jornal pauta

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Minas tem mais de 700 propostas para a Confecom Será realizada em Bra- sília, de 14 a 17 de dezem- bro, a 1ª Conferência Na- cional de Comunicação (Confecom). Governo, empresários das comuni- cações e a sociedade civil vão discutir o futuro da mídia no país. PÁGINA 6 Campanha salarial assegura conquistas O SJPMG recorreu a todas as estratégias de negociação para arrancar dos patrões um ganho real e a reposição de 5,92% correspondente ao INPC, conquistada para profissionais de jornais e revistas. Enquanto isso, o piso salarial dos jornalistas de rádio subiu 9,09% e os de TV, 7,44%. Já os assessores de imprensa obtiveram um reajuste de 6%. PÁGINA 3 Aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 386/09 pela Comissão de Constituição, Justiça e Cida- dania (CCJC) da Câmara dos Deputados confirmou a constitucionalidade do diplo- ma de Jornalismo. A primei- ra vitória na luta para rever- ter a decisão do Supremo Tri- bunal Federal (STF), que ha- via desobrigado a exigência de curso superior para o exer- cício da profissão, resultou da mobilização da categoria. PÁGINA 3 Mobilização da categoria garante a aprovação da PEC do diploma Prêmio Délio Rocha recebe 70 inscrições em cinco categorias Concurso estimula re- portagens de interesse público e homenageia a memória de um dos gran- des jornalistas mineiros (foto), morto em 2008. Número de inscrições su- perou o das duas primei- ras edições. PÁGINA 5 Enjac defende democratização Realizado em Goiânia, o 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação (Enjac) reafirma como eixos de luta as ações para a retomada da exigência do diploma de Jornalismo e a defesa da democratização dos meios de comunicação no país. PÁGINA 4 José Mendonça ganha biografia Será lançada em dezembro a biografia do jornalista e professor José Mendonça. Ele foi o segundo presidente do SJPMG e um dos criadores – ao lado dos jornalistas e professores Adival Coelho e Anis Leão – do curso de Jornalismo da UFMG, o primeiro de Minas Gerais. PÁGINA 5 Daniel Iglesias Alessandro Carvalho Diretores sindicais e da Fenaj posaram para foto com o senador Antônio Carlos Valadares e o deputado Paulo Pimenta Assessoria deputado Paulo Pimenta

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Conteudo do jornal Pauta, edição de novembro de 2009, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.

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Page 1: Jornal Pauta

PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 1

Minas tem mais

de 700 propostas

para a Confecom

Será realizada em Bra-

sília, de 14 a 17 de dezem-

bro, a 1ª Conferência Na-

cional de Comunicação

(Confecom). Governo,

empresários das comuni-

cações e a sociedade civil

vão discutir o futuro da

mídia no país. PÁGINA 6

Campanha salarial

assegura conquistas

O SJPMG recorreu a todas as estratégias de negociação paraarrancar dos patrões um ganho real e a reposição de 5,92%correspondente ao INPC, conquistada para profissionais dejornais e revistas. Enquanto isso, o piso salarial dos jornalistasde rádio subiu 9,09% e os de TV, 7,44%. Já os assessores de

imprensa obtiveram um reajuste de 6%. PÁGINA 3

Aprovação da Proposta de

Emenda Constitucional (PEC)

386/09 pela Comissão de

Constituição, Justiça e Cida-

dania (CCJC) da Câmara dos

Deputados confirmou a

constitucionalidade do diplo-

ma de Jornalismo. A primei-

ra vitória na luta para rever-

ter a decisão do Supremo Tri-

bunal Federal (STF), que ha-

via desobrigado a exigência

de curso superior para o exer-

cício da profissão, resultou

da mobilização da categoria.

PÁGINA 3

Mobilização da categoria garante

a aprovação da PEC do diploma

Prêmio Délio Rocha

recebe 70 inscrições

em cinco categorias

Concurso estimula re-

portagens de interesse

público e homenageia a

memória de um dos gran-

des jornalistas mineiros

(foto), morto em 2008.

Número de inscrições su-

perou o das duas primei-

ras edições. PÁGINA 5

Enjac defende democratizaçãoRealizado em Goiânia, o 17º Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria

de Comunicação (Enjac) reafirma como eixos de luta as ações para aretomada da exigência do diploma de Jornalismo e a defesa dademocratização dos meios de comunicação no país. PÁGINA 4

José Mendonça ganha biografiaSerá lançada em dezembro a biografia do jornalista e professor José

Mendonça. Ele foi o segundo presidente do SJPMG e um dos criadores – aolado dos jornalistas e professores Adival Coelho e Anis Leão – do curso de

Jornalismo da UFMG, o primeiro de Minas Gerais. PÁGINA 5

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Diretores sindicais e da Fenaj posaram para foto com o senador Antônio Carlos Valadares e o deputado Paulo Pimenta

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PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 2

