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Page 1: JORNAL redacao@gazetanossa.com.br Edição Especialtário Estácio de Albuquerque Coimbra, governador do es-tado de Pernambuco de 1926 a 1930. Em seu primeiro ano de atividades produziu

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Edição EspecialEdição Especial

Rua Conselheiro Antonio Jorge

(Prainha) Arquivo Ninho Lopes

Usina Central Barreiros,1960. Autor e origem não identifi cadosPátio Sta Terezinha com pequena praça ao centro. Autor não identifi cado

Praça Domingos Tenorio em 1960

Rua Dom Luiz na década de 1960. Arquivo Gibson Barbosa

Usina Central Barreiros,

1937. Arquivo Yvon Andrade

Praça Domingos

Tenorio, com a população

nas ruas. Arquivo Edvaldo Buarque

Vista parcial da rua Ayres Belo

nos anos 60. Arquivo Gibson

Barbosa

De cima para baixo:Acadêmico Ruy de Ayres Belo, Manoel Vieira Cavalcanti Filho eEstácio Coimbra

Edwiges de Sá

Pereira e Gonçalo

Cassimiro Jacome de

Araújo

BARREIROS, 19/07/2014

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GRANDE LITORAL ESPECIAL JULHO/2014 PAGINA 2

Barreiros e sua históriaSegundo a publicação Mo-

nografi as Municipais, do IB-GE, editada em 1960, a his-tória de Barreiros teria come-çado no princípio do século XVIII, quando índios de uma aldeia localizada no Enge-nho Benfi ca (então morgado do Cabo), foram de lá trans-feridos para as proximidades do rio Una. A justifi cativa dos proprietários de engenhos lo-cais era que por aqui eles po-deriam viver facilmente da ca-ça e da pesca, deixando a sal-vo as plantações dos engenhos próximos à aldeia.

Deslocaram-se então os índios para as margens do Rio Una, e situaram-se num pon-to elevado, onde atualmente se localiza o Hospital Colônia Vicente Gomes de Mattos. Ali foi levantada uma capela, que hoje não mais existe, sob a in-vocação de São Miguel.

As escavações feitas por porcos do mato deram nome à localidade que nascia, pois os índios começaram a deno-miná-la “barreiros”.

Próximo a estes barreiros começou a crescer e a fi xar-se um núcleo populacional, que anos depois viria a se tornar sede do município. A antiga aldeia dos índios fi cou então conhecida pelo nome de Bar-

Rua antiga em Barreiros. Foto: Blog do Iba Mendes

AGRADECIMENTOS

reiros Velhos, enquanto o lo-cal da atual cidade fi cou sendo denominado apenas Barreiros.

Pela lei provincial de nú-mero 314, de 13 de maio de 1853, o governo de José Ben-to da Cunha e Figueiredo, a localidade foi elevada a cate-goria de Vila, com território desmembrado do município do Rio Formoso e da Fregue-sia de Água Preta. A instalação do município ocorreu alguns anos depois, em 19 de julho de 1860, no Governo Provincial de Ambrósio Leitão da Cunha.

Esta data passou a ser co-memorada como o aniversário de Barreiros, embora a posse do primeiro prefeito só tenha se dado em 1893. Antes disso, em 1872, no governo de Ma-noel do Nascimento Machado Portela, foi criada a Comarca dos Barreiros, tendo como pri-meiro Juiz de Direito o Dr João Francisco da Silva Braga, e co-mo primeiro promotor o Dr. Mendo de Sá Barreto Sampaio.

A elevação à categoria de cidade veio em cumprimen-to à Lei Provincial número 38,

de 03 de junho de 1892, no go-verno de Alexandre José Bar-bosa Lima.

Em 23 de fevereiro de 1893, assumiu o primeiro prefeito Jo-sé Nicolau Pereira dos Santos, tendo como sub-prefeito An-dré Gonçalves Camboim. Foi sucedido em 1895 pelo dr Es-tácio Coimbra, que recebeu o cargo simultaneamente com o de deputado estadual. Depois vieram Samuel Hardmann, em 1903, Constantino Gomes Pe-reira, em 1906, e José Martins Miranda, em 1908.

Aos leitoresEsta edição especial sobre os 154 anos de Barreiros é

dedicada a você, leitor. Fruto de um trabalho de pesqui-sa destinado a deixar registrada um pouquinho da histó-ria de Barreiros e da sua gente. Esta edição não seria pos-sível sem a colabora-ção de inúmeras pes-soas, que nos forne-ceram fotos e dados históricos, como Gib-son Barbosa e outros. Algumas fotos estão sem autoria, pois fo-ram “pescadas” na Internet, onde nem sempre é dado o cré-dito ao autor ou de-tentor dos originais.

Mas sobretudo, queremos agrade-cer a participação va-liosíssima do pesquisador Yvon Andrade, cujo livro “Me-mórias Barreirenses” serviu de base a todo este trabalho, acrescido de conversas esclarecedoras com este homem lú-cido e indispensável para a história de Barreiros.

Assim sendo, quaisquer possíveis erros, enganos ou in-defi nições devem ser debitadas à equipe do jornal Gran-de Litoral.

Boa leitura, e que sirva de estímula para novos leitortes e novos pesquisadores, aqui em Barreiros e noutros cantos onde chegue esta edição.

Paulo Rocha, Misso Melo, Jacione Melo e Wilza Carla

Yvon Andrade

No Centro de Barreiros,

em cima da Padaria Julieta. Fone 3675.2844

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GRANDE LITORAL ESPECIAL JULHO/2014 PAGINA 3

Ponte de BaetéAntiga ponte metálica Estácio Coimbra. Foi construída em

1908 sobre o Rio Una, no governo provincial de Herculano Ban-

deira de Melo. Foi substituída em 1941, durante o governo de

Agamenon Magalhães e destruída parcialmente na enchente de

2010. Foi reformada e inaugurada em 19 de agosto de 2013 na

gestão de Eduardo Campos, e rebatizada como ponte Miguel Ar-

raes de Alencar.

Barreiros, seus rios e PontesA história de Barreiros sem-

pre esteve ligada ao rio Una. Se-ja pela utilidade que teve até a década de 1950 (quando, nave-gável, por ele chegavam merca-dorias e por ele saía grande par-te da produção local, até o por-to de Gravatá e de lá para Reci-fe) seja pelo perigo de suas en-chentes, frequentes e sucessi-vas, que várias vezes destruiu grande parte da cidade.

O Una – Com um percur-so aproximado de 255 quilôme-tros, nasce no município de Ca-poeiras, banhando as cidades de São Bento do Una, Cachoei-rinha, Altinho, Agrestina, Pal-mares, Água Preta e Barreiros, desembocando no Atlântico, no distrito de Várzea do Una, em São José da Coroa Grande. Em Barreiros, são seus afl uen-tes o Rio Carimã e o riacho Ita-peribu.

O Carimã – Nasce no Engenho Santa Cruz, em ter-ras berreirenses, e deságua no Una, no centro da cidade. São seus afl uentes os riachos Tibi-ri e João Mulato.

Antigamente o Una e o Ca-

OUTRAS PONTES

José Canuto – Antiga Ponte do Jambeiro, sobre o Rio Carimã, liga a praça Barão de Gin-daí à rua Olímpio Tenório. Foi ampliada e reformada no governio de José Canuto (1944/1946).

