jornal universitario ufsc n375 032006

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Universidade Federal de Santa Catarina - www.ufsc.br - Março de 2006 - Nº 375 Festa da Ciência na UFSC Pág. 3 Bromélias e biodiversidade Pág. 7 Mapa para deficientes visuais Pág. 4 PORTE PAGO 99129-5/2001-DR/SC UFSC CORREIOS Projetos resultam em atlas sobre as ocorrências em SC Pág. 5 Desastres naturais Grupo de Estudos de Desastres Naturais

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Page 1: Jornal Universitario UFSC n375 032006

Universidade Federal de Santa Catarina - www.ufsc.br - Março de 2006 - Nº 375

Festa da Ciênciana UFSC

Pág. 3

Bromélias ebiodiversidade

Pág. 7

Mapa paradeficientes visuais

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Projetos resultam em atlas sobre as ocorrências em SCPág. 5

Desastres naturais

Grupo de Estudos de Desastres Naturais

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UFSC - Jornal UniversitárioMarço de 2006 - Nº 375 - Pág. 2

Eventos

Elaborado pela Agência deComunicação da [email protected]: (48) 331-9233 e 331-9323Fax: 331-9684Redação:Alita Diana (Coordenadora)Arley Reis (Jornalista)Artemio R. de Souza (Jornalista)Celita Campos (Jornalista)José A. de Souza (Jornalista)Tania R. de Souza (Revisora)Beatriz Ferrari (Bolsista)Julia Fecchio (Bolsista)Talita Garcia (Bolsista)Fotografia:Jones J. Bastos,Paulo Noronha,Arq. FotográficoLedair Petry,Editoração:Jorge Luiz Wagner BehrProjeto gráfico:Sistema de Identidade Visual daUFSC:Vicenzo Berti (Coordenador)Guilherme D. Simões (Bolsista)Secretaria:Beatriz S. PradoSônia Xavier da SilvaRomilda de AssisImpressão:Imprensa Universitária

Ao leitor

Alita Diana

Expediente

O programa nacional denanotecnologia, a produção de fármacose a farmacogenômica, o projeto plantasdo futuro, células tronco e avanços namedicina, o aqüífero Guarani, asustentabilidade e o desenvolvimento,as alterações climáticas e o protocolode Kyoto são alguns dos inúmeros te-mas que serão discutidos durante a re-alização da 58ª Reunião Anual da Soci-edade Brasileira para o Progresso da Ci-ência (SBPC). Considerado maior even-to científico do Hemisfério Sul, o encon-tro será realizado na UFSC de 16 a 21de julho, com o tema SBPC&T – Seme-ando Interdisciplinaridade.

A organização é da UFSC, que temcomo parceiros, entre outras institui-ções, a Universidade do Estado de San-ta Catarina (UDESC), o Governo do Es-tado de Santa Catarina, a AssociaçãoCatarinense de Fundações Educacio-nais (ACAFE) e a Prefeitura do Municí-pio de Florianópolis.

No período da reunião, as portas dauniversidade estarão abertas tambémpara participação da população em ge-ral, que poderá freqüentar diversas ati-vidades que serão realizadas durante oevento. Além de possibilitar a apresen-tação de milhares de trabalhos desen-volvidos em instituições de pesquisa,durante a SBPC Sênior, o encontro vaireservar espaço para o debate e a refle-xão de metas estratégicas para o desen-volvimento das políticas de desenvolvi-mento científico e tecnológico do país.

Outro ponto alto da Reunião Anualda SBPC é a oportunidade decapacitação de professores de ensinomédio, que poderão aproveitar em San-ta Catarina cursos para melhoria da qua-

Março

Fórum Público - Privado sobreApoio à Inovação - Encontro deInovação Região SulAuditório da Reitoria27 a 28/3Informações: (48) 3331-7017

Abril

I Jornada Catarinense deAdolescência / XII Semana dePediatria do HU - UFSC / I cursode Reciclagem para Ex-Residentes do HU-UFSCAuditório da Reitoria6 a 7/4Informações:(48) 3331-9184 / 3331-9007

Maio

Congresso Internacional deDireito da América do Sul / IICongresso da EuropeanCommunity Studies Association /II Congresso Internacional dePropriedade IntelectualCentro de Cultura e Eventos1 a 3/5Informações:www.eidas2006.orgFone (48) 3331-9628

X Simpósio de Especialidades emPlanejamento da Operação eExpansão Elétrica - X SEPOPE (aconfirmar)Centro de Cultura e Eventos19 a 27/5Informações:[email protected]

Junho

V Congresso Latino AmericanoDe Micotoxicologia - V CLAM XIIEncontro Nacional de Micotoxinas- ENM’2006 IV Simpósio deAmazenagem Qualitativa deGrãos do Mercosul - IV SAG-MERCOSULJurerê Beach Village18 a 21/6Informações:(48) 3331-5386/3331-53873334-4888 Ramal 213E-mail:[email protected]/micotoxlatinam5/pt/convite.htm

Agosto

Seminário Internacional FazendoGênero 7 – Gênero ePreconceitos28 a 30/8Informações:(48) 3331-8211www.fazendogenero7.ufsc.br ,e-mail: [email protected]

SC na vitrine da ciência

lidade de seu trabalho. Diversas comis-sões já trabalham na UFSC organizan-do o evento que este ano deve tambématrair pesquisadores de áreas como asengenharias, com diversos cursos de re-ferência na UFSC.

O maior evento científico da Améri-ca Latina favorece também a divulga-ção da competência dos grupos de pes-quisa, mostrando ao país o que se pro-duz. É o que vai acontecer com a UFSC,que poderá mostrar projetos em inúme-ras áreas. Dados organizados pela Pró-Reitoria de Pesquisa mostram que en-tre 1.552 professores da instituição,1.119 são doutores, outros 324 são mes-tres. De acordo com o Diretório de Gru-pos de Pesquisa, organizado pelo CNPq,a UFSC tem 398 equipes, formadas por2.080 pesquisadores. Ainda de acordocom o Diretório, são trabalhadas na uni-versidade 530 linhas de pesquisa. Mui-tas delas estarão na vitrine da ciência etecnologia nacional durante os dias dareunião.

Licenciatura em Língua de SinaisBia FerrariBolsista de Jornalismo / Agecom

Em parceria com outras oito institui-ções a UFSC oferecerá a partir desteano a primeira graduação a distância daAmérica Latina em Letras/Licenciaturacom habilitação em Língua Brasileira deSinais (Libras). Em fevereiro, a univer-sidade sediou um encontro dos profes-sores responsáveis por produzir o ma-terial didático utilizado nessa nova gra-duação. O encontro foi todo traduzidosimultaneamente para a língua de sinais.

As instituições ministrarão o novocurso estimuladas pela recente aprova-ção da Lei de Libras. O Ministério daEducação anunciou o decreto, assina-do pelo presidente Luiz Inácio Lula daSilva, em dezembro do ano passado,determinando o prazo de um ano paraque todas as escolas, antigas e recém-criadas, sejam bilíngües. Para as insti-tuições de ensino superior, o prazo paraque a disciplina de Libras seja oferecidaem todos os cursos é de dez anos. A leitambém torna obrigatório o oferecimen-to da disciplina em todas as licenciatu-ras e nos cursos de Fonoaudiologia e

Pedagogia.A coordenadora do curso, professo-

ra Ronice Müller de Quadros, explica aimportância dessa licenciatura: “A novalei criou uma demanda grande por pro-fissionais com essa graduação. Há vári-os anos, o MEC vem oferecendocapacitação para pessoas preferencial-mente surdas que atuam como instruto-res da língua de sinais sem a licenciatu-ra. O objetivo do projeto é formar pro-fessores com essa graduação”. O nú-mero de surdos também é um fator re-levante. Existem cerca de 170 mil sur-dos no Brasil, de acordo com o últimocenso realizado, no ano de 2000.

O edital para o processo seletivo dagraduação em Língua Brasileira de Si-nais ainda não foi divulgado.

Entre as instituições que participamdo projeto estão a Universidade Federalde Santa Maria, a Universidade Federalda Bahia, a Universidade Federal doAmazonas, a Universidade Federal doCeará, a Universidade de Brasília, aUniversidade de São Paulo e o InstitutoNacional de Educação de Surdos.

Em dezembro de 2005, a Uni-versidade Federal de SantaCatarina celebrou 45 anos. Duran-te as comemorações, lançamosuma Revista que, além de ser dis-tribuída, está acessível no novosite da UFSC. Em 2006, continua-mos a celebração de ter uma uni-versidade “madura, preparadapara novos desafios”. Neste anoacontece na UFSC a 58ª ReuniãoAnual da Sociedade Brasileirapara o Progresso da Ciência(SBPC) que o professor SílvioCoelho, em artigo opinativo nesteJU, bem denominou “Festa da Ci-ência”. Este JU, além das habi-tuais matérias de divulgação deC&T, abre um espaço para contaraos nossos leitores o que temosfeito para implementar e melhorara qualidade de nossa comunica-ção. Continuamos abertos a críti-cas e sugestões, lançando novosprodutos e qualificando os já cria-dos, sempre no esforço conjuntode divulgação da instituição,popularização da ciência e maiorinteração com a comunidade inter-na e externa.

Boa leitura e até maio.

