jornal placar londres 2012 ed 15

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LONDRES 2012 edição 15 | quinta-feira, 9 de agosto de 2012 | www.placar.com.br fotos reuters Brasil 1 x REUTERS Argentina 1 Nos dois duelos das quartas, fácil vitória brasileira no vôlei e derrota doída no basquete BRONZE! Adriana Araújo (boxe) e Juliana e Larissa (vôlei de praia) vão ao pódio e Brasil chega à 100ª medalha na história n NAS SEMIS Brasil agora encara Itália n EN LAS SEMIS Hermanos seguem e estão entre os 4 GETTY IMAGES

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Jornal Placar Olimpiadas de Londres 2012 Ed 15

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Page 1: Jornal Placar Londres 2012 Ed 15

LONDRES 2012edição 15 | quinta-feira, 9 de agosto de 2012 | www.placar.com.br

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Page 2: Jornal Placar Londres 2012 Ed 15

Aquecimento frases

jornal placar | QUINTA-FEIRA, 9 dE AGOSTO dE 2012

Destaques Do site

Editorial

O Brasil é o país das oportunidades. “Em se plantando tudo dá”, já escrevia Pero Vaz de Caminha à Sua Majestade o Rei de Portugal, em 1500, relatando o que acabara de encontrar na nova terra. Sim,

é o país das oportunidades e das chances perdidas. Anteontem, Chana & cia. tinham nas mãos a vaga para as semifinais do handebol feminino, mas durante 8 minutos chutaram várias bolas para fora. Viram a Noruega virar, fechar o jogo por 21 x 19, e carimbar a vaga às semis dos Jogos. Ontem, foi a vez de Nenê, Huertas e seus colegas desperdiçarem 12 dos 24 lances livres na derrota para a Argentina por 82 x 77 no basquete masculino. Se tivessem perdido apenas a metade disso, teriam virado uma inédita página na história. Mas o final foi infeliz, de novo.

Por Miguel Icassatti

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www.abrilemlonDres.com.br Os destaques e o melhor conteúdo exclusivo sobre Londres 2012 na internet

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O taekwondo se tornou um esporte olímpico apenas em Sydney 2000. Antes disso, ele havia sido disputado em Seul 1988 e Barcelona 1992, mas apenas como esporte

demonstração — o que não conta medalhas para o quadro. Hoje, às 7h45, o brasileiro diogo Silva, campeão do Panamericano do Rio 2007, estreia em Londres 2012, na categoria até 68kg. Nesta categoria, o primeiro medalhista de ouro foi o americano Steven López, que repetiria a dose em Atenas 2004, mas na categoria até 80kg, além de ter ficado com o bronze em Pequim 2008. López estreia amanhã na Olimpíada.

Brasil no taekwondo

baú olímpicoqPor Olavo Guerra

n Quadro de medalhas atualizado até as 23h (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br

n O bicampeão Lopez em ação em Sydney 2000

HOra EsPOrtE sExO DisPuta EtaPa BrasilEirOs na DisPuta

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para ver na tv

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5h15 tae kwon do M 68kg Eliminatórias Diogo silva

5h30 Canoagem velocidade M C2 1 000m Final

5h30 atletismo F salto em altura Eliminatórias

7h35 atletismo M 4x400m 1ª rodada

8h00 natação F Maratona aquática 10 km Poliana Okimoto

8h30 Hipismo adestramento individual Grand Prix Fre-estyle

9h00 Futebol F Decisão do bronze

9h00 luta livre F 55kg Eliminatórias Joice silva

11h00 Ciclismo M BMx Quartas de final

11h00 Vôlei F semifinal

12h45 Boxe F Peso leve Final

13h00 Basquete F semifinal

13h00 Handebol F semifinal

13h15 Boxe F Peso médio Final

14h15 luta livre F 55kg Final

15h20 atletismo M salto triplo Final

15h30 atletismo F 800m rasos semifinais

15h00 Vôlei de praia M Decisão do bronze

15h30 Vôlei F semifinal

15h45 Futebol F Final

16h00 atletismo M 800m rasos Final

16h20 atletismo F 4x100m 1ª rodada

16h30 Handebol F semifinal

16h55 atletismo M 200m rasos Final

17h00 atletismo F lançamento de dardo Final

17h00 Basquete F semifinal

17h00 Vôlei de praia M Final

18h30 tae kwon do M 68kg Final

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As melhores imagens do 12º dia oficial de competições nos Jogos de Londres Acesse o conteúdo exclusivo do Abril em Londres e divirta-se com vídeos e jogos online Veja o quadro de medalhas e conheças as possibilidades brasileiras de melhorar o desempenho do país Releia as edições já publicadas do Jornal Placar durante os Jogos Olímpicos de Londres Em Berlim 1936, o handebol foi disputado ao ar livre; acesse mais curiosidades olímpicas

país ToTal

1 CHina 36 22 19 77

2 EstaDOs uniDOs 34 22 25 81

3 Grã BrEtanHa 22 13 13 48

4 COrEia DO sul 12 6 6 24

5 rússia 11 19 22 52

6 França 8 9 11 28

7 alEManHa 7 15 10 32

8 itália 7 6 4 17

9 HunGria 6 2 3 11

10 CazaQuistãO 6 0 2 8

11 austrália 5 12 9 26

12 HOlanDa 5 4 6 15

13 JaPãO 4 13 14 31

14 irã 4 3 1 8

15 COrEia DO nOrtE 4 0 1 5

24 Brasil 2 1 7 10

Quadro dE mEdalhasq

“Para a história minha e da Larissa, vOLtar Para O BrasiL cOm O BrOnze era uma questãO de dignidade”A jogadora Juliana, que faz dupla com Larissa no vôlei de praia. Favoritas ao ouro, elas só ganharam o bronze, ontem

“eu fui humiLhada PeLO Presidente da cOnfederaçãO e essa medaLha caLa a BOca deLe. eu nãO caí de Paraquedas aqui”A pugilista Adriana Araújo, logo após conquistar a medalha de bronze, criticando o dirigente Mauro Silva, que disse que ela não tinha condições de estar nos Jogos

“eu só POssO dizer que esta medaLha nãO fOi cOnquistada de maneira hOnrOsa PeLO BrasiL. 6 de agOstO de 2012 é uma nOite OBscura na história da ginástica”Huang Yubin, técnico da equipe chinesa de ginástica, que não sabe perder, sobre a vitória do brasileiro Arthur Zanetti nas argolas

Page 3: Jornal Placar Londres 2012 Ed 15

Fundador: VICTOR CIVITA

(1907-1990) Presidente e Editor: Roberto Civita

Vice-Presidente Executivo: Jairo Mendes Leal

Conselho Editorial: Roberto Civita (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-

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Em São Paulo: Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 3037-5597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700

JORNAL PLACAR Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAR não admite publicidade redacional.

IMPRESSO NA TAIGA Gráfica e Editora Ltda. Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808,

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Aquecimento 03jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Por Alexandre Battibugli, de Londres Os jOgOs que vOcê nãO vê

papO triplO - três perguntas para Magic paula twitadas OlÍMpicasEx-jogadora de basquete, 50 anos. Em quadra, Paula conquistou muitos títulos durante os 22 anos que esteve em quadra defendendo o Brasil. Atualmente, ela se dedica a um projeto de apoio a atletas de várias modalidades, de olho no Rio 2016. Em Londres, ela comentou os jogos da seleção feminina para a televisão e não está surpresa com o resultado.

“Vou fazer uns exames! Vamos torcer! obrigado pelas mensagens!” Leandro Vissotto (@leandrovissotto), do vôlei, que sofreu uma pequena lesão na partida de ontem, contra a argentina

“Hoje, às 16 horas, no Brasil, jogo contra a argentina...VaMos BrasiL. #unidosporumsonho” o americano naturalizado brasileiro, Larry Taylor (@BrasiLarry), do basquete, antes da decisiva partida contra a argentina

“ae, galera! estou feliz demais! obrigado a todos pela torcida!” Renato Rezende (@rezendeBMX), após garantir a 8ª colocação no primeiro dia de competições do BMX

“estou simplesmente com o sentimento de perda. Como dói :-(“Daniela Piedade (@danao05hypo), do handebol, triste com a eliminação brasileira contra as norueguesas

“a luta continua... e a energia de vocês é essencial! Vamos juntos!!!” Bruninho (@brunorezende1), levantador do vôlei, após a vitória do Brasil nas quartas-de-final

1O que você está achando da participação da equipe masculina de basquete? Não é surpresa para mim que a equipe iria bem, eu confio muito nesta seleção. É muito difícil um grupo chegar

equilibrado física e mentalmente num esporte de alto nível e manter a harmonia em quadra. Há quem jogue na NBA, fique no sentado no banco sem reclamar e, quando joga, faz o melhor. Isso é um diferencial.

2O que faltou à equipe feminina de basquete? Estamos numa entressafra de atletas. O Brasil não preparou bem as peças de reposição. Há meninas com pouca experiência e houve uma fragilidade na preparação final que deveria ter sido realizada com mais antecedência.

3Como mudar essa realidade para Rio 2016? O Brasil precisa ter consciência que o esporte precisa de um investimento na base para que tenhamos bons resultados. Se isso não mudar, vamos fazer a decoração da casa, mas não vai ter gente para colocar na festa. Hoje, estamos nos escorando em atletas que estão jogando há mais de

duas olimpíadas, já garantiram resultados, mas não temos novas promessas. Esse leque precisa ser ampliado.

