jornal placar londres 2012 ed 07

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LONDRES 2012 edição 7 | QUARTA-FeiRA, 1º de AgosTo de 2012 | www.placar.com.br Judô Depois da decepção com Leandro Guilheiro, Tiago Camilo é a aposta de medalha hoje basquete Após apagão, Brasil de Tiago Splitter vence a segunda. Agora pega a Rússia geTTY iMAges getty images michael phelps ganha ouro e prata e se torna o maior medalhista olímpico de todos os tempos o atleta do século n Phelps nos 200m borboleta, em que foi prata. Pouco depois, ganhou o ouro no revezamento 4 x 200m livre, seu 19º pódio em Olimpíadas ReUteRs

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Jornal Placar Olimpiadas de Londres 2012 Ed 07

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Page 1: Jornal Placar Londres 2012 Ed 07

LONDRES 2012edição 7 | QUARTA-FeiRA, 1º de AgosTo de 2012 | www.placar.com.br

JudôDepois da decepção com Leandro Guilheiro, Tiago Camilo é a aposta de medalha hoje

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Aquecimento frases

jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º dE AGOSTO dE 2012

Destaques Do site

Editorial

N em o ouro olímpico para o Brasil no futebol. Nem o recorde mundial de Usain Bolt nos 100 metros rasos. Nada, nenhum fato ou conquista que venha a ocorrer nesta 30ª edição dos Jogos Olímpicos

da Era Moderna irá superar em importância o feito do nadador americano Michael Phelps que, ontem, conquistou a 18ª e 19ª medalhas olímpicas de sua carreira. Ao superar a marca da ginasta Larissa Latynina, da ex-União Soviética, que conquistou 18 medalhas em três edições dos Jogos (Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964), o foguete subaquático Phelps isolou-se no posto de maior medalhista da história das Olimpíadas. Ainda que a maioria de suas medalhas tenham sido alcançadas na era dos supermaiôs, o americano cravou seu nome no Olimpo.

Por Miguel Icassatti

02

www.abrilemlonDres.com.br Os destaques e o melhor conteúdo exclusivo sobre Londres 2012 na internet

Hora EsportE sExo Disputa Etapa BrasilEiros na Disputa

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Quadro dE mEdalhas País ToTal

1 CHina 13 6 4 23

2 EstaDos uniDos 9 8 6 23

3 França 4 3 4 11

4 CorEia Do sul 3 2 3 8

5 CorEia Do nortE 3 0 1 4

6 Cazaquistão 3 0 0 3

7 itália 2 4 2 8

8 alEmanHa 2 3 1 6

9 rússia 2 2 4 8

10 áFriCa Do sul 2 0 0 2

11 japão 1 4 8 13

12 austrália 1 3 2 6

13 romênia 1 2 2 5

14 Brasil 1 1 1 3

15 Hungria 1 1 1 3

n Quadro de medalhas atualizado até as 22h (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br

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para ver na tv

[email protected]

BaÚ olímPICopor olavo guerra

Família real no pódio

n zara phillips, neta de Elizabeth ii e medalha de prata ontem

Ontem, a equipe de hipismo da Grã-Bretanha faturou a

medalha de prata no Concurso Completo de Equitação (CCE). Entre os membros do grupo, estava Zara Phillips, neta da rainha Elizabeth II. Ela é a primeira representante da família real britânica a conquistar uma medalha olímpica, mas não foi a única a competir. Sua mãe, a princesa Anne — filha de Elizabeth II —, fez parte do hipismo nas Olimpíadas de Montreal 1976. O pai de Zara, Mark Phillips, também era cavaleiro e foi medalhista por duas vezes: ouro em Munique 1972 e prata em Seul 1988.

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5h00 tiro esportivo F pistola 25m Eliminatórias ana luiza Ferrão mello

5h00 Esgrima m individual espada

Eliminatórias athos schwantes

5h00 Vôlei de praia F 1ª fase juliana e larissa

5h00 Vôlei de praia m 1ª fase ricardo e pedro Cunha

5h30 judô m peso médio Eliminatórias tiago Camilo

5h30 judô F peso médio Eliminatórias maria portela

6h39 natação m 200m costas Eliminatórias leonardo de Deus

7h30 tênis m simples 3ª rodada

7h30 tênis F simples 3ª rodada

7h30 tênis Duplas mistas 1ª rodada

7h47 natação m 200m medley Eliminatórias Henrique rodrigues e thiago pereira

8h00 Vela F rs-x regatas patrícia Freitas

8h00 Vela F laser radial regatas adriana Kostiw

8h00 Vela m rs-x regatas ricardo Winicki

8h00 Vela m laser regatas Bruno Fontes

10h30 Futebol m Brasil x nova zelândia

1ª fase

10h30 Basquete F austrália x Brasil 1ª fase

10h30 tênis de mesa F individual Final

11h30 tiro esportivo F pistola 25m Final

12h00 judô F peso médio Final

12h10 judô m peso médio Final

12h15 Handebol F Brasil x grã-Bretanha

1ª fase

15h10 Esgrima m individual espada

Final

15h30 natação m 200m peito Final

15h45 Futebol m grã-Bretanha x uruguai

1ª fase

16h16 natação m 100m livre Final

18h00 Vôlei F Brasil x Coreia do sul

1ª fase

“Falo como Fã do lucas. ElE mErEcia mais chaNcEs NEssE timE do maNo. É uma opiNião dE torcEdor” Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, inconformado em ver o principal ídolo do clube como eterno reserva na seleção olímpica

“chamaram Ela dE macaca (...). ElE (o iNtErNauta) É quE tEm dE Estar Na jaula. É um aNimal. quE país É EssE Em quE a cor da pElE iNFluENcia Na coNduta das pEssoas?”A técnica Rosicléia Campos, defendeno a judoca Rafaela Silva, atacada no Twitter

“miNha história cErtamENtE Não tErmiNa aqui” O judoca Leandro Guilheiro, após ter perdido a chance de sua terceira medalha olímpica

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Veja galerias com as melhores imagens do quarto dia de competições em Londres Vai, Brasil! Acompanhe o que estão falando sobre os Jogos de Londres nas redes sociais Definição: saiba quais serão os confrontos semifinais do futebol feminino Londres 2012 marca a estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos; acesse mais curiosidades

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Aquecimento 03jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

Por Paulo Vitale, da VEJA Os jOgOs que vOcê nãO vê

ippon Ao aplicar o golpe perfeito na segunda luta, o brasileiro Leandro Guilheiro mantinha a esperança da medalha. Mas perdeu as duas seguintes e adiou o sonho para o Rio 2016

papO triplO - três perguntas para auréliO Miguel twitadas OlÍMpicasMedalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de Seul 1988 e de bronze em Atlanta 1996 e atual vereador em São Paulo. Está em Londres, acompanhando as competições de judô e acredita nos brasileiros

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“feliz aniversário ao meu parceiro Bruno Prada! deixe sua mensagem de incentivo pra ele no facebook : Bruno Prada” o iatista Robert Scheidt (@robert_scheidt) parabenizando seu colega de embarcação, Bruno Prada

“torcendo muito pela rapaziada brazuca em Londres. #vamobrasil” Diogo Silva, do taekwondo, dando uma força para o pessoal dos outros esportes, enquanto não começa suas lutas

“L. guilheiro teve muita dificuldade em segurar as duas mãos no kimono. acabou superado pelo japonês tadahiro Nakai” o ex-judoca Rogério Sampaio (@sampaiojudo), após a derrota de Leandro guilheiro ontem

“saindo aqui galera linda! Vamos com tudo meu Brasil!” a lateral esquerda da seleção, Maurine (@Maurinedorneles), antes da partida contra a grã-Bretanha

“Boa tarde galera... Chegando no Crystal Palace pra treinar... Preparar tudo pro jogo de amanhã... #VamostimeBrasil #Handebol” da jogadora de handebol Mayara Fier (@May_fier), na peparção para o jogo de hoje

1Como avalia o Brasil até agora no judô? O primeiro dia foi maravilhoso, 100%. O Felipe Kitadai me surpreendeu, pois ele tem um pouco menos de força, mas se superou. A Sarah Menezes só confirmou

seu favoritismo. No segundo dia, eu tinha uma expectativa com a rafaela Silva, foi uma lástima aquele golpe ilegal. Ontem, a Mariana Silva pegou a chinesa que foi finalista logo de cara e o Leandro guilheiro, eu senti falta de ritmo, fiquei triste, pois tinha muitas chances.

2 Quais são as chances da Maria Portela e Thiago Camilo hoje? O Thiago já é experimentado, duas medalhas olímpicas, tem muito recurso e não há pressão sobre ele. A Portela é uma guerreira, vem crescendo a cada competição e tem tudo pra fazer uma grande Olimpíada.

3Você acha que o Brasil evoluiu no esporte desde que você parou de lutar? O judô cresceu muito no país. A maior prova disso é a Sarah Menezes, que é do Piauí e treina lá até hoje. Os destaques estão disputando competições internacionais desde os 16, 17 anos, o que dá uma

bagagem pra eles. A infraestrutura também é muito maior hoje em dia, além do apoio de patrocinadores.

Fundador: VicTOr ciViTA

(1907-1990) Presidente e Editor: roberto civita

Vice-Presidente Executivo: Jairo Mendes Leal

conselho Editorial: roberto civita (Presidente), Thomaz Souto corrêa (Vice-

Presidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, giancarlo civita,

Jairo Mendes Leal, José roberto guzzo, Victor civita

diretor de Assinaturas: Fernando costadiretor geral digital: Manoel Lemos

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Alfredo Ogawadiretora Superintendente: claudia giudice

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diretor de redação: Maurício BarrosEditor-chefe: Miguel icassatti coordenação: Silvana ribeiro colaboradores: Nelson Nunes (edição), Alex Xavier, Marcelo goto, Pedro Proença, Simone Tobias (reportagem), Olavo guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLAcAr Online: Marcelo Neves (editor)www.placar.com.br ABriL EM LONdrES Online: Alexandre ciszewski, Filipe Prado, Marília Passos,

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JOrNAL PLAcAr Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLAcAr não admite publicidade redacional.

iMPrESSO NA TAigA gráfica e Editora Ltda. Av. dr. Alberto J. Byington, 1808,

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jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

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Nem ouro, nem prata, nem bronze...

duas derrotas interrompem o sonho de medalha de Leandro guilheiro, um dos maiores favoritos ao pódio

Musa brasileira eliminada logo na primeira luta

Quando a delegação do judô brasileiro de-sembarcou em Lon-

dres, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo eram as grandes esperan-ças de medalha da equipe mascu-lina. Ontem, Guilheiro teve uma jornada infeliz: derrotado na ter-ceira luta e, depois, eliminado também na repescagem, decep-cionou todos os prognósticos e acabou o dia sem medalha.