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Festa daCiênciaSílvio Coelho dos SantosPesquisador do CNPq.Ex-Secretário Regional da SBPC

O Laboratório de Moluscos Marinhos(LMM) da UFSC, ao receber das mãosdo presidente Luiz Inácio Lula da Silvao Prêmio FINEP de Inovação Social2005, em cerimônia realizada no Palá-cio do Planalto, no dia 6 de dezembrodo ano passado, entrou em uma novasafra de produção com o espírito reno-vado. Este foi um prêmio por tudo aqui-lo que vimos realizando nestes últimos20 anos em favor do desenvolvimentoda maricultura estadual em parceria coma EPAGRI.

Devemos esclarecer, no entanto, queele é, sobretudo, um reconhecimento aotrabalho e à dedicação de centenas demaricultores que estabeleceram umnovo paradigma econômico e social para

Entre 16 e 21 de julho do correnteano acontecerá no Campus da Univer-sidade Federal de Santa Catarina(UFSC) a 58a Reunião Anual da Socie-dade Brasileira para o Progresso da Ci-ência (SBPC). O tema do encontro nãopoderia ser mais oportuno: Semeandointerdisciplinaridade. Como em encon-tros anteriores, realizados em diferen-tes capitais e cidades do país, prevê-sea presença de 12 a 15 mil participantes.A Comissão Organizadora estáviabilizando a transmissão por TV dasprincipais conferências e haverá cober-tura pela mídia e pela internet de todo oevento. Mesas-redondas, workshops eapresentação de painéis, além de con-ferências, estão previstos, envolvendopesquisadores, estudantes de pós-gra-duação e de graduação e professoresdas diferentes redes de ensino que sãoesperados no encontro.

Essa será a segunda vez que aSBPC promove suas reuniões anuais noEstado. Em 1966, em Blumenau, acon-teceu a 18ª Reunião Anual. À época,esse encontro teve enorme repercussãoe decisivamente contribuiu para osurgimento da Fundação UniversidadeRegional de Blumenau (FURB). Nessacidade funcionava apenas uma Facul-dade de Ciências Econômicas. Tanto apresidência da SBPC quanto diferentes

conferencistas cobraram das elites lo-cais a criação de uma universidade. Em1985, a SBPC promoveu uma reuniãoregional em Blumenau sobre o tema“Condições da vida humana na RegiãoSul”, congregando um público de maisde duas mil pessoas. Na oportunidade,foram reconhecidos os avanços alcan-çados pela FURB, ressaltando-se a im-portância do papel da universidade paraa melhoria da qualidade de vida da po-pulação local e seu potencial de contri-buição no desenvolvimento regional.

Uma outra reunião regional aconte-ceu em Florianópolis, em 1996, focali-zando o tema “Ecossistemas costeiros:do conhecimento à gestão”. Esse even-to criou condições para a discussão dasáreas costeiras enquanto ambientescomplexos e fundamentais para a repro-dução da vida. Mangues, baías, estuá-rios e sua degradação foram amplamen-te discutidos, bem como o seu potenci-al para a produção intensiva de proteí-nas na forma de criação de moluscos ede pescados. Não poucos projetos emdesenvolvimento na UFSC e em outrasuniversidades do litoral foram apresen-tados, com destaque para a produçãode sementes de ostras, de mariscos ede vieiras em laboratório. No caso, comopano de fundo estava a valorização dapopulação litorânea que vive do mar.

Como acontece quando pesquisado-res, professores, estudantes e adminis-tradores se encontram, o debate sobreos problemas do país e, especialmente,sobre as políticas governamentais deciência, tecnologia e inovação (CTI) de-verá recrudescer, neste ano em que

também ocorrem eleições gerais. A es-cassez de recursos financeiros para pro-mover o desenvolvimento científico é atônica. Apesar dos avanços na forma-ção de novos pesquisadores, dosurgimento das fundações de apoio edos editais para financiamento de pro-jetos, há muito que fazer para que te-nhamos na ciência uma base para ga-rantir a melhoria da qualidade de vidada população em sua totalidade. Bastalembrar que o país tem 180 milhões dehabitantes e um número muito restritode pesquisadores e de estudantes emnível superior. A educação básica estáentre as mais deficientes do mundo. Ea profissão de professor é extremamen-te desvalorizada.

A SBPC tem realizado seu papel en-quanto organização voltada para o in-

cremento da ciência no país. A críticafaz parte do dia-a-dia de seus membrosparticipantes e, em particular, de seuspresidentes, diretores e secretários re-gionais. No passado, não poucos sóci-os foram enquadrados como subversi-vos porque lutavam por mais educação,mais ciência, mais competência, maisrecursos financeiros, além de mais liber-dade, mais ética e mais seriedade notrato da coisa pública. Hoje, essas ban-deiras continuam animando o cotidianodos sócios e dos dirigentes da entida-de. Temos certeza que a 58a reunião, aser realizada num grande clima de fes-ta, será um marco para a conquista denovos compromissos da sociedade, doEstado e do país com a ciência, atecnologia e a inovação.

Moluscos marinhos e inovação sociala nossa zona costeira. Muitos destes fo-ram pioneiros em uma atividade queapenas hoje começa a despontar eco-nomicamente e que ainda necessitapassar por enormes processos para quepossa ser devidamente regulamentada.Portanto, é com estes produtores quegostaríamos de dividir e desejar que oprêmio chame a atenção de todos os ór-gãos públicos envolvidos para a urgên-cia da regulamentação completa da ati-vidade. Para que estas centenas de fa-mílias, que hoje vivem da produção deostras e mexilhões, possam viver e tra-balhar mais tranqüilos, em áreas regu-larizadas e licenciadas, produzindomoluscos de qualidade e gerando maisdesenvolvimento a toda sociedade.

Hoje, percebe-se um ciclo virtuoso namaricultura catarinense. Nunca houvetantas iniciativas em favor de seu desen-volvimento. Nos dias 7 e 8 de dezem-bro, por exemplo, a Associação dosMaricultores do Sul da Ilha (AMASI) or-

ganizou o 1° Seminário sobre Qualida-de da Água e Saneamento Básico daBaía Sul, momento em que algumasdestas iniciativas foram apresentadas.Programas de monitoramento da quali-dade microbiológica da água de cultivoe do produto, treinamento demaricultores em manuseio e higiene, de-senvolvimento de depuradora demoluscos, entre outras, são algumasdestas iniciativas, que virão a dar maisqualidade e segurança a nossa produ-ção. Nunca tantos diferentes departa-mentos da nossa universidade, do Go-verno do Estado e das outras universi-dades de Santa Catarina estiveram in-teressados e comprometidos com o de-senvolvimento da maricultura.

É essencial, no entanto, a regula-mentação das áreas de produção e dosprodutores, com a concessão do uso domar, para que eles tenham mais segu-rança, possam investir emprofissionalização e tenham o acesso ao

crédito facilitado. Apenas assim chega-remos a uma produção certificada, ga-rantindo a segurança da atividade e doconsumidor.

A Secretaria Especial de Aqüiculturae Pesca (SEAP) tem procurado auxiliar,negociando em nível ministerial, apon-tando novos caminhos, estabelecendonormas e liberando recursos para quesejam feitos os estudos que subsidia-rão a regulamentação e a regularizaçãodas áreas de cultivo. Mas é preciso agirrapidamente e em consonância com osdiversos órgãos públicos envolvidospara que a atividade atinja o nível deprofissionalização que todos almejam.

Desta forma, nós do LMM espera-mos que, em 2006, toda a família pro-dutora possa receber, enfim, a noticiaque a sua área de cultivo foi definitiva-mente licenciada para que esta ativida-de continue crescendo e gerando maisempregos e renda.

Cláudio BlacherOceanógrafo e gerente do LMM

A reunião será um marco para a conquista de novos compromissos com a ciência

Acervo Agecom

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Julia FecchioBolsista de Jornalismo / Agecom

Foto do Projeto

Mapa tátil

O painel foi criado com a ajuda dos principais interessados

Desenvolvido na UFSC, o projeto é pioneiro no país

Os deficientes visuais deFlorianópolis possuem um instrumentoinovador que facilita a locomoção nocentro da capital. É o mapa tátil da re-gião central da cidade, desenvolvidopela professora Ruth Emília NogueiraLoch, do Departamento de Geociênciasda UFSC, e pela aluna de geografiaLuciana Almeida. Instalado no Terminaldo Centro (Ticen) desde outubro de2005, o mapa foi construído com a par-ticipação dos cegos, que falavam quaisseriam as melhores texturas e formas aserem usadas para representar cadalocal.

O painel possui 1,20m de largura e80cm de altura, a dimensão máximapara que os deficientes possam fazer aleitura facilmente. O mapa tem uma es-cala de 1:1.500 e sua extensão, que foitotalmente definida pelos cegos, come-ça na representação da rua PadreRoma, passa pela Rio Branco e pelaMauro Ramos e termina no TerminalCentral. Outros locais que também es-tão representados no painel são as pra-ças, a Catedral e as diversas escadasexistentes no centro. Todos eles foramconsiderados essenciais pelos deficien-tes visuais consultados.

A idéia de construir um mapa tátil foida professora Ruth depois que a Fun-dação Catarinense de Educação Espe-cial pediu que ela transformasse osmapas dos livros didáticos comuns emmapas que pudessem ser lidos peloscegos. A partir daí, começou um traba-lho que duraria nove meses até que omelhor resultado fosse atingido. Umadas etapas foi o rastreamento dos locaisque seriam representados no mapa.Ruth explica que esse procedimento foinecessário porque muitos elementosexistentes nos mapas usados comobase para o projeto já não estavam maispresentes na realidade.