Diretoria Executiva - Presidente: Aloísio Morais Martins • Vice-presi-dente: Arthur Lobato Magalhães Filho • Diretor de Fiscalização: Rogério Raimun-do Hilário • Diretora Secretária: Verônica Teodora Pimenta • Diretora de Finan-ças: Janaina Ferreira da Mata • Diretoria - Diretora de Relações Institucio-nais: Miriam Gontijo de Moraes • Diretora de Direito Autoral e Imagem: Vera

Av. Álvares Cabral, 400 - CEP 30170-000 - Belo Horizonte-MGTelefone (31) 3224.5011 - Fax (31) 3224.4428 - e-mail:

[email protected] - site: www.jornalistasdeminas.org.br

Uma publicação do Sindicatodos Jornalistas Profissionaisde Minas Gerais - SJPMGDiretor de Comunicação:Carlos Plácido TeixeiraRedação e Edição:Jorge Fernando dos SantosProjeto Gráfico/Diagramação:Viveiros EditoraçãoImpressão: FumarcTiragem: 5 mil exemplares

Lúcia Godoi de Faria • Diretoria de Organização Administrativa: Carlos Alber-to de Faria Fernandez • Diretoria Jurídica: Maria Cândida de Medeiros Cane-do • Diretor de Comunicação: Carlos Antônio Plácido Teixeira • Dir. deIntegração com Escolas de Com.: Valéria Said Totaro • Diretora de Saúde:Lidyane Ponciano Ferreira • Diretor de Formações Profissional: José MiltonSantos • Diretora de Assessória de Comunicação: Nilza Antônia GuimarãesMurari • Diretor Cultural: Kerison Arnóbio Lopes Santos • Diretor RegionalNorte: Gustavo Mameluque • Diretor Regional Triângulo e Alto Paranaíba:Palmira Ribeiro da Silva • Diretor Regional Sul: Fabrício Menezes • DiretoriaRegional Leste: Alpeniano Silva Filho • Diretor de Aposentados e Previdên-cia: Ilson Pereira Lima • Conselho Fiscal: Luiz Carlos de Assis Bernar-des • Pedro Artur Mateus • Aparecida Fátima de Oliveira • Samuelito Capu-chino Mares • André Marques da Silva •

De volta ao ambiente sindicalJorge Fernando dos Santos*

Assumi a assessoria de comunica-ção do SJPMG num momento de mui-tos desafios. Minha admissão coinci-diu com o fim da campanha salarialde 2009, que foi prorrogada devido àintransigência dos patrões. O Supre-mo Tribunal Federal (STF) derrubou aexigência do diploma e estamos emplena luta para reverter o quadro. Poroutro lado, assistimos ao declínio dosjornais impressos, resultado da con-corrência das novas mídias e da aco-modação do segmento. A falta decompromissos com a verdade, o atre-lamento a interesses políticos e priva-dos, a ausência de responsabilidadesocial, bem como a incapacidadepara promover a livre reflexão sobreos temas do momento agravam a situ-ação dos diários.

Ainda no hall dos desafios, tere-mos em dezembro a realização, em

Brasília, da 1ª Conferência Nacionalde Comunicação (Confecom), quevisa democratizar os meios de co-municação no país. Além de nos di-zer respeito na condição de cida-dãos brasileiros, o evento nos afetadiretamente como profissionais dainformação. Entre os objetivos da atu-al diretoria do SJPMG constam re-formular o site da entidade e dina-mizar o jornal Pauta.

Comecei na profissão há mais de25 anos, recém-formado pela Fafi(hoje UNI-BH). Antes de colaborar eser contratado pelo Estado de Minas,editei house organs para entidadesde classe e fui assessor de imprensana Associação dos EconomiáriosFederais de Minas Gerais (hoje AP-CEF/MG). Desliguei-me da entidadepara me dedicar ao jornalismo cul-tural. Fui repórter, editor de cultura,suplementos e revistas do EM, ondepermaneci por 19 anos. Queria me

dedicar apenas aos livros, mas o jor-nalismo corre nas veias.

De volta ao ambiente sindical, dis-putei a vaga de assessor de comuni-cação do SJPMG com 174 candida-tos. Os tempos são outros, mas os de-safios não são menores que os daque-le começo de carreira, em plena rede-mocratização do país. Entendo que aluta dos trabalhadores é contínua, poisa mentalidade patronal não evolui namesma velocidade que a tecnologia.Pelo contrário! Enquanto se aprimo-ram os meios de produção, mais difí-cil se torna a vida daqueles que so-brevivem de salário.

Muitas são as promessas dos polí-ticos, mas poucos são aqueles que defato cumprem seus compromissosquando chegam ao poder. No entan-to, penso que os trabalhadores devemser soberanos na luta pelos seus direi-tos. Somos co-responsáveis pelo atu-al quadro de desafios numa socieda-

de globalizada, que vive sob o engo-do do tecnicismo e das promessasneoliberais. Um sindicado é a mais le-gítima representação de determina-da categoria. Sem ele, não há comoconduzir a luta pela melhoria de vida.Se assim não fosse, os patrões não seorganizariam em seus sindicatos.