Guilheiro, líder do ranking mundial na categoria até 81 kg , venceu as duas primeiras lutas. A primeira, contra o Konstantis Ovchinnikovs, da Letônia, que re-cebeu duas advertências. No se-gundo combate, o brasileiro foi mais combativo e acertou um ip-pon no marroquino Saffouane At-taf. Nas quartas de final, porém, o americano Travis Stevens aplicou um wazari no brasileiro e este não foi capaz de reverter a situação.

Na respescagem, o japonês Takahiro Nakai, mesmo inferior tecnicamente, não se intimidou e partiu para cima de Guilheiro. O brasileiro pisou fora da área de luta para evitar o golpe do orien-tal, o que lhe rendeu uma adver-tência. Com 3min08s, ele recebeu outra por falta de combatividade (as duas advertências renderam ao japonês um yuko). Abatido, sem encontrar seu melhor estilo de lutar, Guilheiro não foi capaz de reagir e acabou eliminado.

“Os adversários foram melhores do que eu. Foi simples assim. Eles implementaram uma estratégia que eu já imaginava que acontece-ria nas Olimpíadas, mas por mais que eu tentasse achar uma solu-ção, não consegui. Eles foram me-lhores e ganharam. A derrota foi dentro do tatame, em questões tá-

ticas e técnicas”, reconheceu o ju-doca brasileiro, num misto de re-signação e decepção.

Para Guilheiro, o problema maior foi a estratégia adotada por seus adversários: “Eu sou muito forte segurando no quimono, mas eles não me deram tempo para fa-zer isso. Contra o japonês, a tática de bater cabeça e não dar espaço ficou muito clara. Contra o ameri-cano, como tinha maior enverga-dura, ele não me deixava chegar no quimono dele. Treinei isso nes-ses meses, mas aqui não consegui resolver”, analisou.

Ainda que tenha ficado sem um lugar no pódio, Guilheiro diz sair da disputa de ma-neira serena, prin-cipalmente pela certeza de que se preparou para os Jogos Olímpi-cos de Londres da melhor maneira possível, algo que não foi possível para repetir os re-sultados dos eventos anteriores.

“Essa foi a Olimpíada em que eu me preparei melhor em todos os aspectos e saio tranquilo. Sabia que seria difícil por ser o número 1 do ranking e pelo fato de estarem me estudando. É claro que estou sentindo uma dor que não desejo para ninguém, mas, se não tivesse sido a pessoa mais profissional do mundo, não chegaria aqui nessas condições”, disse.

Apesar da eliminação precoce, ele já avisou que pretende disputar os Jogos Olímpicos de 2016, ano em que completa 33 anos. “Com certeza, minha história não termi-na aqui. Estou no melhor momen-to da minha vida e da minha car-reira. Não é uma derrota, por mais significativa que seja, que vai me deixar para trás. Tenho muito mais alegria de lutar”, afirmou.

Da redação

Decepçãon DERROTAGuilheiro não conseguiu impor sua forma de lutar diante do americano Travis Stevens

A musa do judô, Mariana Sil-va, que ficou famosa após

fazer um ensaio sensual para o Jor-nal Extra, do Rio de Janeiro, não teve vida longa nas Olimpíadas. Seu sonho de lutar por uma meda-lha durou apenas 3min38s. Ela fez uma luta tensa contra a chinesa Lili Xu, mas a asiática aplicou-lhe um wazari, quando faltavam 2min22s. A brasileira ainda tentou partir para cima da chinesa na base da afobação, mas a adversária se defendeu bem, chegando a receber uma advertência por falta de com-batividade quando faltavam 50 se-gundos para acabar.

“É muito duro perder na primei-ra rodada. O tempo foi me pressio-nando na luta...Fiz o que pude, dei o meu melhor, sabia que tinha con-dições de vencer a luta. Mas tenho que melhorar, treinar e me prepa-rar para chegar numa próxima Olimpíada.”, disse Mariana, às lá-grimas, após o combate.

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n TchAu, bElAMariana silva volta para casa bem cedo

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jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

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Vai que é sua, Tiago!Prata em sidney 2000 e bronze em Pequim 2008, tiago Camilo é a grande esperança de medalha no tatame para o Brasil hoje

Depois de Leandro Guilheiro, Tiago Camilo (7º no

ranking mundial da categoria peso médio) é o maior destaque do judô masculino do Brasil. Hoje ele vai tentar conquistar sua terceira me-dalha olímpica e se transformar no atleta brasileiro recordista em número de conquistas individuais. A glória que poderia ter sido obti-da por Leandro Guilheiro ontem, Pequim, acabou ficando na mão de Tiago. O caminho até o pódiom porém, não será fácil.

O brasileiro faz a primeira luta do dia, hoje de madrugada, con-tra o ucraniano Roman Gontiuk. Caso passe, medirá forças com o vencedor da luta entre o italiano Roberto Miloni e o russo Parviz Sobirov. Todos esses adversários estão atrás de Camilo no ranking. Nas quartas de final, o adversário mais provável será Dilshold Cho-riev, do Uzbequistão, que está uma posição à frente de Camilo no ranking mundial.

“O Tiago caiu num lado da cha-ve bastante duro. Ele tem uma ba-gagem enorme, é campeão mun-dial e tem duas medalhas olímpi-cas e dá para passar. Mas terá três pedreiras nas três primeiras lutas,

inclusive o que considero o maior adversário, o Choriev”, disse Ney Wilson, o coordenador técnico da equipe brasileira.

Sérgio Baldijão, supervisor téc-nico do Clube Pinheiros, que acompanhou toda a preparação de Camilo, concorda com Ney e mos-tra muita fé na preparação feita com o judoca: “Quando me despe-di dele no dia do embarque para Londres, ele me disse que teve o melhor ciclo olímpico da carreira aqui no Pinheiros. Outro ponto a favor é que não estão falando mui-to dele e isso tira um peso”.

As lutas de Tiago terão um confronto de estilos. O brasileiro prefere combater em pé, com a postura reta e investindo em ata-ques com o braço. Já a escola da Europa e aposta mais na força, na defesa com as pernas e na luta de chão. “Isso não será problema para o Tiago. Ele é um atleta mui-to versátil e nós criamos estraté-gias para enfrentar esse estilo de luta”. disse Ney.

Além disso, Ney considera que Tiago, apesar de preferir lutar em pé, leva vantagem sobre seus ad-versários até as semifinais por uma razão simples: ser mais ta-lentoso do que eles. “E tem mais: o Tiago é um judoca inteligente”, completou o coordenador.

Após ser eliminada ante-ontem por decisão dos

juízes, a judoca carioca Rafaela Silva foi torpedeada por críticas no Twitter. Entre elas, uma ofen-sa de cunho racista, que a fez res-ponder com palavrões. Ao ser advertida pela Rosicléia Campos e pelo coordenador técnico Ney Wilson, a judoca justificou sua

reação dizendo ter sido chamada de macaca e que deveria voltar rastejando para o Brasil. A histó-ria ganhou proporções entre atletas e autoridades do país e acabou virando caso de polícia.

“Chamaram ela de macaca, que tinha de estar na jaula, que ela era uma vergonha e devia voltar rastejando para o Brasil. Não estou justificando, mas ex-plicando. Quem devia ir para a jaula é quem falou isso. Nem eu estou preparada para lidar com algo nesse nível. Que país é

esse?”, protestou Rosicléia, saindo em defesa da atleta.

O Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, se disse enojado com a situação e prometeu acionar a Polícia Federal para apurar o caso e identificar o autor da mensagem racista inserida no microblog.

“Racismo é uma questão de Justiça. É uma indignidade. Não foi apenas a atleta que foi desres-peitada. É um desrespeito ao povo brasileiro. O Governo vai tomar providências”, disse Rebelo.

O Comitê Olímpico Brasileiro, no entanto, divulgou uma nota ontem informando que a atleta desistiu de levar o caso adiante.

Também usando os canais das redes sociais, vários atletas se solidarizaram com Rafaela. Até o craque Neymar, da seleção olímpica de futebol, mandou mensagem para a judoca.

“Sei como você se sente! Agora é ficar ao lado dos que te amam de verdade e treinar mui-to para realizar seu sonho na Rio 2016”, escreveu o craque.R

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n rEVolTa rafaela silva sofre com eliminação e preconceito

n Em alTa Tiago Camilo tem potencial para se consagrar hoje o melhor judoca brasileiro

n pEDrEIra Maria Portela tem caminho difícil até a medalha

Portela querpassar comoum tratorA gaúcha Maria Portela (6ª no

ranking mundial) tem a chance de trazer a segunda medalha para o judô feminino hoje, mesmo tendo caído numa chave muito dura, que inclui a campeã mundial Yuri alvelar e a número 1 do ranking mundial , Lucie decosse.

Para passar por adversárias tão encardidas e conseguir a medalha, ela aposta no uso da força e do contra-ataque, decorrente do seu porte físico. Com apenas 1,58m e pesa 70kg, ela esbanja boa forma, com um percentual de gordura de apenas 11%, o que faz com que tenha muita potência muscular. Não por acaso, é chamada pela treinadora rosicléia Campos de “trator”. “a pouca altura poderia ser uma desvantagem, mas ela reverteu isso. a Portela tem um contra-ataque muito bom, se defende bem e, depois, usa toda a sua força para encaixar seus golpes. É uma das mais fortes em sua categoria”, diz Wagner Zaccani, preparador físico da atleta no sogipa (rs), clube no qual treina.

Por Pedro Proença

Da redação

Ofensa racista a judoca negra vira caso de políciaPelo twitter, internauta brasileiro chama a carioca rafaela silva de macaca e ministro do esporte pede investigação policial

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basquete08

Brasil supera apagão e vence donos da casaEquipe revela nervosismo e marca apenas 4 pontos no primeiro quarto

A seleção brasileira de basquete mas-culino voltou à

quadra dos Jogos de Londres, ontem, e mostrou que seu prin-cipal adversário, nesta fase pre-liminar, tem sido o nervosismo e a ansiedade. Assim como na estreia, na vitória apertada diante da Austrália, a equipe do técnico Rubén Magnano voltou a exibir, diante dos donos da casa, um jogo inconsistente e marcado por altos e baixos.