TeRRinha a amazona brasileira Luciana Diniz compete na final de saltos pela equipe de Portugal

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jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

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time de Bernardinho atropela argentinos e avança às semis. itália será o adversário

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Feminino faz jogo da paciência

A Argentina dançou seu último tango no torneio de vôlei mas-

culino, ontem, nos Jogos Olímpi-cos 2012. O Brasil não teve difi-culdades para fazer 3 a 0 (25/19, 25/17 e 25/20) nos “hermanos” em partida válida pelas quartas-de-final do vôlei, em Londres. O triunfo permitiu ao Brasil avançar para as semifinais, quando vai en-frentar a Itália, que bateu os Esta-dos Unidos pelo mesmo placar. O confronto com os italianos é uma

reedição da semifinal dos Jogos de Pequim 3008, vencida pelo Brasil por 3 sets a 1.

A rápida vitória sobre os argenti-nos foi construída graças a uma grande atuação de pelo menos três jogadores: Murilo, que fez 12 pon-tos de ataque e dois de bloqueio; Sidão, que virou 12 bolas (duas das quais no saque e uma no bloqueio); e Wallace, autor de 11 pontos (três deles no bloquio). Além deles, a vi-tória também passou pelas mãos do levantador Bruninho, que confir-mou a boa fase e cansou de mandar bolas azeitadas para os atacantes.

O primeiro set não foi difícil. Começou com as equipes se estu-dando, mas o Brasil logo passou a defender bem e a explorar a fragi-lidade do bloqueio argentino, fa-zendo 14/8 com facilidade. O blo-queio do time de Bernardinho também funcionava bem e a Ar-gentina passou a esmorecer. E o Brasil fechou em 25/19.

No segundo set, o Brasil deci-diu forçar o saque, mas a estraté-gia não foi inteligente, uma vez que a seleção concedeu cinco pontos nos erros do fundamento aos inimigos. O equilíbrio inicial

desapareceu na reta final do se-gundo set, quando o Brasil abriu 17/13 e, sem maiores dificuldades, fechou em 25/17. Na etapa final, já com o pé no freio, a seleção fe-chou em 25/20.

“Gostei do jogo. O Brasil foi tati-camente bem, mostrou frieza, teve poucos erros. Foi um bom jogo”, analisou o treinador Bernardinho, em entrevista ao SporTv ao fim do duelo. Já os argentinos deixaram a quadra cabisbaixos, com lágrimas nos olhos, certos de que perderam mais uma para um rival que não é qualquer um.

Da redação

Depois de despachar a Rús-sia de Gamova e Sashklo-

va, o Brasil não deve esperar vida fácil contra o Japão, na batalha se-mifinal de hoje, às 15h30 (horário de Brasília). Se já não bastasse a velha tradição de ter uma das me-lhores defesas do mundo, a atual equipe janponesa leva para qua-dra o handicap de ter o saque mais eficiente da competição, com nada menos que 29 pontos até aqui, com destaque para a central e ca-pitã Erika Araki, que já anotou 7 pontos neste fundamento. Além dela, as nipônicas contam com a oposto Saori Kimura em estado de graça. Ela já fez 117 pontos no tor-neio. Somente na partida contra a China, anotou 33 pontos, mesma marca da ponteira Yukiko Ebata. No Pré-Olímpico do ano passado, disputado no Japão, as orientais venceram as brasileiras com rela-tiva facilidade, por 3 sets a 0 (26/24, 25/19 e 25/23).

“Do ponto de vista físico, as ja-ponesas sempre foram ágeis e velozes. Porém, no último ciclo olímpico, vêm desenvolvendo um trabalho de força para apri-morar a potência e isso se reflete no estilo de jogo”, analisa José Elias de Proença, preparador fí-sico da seleção brasileira. Além de terem desenvolvido o ataque, as japonesas vão muito bem na defesa. “Será um jogo de paciên-cia”, prevê Sheilla, destaque do Brasil na emocionante vitória so-bre a Rússia.Leia-se, por paciên-cia, um jogo de muitos ralis, com pontos de longa duração.

Para neutralizar o ataque japo-nês, será imprescindível que o Brasil mantenha o bom nível de-fensivo demonstrado na partida contra a Rússia e que continue eficiente no ataque, especial-mente pelo meio de rede, onde tem se destacado Thaísa. Contra a Rússia, ela fez 19 pontos de ata-que e 5 no bloqueio.

Deu samba!

Vissotto sente lesão na coxa e pode ficar fora da semifinalApesar da vitória sobre a argentina, uma

importante baixa deixou a seleção apreensiva: o oposto Leandro Vissotto sentiu uma lesão muscular na coxa direita. os médicos da seleção ainda não sabem se o atleta estará recuperado a tempo para ajudar o time na fase decisiva dos Jogos olímpicos de Londres. ele será avaliado, mas Bernardinho está cético quanto à sua recuperação. “se realmente confirmarem que ele não joga mais,

n contrates enquanto os brasileiros vibram (ao lado), adversários ficam desolados após vitória do Brasil pelas quartas-de-final

n sheilla amiga a oposto foi bem nas quartas contra a rússia

Vissotto também demonstrou apreensão e receio de ficar fora da reta final.“estou arrasado e com muito dor, nunca senti isso antes. É como se estivesse rompendo o músculo”, desabafou o jogador entrevista à tV record. “agora é esperar os exames para ver o que aconteceu e torcer para que não tenha sido nada grave”, acrescentou.

apesar da trsiteza e tensão do momento, Lucão, ao final do jogo, deu um conselho para o amigo, em tom de brincadeira: “Você tem que tomar um banho de sal grosso”.

é uma perda significativa. tenho esperança, mas é muscular, é difícil. e o Vissotto não é um jogador de rápida recuperação. estou mais pessimista do que otimista. Mas a gente tem que jogar com o que tem. o time todo confia no Wallace, é um garoto que está entrando bem. É um peso grande, mas ele tem se saído bem e pode trazer coisas positivas. Hoje à noite já vou fazer um trabalho com o thiago”, revelou o treinador e comandante brasileiro.

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jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Basquete06

em jogo equilibrado, Brasil perde por 82 x 77 para a argentina e diz adeus ao sonho de medalha

O Brasil deu adeus on-tem ao torneio de basquete dos Jogos

Olímpicos de Londres ao perder por 82 x 77 para a Argentina. A seleção agora disputa o torneio de consolação.

O maior duelo das Américas, só que no basquete. Não era a mesma rivalidade do futebol, mas o clima na arena de North Greenwich, para onde migrou o esporte nas quartas de final, era de clássico. E foi assim, com gritos ouvidos no

gramado, que o jogo começou.Valia vaga na semifinal. Era a

chance de o Brasil conquistar uma medalha que não vinha entre os homens desde a Olimpíada de 1964, em Tóquio. Para os argentinos, a chance de consolidar uma hege-monia continental, ouro em Atenas 2004 e bronze em Pequim 2008.

Era a hora de confirmar em qua-dra a recuperação do basquete bra-sileiro, justamente pelas mãos do técnico que deu o primeiro ouro ao vizinho, o argentino Ruben Magna-no. Marcelinho Huertas mais uma vez comandou a seleção no primei-

ro quarto, acertando três cestas de três e outras duas de dois pontos. A vantagem, de 26 x 23, pequena, era boa para o início do jogo, mas expu-nha falhas. Quando Nenê errou dois lances livres, a Argentina vi-rou, com duas três pontos de Delfi-no. Magnano trocou Varejão por Larry Taylor e acertou a marcação.

Mas o segundo quarto... Com erros de finalização, o time brasi-leiro deixou os argentinos vira-rem. Quando Magnano pediu tempo pela primeira vez, faltando 4min43 para o fim da etapa, a Ar-gentina já dominava o placar por 35 x 34. O retorno, no entanto, não foi nada bom. A Argentina abriu seis pontos de vantagem e fechou em 46 x 40 a primeira me-tade do jogo graças ao aproveita-mento nas bolas de três pontos (cinco acertos em 13 arremessos) e nos erros brasileiros em lances livres — acerto de apenas cinco dos 12 tiros diretos concedidos.

O Brasil deveria mudar a pos-tura, se quisesse sair com a vaga, quem sabe inspirar-se nos acro-batas que divertiram a plateia no intervalo com um show de enter-radas. Mas foi a Argentina quem

voltou mais elétrica, com Scola e Ginobili acertando suas cestas. Faltando seis minutos, a vanta-gem adversária já era de dez pontos, e Magnano pediu mais uma vez tempo.

E nada de acertar. A Argentina chegou a abrir 14 pontos. No fi-nal do terceiro quarto, o Brasil chegou a baixar para oito pontos a vantagem, mas a etapa termi-nou em 64 x 54, com um lance curioso: o arremesso do platino Leonardo Gutierrez parou entre a cesta e o garrafão.

O último quarto deu esperança. Principalmente quando, faltando quatro minutos para o fim do perí-odo, Alex Vieira enterrou e deixou o Brasil a apenas dois pontos dos argentinos. Foi um lapso do rival. Em pouco tempo, eles retomariam a vantagem de seis pontos, mas Le-andrinho, o melhor da segunda etapa, acertou uma cesta de três pontos e colocou a seleção no jogo.

Não foi o suficiente. A Argenti-na domou os nervos e parou a re-ação. Terminou com 82 x 77. Ao Brasil, resta disputar o quinto lu-gar, um prêmio de consolação para o novo basquete nacional.

n paredão argentino Marcelinho para na mrcação dupla de Scola e gutierrez

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Por Marcos Sergio Silva, De Londres

Quem pega quem nas semifinaisRússia e espanha fazem o primeiro confronto das semifinais do basquete masculino,

amanhã, na arena north greenwich. ontem os russos bateram a Lituânia por 83 a 74, pelas quartas-de-final, em um jogo relativamente tranquilo. o mesmo não aconteceu no outro duelo, entre espanha e frança. em um jogo nervoso, que teve até empurra-empurra no final, o time espanhol despachou os adversários por 66 a 59. a argentina, que eliminou o Brasil, encara os eua, que passaram pela austrália por 119 a 86 sem dificuldade. Horas antes do jogo, Lebron James, Kobe Bryant e cia. seguiam de trem para a arena north greenwich. a caminho da nova casa do torneio olímpico, jogadores norte-americanos chamavam a atenção de quem cruzasse o caminho deles. esbanjando simpatia, os gigantes de uniforme azul distribuíam brindes e trocavam tapinhas com as mãos, como um divertido grupo de universitários curtindo férias de verão.