Ponte da Cigana – Liga a Ayres Belo à Álvaro Conrado. Construída no terceiro governo de José Canuto (1947/1951) exclusivamente para pedestres. Foi reformada na administração de Djalma Sanguinetti e novamente na gestão de João Marcolino Gomes Júnior – João Baleia (19997/2001).

Ponte do Matadouro – De nome Ponte Dr. Osmério Omena de Oliveira, foi ampliada e re-formada no primeiro governo de Lívio Tenório (1969/1973). Liga a rua Luiz Rego à Av. Presi-dente Kennedy.

Ponte Lívio Tenório – Liga a Praça Barão de Gindaí à rua Vigário Soares. Não se tem infor-mação exata de sua construção. Foi reformada no governo de Inaldo Ferreira dos Santos.

Ponte de Tibiri – Construída sobre o leito seco após o rompimento da “barragem”, Na en-chente de 2000, no segundo mandato de João Baleia.

Ponte dos Lotes – Sobre o Rio Carimã, serve de elo entre o Largo Santa Terezinha e o bairro Othon Bezerra de Melo. Foi construída com piso de tábuas no governo de Clóvis Tenório, e de-pois reformada e ampliada no primeiro governo de Inaldo Ferreira dos Santos.

Ponte da Prainha – Liga as ruas Conselheiro Antônio Jorge e Conselheiro Manoel dos An-jos ao Barro Vermelho, passando sobre o Rio Carimã. Antes era apenas um pontilhão da Usina Central Barreiros; foi reformada e ampliada no governo de Inaldo Ferreira dos Santos e recons-truída no governo de Carlos Avelar, em 2013, sendo rebatizada com o nome de Adeildo Herme-negildo dos Santos, ex-vereador de Barreiros.

Ponte da PE 60 – Construída no governo estadual de Nilo Coelho (1967/1971).Outras – registra-se ainda a Ponte do Damião, ligando a rua Leônidas Lemos ao bairro dos

Lotes. Construída pelo Sr Damião Justo Lucas. Também a passarela João Gonzaga Filho, sobre o riacho Itaperibu, ligando os bairros Santa Gorete a Santa Marta, foi inaugurada em 1991. Feita por voluntários coordenados por Gilberto Pedreiro com material fornecido pelo então candida-to a vereador Aurino Cavalcanti da Silva.

Acima, Ponte Maria Amália, derrubada pela enchente de 2010. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Ponte Othon Bezerra de Mello

Construída em 1964, pela Usina Central Barreiros, leva-va o nome do empresário en-tão proprietário da usina.

Foi rebatizada com o no-me de Maria Amália, esposa de Othon Bezerra de Mello.

Destruída pela enchente de 2010, foi reconstruída pelo go-verno do estado na gestão do governador Eduardo Campos e reinaugurada na gestão do prefeito Carlos Avelar, agora com o nome de Prefeito Djal-ma Sanguinetti.

rimã tocavamse-se no Enge-nho Tibiri, mas seguindo ca-da qual seu caminho, o Cari-mã acompanhando algumas artérias centrais da cidade, re-encontrando-se os dois rios na Praça Barão de Gindaqí, pró-ximo ao Mercado Público. O trajeto percorrido pelos dois fi rmava uma ilha, daí o cen-tro de Barreiros ser denomina-do antigamente de Ilha Jardim.

Em 1930, foi aterrada esta primeira junção dos dois rios, no Engenho Tibiri, para que passassem as locomotivas da Usina Central Barreiros com suas cargas de cana.

A área passou a ser conhe-cida como Barragem e a Ave-nida Felisbino de Vasconcelos, de Rua da Barragem.

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Barreiros e suas usinasA história do município de

Barreiros não poderia ser con-tada sem citar a Usina Central Barreiros, sob a infl uência da qual desenvolveu-se economi-camente. A UCB se constituiu, durante mais de seis décadas, no maior polo gerador de em-pregos para a região e de im-postos para a municipalidade, mantendo cerca de 3.500 em-pregos diretos, que incentiva-ram a criação de microempre-sas e tornaram Barreiros um grande centro comercial do Litoral Sul e Mata Sul de Per-nambuco. Além disso, foi ge-radora de grandes interven-ções urbanas, como pontes, ramais férreos e edifi cações di-versas, bem como incentivou a criação de associações de di-versos matizes, sendo funda-mental para a vida social dos barreirenses.

Foi considerada, em seus tempos áureos, uma das mais modernas do parque sucroal-cooleiro nordestino, com ca-pacidade de produção anual de até um milhão de sacas de açúcar e doze milhões de litros de álcool.

A Usina Central Barrei-ros originou-se da antiga Usi-na Carassu (esta fundada, se-gundo a Fundação Joaquim Nabuco, entre 1885 e 1890, por João Carlos de Mendonça Vasconcelos e João Paulo Mo-reira Temporal) e foi instalada em 1930, tendo como proprie-tário Estácio de Albuquerque Coimbra, governador do es-tado de Pernambuco de 1926 a 1930. Em seu primeiro ano de atividades produziu 300 mil sacas de açúcar e 800 mil litros de álcool anidro em sua desti-laria.

Até 1933 teve como su-perintendente Armando de Queiroz Monteiro, pai de Ar-mando Queiroz Monteiro Fi-lho, o “Armandinho”, que veio a ser grande político e que fez seus estudos no Ginásio Oswaldo Cruz.

Armando de Queiroz Monteiro, primeiro superintende da UCB chegou a ser Ministro da Agri-cultura entre 1961 e 1962, vindo a ser pai do candidato a gover-nador de Pernambuco, Armando Monteiro.

Com a morte de Estácio Coimbra, a UCB passa a ser dirigida pelos fi lhos, Jayme Coimbra e João Coimbra Ne-to, este último tendo sido pre-feito de Barreiros entre 1937 a 1942, quando foi vendida, já com sérios problemas eco-nômicos, ao grupo Carlos de Britto & Cia, da fábrica Pei-xe, de Pesqueira. A superin-tendência passa a ser exerci-

da por Álvaro de Oliveira Aze-vedo, que imprimiu um cunho social em sua administração, com construção de moradias, equipamentos esportivos para funcionários, a capela de Nos-sa senhora do Rosário, atendi-mento médico, abono natalino e outros benefícios.

Quase 20 anos depois, em 1961, a Central Barreiros passaria novamente a outras mãos. Desta vez, foi adquiri-da pelo mega grupo do per-nambucano Othon Bezerra de Mello, grande industrial do ra-mo têxtil brasileiro e à poca si-nônimo de solidez econômica, que já era então proprietário da Usina Rio Una.

A direção da UCB fi cou com Renato Bezerra de Melo e posteriormente com seu ir-mão Roberto Brito Bezerra de Melo. Até o fechamento defi ni-tivo da usina, em 1997, muitos outros administradores passa-ram pela UCB.

Na safra 1963/1964 atingiu seu ápice de produção, com 1 milhão e 300 mil sacas de açú-car e 12 milhões de litros de álcool, um recorde no estado,

produto de aperfeiçoamento de técnicas e de equipamentos, além de avançado laboratório de pesquisas.

