deverá ser proposta junto ao juízo de primeiro grau. Nesse sentido, é o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Ilustrativamente:

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INFORMATIVO Nº 572

TÍTULO: Improbidade Administrativa - Ação Civil -

Competência do Magistrado de Primeiro Grau (Transcrições)

PROCESSO: RE - 439723

ARTIGO

[...]

Cumpre enfatizar, neste ponto, que o Supremo Tribunal

Federal, no referido julgamento plenário da ADI 2.797/DF, ao

declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002, na

parte em que esta introduziu o § 2º no art. 84 do CPP,

explicitou que, tratando-se de ação civil

por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92),

mostra-se irrelevante, para efeito de definição da

competência originária dos Tribunais, que se cuide de

ocupante de cargo público ou de titular de mandato

eletivo ainda no exercício das respectivas funções,

pois, em processos dessa natureza, a ação civil deverá

ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau.

Cabe assinalar, por outro lado, que esta Suprema Corte, em

tal julgamento, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº

10.628/2002 também no ponto em que esse diploma

legislativo atribuía prerrogativa de foro a ex-ocupantes de

cargos públicos e a ex-titulares de mandatos eletivos, sendo

indiferente, para esse efeito, que, contra eles, houvesse sido

instaurado ou estivesse em curso, quer processo penal de

índole condenatória, quer processo resultante do ajuizamento

de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº

8.429/92). Ao assim decidir, o Supremo Tribunal Federal,

relembrando antiga lição ministrada por JOÃO BARBALHO

(“Constituição Federal Brasileira”, p. 303/304, edição fac-

similar, 1992, Brasília), advertiu que a outorga desse

tratamento seletivo a determinados cidadãos que não mais

se acham no desempenho da função pública – cujo exercício

lhes assegurava a prerrogativa de foro “ratione muneris” –

ofende o princípio republicano, que traduz postulado

essencial e inerente à organização político-constitucional

brasileira. Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os

cidadãos da República. Isso significa, na perspectiva da

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controvérsia suscitada pela Lei nº 10.628/2002, que as

atribuições constitucionais dos Tribunais devem merecer

interpretação que impeça a indevida expansão, por efeito de

imprópria atividade legislativa comum, de sua competência

originária, para que não se transgrida, com a (inadmissível)

concessão de prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos

públicos ou a ex-titulares de mandatos eletivos, um valor

fundamental à própria configuração da idéia republicana, que

se orienta pelo vetor axiológico da igualdade, viabilizando-se,

desse modo, em relação a quem não mais detém certas

titularidades funcionais no aparelho de Estado, a aplicação

ordinária do postulado do juiz natural, cuja importância tem

sido enfatizada, em sucessivas decisões, por esta Corte

Suprema (RTJ 149/962-963 – RTJ 160/1056-1058 – RTJ

169/557 – RTJ 179/378-379, v.g.). Vê-se, portanto, como

anteriormente assinalado, que o acórdão impugnado nesta

sede recursal extraordinária ajusta-se, nesse específico

ponto, à orientação jurisprudencial que esta Suprema Corte

firmou no exame da matéria ora em análise. Sendo assim,

em face das razões expostas, e considerando, sobretudo, o

julgamento plenário da ADI 2.797/DF, conheço, em parte, do

presente recurso extraordinário, para, nessa parte, negar-lhe

provimento. Publique-se. Brasília, 24 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLO Relator * decisão publicada no DJE

de 17.12.2009

Com efeito, proposta a ação, prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

A ação poderá ser proposta contra o agente público, o terceiro e inclusive a pessoa jurídica.

Assim, no caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se a possibilidade de inversão do polo prevista na Lei da Ação Popular, a qual estabelece:

Art. 6º

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§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito

privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá

abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao

lado do autor, desde que isso se afigure útil ao

interesse público, a juízo do respectivo representante

legal ou dirigente.

Cumpre destacar que, o Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Ademais, no âmbito do processo judicial é vedada a transação, acordo ou conciliação.

Na fase instrutória, ação deverá ser instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.

É importante salientar que no procedimento judicial, haverá a chamada defesa prévia ou preliminar, é que, conforme dispõe o §7º, do art. 17, estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

Diante disso, o juiz ao receber a manifestação, terá prazo de trinta dias para, em decisão fundamentada, rejeitar ou admitir a ação. Rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

Se receber a petição inicial, determinará a citação do réu para apresentar contestação. Dessa decisão caberá agravo de instrumento.

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O juiz poderá, em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, extinguir o processo sem julgamento do mérito.

Nos termos do art. 18, a sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

Em todo caso, a Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público, mesmo antes da sentença.

Ademais, conforme dispõe o art. 20, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

De qualquer forma, a aplicação das sanções decorrentes da Lei de Improbidade não depende:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio

público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de

controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de

Contas.

Da Prescrição

Conforme dispõe o art. 23 da LIA, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de

mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança;

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II - dentro do prazo prescricional previsto em lei

específica para faltas disciplinares puníveis com

demissão a bem do serviço público, nos casos de

exercício de cargo efetivo ou emprego.

Então, vamos às questões.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O conceito de improbidade administrativa é mais restrito que o conceito de moralidade administrativa.

Comentário:

É sabido que o princípio da moralidade administrativa estabelece a exigência de que a administração pública e seus agentes atuem com ética, retidão, probidade, honesta, honradez, lealdade e boa-fé.

Assim, verifica-se que um dos aspectos da moralidade administrativa é a probidade administrativa.

É fato, contudo, que o constituinte entendeu por dar tratamento especial a este subprincípio da moralidade, conforme art. 37, §4º, ao estabelecer as sanções por atos de improbidade administrativa.

Portanto, percebe-se que a definição conferida à improbidade administrativa é mais restrita do que o alcance da moralidade administrativa, já que aquele é um aspecto ou subprincípio deste.

Gabarito: Certo.

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2. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Considera-se agente público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

Comentário:

De acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades consideradas sujeitos passivos da improbidade.

Assim, os sujeitos passivos de ato de improbidade estão elencados no art. 1º e seu parágrafo único, que assim prevê:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer

agente público, servidor ou não, contra a administração

direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios, de Território, de empresa incorporada ao

patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou

custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais

de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita

anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades

desta lei os atos de improbidade praticados contra o

patrimônio de entidade que receba subvenção,

benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão

público bem como daquelas para cuja criação ou

custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos

de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita

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anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial

à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres

públicos.

Por isso, é considerado agente público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

Gabarito: Certo.

3. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O alcance subjetivo da chamada Lei de Improbidade estende-se além do tradicional conceito de agentes públicos.

Comentário:

O alcance subjetivo da LIA refere-se aos sujeitos da improbidade. Assim, no tocante ao conceito de agente público, conforme se extrai do art. 2º, pode-se constatar que a lei não adotou definição restritiva.

Perceba que estabeleceu que qualquer um que exerça, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função será considerado agente público.

Significa dizer que a LIA deu amplitude máxima para a definição de agente público, tal como se utiliza atualmente no âmbito do Direito Administrativo, de modo que contemplou: agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados etc.

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Gabarito: Certo.

4. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência.

Comentário:

Os empregados públicos são considerados agentes públicos, e, portanto, estão submetidos aos seus preceitos, conforme prescreve o art. 2º da LIA, que assim prevê:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta

lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente

ou sem remuneração, por eleição, nomeação,

designação, contratação ou qualquer outra forma de

investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou

função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Gabarito: Errado.

5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa o agente público e terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Comentário:

Devemos observar que além do agente público, também responderá por ato de improbidade o terceiro, ou seja, aquele que, mesmo não sendo agente público, induza, concorra ou se

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beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade, conforme preconiza a Lei nº 8.429/92, em seu art. 3º, assim expresso:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,

àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou

concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se

beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Gabarito: Certo.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer forma não se submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser apurada de acordo com o Código Penal.

Comentário:

Com efeito, o terceiro, ainda que não seja agente público, conforme disposto no art. 3º da LIA, também poderá ser sujeito ativo da improbidade administrativa. Não obstante, também possa responder criminalmente.

Gabarito: Errado.

7. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem cargo, emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os que exercem, por eleição, mandato eletivo.

Comentário:

Verifica-se que tanto os agentes públicos, sejam efetivos ou que tenham vínculo transitório, ocupem cargos, exerçam

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função pública ou tenham um emprego público, seja por eleição, mandato ou nomeação, quanto terceiros, que induzam, concorram ou se beneficie de ato de improbidade, responderão nos termos da Lei por ato de tal natureza.

Contudo, é preciso lembrar que o STF afastou a aplicação da Lei de Improbidade em relação aos agentes políticos que estejam submetidos à Lei de Crime de Responsabilidade.

Assim, as disposições da LIA aplicam-se não só aos agentes públicos, mas também a terceiros.

Gabarito: Errado.

8. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os particulares que eventualmente colaboram com o poder público, como os mesários e os jurados, não são considerados agentes públicos.

Comentário:

Nos termos da LIA, qualquer pessoa que exerça ainda que temporariamente e mesmo sem remuneração, sob qualquer vínculo é considerado agente público para os seus efeitos.

Assim, jurados, mesários, ou seja, agentes honoríficos, conforme verificamos, também são agentes públicos para os fins de improbidade administrativa.

Gabarito: Errado.

9. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Tanto os servidores públicos podem vir a responder por atos de improbidade administrativa quanto os terceiros que se beneficiem do ato, sob qualquer forma, direta ou indireta.

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Comentário:

É sabido que não só o agente público é passível de sanção por ato de improbidade. Também o terceiro que haja concorrido, induzido ou que dele se beneficie estará submetido às sanções por atos de improbidade administrativa

Então, por exemplo, você é aprovado no concurso para a DPF é vê um colega recebendo o famoso “caixinha”, e aí, ele começa a te dar presentinhos, abastece seu tanque de gasolina daqui, te dá camisas, etc e tal. Final da conversa, você é beneficiário do ato de improbidade.