Para se ter uma ideia do descon-trole dos brasileiros, o time fez o pior primeiro quarto do basquete nesta Olimpíada, marcando ape-nas quatro pontos, contra 11, da Grã-Bretanha. Mesmo errando cestas fáceis e com um péssimo aproveitamento em bolas de três pontos, o Brasil conseguiu arran-car sua segunda vitória nos Jogos, por 67 a 62. O triunfo rendeu aos brasileiros o primeiro lugar do Grupo B, com quatro pontos, em-patado com Rússia e Espanha. Os russos, aliás, são os próximos ad-versários do Brasil, amanhã, 12h45 (Brasília). No desempate por pon-tos, o Brasil cai para terceiro.

No primeiro quarto, a equipe

jornal placar | quarta-fEira, 1º dE agosto dE 2012

n no sufocoTiago Splitter abraça Marcelinho Huertas no final de um jogo dramático

brasileira chegou a abrir 4 a 0, mas os rivais conseguiram virar o marcador e a partir daí o que se viu foi uma série de jogadas erradas e o jejum no placar bra-sileiro. Após o apagão inicial, o Brasil iniciou o segundo quarto investindo nas jogadas de Lean-drinho e Tiago Splitter. Apesar da afobação no garrafão, a equi-pe conseguiu fechar o primeiro tempo empatado em 27 a 27.

Magnano aproveitou o inter-valo para dar um chacoalhão nos jogadores e surtiu efeito. Mesmo tendo dificuldades para se impor sobre os britânicos, o Brasil conseguiu fechar o ter-ceiro quarto com cinco pontos à frente, 48 a 43. No último e de-cisivo quarto, os donos da casa passaram à frente no placar, mas perderam a vantagem gra-ças aos contra-ataques bem su-cedidos de Marquinhos. Faltan-do pouco mais de um minuto para zerar o cronômetro, Mar-celinho Huertas enfiou uma bola espetacular para Nenê que enterrou e ainda sofreu falta. Foi o suficiente para o Brasil abrir seis pontos e liquidar a partida.

Para continuar vivo na briga por uma medalha no feminino, Brasil tem de derrotar a austrália hoje

Depois de duas derrotas nas duas primeiras roda-

das, a seleção feminina entra na quadra hoje, às 10h30 (horário de Brasilia), para enfrentar a Aus-trália com a obrigação de vencer para continuar viva na luta por uma medalha olímpica em Lon-dres. Surpreendido pelo mau de-sempenho da equipe no início do torneio, o técnico Luis Cláudio

Tarallo não joga a toalha, e confia que o trabalho realizado até aqui vai ajudar o Brasil a virar o jogo. “A palavra de ordem é persistir. Du-rante o próximo jogo e em toda a competição. Não podemos em mo-mento algum jogar a toalha”, disse o técnico, em tom de exortação.

Entre as jogadoras o clima tam-bém é de confiança na virada. “A gente está acreditando. Ninguém

n unidas venceremos Jogadoras brasil eiras confiam na virada e se recusam a jogar a toalha

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Agora é proibido perder vai soltar a corda. Esse grupo é forte. A gente treinou muito para estar aqui. Só a gente sabe. E eu não vou aceitar que duas derro-tas manchem um trabalho tão bem feito”, disse a ala-armadora Karla, uma das mais experiente da seleção.

O que pode ajudar as brasilei-ras é que a Austrália também vai entrar na quadra sob pressão, já vem de uma derrota de 74 a 70 para a França, numa partida emo-cionante decidida na prorroga-

ção. Mas, vale lembrar, que o re-trospecto não é nada favorável à equipe de Tarallo. As australianas venceram as brasileiras nas qua-tro partidas disputadas este ano.

Se perder para a Austrália, o Brasil somente se classificará se derrotar Grã-Bretanha e Canadá. Ainda assim, a seleção brasileira provavelmente ficaria com a quar-ta colocação, tendo que encarar os Estados Unidos no mata-mata, o que, na prática, é quase uma mor-te anunciada. Em amistoso reali-zado dia 16 de julho, as brasileiras perderam para por 32 pontos de diferença (99 a 67).

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UM CONTO DE DUAS CIDADES

Entre todos os problemas enfrentados pela organização de Londres 2012, talvez o mais difícil de ser resolvido seja o dos assentos vazios em quase todos os locais de competição. As imagens de lugares vagos em

eventos para os quais os ingressos haviam sido esgotados têm gerado bastante insatisfação entre o público e a mídia britânicos. A última decisão do comitê organizador foi fazer um balanço diário dos ingressos que patrocinadores, autoridades, VIPs e outros convidados não irão utilizar, e colocá-los à venda pelo site oficial na véspera das competições. O comitê ainda estuda a possibilidade de adotar a “regra dos 30 minutos”, tempo após o início de cada evento em que os lugares vazios poderiam ser ocupados por outros compradores.

Dos 8,8 milhões de ingressos disponíveis para os Jogos Olímpicos, 75% foram destinados à venda para o público do Reino Unido, 12% para o público internacional, por meio dos Comitês Olímpicos Nacionais, 8% para patrocinadores e parceiros do COI e 5% para as empresas que fornecem serviços de hospitalidade. Os patrocinadores acabam sendo demonizados pelo público, mas esta é uma batalha

praticamente perdida. Para o ciclo olímpico de 2013 a 2016, o Comitê Olímpico Internacional deve arrecadar mais de 1 bilhão de dólares apenas com seus principais patrocinadores. Seria ingenuidade pensar que os parceiros comerciais, que ajudam a tornar o evento lucrativo, abririam mão de seus convites.

Há ainda outro aspecto pouco abordado pela imprensa daqui: a maioria dos ingressos vale para múltiplas sessões. No

sábado, acompanhei a partida de basquete feminino entre Brasil x França, que teve início às 20h. A partida seguinte, entre Grã-Bretanha e Austrália, começou às 22h. Alguns brasileiros e franceses deixaram a Arena de Basquete, deixando lugares vazios. Uma fileira inteira à minha frente foi ocupada durante a segunda partida por soldados britânicos.

Uma possível solução para casos como esse seria adotar um sistema parecido com o do torneio de tênis de Wimbledon, que faz a “reciclagem” de ingressos: as entradas de quem deixa o evento antes de seu término são revendidas no local. Mas isso requer um esforço logístico difícil de equacionar em um evento desse porte. Com todo o volume de pessoas que já se dirige naturalmente às instalações olímpicas, criar uma fila de espera poderia causar mais transtorno e insatisfação.

A organização do Rio 2016 ainda tem outros desafios maiores pela frente, mas é bom que se comecem a pensar em soluções para um problema tão difícil de ser resolvido. A julgar pelos 50.000 brasileiros que vieram a Londres para assistir aos Jogos, a procura por ingressos em 2016 deverá ser grande. De Londres 2012 fica a lição: não há quem fique satisfeito quando se sente excluído de uma festa – ainda mais quando ela acontece em sua casa, financiada pelo seu próprio dinheiro.

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Assentos vazios, problema difícil

Por Jonas Oliveira

10 Vôlei de praia

Vitória no sufocoTalita e Maria Elisa batem alemãs após 11 match points

Ao contrário da estreia sem tropeços ante as holandesas Madelein

Meppelink e Sophie van Gestel, no domingo, a dupla Maria Elisa e Ta-lita suou o biquíni para vencer as alemãs Sara Goller e Laura Lu-dwig, ontem, no confronto mais emocionante da rodada. Em pouco mais de uma hora de jogo, que in-cluiu nove match points desperdi-çados pelas brasileiras no segundo set, Maria Elisa e Talita bateram as adversárias por 2 a 1, com parciais de 21/19, 29/31 e 15/3, no tie-brake. Com o resultado, a dupla verde-amarela passa a liderar a chave E, com quatro pontos, e volta à qua-dra amanhã, contra as donas da casa, Becchara Palmer e Louise Bawden, derrotadas pelas alemãs na estreia. Apesar de as brasileiras imporem ritmo forte desde o início do primeiro set, com destaque para os pontos de bloqueio de Talita, as adversárias conseguiram equili-brar a partida, variando jogadas, forçando saques e devolvendo bo-las de segunda. Com erros de re-cepção das alemãs, a dupla brasi-leira fechou o primeiro set em 20 minutos. Talita manteve o bom de-sempenho na rede no segundo set, mas Goller e Ludwig voltaram me-lhor do intervalo, acertando o ata-que. Após abrir uma ligeira vanta-

gem no placar, as alemãs pararam nos bloqueios de Talita, mas as brasileiras acabaram perdendo nove chances de liquidar a partida. Com a moral alta, a dupla alemã virou o jogo, fechando por 31 a 29, com dois erros brasileiros, em 32 minutos. No tie-brake, apesar do equilíbrio, as jogadoras mostraram nervosismo refletindo em muitos erros de saque para os dois lados.

Ao final, as brasileiras abriram dois pontos de vantagem, que se manteve até o fim, fechando em 15 a 13. Vibrando muito, Talita resu-miu o sentimento da dupla logo após o término do duelo. “A gente gosta de vibrar até para dar mais motivação para o próximo ponto. Eu e a Maria buscamos sempre es-tar vibrando, sempre colocando uma e a outra para cima”.

O vôlei de praia brasileiro se-gue invicto na corrida pelo

ouro olímpico. No torneio masculi-no, ontem foi a vez da dupla Alison e Emanuel bilhar na arena monta-da no centro de Londres. Com o resultado positivo de 2 sets a 0 (21/17 e 21/12) sobre os suíços Je-fferson Bellaguarda e Patrick Heus-cher, Alison e Emanuel garantiram a liderança da chave A e a vaga an-tecipada para a etapa eliminatória. Ao contrário da estreia tensa, no domingo, quando venceram de vi-rada os austríacos Doppler e Horst,

o segundo confronto dos brasilei-ros foi mais tranquilo, com a dupla exibindo um jogo mais consistente, com bom aproveitamento de rede e bons saques de Emanuel.