A professora Ruth comenta que noinício foram construídos mapas que oscegos não conseguiam ler, pois eles ti-nham sido elaborados segundo a per-cepção de pessoas que enxergam. Elaconta que o Ticen, por exemplo, estavarepresentado por um quadrado, comonormalmente se faz com representaçãode prédios em mapas para pessoas semdeficiência visual, e isso os cegos nãopodiam ler. Foi apenas com a participa-ção dos deficientes durante o processoda construção que as responsáveis peloprojeto puderam entender que só preci-savam mostrar as áreas por onde os pe-destres podem circular. A partir daí, o

que passou a ser representado no mapanão foi o prédio do terminal, e sim assuas plataformas.

O painel instalado no Terminal Cen-tral de Florianópolis é o primeiro dessetipo em todo o Brasil. O trabalho foi re-conhecido pela Financiadora de Estudose Projeto (Finep), através do ProgramaTecnologias Assistíveis, criado para es-timular o desenvolvimento de projetosque beneficiem as camadas mais excluí-das da sociedade. É desse programaque virão os recursos para aimplementação de novas fases do tra-balho. Desde janeiro, a professora emais três bolsistas estão envolvidos na

Recepcionar estudantes de esco-las de cidades catarinenses eapresentá-los à Universidade Fede-ral de Santa Catarina. Esse é o obje-tivo do programa O Programa “Ve-nha Conhecer a UFSC”, queapenas no segundo semestrede 2005 atendeu mais de 900 estu-dantes de 26 escolas públicas e par-ticulares. Por meio desse programa,a universidade se aproxima da co-munidade estudantil de todo o Esta-

criação de padrões que deverão ser usa-dos na construção de mapas destina-dos a deficientes visuais. Formas, tex-turas e principalmente materiais quepossam ser encontrados em qualquerlugar do país serão definidos e depoisreunidos em um catálogo que será ela-borado pela equipe e enviado para aAssociação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT). A criação de um mapa doAeroporto Hercílio Luz, da RodoviáriaRita Maria e do Terminal do Centro tam-bém está nos planos da professoraRuth.

Conhecer a UFSCPrograma abre a universidade para escolas catarinenses

do, tornando conhecidas algumas desuas atividades. Além de ver de perto aestrutura física dos cursos e outros se-tores, os alunos passam a entender umpouco mais da história da UFSC, atra-vés das explicações e curiosidades con-tadas pelos guias.

Os estudantes de cidades menores,do interior do estado, costumam ficar im-pressionados com a área ocupada peloCampus e a quantidade de pessoas queintegram a comunidade universitária

(cerca de 30 mil), muitas vezes superiorà população de alguns municípios. Osprofessores quase sempre se despe-dem com um “Até logo!”, satisfeitos como que foi apresentado a seus alunos epretendendo voltar no ano seguinte. Sãooferecidas atividades em diversos seto-res, como o Laboratório de Ensino deGeologia, o Planetário, os Laboratóriosde Química (Quimidex), de Física(Labidex), de Micologia e Uroanálise, deEmbriologia, além do Espaço Estético

do Colégio de Aplicação, entre ou-tros. Com a coordenação do profes-sor Gilson Braviano e assessoria doservidor técnico-administrativoFernando Argiles Wolff, o programa“Venha Conhecer a UFSC” tem suasecretaria localizada na Pró-Reitoriade Cultura e Extensão da UFSC. Ocontato para agendar visitas deve serfeito através do telefone (48) 3331-9290. Mais informações no sitewww.venhaconhecer.ufsc.br

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A UFSC está atuando na prevençãode catástrofes como enchentes, venda-vais e ressacas. As ações são desen-volvidas pelo Grupo de Estudos de De-sastres Naturais (GEDN), vinculado aoDepartamento de Geociências, do Cen-tro de Filosofia e Ciências Humanas dauniversidade.

Desenvolvidas desde fevereiro de2003, essas atividades são resultadosde dois projetos de pesquisa e exten-são: “Diagnóstico geoambiental das áre-as de risco nos municípios de SantaCatarina afetados por adversidades cli-máticas” e “Plano de prevenção e con-trole de desastres naturais nos municí-pios do Estado de Santa Catarina afeta-dos pelas adversidades climáticas”.Ambos tiveram entre seus objetivos aelaboração de um atlas, detalhando es-tas situações no Estado.

Em fase de acabamento, a publica-ção reúne um conjunto de 34 mapas emostra as maiores ocorrências de inun-dações bruscas e graduais,deslizamentos de terra, vendavais, chu-vas de granizo, estiagens, tornados eressacas já registradas. Uma seção es-pecial do livro analisa o furacão Catarina,que atingiu a região Sul de Santa

Áreas de riscoProjetos resultam em atlas de desastres naturais em Santa Catarina

Leo BrancoBolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

Publicação traz informações sobre os desastres ocorridos no Estado de 1980 a 2004

Grupo de Estudos de Desastres Naturais

Até o final deste verão, o sol será aúnica fonte da energia necessária aofuncionamento do farol da Ilha do Arvo-redo, situada ao norte de Florianópolis.A substituição do sistema de abasteci-mento do local, que hoje utiliza gerado-res movidos a óleo diesel, é resultadode um projeto desenvolvido pelo Labo-ratório de Energia Solar da Universida-de Federal de Santa Catarina (Labsolar/UFSC).

Inaugurado em 1883, o farol orientaa navegação ao norte da Ilha de SantaCatarina, emitindo feixes de luz a cada60 segundos – esses lampejos brancospodem ser vistos a uma distância de até24 milhas náuticas (cerca de 45 quilô-metros). O projeto para troca do siste-ma de abastecimento foi solicitado aoLabsolar pela Marinha do Brasil no anopassado.

De acordo com o professor do De-partamento de Engenharia Civil (ECV/

Catarina em março de 2004.O atlas considera todos os desastres

ocorridos no Estado durante o períodode 1980 a 2004 e foi realizado a partirde uma parceria entre Centro Universi-tário de Estudos Sobre Desastres(CEPED/ UFSC) e a Defesa Civil. Asinformações sobre as ocorrências foramorganizadas sobre os mapas, em ícones

colocados sobre cada município citado.Os registros dos desastres forampesquisados pelos bolsistas e professo-res envolvidos nos projeto, junto aosarquivos da Diretoria Estadual de Defe-sa Civil de Santa Catarina (DEDC-SC)e jornais locais. Foi também criado umbanco de dados, com informações so-bre as anomalias pluviométricas

coletadas nas estações pluviométricasda Agência Nacional da Água (ANA) edo Centro de Informações de RecursosAmbientais e de Hidrometeorologia deSanta Catarina (Climerh), ligado àEpagri. Depois de editado pelo Governodo Estado, o atlas deverá ser distribuí-do em todas as Diretorias Estaduais deDefesa Civil, além de bibliotecas e es-colas públicas catarinenses.

Por conta do alto risco de desastresnaturais, a região do Vale do Itajaí, com-posta de 34 municípios, recebeu aten-ção especial dos pesquisadores do Gru-po de Estudos de Desastres Naturais daUFSC. Toda a bacia do Rio Itajaí-Açufoi incluída e os dez municípios mais afe-tados por desastres na região recebe-ram mapas especiais, onde são deta-lhadas as áreas mais suscetíveis a aci-dentes.

Outro trabalho importante vem sen-do realizado pelos integrantes do gru-po. Desde 2004 os pesquisadores têmpercorrido o Estado dando palestras nascidades mais afetadas por desastresnaturais. Para isso, foi preparada umaapostila, que contém vários dados dis-poníveis no atlas, além de uma série dedicas para a população se proteger. “Aintenção dos organizadores é expandiras informações coletadas, contribuindopara a compreensão dos desastres esua prevenção junto à comunidade”,explica a coordenadora, Maria LúciaHerrmann.

Energia solar será utilizada em farol da Marinha

Débora HornNúcleo de Comunicação do CTC

UFSC) Ricardo Rüther, que coordena oprojeto, o uso da energia solar permitiráa redução de custos com a compra e otransporte do óleo diesel até a Ilha. “Atu-almente, cerca de 1 mil e 200 litros dediesel são queimados mensalmentepara abastecer o farol”, afirma. Além daeconomia, a implantação do projeto re-duzirá os riscos ambientais, como a po-luição, trazidos pelo uso de combustívelfóssil.

A Capitania dos Portos de SantaCatarina buscou a ajuda do Labsolar aoconhecer projetos semelhantes desen-volvidos pelos pesquisadores da UFSCnessa área. Entre eles, estão o uso deenergia solar no abastecimento da For-taleza de Ratones e também da Ilha dosGuarás. “São projetos muito bem-suce-didos, implantados há quase uma dé-cada, em que a redução de custos e dedanos ambientais foi considerável”, ex-plica Rüther.

Energia limpaO novo sistema de abastecimento do

farol conta com 210 módulosfotovoltaicos, painéis que têm a funçãode captar a energia solar e transformá-

la em energia elétrica. Essa transforma-ção ocorre por meio da movimentaçãode elétrons, excitados pela interação daluz do sol com materiais semicondutores– como o silício presente nos painéis.

Toda a energia gerada por esse pro-cesso será armazenada em 112 bate-rias, garantindo ao sistema uma auto-nomia de até cinco dias - período emque o farol continuará funcionando nor-malmente, mesmo que não haja sol paraabastecê-lo. Assim, a Ilha do Arvoredoterá o maior sistema de geraçãofotovoltaica já instalado em SantaCatarina, com potência de 15 kW, sufi-ciente para abastecer as cinco residên-cias urbanas típicas – com quatro habi-tantes e eletrodomésticos como fornomicroondas, geladeira e ar-condiciona-do.