Ao contrário do que fazem suporos “donos da verdade”, o sindicalis-mo ainda tem muito por fazer. Desper-tar o interesse pela participação dacategoria nas questões do seu inte-resse é, a meu ver, nosso principal de-safio. Precisamos discutir os grandestemas e engrossar a luta pela volta dodiploma, pela remuneração justa epela dignidade do nosso trabalho. Pro-fissionalismo implica em consciênciade classe e esta exige comprometi-mento coletivo.

* Jornalista e escritor, assessor decomunicação do SJPMG

EDITORIAL

Diploma, sinergia e chupa-cabraAloísio Morais Martins*

Só podia ser mesmo numa sex-

ta-feira 13. Pois é, nesse dia de no-vembro, finalmente o Supremo Tri-bunal Federal (STF) publicou o acór-dão sobre a sua decisão de derru-bar a exigência do diploma decurso superior para o exercício doJornalismo no país. Isso, depoisde embarca r na fa l sa eabsurda tese de que o diploma se-ria um obstáculo à liberdade de ex-pressão. Qualquer imbecil sabemuito bem que nós, jornalistas, en-quanto empregados, não temos opoder de interferir na linha editori-al dos veículos de comunicaçãonem de fixar o que pode ou não serpublicado – e sempre defendemosa mais ampla liberdade de expres-são. O poder de definir o que podeou não ser publicado está justa-mente nas mãos daqueles que le-varam a questão do diploma aoSTF, certos donos dos veículos decomunicação, sempre voltadospara seus interesses empresariaise políticos, e não preocupados comos interesses da população.

Para nossa surpresa e espanto,o STF extrapolou em sua decisão.O acórdão proíbe os jornalistas deconstituírem um conselho ou umaordem profissional, o que em mo-mento algum esteve sob julgamen-

to. Isso significa que advogados,médicos, psicólogos e outras cate-gor ias de t raba lhadoresdevem colocar as barbas de mo-lho. A decisão dos ministros do STFsó não foi mais absurda por não te-rem questionado a nossa regula-mentação profissional, garantidapelo decreto 972/69, uma conquis-ta em plena ditadura, assim comoo Estatuto da Terra e outros direi-tos inquestionáveis da populaçãoe dos trabalhadores brasileiros.Nada caiu dos céus também paraos jornalistas!

Pois bem, enquanto a Federa-ção Nacional dos Jornalistas (Fe-naj) entra com um embargo decla-ratório, que proporcionará aos mi-nistros do STF a oportunidade dereverem a decisão, nós, jornalistasprofissionais, seguimos lutandotambém junto ao Congresso Naci-onal em favor da Proposta deEmenda Constitucional (PEC) quegarante a exigência do diplomapara o exercício da profissão nopaís. A primeira vitória já obtive-mos em 11 de novembro, quandoa Comissão de Constituição e Jus-tiça e da Cidadania da Câmara(CCJC) da Câmara dos Deputadosaprovou a PEC 386/09. A luta con-tinua agora também no Senado.

E enquanto a coisa vai se defi-nindo no “tapetão”, não faltam aos

jornalistas bandeiras de luta. De-pois de acabarem com a função derevisor de textos (daí a fartura de er-ros em nossos jornais), agora estãoquase conseguindo dar fim à figurado diagramador nestes tempos emque a chamada sinergia, proporci-onada pelas novas tecnologias, che-ga solapando corações e mentes,jogando mais carga de trabalho eresponsabilidades nas costas dosjornalistas. Principalmente agoracom os vorazes portais das empre-sas de comunicação e veículos de-dicados a jogar notícias no ar por24 horas, sempre exigindo, portan-to, para serem alimentados continu-amente. Seu apetite nunca é sacia-do e cabe aos jornalistas alimentaras “feras”, embora nem todos os pa-trões queiram pagar pelo cumpri-mento das tarefas que impõem aosempregados.

Ainda bem que pelo menos naconvenção coletiva dos jornalistasde jornais e rev is tas, porexemplo, há a preciosa cláusula15ª prevendo um algo mai$ àque-les que acumulam funções. Issomesmo, aqueles que acumulam fun-ções têm direito a 30% a mais so-bre o salário base. É claro que,intimidados, nem todos vão gritarpor isso, assim também como é cla-ro que o acúmulo de funções podecaracterizar assédio moral, uma boa

questão para se levar à Justiça doTrabalho. Não foi à toa que a Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT)fixou em cinco horas a carga de tra-balho para os jornalistas. E olha quenaquele tempo nem havia sido cu-nhada a palavra estresse.

De nossa parte, enquanto sin-dicato, recomendamos a todos osque se sentirem prejudicados quereúnam provas e se documentem,principalmente nos locais de tra-ba lho onde ha ja i nd íc ios deque está em construção um imen-so passivo trabalhista – que podeser questionado individualmenteou coletivamente na Justiça pormeio do sindicato.

Na década de 1970, nosso com-panheiro jornalista Henfil criou a figu-ra o chupa-cabra, uma horripilanteespécie ocupada em chupar consci-ências naqueles tempos de ditaduramilitar. Hoje, os chupa-cabras moder-nos parecem ocupados emoutra função, a de chupar a mão-de-obra alheia. Mas, felizmente, aindaexistem lei neste país, pois temos umaregulamentação profissional a nosproteger e uma convenção coletivaque nos garante direitos conquista-dos historicamente pela categoria.