Deu tango...

“Nosso futurotem que estaralém de 2016”,diz MagnanoSentado à mesa da sala de imprensa

da north greenwich arena, o técnico rubén Magnano levantou-se e cumprimentando os dois argentinos que o cercavam, o técnico Julio Lamas e jogador andres nocioni. “Parabéns, vocês foram melhores.” É parte do caráter de Magnano, argentino como eles, reconhecer acertos e erros. ontem, preferiu enxergar os acertos da preparação em detrimento dos erros do jogo. “não estou feliz em relação a uma partida, mas sim a um trabalho.”

o treinador disse que só com uma reforma estrutural é possível brigar por posições melhores no basquete. “Para ter jogadores na seleção é preciso ter quantidade de atletas, e para isso é preciso ter também clubes. no Brasil não existe isso. É preciso dar espaço nas escolas, nos clubes, nas igrejas para que joguem basquetebol. nosso futuro tem que estar além de 2016”, disse Magnano. (M.S.S.)

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futebol08

Mano bate recorde devitórias... só falta o ouro

jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Da Gazeta Press

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Depois de cinco triunfos seguidos, técnico exalta trabalho do grupo e sabe que medalhapode garantir seu emprego na CBF

n XERIFE Thiago Silva está de olho em Giovanni, do México

n INVICTO Se ganhar o ouro, equipe de Mano terá 100% de aproveitamento

Thiago Silva é o líder do time que disputa, no sábado, a fi-

nal olímpica do futebol, a terceira da história da Seleção Brasileira. Capitão do time, é ele quem dá a cara a tapa. Com o desempenho ir-regular do jovem Juan na zaga, o defensor do Paris Saint Germain tem segurado as pontas da defesa. É um tipo diferente de jogador — aquele que não se esconde, que aponta defeitos e os corrige. Um su-cessor natural para Lúcio, o zaguei-ro campeão mundial em 2002 e o melhor jogador brasileiro nas duas Copas seguintes. Contando as horas

para botar a medalha de ouro no peito, Thiago Silva falou com o JORNAL PLACAR sobre a perspec-tiva para a final de sábado, contra o México, em Wembley.

Como você analisa o desempenho deste grupo na Olimpíada?

Trabalhamos de uma forma le-gal, todo mundo se ajudando. Nos momentos de dificuldades, todo mundo tá correndo para ajudar na parte defensiva. Falta a final, né? Nós sonhamos tanto com esse mo-mento, e chegamos. Agora é ter respeito com o adversário, que che-gou aqui com os mesmos méritos que a gente. Vai ser jogo bom. Por-

que os dois jogam para a frente. Es-pero que essa partida possa mos-trar que vai ser uma final de Olim-píada. Na semi, não foi fácil.

A formação da semifinal, com o Alex Sandro e sem o Hulk, é a ideal?

Não posso falar que é a ideal, por-que a gente tem muito respeito (pelo grupo). Desde o momento que o Mano anunciou o Alex Sandro

Palavra de capitãoo xerifethiago silva, líder do time dentro de campo, diz que a seleção melhorou com a entrada de alex sandro no lugar de Hulk e espera sair de campo, sábado, com a medalha de ouro no peito

Por Marcos Sergio Silva, de Londres

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como titular, eu olhava na cara do Hulk e não via um semblante de preocupação. O Hulk sabe que as coisas mudam o tempo todo. É difí-cil se colocar no lugar do treinador e saber que ele tem que colocar só 11 em campo e tem sete com a mesma qualidade no banco.

Mas a seleção não sofreu gols justa-mente nos jogos em que o Alex San-dro entrou...

A gente tem um comportamento muito diferente. Porque o Marcelo tem muito mais liberdade para jo-gar. Quando o Marcelo vai para frente, o Alex Sandro fica, já tem ca-racterística de lateral. Quando o Alex vai, o Marcelo fica atrás. O jeito que jogamos contra Nova Zelândia e a Coreia do Sul deu uma sustenta-ção muito grande, principalmente na esquerda, onde jogam o Neymar, Marcelo e o Alex Sandro. É um equilíbrio que a gente espera man-ter para a final.

Qual a diferença daquele México que venceu o Brasil, nos Estados Unidos, e o de hoje?

Os jogadores podem ser diferen-tes, mas a formação tática é a mes-ma. Eles têm um jogador com mui-ta inteligência no meio-campo, que é o Giovanni dos Santos. A gente sabe o ponto principal do nosso ad-versário, e eles o nosso. Vai ser um jogo decidido no detalhe. Espero que a gente possa errar um pouco menos.

Deu para perceber que o México tra-balha melhor a bola que os adversá-rios que o Brasil enfrentou até agora, concorda?

É um time que gosta de jogar muito com a bola no pé, não tem muito lançamento. E o lançamento que tem que passar pelo meio-cam-po, com o Giovanni. Acredito que, para o público, vai ser muito inte-ressante esse jogo. E que esse sonho nosso seja cumprido.

Se Mano Menezes sofreu uma sé-rie de críticas no ano passado em função da eliminação na Copa

América e chegou a ficar pendurado no cargo de técnico da Seleção Brasileira, a disputa em Londres já lhe garantiu um feito inédito antes mesmo da disputa pela sonhada medalha de ouro. O comandante bateu o recorde de vitó-rias seguidas pelo país nos Jogos Olímpicos. Anteriormente, o Brasil tinha como melhor marca na competição uma sequência de quatro vitórias, obtidas em Seul 1988 e Pequim 2008.

Desta vez, Mano chega à decisão com 100% de aproveitamento, com vitórias sobre Egito, Bielorrússia, Nova Zelândia, Honduras e Co-reia do Sul. Os rivais não carregam grande tra-dição, mas o técnico valoriza a marca. “O mais importante é que a Seleção volta a uma final olímpica depois de 24 anos, o que mostra que não é fácil porque não faltava qualidade nas outras equipes que ficaram pelo caminho”, compara.

O recorde é um importante cartão de visitas à atual comissão técnica, mas a medalha de ouro seria a conquista perfeita para Mano Menezes seguir sem críticas pelos próximos meses. E o principal: ganhar definitivamente a confiança

do novo presidente da CBF, José Maria Marin, para comandar o time no Mundial de 2014. O jogo que pode mudar a vida de Mano está mar-cado para as 11 horas (de Brasília) de sábado, em Wembley, contra o México.

“O grupo tem um grande mérito por alcan-çar esse resultado, mas ainda é só uma final, agora teremos a parte mais importante”, aler-ta Mano Menezes, que, por enquanto, ganhou apenas o simbólico Superclássico das Améri-cas contra a Argentina, no comando do time pentacampeão mundial.

Em defesa de Neymar

Criticado pelo individualismo em alguns momentos, Neymar vem se destacando nas Olimpíadas também ao oferecer assistências para seus companheiros, como no primeiro gol de Leandro Damião diante da Coreia do Sul. Mano Menezes apontou a evolução do santista no time olímpico.

“Às vezes, a necessidade te obriga a achar outras soluções. Enfrentar times que não ofe-recem tantos espaços obriga o Neymar a jogar de forma diferente. Não é possível pegar a bola, colocar o pé em cima e esperar 10 segundos. Toda vez que você parte para o drible, que é tão bonito e gostamos tanto, perde de 30% a 40% da capacidade de passar”, disse Mano.

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10 FUTEBOLjornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Com a vitória de terça por 3 a 0 sobre a Coreia do Sul,

o Brasil terá a sua terceira chance de conquistar o “Eldorado” do fu-tebol nacional: a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos. Em Los An-geles 1984 e Seul 1988, a Seleção fez campanhas consistentes nas primeiras etapas e chegou às fi-nais, mas acabou com a prata em ambas as ocasiões.

Em Los Angeles, diante da difi-culdade para conseguir a libera-ção de atletas que disputavam o Campeonato Brasileiro, o técnico Jair Picerni optou por montar um time cuja base era o Interna-cional, já eliminado da competi-ção. Figuravam na equipe brasi-leira jogadores que mais tarde teriam destaque no futebol na-cional, como Dunga, Mauro Gal-vão e Gilmar Rinaldi, todos oriundos do Colorado. A fórmula deu certo. Nas cinco partidas até a final, o Brasil manteve 100% de aproveitamento, marcando oito gols, sofrendo dois, e derrotando forças do futebol como Alema-nha e Itália. Na final contra a França, a falta de experiência pe-sou, nas palavras do próprio Jair Picerni, e a Seleção foi derrotada por 2 a 0 diante do maior público olímpico de todos os tempos, no Rose Bowl: 101.799 pessoas.

Geração do TetraQuatro anos depois, o time já

contava com jogadores conside-rados mais promissores, mas a falta de dinheiro era a mesma. Enquanto futuros tetracampe-ões como Romário, Bebeto e Ta-ffarel começavam a aparecer para o mundo dentro de campo, fora dele a delegação precisava se desdobrar, recorrendo a em-

Uma chance de ouro (24 anos depois)geração de neymar e Lucas busca superar atletas que ganharam a prata em Los angeles 1984 e seul 1988

Da Gazeta Press

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n SEUl 1988 Taffarel (gol), Bebeto e Romário (agachados à esq.) no time

n loS anGElES 1984 Equipe-base foi o Internacional (RS)

préstimos com dirigentes sul-americanos, para conseguir di-nheiro a fim de realizar tarefas simples, como lavar a roupa.