Em 1994, com o advento do Plano Real, que reduziu de um momento para o outrro os altíssimos índices de infl ação, a UCB sentiu a queda de um esquema fi nanceiro baseado nos lucros das aplicações diá-rias, caindo numa espiral que culminou em 1997, com a de-cretação da “Massa Falida”.

Volatizaram-se 3.500 em-pregos sem nenhuma ação concreta dos poderes públicos e sem esboço de protestos da sociedade em geral.

Da área e do patrimônio da Usina Barreiros, parete ain-da administrada pela “Mas-sa Falida”, boa parte foi distri-buída a ex-funcionários como compensação trabalhista; ou-tra área virou uma comunida-de e o as edifi cações principais mais o “largo” foraqm adquiri-das recentemente pela Prefei-tura de Barreiros, que preten-de utilizar o local como Cen-tro Administrativo, reservan-do uma área para a transferên-

cia da Feira Livre da cidade e do Mercado Público.

A Usina Rio Una – Situa-da às margens do Rio Una, foi fundada por Leopoldo Lins, no engenho Una, em 1914. Em 1929 passou a pertencer à fi r-ma A.F. Souyza & Cia, sendo posteriormente adquirida por Joaquim de Arreuda Falcão.

Naquela época, a sua produ-ção anual girava em torno de 160 mil sacas de açúcar e 100 mil litros de álcool.

Em 1945, já então dirigi-da por Corinto de Arruda Fal-cão, foi adquirida por Othon Bezerra de Mello, que também adquuiriu a Usina Santo An-dré, em Rio Formoso, unifi -

cando as duas.Em 1963, a Usina Rio Una

foi fechada e incorporada à UCB, fi cando boa parte dos funcionários sem emprego. As ruínas da Usina Rio Una são parte da paisagem de Bar-reiros, em especial seu imen-so “bueiro”, visível de toda a cidade.

A Estrada de Ferro Ta-mandaré partia da estação de Ribeirão, na linha Sul da Rede Ferroviária Nacional desde 1908. Foi adquirida pela Great Western em 1912 e se tornou o ramal de Bar-reiros, com pouco mais de 55 km de extensão. Este se-guiu operando até a primei-ra metade dos anos 1970, quando foi desativado.

A estação de Barreiros foi ofi cialmente aberta em 1912; porém, já devia exis-tir, pois esta data é a data de

compra da Estrada de Ferro do Tamandaré, então pertencen-te à Companhia Geral de Me-lhoramentos de Pernambu-co. Também há referências a ela como Estrada de Ferro Ta-mandaré a Barra de Jangada, cujo principal acionista seria o Coronel Joaquim Veríssimo do Rego*.

A E. F. de Tamandaré exis-tia desde 1908 (o que faz pre-sumir que a estação de Barrei-ros já existisse desde então). Teria esta a função de ligar a linha Sul à Usina Central de

Barreiros. Esta, por sua vez, ti-nha a maior ferrovia de usina do país, com 125 km de linhas e cerca de 41 locomotivas.

Na praia do Gravatá, até meados do século XX, havia um arruado com casas e ar-mazéns, porto marítimo e um terminal da estrada de ferro da usina. “Com a desativação do porto e terminal açucareiro, as estruturas e habitações foram desmontadas, não deixando na área lembranças dos áure-os tempos”**.

Uma das locomotivas da

usina está hoje preservada em Campinas, SP, e funcionan-do. Ainda há registros de trens correndo pelo ramal em 1972, mas já não mais no início de 1976. Em 1987, a ferrovia da usina ainda estava em funcio-namento, segundo Bertrando Bernardino, diretor do Museu do Una, em São José da Coroa Grande, município desmem-brado de Barreiros em 1964 e onde boa parte da usina esta-va localizada. Na usina, o pré-

Esplanada da Usina Central Barreiros, anos 1950. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume IV, 1958

A estrada de ferro em Barreiros

Estação Barreiros. Foto: Bertrand BernardinoAntiga locomotiva da UCB: restaurada, está em exposição no Museu do Una, em São José da Coroa Grande

dio da estação ainda existe, em péssimo estado de con-servação.

A estação de Barreiros, embora tivesse no dístico o nome da cidade, era conhe-cida como Estação do Ba-eté. Nesta estação não so-mente chegavam os trens da Great Western e depois da RFN e RFFSA como também partiam e chega-vam composições da ferro-via da usina Barreiros.

Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/pernambuco/barreiros.htm*www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev1707.pdf **www.museudouna.com.br

Safra recorde vira manchete nos jornais da época Ruínas da Central Barreiros e bairro do seu entorno. Foto: Misso Melo

Ruínas da antiga Usina Rio Una. Foto: Misso Melo

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Barreiros e suas crenças

Os barreirenses sempre conviveram harmoniosamente com as diversas crenças e prá-ticas religiosas existentes em Pernambuco. Sobressaem, no município, as religiões católica e evangélicas.

A Assembleia de Deus, fundada em Belém do Pará, em 1911, pelos suecos Daniel Berg e Gunnar Vingrenesta-beleceu-se em Barreiros em 1923, tendo como pastor Dio-medes Ferreira. Sob sua dire-ção foi criado o Coral Louvor dos Remidos, em 1941.

O templo central, cuja construção iniciou-se em 10 de março de 2004, situa-se na rua Ayres Bello (destaca-se pe-la imponência e pela capacida-de de abrigar até 2 mil pesso-as em único culto), mas exis-tem outros na periferia de Bar-reiros e em locais do interior.

Por cerca de 20 anos, o pas-tor José Basílio esteve à fren-te da Assembleia de Deus em Barreiros, vindo a falecer em 13 de maio de 2014, aos 86

anos, deixando a cidade cons-ternada.

A AD Barreiros é dirigida hoje pelo pastor Otávio Moura.

Pastor Otávio Alves de Moura. Foto: Moab Teles

Pastor José Basílio

Assembleia de DeusFoto: joaquimqueirozblogspot.com.br

Igreja Católica

Tudo começou em 1624, quando o Senhor de En-genho Diogo Paes Barre-to doou área na margem es-querda do Rio Una para a construção da Matriz de São Gonçalo do Una. A área foi doada à Cúria Eclesiásti-ca, representada pelo bispo Dom Marcos Teixeira, cria-dor da Freguesia do Una, em 1923. A inauguração da ma-triz foi em 1629.

Em 1786 foi criada a Pa-róquia de Barreiros, insta-lada no ano seguinte, tendo como primeiro padre Inácio Xavier da Costa. A constru-ção da Matriz de São Mi-guel foi iniciada em 1849 e concluída presumivelmente em 1855. Foi reformada em 1913. Tem hoje como páro-co o padre José Gusmão Ca-lado.

De grande importância para católicos em geral e pa-ra os devotos da Virgem Ma-ria é a Capela de Nossa Se-nhora do Rosário, constru-ída pela Usina Central Bar-reiros e inaugurada em 27 de outubro de 1944, no antigo campo de futebol da usina e hoje agradável praça onde se reúnem os barreirenses no dia a dia e em eventos.

OUTRAS IGREJAS E CAPELAS

Igreja de São Gonçalo do Una – Um marco histórico, de 1629, infelizmente em ruínas. Fica no Engenho Herval.

Capela de Santo Antônio – Construída em 1914, fi ca próxima à antiga Usina Rio Una.