Logo após o confronto, Emanuel atribuiu à vitória ao fato de já co-nhecer os adversários. “Jogamos antes duas vezes contra eles. Sabía-mos os pontos fortes e fracos, e isso facilitou”, explicou o campeão olímpico de Atenas 2004. Alison e Emanuel enfrentam amanhã, às 6h, a dupla italiana Daniele Lupo e Paolo Nicolai.

jornal placar | quarTa-fEira, 1º dE agosTo dE 2012

Brasileiros jogam hoje em busca dos 100%

n Que alívio!Talita e Maria Elisa vibram após vitória sofrida

Por Assinatura

Alison e Emanuel seguem firmes na disputa pelo ouro

As brasileiras Juliana e Larissa voltam à arena do Vôlei de Praia

hoje, às 11h30 (Brasília), buscando consolidarem-se na liderança da chave a do torneio feminino nos Jogos de Londres. o último confronto da fase preliminar será contra as checas Lenka Hajeckova e Hana Klapalova, que ocupam o terceiro lugar do grupo, à frente apenas da dupla das ilhas Maurício. Às 16h é a vez de ricardo e Pedro Cunha pegarem os canadenses Joshua Binstock e Martin reader. a vitória isola os brasileiros no topo da chave f.

Para o ciclo olímpico de 2013 a 2016, o COI deve arrecadar mais de 1 bilhão de dólares com patrocinadores

Page 11: Jornal Placar Londres 2012 Ed 07
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É preciso melhorar — ou a medalha hoje não vem. A conclusão é de Cesar Cie-

lo, classificado para a final dos 100 metros livres. Ontem, ele conseguiu o quinto melhor tempo na semifinal, com 48s17. Hoje, nada para baixar o desempenho para menos de 47 se-gundos, o que, de acordo com os re-sultados de hoje, o deixaria com chances de conquistar a medalha.

“Tenho que tirar esses centési-mos. Essa prova está bem embola-da, tem que fazer 47 (segundos). Com 48 eu não consigo trazer me-dalha”, disse Cielo. O tempo de on-tem é inferior à melhor marca de Cielo sem o supermaiô, de 47s67. O brasileiro é dono do recorde mun-dial na distância, com os 46s91 ob-tidos em Roma, em 2009, com a novidade tecnológica.

O australiano James Magnus-sen, o melhor da semifinal, obte-ve 47s63. Foi seguido por Nathan

Adrian (Estados Unidos) com 47s97, o cubano Hanser Garcia (48s04) e o holandês Sebastia-an Verschuren (48s13). Mag-nussen é o favorito para o ouro, e Cielo montou sua estratégia com base no desempenho do australiano. “Se ele encaixar a melhor prova dos últimos anos, aí ele entra na briga”, prevê o técnico Alberto Silva. A aposta de Cielo é nos 50 metros livres.

Pela manhã, Cielo teve um de-sempenho mais fraco. Ficou em quinto lugar na sexta bateria, terminando em décimo entre 56 competidores. “Entrei meio pe-sado. A primeira nadada é difícil encaixar um bom ritmo. Mas classificou, foi importante”, dis-se, logo depois da prova.

Explica, mas não justifica, o fato de a bateria de Cielo ser a mais competitiva. Dos dez me-lhores classificados para a semifi-nal, cinco (incluindo o brasileiro) saíram dela. Os vencedores das

jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

natação12 13jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

Como em PequimBronze nos Jogos de 2008, brasileiro se classifica em quinto para a final dos 100 metros livres

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Agora Thiago quer o ouro

com ouro e prata, Phelps é o maior medalhista da história dos Jogos

Mais leve após a surpreendente conquista da prata nos 400m medley, nadador quer vencer os 200m medley

Um dia para ficar marcado na história do esporte mundial.

O maior medalhista dos Jogos saiu ontem do Parque Aquático de Lon-dres. Como era esperado, o grande Michael Phelps cumpriu sua meta e alcançou as três medalhas que falta-vam para passar a ginasta russa La-rissa Latynina, que contabilizava 18 medalhas. E sentou-se, definitiva-mente, no topo do Olimpo.

Nesta edição, ele já havia con-quistado uma prata com o reve-zamento 4x100 livres. Ontem, finalmente, bateu o recorde his-tórico. Ao fechar o revezamento 4x200m livre do time norte-americano, ele conquistou a sua primeira medalha de ouro este ano. E somou no total 19 meda-lhas olímpicas (15 de ouro).

O time norte-americano comple-tou o revezamento com tempo de

6min59s70, seguido pelos france-ses, que fizeram 7min02s77. O deta-lhe curioso é que Yannick Agnel, que fechou a prova ao lado de Phelps, nadou um segundo mais rápido, porém não foi suficiente para diminuir a vantagem que já havia sido estabelecida. A China completou o pódio na terceira posi-ção, com 7min06s30. Mais cedo, Phelps foi superado pelo sul-afri-cano Chad le Clos nos 200m bor-boleta e levou a prata.

Competindo pela União Soviéti-ca nos Jogos de Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964, Larissa Latynina conquistou 18 medalhas. Além de igualar o número de me-dalhas da ex-atleta, Phelps também detém o recorde de maior meda-lhista em uma única edição dos Jo-gos: foram 8 ouros apenas em Pe-quim 2008.

Demorou, mas a tão aguar-dada medalha de Thiago

Pereira saiu. No último sábado, o nadador brasileiro apagou o es-tigma de ser figurante em finais olímpicas e conquistou a prata nos 400 m medley. E empolgou-se ainda mais para cair na piscina de novo hoje, a partir das 6h40, e ir atrás do ouro nos 200 m med-ley, sua especialidade.

Desde os 12 anos, o nome de na-

dador carioca é apontado como uma grande promessa da natação. E em campeonatos mundiais e jo-gos pan-americanos, ele respon-deu à altura várias vezes. Somou 18 medalhas (12 douradas) em três edições do evento continental e foi campeão do mundo em 2004, jus-tamente em sua prova favorita. Faltava subir ao pódio em Olimpía-das. Nas duas últimas, bateu na tra-ve, ficando em 5º em Atenas 2004 e 4º em Pequim 2008.

Aos 26 anos, Thiago parece mais seguro e concentrado. E a prata em Londres já premia o trabalho que ele

vem realizando nos últimos quatro anos, focado unicamente em um bom resultado olímpico. “O Thiago precisava desse alívio”, diz o fisiote-rapeuta Natan Cunha, que, há cerca de um ano, ajuda o atleta a atingir seu objetivo. “Agora ele tirou esse peso das costas, algo que o incomo-dava, e vai nadar tranquilo nos 200”. Para ele, nunca o brasileiro chegou a uma olimpíada tão focado.

Ao passar das eliminatórias, Thiago volta a competir ainda hoje, às 16h40, pelas semifi-nais. A final está marcada para amanhã (2), 16h20.

Prova Medalha TeMPo recorde

atenas 2004400 m medley ouro 4:08:26 Mundial100 m borboleta ouro 51:25 Mundial200 m livre bronze 1:45:32200 m borboleta ouro 1:54:04 olímpico200 m medley ouro 1:57:14 olímpico4x100 m livre bronze 3:14:624x200 m livre ouro 7:07:334x100 mmedley ouro 3:30:68 Mundial

pequim 2008400 m medley ouro 4:03:84 Mundial100 m borboleta ouro 50:58 olímpico200 m livre ouro 1:42:96 Mundial200 m borboleta ouro 1:52:03 Mundial200 m medley ouro 1:54:23 Mundial4x100 m livre ouro 3:08:24 Mundial4x200 m livre ouro 6:58:56 Mundial4x100 medley ouro 3:29:34 Mundial

londres 2012200 m borboleta prata 1:53:014x100 m livre prata 3:10:384x200 m livre ouro 6:59:70

Super-homem

Por Marcos Sergio Silva, de Londres cinco primeiras baterias não con-seguiram sair da primeira fase.

Na semi, melhorou considera-velmente. Superior nos primei-ros 50 metros de braçadas, sua especialidade, segurou o ritmo no final, chegando em segundo. “Pois é, deu para dar uma segu-radinha. Vamos ver se amanhã eu pego uma medalhinha.”

Planos para hoje? Ficar com as pernas para o ar, o dia todo. “Fico meio paranoico. Penso até no jeito que vou escovar os den-tes. Economizo o que for possí-vel de energia.”

E a melhor notícia da Olimpía-da? Não ter como adversária a chi-nesa Ye Shiven, de 16 anos, que bateu o recorde dos 400 metros medley ao nadar em 4min28s.43, superior ao norte-americano Ryan Lochte, vencedor da prova masculina, nos últimos 50 me-tros. “Como eu não nado os 400 metros medley eu não sou mu-lher, eu estou feliz”, riu.

n confiante thiago Pereira volta a cair na piscina hoje para nadar sua prova preferida

n torpeDo cesar cielo mostrou toda sua força nas provas classificatórias dos 100m nado livre

n o Mito Michael Phelps não para de aumentar sua coleção de medalhas

Brasileiros eliminadosCom exceção de thiago Pereira e cesar

cielo, os nadadores brasileiros seguem rendendo menos do que se esperava deles. inclusive, nadando abaixo de suas melhores marcas em outros campeonatos. ontem, Joanna Maranhão disse adeus aos Jogos sendo a última de sua bateria na eliminatória dos 200 m borboleta. terminou quase quatro segundos mais lenta do que seu melhor tempo de carreira.

“foi um tempo de b...”, soltou. “estou muito triste, mas é bom para eu aprender”. ela lamentou não ter competido nos 400 m medley, sua especialidade, ao sofrer um desmaio e abrir o supercílio no último sábado, dia da prova. ao entrar na piscina na segunda para os 200 m medley, também não chegou à final. outros brasileiros que ficaram pelo caminho foram nicolas oliveira (100 m livres), henrique Barbosa e tales cerdeira (ambos no 200 m peito).

cielo x cieloPara medalha, cesão deve nadar na casa dos 47s

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É preciso melhorar — ou a medalha hoje não vem. A conclusão é de Cesar Cie-

lo, classificado para a final dos 100 metros livres. Ontem, ele conseguiu o quinto melhor tempo na semifinal, com 48s17. Hoje, nada para baixar o desempenho para menos de 47 se-gundos, o que, de acordo com os re-sultados de hoje, o deixaria com chances de conquistar a medalha.

“Tenho que tirar esses centési-mos. Essa prova está bem embola-da, tem que fazer 47 (segundos). Com 48 eu não consigo trazer me-dalha”, disse Cielo. O tempo de on-tem é inferior à melhor marca de Cielo sem o supermaiô, de 47s67. O brasileiro é dono do recorde mun-dial na distância, com os 46s91 ob-tidos em Roma, em 2009, com a novidade tecnológica.