Com a bola rolando, o Brasil, comandado por Carlos Alberto Silva, encontrou poucas dificul-dades na primeira fase, marcan-do nove gols em três jogos e so-frendo apenas um. Os jogos fica-ram mais difíceis a partir das quartas de final, quando a Sele-ção venceu a arquirrival Argen-tina por um apertado 1 a 0. De-pois, na semifinal, após um em-pate por 1 a 1 com a Alemanha no tempo regulamentar. Nos pênal-tis, Taffarel deu os primeiros in-dícios do que seria uma de suas maiores qualidades como golei-ro, salvando dois e levando o Brasil à final.

Com o moral alto pelas dificul-dades superadas, a Seleção che-gou confiante ao jogo decisivo, contra a União Soviética. Quan-do Romário abriu o placar aos 30 minutos do primeiro tempo, de cabeça, o inédito primeiro lugar do pódio parecia cada vez mais perto. Aos 17 minutos do segun-do tempo, no entanto, Dobrovol-ski empatou. Savichev, já no final da prorrogação, marcou o segun-do dos soviéticos, selando a se-gunda prata do Brasil.

De lá para cá, foram apenas dois bronzes, em Atlanta 1996 e Pequim 2008. Tabu que final-mente pode cair às 11 horas (de Brasília) do próximo sábado, quando o Brasil enfrenta o Mé-xico no Estádio de Wembley, em Londres.

um conto de duas cidades

Sediar a Olimpíada logo após Londres não será uma tarefa fácil para o Rio de Janeiro. A lembrança de tudo o que tem funcionado bem na capital inglesa fará constante sombra à organização carioca, que em muitos casos não terá como

concorrer com os londrinos.Mas há um aspecto em que o Rio de Janeiro pode superar os

britânicos com facilidade: a mascote das Olimpiadas. Londres é, na minha opinião, uma das edições dos Jogos com as mascotes mais insossas de todos os tempos: Wenlock, para os Jogos Olímpicos, e Mandeville para os Paralímpicos. Ambos são animações definidas pela organização como “gotas de aço que possuem uma câmera como olho”. Não me surpreende que a procura por visitas das

mascotes em escolas britânicas tenha sido baixa.

Na verdade, foram poucas as mascotes ao longo da história que de fato tiveram algum destaque. A primeira Olimpíada a contar com mascotes foi a da Cidade do México 1968 — uma pomba e um jaguar que sequer ganharam nomes. A mais bem-sucedida nesse critério foi Moscou 1980, com seu ursinho Misha. Animal

símbolo da União Soviética, o urso teve participações marcantes nas cerimônias de abertura e encerramento, quando um mosaico o fez chorar ao fim dos Jogos.

A ultima mascote a experimentar certa fama foi o cãozinho desenhado em estilo cubista Cobi, de Barcelona 1992, que ganhou até seu próprio desenho animado. Em Atlanta 1996, a mascote foi uma forma abstrata chamada Izzy, e desde Sidney 2000, todas as cidades-sede decidiram ter múltiplas mascotes — em Pequim 2008 foram cinco. Alguém se lembra o nome de algum deles? Acho improvável.

A mascote olímpica do Rio 2016 ainda não foi escolhida, mas já existe campanha para que seja um macaco da espécie muriqui, que esta ameaçada de extinção – o que me parece uma boa escolha. A decisão pode parecer algo secundário perto de outras prioridades das quais a organização tem que dar conta, mas uma boa mascote pode garantir que os Jogos tenham maior apelo junto as crianças e ajudem a criar uma memória positiva do evento. O Rio 2016 poderá ser lembrado como a Olimpíada que salvou as mascotes da extinção.

n bolt E a maScotE Sem apelo popular, a mascote teve pouco impacto entre as crianças britânicas

A mascote Wenlock foi definida como ‘gota de aço com uma câmera no olho’

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Mascote em extinçãoPor Jonas Oliveira, de Londres

Uma chance de ouro (24 anos depois)

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Filhos de Touro Moreno garantem duas medalhasO ex-boxeador Touro Moreno deve estar saltitante. Seus

dois filhos cumpriram a promessa e vão voltar de Londres com medalhas para presenteá-lo. Depois do médio Esquiva Falcão garantir um bronze na categoria até 75 kg, ontem, foi a vez do irmão, o meio-médio Yamaguchi Falcão, seguir mesmo caminho. Na categoria até 81 kg, ele venceu o cubano campeão mundial Julio La Cruz Peraza e segue na disputa pelo ouro. No boxe, não há disputa de terceiro lugar. O adversário, que eliminou Yamaguchi no Pan de Guadalajara, era favorito. E atacou mais. Mas o brasileiro cuidou da defesa, foi paciente e encaixou os golpes na hora certa. Vernceu por 18 a 15 e volta ao ringue na sexta pela semifinal. n sem dó Yamaguchi enche o cubano de golpes e ganha mais uma

jornal placar | quiNTa-FEira, 9 DE aGOSTO DE 2012

Boxe 12

Adriana perde luta e nocauteia cartola do boxe

Mulheres de bronze

Lutadora diz que presidente da Confederação Brasileira de Boxe não acreditava nem mesmo na classificação dela para a Olimpíada

Adriana Araújo, a pri-meira mulher meda-lhista olímpica do

boxe brasileiro, saiu com raiva on-tem do ringue montado no centro de convenções ExCel, em Londres. E não era por ter perdido a luta para a russa Sofia Ochigova.

A boxeadora, medalha de bron-ze na categoria peso leve em Lon-dres, disparou contra o presiden-te da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro José da Silva. Antes da Olimpíada, o cartola questio-nou o rendimento da atleta, que não queria treinar no Centro de Treinamento do Clube Escola Santo Amaro, em São Paulo, e sim na Bahia, com seu técnico Luís Dórea. Silva proibiu que a equipe treinasse em um lugar diferente do indicado pela confederação.

“O presidente da confederação menospreza o boxe feminino. Fui muito mais vezes humilhada por ele. Agora mesmo ele disse que eu não tinha condição nenhuma de classificar. Mas, para calar a boca dele, classifiquei e fui medalha de bronze”, disse, logo depois da luta.

Nervosa, prosseguiu: “O povo brasileiro não sabe o que a gente passa. Não dou ouvidos para o que ele fala. Muitas vezes me ti-rou da seleção, dizendo que não tinha nível. Mas não caí de para-quedas. Meu currículo mostra que há 12 anos eu trago resulta-dos para a seleção.”

Por meio da Confederação Bra-sileira de Boxe, Mauro justificou-se, dizendo que a “seleção traba-lha com alto rendimento” e por isso era preciso que os atletas fi-cassem concentrados em São Paulo. Sobre as demais críticas de Adriana, ele não comentou.

a lutaEm um ritual diferente, Adria-

na ontem entrou primeiro no ringue e de vermelho. A russa Sofia Ochigova, de azul, vestia uma touca rosa. A brasileira es-tudou a adversária e acertou o primeiro golpe. A luta foi equili-brada até o final do round, com empate em 3 x 3.

No segundo assalto, Sofia avan-çou mais e rompeu a guarda da bra-sileira. Acertou mais golpes e pon-tuou, terminando a etapa com 5 x 3. No penúltimo round, Ochigova permaneceu dando poucos espaços para a brasileira. Aos 30 segundos, o técnico Cláudio Aires pediu tem-po. Adriana voltou à luta, mas con-tinuou em desvantagem: vitória russa novamente por 5 x 3.

Era preciso tirar quatro pon-tos no último round. Mas Adria-na levou um direto no rosto que desfez suas chances. No final foi abraçada pela russa, e juntas as duas caminharam até o juiz. Adriana levantou os braços para a torcida. Era a hora de esperar o resultado final. E séria viu os jurados darem a vitória a Ochi-gova por 17 x 11.

Por Marcos Sergio Silva, de Londres

MEDalHa cEnTEnÁrIa

O Brasil chegou em Londres com 91 medalhas (20 ouros, 25 pratas e 46 bronzes) em 20 participações

nos Jogos Olímpicos. Se já não bastasse o fato de ser a pri-meira mulher a conquistar uma meda-

lha no boxe, a pugilista adriana araújo entra para a história por ser também a ganhadora da centésima medalha do Brasil na história das Olimpíadas. a

contagem não para. Ontem mesmo o país já faturou a 101ª, com a dupla

Larissa/Juliana, no vôlei de praia. E já há mais pódios garantidos no

vôlei de praia masculino, no futebol, no boxe....

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DEsabafo Adriana Araújo aproveita momento de glória olímpica e dá cala-boca em dirigente

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vôlei de praia 13jornal placar | quiNTa-FEira, 9 DE aGOSTO DE 2012

Jogos Ouro Prata Bronze Total

Antuérpia 1920 1 1 1 3

Londres 1948 1 1

Helsinque 1952 1 2 3

Melbourne 1956 1 1

Roma 1960 2 2

Tóquio 1964 1 1

México 1968 1 2 3

Munique 1972 2 2

Montreal 1976 2 2

Moscou 1980 2 2 4

Los Angeles 1984 1 5 2 8

Seul 1988 1 2 3 6

Barcelona 1992 2 1 3

Atlanta 1996 3 3 9 15

Sidney 2000 6 6 12

Atenas 2004 5 2 3 10

Pequim 2008 3 4 8 15

Londres 2012 2 1 7 10

Totais 22 26 53 101

AS 101 MEDALHAS DO BRASIL

Medalhacom raça esabor de ouro

Mulheres de bronze

Juliana e Larissa consegui-ram a 101ª medalha do Bra-sil em Olimpíadas, ontem,

em Londres. A dupla brasileira vi-rou o jogo contra as chinesas Xue e Zhang e conquistou o bronze do torneio feminino de vôlei de praia, com parciais de 11/21, 21/19 e 15/12. Na disputa da medalha de ouro, num confronto entre ameri-canas, as favoritas Walsh/May ga-nharam de Kessy/Ross por 2 a 0 (21/16 e 21/16).