De acordo com o professor Rüther,a grande capacidade de geração earmazenamento do sistema também irátrazer mais conforto às pessoas que tra-balham no farol. Isso porque atualmen-te elas só têm acesso à energia elétricadurante a noite, quando são ligados osgeradores movidos a diesel. “Agora te-

rão energia o dia todo”, diz.O projeto inicial previa instalações me-nores, que abastecessem somente ofarol, com dois dias de autonomia ga-rantida. A ampliação do sistema é resul-tado de uma parceria firmada entre Ma-rinha do Brasil e Centrais Elétricas deSanta Catarina (Celesc), Ministério deMinas e Energia (MME) e Eletrosul – quecederam os equipamentos necessários.Conforme Rüther, o custo de implanta-ção previsto inicialmente era de apenasR$ 100 mil, mas, com a parceria, serápossível instalar um sistema que custacerca de cinco vezes mais.

Além do professor, o estudante deCiências da Computação RodrigoVronski Ricardo trabalha no projeto, quedeve ser implantado entre os meses demarço e abril deste ano. Depois deacompanhar o processo de substituiçãodo sistema, os pesquisadores da UFSCirão monitorar o seu funcionamento,coletando dados sobre o uso da ener-gia solar no local. “Há possibilidade deesse se tornar um projeto modelo, quepoderá ser aplicado em locais semelhan-tes à Ilha do Arvoredo”, conclui Rüther.

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Publicidade avaliadaUFSC participa de programa da Anvisa que fiscaliza propaganda de medicamentos

Foto do Projeto

Quase todas as propagandas de me-dicamentos veiculadas na mídia têm al-guma irregularidade. A informação é daprofessora Cláudia Maria OliveiraSimões, do Departamento de CiênciasFarmacêuticas, do Centro de Ciênciasda Saúde (CCS). Ela é a coordenadorana UFSC de um projeto da Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (Anvisa),chamado de “Monitoração e Fiscaliza-ção de Propaganda, Publicidade, Pro-moção e Informação de Produtos Sujei-tos à Vigilância Sanitária”.

Multidisciplinar, o estudo é desenvol-vido por 20 Universidades de todo o país,em parceria com a Anvisa, responsávelpelo financiamento. Para a UFSC, queingressou no projeto em sua segundafase, em janeiro de 2005, a Anvisa des-tinou R$42 mil. Os estudos envolvem 15bolsistas de cursos de graduação emmedicina, farmácia, odontologia, enfer-magem, jornalismo, publicidade e direi-to, além da professora Marlene Zannin(Departamento de Patologia) e da far-macêutica Marisete Canelo Resener.

O monitoramento das propagandasé feito a partir da gravação da progra-mação diária de quatro rádios da Gran-de Florianópolis (Band FM, Itapema FM,CBN AM e Guararema AM), em horári-os aleatórios. Na televisão, são analisa-das as programações de duas emisso-ras locais (SBT e Barriga Verde), e osprogramas Casseta e Planeta e Malha-ção, da grade nacional de programas daTV Globo. Além disso, são checadosdiariamente dois jornais catarinenses (ANotícia e Diário Catarinense) e folhetospublicitários distribuídos em doze farmá-cias previamente selecionadas, clínicasmédicas, odontológicas e de fisiotera-

Leo BrancoBolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

pia.Depois de coletadas, todas as pro-

pagandas são analisadas. Esta análiseé norteada, principalmente, pela Reso-lução 102, da Anvisa, publicada em2000, que regula a propaganda de me-dicamentos na mídia. Legislações maisamplas, como o Código do Consumidor,por exemplo, também são utilizadas.

ProcessoPara cada peça publicitária é organi-

zado um formulário, preenchido comquatro pareceres sucessivos: “Técnico-Científico”, “Risco Sanitário”, “AnálisePublicitária” e “Enquadramento Legal eConclusivo”. O primeiro, “Técnico-Cien-tífico”, é feito pelos alunos de farmácia,medicina, odontologia e enfermagem.Eles analisam possíveis erros nas pro-pagandas, de acordo com a literaturacientífica disponível.

Depois é feito o parecer de “RiscoSanitário”, geralmente pelos mesmos

alunos, onde a propaganda é analisadade acordo com seus possíveis efeitos eriscos à saúde da população, para a qualé direcionada a propaganda em análi-se. Nesta fase, são relatados possíveisdanos e mal-entendidos que determina-da propaganda pode ocasionar ao serveiculada.

O terceiro é o de “Análise Publicitá-ria”, onde a propaganda é checada pe-los alunos da área da Comunicação(Cursos de jornalismo e de publicidade– este último com uma aluna da Facul-dade Estácio de Sá), com o objetivo deanalisar a mensagem, de acordo comos conhecimentos da área. Por último,a propaganda recebe um parecer de“Enquadramento Legal e Conclusivo”,feito pelos alunos de direito, que discu-tem aspectos jurídicos da peça publici-tária analisada. Essas atividades acon-tecem em uma sala anexa ao Centro deInformações Toxicológicas (CIT), no

Hospital Universitário, onde o projetoestá fisicamente instalado.

Após as análises de todas as peçaspublicitárias monitoradas, os relatóriosmensais, com todos os pareceres, sãoenviados à sede da Anvisa, em Brasília,onde os técnicos da agência avaliam apossível retirada da peça publicitária decirculação e o estabelecimento de mul-tas. Desde o início do projeto na UFSC,os bolsistas do projeto já produziramnove relatórios, com cerca de 120 pro-pagandas, com uma média de 15 no-vas peças publicitárias analisadas pormês.

DesdobramentosAlém da análise das propagandas, a

UFSC também desenvolveu umsubprojeto sobre o uso racional de me-dicamentos, atendendo a uma exigên-cia da Anvisa, que convida as universi-dades participantes a criar subprojetosnesta área. Este subprojeto compreen-deu dois minicursos realizados na 5ªSemana de Ensino, Pesquisa e Exten-são da UFSC (Sepex), abordando a in-fluência da propaganda no uso de me-dicamentos e os cuidados que se deveter com estas substâncias. Osminicursos contaram com a presença dealunos e professores da universidade eda comunidade.

Outro subprojeto prevê a visita dosbolsistas a escolas de Ensino Médio eFundamental para conversar sobre ouso racional de medicamentos, utilizan-do uma linguagem acessível aos jovens.“Não é somente com a fiscalização quevamos diminuir o consumoindiscriminado de medicamentos, massim com educação”, explica o professorRodrigo Fernandes Alexandre, tambémdo Departamento de Ciências Farma-cêuticas e co-responsável pelo projeto.

Equipe de professores e estudantes analisa o material de rádio, televisão e jornal.

“Crianças, Cinema e Mídia-Educa-ção: olhares e experiências no Brasil ena Itália” é o tema da tese de doutoradodefendida pela pedagoga Mônica Fantin.O trabalho desenvolvido junto ao Pro-grama de Pós-Graduação em Educaçãoda UFSC é resultado de dois anos depesquisa no Brasil e seis meses na Itá-lia, o que permitiu que a pesquisadoracomparasse os resultados obtidos so-bre a interatividade de crianças com amídia nos dois países. A tese foi orien-tada pela professora Gilka Girardello, daUFSC, e co-orientado pelo professor

Bia FerrariBolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

Tese aprofunda estudos sobre mídia-educaçãoPier Rivoltella, da Università CattolicaSacro Cuore di Milano.

Trabalhando com o conceito demídia-educação, o objetivo de Mônicafoi compreender como crianças de dife-rentes contextos socioeconômicosinteragem com o cinema. Antes de pas-sar seis meses na Itália, financiados porum programa de bolsa de estágio dedoutoramento no exterior da Capes,Mônica fez uma pesquisa de recepçãodo clássico infantil O Mágico de Oz emescolas públicas em Florianópolis. Apósas crianças assistirem ao filme, umquestionário era aplicado e a pesquisa-dora realizava entrevistas em grupos deaprofundamento. A mesma pesquisa foi

realizada com crianças em Treviglio, naItália. Mônica constatou que, a despeitodas diferenças culturais, e apesar daidade em comum, as crianças italianas,que já tinham contato com a disciplinade mídia-educação, dominavam algunsconceitos mais práticos. No Brasil, qua-se 40% das crianças entrevistadas pelapesquisadora iam ao cinema pela pri-meira vez.

A pedagoga defende a formação deum novo profissional, o mídia-educador,que deve saber trabalhar com a comu-nicação e deve ter também conhecimen-tos da área educacional. E diz que, noBrasil, as empresas de comunicação,ONGs, produtoras e escolas estão co-

meçando a sentir necessidade de pes-soas com essa especialização. O mídia-educador pode ser formado em peda-gogia ou comunicação e se especializarnesse “campo de interface entre educa-ção e comunicação”. Para Mônica, omídia-educador tem o papel de educar“com, sobre e através dos meios”, numaperspectiva crítica, instrumental e pro-dutiva. Deve também despertar as em-presas de mídia para a questão da qua-lidade de suas produções culturais bemcomo as possíveis implicações (e in-fluências) de seus produtos na socieda-de, em especial nas crianças e adoles-centes. A tese estará disponível na Bi-blioteca da UFSC.

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Pesquisadores avaliam importância da espécie para a Mata Atlântica

Laboratórios do Centro de CiênciasBiológicas (CCB) da UFSC estão estu-dando a importância das bromélias paraa biodiversidade, principalmente da MataAtlântica. A pesquisa “A fauna associa-da às bromélias na Mata Atlântica” é co-ordenada pelo professor Carlos BrisolaMarcondes, do Departamento deMicrobiologia e Parasitologia (MIP), coma colaboração de outros profissionaiscomo a professora Josefina Steiner, doDepartamento de Biologia Celular,Embriologia e Genética (BEG).