Capela São José – Construída em 1933, fi ca no Engenho Baeté. Outra capela com o mesmo nome está na área urba-na de Barreiros.

Capela de Nossa Senhora da Conceição – Fundada pe-lo Padre Luciano Bianchi, foi inaugurada em 1986, no bair-ro Othon Bezerra de Melo.

Foto: Pablo Gusmão Lins

Primeira Igreja BatistaOriginária dos Estados

Unidos, instalou-se em Bar-reiros em 22 de setembro de 1926, tendo como primeiro pastor José Tito Fortunato. Lo-caliza-se na rua Oliveira Lima.

Seu atual pastor é Eliseu Andrade.

Outras instituiçõesIgreja de Cristo Pentecostal do Brasil – No Brasil desde 1937, foi instalada em Barreiros

em 1947, tendo no primeiro culto o pastor Eloy Pinto de Oliveira.Igreja Pentecostal Deus é Amor – Fundada em São Paulo em 1962, chegou a Barreiros

em 1996, tendo José Pedro da Silva como primeiro pastor.Igreja Cristã Maranata – Oriunda do estado do Espírito Santyo, foi instalada em Barrei-

ros em 2003, tendo Laércio Telles como primeiro pastor. Igreja Presbiteriana do Brasil – Fundada em 1859, no Rio de Janeiro, instalou-se em

1949. Moisés Araújo dos Santos foi seu primeiro pastor.Igreja Universal de Reino de Deus – A igreja fundada em 1977 por Edir Macedo tem seu

templo na rua Dr Vicente Gomes de Mattos.Igreja Comunidade da Graça – Fundada em São paulo, foi instalada em Barreiros no

ano de 2000, no bairro da Prainha, tendo como pastor Júlio da Silva Ramos.Reino das Testemunhas de Jeová – Introduzida no Brasil em 1923, oriunda dos Estados

Unidos, tem seu endfereço em Barreiros a rua Alceu Telles.Núcleo Espírita Caminhando Para a Luz – Fundamentado na doutrina kardecista, foi

fundado em 1995, por Paulo da Rocha Viana e Adilma Freire, no bairro da Prainha.Casa Matriz de Candomblé de Barreiros – Fundada em janeiro de 1965, tendo como

primeiro sacerdote Geraldo Sales Dias.Extintas – Até meados do século XX, excistiam terreiros de umbanda em Barreiros, vin-

culados aos culto afros. O mais famoso era o Xangô de Amara Roque. Na doutrina espírita, havia um núcleo do Círculo Esotérico da Comuinhão do Pensamento, fundado por Benedito Machado Pereira e José Pedro do Nascimento (Zé Flor).

Padre Gusmão

Igreja Matriz de São Miguel

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Barreirenses ilustres

Manoel Vieira Cavalcanti Filho

Nasceu em Barreiros (PE), no dia 21 de março de 1869.

Fez seus estudos em Reci-fe, onde se formou pela Facul-dade de Direito em 17 de outu-bro de 1891.

Iniciou sua carreira como Promotor Público no Estado de Pernambuco; em 1894 foi nomeado Delegado de Polícia na cidade de Recife.

No Paraná, ingressou na magistratura em 1895, quan-do assumiu o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Cerro Azul, indo, depois, para a Co-marca de São José dos Pinhais. Em 1900 atuava em Curitiba e foi designado para exercer as funções de Procurador-Ge-ral de Justiça até 1908. Foi no-meado Desembargador em 3 de agosto de 1910. Exerceu a Chefi a da Polícia em 1912.

Ainda em 1912 assumiu a Cátedra de Direito Comercial da Faculdade de Ciências Jurí-dicas e Sociais da recém-cria-da Universidade do Paraná, tendo sido também Diretor da mesma. Foi também Presiden-te do Egrégio Tribunal de Jus-tiça por duas gestões, de 1921 a 1922, e de 1925 a 1927.

Fundou, em janeiro de 1925, a revista Paraná Judici-ário, periódico de longa dura-ção e de grande signifi cado pa-ra a cultura e letras jurídicas nacionais.

Aposentou-se em 4 de agosto de 1931, contando com 38 anos de serviço público.

Era casado com Ormuzd Reis Vieira Cavalcanti. Faleceu em 31 de outubro de 1936.

Estácio CoimbraEstácio de Albuquerque Coimbra nasceu em 22 de ou-

tubro de 1872, no engenho Tentugal, na época município de Barreiros, fi lho de João Coimbra e de Francisca de Albuquer-que Belo Coimbra. Formou-se em direito em 1892, exer-cendo a advocacia em Bar-reiros, Rio Formoso e Água Preta. Casou bem com Joa-na de Castelo Branco Coim-bra, cuja família é proprietá-ria do engenho Morim, lo-cal que se transformaria na Usina Central Barreiros.

Em 1894, após ter cola-borado para a organização do Partido Republicano de Barreiros, Estácio Coimbra se elege prefeito. Poucos me-ses depois (em 10 de janeiro de 1895), é eleito deputado estadual. Em 1899, elege-se como o mais jovem deputado federal da época.

Em 1907, acumula as funções de deputado estadual e fe-deral. Nestas funções, ele conseguiu melhorias para a região de Barreiros: a instalação de uma linha férrea para o Recife, e a construção de uma ponte metálica sobre o rio Una. Em 1911, Estácio Coimbra, então Presidente da Assembléia, assu-me provisoriamente o governo do Estado de Pernambuco.

É eleito novamente deputado federal em 1915, renovan-do seu mandato por mais dois períodos, até 1922. Exerceu, ainda, os cargos de Ministro da Agricultura, na gestão de Epitácio Pessoa, e Vice-Presidente da República, no governo de Artur Bernardes (1922-1926), e assumiu também a presi-dência do Senado e do Congresso Nacional. Ainda em 1926 é eleito governador de Pernambuco. No cargo, é acusado de favorecer os rebeldes de Princesa, na Paraíba, cargo que ocu-pa até 1930, quando é derrubado do governo pela chamada “Revolução de 30”. Vai para o exílio em Portugal juntamente com o amigo Gilberto Freyre, donde retorna em 1934, reco-lhendo-se ao engenho Morim, em Barreiros afastado da po-lítica até a data do seu falecimento: 9 de novembro de 1937.

Dentre suas realizações mais importantes na vida política constam: a fundação da Escola de Agronomia, em Barreiros; o estímulo à agricultura, o cadastramento rural e o início do zoneamento econômico do Estado.

Fonte: Semira Adler Vainsencher – Fundação Joaquim Nabuco.

Acadêmico Ruy de Ayres Belo

Filho de Ayres de Albuquer-que Bello e Aurora Nunes Acio-li, Ruy de Ayres Bello nasceu em 5 de julho de 1904, no sitio Ria-cho dos Bois, no Engenho Quei-madas, município de Barreiros. Nos tempos de criança morou também no centro de Barreiros e em São José da Coroa Grande.

Com 16 anos dava aulas na escola paroquial do padre Jú-lio de Siqueira; Aos 20 anos, foi nomeado inspetor no Patrona-to Agrícola João Coimbra, em Tamandaré. Pouco mais tarde, ensinava noutro patronato – o Barão de Lucena, em Socorro, município de Jaboatão.