Juliana e Larissa iniciaram o jogo com dificuldades de colocar a bola no chão e viram as chinesas serem mais efetivas no contragol-pe. Além disso, as brasileiras pare-ciam apáticas, errando lances bo-bos e entregando de graça diversos pontos para as asiáticas, que fe-charam em 21/11.

No segundo set, o único jeito era

vencer. Pressionada, a dupla brasi-leira voltou mais ligada e vibrante. O Brasil chegou a abrir 12 a 9, mas permitiu às chinesas que virassem para 13 a 9 e encaminhassem a vi-tória com um 19 a 16. Porém, Laris-sa foi para o saque e engatou uma sequência de cinco pontos para fe-char em 21 a 19. “Manter a tranqui-lidade é difícil, mas a gente conse-guiu”, disse Larissa após o jogo.

As asiáticas sentiram o revés e voltaram para o tie-break com pouca confiança. Juliana e Larissa, por seu turno, estavam com o mo-ral elevado e decididas a não dei-xar a medalha escapar. Elas erra-ram pouco e fecharam a partida em 15 a 12, numa largadinha de La-rissa. “Foi um momento de cele-bração. Essa medalha teve a sensa-ção de ouro, foi na superação, tem a nossa cara, porque viramos um jogo que estava praticamente per-dido”, disse Juliana.

Fã e ídolo lutam pelo ouro hojeConsagrado na areia olímpica, Emanuel volta à arena do vôlei de praia de Londres

hoje, às 17h (Brasília), na busca por um feito inédito, o bicampeonato do torneio. Os adversários desta vez são os alemães Brink e reckermann, que despacharam ricardo, parceiro de Emanuel nas conquistas do ouro em atenas 2004 e do bronze em Pequim 2008, nas quartas de final. Na busca pela segunda medalha dourada, o curitibano de 39 anos conta agora com um fã declarado, alison, 13 anos mais novo.

“Vi pela tevê a conquista do Emanuel na Grécia e foi ali que escolhi ir para a areia. É maravilhoso vê-lo novamente numa final, só que agora dentro de quadra, ao lado dele. Tenho o ‘Pelé’ do vôlei de praia do meu lado para essa decisão, não poderia estar melhor acompanhado. Vamos para a quadra com tudo, com força máxima”, garantiu alison, que treina com ricardo desde janeiro de 2010 e faz sua estreia em Olímpiadas. apesar da experiência, ricardo não nega o nervosismo diante do duelo final. “Esta é uma final olímpica. Não é qualquer jogo, não é qualquer final”, garantiu.

Juliana e Larissa espantam o baixo astral, derrotam chinesas na raça e festejam como se fossem campeãs

92º Sarah Menezes / judô Ouro

93º Felipe Kitadai / judô Bronze

94º Thiago Pereira / 400 m medley Prata

95º Mayra Aguiar / judô Bronze

96º Cesar Cielo / natação Bronze

97º Rafael Baby Silva / judô Bronze

98º Robert Scheidt e Bruno Prada / iatismo Bronze

99º Arthur Zanetti / ginástica Ouro

100º Adriana Araújo / boxe Bronze

101º Juliana e Larissa / vôlei de praia Bronze

MEDalHa cEnTEnÁrIa

O Brasil chegou em Londres com 91 medalhas (20 ouros, 25 pratas e 46 bronzes) em 20 participações

nos Jogos Olímpicos. Se já não bastasse o fato de ser a pri-meira mulher a conquistar uma meda-

lha no boxe, a pugilista adriana araújo entra para a história por ser também a ganhadora da centésima medalha do Brasil na história das Olimpíadas. a

contagem não para. Ontem mesmo o país já faturou a 101ª, com a dupla

Larissa/Juliana, no vôlei de praia. E já há mais pódios garantidos no

vôlei de praia masculino, no futebol, no boxe....

Claro que todo mundo sonha com o lugar mais alto do pódio, mas nem tudo o que reluz é ouro na vida de um atleta olímpico. Por isso, Adriana Araújo pode se orgulhar da medalha de bronze de ontem, a primeira do boxe feminino do Brasil. da mesma forma, a dupla Juliana e Larissa não tem por que deixar que a tristeza do ouro perdido tire a alegria do bronze conquistado no vôlei de praia

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Da Redação

supEração Juliana e Larissa ganham decisão do bronze e acabam nos braços da galera

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jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

14 iatismo

Classe 470 pode trazer o bronze para o Brasil

As brasileiras Ana Barbachan e Fer-nanda Oliveira, da

classe 470 feminina, melhora-ram seu desempenho ontem, fi-cando na quinta e quarta colo-cações nas duas últimas regatas de Londres 2012. Agora, elas se classificaram para a Medal

n medal race Fernanda Oliveira corre pela sua segunda medalha

n pessOa apenas a 22ª colocação na final individual de saltos

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após dez regatas, dupla brasileira termina em quinto e vai pra Medal race pensando em repetir pódio de Pequim

loja de antiguidadesPor Fábio Altman, de Londres

n OvaçãO Quando a saudita entrou na pista houve uma chuva de aplausos como a que recebeu Oscar pistorius

A saudita fez história

O brasiliense Joaquim Cruz tem 48 anos de idade. se houvesse uma olimpíada de discrição e modéstia, certamente ele estaria sempre no pódio. nada faz crer, ao vê-lo em londres, a não ser pela altura (1,88 metro), e

pelo fato de ser reconhecido por um ou outro inglês, que aquele mulato elegante e de voz pausada, com leve sotaque americano, é um dos maiores atletas da história olímpica — e certamente um dos grandes do brasil. Joaquim ganhou a medalha de ouro nos 800 metros de 1984, em los angeles. em 1988, em seul, levaria a prata. na prova americana estavam na pista o marroquino said aouita e o britânico sebastian Coe, dois monstros sagrados. Coe é o presidente do Comitê organizador de londres 2012. Joaquim cruzou a linha de chegada com 1m43s00, recorde olímpico. até hoje, a inteligência com a qual ele deu as duas voltas na pista são reverenciadas por quem gosta de atletismo. o próprio Coe tem aquela jornada como uma das mais espetaculares do atletismo. “era um menino, estava com apenas 21 anos, mas sabia das minhas capacidades, tinha ótimo tempo, cheguei a los angeles

como favorito”, diz o brasileiro, hoje morador de san diego, na Califórnia, pai de dois filhos que gostam de basquete e mal sabem do significado imenso da trajetória do pai.

Joaquim, que nos últimos anos dedicou-se ao nobre trabalho de treinar atletas paralímpicos dos estados unidos, desembarcou em londres ancorado em um

novo feito histórico — ainda que ele o diminua, por modéstia. Joaquim é o treinador de sarah attar, representante da arábia saudita nos 800 metros rasos. ela é uma das duas únicas esportistas do país a competir na atual olimpíada. a outra é a judoca Wojdan shaherkani, que na sexta-feira da semana passada fez apenas uma luta, perdeu, mas ganhou respeito mundial. a presença da dupla saudita em londres é uma das marcas indeléveis dos Jogos de 2012. sarah, a pupila de Joaquim, corria provas de longa distância. vive desde pequena nos estados unidos, com os pais. leva uma vida ocidental mas segue os preceitos religiosos muçulmanos. “tive de treiná-la para os 800 metros, não é uma transição fácil, mas o mero fato de ela estar na olimpíada já é magnífico”, afirma. sarah, por imposição comportamental de seu país, teve de competir, nas eliminatórias dos 800 metros — não passou para a outra fase — de calça e um discreto hijab a cobrir-lhe a cabeça. Quando a saudita entrou na pista do estádio olímpico houve uma chuva de aplausos como a que recebeu o amputado das duas pernas, oscar Pistorius.

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Race, com quatro adversárias à frente no ranking e chances de ficar com a medalha de bronze.

Fernanda e Ana estão com 75 pontos, contra 72 das holandesas Lobke Berkhout e Lisa Westerhof e das francesas Camille Lecoin-tre e Mathilde Geron. Para a Me-dal Race, as dez melhores duplas da competição disputam a regata que tem a pontuação valendo em

dobro — ou seja, a primeira, ga-nha dois ao invés de um ponto.

A diferença entre as brasilei-ras e as holandesas era de 21 pontos antes das regatas de on-tem, mas um 20º lugar de Lobke e Lisa, na nona corrida, fez com que Ana e Fernanda colassem na terceira colocação e que as fran-cesas empatassem.

A medalha de ouro será dispu-tada entre as duplas Saskia Clark e Hannah Mills, da Grã-Bretanha, e Jo Aleh e Olivia Powrie, da Aus-trália. As britânicas lideram com 41 pontos, dez a mais que as aus-tralianas. A Medal Race acontece amanhã, às 11h.

Por Olavo Guerra

Brasileiros vão mal e suíço leva o ouro no salto

hipismo

Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, e Rodrigo

Pessoa não foram bem na final in-dividual do salto no hipismo e ter-minaram a competição na 12ª e 22ª colocações, respectivamente. O suíço Steve Guerdat ficou com a medalha de ouro, o holandês Ger-co Schroder levou a prata, e o ir-landês Cian O’Connor — que per-deu a medalha de ouro em Atenas 2004 para Rodrigo Pessoa, por doping do cavalo —, o bronze.

Além de Doda e Pessoa, outros dois brasileiros montaram nesta final: os paulistano Cassio Rivetti e Luciana Diniz. Eles se naturali-

zaram por outros países — Ucrâ-nia e Portugal, respectivamente. Ele por causa de um milionário patrocinador do setor de gás e ela após um desentendimento com a equipe brasileira de hipismo, em 2006. Rivetti terminou empatado com Doda, na 12ª colocação, en-quanto Luciana ficou em 17º lu-gar, à frente de Pessoa.

O medalhista de ouro, Steve Guerdat, tem 30 anos, e conquis-tou sua segunda medalha olímpi-ca. A primeira foi há quatro anos, em Pequim, quando ganhou um bronze por equipes com a Suíça.