Dessa forma, você integrará o rol dos sujeitos da improbidade, por ser terceiro beneficiário do ato.

Gabarito: Certo.

10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Particular não responde por eventual ação de improbidade por não ser agente público.

Comentário:

Não só o agente público está submetido à Lei de improbidade, mas também o terceiro (particular) que haja concorrido, induzido ou que se beneficie, direta ou indiretamente, de ato de improbidade, conforme prevê o art. 3º, Lei 8.429/92.

Gabarito: Errado.

11. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Caso o sócio-gerente de uma sociedade empresarial induza um servidor público a fraudar processo de licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, tal atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela

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Lei de Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público.

Comentário:

Mais uma vez temos um terceiro que induziu um agente público a praticar ato de improbidade administrativa. Assim, conforme art. 3º da Lei nº 8.429/92 este terceiro também responderá por improbidade administrativa.

Gabarito: Certo.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de improbidade, já que os dirigentes de instituição privada não respondem por ato de improbidade, de que trata a Lei nº 8.429/1992.

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Comentário:

E aí? Fácil, agora? Veja que a entidade está recebendo subvenção pública, ou seja, há verba pública ingressando para a realização da atividade.

Por isso, mesmo que não esteja ocupando cargo, emprego ou função pública, o agente será considerado agente público para os termos da Lei de Improbidade, é considerado um agente delegado pelo Estado.

Nesse sentido, veja a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que trata exatamente do caso:

ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE. CONCEITO E

ABRANGÊNCIA DA EXPRESSÃO "AGENTES PÚBLICOS".

HOSPITAL PARTICULAR CONVENIADO AO SUS

(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE). FUNÇÃO DELEGADA.

1. São sujeitos ativos dos atos de improbidade

administrativa, não só os servidores públicos,

mas todos aqueles que estejam abrangidos no

conceito de agente público, insculpido no art. 2º,

da Lei n.º 8.429/92.

2. Deveras, a Lei Federal nº 8.429/92 dedicou científica

atenção na atribuição da sujeição do dever de

probidade administrativa ao agente público, que se

reflete internamente na relação estabelecida entre ele e

a Administração Pública, superando a noção de servidor

público, com uma visão mais dilatada do que o conceito

do funcionário público contido no Código Penal (art.

327).

3. Hospitais e médicos conveniados ao SUS que

além de exercerem função pública delegada,

administram verbas públicas, são sujeitos ativos

dos atos de improbidade administrativa.

4. Imperioso ressaltar que o âmbito de cognição do

STJ, nas hipóteses em que se infirma a qualidade, em

tese, de agente público passível de enquadramento na

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Lei de Improbidade Administrativa, limita-se a aferir a

exegese da legislação com o escopo de verificar se

houve ofensa ao ordenamento.

5. Ademais, a efetiva ocorrência do periculum in mora e

do fumus boni juris são condições de procedência do

mérito cautelar, sindicável pela instância de origem

também com respaldo na Súmula 07.

6. Em conseqüência dessa limitação, a comprovação da

ocorrência ou não do ato improbo é matéria fática que

esbarra na interdição erigida pela Súmula 07, do STJ.

7. Recursos parcialmente providos, apenas, para

reconhecer a legitimidade passiva dos recorridos para

se submeteram às sanções da Lei de Improbidade

Administrativa, acaso comprovadas as transgressões na

instância local.

(REsp 495.933/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 16/03/2004, DJ 19/04/2004 p.

155)

Gabarito: Errado.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados federais, os senadores e o presidente da República, na qualidade de agentes políticos, não se submetem às regras da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a regime especial de responsabilização.

Comentário:

De fato, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, os agentes políticos que estejam submetidos à lei de crime de responsabilidade (Lei nº 1.079/50) não respondem por improbidade com base na Lei nº 8.429/92, conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 471

TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7

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PROCESSO: Rcl - 2138

ARTIGO

Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente

a reclamação para assentar a competência do STF para

julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no

juízo reclamado. Após fazer distinção entre os regimes

de responsabilidade político-administrativa previstos

na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei

8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade

fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado pela Lei

1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por

estarem regidos por normas especiais de

responsabilidade, não respondem por improbidade

administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas

por crime de responsabilidade em ação que somente

pode ser proposta perante o STF nos termos do art.

102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem

improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso,

Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o

primeiro, Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que

proferira na ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim

Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a

necessidade de preservar-se a observância do princípio da

moralidade, e afirmando que os agentes políticos respondem

pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas

leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação

ao que não estivesse tipificado como crime de

responsabilidade, e estivesse definido como ato de

improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto

é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público,

concluía que, na hipótese dos autos, as tipificações da Lei

8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se

enquadravam como crime de responsabilidade definido na Lei

1.079/50 e que a competência para julgar a ação seria do

juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson

Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-

2138)

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Gabarito: Certo.

14. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais.

Comentário:

Veja: repetição do tema. Como já ressaltado, os agentes políticos que estejam submetidos às leis especiais (ex. Lei nº 1.072/50) que tipificam crimes de responsabilidades não se sujeitarão à improbidade administrativa com base na Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

15. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) O prefeito que praticar ato de improbidade que também seja previsto como crime de responsabilidade responderá simultaneamente tanto pelo crime de responsabilidade quanto pelo ato de improbidade.

Comentário:

Temos outro agente político (Prefeito) que responde por crime de responsabilidade em legislação especial (Dec. Lei 201/67), de modo que, de acordo com o entendimento do STF, não responderia por improbidade administrativa com base na Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

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16. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção do mandato eletivo implica cessação automática da existência de foro especial por prerrogativa de função, ainda que o fato que deu causa à demanda haja ocorrido durante o exercício daquele, exceto na hipótese de improbidade administrativa, conforme jurisprudência do STF.

Comentário:

Não há foro por prerrogativa de função para atos de improbidade administrativa na medida em que se trata de ação de cunho civil, e o foro de prerrogativa é conferido diante de ilícitos criminais. Por isso, a extinção de eventual mandato não implicaria cessão de foro especial, porque não existe tal foro em improbidade administrativa.

Ademais, cumpre dizer que, em regra, aquele que detém mandato eletivo (agente político) e responde por lei especial de crime de responsabilidade, não se submete à Lei de Improbidade Administrativa.

Gabarito: Errado.

17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Enquanto as empresas públicas podem ser sujeitos passivos da improbidade administrativa, as sociedades de economia mista não podem, em razão do regime de direito privado a que estão submetidas.

Comentário:

O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa é o ente ou entidade que sofreu a lesão por ato de improbidade administrativa, podendo ser, em regra, entidade ou ente estatal. Poderá, ademais, ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais.

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Nesse sentido, prevê o art. 1º da LIA os sujeitos passivos da improbidade administrativa, assim dispondo:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer

agente público, servidor ou não, contra a administração

direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de

Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou

de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja

concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do

patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta

lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta

lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de

entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal

ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja

criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com

menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita

anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à

repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Assim, teremos os seguintes sujeitos:

• Administração Pública direta e indireta

• Empresa incorporada ao patrimônio público

• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido

ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio

ou da receita anual

• Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal

ou creditício, de órgão público;

• Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou

concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou

da receita anual

Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos (entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou

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creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual) a sanção patrimonial limita-se à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Gabarito: Errado.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Somente a ação praticada com dolo pelo agente público e com comprovada lesão ao patrimônio público é passível de responsabilização pelo integral ressarcimento do dano.

Comentário:

De acordo com o art. 5º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano”.

Vê-se que o agente responderá por ação ou omissão, dolosa ou culposa. De outro lado, é importante destacar que nem sempre haverá dano ao erário, em virtude de existirem atos de improbidade que não importam prejuízo ao erário, tal como tipificado no art. 11 da LIA.

Gabarito: Errado

19. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo meramente culposa a conduta comissiva do agente público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar responsabilização por improbidade administrativa.

Comentário:

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Conforme se verifica do art. 5º da LIA, tanto a conduta dolosa, como a culposa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a responsabilização por ato de improbidade administrativa.

Gabarito: Errado.

20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Por não ser admitida pela Constituição Federal de 1988 (CF) que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não é possível a responsabilização do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança.

Comentário:

Conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”.

Gabarito: Errado.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa.

Comentário:

A questão busca complicar um pouquinho mais, no entanto é o mesmo ponto anterior, ou seja, tanto a conduta dolosa, como a culpa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a

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responsabilização por ato de improbidade administrativa, de acordo com o art. 5º da Lei nº 8.429/92, que assim estabelece:

Art. 5º - Ocorrendo lesão ao patrimônio público

por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do

agente ou de terceiro, dar-se-á o integral

ressarcimento do dano.

Gabarito: Errado.

22. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, mas fica suspensa até a aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

Comentário:

Com efeito, de acordo com o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas, conforme o seguinte:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei

independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,

salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada

pela Lei nº 12.120, de 2009).

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de

controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de

Contas.

Gabarito: Errado.

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23. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa estará condicionada à rejeição das contas pelo tribunal de contas.

Comentário:

De acordo com o art. 21, inc. II, a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.429/92 independe da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Gabarito: Errado.

24. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na lei em questão independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, inclusive quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

Comentário:

Como bem prescreve o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas.

Gabarito: Errado.

25. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) No caso de contratação de obra, para a configuração do ato de improbidade, será necessária a demonstração de ter havido superfaturamento, com

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consequente prejuízo ao erário.

Comentário:

Como se observa do art. 21, inc. I, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento.

Gabarito: Errado.

26. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

Comentário:

De fato, o STJ tem entendimento de que a contratação sem concurso caracteriza-se como ato de improbidade, na modalidade violação a princípios administrativos.