O trabalho é feito, principalmente,pelo Laboratório de Entomologia Médi-ca e pelo Laboratório de Abelhas, am-bos do CCB. São realizadas observa-ções sobre várias espécies de animais,como abelhas, formigas, besouros, mos-quitos, percevejos e libélulas, que utili-zam as bromélias para diferentes fins,como local de reprodução, alimentaçãoe abrigo.

De acordo com os pesquisadores, aconservação e o estudo das broméliase dos seres vivos que necessitam delapara a sobrevivência é de grande impor-tância. Já foram observadas cerca de350 espécies de animais associados aessas plantas, sendo a maioria insetos.A bromélia foi escolhida para o estudopor estar presente em grande quantida-de na mata e apresentar uma enormevariedade de espécies. São mais deduas mil espécies, e praticamente todaselas estão nas Américas. Apenas umaespécie de bromélia ocorre fora do con-

Bromélias e biodiversidade

Já foram observadas cerca de 350 espécies de animais associados a essas plantas

Foto do ProjetoJulia FecchioBolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

tinente americano, na África. Boa partedas duas mil espécies dessa planta podeser encontrada na Mata Atlântica, porisso essa floresta desperta o interessede muitos estudiosos e está servindo debase para o projeto.

A principal característica dasbromélias, responsável pela atração dosinsetos, é a existência de uma estruturachamada de “tanque”, que está locali-zada na base da planta e é capaz dearmazenar água ou humo. Nestes lo-cais, os animais podem encontrar ali-mentos e também um lugar seguro paraabrigo, reprodução e desenvolvimento.

A pesquisa é dividida em duas fren-tes. A primeira, desenvolvida pelo Labo-

ratório de Entomologia Médica, preocu-pa-se em identificar os tipos de insetosque freqüentam a água contida nos tan-ques das bromélias, especialmente osmosquitos. Também é feito o estudopara descobrir a relação desses insetoscom o homem, como por exemplo seele pode ser transmissor de doenças. Asegunda frente está mais ligada à ques-tão da biodiversidade, que é estudadapelo Laboratório de Abelhas. A pesqui-sa nessa área está concentrada nosanimais que realizam a polinização dabromélia, e aí se encontram, principal-mente as abelhas.

As observações têm mostrado a pre-sença abundante de uma abelha cha-

mada Euglossa, também conhecidacomo abelha das orquídeas. Estas abe-lhas constroem ninhos na natureza etambém em pequenas caixas que sãocolocadas em diferentes locais da mata.Desta forma a vida destas abelhas vemsendo observada, como reprodução,presença de parasitas, horário de ativi-dades, etc.

A captura dos mosquitos é feita atra-vés de um procedimento conhecidocomo “armadilha de emergência”. Sãocolocados sacos de pano, que induzemos insetos a entrarem em canos, pormeio dos quais eles caem em frascoscom álcool. Depois disso, o frasco é le-vado para o laboratório, onde são feitosos estudos e a catalogação das espé-cies.

A pesquisa desenvolvida na UFSCfaz parte de um programa chamado“Mata Atlântica”, que reúne outros seisestudos sobre a conservação e o usoda floresta, realizados por diferentes uni-versidades em todo o Brasil. O projeto“A fauna das bromélias na Mata Atlânti-ca” é financiado por um convênio firma-do entre o Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico(CNPq) e o Ministério Federal para For-mação e Pesquisa da Alemanha(BMBF), órgão alemão que fomenta efinancia pesquisas científicas. Atualmen-te existe uma maior interação entre aequipe da UFSC com instituições de SãoPaulo e do Paraná. O próximo passo daequipe é aumentar o contato com ospesquisadores de outros projetos do pro-grama, para promover uma maior trocade conhecimentos.

Responsável pelo desenvolvimentode diversos projetos voltados aoseqüenciamento de genomas, o Labo-ratório de Protozoologia da UFSC estáiniciando um novo desafio. Ligado aoProjeto Genoma – Rede Nacional deSeqüenciamento de DNA, como um dos25 laboratórios da rede implantada peloMinistério da Ciência e Tecnologia/CNPq, participará agora do seqüen-ciamento do genoma do mosquitoAnopheles darlingi, o principal transmis-sor da malária na América do Sul e Cen-tral. Os resultados serão comparadoscom o genoma do Anopheles gambiae,vetor de malária no continente africano,que já foi seqüenciado por um consór-cio internacional. Na UFSC, o Laborató-rio de Transmissores de Hematozoários,também ligado ao Departamento de

Arley ReisJornalista da Agecom / UFSC

UFSC estuda código genético do mosquito da maláriaMicrobiologia e Parasitologia, do Cen-tro de Ciências Biológicas, será parcei-ro do Laboratório de Protozoologia nostrabalhos.

A expectativa é de que os resultadosforneçam subsídios importantes para oesclarecimento da malária, permitindo acompreensão de inúmeros fatores liga-dos à transmissão e auxiliando no de-senvolvimento de novas estratégias parao controle no Brasil. A doença atinge 500milhões de pessoas e causa de 1,5 a2,7 milhões de óbitos por ano, aproxi-madamente 2,2 bilhões de pessoas(34% da população mundial) vivem emáreas onde há risco de transmissão.

A malária é prevalente em mais de100 países, porém mais de 90% doscasos ocorrem na África Subsaariana,composta por 47 países de extrema po-breza, entre eles África do Sul, Angola,Camarões, Cabo Verde, Moçambique,Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia,

Senegal, Somália e Zimbábue. Excluin-do os países africanos, dois terços doscasos concentram-se apenas em seispaíses: Índia, Brasil, Sri Lanka,Afeganistão, Vietnã e Colômbia. No con-tinente americano, Brasil, Peru e Colôm-bia contribuem com 70% dos registrosda doença.

Outros projetosOs primeiros projetos desenvolvidos

pelo Laboratório de Protozoologia naárea de Genômica foram o seqüen-ciamento do genoma da bactériaChromobacterium violaceum (que apre-senta propriedades de interesse médi-co, econômico e ambiental), e doMycoplasma sinoviae, que determinadoenças em aves. O laboratório integraainda o Programa de SeqüenciamentoGenômico do Estado do Paraná(Genopar), que tem como objetivo oseqüenciamento do genoma da bacté-ria Herbaspirillum seropedicae, que

apresenta a capacidade de fixação denitrogênio no solo, o que pode levar auma redução do uso de fertilizantesnitrogenados na agricultura.

A equipe participa também da RedeSul de Análise de Genomas e BiologiaEstrutural – Programa de Investigaçãode Genomas Sul (PIGS), que visa oseqüenciamento do genoma daMycoplasma hyopneumoniae, que cau-sa pneumonia em suínos. Além destes,o laboratório integra os projetos genomaEST do camarão Litopenaeus vannamei(ShEST - Shrimp Genome Project);genoma do Organismo multicelularmagnetotáctico – OMM; o ProjetoTranscriptoma do Trypanosoma vivax eo Projeto Transcriptoma do Trypano-soma rangeli, entre outros estudos nocampo da genômica.

Para conhecer melhor o projeto:www.darlingi.lncc.br

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A parceria com a UFSC no desen-volvimento de uma tecnologia que per-mite o reuso das cinzas da queima docarvão mineral na construção de mora-dias de interesse social resultou para aTractebel Energia o Prêmio EmpresaCidadã. A premiação foi concedida nofinal de 2005 pela Associação dos Diri-gentes de Vendas do Brasil em SantaCatarina (ADVB/SC). A iniciativa reco-nhece práticas de responsabilidade so-cial adotadas pelas empresascatarinenses. Com capacidade de for-necimento de 5.968 MW, a Tractebel éresponsável por 8% da geração total deenergia elétrica do Brasil.

O prêmio da ADVB é dividido em trêscategorias: preservação ambiental, par-ticipação comunitária e desenvolvimen-to cultural. Desenvolvido pela TractebelEnergia em parceria com o Laboratóriode Valorização de Resíduos, ligado aoDepartamento de Engenharia Civil daUFSC, o case “A casa que vem das cin-zas” foi contemplado na categoria pre-servação ambiental. O trabalho é partede um projeto financiado pelo Progra-ma de Tecnologia de Habitação(Habitare), financiado pela Finep.

A pesquisa permitiu a construção deuma casa modelo no Campus da UFSC,onde são demonstradas estratégias daconstrução sustentável. Entre os com-ponentes testados estão blocos devedação, argamassas e concretos emque diferentes quantidades da areia edo cimento foram substituídas por cin-zas.

PesquisaOs estudos de viabilidade da cinza

Empresa CidadãTractebel Energia é premiada em trabalho desenvolvido com a UFSC

Arley ReisJornalista / Agecom

pesada como material para a constru-ção civil foram realizados a partir da ca-racterização química do resíduo, levan-tamentos sobre sua geração e uso atu-al, além de fabricação e testes de blo-cos e argamassas. Os estudos vêm sen-do realizados junto ao Laboratório de Va-lorização de Resíduos, ligado ao Depar-tamento de Engenharia Civil da UFSC.No caso dos blocos de concreto, as cin-zas pesadas foram usadas na substitui-ção tanto do cimento Portland, como daareia fina. Os resultados mostraram queos blocos produzidos com a adição decinzas podem apresentar resistênciasuperior aos convencionais, usadoscomo parâmetro nos testes laboratoriais.

