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DIREITO DO TRABALHO: JUSTA CAUSA, REVISTAS E FILMAGENS Fernando Queiroz, Presidente da Via Engenharia JURISPRUDÊNCIA COMENTADA: ATRASOS DE OBRAS E DANOS DICIONÁRIO: INCORPORADOR É PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA Página 7 REPERCUSSÕES PRÁTICAS DA NOVA LEI DO AVISO PRÉVIO Página 2 Página 8 Ano IV Número 32 Brasília, Novembro/Dezembro de 2011 INFORMATIVO JURÍDICO UM MECANISMO DE CONHECIMENTO E ATUALIZAÇÃO NA ÁREA IMOBILIÁRIA Pelo dito, ouvido e publicado, a crise econômica mundial que por tabela provocou neste finalzinho de ano a descida do PIB nacional ao nível mais baixo dos últimos me- ses, felizmente não será extensiva ao mercado imobiliário brasileiro, muito menos afetará o boom no se- tor que ultimamente tem sido uma constante, com destaque no Distri- to Federal. É o que se pode deduzir com base nas sondagens que foram fei- tas pela indústria da construção ci- vil, realizada pela Federação das Indústrias do DF (FIBRA), em par- ceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon – DF) – segundo as quais as perspectivas para os próximos meses de 2012 são melhores que qualquer economista de plantão poderia imaginar. Corroborando essa expectati- va de um futuro próximo promissor (que bom!), e reforçando a oportu- na entrevista concedida nesta edi- ção pelo presidente da Via Engenha- ria, Fernando Queiroz, há a mensa- gem natalina resumida numa simples frase pela versão de um Papai Noel sem trenó, ou seja, o Presidente da FIBRA, Antônio Rocha: — Não há espaço para o pessi- mismo. Os grandes eventos esporti- vos internacionais que terão sede no Brasil passarão por aqui e, com isso, ainda há muito que se construir. Para confirmar que empresá- rio que se preza não dorme de olhos abertos, levantamento realizado pela empresa Ernst & Young indica que a Copa do Mundo irá quintuplicar os investimentos diretos realizados no País, injetando nada menos de R$ 142,39 bilhões na economia brasilei- ra até 2014. De nossa parte, a reboque dessa acalentadora previsão de bons ven- tos, desejamos aos nossos leitores votos de um 2012 com Saúde e mui- ta Paz! O Editor Página 3 Entrevista exclusiva nas páginas 4, 5 e 6 ,QFOXVmR 6RFLDO 7UDEDOKR H $FHVVLELOLGDGH SDUD 3HVVRDV FRP 'H¿FLrQFLD www.apaedf.org.br Ano Novo, tempo bom à vista Uma Copa do Mundo repercute positivamente em todos os setores. E não será diferente com o mercado imobiliário

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Page 1: Jornal Tribuna Ano III numero 32 - final - sampaiopinto.adv.brsampaiopinto.adv.br/pdf/Tribuna32.pdf Construção Civil (Sinduscon – DF) – segundo as quais as perspectivas para

DIREITO DO TRABALHO: JUSTA CAUSA, REVISTAS

E FILMAGENS

Fernando Queiroz, Presidente da Via Engenharia

JURISPRUDÊNCIACOMENTADA: ATRASOS DE

OBRAS E DANOS

DICIONÁRIO:INCORPORADOR É PESSOA FÍSICA

OU JURÍDICA

Página 7

REPERCUSSÕESPRÁTICAS DANOVA LEI DO AVISO PRÉVIO

Página 2

Página 8

Ano IV Número 32 Brasília, Novembro/Dezembro de 2011

INFORMATIVO JURÍDICO

UM MECANISMO DE CONHECIMENTO E ATUALIZAÇÃO NA ÁREA IMOBILIÁRIA

Pelo dito, ouvido e publicado, a crise econômica mundial que por tabela provocou neste finalzinho de ano a descida do PIB nacional ao nível mais baixo dos últimos me-ses, felizmente não será extensiva ao mercado imobiliário brasileiro, muito menos afetará o boom no se-tor que ultimamente tem sido uma constante, com destaque no Distri-to Federal.