Contudo, tal ilícito não depende, para serem aplicadas as sanções, da demonstração de enriquecimento ilícito ou do prejuízo para a Administração, conforme o seguinte:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL

PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –

VEREADORES – EDIÇÃO DE LEI MUNICIPAL QUE

PERMITIA A CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO

– EXAME DE LEI LOCAL: SÚMULA 280/STF –

APLICAÇÃO DA LEI 8.429/1992 – VIOLAÇÃO AOS

PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – ART. 11 DA LEI

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8.429/1992 – ELEMENTO SUBJETIVO – DOLO

GENÉRICO – NÃO-COMPROVAÇÃO.

1. Em sede de recurso especial, não pode o STJ

examinar a pretensão da parte recorrente, se o Tribunal

de origem decidiu a lide com base em normas de lei

local.

2. A jurisprudência desta Corte, quanto ao

resultado do ato, firmou-se no sentido de que se

configura ato de improbidade a lesão a princípios

administrativos, o que, em princípio, independe

da ocorrência de dano ou lesão ao erário público.

3. A Segunda Turma firmou entendimento de que, para

caracterização dos atos previstos no art. 11 da Lei

8.429/1992, basta a configuração de dolo lato sensu ou

genérico.

4. Não demonstrada a presença do dolo genérico dos

vereadores na edição de lei municipal, que previa a

contratação sem concurso público, descabe a tipificação

de ato de improbidade administrativa.

5. Recurso especial provido.

(REsp 1165505/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON,

SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe

01/07/2010)

Desse modo, não existirá condenação em ressarcimento ao erário, quando não houver enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, conforme aplicação, do art. 5º da LIA.

Gabarito: Certo.

27. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A posse e o exercício de agente público em seu cargo ficam condicionados à apresentação de declaração de bens e valores que componham seu patrimônio, a fim de ser arquivada no setor de pessoal do órgão.

Comentário:

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Estabelece o art. 13 da Lei nº 8.429/92 que “a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente”.

Gabarito: Certo.

28. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. O agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Comentário:

Então, conforme ressaltado, a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivado no serviço de pessoal competente, de acordo com o exigido no art. 13 da Lei nº 8.429/92.

De outro lado, o servidor que se recusar a prestá-la ou o prestar falsa sofrerá a pena de demissão, conforme prevê o parágrafo 3º do art. 13, assim expresso:

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do

serviço público, sem prejuízo de outras sanções

cabíveis, o agente público que se recusar a prestar

declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou

que a prestar falsa.

Gabarito: Certo.

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29. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso se comprove que determinado servidor tenha prestado declaração de bens e valores falsa, a fim de ocultar a exagerada elevação do seu patrimônio no período em que assumiu certo cargo comissionado, ele poderá ser punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, de acordo com a referida lei.

Comentário:

De acordo com o art. 13, §3º, da Lei nº 8.429/92, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

Gabarito: Certo.

30. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) Será punido com a pena de advertência, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens dentro do prazo determinado.

Comentário:

O agente público que se recusar a prestar a declaração de bens dentro do prazo estabelecido, de acordo com o art. 13, §3º, da Lei nº 8.429/92, estará sujeito à pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Gabarito: Errado.

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31. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Os atos de improbidade administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao erário público.

Comentário:

Tome cuidado. Primeiro devemos lembrar que os atos de improbidade administrativa são separados em três modalidades, sendo:

a) atos que importam em enriquecimento ilícito; b) atos que causem prejuízo ao erário; c) atos que atentam contra princípios da administração.

Dou uma dica: Tais atos foram separados na Lei de Improbidade em três artigos distintos (9º a 11). Assim, decoreba do art. 11, pois é o menor, o que não for dele associe da seguinte forma: 9º (enriquecimento sem causa lícita); 10 (dano ao patrimônio, ao erário).

Assim, é possível a existência de ato de improbidade administrativa que nem chegue a causar dano ao erário público, como em algumas situações descritas no art. 9º e 11 da Lei de Improbidade, ou seja, somente se exige efetivo dano ao erário nos casos tipificados no art. 10.

Nesse sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. UTILIZAÇÃO DE BENS E

SERVIÇOS PÚBLICOS POR PARTICULAR. ANÁLISE DE LEI

LOCAL E DOS ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS.

IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS 280/STF E 7/STJ. AUSÊNCIA DE

DANO AO ERÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 10 DA LEI 8.429/1992

NÃO-CONFIGURADA.

1. Hipótese em que o Ministério Público do Estado de Santa

Catarina propôs Ação Civil Pública contra prefeito, imputando-

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lhe ato de improbidade administrativa por disponibilizar

máquinas e servidores para uso de particular.

2. O Tribunal de Justiça rechaçou a alegada improbidade ao

fundamento de que o demandado agiu em conformidade com

lei municipal que, para fins de incentivo agrícola, autoriza o

uso transitório de serviços e bens por particulares, mediante

o pagamento das despesas.

3. A verificação de que a conduta do recorrido não teve

respaldo legal demandaria, no caso específico, a análise de lei

local e dos elementos fático-probatórios dos autos, o que é

inviável em Recurso Especial. Aplicação da Súmula 280/STF,

por analogia, e da Súmula 7/STJ.

4. A configuração de ato de improbidade administrativa

censurado pelo art. 10 da Lei 8.429/1992 pressupõe a

ocorrência de dano ao Erário. In casu, a Corte estadual não

apontou a existência de prejuízo ao patrimônio público, ao

contrário, consignou que as despesas foram previamente

pagas pelo particular, constatação não questionada pelo

Parquet, que se limita a sustentar a ilegalidade da conduta.

5. A ausência de dano ao Erário não exclui, em tese,

eventual enquadramento da conduta do agente público

e do particular nos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/1992, que

coíbem os atos de improbidade por enriquecimento

ilícito e por atentado aos princípios da Administração

Pública. No caso dos autos, contudo, as razões

recursais e o acórdão recorrido limitam-se a debater a

norma contida no art. 10 da referida lei.

6. Recurso Especial não provido.

(REsp 1040814/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,

SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2009, DJe 27/08/2009)

Gabarito: Errado.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja meramente

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exemplificativa.

Comentário:

Devemos perceber que as condutas descritas como ímprobas não são exaustivas, ou seja, o rol é meramente exemplificativo, o que significa dizer que poderemos ter outras condutas que possam ser tipificadas como ímprobas com base na Lei de Improbidade Administrativa.

Gabarito: Errado.

33. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O ordenamento jurídico brasileiro não tem instrumentos legais para punir condutas antiéticas.

Comentário:

É aí? Quer dizer que se o servidor não for ético, honesto, probo com a Administração, não há como puni-lo?

Ora, é evidente que temos instrumentos para verificar as condutas éticas do servidor público, bem como de todo e qualquer agente administrativo.

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É possível verificar a aplicação da moralidade e o combate ao seu vício (imoralidade) em diversas hipóteses legais e, com isso combatê-la, tal como por meio de processo administrativo disciplinar, seja em processo por quebra de decoro, por exemplo, em caso de parlamentares, seja no caso de impeachment do Presidente ou outra autoridade pública, seja, em especial, no caso de improbidade administrativa.

Gabarito: Errado.

34. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO/BA – CESPE/2007) As atividades que podem vir a ser consideradas como atentatórias à probidade administrativa estão divididas em três grupos, quais sejam, as que importam em enriquecimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário e as que violam os princípios da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições públicas.

Comentário:

Há três modalidades de atos de improbidade administrativa, sendo os que importam em enriquecimento ilícito (art. 9º), os que causem prejuízo ao erário (art. 10) e os que atentam contra princípios da administração (art. 11).

Gabarito: Certo.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

Comentário:

Os atos que importam em enriquecimento ilícito estão descritos no art. 9º da LIA, que assim estabelece:

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Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativa

importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo

de vantagem patrimonial indevida em razão do

exercício de cargo, mandato, função, emprego ou

atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta

lei, e notadamente:

Observe que para a configuração desse ato de improbidade é necessário que o agente aufira vantagem patrimonial indevida, de qualquer tipo.

São várias as situações que a LIA elenca como hipótese de enriquecimento ilícito.

Uma dica! Não aconselho que se decorem tais dispositivos, pois são relativamente extensos. Todavia, podemos agrupar as situações descritas, de modo a facilitar eventuais cobranças.

Lembre-se, portanto, dos principais verbos. No caso de enriquecimento ilícito, os verbos são RECEBER, PERCEBER, quase a totalidade dos casos tem em destaque esse verbo e, nos demais, teremos usar, utilizar, adquirir, incorporar e aceitar. Vejamos:

Verbo RECEBER:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro,

bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra

vantagem econômica, direta ou indireta, a título

de comissão, percentagem, gratificação ou

presente de quem tenha interesse, direto ou

indireto, que possa ser atingido ou amparado por

ação ou omissão decorrente das atribuições do

agente público;

V - receber vantagem econômica de qualquer

natureza, direta ou indireta, para tolerar a

exploração ou a prática de jogos de azar, de

lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de

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usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou

aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer

natureza, direta ou indireta, para fazer declaração

falsa sobre medição ou avaliação em obras

públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre

quantidade, peso, medida, qualidade ou

característica de mercadorias ou bens fornecidos a

qualquer das entidades mencionadas no art. 1º

desta lei;

X - receber vantagem econômica de qualquer

natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato

de ofício, providência ou declaração a que esteja

obrigado;

Verbo PERCEBER:

II - perceber vantagem econômica, direta ou

indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou

locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação

de serviços pelas entidades referidas no art. 1°

por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou

indireta, para facilitar a alienação, permuta ou

locação de bem público ou o fornecimento de

serviço por ente estatal por preço inferior ao valor

de mercado;

IX - perceber vantagem econômica para

intermediar a liberação ou aplicação de verba

pública de qualquer natureza;

Verbos ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR,

UTILIZAR OU USAR:

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer

atividade de consultoria ou assessoramento para

pessoa física ou jurídica que tenha interesse

suscetível de ser atingido ou amparado por ação

ou omissão decorrente das atribuições do agente

público, durante a atividade;

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XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu

patrimônio bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1° desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no

exercício de mandato, cargo, emprego ou função

pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja

desproporcional à evolução do patrimônio ou à

renda do agente público;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular,

veículos, máquinas, equipamentos ou material de

qualquer natureza, de propriedade ou à disposição

de qualquer das entidades mencionadas no art. 1°

desta lei, bem como o trabalho de servidores

públicos, empregados ou terceiros contratados por

essas entidades;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas,

verbas ou valores integrantes do acervo

patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°

desta lei.