Por Olavo Guerra

Joaquim Cruz, ouro nos 800m em Los Angeles, é o treinador de Sarah Attar

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brasileiro do diaPor Alexandre Salvador, de Londres

Assistir às eliminatórias das provas de velocidade no atletismo é constatar um enorme abismo entre os corredores jamaicanos e os demais. Usain Bolt, atual campeão da prova, e Yohan Blake, o amigo/rival do

campeão olímpico, passam pela linha de chegada com o freio de mão completamente puxado. Chega a beirar falta de educação a vantagem desses atletas frente aos demais. Ontem, não foi diferente. Os dois dominaram suas baterias. Mas foi um dia diferente foi para o Brasil. Tivemos dois velocistas disputando raia com os jamaicanos. Embora tenham ficado bem atrás nas duas baterias semifinais, a participação de Bruno Lins e Aldemir Gomes já uma evolução. Em Pequim, apenas Sandro Viana

disputou as eliminatórias da prova, sem sequer ter se classificado às semis.

Em Londres, tanto Bruno quanto Aldemir foram muito bem em suas baterias iniciais. Ficaram atrás apenas de Bolt e Blake. Tanto é que os brasileiros largaram na raia 5, logo ao lado dos dois jamaicanos. Mas foi só no balizamento que os atletas ficaram lado a lado dos

melhores do mundo. Logo na passagem pelos primeiros 100 metros, era nítida a diferença. Bruno, que correu ao lado de Blake, ficou em sexto na sua bateria, com o tempo de 20,55 segundos. Aldemir, que disputou a semifinal com Bolt, ficou uma posição acima do outro brasileiro, mas com um tempo pior: 20,63 segundos. O melhor tempo de um brasileiro em 2012 é de Bruno, com a marca de 20,32 segundos.

Mesmo se repetisse sua melhor performance aqui em Londres, Bruno não conseguiria se classificar — o último corredor que passou a final, o equatoriano Alex Quiñonez, percorreu os 200 metros em 20,37 segundos. Na sexta-feira, os brasileiros voltam a pista em Londres, dessa vez pelas eliminatórias do revezamento 4x100. O Brasil tem o sexto melhor time do mundo. Esperemos que o conjunto dos brasileiros se inspire com os medalhistas de prata em Sydney e consiga uma vaga na final. Chegar na frente dos jamaicanos, porém, só na próxima encarnação.

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Os brasileiros Bruno e Aldemir largaram na raia 5, ao lado dos dois jamaicanos

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Um abismo de velocidade

jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

16 Boxe

Taekwondo vai à lutadiogo silva é o primeiro a entrar no dojan. Bronze em Pequim, natália falavigna luta no sábado (11)

D e origem coreana, o taekwondo ainda é pouco conhecido no

Brasil. Apesar de a luta marcial ainda desfrutar de certo anoni-mato por aqui — em meio à febre do UFC —, o país chega, em Lon-dres, à sua quarta participação olímpica na modalidade. E os re-presentantes brasileiros, Diogo Silva (até 68 kg) e Natália Fala-vigna (acima de 67 kg) são expe-rientes candidatos ao pódio.

Em sua segunda participação consecutiva em Olimpíadas, Sil-va, de 30 anos, detém dois títulos mundiais, conquistados nos últi-mos quatro anos, além de duas medalhas pan-americanas (bron-ze em Santo Domingo 2003, e ouro, no Rio 2007). Em Londres, ele diz conhecer bem seus adver-sários, que já enfrentou em diver-sos campeonatos.

“Estou aqui confiante com a preparação que fiz. Como me classifiquei com antecedência, tive um período longo para ali-

Brasileira se diverte na Vila OlímpicaJoice Silva é uma das atletas da

delegação brasileira que mais interage nas redes sociais, desde que chegou à Vila Olímpica, no dia 5. Em sua conta no Twitter há fotos com colegas mais famosos, como os jogadores Anderson Varejão (basquete) e Giba (vôlei) e o nada-dor Cesar Cielo; além de celebrida-des como o corredor jamaicano Usain Bolt, ouro nos 100 m rasos.

Quem vê tanta descontração deve imaginar que a participação dela nos Jogos já tenha se encerra-do. Ao contrário, Joice sequer es-treou, o que acontece hoje, às 9h (Brasília), nas oitavas de final da luta livre feminina, categoria até 55

kg. E a jornada da carioca de 29 anos não será fácil. Ela enfrenta a vencedora do combate entre a ve-nezuelana Marcia Mendoza e a russa Valeria Zholobova. Seja quem for a oponente, Joice não terá re-fresco. Mendoza venceu a brasilei-ra na disputa pelo bronze no Pan de Guadalajara2011 e Valeria é a atual campeã mundial da categoria.

A russa, 19 anos, conquistou o tí-tulo sobre a japonesa Saori Yoshi-da, bicampeã olímpica e nove vezes campeã mundial. Saori é outra pro-vável rival. Na rota da brasileira também está a sueca Sofia Matts-son, campeã mundial da categoria até 59 kg, em 2009.

n twitgirl Joice tirou foto de vários atletas e postou no seu perfil

medalha? diogo Silva tenta o pódio hoje

Da redação

nhar meu corpo. Com certeza, é a competição para a qual me pre-parei melhor”, explica. Silva es-treia hoje no dojan, às 7h45, dian-te do uzbeque Dmitriy Kim.

Já Natália, que soma três cam-panhas olímpicas (incluindo o bronze em Pequim 2008), garante que está em sua melhor forma fí-sica e técnica para o torneio. “Pos-

so garantir que chego mais madu-ra, confiante e 100 por cento pre-parada. Minha paixão é trabalhar e o meu destino é estar aqui”, diz. “Eu e minha equipe de trabalho nos dedicamos muito para tornar esse momento uma realidade”, confia a atleta paranaense, que enfrenta a coreana In Jong Lee, às 5h30 do sábado (11).

luta livre

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jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Atletismo18

No Pan de Guadalajara, em 2011, a medalha de ouro veio

fácil. A equipe feminina do reveza-mento 4 x 100 metros do Brasil se aproveitou do fato de que Estados Unidos e Jamaica, as duas maiores potências mundiais da velocidade, competiram com equipes secundá-rias e venceu a prova. Ana Cláudia Lemos, Vanda Gomes, Franciela Krasucki e Rosângela Santos ainda bateram o recorde sul-americano, com 42s85.

Na Olimpíada, a his-tória é diferente. Hoje acontecem as elimina-tórias da prova a par-tir das 16h20 (horário de Brasília), e nomes como as norte-ameri-canas Carmelita Jeter e Allyson Felix e as ja-maicanas Shelly-Ann Fraser-Pryce e Vero-nica Campbell- Brown devem elevar o nível e

Considerada a competição dos super-homens no atle-

tismo, o decatlo começou ontem, com cinco provas e a participação do brasileiro Luiz Alberto de Araújo. No primeiro dia, foram somados os pontos obtidos no 100 m rasos, salto em distância, arre-messo de peso, salto em altura e 400 m rasos. As últimas cinco – 110 m com barreiras, arremesso de disco, salto com vara, arremes-so de dardos e os 1.500 m – serão disputadas hoje, a partir das 5h.

Pela manhã, Araujo começou

Meninas do Brasil tentam garantir hoje vaga na final da prova dos 4 x 100 metros

Por Maurício Barros, de Londres

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No decatlo, brasileiro se recupera no finalao vencer os 400 m, Luiz alberto de araújo fechou o primeiro dia em 14º lugar

bem, correndo os 100 m rasos em 10s70 e conquistando 929 pontos, que o deixaram na sexta posição. Nas duas provas seguintes, porém, o brasileiro não foi tão bem e caiu feio na classificação. No salto em distância, marcou apenas 7,16 m e ganhou 852 pontos. A situação piorou no arremesso de peso. Com a fraca marca de 13,52 m, ele ga-nhou 699 pontos e foi para a 17ª posição, com 2625 pontos totais.

“Não foi a média que esperava no salto e no arremesso de peso”, lamentou. “Porém, faltam mais

sete provas e não posso perder o foco. O objetivo é me esforçar ao máximo para melhorar as marcas e buscar uma boa posição”, anali-sou no intervalo das competições.

À noite, no salto em altura, o brasileiro também não se saiu bem e caiu ainda mais. Mas na última prova de ontem, os 400 m rasos, Araújo acabou surpreendendo. Venceu sua bateria, com seu me-lhor tempo na carreira (48min25) e encerrou o dia em 14º, com 4117 pontos. O líder é o americano Ashton Eaton, com 4661.

limitar o sonho brasileiro no máxi-mo à medalha bronze. A não ser que aconteça um desastre como o de Pe-quim, quando as duas equipes favo-ritas cometeram erros na passagem de bastão e não concluíram a prova (os Estados Unidos falharam logo na primeira eliminatória, e a Jamaica, na final). Mas vale lembrar que, mesmo com os tropeços das favori-tas, o Brasil não conseguiu o pódio em Pequim. Chegou em quarto lu-gar, atrás de Rússia (ouro), Bélgica (prata) e Nigéria (bronze).