Era primo de Estácio Coim-bra e sobrinho de Júlio Bello, ex-governadores de Pernambuco. Seu pai foi Deputado à Câma-ra Federal em 1891. Foi eleito deputado na legenda Pelo Cris-tianismo Social, em 1934, como Deputado.

Foi Diretor da Escola Nor-mal Pinto Junior. Lecionou na Faculdade de Filosofi a Direi-to do Recife e na Universida-de Católica e na Federal de Per-nambuco. Membro da Acade-mia Pernambucana de Letras desde 1964 e do Conselho Es-tadual de Educação de Per-nambuco.

Era católico fervoroso, e a ele coube a saudação feita ao primeiro padre de São José da Coroa Grande.

Escreveu mais de vinte li-vros, entre eles “Barreiros, his-tória de uma cidade”, “Bre-ve História do município de Barreiros” e “Memórias de um professor”. Faleceu em 1997.

Ayres de Albuquerque BeloPai do eminente professor Ruy de Ayres Bello, nasceu no En-

genho Tentugal em 1867. Advogado, foi deputado constituinte de Pernambuco 1891 e, posteriormente, deputado federal.

Faleceu precocemente, em 1912, com apenas 45 anos de idade.

Júlio Celso de Albuquerque BelloNasceu no Engenho Queimadas, então distrito de São José da

Coroa Grande, em 1873. Foi autor do best-seller “Memórias de um Senhor de Engenho”, muito elogiado pela crítica quando lan-çado, em 1935. Na vida pública, foi governador interino de Per-nambuco por duas vezes. Faleceu em 1951.

Nasceu em Barreiros em 27 de fevereiro de 1874. Fun-cionário dos Correios do Rio de Janeiro, participou do movimento simbolista, inte-grando o grupo Rosa Cruz. Escritor, participou da “Re-vista Souza Cruz e “Inanis Labor”. Suas obras mais co-nhecidas são “Rua do Ouvi-dor” e “Feliz Culpa”.

Faleceu em 10 de novem-bro de 1943.

Gonçalo Cassimiro Jacome de Araújo

Edwiges de Sá Pereira

Nascida em 1884, a barreirense Edwieges tro-nou-se a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Acadedmia Pernambu-cana de Letras, em 1920. Educadora, Jornalista e Poetisa, fundou a revis-ta literária “O Lírio”, tra-balhou nos jornais A Pro-víncia, Jornal do Com-mercio e Jornal Pequeno, sendo também a primei-ra mulher a fazer parte da Associação de Imprensa de Pernambuco.

Foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, participando de Congressos Internacio-nais sobre o tema.

Suas obras no cam-po literário foram: Horas inúteis; Campesinas; Um passado que não morre; Eva militante; e Jóia tur-ca. Edwiges de Sá Pereira morreu no dia 14 de agos-to de 1958.

Foto: A. DucasbleArquivo Fundação Joaquim Nabuco

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FOTOS QUE SÃO HISTÓRIA

Antigo Mercado Público de Barreiros. Construído em 1871, no governo provincial de José Bento da Cunha e Figueiredo. Reformado na administração de Djalma Sanguinetti (1963/1969) e ampliado na gestão de João Marcolino Gomes Junior – João Baleia (1997/2005).

Cruzeiro da Praça de Nossa Senho-ra do Rosário. Construído pela Usi-na Central Barreiros e por alemães. Caiu (ou foi derrubado) em 09 de novembro de 1989. Foto: Arquivo Yvon Andrade

Usina Central Barreiros na década de 1960. Nesta foto ainda se vêem os trilhos. Foto: Arquivo Yvon Andrade

Severino Bezerra de Andrade

Grupo de barreirenses, todos trabalhadores da Usina Central Barreiros, na década de 1960. Da esquerda para direita: Zé Teixeira da Silva, Hilton Buarque da Costa, Vicente Medeiros Raposo, Ivon Buarque da Costa, Alonso, Fernando e Josafá Medeiros Raposo, Otávio, Everson Buarque Cavalcanti, Ladislau Albuquerque Farias e João Duarte da Silva. Foto: Arquivo Yvon Andrade

Nasceu em São José do Egito, em 11 de julho de 1896. Na juventude foi mascate e fo-tógrafo “lambe-lambe”, tendo nesta época ido viver em Ca-mocim de São Felix, onde co-nheceu Tercila Paixão de An-drade, de tradicional família local, com quem casou em ja-neiro de 1922. Em 12 de outu-bro de 1931 chegou em Barrei-ros, vindo trabalhar na Usina Central barreiros, na função de balanceiro, até 1942, quan-do passou a exercer o cargo de caixa. Em 1945 assumiu a ge-rência do Armazém Central Barreiros. Participou das elei-

Crepúsculo

Severino Bezerra de Andrade

Quando à tardinha o sol vai decrescendo,Invadem-me as lembranças do passadoE neste triste viver amargurado,Sinto meu coração também morrendo.

Vejo em mim a própria vida perecendo.Nada me resta já desenganado,Na solidão da vida mergulhado,Vou lentamente desaparecendo.

Tudo na vida é continuidade.Já bem perto diviso a eternidade,Ingrata vida de árduos empecilhos.

Hei de morrer contrito com meu Deus,Muitas saudades levarei dos meus,Nunca esquecidos e queridos fi lhos.

ções municipais de 1947 co-mo candidato a prefeito pe-la UDN, não logrando êxito. Em agosto de 1948 desligou-se da UCB e estabeleceu-se como comerciante na rua Ayres Be-lo, até 1951.

Mesmo com apenas ins-trução primária, participava dos eventos culturais da cida-de, e colaborava com os jor-nais “A Terra”, e “ O Caiador”, além de organizar e represen-tar peças teatrais. Poeta, escre-veu sonetos no estilo do ro-mantismo. (veja abaixo o poe-

ma “Crepúsculo”, no qual pre-via a sua morte próxima).

Foi presidente fundador da Associação Esportiva Cen-tral Barreiros, em 12 de setem-bro de 1939, e também um dos fundadores do Clube Carna-valesco Invasores da Folia.

De dois casamentos (com Tercila e Maria), teve os fi -lhos Ivone, Paulo Yvon, Sílvia, Humberto, Fernando e Maria dos Prazeres.

Mudou-se para Recife nos anos 60, vindo a falecer em 26 de agosto de 1974.

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Paço Municipal em 1925. Foto blog do Iba Mendes

Barreiros e seus prefeitosO primeiro prefeito de Bar-

reiros assumiu seu posto em 23 de fevereiro de 1893. Foi ele José Nicolau Pereira dos San-tos, tendo com sub-prefeito André Gonçalves Camboim.

Algumas curiosidades na história administrativa de Bar-reiros. Por exemplo, no ano de 1936, nada menos que três pre-feitos passaram pelo executivo. O fato se repetiria em 1947. Outros tantos fi caram menos de um ano no cargo, por di-versos motivos. Edson Regis de Carvalho, interventor em 1946/1947 acabou sendo mor-to no famoso atentado do ae-roporto do Recife, em 25 de ju-lho de 1966. Na história recen-te, tivemos a cassação de Cleto Gilberto Siqueira Antônio Vi-cente Souza de Albuquerque, o Toinho da Coca, em 2006, que acaba ganhando a eleição sub-sequente, em 2008.