O australiano James Magnus-sen, o melhor da semifinal, obte-ve 47s63. Foi seguido por Nathan

Adrian (Estados Unidos) com 47s97, o cubano Hanser Garcia (48s04) e o holandês Sebastia-an Verschuren (48s13). Mag-nussen é o favorito para o ouro, e Cielo montou sua estratégia com base no desempenho do australiano. “Se ele encaixar a melhor prova dos últimos anos, aí ele entra na briga”, prevê o técnico Alberto Silva. A aposta de Cielo é nos 50 metros livres.

Pela manhã, Cielo teve um de-sempenho mais fraco. Ficou em quinto lugar na sexta bateria, terminando em décimo entre 56 competidores. “Entrei meio pe-sado. A primeira nadada é difícil encaixar um bom ritmo. Mas classificou, foi importante”, dis-se, logo depois da prova.

Explica, mas não justifica, o fato de a bateria de Cielo ser a mais competitiva. Dos dez me-lhores classificados para a semifi-nal, cinco (incluindo o brasileiro) saíram dela. Os vencedores das

jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

natação12 13jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

Como em PequimBronze nos Jogos de 2008, brasileiro se classifica em quinto para a final dos 100 metros livres

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Agora Thiago quer o ouro

com ouro e prata, Phelps é o maior medalhista da história dos Jogos

Mais leve após a surpreendente conquista da prata nos 400m medley, nadador quer vencer os 200m medley

Um dia para ficar marcado na história do esporte mundial.

O maior medalhista dos Jogos saiu ontem do Parque Aquático de Lon-dres. Como era esperado, o grande Michael Phelps cumpriu sua meta e alcançou as três medalhas que falta-vam para passar a ginasta russa La-rissa Latynina, que contabilizava 18 medalhas. E sentou-se, definitiva-mente, no topo do Olimpo.

Nesta edição, ele já havia con-quistado uma prata com o reve-zamento 4x100 livres. Ontem, finalmente, bateu o recorde his-tórico. Ao fechar o revezamento 4x200m livre do time norte-americano, ele conquistou a sua primeira medalha de ouro este ano. E somou no total 19 meda-lhas olímpicas (15 de ouro).

O time norte-americano comple-tou o revezamento com tempo de

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Competindo pela União Soviéti-ca nos Jogos de Melbourne 1956, Roma 1960 e Tóquio 1964, Larissa Latynina conquistou 18 medalhas. Além de igualar o número de me-dalhas da ex-atleta, Phelps também detém o recorde de maior meda-lhista em uma única edição dos Jo-gos: foram 8 ouros apenas em Pe-quim 2008.

Demorou, mas a tão aguar-dada medalha de Thiago

Pereira saiu. No último sábado, o nadador brasileiro apagou o es-tigma de ser figurante em finais olímpicas e conquistou a prata nos 400 m medley. E empolgou-se ainda mais para cair na piscina de novo hoje, a partir das 6h40, e ir atrás do ouro nos 200 m med-ley, sua especialidade.

Desde os 12 anos, o nome de na-

dador carioca é apontado como uma grande promessa da natação. E em campeonatos mundiais e jo-gos pan-americanos, ele respon-deu à altura várias vezes. Somou 18 medalhas (12 douradas) em três edições do evento continental e foi campeão do mundo em 2004, jus-tamente em sua prova favorita. Faltava subir ao pódio em Olimpía-das. Nas duas últimas, bateu na tra-ve, ficando em 5º em Atenas 2004 e 4º em Pequim 2008.

Aos 26 anos, Thiago parece mais seguro e concentrado. E a prata em Londres já premia o trabalho que ele

vem realizando nos últimos quatro anos, focado unicamente em um bom resultado olímpico. “O Thiago precisava desse alívio”, diz o fisiote-rapeuta Natan Cunha, que, há cerca de um ano, ajuda o atleta a atingir seu objetivo. “Agora ele tirou esse peso das costas, algo que o incomo-dava, e vai nadar tranquilo nos 200”. Para ele, nunca o brasileiro chegou a uma olimpíada tão focado.

Ao passar das eliminatórias, Thiago volta a competir ainda hoje, às 16h40, pelas semifi-nais. A final está marcada para amanhã (2), 16h20.

Prova Medalha TeMPo recorde

atenas 2004400 m medley ouro 4:08:26 Mundial100 m borboleta ouro 51:25 Mundial200 m livre bronze 1:45:32200 m borboleta ouro 1:54:04 olímpico200 m medley ouro 1:57:14 olímpico4x100 m livre bronze 3:14:624x200 m livre ouro 7:07:334x100 mmedley ouro 3:30:68 Mundial

pequim 2008400 m medley ouro 4:03:84 Mundial100 m borboleta ouro 50:58 olímpico200 m livre ouro 1:42:96 Mundial200 m borboleta ouro 1:52:03 Mundial200 m medley ouro 1:54:23 Mundial4x100 m livre ouro 3:08:24 Mundial4x200 m livre ouro 6:58:56 Mundial4x100 medley ouro 3:29:34 Mundial

londres 2012200 m borboleta prata 1:53:014x100 m livre prata 3:10:384x200 m livre ouro 6:59:70

Super-homem

Por Marcos Sergio Silva, de Londres cinco primeiras baterias não con-seguiram sair da primeira fase.

Na semi, melhorou considera-velmente. Superior nos primei-ros 50 metros de braçadas, sua especialidade, segurou o ritmo no final, chegando em segundo. “Pois é, deu para dar uma segu-radinha. Vamos ver se amanhã eu pego uma medalhinha.”

Planos para hoje? Ficar com as pernas para o ar, o dia todo. “Fico meio paranoico. Penso até no jeito que vou escovar os den-tes. Economizo o que for possí-vel de energia.”

E a melhor notícia da Olimpía-da? Não ter como adversária a chi-nesa Ye Shiven, de 16 anos, que bateu o recorde dos 400 metros medley ao nadar em 4min28s.43, superior ao norte-americano Ryan Lochte, vencedor da prova masculina, nos últimos 50 me-tros. “Como eu não nado os 400 metros medley eu não sou mu-lher, eu estou feliz”, riu.

n confiante thiago Pereira volta a cair na piscina hoje para nadar sua prova preferida

n torpeDo cesar cielo mostrou toda sua força nas provas classificatórias dos 100m nado livre

n o Mito Michael Phelps não para de aumentar sua coleção de medalhas

Brasileiros eliminadosCom exceção de thiago Pereira e cesar

cielo, os nadadores brasileiros seguem rendendo menos do que se esperava deles. inclusive, nadando abaixo de suas melhores marcas em outros campeonatos. ontem, Joanna Maranhão disse adeus aos Jogos sendo a última de sua bateria na eliminatória dos 200 m borboleta. terminou quase quatro segundos mais lenta do que seu melhor tempo de carreira.

“foi um tempo de b...”, soltou. “estou muito triste, mas é bom para eu aprender”. ela lamentou não ter competido nos 400 m medley, sua especialidade, ao sofrer um desmaio e abrir o supercílio no último sábado, dia da prova. ao entrar na piscina na segunda para os 200 m medley, também não chegou à final. outros brasileiros que ficaram pelo caminho foram nicolas oliveira (100 m livres), henrique Barbosa e tales cerdeira (ambos no 200 m peito).

cielo x cieloPara medalha, cesão deve nadar na casa dos 47s

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loja de antiguidadesPor Fábio Altman, de Londres

jornal placar | Quarta-feira, 1º de agosto de 2012

14 vôlei

Brasil faz 3 a 0 na Rússia:vitória para ganhar moralCom grande atuação de Vissotto e Bruninho, seleção brasileira derrota velho rival com absoluta autoridade

As duas medalhas de ouro da chinesa Shiwen Ye, nos 400 metros medley e nos 200 metros medley, a transformaram num gigante das piscinas — embora nem fosse preciso tê-la no alto do pódio para perceber

os ombros largos e o jeitão um tanto quanto masculino. Nos 50 metros finais dos 400 medley, ela nadou mais rápido que o vencedor entre os homens na mesma prova, o americano Ryan Lochte. Bateu o recorde mundial. Nos 200 medley, foi outro passeio, desta vez com a melhor marca olímpica. O feito da moça imediatamente provocou reações prematuras, irresponsáveis até, mas incontornáveis. Disse o americano Leonard, diretor executivo da Associação Mundial de Técnicos de Natação: “Ela se parece com uma supermulher. Na história do nosso esporte, sempre que alguém se parecia com uma supermulher foi pega nos testes de doping”. A declaração provocou uma crise diplomática entre

Estados Unidos e China, pôs o Comitê Olímpico em polvorosa e iluminou um passado que busca ser esquecido, e que esta Loja de Antiguidades revisita.

Os 400 medley era a prova por excelência de outra nadadora espetacular, a alemã oriental Petra Schneider. Na Olimpíada de 1980, em Moscou, Petra fez um tempo improvável, de 4m36s29 — quase 10 segundos mais rápida que a segunda colocada. Em Londres,

agora, três décadas depois, a chinesa encerrou a prova em 4m28s43, menos de três segundos à frente da medalhista de prata. A diferença do desempenho da alemã em relação a suas adversárias autoriza entender o espanto provocado em um tempo em que as técnicas de detecção de doping engatinhavam e o Muro de Berlim mantinha-se firme e forte. Soube-se depois, por confissão da própria nadadora e por minuciosas investigações de jornalistas, que havia na Alemanha Oriental uma máquina de contrafação de resultados na natação.

Identificada como promessa ainda criança — tal qual a chinesa — Petra passou a ser identificada por um número, “Sportsperson 137”. Treinava o dia inteiro em uma piscina coberta como uma estufa, onde se reproduzia a pressão atmosférica de altitudes, de modo a tornar as travessias de 50 metros ainda mais cansativas. Fazia musculação (num tempo em que mesmo os homens não eram afeitos a braços e pernas exageradamente inchados) e tomava esteroides anabolizantes derivados da testosterona. Em 2005, Petra admitiu ter sido cobaia de uma farsa. Os laboratórios de experiências e alta performance esportivas criavam situações que beiravam o inacreditável. As nadadoras eram inseminadas artificialmente de modo que, recém-engravidadas, estivessem mais fortes no momento de competir, na medida em que o organismo liberava hormônios. Aos três meses, abortavam para prosseguir o treinamento a caminho da próxima enganação. Foi um período sem Twitter ou Instagram, sem computador ou smartphones, no qual as Olimpíadas eram tratadas como campo de batalha entre dois blocos, o soviético e o americano. Valia tudo. Essa sombra é que atrapalha o espetacular desempenho de Shiwen Ye, a “sereia mandarim”, no Parque Aquático de Londres. Sombra insuficiente para apagar a grande estrela dos Jogos até agora.