* Presidente do Sindicato dosJornalistas Profissionais

de Minas Gerais

Page 3: Jornal Pauta

PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 3

Ao levarmos em conta todos ossegmentos da categoria – rádio, TV,interior, assessorias, jornais e revis-tas –, podemos dizer que a Campa-nha Salarial de 2009 se arrastou mui-to além do esperado. Os sete mesesde campanha nos deixaram umaobrigação: precisamos iniciar, oquanto antes, nossas discussões so-bre a próxima temporada de nego-ciações. E também uma lição: sema mobilização maciça dos jornalis-tas, usando todos os recursos possí-veis, continuaremos sendo exauridospelos patrões. Sempre unidos, elesprotelaram ao máximo a definição deum acordo para, no final, concederreposição salarial mínima.

Mesmo com argumentos contrá-rios e contestáveis por parte dos pa-trões, como o da crise econômica, esem a pressão suficiente das reda-ções, conseguimos alguns avançosna campanha salarial de 2009. Nasnegociações de rádio e TV, emboratenha sido mantida uma excrescên-cia como o abono de R$ 600 pagoem três vezes, houve um ganho realnos pisos.

A base salarial do rádio subiu9,09% e a da TV, 7,44%, para um ín-dice medido pelo INPC de 5,92%.Assessores de imprensa tiveram re-ajuste de 6%. Também consta daconvenção a criação de uma comis-

são paritária (com representantes deempresas e jornalistas) para discutirquestões relativas às condições detrabalho, assédio moral e cláusula deconsciência – quando o profissional,caso seu texto tenha sido alterado,pode se recusar a assinar a matéria.

Outras áreas foram contempla-das também com ganho real, ape-sar das dificuldades proporcionadaspelos deslocamentos às cidades dointerior para negociações diretamen-te com as empresas. Em alguns ca-sos, ficamos dependentes da inter-venção das Delegacias Regionais doTrabalho para forçar os patrões aapresentar contrapropostas. No en-

tanto, o mais penoso tem sido o con-fronto com os patrões de rádio, TV,jornais e revistas.

Entregue em março, a pauta dereivindicações, depois de ser apro-vada pela categoria, deu margema mais de uma dezena de rodadasde negociação. De acordo com apauta, exigíamos ganho real de10% e fim do banco de horas, entreoutras reivindicações. Como sem-pre, ancorados no noticiário alar-mista sobre uma crise econômicaque pouca afetaria a economiabrasileira, os empresários nem sedispunham a repor a inflação de5,92%, segundo o INPC.

A aprovação da Proposta de Emen-da Constitucional (PEC) 386/09 pelaComissão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJC) da Câmara dosDeputados, em 11 de novembro, foi aprimeira vitória da categoria na lutapela volta do diploma de Jornalismo.A avaliação é do presidente da Fenaj,Sérgio Murillo de Andrade, que con-clama a categoria para enviar e-mailsos deputados federais pedindo a apro-vação definitiva da matéria.

Enquanto isso está para ser votadana CCJ do Senado Federal a PEC 33/09, de autoria do senador Antônio Car-los Valadares (PSB/SE), que tambémdefende a volta da exigência do diplo-ma de Jornalismo para o exercício daprofissão. Nesse sentido, é importanteenviar e-mails também aos senadorespedindo apoio, particularmente aosmineiros Eduardo Azeredo (PSDB),Wellington Salgado (PMDB) e EliseuResende (DEM), que integram a CCJ.

A Fenaj pretende discutir a com-posição da Comissão Especial a sercriada visando agilizar a tramitaçãodas matérias e buscar, junto ao presi-dente da Câmara, deputado MichelTemer (PMDB/SP), sua instalação.Será também examinada a possibili-dade de fundir as duas PECs para se-rem analisadas e votadas em sessãoconjunta da Câmara e do Senado.

Na sexta-feira, 13 de novembro, oDiário da Justiça do Supremo TribunalFederal (STF) publicou o polêmico acór-

dão do julgamento de 17 de junho, queextinguiu a obrigatoriedade da forma-ção superior específica para o exercí-cio do Jornalismo no país. A Fenajentrou com embargos declaratórios eagendou reuniões com a Frente Par-

DIPLOMA

Jornalistas vencem a primeira batalha

CAMPANHA SALARIAL

Sete meses de negociações

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bert

a M

ore

ira

Com muito esforço, chegou-seao INPC, mas prevaleceu o aumen-to real somente nos pisos salariais.O abono, em vez de desaparecer,ficou ainda menor. Com os patrõesde jornais e revistas, chegamos àexaustão e a um reajuste pelo INPC,com o retroativo dividido em duasparcelas. Antes, eles só aceitavampagar o retroativo com aumento de4% e em quatro parcelas. O queseria um absurdo!