O treinador Katsuhico Nakaya acredita que este quarteto é superior ao de Pequim. “É o melhor grupo de velocistas que o Brasil já teve. As me-

ninas precisam estar bem concentradas na troca de bastão e cor-rer. Elas treinaram muito bem”, disse Nakaya. Ele escalou Rosângela, Ana Cláu-dia, Franciela e Evelyn Santos para formar a equipe brasileira. Van-da Gomes e Tamiris de Liz são as reservas. A final do revezamento 4 x 100 metros feminino está programada para amanhã , às 16h40.

saldo positivo dia de altos e baixos para o araújo

EScalaDa Rosângela vai correr nos 4x100m

Marcha à ré nos 200 metrosdupla brasileira anda pra trás no tempo e fica fora da final da prova, que tem Bolt e Blake como favoritos

Aldemir Gomes e Bru-no Lins precisavam melhorar, nas semifi-

nais dos 200 metros, os ótimos re-sultados que haviam obtido um dia antes, nas séries eliminatórias. Ambos tinham chegado em segun-do lugar em suas baterias, e avan-çado com tranquilidade ao lado de Usain Bolt e Yohn Blake, respecti-vamente. Mas, ontem, os dois fo-ram mais lentos e deram adeus ao sonho de fazer uma final olímpica. Bruno, com 20s55 (três cenésimos a mais do que fez na véspera), foi o sexto colocado na série vencida por Blake. Aldemir, com 20s63 (1 décimo mais lento que nas elimi-

natórias), chegou em quinto lugar na série comandada por Bolt.

“Estou chateado. Eu procurei dormir bem, me alimentar bem, mas infelizmente não foi dessa vez”, disse Bruno. “A série foi mui-to forte, mas se eu quisesse estar na final não tinha que escolher adver-sário. Só que não posso ficar chate-ado porque temos o revezamento 4 x 100 pela frente”.

Aldemir acredita ter exagerado no início. “Por ter forçado muito na curva, eu não tive perna para sus-tentar no final. Fiz força onde não devia e na reta não tinha de onde tirar”, disse. A final dos 200 metros acontece hoje às 16h55. O favorito Usain Bolt tenta o segundo dos três ouros que quer conquistar em

Londres. Ao lado de Nilson André e Sandro Viana, Aldemir e Bruno disputam na sexta-feira uma vaga na final do revezamento.

200 m femininoNas finais dos 200 m feminino,

ontem, a norte-americana Ally-son Felix quebrou o domínio da

jamaicana Veronica Campbell-Brown e finalmente se sagrou campeã. Prata em Atenas-2004 e Pequim-2008 atrás da atleta do Caribe, ela venceu a prova em Londres com o tempo de 21s88. A jamaicana Shelly-Ann Fraser e a norte-americana Carmelita Jeter completaram o pódio.

Por Maurício Barros, de Londres

Hoje tem revezamento

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comendo poeiRa Brasileiro aldemir Gomes fica longe de Bolt na semifinal

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London CaLLing

A euforia olímpica dos britânicos sofreu um baque ontem — e não foi por causa de uma decepção nos Jogos, em que o país-sede segue fazendo ótimo papel. Pela primeira vez em quase duas semanas, a imprensa do país deslocou

seu foco das pistas, quadras e piscinas do Parque Olímpico para a Threadneedle Street, na sede do Banco da Inglaterra, o BC dos britânicos. Ao invés de Usain Bolt e Michael Phelps, os holofotes estavam sobre Sir Mervyn King, o governador da autoridade monetária, que revelaria novas projeções para a economia do país. E elas não foram nada animadoras: a previsão de crescimento do PIB foi rebaixada para zero. Mostrando que também foi contagiado pela vírus olímpico, King usou o exemplo dos atletas britânicos para fazer sua avaliação do cenário econômico. “Ao contrário dos atletas que tanto nos emocionaram nesses últimos dias, nossa economia ainda não recuperou sua melhor forma. Mas ela vem se curando aos poucos”, explicou, numa tentativa meio desajeitada de falar a língua do povo. “Essa recuperação será um processo longo. E é na equipe olímpica britânica que devemos nos inspirar. Esses atletas mostraram

a todos a importância de um comprometimento total em busca de um objetivo que pode estar anos à frente.” Mas e o papel da Olimpíada nessa recuperação? O assunto é sempre polêmico. Para alguns economistas, sediar os Jogos é uma armadilha: são gastos exagerados que acabam jamais sendo recuperados. Para outros especialistas, uma

Olimpíada pode, se bem feita, dar dinheiro a longo prazo.É cedo para saber o que acontecerá com os britânicos. Mas

a avaliação do BC local é de que o primeiro efeito benéfico dos Jogos sobre a economia será sentido já nos números do PIB do terceiro trimestre, principalmente em função dos montantes movimentados pela venda de ingressos e direitos de exibição de TV. Seja como for, a divulgação dos dados desta quarta tiraram o sorriso que estampou o rosto do primeiro-ministro David Cameron desde o primeiro dia de Olimpíada. Ele teve de interromper suas atividades de torcedor (estava na arena em que a brasileira Adriana Araújo, do boxe, disputou sua semifinal) para dar satisfações sobre a situação nebulosa da economia. Com seu estilo almofadinha e meio sem sal, disse apenas que os dados eram “decepcionantes” e que era hora de “arregaçar as mangas” para fazer o país dar a volta por cima. Coincidência ou não, quase ao mesmo tempo, o outro grande líder do Partido Conservador britânico era entrevistado por uma emissora local, e tinha de responder aos comentários cada vez mais frequentes sobre uma possível mudança de emprego. Boris Johnson, o popularíssimo e excêntrico prefeito de Londres, ainda tem quatro anos de mandato, pois acabou de ser reeleito. Diante dos tropeços da economia mesmo em tempos de bonança olímpica, cada vez mais gente acha que ele deve mudar de gabinete, passando a ocupar a residência de 10 Downing Street, em Westminster.

Money (That’s What I Want)

jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

20 GIRO

Embalos da Vila Placaratletas e celebridades se encontram no espaço da torcida brasileira em Londres

Por Giancarlo Lepiani, de Londres

Mais um grupo de torcedores vips do Brasil chegou a Londres. Empresários, publici-tários e executivos, na terça-feira (7), as-

sistiram ao jogo de futebol do Brasil contra a Coreia do Sul pelas semifinais na Vila Placar, com a exclusi-va narração de Nivaldo Prieto. E mostraram que são pé-quente, com a vitória de 3 a 0 da nossa Seleção. Ontem, a animação continuou em alta, durante um passeio de barco pelo rio Tâmisa rumo à arena Gre-enwich, onde curtiram as quartas-de-final do bas-quete masculino. A semana continuará cheia de atrações nos estádios e na Vila, com direito a — mais — uma festa da MTV para encerrar a Olimpíada no domingo (12). Confira quem passou por lá:

BALADA MTV no domingo à noite, a Vila Placar recebeu uma megafesta organizada pela MtV. estiveram lá o trio de VJs Marcelo adnet, dani Calabresa e Bento ribeiro (à esquerda), o casal Luana

Piovani e Pedro scooby (acima), além do ex-nadador fernando scherer e do ex-jogador e atual deputado federal romário (ao lado), ambos medalhistas olímpicos no passado

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A previsão do crescimento do PIB britânico foi rebaixada para zero

VIPs nA VILA acima, os convidados da Vila Placar acompanham a semifinal entre Brasil e Coreia do sul no futebol. ao lado, o campeão olímpico arthur Zanetti exibe sua medalha no local. abaixo, as jogadoras da seleção dionise (à esquerda) e dara, ao redor do técnico Morten soubak

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22jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

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Sem pódio, atleta quis ficar careca de raiva

F rustrada pela perda do pódio olímpico pela segunda vez

consecutiva, a norte-americana Lolo Jones postou no twitter que pensou em raspar a cabeça após a final dos 100 m com barreiras. “quase fiz como @britneyspears e raspei minha cabeça, até ler todos os tuítes de vocês. obrigada por me animarem durante estas horas”, postou a atleta, cotada como favorita ao ouro da prova e que acabou com o 4º lugar. Pouco antes do início da olimpíada, Lolo provocou muita discussão ao assumir ser virgem aos 29 anos de idade.

Ouro de sul-coreano rende apartamentoo ouro inédito do sul-coreano Yang

Hak-seon, na ginástica artística, rendeu a ele um apartamento novo em folha. o presente foi dado pelo presidente de uma construtora de seu país, que se comoveu ao ver onde o atleta morava com a família, uma antiga estufa convertida em casa. Hak-seon, de 19 anos, revelou em uma entrevista que usaria o prêmio pela conquista da medalha para comprar uma casa nova para os pais. o apartamento de 116 m quadrados ficará pronto até o fim do ano e vale pouco mais de us$ 200 mil.

Liu Xiang pode operar tendão em Londreso corredor chinês Liu Xiang pode

estender sua estada em Londres por causa da contusão que sofreu nas eliminatórias dos 110 m com barreiras. o atleta deve passar por uma cirurgia no tendão de aquiles, que já havia se rompido nos Jogos de Pequim 2008. ouro em atenas 2004, Xiang teria sofrido a lesão na largada, momento em que o tendão precisa suportar muita pressão.

Canoísta francesa disputa final grávidal ogo após cruzar a chegada da final

do K4 (caiaque para 4 pessoas) de 500 metros, ontem, a francesa Marie delattre-demory revelou às colegas que estava grávida. o anúncio, porém, não causou surpresa. segundo as companheiras, elas já aguardavam a notícia. “esperávamos (a notícia) porque vivemos juntas há alguns meses. Pensamos em comprar um teste de gravidez”, brincou gabrielle tuleu, outra integrante da equipe. Com dois meses de gestação, Marie confessou que, durante os treinos, chegou a enjoar algumas vezes.

Espectador é detido por não sorrir

a polícia britânica protagonizou mais um episódio constrangedor nestes

Jogos olímpicos. desta vez, a vítima foi o soldado aposentado Mark Worsfold, de 54 anos, que sofre de mal de Parkinson. ele foi detido enquanto assistia à prova de ciclismo de estrada, pois não sorria e estava vestido com roupas suspeitas, segundo os policiais que o prenderam. segundo Worsfold, a doença impede que ele mova alguns músculos da face. ele foi algemado no momento da prisão, mas acabou sendo liberado duas horas depois. o ex-soldado espera que a polícia lhe envie uma carta de retratação e desculpas.