Portanto, na questão temos um ato de improbidade na modalidade enriquecimento ilícito, conforme prevê o art. 9º, inc. IX, da LIA.

Gabarito: Errado.

36. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A aquisição, para si ou para outrem, no exercício de função pública, de bens cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público configura ato de improbidade administrativa na modalidade dos que importam em enriquecimento ilícito.

Comentário:

Configura ato de improbidade administrativa, tipificado

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como enriquecimento ilícito, adquirir para si ou para outrem, no exercício de função pública, de bens cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público, conforme art. 9º, inc. VII, da Lei nº 8.429/92, assim expresso:

Art. 9º.

VII adquirir, para si ou para outrem, no exercício de

mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de

qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à

evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

Gabarito: Certo.

37. (AUDITOR DE ESTADO – SECONT/ES – CESPE/2009) Caso o empregado de uma sociedade de economia mista perceba vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza, estará ele praticando um ato de improbidade administrativa e, se condenado judicialmente, o sujeitará à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, entre outras penalidades.

Comentário:

Segundo o art. 9º, inc. IX, da Lei nº 8.429/92, é ato de improbidade administrativa, que causa enriquecimento ilícito “perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou

aplicação de verba pública de qualquer natureza”, estando, por isso, o empregado (agente público) sujeito às sanções legais.

Gabarito: Certo.

38. (ANALISTA AMBIENTAL II – MMA – CESPE/2011) Considere que um servidor público requisite, seguidamente, para proveito pessoal, os serviços de funcionários de uma empresa terceirizada de serviços de limpeza, contratada pelo

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órgão em que o servidor exerce função de chefia. Nessa situação, esse fato é caracterizado como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

Comentário:

Caracteriza-se como ato de improbidade administrativa, na modalidade que importa enriquecimento ilícito, a utilização em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades consideradas como passíveis de lesão, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades (art. 9º, inc. IV, da Lei nº 8.429/92).

Gabarito: Certo.

39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Caracteriza-se como ato de improbidade administrativa a ação ou omissão que causa lesão ao erário, decorrente tanto de dolo como de culpa em sentido estrito.

Comentário:

Prevê o art. 10 da Lei nº 8.429/92 que “constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres” dos sujeitos passivos da improbidade.

Gabarito: Certo.

40. (ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – SAD/PE – CESPE/2010 - ADAPTADA) O secretário de saúde de determinado estado da Federação contratou empresa de

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informática, com o objetivo de modernizar o sistema de protocolo, por meio de dispensa de licitação. Seu genro era um dos sócios da referida empresa. Após o pagamento efetuado, percebeu-se que não se tratava de caso de dispensa e que o objeto do contrato não havia sido prestado adequadamente, uma vez que o protocolo continuou sendo feito de forma manual. Assim, restou configurada a prática de ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

Comentário:

No tocante aos atos que causem prejuízo ao erário (art. 10, LIA) é importante destacar que, para configurar ato que cause prejuízo ou lesão ao erário, é imprescindível a ocorrência de dano patrimonial, seja por ação ou omissão, dolosa ou culposa.

Também aqui, minha dica é a existência de verbos principais, assim como destaquei em relação aos atos que ensejam enriquecimento ilícito. Então, teremos:

Art. 10. Constitui ato de improbidade

administrativa que causa lesão ao erário qualquer

ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje

perda patrimonial, desvio, apropriação,

malbaratamento ou dilapidação dos bens ou

haveres das entidades referidas no art. 1º desta

lei, e notadamente:

Verbo PERMITIR (FACILITAR E CONCORRER):

II - permitir ou concorrer para que pessoa física

ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou

valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a

observância das formalidades legais ou

regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou

locação de bem integrante do patrimônio de

qualquer das entidades referidas no art. 1º desta

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lei, ou ainda a prestação de serviço por parte

delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou

locação de bem ou serviço por preço superior ao

de mercado;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que

terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço

particular, veículos, máquinas, equipamentos ou

material de qualquer natureza, de propriedade ou

à disposição de qualquer das entidades

mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o

trabalho de servidor público, empregados ou

terceiros contratados por essas entidades.

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma

para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas

ou valores integrantes do acervo patrimonial das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

Verbo CELEBRAR:

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que

tenha por objeto a prestação de serviços públicos

por meio da gestão associada sem observar as

formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº

11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio

público sem suficiente e prévia dotação

orçamentária, ou sem observar as formalidades

previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de

2005)

OUTROS: DOAR, CONCEDER, LIBERAR,

REALIZAR, ORDENAR, AGIR E FRUSTRAR

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao

ente despersonalizado, ainda que de fins

educativos ou assistências, bens, rendas, verbas

ou valores do patrimônio de qualquer das

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entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem

observância das formalidades legais e

regulamentares aplicáveis à espécie;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal

sem a observância das formalidades legais ou

regulamentares aplicáveis à espécie;

XI - liberar verba pública sem a estrita

observância das normas pertinentes ou influir de

qualquer forma para a sua aplicação irregular;

VI - realizar operação financeira sem observância

das normas legais e regulamentares ou aceitar

garantia insuficiente ou inidônea;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas

não autorizadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de

tributo ou renda, bem como no que diz respeito à

conservação do patrimônio público;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou

dispensá-lo indevidamente;

Assim, tendo em vista que não houve a devida dispensa do procedimento licitatório, configura-se ato de improbidade na modalidade lesão/dano ao erário.

Gabarito: Certo.

41. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O ato de celebrar contrato que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada, sem observar as formalidades previstas em lei, por si só, não constitui ato de improbidade administrativa.

Comentário:

Em conformidade com o art. 10, inc. XIV, Lei nº 8.429/92 constitui ato de improbidade administrativa celebrarcontrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de

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serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei.

Gabarito: Errado.

42. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Liberar verba pública sem que haja estrita observância das normas pertinentes ou influir na aplicação irregular dessa verba constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

Comentário:

É ato de improbidade administrativa, importando enriquecimento ilícito, conforme art. 9º, inc. IX, da Lei nº 8.429/92, perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza.

No entanto, quando não há obtenção de qualquer vantagem, mas, tão-somente, a liberação de verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular, verifica-se a constituição de ato de improbidade administrativa que importa em prejuízo ao erário, conforme art. 10, inc. XI, da Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

43. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A Procuradoria-Geral Federal ingressou com ação executiva fiscal por crédito não tributário no valor de R$ 200.000,00. Consta dos autos que esse crédito corresponde a multa administrativa imposta pela ANVISA, no exercício do poder de polícia, já que, no dia 2/4/2002, havia sido praticada a infração administrativa respectiva, ficando paralisado esse processo administrativo até 5/4/2006, quando então foi inscrita em dívida ativa. Foram opostos embargos à execução,

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nos quais foi proferida sentença extinguindo a ação, com fundamento na prescrição. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes (***). O fato de o servidor público deixar de praticar, indevidamente, o ato de ofício constitui infração administrativa prevista na Lei n.º 8.112/1990, mas não, ato de improbidade administrativa.

Comentário:

A terceira hipótese ou modalidade de ato de improbidade é aquela descrita como atos que atentam contra princípios da Administração, conforme dispõe o art. 11, assim expresso:

Art. 11. Constitui ato de improbidade

administrativa que atenta contra os princípios da

administração pública qualquer ação ou omissão

que viole os deveres de honestidade,

imparcialidade, legalidade, e lealdade às

instituições, e notadamente:

Vale observar que nessa hipótese também não é necessário a existência de dano patrimonial, nem que o agente obtenha qualquer tipo de vantagem. Necessária a violação aos deveres de honestidade, lealdade, legalidade e imparcialidade por ação ou omissão.

Esse o dispositivo que tem o menor número de situações descritas como improbidade administrativa, sendo o principal verbo revelar, retardar, deixar de praticar (prestar ou permitir), abrangendo assim:

III - revelar fato ou circunstância de que tem

ciência em razão das atribuições e que deva

permanecer em segredo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao

conhecimento de terceiro, antes da respectiva

divulgação oficial, teor de medida política ou

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econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,

bem ou serviço.

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou

regulamento ou diverso daquele previsto, na regra

de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente,

ato de ofício;

VI - deixar de prestar contas quando esteja

obrigado a fazê-lo;

V - frustrar a licitude de concurso público;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

Assim, de acordo com o art. 11, inc. I, da Lei nº 8.429/92 configura ato de improbidade administrativa retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, na modalidade violação a princípios da Administração.

Gabarito: Errado.

44. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) O servidor público que, ao ser omisso, viola os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, deixando de praticar, indevidamente, ato de ofício, pratica ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.

Comentário:

Estabelece o art. 11, inc. I, da LIA que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, notadamente: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

Gabarito: Certo.

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45. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Deixar de prestar contas quando se está obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

Comentário:

De acordo com o art. 11, inc. VI, da Lei nº 8.429/92, configura ato de improbidade administrativa que atenta contra princípios da Administração Pública “deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo”.

Gabarito: Errado.

46. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O agente público que deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

Comentário:

É importante dizer que a prestação de contas é dever, obrigação, de todo Administrador Público. Ademais, neste sentido, além de infringir tal obrigação, a Lei de Improbidade estabelece que configura ato de improbidade, que atenta contra princípios da Administração Pública, “deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo” (art. 11, inc. VI, Lei nº 8.429/92).

Gabarito: Certo.

47. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de concurso público constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

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administração pública.

Comentário:

De acordo com o art. 11, inc. V, da Lei nº 8.429/92, configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública frustrar a licitude de concurso público.

Gabarito: Certo.

48. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

Comentário:

Não se pode confundir a hipótese descrita no art. 11, inc. V, da Lei nº 8.429/92 (frustrar a licitude de concurso público) que configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, com a hipótese prevista no art. 10, inc. VIII (frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente), que se trata de ato de improbidade na modalidade causar prejuízo ou dano ao erário.

Gabarito: Errado.

49. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Não constitui ato de improbidade administrativa, considerado pela Lei nº 8.429/1992 como atentatório aos princípios da administração pública, praticar ato administrativo que dispense ou declare a inexigibilidade de processo licitatório.

Comentário:

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É ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente, conforme art. 10, inc. VIII, da Lei nº 8.429/92, não sendo, portanto, de ato de improbidade que atente contra princípios da Administração Pública.

Gabarito: Certo.

50. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica.

Comentário:

É ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário, frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente, conforme art. 10, inc. VIII, da Lei nº 8.429/92, não sendo, portanto, de ato de improbidade que importa no enriquecimento ilícito.

Gabarito: Certo.

51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) Negar publicidade aos atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

Comentário:

De acordo com o art. 11, inc. IV, da Lei nº 8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da Administração Pública, negar publicidade aos atos oficiais. Portanto, não se refere a ato de improbidade que causa lesão ao erário.

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Gabarito: Errado.

52. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A situação hipotética apresentada configura improbidade administrativa.

Comentário:

A conduta do servidor, muito embora não se tenha dito exatamente, o que ele tenha feito, mas como ficou demonstrado em processo administrativo que não foi honesto, imparcial, leal à Instituição, tampouco observou o dever de legalidade, podemos caracterizá-la como violadora dos arts. 9º, inc. I; 10, inc. VII e 11, caput, da Lei de Improbidade.

Art. 9º

I receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel

ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,

direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,

gratificação ou presente de quem tenha interesse,

direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado

por ação ou omissão decorrente das atribuições do

agente público;

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Art. 10

VIII frustrar a licitude de processo licitatório ou

dispensá-lo indevidamente;

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa

que atenta contra os princípios da administração

pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres

de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade

às instituições, e notadamente:

Significa dizer que a situação descrita, ou seja, a ação ou omissão do servidor caracteriza-se como ato de improbidade administrativa.

Gabarito: Certo.

53. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Enquadra-se como ato de improbidade aquele que importa ou ameaça implicar prejuízo ou desfalque material ao patrimônio público, mas não aquele que afeta a credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas.

Comentário:

Aqui devemos ter cuidado em separar as condutas. Ou seja, temos a primeira que diz respeito a ato que importa ou ameaça implicar prejuízo ou desfalque material ao patrimônio público. Outra é aquela que afeta a credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas

Com efeito, é de se observar que, se atividade tem condão de gerar prejuízo ou desfalque material ao patrimônio público, tal conduta ser caracteriza como ato de improbidade administrativa, conforme art. 10º da LIA porque causa lesão ao patrimônio público.

No entanto, se tal conduta ameaça causar, ou seja, não causou lesão ao patrimônio público, foi obstada antes disso, ou não chegou efetivamente a causar dano, ainda assim configura-se o ato

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de improbidade, conforme art. 21 que assim estabelece:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei

independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de

controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de

Contas.

De outro lado, se a conduta violar afetar a credibilidade ou a honra objetiva da Administração Pública estará configurado ato de improbidade, nos termos do art. 11 da Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

54. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O dirigente de uma empresa pública municipal realizou contratação de produtos de informática sem o cumprimento prévio de licitação. Para a dispensa de licitação, alegou-se que os bens precisavam ser adquiridos com urgência. Os serviços foram corretamente prestados e não restou demonstrado superfaturamento de preços. Após a execução do contrato, descobriu-se que o fornecedor dos produtos de informática havia presenteado o referido dirigente com uma TV de LCD e um notebook. Diante desses fatos, o MP estadual ajuizou ação de improbidade administrativa contra o dirigente. Acerca dessa situação hipotética, julgue: A situação descrita configura ato de improbidade administrativa, que importa em enriquecimento ilícito.

Comentário:

Que urgência hein? Isso inclusive é crime! Tenham certeza, vocês estarão diante de várias condutas assim. Lembre-se que o servidor responde nas esferas penal, civil e administrativa.

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Por isso, responderá criminal (ex: corrupção), administrativa (ex: corrupção, improbidade) e civilmente (ex: improbidade administrativa).

Que beleza. Essa lei é uma maravilha, deve ser aplicada a esses malditinhos que pensam que o Estado é uma coisa sem dono, que qualquer um pode fazer o que quiser.

Referida conduta, no mínimo, se enquadraria nas hipóteses do art. 9º, inc. II e art. 10, incs. V e VIII, da Lei nº 8.429/92.

Art. 9º.

II perceber vantagem econômica, direta ou indireta,

para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem

móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas

entidades referidas no art. 1° por preço superior ao

valor de mercado;

Art. 10.

V permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação

de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VIII frustrar a licitude de processo licitatório ou

dispensá-lo indevidamente;

Gabarito: Certo.

55. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) João, servidor público da União, exercia função de gestão dos contratos administrativos celebrados com fornecedores de bens e serviços a TRT de cujos quadros funcionais era integrante. O TCU, movido por denúncia anônima, promoveu a fiscalização sobre a legalidade e a economicidade dos contratos celebrados com o TRT e apurou que João era sócio de uma das empresas contratadas para prestação de serviços, muito embora não exercesse a sua administração ou gerência. Após regular tramitação do

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processo administrativo disciplinar, ao servidor foi aplicada a sanção de demissão pelo fato de ser sócio de uma empresa privada, o que, segundo afirmação constante do relatório conclusivo do processo, era vedado pelo Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. Irresignado, o servidor demitido conseguiu anular a decisão demissional e foi reintegrado aos quadros funcionais da União. Tempos depois, o superior hierárquico de João abriu novo procedimento administrativo com o objetivo de declarar a nulidade da reintegração por não ter ocorrido a posse do servidor quando de seu retorno ao cargo. De acordo com as informações contidas no texto acima e com base no regime jurídico dos servidores públicos civis da União e nas regras a respeito do controle da administração pública, julgue os itens subseqüentes (***) Constitui ato de improbidade administrativa a contratação de empresa privada da qual um dos sócios seja, ao mesmo tempo, gestor de contratos do órgão ou ente da administração pública que celebrou o contrato, ainda que o respectivo contrato não cause lesão ao erário.

Comentário:

Ainda que o contrato não cause lesão ao erário, há confusão entre os interesses do agente e da entidade da qual é sócio, de modo que não está atuando com lealdade, com moralidade para com a Administração. Por isso, configurado ato de improbidade administrativa que, conforme entendimento jurisprudencial é exemplificativo e não taxativo:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSOS

ESPECIAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA. MAJORAÇÃO DE VENCIMENTOS POR MEIO

DE RESOLUÇÃO. CONFIGURAÇÃO DE LESÃO AO ERÁRIO.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E

INFRACONSTITUCIONAIS AUTÔNOMOS. INCIDÊNCIA DA

SÚMULA 126/STJ. ART. 10 DA LEI 8.429/92. TIPIFICAÇÃO.

CARÁTER EXEMPLIFICATIVO, E NÃO TAXATIVO. RECURSO

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ESPECIAL DA PRIMEIRA RECORRENTE NÃO-CONHECIDO.

RECURSO ESPECIAL DO SEGUNDO RECORRENTE

CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO.

1. Considerando que o acórdão recorrido apresenta

fundamentos constitucionais e infraconstitucionais, a

inadmissão do recurso extraordinário, bem como a não-

interposição de agravo de instrumento contra a referida

decisão, atrai a incidência da Súmula 126/STJ, que assim

dispõe: "É inadmissível recurso especial, quando o acórdão

recorrido assenta em fundamentos constitucional e

infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para

mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso

extraordinário." 2. "... no caput do art. 10, conceitua-se a

improbidade lesiva ao Erário e seus incisos trazem o

elenco das espécies mais freqüentes, que, em face do

advérbio notadamente, como já assinalado, é

meramente exemplificativo (e não taxativo)." FILHO,

Marino Pazzaglini ("Lei de Improbidade Administrativa

Comentada", Ed.

Atlas, 2005, 2ª edição, p. 81).

3. No caso dos autos, houve efetiva configuração de ato de

improbidade administrativa por lesão ao erário, previsto no

art. 10 da Lei 8.429/92, em face da majoração de

vencimentos por meio de resolução, em manifesto

descumprimento dos preceitos contidos nos arts. 37, XIII, e

61, § 1º, II, a, da Constituição Federal.

4. Recurso especial da primeira recorrente não-conhecido.

5. Recurso especial do segundo recorrente conhecido, porém

desprovido.

(REsp 435.412/RO, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 19/09/2006, DJ 09/10/2006 p. 260)

Gabarito: Certo.

56. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No

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curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O servidor pode eximir-se de punição, caso devolva o valor do pacote de viagem.

Comentário:

Essa questão é muito boa. E importante sabermos. Mesmo que o agente venha ressarcir voluntariamente o dano causado ou devolva o presente recebido, isso não afasta sua responsabilidade no tocante aos atos de improbidade, pois conforme vimos à credibilidade a honra objetiva da Administração em jogo, e isto já restou violado.

Ou seja, a simples devolução da vantagem recebida indevidamente não é suficiente para descaracterizar o ato de improbidade administrativa, até porque uma das sanções que seria aplicada passaria justamente pela medida punitiva de devolver o auferido indevidamente, porém, lembre-se que há outras sanções que também serão aplicadas (suspensão dos direitos políticas, perda função pública etc).

Gabarito: Errado.

57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso reste configurada a prática de ato de improbidade administrativa, o responsável estará sujeito a suspensão dos direitos políticos, a multa e a perda da função pública, penas que poderão ser aplicadas cumulativamente.

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Comentário:

Prevê o art. 12 da Lei 8.429/92, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.