Precisamos ter consciência deque, a partir de agora, as empresastendem a ser ainda mais intransi-gentes nas negociações salariais.Sem a união da categoria, corremoso sério risco de ter mais uma cam-panha desgastante e com resulta-dos decepcionantes. Estamos dian-te de um impasse: como o dissídiodependente da anuência do patrão,apenas o descontentamento dosjornalistas, evidenciado em assem-bléias lotadas, poderá garantir al-gum avanço. E nem estamos falan-do em aumento real de salário. Nãodá mais para aceitar abono ou ban-co de horas, muito menos o assédiomoral do acúmulo de função semremuneração correspondente. Ascláusulas sociais são fundamentaistambém para recuperarmos nossadignidade, sendo respeitados comoprofissionais da informação.

lamentar em Defesa do Diploma, paratratar da tramitação das PECs no Con-gresso; e com o ministro do Trabalho edo Emprego, Carlos Luppi, para abor-dar procedimentos quanto à emissãodo registro profissional de jornalista.

Bastidores da lutaA votação da PEC 386/09 foi adia-

da várias vezes, principalmente devidoa manobras de setores patronais. Naquarta-feira, 4 de novembro, a oposiçãoapresentou requerimento pedindo a re-tirada do projeto da pauta da CCJC,mas foi derrotada por 29 votos contra10. Depois de mais de duas horas dediscussão da matéria, a reunião foi sus-pensa por falta de quorum.

Ainda no dia 4, o autor da PEC, de-putado Paulo Pimenta (PT/RS), e a pre-sidente da Frente Parlamentar em De-fesa do Diploma, deputada RebeccaGarcia (PP-AM), se reuniram com o pre-sidente do STF, ministro Gilmar Men-des. O tema do encontro foi a decisãodo STF que considerou inconstitucio-nal a exigência do diploma de jornalis-ta. O ministro esclareceu que a corterestabeleceu a decisão de primeira ins-tância pela não exigência de diploma,mas não invalidou outros conteúdos daregulamentação profissional.

A mobilização da categoria parasensibilizar os parlamentares conti-nua sendo a prioridade da Fenaj edos sindicatos de jornalistas. Nessesentido, o SJPMG encaminhou aosassociados uma carta-manifesto quedeve ser enviada a todos os deputa-dos federais - e agora também aossenadores -, com o objetivo de sen-sibilizá-los sobre a importância davolta do diploma para o exercíciodigno da profissão de jornalista.

Assembleia realizada pela direção do SJPMG, em 15 de outubro, na redação do Hoje em Dia

CATEGORIA LUTA AGORA PELA APROVAÇÃO DA PEC NOS PLENÁRIOS DA CÂMARA E DO SENADO

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PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 4

Maurício Lara*

Vai longe o tempo em que asses-sor de comunicação (ou, simplesmen-te, assessor de imprensa) existia paraplantar, nos jornais, notinhas de inte-resse do assessorado, falando bem oumal de alguém. Vai longe também otempo em que o assessor de comuni-cação era encarregado de atuar comoum verdadeiro porteiro, controlando ainformação que saía da instituição, fos-se ela pública ou privada.

Os tempos mudaram, surgiramnovas tecnologias e novas mídias, masa essência do trabalho de assessorcontinua sendo a informação. Quantomais a democracia se consolida noBrasil, mais se fortalece a noção decidadania e do direito da sociedade àinformação; quanto mais cidadania,maior fica o interesse do cidadão peloque acontece na esfera pública e atémesmo na iniciativa privada, naquiloque se aproxima do interesse público.

É cada vez mais nítida a consciên-cia de que o banco da praça não é semdono, mas, ao contrário, pertence a to-dos. É por isso que consegue tantaaudiência e leitura o noticiário dandoconta de mau-uso de recursos públi-cos, por exemplo. Fica cada vez maisdifícil agir impunemente quando os in-teresses coletivos estão em jogo, por-que o avanço da cidadania desperta o

zelo e o cuidado da população na pre-servação e na defesa do que é públicono melhor sentido da palavra.

É nesse desenho de um cenáriocada dia mais moderno e saudável queo assessor de comunicação vai encon-trar seu espaço profissional. De umlado, o aumento dos postos de traba-lho, numa espécie de compensaçãopelo enxugamento gradativo das reda-ções tradicionais. Hoje, é comum atévereador ter assessor de comunicação,porque ele precisa encontrar a melhorforma de falar com seu público.

ResponsabilidadeDe outro lado, quem lida com a in-

formação tem aumentada sua respon-sabilidade. O assessor é mais valoriza-

ENJAC

Assessores defendem diplomaENCONTRO NACIONAL REALIZADO EM GOIÂNIA REAFIRMA A LUTA PELA DIGNIDADE DA PROFISSÃO

O 17º Encontro Nacional de Jorna-listas em Assessoria de Comunicação(Enjac), realizado no final de setem-bro, em Goiânia, reafirmou como ei-xos centrais de luta as ações para aretomada da exigência de formaçãosuperior específica para o exercício daprofissão e a defesa da democratiza-ção da comunicação no país. A lutaterá como palco este ano a 1ª Confe-rência Nacional de Comunicação (Con-fecom). No Enjac Minas foram tiradastrês propostas para o evento nacional,no qual o estado foi representado pe-los delegados Aloísio Lopes, Gê Alves,Janaina da Mata, José Milton, LidyanePonciano, Taís Ferreira, Verônica Pi-menta e os suplentes Adriano Boaven-tura e Rogério Hilário.