As duas medalhas de Shiwen Ye a transformaram num gigante das piscinas

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“Sportsperson número 137”

Depois da americana Destinee Hooker fazer misérias com a

defesa brasileira ao colocar 23 bolas no chão, na derrota de anteontem por 3 x 1 contra os Estados Unidos, o treinador Zé Roberto Guimarães, preocupado, alerta seu time para ter atenção com a ponteira sul-coreana Kim Yeon Joung, a quem ele treinou no Fenerbahçe (Turquia).

A sul-coreana justifica a preocu-pação: na partida contra a Sérvia, a jogadora fez simplesmente 34 pon-tos na vitória das asiáticas sobre a Sérvia por 3 x 1. “A Coreia tem hoje

Rival sul-coreana tira o sono de Zé Roberto

n na raça Bruninho (à direita) comanda time brasileiro no duelo com os russos

Da redação

depois da derrota para os estados unidos, treinador da seleção feminina alerta para força do adversário de hoje

a melhor ponteira do mundo. O único fundamento mais fraco dela é o bloqueio. Eu sei, porque treinei ela no Fenerbahce. Ela saca e ataca como quer. A Coreia deu trabalho para os Estados Unidos, ganhou da Sérvia e agora acredita na classifi-cação. Vai ser um jogo complicado e difícil”, afirmou o treinador.

Para piorar a situação, as sul-coreanas estão na frente do Brasil na classificação, com 3 pontos (as brasileiras, que só venceram a Tur-quia no tie-break, têm 2). Caso per-cam, as comandadas de Zé Roberto

podem se complicar na chave. Apesar de estarem na frente, o

treinador não crê que vá enfrentar uma equipe tão difícil quanto a americana: “A Coreia não tem tan-ta pegada e o bloqueio não é tão pesado, mas a defesa é tão boa quanto”. Para o duelo contra as asi-áticas, o treinador espera uma equipe menos passiva e com me-nos erros do que na partida contra as americanas. Paula Pequeno pede cabeça fria ao time: “Temos que usar a calma para explorar os pon-tos fracos delas. Na Olimpíada, to-dos os times são de alto nível”, Completam a rodada de hoje Sér-via x Turquia e EUA x China.

Um resultado para ga-nhar confiança: as-sim pode ser defini-

da a vitória do Brasil por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 25/23, 25/21) sobre a Rússia, ontem, no torneio de vôlei dos Jogos de Londres. Valendo-se dos muitos erros dos russos, e explorando a eficiência do saque e do blo-queio, o time brasileiro se impôs com autoridade na quadra.

Para o técnico Bernardinho, o bom aproveitamento no saque foi fundamental para a vitória: “É difícil ver um time que jogue em alto nível e não tenha um bom sa-que. Trata-se de uma arma fun-damental no vôlei atual. Hoje, o saque entrou, mas há alguns jo-gadores que ainda podem melho-rar”, avaliou o técnico.

Já o central Sidão preferiu enaltecer a entrega do time: “A palavra chave do jogo foi dedica-ção. Bloqueamos muitas bolas di-

fíceis e brigamos todos os pontos. Para Leandro Vissotto, um dos melhores da partida ao lado do levantador Bruninho, o jogo foi mais difícil do que o placar de 3 a 0 pode aparentar.

Os outros jogos do grupo tive-ram os seguintes resultados: Sér-via 3 x 1 Tunísia e Estados Unidos 3 x 0 Alemanha. O próximo jogo do Brasil será contra os Estados Unidos, amanhã. O russos en-frentam a Tunísia, e a Sérvia pega a Alemanha.

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brasileiro do diaPor Alexandre Salvador, da VEJA

Existe pelo menos uma pessoa muito feliz com o retorno do goleiro Rogério Ceni ao gol do São Paulo, que voltou aos gramados no último domingo após um semestre de recuperação de uma lesão no ombro. É a goleira Chana

Masson, titular da equipe brasileira feminina de handebol. “Eu sou mais torcedora do Rogério do que do São Paulo”, diz a catarinense de 33 anos. Apesar de não cobrar faltas como seu ídolo, a goleira diz ter se inspirado no estilo de Rogério para desenvolver o seu próprio. Eleita a melhor goleira do campeonato mundial da modalidade no ano passado, quando o Brasil ficou com o quinto lugar, Chana segue os passos do jogador do time paulista quando se observa o papel de liderança da goleira dentro do grupo de jogadoras que veio a Londres.

Apesar de falar do ídolo com o entusiasmo de criança, Chana não é uma novata. Longe disso, inclusive. A goleira já está na sua quarta Olimpíada e é um dos destaques da atual seleção, que faz em Londres um ótimo início de competição — foram duas vitórias

nas duas primeiras rodadas, contra Croácia e Montenegro. Hoje, o adversário é a anfitriã Grã-Bretanha. Nos dois jogos anteriores, Chana se destacou tanto por sua habilidade quanto pela vibração dentro de quadra. Gol do Brasil, lá ia a goleira vibrar com a torcida, erguendo os punhos cerrados. Após cada defesa, ela corria para abraçar as companheiras no banco de reservas. “É meu estilo, não tem jeito. Gosto de vibrar,

passar confiança para as outras jogadoras.”Foi dessa maneira, emanando energia, que ela conquistou o

carinho e o respeito dos frios dinamarqueses, país onde joga profissionalmente há quase dez anos. Casada com um ex-jogador de futebol, Chana diz que são modalidades diferentes, mas que os goleiros do esporte jogado com os pés já estão procurando aprender com os do handebol. “Teve um preparador de goleiros que trabalha lá na Dinamarca que gravou um tutorial comigo, mostrando como sair bem com os pés. Essa parte também é importante no futebol. Veja o (Manuel) Neuer, goleiro da Alemanha, e o Casillas, da Espanha. Eles saem muito bem do gol.” Se o handebol conquistar a tão sonhada medalha olímpica, daqui duas semanas poderá ser o goleiro do São Paulo a usar palavras de admiração para descrever a camisa 1 do Brasil.

n paredão Goleira Chana, da seleção brasileira, inspira-se em Rogério Ceni

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A fã de Rogerio Ceni

jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º dE AGOSTO dE 2012

16 ATLETISMO

Para o alto e avante

Chana está em sua quarta Olimpíada e é um destaques da seleção de handebol

Na manhã de ontem, quando ouviu bati-das na porta de seu

quarto, Fabiana Murer intuiu: era o antidoping surpresa. O exame cancelou a ideia inicial de fazer um treino leve no Crys-tal Palace, em Londres, mas não de atender aos jornalistas, ao lado do técnico e marido Elson Miranda. Forte candidata à me-dalha no salto com vara nesta Olimpíada, garante que está preparada para tentar se supe-rar na competição que acontece no sábado (4). Desta vez, sua equipe montou um esquema es-pecial para evitar o desapareci-mento de seus equipamentos, como aconteceu em Pequim 2008. Ela trouxe nove varas, que foram direto do aeroporto para a Vila Olímpica, pois não haverá treino técnico que ne-cessite de utilização delas. “En-tregamos o material e a organi-zação será responsável, mas pedimos que um membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) estivesse junto caso al-guém queira manusear”, disse o treinador. Fabiana explicou que as varas têm flexibilidade e se-

rão escolhidas para a prova de-pendendo de seu desempenho em velocidade, peso, a altura do sarrafo e últimas marcas em competições e técnica. Como a temperatura em Londres está instável, a atleta foi prevenida para levar os equipamentos que podem ser utilizados de acordo com as condições climáticas. “Eu trouxe vara se estiver tempo chuvoso, vento contra ou a favor. E de acordo com as minhas con-dições também”, disse. Para de-finir isso há o aquecimento antes da prova, onde a atleta conhece a pista, o ambiente e acerta as va-ras. A altura do sarrafo sai um ou dois dias antes, mas a atleta vai afirma que vai começar com 4,60m e acredita que a zona de medalha vai ser 4,80m, altura já alcançada por Fabiana num ciclo na China.

MotivaçãoComo esta é a segunda partici-pação em Jogos Olímpicos, a saltadora demonstra mais pla-nejamento. “Eu fiz escolhas para aproveitar e me divertir. Se eu conseguir a medalha, estou contente. Quero saltar alto”, ex-plica. “Nos últimos anos, fui ga-nhando e aprendendo. Chego

Precavida da perda de esquipamento, como há quatro anos, Fabiana Murer promete se superarPor Simone Tobias

n ao ouroPara ser campeã olímpica, Murer tem de superar as marcas de Isinbayeva. Veja abaixo o comparativo

4.60m

5.06m

5.05m

4.85m

Melhor marca de Fabiana MurerCoreia do Sul 30/8/2011

Recorde Olímpico Yelena Isinbayeva Pequim 18/8/2008

Recorde mundialYelena Isinbayeva Zurique 28/8/2009

Double Decker O ônibus vermelho de dois andares é um dos símbolos da capital inglesa

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para a competição mais madura e sei a média que minhas adver-sárias saltam. Vai ser difícil, pois seis ou sete têm chances de me-dalha”, disse. “Mas vou fazer o meu melhor”.

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Futebol18

Brasil amarela em Wembley e perde para as britânicasCom mais uma partida irregular, seleção feminina é derrotada pela Grã-Bretanha e perde a chance de passar para a próxima fase em 1º lugar

Com o lendário Está-dio de Wembley lo-tado por 70.584

pessoas, as britânicas venceram as favoritas brasileiras por 1 a 0 e tomaram a liderança do grupo E do torneio de futebol femini-no dos Jogos de Londres. O Bra-sil já estava classificado para as quartas de final e só precisava de um empate para garantir a liderança, mas amarelou. A der-rota deixou as comandadas de Jorge Barcellos em segundo lu-gar colocando um adversário mais difícil no caminho na pró-xima fase: o Japão.

Logo aos dois minutos de jogo a Grã-Bretanha abriu o placar com Houghton, que se antecipou à go-leira Andreia e bateu para o gol vazio. O Brasil sentiu o gol e não conseguiu se encontrar no ataque. Aos 25 minutos apareceu a me-lhor chance brasileira no primeiro tempo, uma cabeçada na trave de Cristiane. A Grã-Bretanha tam-bém criou outras jogadas de peri-go para a goleira brasileira.

O segundo tempo começou como o primeiro terminou: as

Já garantida na próxima fase, a seleção masculina encara

a Nova Zelândia, hoje, às 10h30, no Estádio St. James Park, em Newcastle, para garantir o pri-meiro lugar no grupo C do tor-neio olímpico de futebol. Os ne-ozelandeses estão na última co-locação no grupo e têm chances remotas de classificação.