No caso de concretos, observou-seque quanto maior o valor de substitui-

ção da areia pela cinza pesada, maior oconsumo de água, mas esse fato nãorefletiu na resistência à compressão: osconcretos com cinzas apresentaram re-sistência à compressão igual ou maiorem relação aos de referência. Foramtambém realizados estudos de viabilida-de econômica e eles mostraram que oscomponentes com adição de cinzas po-dem ter custo até 40% inferior aos con-vencionais.

Cinza pesadaO estudo da viabilidade das cinzas

pesadas para a construção civil buscaalternativas para um resíduo gerado emgrande quantidade e que representa umsério impacto ambiental. Na operaçãodas usinas termoelétricas, para cada100 toneladas de carvão mineral

consumidas, são geradas 42 toneladasde cinzas, das quais 70% é extraída aseco, chamadas de cinzas secas (vo-lantes) e 30% via úmida, que são as cin-zas úmidas ou pesadas. Devido às suascaracterísticas físico-químicas, a cinzaseca ou volante é vendida àscimenteiras e concreteiras, para adiçãono cimento Portland ou ao concreto.

As cinzas pesadas não têm essemercado. São eliminadas em bacias desedimentação ou na regularização deterrenos, gerando um problema de or-dem ambiental e estética na área e vizi-nhança de influência de operação dausina. Além disso, apesar da vantagemde serem secas e estocadas em silos –o que facilita seu transporte, retirada emanuseio – mesmo as cinzas secas ain-da possuem um baixo consumo. Gran-de parte é umidificada e eliminada comas cinzas pesadas nas bacias de sedi-mentação.

No Brasil, estima-se uma disponibili-dade de três milhões de toneladas/anode cinzas, composta de 65% a 85% decinzas volantes e 15% a 35% de cinzaspesadas. Em Santa Catarina, a produ-ção de cinzas no Complexo Termoelé-trico de Jorge Lacerda, localizado entreos municípios de Capivari de Baixo e Tu-barão, é estimada em 818 mil tonela-das/ano.

”Os testes mostram que componen-tes produzidos com a adição de cinzasnão deixam nada a dever e às vezes têmaté melhor durabilidade do que os con-vencionais”, avalia a professora JanaídeCavalcante Rocha, integrante do Núcleode Pesquisa em Construção. “Essesdados demonstram a importância de di-vulgarmos os resultados das pesquisase criarmos instrumentos que estimulemseu uso”, considera a professora.

Casa modelo no Campus da UFSC tem blocos com adição de cinzas

Jones J. Bastos

No Dia do Farmacêutico (12/1), aprofessora Cláudia Maria OliveiraSimões recebeu comenda outorgadapelo Conselho Federal de Farmáciapor relevantes serviços prestados àprofissão farmacêutica. A professorafoi a única indicada pelo Estado deSanta Catarina para receber apremiação. Cláudia integra o corpodocente do Programa de Pós-Gra-duação em Biotecnologia, desenvol-ve suas pesquisas em três grandeslinhas: Estudo das atividades antivirale citotóxica de produtos naturais, Con-trole de qualidade de medicamentose Investigação farmacológica de plan-tas medicinais brasileiras.

O estudante Lucas Bruno BarbosaSandoval, 15 anos, da 8ª série do Colé-gio de Aplicação da UFSC, foi um dosvencedores da I Olimpíada de Matemá-tica das Escolas Públicas (Obmep), re-alizada no final de 2005. A competiçãocontou com 10,5 milhões de alunos de31.028 escolas de ensino médio e fun-damental do Brasil. Lucas ficou em 16ºlugar nacional entre estudantes de 7ª e8ª séries, nível 2. Na primeira fase daprova, em 16 de agosto, todos os alu-nos do Colégio de Aplicação participa-ram. Na segunda etapa, em 8 de outu-bro, somente alguns foram seleciona-dos. Além de Lucas, outros estudantescatarinenses ganharam medalha deouro na competição.

Olimpíada deMatemática

Educaçãomédica

A professora do Departamento deSaúde Pública, Maria Conceição deOliveira, conquistou o segundo lugarno Prêmio ABEM de Educação Médi-ca 2005. O prêmio foi entregue noXLIII Congresso Brasileiro de Educa-ção Médica, que ocorreu em Natal,no Rio Grande do Norte, do dia 20 a29 de outubro. Entre 32 trabalhos ins-critos, o de Conceição, intitulado “Osmodelos de cuidados como eixo deestruturação de atividades interdis-ciplinares e multiprofissionais em saú-de”, destacou-se, sendo aprovado porum comitê de julgamento formado porcinco professores e pesquisadoresem medicina.

Méritofarmacêutico

Dez integrantes de programas depós-graduação da UFSC foram contem-plados com um prêmio da FundaçãoFord e puderam participar da Conferên-cia Internacional de Ecologia, que tevecomo tema Ecologia na Era daGlobalização. O encontro foi realizadoem janeiro, na cidade de Mérida, noMéxico. O objetivo geral foi discutir te-mas como espécies invasoras, migra-ção humana e sistemas de produção.Quase todos os pós-graduandos apre-sentaram trabalhos. Os estudantes daUFSC foram selecionados entre inscri-tos de toda a América Latina e apenas110 receberam o incentivo de mil dóla-res para custear sua viagem. Destes 110estudantes, dez eram da UFSC.

FundaçãoFord

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Neurociência do esporteLaboratório ligado ao Departamento de Psicologia valoriza saúde mental e física

Estudar o funcionamento do cérebro e utilizar esseconhecimento para aumentar a qualidade de vida. Esseé o principal objetivo da equipe do Laboratório deNeurociência do Esporte e do Exercício(www.lanespe.ufsc.br), ligado ao Departamento de Psi-cologia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas(CFH).

Criado em 2001, o laboratório é atualmente coor-denado pelo professor Emílio Takase. Desde sua fun-dação já foram desenvolvidos vários projetos na áreada Psicologia do Esporte e Exercício, priorizando inici-almente temas clássicos como ansiedade, motivaçãoe concentração. Em 2003, os trabalhos também pas-saram a destacar a relação da psicologia do esporte edo exercício com a neurociência, que estuda o cére-bro e seu funcionamento. Takase afirma que pretendeunir esses dois campos e ampliar as pesquisas sobreneurociência do esporte e do exercício, área que apre-senta estudos ainda pouco desenvolvidos.

Os trabalhos do laboratório não seguem linhas es-pecíficas de pesquisa e podem ser relacionados cominúmeros temas. Segundo Takase, essa característi-ca foi estabelecida para proporcionar a execução depesquisas que favoreçam o maior número de pes-soas possível. Portadores de mal de Parkinson eAlzheimer, além de esportistas em geral e até crian-ças recém-nascidas já foram beneficiadas por estu-dos desenvolvidos no Lanespe. Foi o que aconteceu,por exemplo, com o NinarBaby, desenvolvido pelo pró-prio professor Takase. Ele criou um banquinho quepode ser movido verticalmente e assim tranqüiliza obebê, pois a criança reconhece o movimento que re-cebia durante o período da gestação.

O Brainwalk é mais um dos projetos do Laboratórioe tem como objetivo estimular a saúde do cérebro atra-vés de exercícios mentais e de caminhadas. Em 2005

Julia FecchioBolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

foram formados grupos de 15 pessoas, entre servido-res, professores e alunos da UFSC que se reunirampara realizar diferentes atividades, envolvendo desdetécnicas de respiração até trabalhos com argila. Tudoisso ainda foi aliado às caminhadas pelo bosque doCFH. Segundo Takase, esse projeto teve o objetivoconscientizar as pessoas sobre a importância de valo-rizar a saúde mental e física de cada um e também omeio ambiente de todos.

O Hospital Universitário recebeu em dezem-bro do ano passado R$ 1,8 milhão do Ministérioda Saúde. Os recursos serão utilizados nas obrasde ampliação da Unidade de Terapia Intensiva(UTI) e na compra de novos equipamentos parao hospital. Após o término das obras, marcadopara o segundo semestre de 2006, o HU terá amaior UTI de Santa Catarina. De acordo com odiretor geral do hospital, Carlos Alberto Justo,cerca de R$ 1 milhão do total será destinado acompra de novos equipamentos para a unidade.Os outros R$ 800 mil vão para as obras da novaala, que deverá contar com mais 14 leitos, doisdeles especialmente reservados para cirurgias.O projeto prevê a ampliação da UTI adulta deseis para 20 leitos. O HU é a única instituição naGrande Florianópolis a operar pelo Sistema Úni-co de Saúde (SUS), que é gratuito e de acesso atodos. Por conta disto, ele está se tornando refe-rência em cirurgias no Estado, que muitas vezesprecisam ser remarcadas e adiadas por falta deleitos na UTI. A expectativa da direção do hospi-tal é de que esse problema seja amenizado coma ampliação da unidade.

O Hospital Universitário (HU) já possui um novoequipamento de primeira linha que vai beneficiar osprocedimentos cirúrgicos, o UltraCision. O aparelho éum bisturi que permite fazer operações em menos tem-po e com menor destruição tecidual e, além disso, tam-bém diminui o risco de infecções. O equipamento quecusta mais de R$ 200 mil foi doado pela Secretaria deSaúde, graças ao empenho da direção do hospital.

O UltraCision será utilizado em operações comple-xas, como remoção supra-renal e gastroplastia, e emcirurgias de cabeça, pescoço e abdome. O uso do equi-pamento, tanto nas vídeocirugias como nas cirurgiasabertas, favorece não só o paciente, pois diminui otempo necessário de internação, mas também o mé-dico, que tem maior conforto no trabalho.