Os tempos atuais são de ataquesàs regulamentações profissionais, or-questrados pelo neoliberalismo e opatronato da mídia brasileira. A revo-gação da Lei de Imprensa e da exi-gência do diploma de Jornalismo parao exercício da profissão exemplificaessa estratégia. A posição do Supre-mo Tribunal Federal (STF) atende ainteresses patronais, com prejuízospara os profissionais e a sociedadecivil. A luta da categoria prosseguetambém no Congresso Nacional e nasruas, pois o que está em jogo é a defe-sa da profissão, da dignidade e daqualidade da informação.

Os jornalistas do Enjac também

do, mas é também mais cobrado. E aresponsabilidade dele não se limita aoatendimento das demandas de quemo contrata. O assessor de comunica-ção exerce uma função de forte con-teúdo social e precisa ter clara a noçãodo direito da sociedade à informação.

Na briga do mar com o rochedo, naeterna disputa das versões próprias deum regime democrático, o jornalista deassessoria não pode vestir a carapuçado marisco, porque ele pode e deveinterferir no processo. Da sua ação ouomissão depende até a continuidadedo avanço da cidadania e dessa res-ponsabilidade ele não pode se eximir,porque ela é histórica. Quem lida coma comunicação encontra a grandezade seu papel quando identifica o pon-

OPINIÃO

Censor ou sensor?to de equilíbrio entre o interesse da ins-tituição que representa e o direito dasociedade à informação.

É por isso que o assessor não podemais ocupar o lugar de um censor, quese mete a decidir o que a sociedadedeve ou não deve ficar sabendo. Emvez disso, ele deve atuar como sensor,verdadeiro radar que identifica, den-tro da instituição, o que é de interesseda sociedade. No lugar de controlar ainformação, o que um assessor de co-municação deve fazer é articular o flu-xo da informação.

Usando uma metáfora: fato, depoisde criado, é como água de morro abai-xo, ninguém segura. O máximo que seconsegue é organizar a descida des-sa água, para que ela cause o mínimode estragos possível. É assim tambémcom a comunicação, que atua paraque o fluxo da informação traga gan-hos de imagem ou impeça prejuízos àinstituição. Em outras palavras, lidarde forma madura e responsável com ainformação é agir como sensor; tentardecidir o que deve vir a público, é sercensor. Nessa encruzilhada, não pare-ce difícil separar o joio do trigo na horade fazer a escolha do caminho.

*Ex-professor de Jornalismo naPUC-Minas, atual repórter especial

e titular da coluna “Pois é...”, nojornal Estado de Minas

Arthur Lobato

Assessores de imprensa de todo o país apresentaram porpostas e prestigiaram o Enjac, realizado em Goiânia

destacaram que a Confecom é umaconquista dos movimentos sociais edeverá ser um espaço privilegiado parao debate dos temas de interesse dacategoria e de toda a sociedade, comoa democratização da comunicação pormeio da criação de um novo marco re-gulatório. Outra luta importante é pelaliberdade de expressão e por isso sefaz necessária a aprovação de uma Leide Imprensa democrática, que possaassegurar a todo brasileiro liberdade

de manifestação do pensamento.Os desafios dos jornalistas-asses-

sores passam, ainda, pela garantia decondições dignas de trabalho, pelavalorização do segmento, contra a pre-carização do trabalho e o assédiomoral, realidade vivida por toda a ca-tegoria, seja nas assessorias ou nasredações, por meio das mais variadasformas de desrespeito à lei e às nor-mas coletivas de trabalho.

O cumprimento desses compro-

missos deve seguir, ao mesmo tem-po e com a mesma intensidade depropósito, a corajosa luta pela cria-ção do Conselho Federal dos Jorna-listas, bem como a inclusão da as-sessoria de imprensa na regulamen-tação da profissão e envolvimento nadefesa dos princípios democráticos,da liberdade de expressão e reafir-mação do jornalista como protago-nista nos momentos de grandes de-cisões nacionais.

Page 5: Jornal Pauta

PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 5

LIVROS

Jornalistas na cena literáriaCumprindo a tradição de unir jor-

nalismo e literatura, vários companhei-ros nossos lançaram livros recente-mente sobre os mais variados temas.Marcelo Freitas, ex-Estado de Minas,hoje professor na Faculdade Estáciode Sá, lançou não só um livro,mas também a editora Comunicaçãode Fato, especializada na publicaçãode textos jornalísticos.

No volume de estréia da nova edi-tora, intitulado Não foi por acaso, Mar-celo resgata a história dos trabalha-dores que construíram a Usiminas emorreram no nebuloso massacre deIpatinga, no início da década de 1960.A publicação inspirou uma audiênciapública na Assembléia Legislativa deMinas Gerais, em 28 de outubro.