É o que se pode deduzir com base nas sondagens que foram fei-tas pela indústria da construção ci-vil, realizada pela Federação das Indústrias do DF (FIBRA), em par-ceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon – DF) – segundo as quais as perspectivas para os próximos meses de 2012 são melhores que qualquer economista de plantão poderia imaginar.

Corroborando essa expectati-va de um futuro próximo promissor (que bom!), e reforçando a oportu-na entrevista concedida nesta edi-

ção pelo presidente da Via Engenha-ria, Fernando Queiroz, há a mensa-gem natalina resumida numa simples frase pela versão de um Papai Noel sem trenó, ou seja, o Presidente da FIBRA, Antônio Rocha:

— Não há espaço para o pessi-mismo. Os grandes eventos esporti-vos internacionais que terão sede no Brasil passarão por aqui e, com isso, ainda há muito que se construir.

Para confirmar que empresá-rio que se preza não dorme de olhos abertos, levantamento realizado pela empresa Ernst & Young indica que a Copa do Mundo irá quintuplicar os investimentos diretos realizados no País, injetando nada menos de R$ 142,39 bilhões na economia brasilei-ra até 2014.

De nossa parte, a reboque dessa acalentadora previsão de bons ven-tos, desejamos aos nossos leitores votos de um 2012 com Saúde e mui-ta Paz!

O Editor

Página 3

Entrevista exclusiva nas páginas 4, 5 e 6

Página 7

Página 3

MANUTENÇÃO PREDIAL COMO

OBRIGAÇÃO DOSMORADORES

Página 2

Inclusão Social, Trabalho e Acessibilidade para Pessoas com De ciência

Ano III Número 25 Brasília, Setembro/Outubro de 2010

Francisco Machado, Presidente do Crea-DF

Entrevista exclusiva nas páginas 4, 5 e 6

Brasília ostenta o mais alto PIB per capita do Brasile tem o maior canteiro de obras da América Latina

INFORMATIVO JURÍDICO

UM MECANISMO DE CONHECIMENTO E ATUALIZAÇÃO NA ÁREA IMOBILIÁRIA

www.apaedf.org.br

A festa do 5º Salão Wimóveis

Considerado como o maior acon-tecimento no gênero no Distrito Federal, o Salão Wimóveis propor-

cionará pela quinta vez consecutiva à comunidade brasiliense a oportunidade de unir o útil ao agradável, ao instalar-se de 24 a 28 deste mês de novembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, valendo como oportunidade única para os interessados pesquisarem, conhecerem e concretizarem o sonho da casa própria. Como ocorre desde o início, o comitê organizador responsável pelo planejamento do Salão é formado por entidades do setor, como a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), Associação dos Notários e Registradores (Anoreg-DF), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-DF), Sindicato dos Gestores e Corretores de Imóveis (Sindigeci-DF), Sindicato da Habitação (Secovi-DF), Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) e Casa Park.

Modernos estandes já foram estrategicamente instalados numa área de cinco mil metros quadrados e que colocarão à disposição do público mais de 10 mil imóveis, com presença prevista de visitantes acima de 40 mil pessoas. Neste

5º Salão Wimóveis participarão mais de 100 empresas, entre as quais imobiliárias, incorporadoras, construtoras, além da presença de corretores de imóveis e bancos nanciadores.

Em fase nal, tudo está sendo preparado com o maior esmero, com base no know-how dos quatro anos anteriores, inclusive alternativas de conforto, a exemplo do auxílio de manobristas, brinquedoteca para as crianças e restaurantes, a m de proporcionar aos clientes mais tranqüilidade na hora de fechar o negócio. Durante o evento, haverá diversas palestras sobre o ramo imobiliário, objetivando orientar os consumidores sobre como aplicar e investir melhor.

Além de ressaltar o aumento de permanência da exposição para cinco dias, o diretor do Wimóveis, Marcelo Ramos, faz uma avaliação do evento:

— “No ano passado tivemos mais de 34 mil visitantes durante os três dias de evento, o que gerou R$ 156 milhões em vendas. Acredito que este resultado foi a resposta dos consumidores brasilienses, demonstrando que acreditam no mercado imobiliário candango como um porto seguro e rentável”.