Gabarito: Certo

58. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) De acordo com a CF, os atos de improbidade administrativa, entre outras consequências, importaram a cassação dos direitos políticos.

Comentário:

Prevê o art. 37, §4º, da Constituição Federal, as sanções por ato de improbidade administrativa, ao estabelecer que:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na

forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação

penal cabível.

Vê-se, portanto, que os atos de improbidade administrativa poderão importar em suspensão de direitos políticos, e jamais em cassação de direitos políticos, até porque se trata de sanção vedada pela Constituição.

Gabarito: Errado.

59. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO – STM – CESPE/2011) Um ato de improbidade administrativa

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corresponde, necessariamente, a um ilícito penal que acarreta indisponibilidade dos bens do agente que o praticou.

Comentário:

Do art. 37, §4º, CF/88, podemos verificar que a sanção por ato de improbidade administrativa é independente da ação penal, ou seja, não se trata o ato de improbidade administrativa de um ilícito criminal, senão vejamos:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa

importarão a suspensão dos direitos políticos, a

perda da função pública, a indisponibilidade dos

bens e o ressarcimento ao erário, na forma e

gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação

penal cabível.

Nesse sentido, já estabeleceu o Supremo Tribunal Federal que a Lei de Improbidade Administrativa tipifica atos cuja natureza é civil, não sendo de índole criminal. Ilustrativamente:

INFORMATIVO Nº 362

TÍTULO: Improbidade Administrativa e Prerrogativa de Foro

PROCESSO: ADI - 2860

ARTIGO

O Tribunal iniciou julgamento de ações diretas de

inconstitucionalidade ajuizadas pela Associação Nacional dos

Membros do Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos

Magistrados Brasileiros - AMB contra os §§ 1º e 2º do art. 84 do

Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei

10.628/2002. Alega-se ofensa aos artigos 2º; 102, I; 105, I; 108, I

e 125, §1º, da CF. Inicialmente, afastou-se, por unanimidade, a

preliminar de ilegitimidade da CONAMP e a de ausência de

pertinência temática das requerentes. Quanto àquela, tendo em

conta recente precedente do Pleno no qual se decidira pela

legitimação para ação direta de inconstitucionalidade das chamadas

"associações de associações" (ADI 3153 AgR/DF - v. Informativo

356) e, ainda, em virtude de o novo estatuto da CONAMP restringir

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a qualidade de associados efetivos às pessoas físicas integrantes da

categoria. Quanto a esta, por se entender que as normas

impugnadas se refletem na distribuição vertical de competência

funcional entre os órgãos do Poder Judiciário e, por conseguinte,

entre os do Ministério Público, o que configuraria a necessária

relação de pertinência entre aquelas e as finalidades institucionais

das respectivas entidades nacionais de classe. Em relação ao

mérito, o Min. Sepúlveda Pertence, relator, julgou procedente o

pedido de ambas as ações. Salientou que o §1º do art. 84 do CPP

constitui reação legislativa ao cancelamento da Súmula 394,

ocorrido no julgamento do Inq 687 QO/SP (DJU de 9.11.2001),

cujos fundamentos a lei nova estaria a contrariar, e no qual se

entendera que a tese sumulada não se refletira na CF/88

(Enunciado 394 da Súmula: "Cometido o crime durante o exercício

funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de

função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após

a cessação daquele exercício"). Asseverou ser improcedente a

alegação de que o cancelamento da Súmula 394 se dera por

inexistir, à época, previsão legal que a consagrasse, já que tanto a

súmula quanto a decisão no Inq 687 QO/SP teriam derivado de

interpretação direta e exclusiva da Constituição Federal. Declarou a

inconstitucionalidade do §1º do art. 84 do CPP por considerar que o

mesmo, além de ter feito interpretação autêntica da Carta Magna, o

que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, teria

usurpado a competência do STF como guardião da Constituição

Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma constitucional,

o que, se admitido, implicaria sujeitar a interpretação constitucional

do STF ao referendo do legislador ordinário. Declarou, também, a

inconstitucionalidade do §2º do art. 84 do CPP. Disse que esse

parágrafo veiculou duas regras: a que estende a competência

especial por prerrogativa de função para inquérito e ação penais à

ação de improbidade administrativa e a que manda aplicar, em

relação à mesma ação de improbidade, a previsão do §1º do citado

artigo. Esta última regra, segundo o relator, estaria atingida por

arrastamento pela declaração de inconstitucionalidade já proferida.

E a primeira implicaria declaração de competência originária não

prevista no rol taxativo da Constituição Federal. Ressaltou que a

ação de improbidade administrativa é de natureza civil,

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conforme se depreende do §4º do art. 37 da CF ("Os atos de

improbidade administrativa importarão a suspensão dos

direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na

forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação

penal cabível.") e que o STF jamais entendeu ser competente

para o conhecimento de ações civis, por ato de ofício, ajuizadas

contra as autoridades para cujo processo penal o seria. Salientou,

ainda, que a Constituição Federal reservou às constituições

estaduais, com exceção do disposto nos artigos 29, X e 96, III, a

definição da competência dos seus tribunais (CF, art. 125, §1º), o

que afastaria, por si só, a possibilidade da alteração dessa previsão

por lei federal ordinária.

Gabarito: Errado.

60. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A única pena a ser imposta ao servidor, no âmbito civil, é a perda do cargo público.

Comentário:

Conforme o art. 37, §4º, da Constituição Federal, aos atos de improbidade administrativa poderão ser aplicadas as seguintes sanções:

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• Suspensão dos direitos políticos; • Perda da função pública; • Indisponibilidade dos bens • Ressarcimento ao erário.

Outrossim, com base na Lei de Improbidade Administrativa, podemos fazer a seguinte tabela:

Atos de improbidade

Sanção Enriquecimento

Ilícito Lesão ao erário Viola princípios

Ressarcimento integral Se houver dano SIM NÃO

Perda da função SIM SIM SIM

Suspensão dos direitos políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos

Multa civil Até 3 x acréscimo Até 2 x dano Até 100 x remuneração

Proibição de contratar com o Poder Público

ou receber benefícios ou incentivos fiscais

ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda

que por intermédio de pessoa jurídica da

qual seja sócio majoritário

Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos

Perda dos bens ou valores acrescidos

ilicitamente ao patrimônio

Sim Sim (se houver) Não

Assim, a perda do cargo público não é a única pena a ser imposta ao servidor, no âmbito civil.

Gabarito: Errado.

61. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

Comentário:

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Na exata dicção do art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa poderão ser aplicadas as penalidades de suspensão dos direitos políticos (não é cassação e nem perda), a perda da função pública (leia-se cargo, emprego ou função), a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, conforme o seguinte:

Art. 37.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa

importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda

da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas

em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

É importante atentar-se para o fato de que não serão necessariamente aplicadas todas as penalidades, ou seja, de forma cumulativa. É que poderão ser aplicadas em conjunto ou isoladamente, conforme dispõe o art. 12, assim expresso:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis

e administrativas previstas na legislação específica,

está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às

seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada

ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do

fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

Ademais, na fixação das penas, o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente, conforme estabelece o parágrafo único do art. 12 da LIA.

Gabarito: Certo.

62. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de

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acordo com a gravidade do fato.

Comentário:

De acordo com o art. 12 da LIA, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato. Gabarito: Certo.

63. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Praticado ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito, o responsável estará sujeito às seguintes cominações: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos por período de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Comentário:

Os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito são apenas, conforme estabelece o art. 12, inc. I, da LIA, com as seguintes sanções:

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio,

Ressarcimento integral do dano, quando houver,

Perda da função pública,

Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,

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Pagamento de multa civil de até três vezes o valor

do acréscimo patrimonial,

Proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de dez anos;

Gabarito: Certo.

64. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) Tratando-se da prática de atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito, a proibição de o infrator contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, limita-se ao prazo de cinco anos.

Comentário:

Então, como bem observamos, tanto da tabela apresentada, quanto do art. 12, inc. I, da Lei nº 8.429/92, a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Gabarito: Errado.

65. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Os atos de improbidade que importem enriquecimento ilícito sujeitam os responsáveis ao ressarcimento integral do dano, se houver, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, ao pagamento de multa civil e à proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.

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Comentário:

Novamente. De acordo com o art. 12, inc. I, os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito são apenados com:

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio,

Ressarcimento integral do dano, quando houver,

Perda da função pública,

Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,

Pagamento de multa civil de até três vezes o valor

do acréscimo patrimonial,

Proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de dez anos;

Gabarito: Errado.

66. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Se um servidor público utilizar, na construção de sua casa, uma viatura oficial para transportar material de construção adquirido por ele, haverá enriquecimento ilícito, razão por que, necessariamente, conforme entendimento do STF, o servidor perderá a sua casa.

Comentário:

Esta é até engraçada! O servidor perderá a casa? Não, só perderá o que acresceu ilicitamente, conforme art. 12, inc. I, “a”, Lei nº 8.429/92:

Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio,

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Gabarito: Errado.

67. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa e, por conseqüência, impõe a aplicação da lei de improbidade e a sujeição do responsável unicamente às sanções nela previstas.

Comentário:

Devemos lembrar que há a independência de instâncias.

Assim, conforme disposto no art. 12 da LIA, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.

Significa dizer que além das sanções por ato de improbidade administrativa, o agente ou terceiro ainda poderá sofrer sanções nas esferas penal, administrativa e civil.

Gabarito: Errado.

68. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009 - ADAPTADA) Rui, servidor público federal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou a um amigo deputado federal informações sigilosas que detinha em razão das atribuições que desempenhava no tribunal. Dessa forma, Rui poderá ser apenado com a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito a dez anos.

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Comentário:

Revelar informações sigilosas que detenha em razão do cargo é ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração (art. 12, inc. III, da LIA), assim as penalidades aplicáveis são:

Sanção Atenta contra princípios da

Administração

Suspensão dos direitos políticos De 3 a 5 anos

Gabarito: Errado.

69. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício não configura ato de improbidade, mas mera infração administrativa cuja sanção será de advertência ou suspensão.

Comentário:

Como já destacado, retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício configura ato de improbidade administrativa que atenta contra princípios da Administração Pública (art. 11, inc. I, LIA), sendo passível das seguintes punições:

Sanção Viola princípios da

Administração

Ressarcimento integral NÃO

Perda da função SIM

Suspensão dos direitos políticos De 3 a 5 anos

Multa civil Até 100 x remuneração

Proibição de contratar com o Poder Público ou

receber benefícios ou incentivos fiscais ou

creditícios, direta ou indiretamente, ainda que

por intermédio de pessoa jurídica da qual seja

Por 3 anos

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sócio majoritário

Perda dos bens ou valores acrescidos

ilicitamente ao patrimônio

Não

Gabarito: Errado.

70. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos, para os que foram condenados por ato de improbidade, somente se podem efetivar após o trânsito em julgado da decisão.

Comentário:

De fato, conforme estabelece o art. 20 da LIA, a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública somente se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Vejamos:

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão

dos direitos políticos só se efetivam com o

trânsito em julgado da sentença condenatória.

Gabarito: Certo.

71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O indivíduo que for condenado por improbidade administrativa à perda de direitos políticos não pode, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial, propor ação popular.

Comentário:

É sabido que a ação popular pode ser proposta por qualquer cidadão para defesa do patrimônio público, da moralidade

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administrativa, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural.

Assim, o legitimado deve demonstrar que está em dias com seus direitos políticos, demonstrando sua condição de cidadão.

Desse modo, aquele que estiver com os direitos políticos suspensos não goza da condição de cidadão e, por isso, não poderá propor ação popular.

Gabarito: Certo.

72. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/AL – CESPE/2008) Servidor público da prefeitura de determinada cidade do interior dispensou procedimento licitatório, fora das hipóteses legais, para a contratação de empresa prestadora de serviço de limpeza e conservação. Em decorrência desse fato, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra o servidor, imputando-lhe conduta prevista no art. 10, inciso VIII, da Lei n.º 8.429/1993. Esse artigo expressa diretamente que constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1.º da Lei de Improbidade, e, notadamente, frustração da licitude de processo licitatório ou sua dispensa indevida. Considerando a situação hipotética descrita no texto, nos termos da Lei de Improbidade, caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a ele é a de aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

Comentário:

Então, aposentadoria compulsória? E isso é pena? (risos) Veja que algumas autoridades públicas, em razão de seu regime jurídico, tal como os Magistrados e Membros do Ministério Público, têm como medida punitiva, ou seja, para violação de seus

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deveres funcionais se estabelece a punição administrativa de aposentadoria compulsória.

Com efeito, a Lei de Improbidade não estabelece referida penalidade, havendo as penas de suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, ressarcimento ao erário, indisponibilidade de bens, multa civil e proibição de contratar ou receber subvenção ou incentivo público, conforme art. 12, que assim estabelece:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e

administrativas, previstas na legislação específica, está

o responsável pelo ato de improbidade sujeito às

seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento

integral do dano, quando houver, perda da função

pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez

anos, pagamento de multa civil de até três vezes o

valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar

com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos

fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que

por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do

dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda

da função pública, suspensão dos direitos políticos de

cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas

vezes o valor do dano e proibição de contratar com o

Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais

ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do

dano, se houver, perda da função pública, suspensão

dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento

de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração

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percebida pelo agente e proibição de contratar com o

Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais

ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio

majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta

lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado,

assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

Gabarito: Errado.

73. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) Qualquer pessoa, independentemente de identificação, poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Comentário:

De acordo com o art. 14 da Lei nº 8.429/92, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Contudo, a representação deverá será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

É importante dizer que a autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver tais formalidades, muito embora isso não impeça que se represente ao Ministério Público, que poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

Gabarito: Errado.

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74. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sem prejuízo de representar também ao Ministério Público.

Comentário:

Como estabelece o art. 14 da Lei nº 8.429/92, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sem prejuízo de se representar também ao Ministério Público, nos termos do art. 22 que assim prevê:

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o

Ministério Público, de ofício, a requerimento de

autoridade administrativa ou mediante representação

formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá

requisitar a instauração de inquérito policial ou

procedimento administrativo.

Gabarito: Certo.

75. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Eventual ação de improbidade contra agente público somente poderá ser ajuizada pelo MP.

Comentário:

A ação de improbidade administrativa poderá ser proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, conforme prevê o art. 17, que assim estabelece:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será

proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica

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interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida

cautelar.

Gabarito: Errado.

76. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso o MP fique inerte diante dos atos de improbidade praticados por agente público, a Defensoria poderá atuar supletivamente, ajuizando ação de improbidade administrativa.

Comentário:

A Defensoria Pública não tem competência legal para atuar supletivamente nas ações de improbidade administrativa, caso o MP fique inerte na medida em que a competência é atribuída ao próprio MP ou à pessoa jurídica interessada.

Gabarito: Errado.

77. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Comentário:

De acordo com o art. 20 da Lei nº 8.429/92, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Contudo, a autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução

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processual.

Gabarito: Certo.

78. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Ajuizada ação de improbidade contra agente público, não caberá recurso contra a decisão que receber a inicial.

Comentário:

Nos termos do art. 17 da LIA, a ação principal observará o rito do processo ordinário.

Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta

dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. Contudo, dessa decisão, caberá agravo de instrumento.

Gabarito: Errado.

79. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) O prazo para propositura de ação de improbidade contra ocupante de cargo comissionado prescreverá em cinco anos, contados da data de sua posse no cargo.

Comentário:

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A prescrição é tratada no art. 23 da Lei nº 8.429/92, ao estabelecer que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de

mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei

específica para faltas disciplinares puníveis com

demissão a bem do serviço público, nos casos de

exercício de cargo efetivo ou emprego.

Assim, o prazo prescricional para o ocupante de cargo comissionado começa a correr cinco anos após o término do exercício do cargo.

Gabarito: Errado.

É isso aí pessoal, Por hoje é só! Bons estudos e concentração total. Vamos que vamos. Grande abraço,

Prof. Edson Marques

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O conceito de improbidade administrativa é mais restrito que o conceito de moralidade administrativa.

2. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Considera-se agente público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou

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qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

3. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O alcance subjetivo da chamada Lei de Improbidade estende-se além do tradicional conceito de agentes públicos.

4. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os empregados públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos ativos, previstos taxativamente na norma de regência.

5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa o agente público e terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer forma não se submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser apurada de acordo com o Código Penal.

7. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem cargo, emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os que exercem, por eleição, mandato eletivo.

8. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os particulares que eventualmente colaboram com o poder público, como os mesários e os jurados, não são considerados agentes públicos.

9. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Tanto os servidores públicos podem vir a responder por atos de improbidade administrativa quanto os terceiros que se beneficiem do ato, sob qualquer forma, direta ou indireta.

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10. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Particular não responde por eventual ação de improbidade por não ser agente público.

11. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Caso o sócio-gerente de uma sociedade empresarial induza um servidor público a fraudar processo de licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, tal atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela Lei de Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de improbidade, já que os dirigentes de instituição privada não respondem por ato de improbidade, de que trata a Lei nº 8.429/1992.

13. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados federais, os senadores e o presidente da República, na qualidade de agentes políticos, não se submetem às regras da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a regime especial de responsabilização.

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14. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) Segundo orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais.

15. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) O prefeito que praticar ato de improbidade que também seja previsto como crime de responsabilidade responderá simultaneamente tanto pelo crime de responsabilidade quanto pelo ato de improbidade.

16. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção do mandato eletivo implica cessação automática da existência de foro especial por prerrogativa de função, ainda que o fato que deu causa à demanda haja ocorrido durante o exercício daquele, exceto na hipótese de improbidade administrativa, conforme jurisprudência do STF.

17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Enquanto as empresas públicas podem ser sujeitos passivos da improbidade administrativa, as sociedades de economia mista não podem, em razão do regime de direito privado a que estão submetidas.

18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Somente a ação praticada com dolo pelo agente público e com comprovada lesão ao patrimônio público é passível de responsabilização pelo integral ressarcimento do dano.

19. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo meramente culposa a conduta comissiva do agente público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar responsabilização por improbidade administrativa.

20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Por não ser admitida pela Constituição Federal de 1988 (CF) que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não é possível a responsabilização do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança.

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21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa.

22. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, mas fica suspensa até a aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

23. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa estará condicionada à rejeição das contas pelo tribunal de contas.

24. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas na lei em questão independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, inclusive quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

25. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) No caso de contratação de obra, para a configuração do ato de improbidade, será necessária a demonstração de ter havido superfaturamento, com consequente prejuízo ao erário.

26. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O STJ fixou entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade. Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

27. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A posse e o exercício de agente público em seu cargo ficam condicionados à apresentação de declaração de bens e valores que

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componham seu patrimônio, a fim de ser arquivada no setor de pessoal do órgão.

28. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. O agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

29. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso se comprove que determinado servidor tenha prestado declaração de bens e valores falsa, a fim de ocultar a exagerada elevação do seu patrimônio no período em que assumiu certo cargo comissionado, ele poderá ser punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, de acordo com a referida lei.

30. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) Será punido com a pena de advertência, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens dentro do prazo determinado.

31. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Os atos de improbidade administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao erário público.

32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Os atos de improbidade administrativa estão taxativamente previstos em lei, não sendo possível compreender que sua enumeração seja meramente exemplificativa.

33. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais

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alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O ordenamento jurídico brasileiro não tem instrumentos legais para punir condutas antiéticas.

34. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO/BA – CESPE/2007) As atividades que podem vir a ser consideradas como atentatórias à probidade administrativa estão divididas em três grupos, quais sejam, as que importam em enriquecimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário e as que violam os princípios da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições públicas.