Apesar das evidências de que é um jogo tranquilo, o técnico Mano Menezes vê méritos no adversário e prega cautela. “A Nova Zelândia não tem a agres-sividade do Egito, nem vocação para atacar com muitos jogado-res. Mas também não é tão de-fensiva como a Bielorrússia. Eles têm uma equipe mais téc-nica e está numa situação de precisar vencer”, comparou o treinador.

O Brasil deve entrar em campo com algumas modificações. O atacante Hulk é um dos que será poupado, por estar pendurado. Paulo Henrique Ganso entraria em seu lugar, mas, com dores musculares na parte anterior da coxa esquerda, é dúvida. Mano conversará com o departamento médico para saber quem são os jogadores mais desgastados e, assim, poupá-los.

Caso confirme o favoritismo e avance em primeiro, o Brasil joga contra o segundo colocado do grupo D. Neste momento, Ja-pão, Honduras e Marrocos bri-gam por essa vaga.

jornal placar | quarta-feira, 1º de aGosto de 2012

n PAREDÃO Aluko faz a proteção e impede a chegada da brasileira Maurine

n fORA Pato também pode ser poupado

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Mano atacapara confirmara liderança

Um Wembley à moda da casa

Da redação

andreia erika renata Costa Maurine (daiane) ester (Graziela) rosana francielle Bruna (aline) Marta Cristiane thais Guedes

T. Jorge Barcellos

Bardskley a. scott Houghton stoney Bradley J. scott Little asante Carney (Williams) smith (White) aluko (Yankey)

T. Hope Powell

Gol: Houghton, aos dois minutos do primeiro tempo

local: Wembley (Londres, inglaterra)

Árbitro: Carol anne Chenard (Canadá)

cartões amarelos: francielle, Bruna, aline (Brasil)

Brasil Grã-Bretanha0 1

Algo raro nos jogos de futebol nesta Olimpí-

ada: jogo do Brasil em que a maioria não está de verde e amarelo. foi assim em Wem-bley, o mais mítico dos está-dios ingleses, ontem.

Como a partida era contra as donas da casa, os britânicos tomaram as arquibancadas. Empurraram a seleção femini-na de futebol (a primeira na história da Grã-Bretanha) e vaiaram quando Cristiane ten-tou cavar uma falta – o famoso “diving” (mergulho), o maior pecado cometido por um bo-leiro em gramado britânico.

Deslocados, os brasileiros se espalharam em alguns pon-tos do estádio. Em minoria, tiveram que sentir a vibração dos rivais – um arsenal de gri-tos de “ohs”, “yeahs” e “GB, GB” – e ficaram miúdos de-pois de o Brasil sofrer um gol.

Mesmo em Londres, o jogo não chegou nem perto de lo-tar a arena. Quase todo o es-paço da arquibancada inter-mediária ficou vazio. Em um estádio em que cabem 90 mil pessoas, o público divulgado foi de 70.584. Bom para os pa-drões brasileiros, fraco para o britânico, sobretudo em uma Olimpíada. Mas, para quem estava no estádio, parecia me-nos. Bem menos.

britânicas no ataque e o Brasil completamente fora dojogo. Aos 9 minutos, a árbitra Carol Anne Chenard, do Canadá, mar-cou pênalti de francielle em Aluko. Smith bateu e Andreia, mais uma vez, salvou o Brasil. A

seleção continuou desorgani-zada no segundo tempo, crian-do chances esporádicas, mas ineficientes.

Na próxima fase, o Brasil joga contra as japonesas, campeãs mundiais no ano passado, na

Alemanha. Como líder do grupo do Brasil, a Grã-Bretanha vai enfrentar o Canadá, um dos dois melhores terceiros colocados. Os outros confrontos são: Esta-dos unidos x Nova Zelândia e Suécia x frança.

Por Olavo Guerra

n tORciDA 70 mil empurraram as donas da casa

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London CaLLingPor Giancarlo Lepiani, da VEJA

No dia em que nasceu, no Hospital St. Mary’s, em Paddington, na região central de Londres, Zara Phillips era a sexta ocupante da linha de sucessão ao trono de sua avó, Elizabeth II. Vieram William, Harry e muitos outros — e Zara

despencou para o 14º lugar da fila. Filha da princesa Anne, ela não detém nenhum título real, mesmo sendo a neta mais velha da rainha. De qualquer forma, os assuntos da realeza não parecem ser muito a praia dela: longe de ter a classe da mais recente integrante da família, Kate Middleton, Zara também não se sobressai pela beleza e não parece afeita ao clima solene dos palácios do clã dos Windsor. Casada desde 2011 com um ex-jogador da seleção inglesa de rúgbi, sempre mostrou excelente aptidão para os esportes. Na escola, jogou hóquei e praticou atletismo e ginástica. Que não se pense, contudo, que Zara é uma zagueira de várzea. Ao escolher sua carreira, optou por uma modalidade que tem a cara da realeza, o hipismo. E foi a cavalo que Zara ajudou a Grã-Bretanha a conquistar uma medalha de prata ontem, na disputa por equipes (a Alemanha ficou com o ouro).

Seu desempenho não foi dos melhores: sofreu uma punição por concluir o circuito acima do tempo e ainda perdeu pontos ao derrubar uma das barreiras.

Mas, ganhar uma medalha em casa, logo em sua primeira Olimpíada — em 2004 e 2008, perdeu a vaga por causa de contusões sofridas pelo seu antigo cavalo, Toytown — a transformou numa das estrelas

destes Jogos, pelo menos para os britânicos, que adoraram ver uma integrante da realeza em ação na Olimpíada. Foi a primeira medalha olímpica conquistada por um integrante da família real britânica. Montando um cavalo com nome perfeito para a ocasião, High Kingdom, Zara deixou os Windsor orgulhosos. A rainha não estava nas tribunas, mas os primos William e Harry (acompanhados de Kate), vibraram na arquibancada, ao lado das 50.000 pessoas que lotaram a arena do hipismo. Aflitas, a mãe Anne e a duquesa da Cornualha, Camilla Parker-Bowles, também acompanharam a tensa prova decisiva. A presença dos parentes famosos de Zara, aliás, foi mais do que adequada na prova equestre, um círculo em que as ligações familiares são bastante comuns. Sua mãe disputou a mesma prova em Montreal 1976, mas não foi ao pódio. Mark Phillips, o pai de Zara, foi medalha de ouro, também na disputa por equipes, há quarenta anos, nos Jogos de Munique 1972 — hoje, divorciado de Anne, é o chefe da equipe equestre dos Estados Unidos, sétima colocada ontem (o Brasil ficou em nono). A mãe de Zara adorou: a princesa, cuja separação de Phillips foi terrível, não só viu a filha ganhar a prata como também saboreou o fracasso do ex. Na cerimônia de premiação, deu dois beijos em Zara antes de pendurar a medalha em seu pescoço.

n realeza Zara Phillips conquistou a primeira medalha para o clã real

Neta da rainha, Zara Phillips conquistou a prata no hipismo ontem

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jornal placar | quarta-feira, 1º de agosto de 2012

20 boxe

Robenilson enfrenta russo para ir às quartasse vencer, brasileiro fica a duas lutas da medalha

Depois de um dia lon-ge dos ringues, o boxe brasileiro segue

hoje sua corrida atrás da primei-ra medalha do país em 44 anos. Às 9h45, pelas oitavas de final da categoria até 56 kg, o galo Robe-nilson de Jesus tenta a segunda vitória, contra o russo Sergey Vo-dopiyanov. Se passar, fica a duas lutas da medalha, já que os per-derores da semi ganham automa-ticamente o bronze.

Em Pequim 2008, o baiano foi eliminado nas oitavas. Nesta se-gunda participação olímpica, precisará passar pelo favorito Vo-dopiyanov, seu adversário hoje, que venceu bem o argentino Al-berto Ezequiel Melian na primei-ra rodada, por 12 a 5. Caso vença, o desafio seguinte será no domin-go (5). Amanhã, às 11h15, é a vez do médio Esquiva Falcão tentar avançar no torneio, enfrentando Soltan Migitinov, do Azerbaijão.

n desempenhoSe vencer, Rob supera sua marca de Pequim 2008

Os brasileiros Robert Schei-dt e Bruno Prada tiveram

motivo de sobra para comemorar ontem. Além do aniversário de Prada, a dupla deu um salto na classificação da classe Star, ao vencer a sexta regata, o que lhes permitiu fechar o dia na segunda colocação. Na regata anterior, também disputada ontem, os bra-sileiros terminaram na segunda posição com 14 pontos.

Nas outras classes o dia não foi tão bom para a vela brasileira. Na classe RS:X, Ricardo Winicki, o Bimba, estreou nos Jogos fechando o dia na 13ª colocação. Na classe Finn, Jorginho Zarif segue em con-dições complicadas. Ontem ele ter-minou na 16ª colocação na primei-ra regata e em 24º na segunda, fe-chando o dia na 20º posição na classificação geral. Na classe Laser Radial, Adriana Kostiw caiu para a 21ª posição na classificação geral.

O remo brasileiro bem que tentou, mas não foi além

de mero figurante nas princi-pais provas da modalidade nos Jogos de Londres. O dia ontem foi especialmente ruim para nossos atletas no Lago Dorney, localizado a 40 quilômetros de Londres. A dupla Fabiana Bel-trame e Luana Bartholo ficaram com o quarto tempo da bateria pela repescagem (7m27s46) do

duplo skiff leve e não conseguiu passar para a fase semifinal, dando adeus aos Jogos. Kissya Cataldo, do skiff, também ficou fora das semifinais, tendo termi-nado em quinto lugar em sua ba-teria, com o tempo de 8m12s26.

No masculino, na prova de skiff simples, Anderson Nocetti ficou em sexto e último lugar na segun-da bateria das quartas de final, com o tempo de 7m17s37, e não

conseguiu se classificar entre os remadores que vão brigar pela medalha. Aos 38 anos, Nocetti, que é atleta do Botafogo, participa dos Jogos Olímpicos pela quarta vez. O Brasil jamais con-quistou uma medalha olímpica no remo.