O Editor

TERMINOLOGIATÉCNICA NODICIONÁRIO

JURÍDICO

IRPJ: NÃOINCIDÊNCIA

SOBRE CORREÇÃOMONETÁRIA

“MINHA CASA,MINHA VIDA”:

BENEFÍCIOTRIBUTÁRIO

Página 8

Ano III Número 25 Brasília, Setembro/Outubro de 2010

Brasília ostenta o mais alto PIB per capita do BrasilBrasília ostenta o mais alto PIB per capita do Brasile tem o maior canteiro de obras da América Latina

Ano Novo, tempo bom à vista REPERCUSSÕES

Entrevista exclusiva nas páginas 4, 5 e 6

Ano Novo, tempo bom à vista

Uma Copa do Mundo repercute positivamente em todos ossetores. E não será diferente com o mercado imobiliário

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Brasília, Novembro/Dezembro de 20114

Entrevista exclusiva a FERNANDO PINTO

Formado em Engenharia Civil e Eletrotécnica pela Escola de Engenharia da Univer-sidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, sua cidade natal, Fernando Márcio Queiroz é um dos mais renomados e competentes profi ssionais da construção

civil brasileira. Após larga experiência em importantes empresas do setor, fundou, em 1980, a Via Engenharia, hoje uma das mais respeitadas construtoras do País.

Seu estilo profi ssional, informal no trato com as pessoas e enérgico nas nego-ciações, somado ao dom da oratória, exercitado durante o período como professor de Química no Instituto Grambery e da UFJF, acabou levando-o a ser uma das prin-

REPÓRTER – Qual o segredo de sua Empresa ter se mantido sólida apesar das diversas mudanças econômicas e políticas do País nas últimas três déca-das, bem como sobre a versatilidade para atuar com a mesma efi cácia e su-cesso em obras públicas e privadas?FERNANDO QUEIROZ – A Via sempre apostou na inovação tecnológica, na especialização dos recursos humanos e na solidez fi nanceira como fi losofi as de gestão. Todo esse esforço nos garantiu liderança e sucesso de mercado, além de uma base consistente para oferecer ao cliente cada vez mais benefícios por metro quadrado, ou seja, produtos de qualidade reconhecida e excelência nos serviços de atendimento em ambos os negócios de atuação. REPÓRTER – Pode fazer um resumo sobre o histórico da Via Engenharia?FERNANDO QUEIROZ – Com 31 anos de atuação nos segmentos de constru-ção pesada e civil e de construção e in-corporação imobiliária, a Via fi rmou-se como uma das principais empresas do setor no Brasil pela solidez fi nanceira e pelo alto padrão de qualidade e tecnolo-

PONTO DE VISTA

Fernando Queiroz, Presidente da Via Engenharia

Uma Copa do Mundo repercute positivamente em todos ossetores. E não será diferente com o mercado imobiliário

REPÓRTER – Qual o prazo previs-to para entrega do Estádio Nacional (antigo “Mané Garrincha”) e qual a sua expectativa da repercussão da Copa no setor imobiliário. Haverá uma valorização? Será passageira ou a Copa agregará valor aos imóveis da Capital Federal?FERNANDO QUEIROZ – O consórcio Brasília 2014, do qual o Grupo Via participa, está empenhado na con-clusão do Estádio Nacional dentro do prazo para a realização da Copa das Confederações, que ocorrerá no 1º

gia de seus projetos. É responsável pela entrega de mais de 40 mil imóveis em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo e por obras de expressão nacional como a Ponte JK, o Museu da República em Brasília e a Estação Ciência em João Pessoa, projetos de Oscar Niemeyer; o Expominas, maior centro de eventos da América Latina, além de diversos quilômetros de rodovias nas principais regiões do Brasil.REPÓRTER – Cite algumas das prin-cipais obras que estão sendo realiza-das no momento.FERNANDO QUEIROZ – Atualmente, a Via desenvolve 23 empreendimentos residenciais e comerciais em diversos segmentos com investimentos acima de R$ 1,8 bilhão e obras de vulto como a nova sede do TSE, o Estádio Nacional de Brasília, o Centro de Convenções em João Pessoa e o edifício da Fortuz em Belo Horizonte, com padrão “leed” de sustentabilidade. Com cerca de cin-co mil colaboradores e certifi cada por normas internacionais, é considerada a melhor empresa de engenharia do Brasil nos critérios de inovação e qualidade.