Outro tema jornalístico é aborda-do por Luciene Tófoli, no livro Ética noJornalismo, publicado pela EditoraVozes. A obra propõe uma reflexãosobre o assunto, com base no novoCódigo de Ética dos Jornalistas Brasi-leiros, em vigor desde 2007. Luciene égraduada pela Universidade Federalde Juiz de Fora e mestre em Psicolo-gia/Psicanálise com passagem por jor-nal impresso e televisão.

Pela Editora Altadena, Mário Au-gusto Jakobskind lançou o relato Amé-rica que não está na mídia, no qualaborda questões relativas a vários pa-íses da América Latina geralmente nãodivulgadas pela mídia convencional.O lançamento foi em 8 de outubro, nasede do SJPMG, numa promoção daAssociação Cultural José Marti em co-

memoração aos 50 anos da PrensaLatina e da revolução cubana.

A radiodifusão comunitária é o temado trabalho Pode local no ar – Munici-palização das rádios comunitárias e for-talecimento de esferas públicas locaisno Brasil, escrito pela pesquisadoraAdriane Lorenzon no âmbito de umcurso de mestrado em Comunicação

na Universidade de Brasília.Já o jornalista Chico Brant lançou

em 6 de outubro, no restaurante Co-zinha de Minas, o livro São João del-Rei: ouro, guerra e fé no rio das mortes.O lançamento integrou a agenda doprojeto Sempre um Papo, que estácompletando 23 anos. Airton Guima-rães, que trabalhou no Estado de Mi-

nas e tem várias obras publicadas,acaba de publicar o sugestivo volumeMinas é uma festa!, no qual aborda al-gumas das principais festas popula-res do estado, com fotos de Henry Fu.Fernando Zuba lançou pelo Armazémde Ideias o livro Malvinas - Crônicasde Guerra, no qual relata o conflitoentre Argentina e Inglaterra.

Será lançada em dezembro a bio-grafia do jornalista e professor JoséMendonça, segundo presidente doSJPMG e um dos criadores – ao ladodos jornalistas e professores AdivalCoelho e Anis Leão – do curso de Jor-nalismo da UFMG, o primeiro de Mi-nas. O livro foi escrito pela historiado-ra Maria Auxiliadora de Faria e pelosjornalistas Flávio Friche e Manoel Mar-cos Guimarães, ex-alunos de Men-donça. Eles fizeram uma série de en-trevistas com o professor e colheramdepoimentos de antigos colegas, nasredações de O Diário e O Globo e naUniversidade, além de ex-alunos.

Hoje aos 91 anos, dono de prodi-giosa memória, o professor Mendon-ça relatou aos autores alguns mo-mentos importantes do jornalismo edo sindicalismo mineiros, dos quaisparticipou. Foi durante sua gestãono SJPMG, por exemplo, que foidado o primeiro passo para eliminar

José Mendonça, ladeado por Flávio Frich e Manoel Guimarães

Professor Mendonça ganha biografia

a exigência de apresentação de ates-tado de antecedentes políticos paraos candidatos a dirigente sindical.

A diretoria liderada por Mendonçarecusou-se a cumprir essa norma, queacabou sendo eliminada pelo gover-

no. O livro sai pela Editora UFMG,com recursos da Lei Rouanet, patro-cínio da CBMM e apoio do SJPMG edo Departamento de ComunicaçãoSocial da Fafich, que está prestes acomemorar 50 anos de criação.

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Festa de Natal – A festa de con-fraternização dos jornalistas mineirosserá realizada a partir das 21h de 10de dezembro, quinta-feira, na AEU –Associação dos Empregados da Usi-minas (Rua Professor José Vieira deMendonça, 3.011, bairro Engenho No-gueira). Jornalistas associados aoSJPMG receberão convite com direitoa um acompanhante. O ingresso indi-vidual para não associado custa R$ 30.Informações: (31) 3224-5450 ramal 7.

Concurso – O SJPMG recebeu umtotal de 70 inscrições para o PrêmioDélio Rocha de Jornalismo de Interes-se Público. Criado para estimular o tra-balho de repórteres especializados noassunto e homenagear a memória dojornalista mineiro Délio Rocha, mortoem 2008, o concurso vai premiar cin-co categorias: reportagem impressa(jornal/revista/portal), reportagem fo-tográfica com no mínimo três fotos (jor-nal/revista/portal), reportagem pararádio, reportagem para televisão e re-portagem impressa de estudante dejornalismo. Em cada categoria, o pri-meiro colocado receberá R$ 2,5 mil, osegundo R$ 1 mil e o terceiro, R$ 500,além de certificados e placas de par-ticipação. A entrega dos prêmios serána festa de fim de ano dos jornalistas,em 10 de dezembro.

Mudanças – Se você mudou ouvai mudar de endereço, não deixe deavisar o SJPMG, para que possamosatualizar em nossos registros. O mes-mo devem fazer aqueles que mudaram

de telefone ou e-mail, para que possa-mos nos manter sempre em contato.Basta ligar para a recepção do sindi-cato (3224-5450) ou enviar e-mensa-gem para [email protected] .