Brasileiros têm dia ruim no Lago DorneyPrada e Scheidtcomemorambom resultado

remo vela

n AdeUsfabiane Beltrame e Luana Bartholo ficaram pelo caminho

Da Redação

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22jornal placar | QUARTA-FEIRA, 1º dE AGOSTO dE 2012

radar olímpico

Tênis tem set maislongo da históriaa vitória do francês Jo Wilfired Tsonga

sobre o canadense Milos Raonic por 2 sets a 1 (6/3, 3/6 e 25/23) foi uma verdadeira maratona de tênis. Apenas o último set durou nada menos que 2h58min. Foi o set mais longo da história dos Jogos e o terceiro mais demorado da história do tênis. No total, a partida teve 3h58min de duração. O jogo se estendeu graças à dificuldade de quebra de serviço por parte dos tenistas, que encaixaram nada menos que 40 aces (23 para o canadense e 17 para o francês).

Dupla brasileiraainda está vivaa dupla brasileira Marcelo Melo e Bruno

Soares se inspirou em Tsonga no duelo contra os checos Tomas Berdych e Radek Stepanek. depois de perderem o primeiro set por 6/1, eles reagiram e venceram o segundo por 6/3. Já no terceiro set, depois de salvarem dois match points, Soares e Melo empataram em 18/18. Por falta de luz natural, o jogo foi adiado para hoje.

Djoko e Sharapovaavançam fácilo sérvio Novak djokovic, segundo

colocado no ranking mundial, não teve dificuldades para vencer o americano Andy Roddick, ontem por 2 sets a 0 (6/2 e 6/1) em apenas 54 minutos. Já a russa Maria Sharapova encontrou um pouco mais de dificuldades para vencer a britânica Laura Robson, que, empolgada por jogar em casa, encrespou o primeiro set: 7/5 e 6/3.

Só se fala de outra coisaDepois de admitir ser bissexual a uma

revista francesa, a goleira brasileira Malyssa, da seleção de handebol, tem sido blindada para evitar o assunto nas entrevistas. No treino de ontem, quando os repórteres tentaram explorar o assunto, ela foi evasiva: “Eu não quero falar sobre isso. Quero falar só sobre o handebol agora”, disse. A seleção brasileira de handebol joga pela terceira vitória hoje, contra a Grã Bretanha, às 10h15 (Brasília).

EUA levam amelhor na ginásticaa equipe feminina de ginástica artística

dos Estados Unidos conseguiu a medalha de ouro na modalidade, com 183.596 pontos. A Rússia, que fez diversas apresentações com elevado grau de dificuldade, ficou com a prata (somou 178.530 pontos) e a Romênia com o bronze (176.430 pontos). As chinesas, ouro em Pequim, ficaram em quarto lugar.

Poliana Okimotochega confiantea nadadora Poliana Okimoto desembarcou

ontem em Londres esbanjando confiança. Candidata ao pódio na maratona aquática, a brasileira afirmou que está mais experiente e madura que em Pequim 2008, quando ficou em sétimo. A estreia dela acontece no próximo dia 9. A nadadora revelou ainda que está preocupada com a temperatura da água no dia da prova.

Transporte público sofre apagãoo público que está em Londres para

acompanhar os Jogos Olímpicos sofreu para chegar aos locais das competições ontem. Três incidentes na rede de transporte afetaram milhares de pessoas que rumavam para o Parque Olímpico. No mais inusitado deles, um homem ameaçou se jogar diante de um trem na estação de dagenham dock, a leste da capital britânica. Por causa do incidente, a estação ficou superlotada.

Nova potência olímpica?o Cazaquistão vai surpreendendo e

aparecendo nos primeiros lugares do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Londres, na Inglaterra. Ontem, o levantamento de peso feminino garantiu a terceira medalha de ouro para o país, com Maiya Maneza, na categoria de até 63 Kg, tendo levantado 245kg. desta forma, Maneza, que nasceu no Quirgistão, junta-se a Zulfiya Chinshanlo e Alexandr Vinokurov, que conquistaram o ponto mais alto do pódio para o país no levantamento de peso feminino e no ciclismo de estrada, respectivamente.

Francês fatura o tri na canoagemo canoísta francês Tony Estanguet entrou

para a história das Olimpíadas ontem ao sagrar-se campeão pela terceira vez consecutiva da prova de canoa individual slalom. Antes de Londres, Estanguet conquistou os ouros em Sydney 2000 e Atenas 2004. Até então apenas o esgrimista Christian d’Oriola havia havia conquistado três ouros para a França (Londres 1948, Helsinque 1952 e Melbourne 1956).

Zagueiro suíço é defendido pelo paio zagueiro suíço Michel Morganella,

expulso dos Jogos Olímpicos após publicar declarações racistas no Twitter (disse que os sul-coreanos eram mentalmente atrasados), foi defendido pelo pai. “Se meu filho escreveu o que vem sendo dito, é que foi levado ao seu limite e estava no final de sua paciência. Sim, ele é agressivo no campo, mas no melhor sentido da palavra.”

n Vai para a juíza neozelandesa Kay dawson que deu um belo exemplo de profissionalismo e imparcialidade ao aplicar uma punição em seu próprio filho, Mike dawson (foto), durante a prova de Slalom da canoagem nos Jogos de Londres, ontem. dawson encostou no portão 5, na prova de 18 portões, e foi punido com dois segundos a mais em seu tempo total. Ele aceitou a decisão sem hesitar e até brincou com o ocorrido, dizendo que iria pedir ao seu técnico protestar contra “uma certa juíza”. O técnico de Mike, aliás, é Les dawson, pai do atleta. “Ela fez o certo, exatamente como eu esperava que fizesse, mas, de toda forma, vou tentar mantê-la ocupada durante a minha prova na semifinal”.

n Vai para a modelo brasileira Carol Borges, que disputou as regatas dos Jogos de Sydney (2000) e Atenas (2004) e defenderia as cores de Portugal em Londres. Carol desistiu da participação ontem, no mesmo dia em que estrearia nas provas da classe RS:X, de prancha a vela. Ela alegou motivos pessoais e médicos para a decisão e comunicou o chefe da delegação lusitana por e-mail, surpreendendo o dirigente. O fato curioso é que o marido dela, o velejador americano Mark Mendelblatt, está na capital britânica competindo na classe Star, a mesma do brasileiro Robert Scheidt.

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Se fôssemos premiar os piores de Londres 2012, a organização

dos Jogos Olímpicos lideraria o quadro de medalhas de lata. Até este sétimo dia de competições, o comitê local já cometeu tantas ga-fes, que deve estar faltando pesco-ço para ostentar tanta medalha. A primeira pixotada digna de nota aconteceu logo na quarta-feira, 25 de julho, primeiro dia de jogos do futebol feminino, antes mesmo da cerimônia de abertura. Na apre-sentação das jogadoras da Coreia do Norte, que enfrentariam a Co-lômbia no Hampdem Park, em Glasgow, Escócia, o placar eletrô-nico exibiu a bandeira da Coreia do Sul. As norte-coreanas imedia-tamente se recusaram a começar a partida, deram uma – justa – can-seira e só após receberem descul-pas oficiais foram para a partida.

No dia seguinte, a segunda gafe: a bandeira de Taiwan teve de ser removida de uma exibição dos estandartes dos 206 países partici-

pantes dos Jogos, por pressão da China. A potência olímpica proíbe que Taiwan participe dos Jogos como República da China, seu nome oficial, e o país é obrigado atuar sob uma bandeira diferente e o nome de China Taipei.

A terceira mancada teve como vítimas a Rússia e a Ucrânia: o mi-nistro ucraniano das relações exte-riores, Konstantin Grischenko, teve de mexer seus pauzinhos para que o COI corrigisse a biografia de al-guns atletas e a informação de que seu país seria uma “região” russa.

No segundo jogo do Brasil no futebol, contra a Bielorrússia, no domingo (30), veio a quarta gafe: o placar do Estádio Old Trafford, em Manchester, apontou um certo James Tomkins como jogador re-serva do Brasil. Mano Menezes não convocou nenhum James e fi-cou clara a falha do sistema, que colocou o volante inglês, integran-te da seleção olímpica da Grã-Bre-tanha, no banco errado.

Dias atrás, foi revelada uma

quinta pisada de bola daquelas: as chaves digitais do Estádio de Wembley — simplesmente a sede da final do futebol — haviam sido perdidas. Até o fechamento desta edição, a Scotland Yard ainda não havia encontrado as ditas-cujas.

Anteontem sobrou para a pira olímpica: ao ser removida para um local mais alto dentro do Está-dio Olímpico, de madrugada, aconteceu o sexto sacrilégio: o fogo que deveria ficar aceso até a cerimônia de encerramento foi simplesmente apagado.

Ontem a China esteve envolvida num sétimo erro: o nadador chi-nês Yang Sun e o sul-coreano Ta-ehwan Park fizeram o mesmo tem-po e ganharam a medalha de prata nos 200 metros livres. Mas duran-te a cerimônia de hasteamento, a bandeira da China foi colocada abaixo da coreana, quando deveria ter sido exibida ao lado.

Após tantos erros, ficam duas perguntas. Qual será a gafe de hoje? E se fosse no Rio 2016?

n outra coisa Bandeira da Coreia do Norte

n uma coisa Atenção: esta é a bandeira da Coreia do Sul

Imagina se fosse no Brasil...depois do jogo dos 7 erros, qual será a gafe do dia?

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jornal placar | quarta feira, 1º de agosto de 2012

23Radar olímpico

Na alegria e na tristeza, na vitória

ou no revés. Nem mesmo os

preparados atletas de Londres

2012 conseguem controlar

as emoções

Chororô olímpico

n Inconformada com a decisão polêmica dos árbitros, a esgrimista coreana Lam Shim ficou inconsolável

n Fúria? Que nada: Alberto Dominguez abre o berreiro após derrota da Espanha no futebol

n A nadadora americana Missy Franklin segura uma lágrima no pódio, ao ouvir o hino de seu país

n A checa Ilona Burgrova lamenta derrota para a Turquia no basqueten No vôlei de praia, Cook e

Hinshley choram após perderem sua partida

n O judoca britânico Daniel Williams vai às lágrimas no tatame, após sua derrota

n A judoca norte-coreana An Kum Ae esonde a alegria no rosto após vencer a cubana

n O boxeador marroquino Aboubakr Seddik Lbida não segura as lágrimas ao ser eliminado

n A técnica Rosi Campos consola a judoca brasileira Rafaela Silva, eliminada

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Em cada movimento. Em cada conquista Vem ser [Optimus] com a gente

Compartilhe cada conquista. Compartilhe cada momento

Na torcida pelo Brasil em Londres 2012

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