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Brasília, Novembro/Dezembro de 2011 5

Entrevista exclusiva a FERNANDO PINTO

semestre de 2013. Um evento com a grandiosidade como a Copa do Mun-do repercute positivamente em todos os setores, e não seria diferente com o mercado imobiliário. Ao tempo que o número de ofertas de imóveis vai au-mentar, todas as melhorias na parte de infraestrutura, transporte e de ser-viços influenciarão nesta valorização, que ficará como legado para a Capital Federal.

REPÓRTER – A propósito da entre-ga de obras, como a Via tem conse-guido antecipar a entrega de algumas

cipais lideranças do empresariado brasiliense e a exercer importantes cargos em entidades nacionais.

Muito respeitado pelo empresariado nacional, foi eleito em 2009, pelo sétimo ano consecutivo, um dos líderes setoriais mais importantes do País pelo Fórum de Líderes Empresariais. Um dos grandes orgulhos do empresário é ter os dois fi lhos trabalhando com ele na empresa: Fernando Márcio, administrador e membro da diretoria do Grupo Via, e Márcio Henrique, engenheiro civil como o pai e responsável por importantes obras na empresa. Se prevalecer a genética, os negócios estarão sempre em boas mãos.

Fernando Queiroz, Presidente da Via Engenharia

Uma Copa do Mundo repercute positivamente em todos ossetores. E não será diferente com o mercado imobiliário

obras em um cenário de muitas recla-mações sobre a escassez de mão-de-obra qualifi cada? Do ponto de vista global, fale sobre o problema e sobre as possíveis soluções.FERNANDO QUEIROZ – A Via é uma empresa comprometida com seus clien-tes e rigorosa com os planejamentos. A entrega antecipada de alguns dos nos-sos empreendimentos é resultado do trabalho diário feito com seriedade pela nossa equipe, uma das mais capacita-das do setor e de fortes investimentos em tecnologia. A escassez de mão-de-obra é de fato uma barreira para gran-des avanços, mas estamos investindo no desenvolvimento de profi ssionais para suprir as necessidades. De uma maneira geral, a solução a médio e lon-go prazos seria ampliar os investimen-tos públicos em educação e ensinos técnicos.REPÓRTER – Sempre que recebe prêmios e homenagens, o senhor cita a importância de seus colabo-radores, desde os diretores até os operários. Fale sobre o diferencial de gerir com foco em grandes objeti-

vos, mas sem perder a preocupação com as pessoas.FERNANDO QUEIROZ – Os grandes objetivos só são conquistados com o comprometimento de uma equipe com-petente e motivada. A Via reconhece a importância de seus colaboradores, pois eles são os fundamentos do nosso sucesso e investe na capacitação e no desenvolvimento de talentos. Ao com-pletarmos 31 anos de atuação, temos em nosso quadro centenas de colabo-radores com mais de 15 anos de casa e que vêm crescendo profi ssionalmente .REPÓRTER – A propósito dessa preocupação, não obstante o ad-vento da modernidade, os acidentes do trabalho ainda afetam bastante o segmento da construção civil. Con-tudo, é sabido que a Via tem iniciati-vas diferenciadas de proteção e pre-venção. O senhor poderia falar um pouco mais sobre o assunto?FERNANDO QUEIROZ – A Via tem de fato uma política de treinamentos e investimentos em segurança reconhe-cidos no setor. Trabalhamos diuturna-mente com a conscientização do cola-

“A Via foi uma das primeiras empresas a

construir no mais novo bairro de Brasília:o Setor Noroeste”