O aparelho transforma a energia elétrica em ener-gia ultra-sônica e reproduz o movimento de um bisturinormal mais de 30 mil vezes por segundo. Segundo oprofessor Ricardo Baratieri, do Departamento de Clí-nica Cirúrgica da UFSC, o aparelho possui fácilempregabilidade, sendo necessário apenas um peque-no treino antes para utilizá-lo. Para ele, a aquisiçãodesse equipamento foi uma grande realização parahospital, e possibilita igualar ainda mais o HU aos gran-des hospitais do país.

Desde o final do ano passado, o Hospital Universi-tário conta com sua Sala de Leitura. Batizada de SalimMiguel, a sala foi viabilizada com o apoio da empresade gases industriais White Martins e da Editora Record,que doaram mil obras, todas novas. A maioria dos 500títulos encaixa-se nos gêneros romance, crônica,poesia, auto-ajuda e religião. A coordenadora do se-tor e bibliotecária, Eva Maria Seitz, diz que o objetivo éincentivar a leitura dentro do hospital, além dedescontrair os pacientes e tornar a estada menos trau-mática. A Biblioterapia foi o tema da dissertação deEva. Os funcionários do hospital poderão emprestaros livros ou lê-los na própria sala. Para os pacientes eacompanhantes, foi projetado um carrinho que levaráos livros aos quartos. Eva diz que pensa em uma par-ceria com a Associação Amigos do HU para recrutarvoluntários de leitura para pacientes analfabetos oucegos. O escritor Salim Miguel, que recebeu uma pla-ca em sua homenagem, disse se sentir lisonjeado porceder seu nome a uma sala de leitura pelo fato deconsiderar os livros, seus “amigos silenciosos”, “fun-damentais para um país com tanta desigualdade soci-al”. Apesar dos mil livros, as prateleiras da sala aindanão estão em plena capacidade. Informações pelosfones 3331-9132 e 9980-8275, ou [email protected]

As caminhadas no bosque do CFH resultaram emum novo projeto do laboratório, que consiste no me-lhoramento de uma trilha existente no local, atravésda construção de escadas e pontes. Com a implanta-ção do projeto, Takase pretende unir a prática de exer-cícios físicos e a conscientização ambiental, e assimdesenvolver uma cultura de valorização da naturezainterna e externa às pessoas. Para 2006, novos gru-pos serão formados.

Exrecício para análise da ansiedade e concentração durante o Sudoku, jogo de raciocínio

Paulo Noronha

UTI ampliadaBisturi eletrônico Sala de leitura

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Qualificando a comunicação

Projeto de Identidade Visual eações de popularização da ciênciabuscam melhorias na divulgaçãoinstitucional

Assim como enfrenta obstáculos no desenvolvi-mento de suas atividades de ensino, pesquisa eextensão, a UFSC tem grandes desafios no cam-po da comunicação. Por este motivo, é importan-te que a comunidade conheça os trabalhos quevêm sendo desenvolvidos junto à Agência de Co-municação, além das metas neste campo, para quepossa se beneficiar, colaborar e retroalimentar osistema de divulgação institucional.

Algumas das ações com maior visibilidade já de-vem ter sido observadas. É o caso dareestruturação do site da universidade. Está no ardesde o dia 19 de dezembro de 2005 o novo Por-tal da UFSC (www.ufsc.br). Reformulado a par-tir do objetivo de unificar o tratamento da iden-tidade visual da universidade, o site funcionacomo portal dos endereços eletrônicos daUFSC e traz também novos conteúdos. Nele sãodiariamente atualizadas notícias sobre as ativida-des da universidade.

Os novos conteúdos do site estão principalmen-te relacionados aos 45 anos da instituição, co-memorados em 18 de dezembro do ano passa-do.

Entre os trabalhos estão um vídeo Institucional,com um minuto e meio de duração, a Revista 45anos da UFSC, com 52 páginas, a exposição defotos UFSC 45 anos e um mapa oficial docampus. O Jornal Universitário também pode serlido no site da Agecom (www.agecom.ufsc.br).

O novo portal é, na verdade, apenas uma daspeças que vêm sendo concebidas dentro do Pro-jeto de Identidade Visual da UFSC, que tem oobjetivo de padronizar e fortalecer a imagem dauniversidade. Para desenvolvimento do projeto,foi formada uma equipe que se integrou àAgecom. O grupo vem trabalhando nareformulação de campanhas e peças comofôlderes e vídeos, além de conceber novos produ-tos, como peças gráficas e campanhas.

Entre os trabalhos já desenvolvidos estão o selocomemorativo dos 45 anos da UFSC e seu res-pectivo manual, um mapa ilustrado do campus,

Peças gráficas realizadas pelo Projeto deIdentidade Visual da UFSC

Selo comemorativo dos45 anos da UFSC

Identidade do XXIISEURS - Seminário deExtensão da Região Sul

Calendário 2006 com imagenspremiadas da maratonafotográfica

Revista UFSC45 Anos

Alita Diana e Arley Reis

Folder institucionalUFSC 45 anos

Painéis comemorativos dos45 anos da UFSC comexposição fotográfica

projeto gráfico para o Jornal Universitário e paraa Revista UFSC 45 Anos. Foram também criadosdiversos produtos para eventos ligados à UFSC,como a SEPEX, o 12o Açor e o XXIII Seminá-rio de Extensão Universitária da Região Sul.Além disso foi executada a campanha do Vesti-bular 2006; elaborado o calendário 2006 daUFSC e uma agenda, que será distribuída aoscalouros, entre outras peças.

É grande a demanda por trabalhos neste campo,que pela primeira vez conta com uma equipe es-pecialmente voltada a pensar a identidade visualda universidade. Entre os desafios futuros estãoa concepção do projeto que dará origem à “Gri-fe da UFSC”, para produção de acessórios esouvenirs com aplicação de símbolos da institui-ção, e o planejamento e execução da sinalizaçãodo Campus Universitário. É importante ressaltarque a equipe está também disponível para escla-recimentos e assessoramento para o uso adequa-do das padronizações propostas (como a doPortal UFSC) e para uso dos símbolos da univer-sidade. Informações sobre o projeto estão no sitewww.identidade.ufsc.br

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Fluxo de informações

Na área de jornalismo, o esforço tem sido no sen-tido de dar continuidade a alguns importantesserviços de informação – como a atualização denotícias no site da UFSC (que está com a médiade 200 mil acessos mês sem reload), a edição doJornal Universitário e boletins internos (como oInformativo da Reitoria), além da produção daagenda SemanaUFSC. A agenda, enviada nas se-gundas-feiras pela manhã a professores e técnicosda instituição, além de jornalistas, é tambémdisponibilizada desde 2001 no site da UFSC,mostrando o que ocorre naquela semana na ins-tituição em termos de eventos. Também nestecaso, como na sugestão de notícias, a participaçãoda comunidade acadêmica, enviando informa-ções para a Agecom, é de grande importância. Nocaso da SemanaUFSC, as informações devem serencaminhadas à Agecom com antecedência, pre-ferencialmente até a sexta-feira pela manhã, paraque a agenda possa ser fechada e revisada antesdo envio, na segunda-feira, para o [email protected]. Está também sendoorganizada uma página com agenda de eventosfuturos, mostrando não apenas a programaçãosemanal, mas atividades que serão realizadas du-rante todo o ano na universidade ou com sua par-ticipação.

Com o objetivo de intensificar a comunicaçãointerna, este ano, além de atualizar as notícias noPortal da UFSC e produzir o Jornal Universitário,serão editados veículos para públicos específicos,como estudantes e servidores. A idéia segue osresultados positivos alcançados com o BoletimPlano de Cargos, publicado em 2005, e que auxi-liou a comunicação do Departamento de Desen-volvimento de Potencialização de Pessoas(DDPP) da UFSC com os servidores técnico-ad-ministrativos da instituição.

Divulgação da Ciência

Levando em conta a importância da UFSC naprodução do conhecimento científico etecnológico, a Agecom também vem procurandointensificar a produção de matérias sobre pesqui-sas. Em 2005, cerca de 40 projetos de pesquisa eextensão da universidade foram transformadosem matérias que foram divulgadas no Portal daUFSC e enviadas para a mídia local e nacional.Também muitas se transformaram em reporta-gens para o Jornal Universitário.

Neste ano em que a UFSC sedia em julho a 58ªReunião Anual da SBPC, principal evento cientí-fico da América Latina, o trabalho no campo dadivulgação da ciência será reforçado. Além deproduzir matérias para os veículosinternos, notícias semanais e encartesespeciais sobre o evento paraveiculação na mídia local, a Agecomvai retomar o Projeto Papo Sobre Ci-ência. Desenvolvido nos anos de2002 e 2003, o projeto tem o objetivode aproximar pesquisadores da UFSCe jornalistas, buscando colaborar coma qualificação de matérias de divulga-ção de ciência. Nas edições passadas,foram tratados temas comobiotecnologia/genoma, inteligênciaartificial, astrofísica, fitoterápicos epopulações indígenas, mostrando ajornalistas e estudantes de jornalismoque a instituição tem importantespesquisadores nestas áreas e que estessão fontes acessíveis para atendimen-to da mídia. Este ano, grandes temasque serão tratados durante a Reuniãoda SBPC, como o projeto Plantas doFuturo, o aqüífero guarani, avançosda medicina e células-tronco, entreoutros, serão abordados no Projeto

Memória Fotográfica

A Agência de Comunicação também é responsá-vel pelo acervo fotográfico da UFSC, com regis-tros desde a criação da universidade, composto decerca de duzentos mil negativos e dez mil foto-grafias digitais, além de um grande número defotos em preto e branco. Com o objetivo deinformatizar e socializar este material, a Agecomdesenvolve o Projeto Memória Fotográfica. Oprocesso é constante através da classificação,identificação, restauração, higienização, acondi-cionamento e informatização, incluindo adigitalização, tratamento de imagem,cadastramento e catalogação.