Em seu livro “Memórias Barreirenses”, Yvon Andrade ressalta o trabalho de alguns desses prefeitos, começando por Jader de Alemão Cysnei-ros, nomeado pelo interven-tor Agamenon Magalhães. Ja-der mudou, segundo o autor, a face urbana do município.

Miguel Mendonça de Me-lo (1955/1959) é elogiado pe-lo seu projeto de abastecimen-to de água no município.

Djalma Sanguinet-ti (1963/1969), por ter sido o prefeito das “100 realizações” e de honestidade à toda prova.Estácio Coimbra (1895) pe-lo muito que fez por Barrei-ros quando governador do es-tado, como o ramal ferroviá-rio ligando Barreiros a Ribei-rão, uma escola de Agrono-mia, o Hospital Santa Francis-ca e a estrada ligando Barrei-

OUTRAS PONTES

1893 José Nicolau Pereira dos Santos1895 Estácio Coimbra1903 Samuel Hardeman1906 Constantino Gomes Ferreira1908 José Martins Miranda1930/1933 Domingos Jacintho Tenório1933/1935 Adolfo Aloísio da Rocha1935/1936 José Cavalcante Lopes1936 Paulo Cavalcanti de Moraes1936/1937 Domingos Jacintho Tenório1937/1942 João Coimbra Neto1942/1944 Jader de Alemão Cysneiros1944/1946 José Canuto Santiago Ramos1946/1947 Edson Régis de Carvalho1947 Teotônio Ribeiro de Barros1947/1951 José Canuto Santiago Ramos1951/1955 Jayme Sampaio de Vasconcelos1955/1959 Miguel Mendonça de Melo1959/1963 Clóvis Camboim Tenório1963/1969 Djalma Sanguinetti1969/1973 José Lívio de Oliveira Tenório1973/1977 Hilton Buarque da Costa1977/1980 José Lívio de Oliveira Tenório1980/1983 Luciano Costa Vasconcelos1983/1989 Inaldo Ferreira dos Santos1989/1993 Amaro Francisco dos Santos1993/1997 Inaldo Ferreira dos Santos1997/2005 João Marcolino Gomes Júnior2005/2006 Antônio Vicente Souza de Albuquerque2006/2008 Cleto Gilberto Siqueira2008/2012 Antônio Vicente Souza de Albuquerque2012 Carlos Arthur Avelar

ros à capital. Além, é claro da Usina Central Barreiros.

Inaldo Ferreira dos Santos por sua origem humilde, pe-los dois mandatos conquista-dos e pelo seu fi m trágico, pela via do suicídio, após os resulta-dos desfavoráveis das eleições de 2000, quando foi novamen-te candidato.

João Baleia (1977/2005), pela presença empresarial e pe-lo enfrentamento, em 2000, da maior cheia que se abateu sobre o município até aquela data.

José Canuto, pelas qua-tro vezes que esteve a frente do executivo em 30 anos, mas também pela criação da Coo-perativa Agropecuária de Bar-reiros, o Abrigo de Menores Santo Antônio e o Ginásio Mu-nicipal que hoje leva seu nome.

José Lívio (1969/1973 e 1977/1980) pelo estímulo e participação em eventos, mas também por sua morte trági-ca, em 1994, um ano após as-sumir a prefeitura de São José da Coroa Grande.

Prefeito Djalma Sanguinetti inaugura novo prédio da Câmara Municipal. Ar-quivo Gibson Barbosa

Rua Ayres Belo, 199Centro

Fone 3675.3326

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A história da imprensa em Barreiros é antiga e com muitos representantes na im-prensa escrita.

Segundo o historiador e pesquisador Yvon Andra-de, o primeiro jornal a circu-lar em Barreiros foi “O Futu-ro”, quinzenário, fundado pe-lo poeta romancista Manoel Caetano de Almeida Andra-de, com apenas duas edições, em outubro de 1896.

Em 1927, o comercian-te Francisco Leocádio No-gueira fundou “O Imparcial”; em 1928, o “Barreiros Jor-nal”, que circulou até 1932; em 1929, “O Itaperibu”, cria-do por Osmário Telles, teve o nome inspirado num riacho que corre no município; em 1934, Alfredo Belo fundou “O Repórter”, de conotação ideológica fundamentada no integralismo (doutrina polí-tica criada em 1932 por Plí-nio Salgado); Em 1939, cir-culou o jornal “A Terra”, até fi ns de 1942; Em 1947, circu-lou a “Folha da Cidade”, fun-dada pelo então prefeito in-terventor Édson Régis e pe-lo agente de estatística Iva-vel Ferreira; Em 22 de outu-bro de 1949, Noly Valença

A imprensa de Barreirosde Carvalho, Décio França, Antonino de Macedo e Alí-pio Filho, lançaram “A Im-prensa”, cuja circulação re-sumiu-se apenas ao primei-ro exemplar; Em 1977, Jail-ton Messias e Yvon Andra-de fundaram “O Canaviei-ro”, mensário, com duas edi-ções; Em outubro de 1985, ‘A Folha de Barreiros”, fundada pela aducadora Sineide Pe-reira, que durou até setem-bro de 1986; Em 1988, – de junho a outubro, circulou o tabloide semanal, mimeogra-fado, “O Jornal de Barreiros”, iniciativa dos irmãos Walter Antonio e Valdemir Morei-ra Lins; Em agosto de 1995, o mensário regional “Expres-so Carimã”, sob a responsabi-lidade de Josenildo Muniz da Cruz, Cecília de Souza Leão e Antonio Moura, circulando até agosto de 1996; Em no-vembro de 1997 surge “A Fo-lha da Mata” (com o slogan “Jornal Barreirense a Serviço dos Municípios da Mata Sul e do Litoral”), fundado pe-la jornalista Germana Telles; O tabloide “Jornal dos Bar-reiros”, semanário, apareceu em 1999 – circulando de 13 de fevereiro a 05 de março,

dirigido por Márcio Valen-ça; Em março de 2001, sur-ge “O Jornal da Cidade”, ini-ciativa da jornalista Luciana Chacon, o qual, não obstan-te a persistência da fundado-ra, teve curta duração e a se-gunda e última edição saiu em setembro do mesmo ano; Ainda em 2001 surgiu ‘O Re-gional”, mensário, sob a dire-ção de Misso Melo; Em maio de 2008, circulou a primei-ra edição do mensário “Jor-nal do Bairro”, dirigido por Jailson Nascimento, cujo no-me foi posteriormente mu-dado para “Jornal da Cidade”, sendo o periódico com mais tempo de circulação em nos-sa comunidade e região: cinco anos e sete meses; Em março de 2013, surge a revista “Ga-zeta de Barreiros”, a cargo de Henrique Bezerra e Misso Melo; Também em 2013, co-meça a circular este “Grande Litoral”, com cobertura regio-nal, tendo Paulo Rocha como editor e o perseverante Mis-so Melo como administra-dor. Ainda em 2013, a “Folha de Barreiros”, com edições até outubro do mesmo ano, diri-gido por Dênis Araújo, Suê-nia Ramos e equipe.

A RADIOCOMUNICAÇÃO

Até 1963, a radiocomu-nicação de Barreiros era feita por alto-falantes, cuja iniciativa remonta a 1942, quando Zendar Bezerra instalou um sistema, ten-do como locutor José Ce-ciliano Calado, seguindo-se a ele as iniciativas de João Acioli Lins, em 1943, João Antônio de Miranda Filho, no mesmo ano, Rádio Am-plifi cadora, que funcionou durante dois anos a partir de 1944 e o Serviço de Alto-Falantes Record, de Djalma Sanguinetti, em 1948, que durou até 1956.