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Brasília, Novembro/Dezembro de 20116Uma Copa do Mundo repercute positivamente...borador, que é a parte mais importante desse processo com o controle rigoroso de nossos engenheiros e técnicos de segurança, e em contrapartida dispo-nibilizamos todos os equipamentos modernos de uso coletivo e individual necessários para evitar acidentes. Em março, mês de aniversário da Via, rea-lizamos anualmente a Semana de Se-gurança do Trabalho, envolvendo todos os canteiros de obras da Via no Distrito Federal e em outros sete Estados que temos atuação. O evento, que já está na 6ª edição, realiza diversas atividades como palestras, teatros, distribuição de cartilhas, campanhas de vacinação, en-tre outros, que mobilizam os cinco mil colaboradores e promovem novas atitu-des em prol da segurança. Esses inves-timentos acabaram de ser reconhecidos com as certifi cações ISO 14001, de Gestão Ambiental e a OHSAS 18001, de Saúde e Segurança do Trabalho, ex-pedidas pela TÜV Rheinland, uma das principais certifi cadoras do mundo.REPÓRTER – E sobre as campanhas de solidariedade. O que o senhor po-deria acrescentar?FERNANDO QUEIROZ – A Via é uma empresa que se preocupa com o meio ambiente e com a melhoria da qualidade de vida das famílias e, ao longo do tempo, tem feito a sua parte investindo em ações sociais para ajudar a parcela carente da população. Anualmente promovemos uma campanha de arrecadação de aga-salhos e vestuários para entidades de apoio a crianças e idosos, envolvendo clientes, fornecedores e colaboradores, e temos grandes parcerias com programas já implementados, assegurando o uso dos recursos que doamos anualmente.REPÓRTER – O senhor admite que esteja cada vez mais viável e segura a inclusão das pessoas com defi ciên-cia na construção civil, principalmente após a iniciativa do Sinduscon-DF de

colocar em prática um programa de capacitação para essas pessoas?FERNANDO QUEIROZ – A iniciativa do Sinduscon-DF foi importante para facilitar a inclusão de profi ssionais com neces-sidades especiais na construção civil, já que é uma atividade que exige muita técnica e segurança. Temos feito a nossa parte, com apoio dessas entidades.REPÓRTER – Está em voga falarem hoje sobre a responsabilidade ambien-tal também na seara da construção ci-vil. Explique em que medida essa nova postura dos empresários pode ser útil à sociedade.

REPÓRTER – A Via Engenharia ga-nhou, mais uma vez, o prêmio de maior recolhedora de impostos no setor de construção do Distrito Federal. Porém, essa postura é sempre acompanhada da gestão austera e responsável. As-sim, como o senhor avalia a importân-cia de a empresa ter um planejamento prévio e efi ciente no âmbito tributário e trabalhista?FERNANDO QUEIROZ – Estamos satis-feitos em receber o prêmio Maiores do DF. É um reconhecimento ao trabalho sério e competente realizado pela Via, sempre com foco no desenvolvimento da cidade e no bem-estar de nossos clientes, parceiros e colaboradores. Mais do que uma obriga-ção das empresas, o planejamento tribu-tário e trabalhista deve ser uma prática de gestão, dentro dos princípios modernos de atuação dos principais mercados do mundo, respeitando a legislação vigente. REPÓRTER – Por fi m, considerando que outras regiões já não mais pos-suem áreas disponíveis para constru-ção, ou possuem poucas, além do Se-tor Noroeste e, ainda, de Águas Claras, quais são as áreas do DF que o senhor vislumbra mais promissoras, tanto so-bre os empreendimentos voltados para o público de alta renda, como para aqueles de rendimentos mais acanha-dos? E quanto ao Entorno: qual a sua percepção?FERNANDO QUEIROZ – Especifi camen-te em Brasília, estamos empenhados no desenvolvimento de novos bairros como o Setor Noroeste e consolidando outros como Asa Sul, Setor Sudoeste e Águas Claras. Nas cidades-satélites, como Sa-mambaia, estamos preparando grandes investimentos em residenciais com concei-tos de bairro, oferecendo lazer e segurança para essa região. No geral, manteremos a estratégia de oferecer aos clientes os melhores empreendimentos do mercado, apostando sempre na inovação.

FERNANDO QUEIROZ – A atividade da construção civil é de transformação, e isso tem um impacto ambiental. A Via investe em novas tecnologias, ecologicamente corretas, para minimizar esse impacto e temos projetos de compensação ambien-tal reconhecidos pelos órgãos competen-tes. Queremos um futuro saudável para as novas gerações, o que nos incentiva a investir cada vez mais em projetos sus-tentáveis. Estamos construindo o maior volume de obras do País, como já disse, com o padrão “leed” de sustentabilidade, a exemplo do Green Towers Brasília e o Edifício CNC – escritórios comerciais em Brasília, o Edifício da Forluz em Belo Ho-rizonte e o Estádio Nacional de Brasília, que somam uma área de 580 mil m2.