35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

36. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A aquisição, para si ou para outrem, no exercício de função pública, de bens cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público configura ato de improbidade administrativa na modalidade dos que importam em enriquecimento ilícito.

37. (AUDITOR DE ESTADO – SECONT/ES – CESPE/2009) Caso o empregado de uma sociedade de economia mista perceba vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza, estará ele praticando um ato de improbidade administrativa e, se condenado judicialmente, o sujeitará à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, entre outras penalidades.

38. (ANALISTA AMBIENTAL II – MMA – CESPE/2011) Considere que um servidor público requisite, seguidamente, para proveito pessoal, os serviços de funcionários de uma empresa terceirizada de serviços de limpeza, contratada pelo órgão em que o servidor exerce função de chefia. Nessa situação, esse fato é caracterizado como ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Caracteriza-se como ato de improbidade administrativa

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a ação ou omissão que causa lesão ao erário, decorrente tanto de dolo como de culpa em sentido estrito.

40. (ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – SAD/PE – CESPE/2010 - ADAPTADA) O secretário de saúde de determinado estado da Federação contratou empresa de informática, com o objetivo de modernizar o sistema de protocolo, por meio de dispensa de licitação. Seu genro era um dos sócios da referida empresa. Após o pagamento efetuado, percebeu-se que não se tratava de caso de dispensa e que o objeto do contrato não havia sido prestado adequadamente, uma vez que o protocolo continuou sendo feito de forma manual. Assim, restou configurada a prática de ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

41. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O ato de celebrar contrato que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada, sem observar as formalidades previstas em lei, por si só, não constitui ato de improbidade administrativa.

42. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Liberar verba pública sem que haja estrita observância das normas pertinentes ou influir na aplicação irregular dessa verba constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

43. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A Procuradoria-Geral Federal ingressou com ação executiva fiscal por crédito não tributário no valor de R$ 200.000,00. Consta dos autos que esse crédito corresponde a multa administrativa imposta pela ANVISA, no exercício do poder de polícia, já que, no dia 2/4/2002, havia sido praticada a infração administrativa respectiva, ficando paralisado esse processo administrativo até 5/4/2006, quando então foi inscrita em dívida ativa. Foram opostos embargos à execução, nos quais foi proferida sentença extinguindo a ação, com fundamento na prescrição. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes (***). O fato de o servidor público deixar de praticar, indevidamente, o ato de ofício constitui infração administrativa prevista na Lei n.º 8.112/1990, mas não, ato de improbidade administrativa.

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44. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) O servidor público que, ao ser omisso, viola os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, deixando de praticar, indevidamente, ato de ofício, pratica ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública.

45. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Deixar de prestar contas quando se está obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

46. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O agente público que deixa de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo pratica ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

47. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de concurso público constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

48. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

49. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Não constitui ato de improbidade administrativa, considerado pela Lei nº 8.429/1992 como atentatório aos princípios da administração pública, praticar ato administrativo que dispense ou declare a inexigibilidade de processo licitatório.

50. (ANALISTA DE CORREIOS – ECT – CESPE/2011) A dispensa indevida de processo licitatório por agente público, além de causar prejuízo ao erário, constitui ato de improbidade administrativa que importa no enriquecimento ilícito daquele que o pratica.

51. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) Negar publicidade aos atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.

52. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de

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licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A situação hipotética apresentada configura improbidade administrativa.

53. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Enquadra-se como ato de improbidade aquele que importa ou ameaça implicar prejuízo ou desfalque material ao patrimônio público, mas não aquele que afeta a credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas.

54. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O dirigente de uma empresa pública municipal realizou contratação de produtos de informática sem o cumprimento prévio de licitação. Para a dispensa de licitação, alegou-se que os bens precisavam ser adquiridos com urgência. Os serviços foram corretamente prestados e não restou demonstrado superfaturamento de preços. Após a execução do contrato, descobriu-se que o fornecedor dos produtos de informática havia presenteado o referido dirigente com uma TV de LCD e um notebook. Diante desses fatos, o MP estadual ajuizou ação de improbidade administrativa contra o dirigente. Acerca dessa situação hipotética, julgue: A situação descrita configura ato de improbidade administrativa, que importa em enriquecimento ilícito.

55. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) João, servidor público da União, exercia função de gestão dos contratos administrativos celebrados com fornecedores de bens e serviços a TRT de cujos quadros funcionais era integrante. O TCU, movido por denúncia anônima, promoveu a fiscalização sobre a legalidade e a economicidade dos contratos celebrados com o TRT e apurou que João era sócio de uma das empresas contratadas para prestação de serviços, muito embora não exercesse a sua

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administração ou gerência. Após regular tramitação do processo administrativo disciplinar, ao servidor foi aplicada a sanção de demissão pelo fato de ser sócio de uma empresa privada, o que, segundo afirmação constante do relatório conclusivo do processo, era vedado pelo Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. Irresignado, o servidor demitido conseguiu anular a decisão demissional e foi reintegrado aos quadros funcionais da União. Tempos depois, o superior hierárquico de João abriu novo procedimento administrativo com o objetivo de declarar a nulidade da reintegração por não ter ocorrido a posse do servidor quando de seu retorno ao cargo. De acordo com as informações contidas no texto acima e com base no regime jurídico dos servidores públicos civis da União e nas regras a respeito do controle da administração pública, julgue os itens subseqüentes (***) Constitui ato de improbidade administrativa a contratação de empresa privada da qual um dos sócios seja, ao mesmo tempo, gestor de contratos do órgão ou ente da administração pública que celebrou o contrato, ainda que o respectivo contrato não cause lesão ao erário.

56. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O servidor pode eximir-se de punição, caso devolva o valor do pacote de viagem.

57. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso reste configurada a prática de ato de improbidade administrativa, o responsável estará sujeito a suspensão dos direitos políticos, a multa e a perda da função pública, penas que poderão ser aplicadas cumulativamente.

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58. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) De acordo com a CF, os atos de improbidade administrativa, entre outras consequências, importaram a cassação dos direitos políticos.

59. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO – STM – CESPE/2011) Um ato de improbidade administrativa corresponde, necessariamente, a um ilícito penal que acarreta indisponibilidade dos bens do agente que o praticou.

60. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A única pena a ser imposta ao servidor, no âmbito civil, é a perda do cargo público.

61. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

62. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) As sanções penais, civis e administrativas previstas em lei podem ser aplicadas aos responsáveis pelos atos de improbidade, de forma isolada ou cumulativa, de acordo com a gravidade do fato.

63. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Praticado ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito, o responsável estará sujeito às seguintes cominações: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos por período de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial; e

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proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

64. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) Tratando-se da prática de atos de improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito, a proibição de o infrator contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, limita-se ao prazo de cinco anos.

65. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Os atos de improbidade que importem enriquecimento ilícito sujeitam os responsáveis ao ressarcimento integral do dano, se houver, à perda da função pública, à suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, ao pagamento de multa civil e à proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.

66. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Se um servidor público utilizar, na construção de sua casa, uma viatura oficial para transportar material de construção adquirido por ele, haverá enriquecimento ilícito, razão por que, necessariamente, conforme entendimento do STF, o servidor perderá a sua casa.

67. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de improbidade administrativa e, por conseqüência, impõe a aplicação da lei de improbidade e a sujeição do responsável unicamente às sanções nela previstas.

68. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009 - ADAPTADA) Rui, servidor público federal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou a um amigo deputado federal informações sigilosas que detinha em razão das atribuições que desempenhava no tribunal. Dessa forma, Rui poderá ser apenado com a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito a dez anos.

69. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício não

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configura ato de improbidade, mas mera infração administrativa cuja sanção será de advertência ou suspensão.

70. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos, para os que foram condenados por ato de improbidade, somente se podem efetivar após o trânsito em julgado da decisão.

71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O indivíduo que for condenado por improbidade administrativa à perda de direitos políticos não pode, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial, propor ação popular.

72. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/AL – CESPE/2008) Servidor público da prefeitura de determinada cidade do interior dispensou procedimento licitatório, fora das hipóteses legais, para a contratação de empresa prestadora de serviço de limpeza e conservação. Em decorrência desse fato, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra o servidor, imputando-lhe conduta prevista no art. 10, inciso VIII, da Lei n.º 8.429/1993. Esse artigo expressa diretamente que constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1.º da Lei de Improbidade, e, notadamente, frustração da licitude de processo licitatório ou sua dispensa indevida. Considerando a situação hipotética descrita no texto, nos termos da Lei de Improbidade, caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a ele é a de aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

73. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) Qualquer pessoa, independentemente de identificação, poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

74. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de

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ato de improbidade, sem prejuízo de representar também ao Ministério Público.

75. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Eventual ação de improbidade contra agente público somente poderá ser ajuizada pelo MP.

76. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Caso o MP fique inerte diante dos atos de improbidade praticados por agente público, a Defensoria poderá atuar supletivamente, ajuizando ação de improbidade administrativa.

77. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

78. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) Ajuizada ação de improbidade contra agente público, não caberá recurso contra a decisão que receber a inicial.

79. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011 – ADAPTADA) O prazo para propositura de ação de improbidade contra ocupante de cargo comissionado prescreverá em cinco anos, contados da data de sua posse no cargo.

GABARITOS

01 C 11 C 21 E 31 E 41 E 51 E 61 C 71 C

02 C 12 E 22 E 32 E 42 E 52 C 62 C 72 E

03 C 13 C 23 E 33 E 43 E 53 E 63 C 73 E

04 E 14 E 24 E 34 C 44 C 54 C 64 E 74 C

05 C 15 E 25 E 35 E 45 E 55 C 65 E 75 E

06 E 16 E 26 C 36 C 46 C 56 E 66 E 76 E

07 E 17 E 27 C 37 C 47 C 57 C 67 E 77 C

08 E 18 E 28 C 38 C 48 E 58 E 68 E 78 E

09 C 19 E 29 C 39 C 49 C 59 E 69 E 79 E

10 E 20 E 30 E 40 C 50 C 60 E 70 C 80 --