Ciclista belga bebe e sai carregado de boatea lguns atletas que disputaram a

olimpíada vem ignorando as recomendações do Comitê olímpico internacional (Coi) de beber com moderação. um deles foi o ciclista belga gijs Van Hoecke, que disputou o omnium (competição que reúne seis provas) e terminou sua participação com um modesto 15º lugar. Hoecke celebrou o fim das competições de ciclismo com uma noitada em Londres e encerrou a balada sendo carregado pelos companheiros na volta para a Vila olímpica.

Bêbado em 2008, russo leva ouro no saltoc onhecido mundialmente por ter

disputado uma competição de salto em altura bêbado, em 2008, o russo iván ukhov deu a volta por cima e conquistou o ouro da modalidade em Londres. Mas, desta vez, outro fato pôs em risco a participação do atleta. a camiseta que o russo utilizou nas provas sumiu e ele teve de competir com uma emprestada do colega e campeão olímpico andréi sinov. “acho que andréi, ao ser campeão, me trouxe muita sorte”.

Pentatleta brasileira é retida no aeroportoa brasileira Yane Marques, do

pentatlo moderno, foi barrada na alfândega do aeroporto de Heathrow, em Londres, e teve seus equipamentos de competição apreendidos pelas autoridades britânicas por cerca de duas horas. Yane portava uma pistola para competições esportivas, que dispara feixes de laser e é inofensiva aos humanos, e uma espada para duelos de esgrima. a brasileira só foi liberada após a chegada de um fiscal.

Vara quebra em três pedaços em salto de cubanoFora da validade

n Vai para a corredora turca Merve aydin. durante as eliminatórias dos 800 metros rasos, ontem, ela caiu na pista, sentindo dores no pé direito. a atleta, de 22 anos, levantou-se e, chorando muito, continuou a prova. Mancando, cruzou a linha de chegada em 3min24s35, mais de um minuto depois da penúltima colocada. e desabou no chão, aos prantos. o público a aplaudiu de pé. na mesma eliminatória, outras corredoras chamaram a atenção: a sul-africana Caster semenya, que precisou fazer testes de dna para provar que é mulher, e as muçulmanas Woroud sawalha (Palestina) e sarah attah (arábia saudita), que entraram na pista com o corpo todo coberto, como reza a tradição do islã. Caster se classificou em terceiro, mas Woroud e sarah, não conseguiram vaga nas semifinais.

n Vai para o técnico chinês de ginástica artística, Yubin Huang, que pediu uma investigação sobre a conquista da medalha de ouro pelo brasileiro arthur Zanetti, nas argolas. o pupilo dele, Chen Yibing, ficou com a medalha de prata. Campeão olímpico das argolas em Pequim 2008, Yibing recebeu 15.800 pontos, 100 pontos a menos que Zanetti. o treinador chinês acusou os juízes da competição de manipularem as notas a favor do brasileiro. Hyuang chegou a enviar um comunicado à imprensa britânica acusando a arbitragem de roubo. Para o técnico, “o brasileiro usou recursos com pouca variação e o passo dado na aterrissagem foi uma falha clara. Mas os juízes pediu ao Comitê olímpico internacional (Coi) e à federação internacional de ginástica que revisem o resultado.

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Há problemas maiores que o vento forte no salto

com vara. Um dos favoritos na modalidade, o cubano Lázaro Borges protagonizou uma cena impressionante ontem, nas clas-sificatórias. Em uma das tentati-vas de passar por 5,35 m, seu ins-

trumento de trabalho se partiu simultaneamente em dois pon-tos durante seu impulso. Foi apenas um susto. O vice-cam-peão mundial e ouro no Pan de Guadalajara no ano passado caiu no colchão e olhou assustado para os três pedaços da vara. En-

tretanto, o acidente parece ter afetado sua performance. Depois de passar por 5,50m na segunda vez, ele foi eliminado no critério de desempate. Justamente por causa de sua tentativa frustrada decorrente da vara com defeito de fabricação.

n susto Borges foi eliminado no desempate, devido à falha no equipamento

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jornal placar | quinta-feira, 9 de agosto de 2012

23maratona aquáticatorre de londresPor Carlos Maranhão, de Londres

Egito, Bielorússia, Nova Zelândia, Honduras e Coreia do Sul. Nenhum bicho-papão. Nenhuma grande força internacional. Aqui entre nós, a seleção brasileira de futebol tinha mesmo que vencê-los. E foi o que fez, marcando três gols em cada

um deles. Não chegou, por enquanto, a dar uma exibição de fato brilhante e nem mesmo convincente. Exceto no encontro com os neo-zelandeses, que não têm qualquer intimidade com a bola redonda — seu negócio é a oval, do rúgbi —, o time enfrentou dificuldades, às vezes mais, às vezes menos, e passou por alguns assustadores, inesperados momentos de sufoco.

Foi o que se viu no final da primeira partida, no início da segunda, durante boa parte do jogo das quartas-de-final e na meia hora inicial da semifinal diante dos sul-coreanos. Em termos de resultados, porém, conseguiu até agora alcançar o objetivo a que se propunha: veio vindo, veio vindo, deu sustos, tomou cinco gols, quase todos evitáveis, mas

enfim se credenciou para disputar a medalha de ouro em Wembley.

Reconheça-se que não é pouca coisa e, mesmo para quem é pentacampeão mundial e o maior colecionador de glórias nos gramados do planeta, ir a uma finalíssima não acontece todos os dias. Para não recuar muito no tempo, basta lembrar que, na nossa história olímpica, a última decisão ocorreu em Seul, há longos 24

anos. Na Copa do Mundo, há dez. Depois disso, a seleção caiu logo no segundo mata-mata. Nos Jogos Olímpicos, após a medalha de prata de 1988, perdida para os russos, duas vezes não se classificou e em três ocasiões foi alijada da luta antes da hora.

Em termos práticos, no entanto, a verdade é que para ser campeão em competições curtas e intensas, como a Copa e a Olimpíada, basta jogar bem — ou melhor, vencer — duas ou três partidas importantes, como sempre observou o técnico Carlos Alberto Parreira. O treinador Mano Menezes adota mais ou menos esse pragmatismo. “Não é porque você esteja sendo dominado que deve perder”, ele afirmou após a vitória de 3 a 0 contra a Coreia do Sul em Manchester. “É o que sempre digo para os jogadores.”

A questão é que em Londres o Brasil terá pela frente o México, que vem preparando sua equipe para os Jogos Olímpicos desde o Pan-Americano do ano passado. Não é um simples participante, ao contrário dos nossos cinco adversários anteriores. Trata-se de um rival respeitável. O sábado promete grandes emoções. Vamos torcer juntos.

n pragmatismo Na semi não teve show, mas o time marcou 3 gols

n ferreira Com o 2º melhor tempo, tenta vaga na semifinal

Aqui entre nós, a seleção brasileira de futebol não pegou nenhum bicho-papão

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Chegou a hora de jogar bem

O Hyde Park, um dos mais tradicionais pontos turísticos de

Londres, conhecido pelo “spe-akers corner” (espaço no qual as pessoas se reúnem aos sábados de manhã para debater livre-mente sobre os mais diversos as-suntos), recebe hoje, às 8h da manhã, uma das provas mais no-vas das Olimpíadas: a maratona aquática, cuja estreia se deu em Pequim. A despeito do nome, que remete aos 42 km da corrida a pé, a prova na água tem 10km.

Desafio no Hyde Parknum dos cartões postais de Londres, a brasileira Poliana okimoto cai no lago para uma maratona de 10km de natação — com chances de medalhaDa Redação

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O fato de ser disputada num lago e não no mar aberto pode ser positivo para Poliana Oki-moto, a representante do Brasil na modalidade, acredita seu treinador e marido, Ricardo Cintra. “Se a Poliana estivesse disputando a prova no mar, com muita marola, ela iria sentir de-mais por conta das suas braça-das, que são de piscina. Essa di-ficuldade é uma coisa que não vamos encontrar por aqui, o que é muito bom”, explica ele.

A preparação de Poliana foi feita na piscina do Crystal Pala-ce, com duas sessões diárias de

teinamento de longa distância. O maior temor da atleta é a tem-peratura da água, que costuma ser baixa na capital britânica. “A temperatura me preocupa. Espero que esteja na casa dos 20 graus no mínimo”, disse ela.

Poliana vai para sua segunda Olimpíada, com chances de me-dalha. Na China, ela ficou com a sétima posição na classificação geral. Suas grandes concorren-tes em Londres serão a britâni-ca Keri-Anne Payne (prata em Pequim 2008) e a italiana Mar-tina Grimaldi (campeã mundial em 2010).

Agora é para valerOntem, os ciclistas do

BMX entraram na pista apenas para fazer o tempo de qualificação. No masculino, o Brasil foi bem. Entre 32 compe-tidores, Renato Ferreira foi o oi-tavo mais rápido a completar o percurso, com 38s628. Larga hoje, às 11h, na segunda posição da bateria 1, tentando ficar entre os semifinalistas.

“Pensei que meu tempo fosse ser o décimo logo de cara e ainda saí da pista como segundo, não espe-rava”, confessa. “Acho que agora vão ficar de olho em mim, mostrei que sou um deles”. O mais rápido do dia foi o holandês Raymon van der Biezen, com 37s779, seguido do francês Joris Daudet, com 38s221.

Entre as mulheres, a brasileira Squel Stein teve menos sorte. En-tre 16 competidoras, ela foi a pe-núltima (isso porque uma adver-sária, a americana Brooke Crain, caiu e ficou na lanterna). Seu tem-po foi de 42s995. Amanhã, já na semifinal, ela participa da segun-da bateria, largando do portão 8.

n otimismo poliana festeja o fato de a prova ser no lago e não no mar

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Em cada movimento. Em cada conquista Vem ser [Optimus] com a gente

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Na torcida pelo Brasil em Londres 2012

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