Inúmeros empreendimentos construídos pela Via no DF estão

diretamente ligados à história

da cidade

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Brasília, Novembro/Dezembro de 2011 7JURISPRUDÊNCIA COMENTADA

APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA - SERVIÇOS PRESTA-DOS SEM FORMALIZAÇÃO DE CONTRATO - PAGA-MENTO DEVIDO AO PROFISSIONAL - DANOS MORAIS - NÃO CONFIGURAÇÃO - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Restando comprovado pela autora que as tratativas entre as partes ocorreram como afi rmado, nos ter-mos do inc. I do art. 333 do CPC, não obstante a ausência de contrato formal é dever da parte ré a contraprestação pecuni-ária pelo serviço executado. 2. Para a confi guração do dano moral, necessário sopesar se houve abalo psíquico, moral e intelectual da vítima, não bastando simples alegações con-substanciadas em mero dissabor decorrentes da frustração do negócio aventado entre as partes para impor o dever de inde-nizar. 3. Recurso conhecido e PARCIALMENTE PROVIDO. (TJDFT, 20100110926737APC, Relator HUMBERTO AD-JUTO ULHÔA, 3ª Turma Cível, julgado em 01/12/2011, DJ 07/12/2011 p. 169)

Para que se acolha o contrapeso por dano moral, é pre-ciso mais que o mero desgaste ou frustração, sendo necessária a diferenciação entre um mero aborrecimento do cotidiano e um aborrecimento extremamente signifi cativo apto a ofender a dignidade da pessoa humana. O dano moral incide, por conse-guinte, na lesão que abrange um dos direitos da personalidade da vítima, como por exemplo, o direito à integridade psíquica, moral e física. Assim sendo, o mero dissabor não pode ser ele-vado ao patamar do dano moral, mas apenas aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida.

Neste sentido, tem-se o entendimento pacifi co do Egré-gio Tribunal de Justiça do Distrito Federal sobre o tema.

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE COMPRA E VEN-DA DE IMÓVEL. PRESENÇA DE INCAPAZ. NULIDADE PARCIAL. VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO QUAN-TO AOS DEMAIS ALIENANTES. LUCROS CESSANTES. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. A invalidade par-cial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for cindível, consoante dispõe o art. 184 do Código Civil. A indenização pelos lucros cessantes é devida por quem está na posse do imóvel e deu causa ao descumprimento contratual, sob pena de enriquecimento sem causa. Mero aborrecimento decorrente do inadimplemento contratual não se erige à catego-ria de dano moral. (20080110746336APC, Relator CARME-LITA BRASIL, 2ª Turma Cível, julgado em 16/11/2011, DJ 22/11/2011 p. 89).

Frisa-se que o mero inadimplemento contratual não con-fi gura a ocorrência de dano moral. Entretanto, caso o inadim-plemento ou sua reincidência extrapole a esfera do mero abor-recimento e viole direitos da personalidade, tem-se, portanto, o dever de indenizar.

Do mesmo modo, a invalidade parcial de um negócio jurídico, por si só, não gera o direito à indenização por dano moral.

APELAÇÃO CIVIL. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. CLAUSULA CONTRATUAL. DESCUMPRI-MENTO. MERO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS - SENTENÇA MANTIDA. 1. O mero inadimplemento contratual, sem rele-vantes peculiaridades ofensivas, não autoriza o dano alegado. 2.Consoante pacífi co entendimento jurisprudencial, o atraso na entrega de imóvel em construção não confi gura dano moral, eis que consiste mero aborrecimento. 3. Apelação improvida. (TJDFT, 20070110810728APC, Relator LUCIMEIRE MA-RIA DA SILVA, 1ª Turma Cível, julgado em 10/11/2011, DJ 23/11/2011 p. 87).