Em 1958, Everite Fonse-ca de Oliveira fundou a Rá-dio Carimã, contando in-clusive com programa de auditório, funcionando até o ano de 1962.

Em 1988 começaram as transmissões da Rádio Litoral FM, de proprieda-de de Jailton Messias de Al-buquerque, hoje uma das maiores do Litoral e Mata Sul de Pernambuco.

A Paróquia de São Mi-guel conta com a Rádio

Cultura (antes Rádio Comu-nitária São Miguel), fundada em 1996; Consta ainda do li-vro Memórias Barreirenses, de

Yvon Andrade, a fundação da Rádio Liberdade FM, em 1997, dee propriedade de Pedro Ivo Vanderley.

Jailton Messias de Albuquerque, um grande nome na imprensa de Barreiros

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centros federais de educação tecnológica (Cefets), 75 uni-dades descentralizadas de en-sino (Uneds), 7 escolas técni-cas federais e 8 escolas vincu-ladas a universidades, além de 39 escolas agrotécnicas (entre as quais a antiga EAFB) deixa-ram de existir para formar os Institutos Federais de Educa-ção, Ciência e Tecnologia. Es-palhados por todo o país, aten-dem a demanda por educação profi ssional e tecnológica. Pas-sava a existir o IFPE campus Barreiros.

Além de Barreiros, o IFPE tem outros oito campi espalha-dos por Pernambuco: Afoga-dos da Ingazeira, Belo Jardim, Caruaru, Vitória de Santo An-tão, Ipojuca, Recife, Pesqueira, Garanhuns e sendo implanta-do em Jaboatão, Olinda, Cabo de Santo Agostinho e Abreu e Lima.

Colégio Agrícola de Barreiros

A história do Colégio Agrícola de Barreiros ini-cia em 1923, quando o en-tão presidente Artur Bernar-des criou, o Patronato Agríco-la Dr. João Antônio Coimbra, na Vila Tamandaré (hoje mu-nicípio), em Rio Formoso. A inauguração foi em 05 de no-vembro do ano seguinte.

Dez anos após, passou a se chamar Aprendizado Agríco-la João Coimbra, oferecendo o curso de Iniciação Agríco-la, que conferia ao estudante a formação de capataz rural. Em 1941, o Aprendizado Agrícola foi transferido para a Fazenda Sapé, em Barreiros.

Em 1947, a instituição pas-sou a se chamar Escola Agríco-la João Coimbra. Além do cur-so de Iniciação Agrícola, pas-sou a ofertar também Mestria Agrícola. Três anos mais tarde, uma nova mudança: a institui-ção passa a se chamar Esco-la Agrotécnica João Coimbra, somando aos cursos já ofereci-dos o de Técnico Agrícola. Os estudantes eram formados nas modalidades de agricultura, horticultura, zootecnia, prá-ticas veterinárias, indústrias agrícolas, laticínios e mecâni-ca agrícola.

Mais um Decreto, o nº 53.558, de 13/02/1964, modifi -cou pela quinta vez o nome do local. Passava a se chamar Co-légio Agrícola João Coimbra, com os cursos Ginasial Agrí-

Pela importância que teve o Colégio Agrícola e que tem o IFPE hoje para a cidade e para a região, de-cidimos republicar este texto de Yvon Andrade nesta edição especial.

Foto: Divulgação

cola e Técnico Agrícola. Só em 1967 os formados na institui-ção passaram a ser denomina-dos de técnicos agrícolas e a partir de 1968, as instituições de ensino agrícola passam a ser subordinadas ao Ministé-rio da Educação.

A denominação Escola Agrotécnica Federal de Bar-reiros (EAFB) foi estabeleci-da pelo Decreto nº 83.935, de 04/09/1979. A instituição foi transformada em autarquia federal em 1993, fi cando vin-culada à então Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico (SEMTEC) – que, por sua vez, vinha para substituir a extin-ta Coordenação Nacional de Ensino Agropecuário (COA-GRI). Mais tarde, a SEMTEC passou a se chamar Secreta-ria de Educação Profi ssional e Tecnológica (SETEC).

Em dezembro de 2008, 31

FOTOS QUE SÃO HISTÓRIA

Seleção de voleibol de Barreiros participando de torneio na cidade de Garanhuns, em 1952. Foto: Facebook Barreiros Esta é a Cidade

Clube Náutico Carimã, na

década de 1970. Foto: Arquivo Yvon Andrade

América Futebol Clube, fundado por Yvon Andrade em 08 de agosto de1954. Arquivo Yvon Andrade

Rua Ayres Belo, 196 e 314.Fone: 3675.1412

Rua João Batista de Vasconcelos, 11 BFone: 3675.1858

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As enchentes sempre exis-tiram na Mata Sul de Pernam-buco, pel0o número de rios que por aqui passam. O hios-toriador amador Germano Jú-nior, de Água Preta, fez um le-vantamento da questão e pos-tou em seu blog “História da Água Preta”, do qual reprodu-zimos alguns parágrafos:

Existem registros de cheias em Pernambuco a partir do ano de 1632, a qual é conside-rada a 1ª enchente que se tem notícia, ocorrida a 28 de ja-neiro do mesmo ano, com o transbordamento do Rio Ca-pibaribe. Nesta época a mata sul de Pernambuco sofria com a mesma intensidade a desgra-ça das cheias, porém, não exis-tiam grandes povoados mas bastantes matas fechadas.

Foram registradas cheias na Mata Sul em vários anos, sendo as seguintes de pouca proporção, comparadas com as grandes cheias da virada do século XX para o XXI, sendo registradas duas no século XVI (1632 e 1638), oito no século XIX (1824, 1842, 1854, 1862, 1869, 1870, 1884, 1894 e 1899).

A cheia de 1854 teve efei-tos demolidores no Recife. A chuva durou 72 horas, atingin-do todos os bairros da capital. Derrubou a muralha que guar-necia a Rua da Aurora e par-te do cais da Casa de Deten-ção veio abaixo; a cidade fi cou sem comunicações com o inte-rior; no Porto do Recife, os na-vios foram atirados uns contra os outros. A de 1869 destruiu as pontes da Torre, Remédios e Barbalho, e rompeu os aterros da via férrea do Recife.

No século XX, a primeira foi registrada em 1914, seguin-do-se as de 1920, 1924, 1960, 1961 e 1965, todas considera-das “leves”.

Em 1966 registra-se a pri-meira considerada catastró-fi ca. Na capital e no interior, mais de 10 mil casas (a maio-ria mocambos) foram destru-ídas e outras 30 mil sofreram danos. Morreram 175 pessoas e mais de 10 mil fi caram desa-brigadas. O Presidente da Re-pública, Marechal Humber-to de Alencar Castelo Branco,

Barreiros e as enchentes

veio ao Recife verifi car os da-nos causados.

1969 - Essa enchente não trouxe muitos danos. Porém houve muita movimentação no recolhimento dos moveis por precaução caso aconteces-se um inundamento mais gra-ve com a subida constante da água. As vitimas tiveram suas casas alagadas em pouca pro-porção, mas o sufi ciente pa-ra que Água Preta e outras ci-dades da mata sul fi cassem em estado de emergência.