A expectativa não é apenas organizar este acervo,mas disponibilizá-lo para consulta on-line. Comoprimeiro resultado, foi utilizado material do acer-vo para a apresentação histórica da Revista UFSC45 anos e para uma exposição itinerante de pai-néis que, além de estar disponibilizada no site daUFSC, pode ser visitada no Hall da Reitoria.

Novo portal da UFSCCampanha Vestibular 2006

Mapa ilustrado do campusIdentidade visualda 5a SEPEX

Papo Sobre Ciência. Os encontros serão abertosaos jornalistas e também ao público em geral. Aexpectativa é contribuir com a socialização doconhecimento científico e a popularização da ci-ência.

A disponibilização de clipping eletrônico, a orga-nização de um banco eletrônico de pautas, e areedição do banco de fontes da UFSC (onde jor-nalistas podem achar fontes capacitadas a falarsobre diferentes temas), a edição de boletins parapúblicos diferenciados, como estudantes e servi-dores, a inclusão de vídeos e de galeria de fotosno Portal da UFSC, estão entre outras metas daAgecom. Todas voltadas para melhoria do pro-cesso de comunicação da UFSC com o públicointerno e externo.

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Medicina integrada Não à coca-cuela

A bola da vez

A ética de Ludwig Formação de professores em SC

Rapaz latino-americano

O professor como mediador, facilitador e agentemotivador do processo de ensino; o estudante comosujeito principal do processo de ensino-aprendizagem,construindo sua formação a partir do conhecimento emsala de aula, laboratórios e em educação continuada;a assistência desde o início do curso de forma a criaruma forte inserção comunitária e uma imagem-espe-lho entre o que é aprendido na universidade e o que évisto e trabalhado na comunidade. Esse é o “esquele-to” do livro Da proposta à ação – currículo integrado docurso de graduação em Medicina da UFSC, obra or-ganizada por Maurício José Lopes Pereima, ElzaBerger Salema Coelho, Marco Aurélio Da Ros. O tra-balho está dividido em quatro partes que permitem umacompreensão dos aspectos históricos, metodológicose políticos que permearam a sua concepção, planejamento, implantação eimplementação, que vêm ocorrendo gradativamente. O primeiro capítulo fala de“Um olhar sobre o processo de mudança curricular do Curso de Medicina”, en-quanto que na segunda parte é apresentada a proposta do curso integrado, elabo-rada para concorrer ao financiamento do Ministério da Saúde. Em seguida, osorganizadores optaram por destacar a contribuição de assessores que proporcio-naram um engajamento maior de professores.

Uma mão na roda para os visitantes e turistas ibero-americanos. Hablemos em Portugués – Manual deconversación con palabras y expresiones del lenguajecoloquial brasilenõ, de Sebastián Bosch, recém-publi-cado pela EdUFSC é um guia de conversação desti-nado a facilitar a comunicação em português de pes-soas de origem hispânica que visitam ou estejamradicadas no Brasil. Contém explicações que permi-tem entender palavras e frases do português que sefala no país. Logo na introdução, Bosch, professor apo-sentado da Universidade de Córdoba e que hoje moraem Florianópolis, ensina o básico da pronúncia doidioma brasileiro. “Utilizo uma fonética muito simples,distinta da utilizada nas aulas para o aprendizado se-mântico da língua, permitindo que qualquer pessoa,independentemente de seu grau de instrução, possa resolver diversas situaçõesdo cotidiano”, diz. Ou seja, no primeiro texto a frase está em espanhol; no segundoem português e, em seguida, vem a pronúncia do português imitada com sílabasem espanhol. O livro traz ainda expressões próprias do povo brasileiro que, nor-malmente, não aparecem em dicionários convencionais, mas são bastante usadasno dia-a-dia. Inclui também noções básicas de gramática portuguesa que podemservir como uma introdução ao estudo da língua portuguesa.

Escrito em forma de diálogo, Ética e linguagem –uma introdução ao Tractatus de Wittgenstein, 3ª edi-ção, de Darlei Dall’Agnol, co-edição EdUFSC e Edito-ra Unisinos, é um livro no qual o leitor vai encontrarafirmações sobre lógica, ontologia, teoria do conheci-mento, ética e estética, que são as tradicionais disci-plinas da filosofia. Nele, segundo Dall’Agnol, estão ex-pressos pensamentos que ficaram aquém do possí-vel, já que Wittgenstein procura estimular o leitor apensar por si próprio. “Trata-se de um trabalho queprocura, fundamentalmente, clarificar a natureza dosjuízos éticos a partir da concepção de LudwigWittgenstein (1889-1951) da linguagem como figura-ção da realidade expressa no Tractatus Logico-philosophicus” Para Darlei, uma nova edição é justifi-cável não apenas pela importância dos temas em questão, mas, principalmente,pela atualidade que o Tractatus adquiriu a partir da leitura revisionista iniciada pelafilósofa americana Cora Diamond. Dall’Agnoll nasceu em Nova Prata, no Rio Grandedo Sul, é mestre pela UFRGS e doutor em Filosofia pela University of Bristol, Ingla-terra. Professor de Ética na UFSC desde 1994, possui diversos artigos publicadosno Brasil e no exterior e é autor de Valor intrínseco e bioética.

A EdUFSC lançou TV Digital – Conceitos, desafiose perspectivas para o Brasil, de Carlos Montez eValdecir Becker, obra que apresenta as principais ca-racterísticas, modelos existentes e as principais ten-dências e desafios para o país. Nessa obra, os auto-res abordam a parte teórica sobre o assunto nos capí-tulos iniciais, fazem uma introdução técnica a respeitodo tema e passam por uma discussão sobre o futurodo setor. Para fechar, 11 entrevistas com pessoas en-volvidas no cotidiano televisivo ou com o desenvolvi-mento da TV digital. Montez é bacharel em Ciência daComputação pela UFRJ e doutor em Engenharia Elé-trica pela UFSC. Já trabalhou em empresas brasilei-ras de tecnologia e foi pesquisador na Rede Metropo-litana de Alta Velocidade, de Florianópolis. É professoradjunto da UFSC com projetos nas áreas de Sistemas de Tempo Real e Suportespara TV Digital Interativa e responsável pela execução técnica do Projeto deUsabilidade do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Becker é jornalista for-mado na UFSC. Já participou dos Projetos Remav-fln e I2TV (Infra-estruturaInternet2 para Desenvolvimento e Teste de Programas e Ferramentas para TVInterativa), nos quais realizou estudos sobre convergência, TV interativa, alcancesocial, além de produzir programas pilotos interativos.

Um trabalhador na revolução latino-americana, pu-blicado pela Editora da UFSC, retrata, a partir da par-ticipação do autor na vida política no Brasil, Uruguai,Chile e Panamá, uma parte rica e desconhecida dahistória revolucionária dos trabalhadores no Continen-te. Tem algo de Che na trajetória do militante, que atra-vessou países levando sua ideologia e solidariedadeàs esquerdas em busca de transformação social.

No Brasil enfrentou a ditadura instalada em 1964,exilado esteve no Uruguai em 1969, no Chile lutou pelosocialismo de Allende de 1970 a 1973, em seguidaparticipou da chamada “descolonização do Canal doPanamá”, apoiou a Revolução Sandinista na Nicará-gua e retornou ao Brasil em 1981. Hoje, mora em Pa-lhoça (SC) e participa ativamente do movimento emdefesa dos direitos dos aposentados. Como dizia o professor Osvaldo de OliveiraMaciel, primeiro presidente da Andes, Silvio “cresceu, estudou, bebeu nas fontesinspiradoras da revolução proletária e soube, sempre, que a libertação da classetrabalhadora é a destinação histórica das suas próprias lutas”. Um trabalhador narevolução latino-americana está escrito numa linguagem simples, mas destaca-sepela contundência e autenticidade dos depoimentos de Gomes. O livro é enrique-cido ainda por uma seleção de poesias do autor e por um testemunho fotográfico.

Navegar é preciso. Investigar e discutir a formaçãode professores, especialmente pedagogos, para en-tender os antigos e os atuais problemas educacionaisdo Brasil, também. Daí para o livro Professores para aescola catarinense – contribuições teóricas e proces-sos de formação, publicado pela Editora da UFSC –EdUFSC - é um pulo, ou melhor, um salto. “São mui-tas e valiosas as contribuições dos pesquisadores daárea de educação, principalmente daqueles ligados àsuniversidades públicas. Fazer uma busca na históriadas políticas educacionais, tanto nacionais como nasmais localizadas, é um importante caminho para com-preender as fragilidades e as insuficiências de nossossistemas de ensino e de formação dos profissionaisda educação”, dizem as autoras Maria Hermínia LageFernandes Laffin, Marilene Dandolini Raupp e Zenilde Durli (organizadoras), queintegram o Grupo de Pesquisa Ensino e Formação de Educadores (GPEFESC) daUniversidade Federal de Santa Catarina. “São artigos que podem ser lidos nãoapenas pelos especialistas de nossa área, mas por todos os que, preocupadoscom a educação de nosso estado e de nosso país, buscam compreender as raízesde nossos problemas educacionais”, concluem Laffin, Raupp e Durli.

Artêmio Reinaldo de SouzaJornalista / Agecom