Na espécie, o atraso na entrega de imóvel em construção não confi gura dano moral por se tratar de mero inadimplemen-to contratual.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO. FINANCIAMENTO DE IMÓVEL. DI-LIGÊNCIAS PARA DISPONIBILIZAÇÃO DO VALOR NÃO EFETIVADAS. DÉBITO INDEVIDO DAS PRES-TAÇÕES. ENGANO JUSTIFICÁVEL. INOCORRÊNCIA. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. MULTA DIÁRIA. § 4º DO ARTIGO 461 DO CPC. INADIMPLEMENTO CONTRA-TUAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AOS DIREITOS DE PERSONALIDADE. DANOS MORAIS. INOCORRÊNCIA. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1 - Não ha-vendo nos autos qualquer prova ou mesmo alegação no senti-do de que os débitos indevidos foram promovidos por engano justifi cável, mormente diante da obviedade da constatação de que não se poderia efetuar o débito das prestações do fi nan-ciamento enquanto o valor respectivo não fosse efetivamente liberado, revela-se escorreita a determinação de restituição em dobro dos valores debitados indevidamente, nos termos do que determina o parágrafo único do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor. 2 - Guardando consonância com a fi nalidade de compelir o Réu a cumprir a obrigação específi ca e respaldada pelo art. 461, § 4º, do CPC, é plenamente admissível a comi-nação de multa diária, não sendo, ademais, viável condicionar o início do prazo de cumprimento da obrigação à entrega das vias do contrato pela parte Autora, haja vista que, em várias ou-tras oportunidades, o Banco poderia tê-las requerido, bastando, agora, sua solicitação diretamente à parte, a qual, interessada que é no cumprimento da obrigação, certamente não oferecerá resistência ao pedido. 3 - O dano moral é o prejuízo que afe-ta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima, ofendendo os direitos da personalidade. No entanto, não é qualquer dis-sabor comezinho da vida que pode ensejar indenização, mas as invectivas que atingem a honra alheia, causando dano efe-tivo. 4 - O inadimplemento contratual, por si só, não é causa sufi ciente à caracterização do dano moral, uma vez que suas consequências normais traduzem-se em aborrecimentos inap-tos a acarretar reparação na forma pleiteada. Se a insatisfação sofrida for comum a todo tipo de inadimplemento, não resta confi gurado dano que ocasione um distúrbio ou desconforto anormal na vida do indivíduo. Assim, embora se reconheça que a conduta do Apelante tenha provocado transtornos, preocupa-ção e irritação, não há como reconhecer que tenha ultrapassado a linha do mero aborrecimento para atingir a esfera íntima da parte, com prejuízo à sua honorabilidade, notadamente quando se verifi ca que não teve seu nome inscrito nos órgãos de pro-teção ao crédito, nem restou inviabilizada a concretização da compra e venda dependente do cumprimento do contrato de fi nanciamento pelo Banco. Apelação Cível parcialmente provi-da. Maioria. (TJDFT, 20080510085535APC, Relator ANGE-LO PASSARELI, 5ª Turma Cível, julgado em 10/08/2011, DJ 18/08/2011 p. 213).

O engano justifi cável que não ultrapassa a linha do mero aborrecimento, também é algo que não enseja dano moral. Re-gistra-se que, um dos fatos que certamente ocasionará o dever de indenizar por dano moral é a inscrição indevida do nome de alguém nos órgão de proteção ao crédito, conforme reiterada jurisprudência.

....................................................Por Bruno Dela Coleta Macedo

OAB/DF 32.313 Advogado e Consultor Jurídico

Sócio da SP&A Advocacia e Consultoria [email protected]

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Brasília, Novembro/Dezembro de 20118

Envie suas perguntas e sugestões para [email protected]

1) A empresa tem o direito de fi scalizar o e-mail dos seus funcionários ou prestadores de serviços ou isso confi guraria quebra de sigilo de correspondência?

Sim, desde que o e-mail seja institucional (nomedocolabo-rador@nomeda empresa.com.br), com a propriedade e o forneci-mento do domínio pela empresa. Além disso, se a verifi cação dos dados e informações for realizada diretamente no computador, claramente este deverá ser da contratante. O entendimento majo-ritário dos juristas especializados é que “a empresa tem o direito-dever de manter vigilância sobre tudo o que acontece no local de trabalho. Até porque poderá responder por eventuais ações de seus empregados e que atinjam terceiros.” Existem, inclusive, precedentes jurisprudenciais que autorizam a demissão por justa causa, em caso de utilização inadequada do e-mail profi ssional, para fi ns de concorrência desleal e outras práticas ilícitas. De todo modo, é altamente recomendável, a título de reforço, que haja cláusula específi ca sobre o assunto no contrato de trabalho, de prestação de serviços ou que os colaboradores assinem termo escrito no qual atestem ter ciência das regras e limitações ineren-tes ao uso de internet e das caixas corporativas de mensagens.