1970 – Ocorreram duas en-chentes em Pernambuco. Em julho, as águas atingem a Zona da Mata e o Agreste do Estado, por conta do transbordamento dos rios Una, Ipojuca, Formo-so, Tapacurá, Perapama, Gur-

jaú, Amaraji e outros. Na Ca-pital e interior mais de 500 mil casas foram atingidas e 150 pes-soas morreram; 1.266 casas fo-ram destruídas em 28 cidades.

1974 – Outra enchente atinge toda região da Mata Sul de Pernambuco deixando mui-tas famílias desabrigadas por conta da destruição parcial ou completa de suas casas.

1975 – Considerada a maior calamidade do século, ocorreu entre os dias 17 e 18 de junho. Em Água Preta um no-vo bairro foi erigido em uma região alta da cidade para abri-gar seus moradores.

Cheia de 2000 – Entre os dias 30 de julho e 01 de agos-to, fortes chuvas castigaram o Estado, inclusive a região me-

tropolitana do Recife, deixan-do um total de 22 mortos, 100 feridos e mais de 60 mil pesso-as desabrigadas.

Cidades foram destruídas

parcialmente tendo as águas que transbordaram levando pontes e casas. As chuvas fo-ram anunciadas com 40 dias de antecedência pelos serviços de meteorologia, mas as auto-ridades governamentais de-ram pouca importância à pre-visão. As chuvas atingiram 300 milímetros em apenas três dias e só na RMR aconteceram 102 deslizamentos de barreiras. Dos 33 municípios seriamente atingidos, em 16 foi decretado estado de emergência e em 17 estado de calamidade pública.

O centro de Palmares fi cou complemente debaixo de água e em Barreiros a água atingiu o teto do hospital da cidade. Dos 33 municípios seriamente atingidos, em 16 foi decretado estado de emergência e em 17 estado de calamidade públi-ca, entre os quais Rio Formo-so, Gameleira, Belém de Ma-ria, Goiana, Cupira e São José da Coroa Grande.

O presidente da Repúbli-

ca, Fernando Henrique Car-doso, veio a Pernambuco ob-servar de perto os efeitos da calamidade e, dias depois, au-torizou a liberação de apenas 30% dos R$ 129 milhões que, segundo levantamenteo do go-verno do Estado, seriam os re-cursos emergenciais necessá-rios para recuperação das áre-as atingidas.

2004 – Entre 08 de janei-ro e 02 de fevereiro, fortes chu-vas castigaram todas as regiões do Estado deixando 36 mortos e cerca de 20 mil desabrigadas. 13 cidades fi caram em estado de calamidade pública e 76 em estado de emergência.

2005 – Entre os dias 30 de maio e 02 junho, fortes chuvas provocaram enchentes em 25 cidades do Agreste, Zona da Mata e Litoral de Pernambuca-no, deixando 36 mortos e mais de 30 mil desabrigadas. Cerca de 7 mil casas foram parcial-mente ou totalmente destruí-das; 40 pontes foram danifi ca-das; 11 rodovias estaduais fo-ram atingidas, sendo que se-te delas fi caram interditadas; a água inundou ruas centrais, hospitais, escolas e casas co-merciais de várias cidade, pro-vocando enormes prejuízos materiais.

2010 – Uma das maiores cheias registrada em Pernam-buco e Alagoas. As chuvas que caíram sobre os dois estados deixaram um cenário seme-lhante a de um tsunami, de-vastador e cruel. Inúmeras ci-dades do interior de Pernam-buco e região metropolitana do Recife sofreram com o au-mento do volume das águas dos rios, deixando um saldo de 17 mortos, 17.719 pessoas de-sabrigadas e outras 24.331 de-salojadas, muitas pontes dani-fi cadas e quilômetros de estra-das comprometidas. O rio Una subiu cerca de 5 metros em Água Preta, destruindo quase que completamente os Bairros do Jiquiá, Barra da Lama e do Areado. Dos 35 mil habitantes da cidade, 3,4 mil fi caram de-sabrigados. A maioria das ca-sas desabaram e cerca de 300 famílias fi carão sem ter onde morar. Ponte Baeté. Foto Agência Brasil

Resgate e solidariedade. Foto: Misso Melo

Igreja Matriz transforma-se num centro de operações. Foto: Misso Melo

Vista geral da cheia de 2010. Foto: Misso Melo

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Page 12: JORNAL redacao@gazetanossa.com.br Edição Especialtário Estácio de Albuquerque Coimbra, governador do es-tado de Pernambuco de 1926 a 1930. Em seu primeiro ano de atividades produziu

GRANDE LITORAL ESPECIAL JULHO/2014 PAGINA 12

Barreiros e suas praiasEmbora seja considerada

por muitos como um municí-pio da Mata Sul, Barreiros está localizado na rota turística li-torânea e, a exemplo de Porto de Galinhas em Ipojuca, tem uma das mais belas praias de Pernambuco, a Praia do Porto, fato ignorado por grande par-te dos que passam pela PE60.

O litoral de Barreiros faz parte da APA Guadalupe, (Área de Proteção Ambien-tal de Guadalupe) e a Praia do Porto, juntamente com a praia de Mamucabinha constituem-se talvez na última reserva lito-rânea praticamente desabita-da de Pernambuco, o que pro-picia um turismo singular do agrado de um grande grupo, mas ainda inexplorado.

A Praia do Porto é com-posta por uma ilha rocho-sa bastante singular e curio-sa, que contém apenas um co-queiro sobre si, popularmente conhecida como “ilha do co-queiro solitário”. A praia loca-liza-se a 11 km do centro da ci-dade, e ao longo do trajeto por estrada encontram-se resquí-cios de Mata Atlântica, opor-tuno para trilhas e observação de pássaros; a costa tem uma extensão de 4,5 km, que se di-vide entre as praias de Mamu-cabinha, ao norte, Praia do

Porto no centro e Vau do Una, ao sul, que também podem ser acessadas pelo Rio Una, numa

OUTRAS ATRAÇÕES TURÍSTICAS

São considera-das atrações turís-ticas de Barreiros as festas popula-res do município, que além de um grande Carnaval e um animado São João, tem sempre aos fi nais de sema-na atrações musi-cais para variados gostos, bem como trilhas com moto-ciclistas de toda a região e cavalga-das. Destacam-se as seguintes datas comemorativas:

02 de fevereiro: Festa de Nossa Se-nhora da SaúdeJunho: São João19 de julho: Ani-versário da cidade25 de julho: Festa de São Cristóvão29 de setembro: Festa do Padroei-ro São MiguelOutubro: Festa (e terços) de Nos-sa Senhora do Ro-sário

viagem inesquecível que dura cerca de uma hora.

A Praia do Porto foi cená-

rio para a gravação da novela “A Indomada” da Rede Globo de Televisão, exibida em 1997.

Acima, vista aérea das praias do Porto e Mucumbinhas. Foto: Pablo Gusmao LinsAo lado, a Ilha do Coqueiro Solitário, cartão postal da cidade

Procissão de São Miguel

Forró Pé-de-serra no São João. Foto: PMB

Carnaval com dezenas de blocos. Foto: Misso Melo

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