2) Como faço para aplicar uma suspensão ou, em casos mais graves, demitir um empregado por justa causa?

A suspensão decorre normalmente de uma conduta grave que não autorize a demissão imediata ou da incontinente repeti-ção de infrações laborais de natureza média. Recomenda-se que o patrão lavre um termo de suspensão no qual conste o motivo da aplicação da pena e o tempo de vigência dela, colhendo as-sinatura do funcionário infrator, ou, em caso de recusa dele, de duas testemunhas do ato. Deve-se lavrar este documento em três vias: uma para o arquivo da empresa, uma para o empregado e a última para controle e providências da contabilidade. As faltas justifi cadoras de demissão por justa causa estão previstas no art. 482 da CLT. Algumas delas, como o ato de improbidade e a vio-lação de segredo empresarial, desde que inequivocamente de-tectadas, autorizam o empregador à imediata demissão por justa causa. Outras, como a “desídia no desempenho das respectivas funções” (atrasos reiterados, por exemplo), requerem, por pre-

MANUAL IMOBILIÁRIOcaução, a aplicação de advertência, verbal, escrita e de suspen-são, antes do defi nitivo afastamento por justo motivo.

3) É possível fazer um inquérito interno antes de demitir um funcionário por justa causa?

Em alguns casos, existe uma desconfi ança de furto, fraude ou repasse de informações sigilosas, mas sem um juízo inicial de certeza em relação ao efetivo responsável e ao montante do prejuízo. Nessas hipóteses, para evitar a aplicação temerária ou açodada de justa causa, é de todo recomendável que se abra um inquérito para apuração da responsabilidade e da extensão da conduta faltosa. Porém, este inquérito, no âmbito celetista, não é interno (como no funcionalismo público), mas sim ajuizado peran-te a Justiça do Trabalho, com o apoio de um advogado especiali-zado, e direito de oitiva dos envolvidos.

4) O patrão tem o direito de revistar funcionários, para evitar furtos?

Sim, mas desde que o faça de forma sistemática e modera-da, pois, segundo o Tribunal Superior do Trabalho, não pode violar os princípios da presunção da inocência, da razoabilidade, da pro-porcionalidade, e da dignidade da pessoa humana. Em julgamento dessa já citada Corte Especializada, defi niu-se que: “Efetivamente, a maneira como realizada a revista, é que defi nirá a ocorrência ou não de dano moral. Nesse contexto, somente enseja o pagamen-to de indenização por dano moral, a revista em que o empregador extrapola o seu poder diretivo, mostrando-se abusiva, por constran-ger os empregados, colocando-os em situações de ultrajante, em frontal desrespeito à honra e à intimidade da pessoa humana. Na hipótese dos autos, segundo o quadro fático defi nido pelo Regional, não se pode considerar abusiva, nem vexatória, a revista, não en-sejando, portanto, a condenação à indenização por dano moral, já que a revista foi realizada mediante o - exame de sacolas e bolsas ao fi nal do expediente -, sem que o segurança sequer tocasse no empregado.” No entanto, sendo o tema ainda altamente polêmico, recomenda-se sempre que a empresa consulte um advogado de sua confi ança, explanando seus motivos, de maneira que tal pro-fi ssional possa analisar, no caso concreto, a viabilidade e forma de implantação do sistema de revistas.

5) Existe restrição quanto a fi lmagens no ambiente de tra-balho?É possível fi lmar o cotidiano profi ssional, a pretexto da segurança, desde que os empregados e demais contratados sejam previa-mente comunicados, de preferência por escrito, havendo restrição apenas à fi lmagem íntima, sobretudo em sanitários e vestiários. A instalação de placas avisando sobre fi lmagem em curso também é de bom alvitre.

....................................................Por Cláudio Sampaio,Advogado e Consultor,

Especializado em Direito Imobiliário,[email protected])