Arte e notícia – Jornalistas quetrabalham com arte e desejam exporpinturas, poemas, contos, fotos, car-tuns, textos teatrais, multimídia, cine-ma, música ou reportagens especiaisterão espaço na 2ª Mostra de Arte dosJornalistas Mineiros. Previsto paramarço de 2010, o evento será promo-vido pelo SJPMG e Casa do Jornalis-ta. Paralelamente, terá lugar a 1ª Feirade Livros dos Jornalistas Mineiros. A1ª Mostra foi realizada em 1984, quan-do as paredes do SJPMG ficaram co-bertas por trabalhos artísticos de qua-se 100 autores. “Raros jornalistas co-nheciam o meu trabalho com poesia.A mostra foi uma forma de mostrá-lo àcategoria”, dizia o saudoso Délio Ro-cha. O regulamento da nova mostraserá divulgado oportunamente.

Salão de festas – O SJPMG temespaço ideal para festas, lançamen-tos de livros, exposições de arte e ou-tros eventos em sua sede (Avenida Ál-vares Cabral, 400). Preços especiaispara associados. Os interessados po-dem obter informações pelo telefone(31) 3224-5450.

Veteranos se organizam – Jor-nalistas aposentados estão fazendo ocurso de informática oferecido peloSJPMG em convênio com a Prodabel.

O objetivo é atualizar conhecimentosna área. Reunidos na manhã de terça-feira, 3 de novembro, eles aproveita-ram para eleger a primeira diretoria daAssociação dos Jornalistas Veteranos.Foram escolhidos Kid Moreira (presi-dente), Carlos Felipe (vice-presidente),José Carlos Alexandre (1° secretário),Sudário Santos (2° secretário), Cleuni-ce Ferraz da Silva (1ª tesoureira), Sym-phronio da Veiga (2° tesoureiro), MariaJosé Santos (diretora de relações exte-riores) e Fátima de Oliveira (vice-dire-tora). Para o conselho fiscal, Hélio Fer-reira César (titular) e Sebastião Henri-ques (vice), tendo como suplentes Her-mínio Prates e Carlos Olavo da Cunha.

Novas Memórias - O projeto Me-

mória do Jornalismo Mineiro lança bre-vemente seu terceiro volume, com de-poimentos de Carlos Herculano Lopes,Dídimo Paiva, Luiz Fernando Perez, Mau-ro Zálio e Plínio Barreto. O projeto surgiude um convênio entre a Casa do Jorna-lista Mineiro, a PUC Minas e a UFMG como objetivo de resgatar a memória do jor-nalismo de Minas por meio de levanta-mento, análise e interpretação crítica deinformações sobre o tema. O primeirovolume da coleção foi publicado em1995, com entrevistas de Ayres da MataMachado Filho, Célius Aulicus, Edgar deGodói da Mata Machado, João EtienneFilho e José Mendonça. O segundo, de2000, registrou depoimentos de AlaídeLisboa de Oliveira, José Bento Teixeirade Salles, Salomão Borges, Gerado deOliveira Simões, Gerson Sabino, Lindol-fo Espeschit e Ney Octaviani Bernes.

DIFERENTES TEMAS INSPIRARAM NOSSOS AUTORES EM LANÇAMENTOS RECENTES

Novos associados

do SJPMG

JUNHO

• ANA LAURA M. F. REZENDE • ANDREYCÁSSIO NICOLI SILVA • JULIANA GONTI-JO DA FONSECA • LUCINÉIA PACHECODE LIMA • RANDY RAZUQ FERREIRA •THIAGO HERDY LANA • VANESSA ALES-SANDRA B. MORAIS

JULHO

• ALESSANDRA HENRIQUES DE OLI-VEIRA • ALISSON BATISTA DE PAULA• ANA FLÁVIA FONSECA ARAÚJO •ATTÍLIO FAGGI JUNIOR • HILÁRIO LA-CERDA BARBOSA • JOÃO RENATODINIZ PINTO • MAÍRA LOBATO B. CHA-GAS • MARILVA KEESEN GRECO •MARINA PEREIRA QUEIROZWATSONHARLEI DE ALMEIDA

AGOSTO

• ANDRESSA WASHINGTON PAIVA •CARLA VIANA DE MEDEIROS • FABIA-NA CRISTINA OLIVEIRA ASSUNÇÃO •FLÁVIA NELITA PASSAGLI • MARCELOANDRÉ RODRIGUES BORGES • VAG-NER ARAÚJO PEREIRA • VLADMIRARAÚJO • WANDERLEY TAVARES DOSSANTOS

SETEMBRO

• CONRADO MOREIRA MENDES •MARCOS VINICIUS S. DE CARVALHO •MARLON BRUNO P. ALMEIDA • SAMI-RA AVILA THEISS

OUTUBRO

• MARCELO MACHADO VALADARES •PAULA DE SENNA FIGUEIREDO

Notas sindicais

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Como já foi noticiado, o governo fe-deral transferiu a 1ª Conferência Nacio-nal de Comunicação (Confecom) parao período de 14 a 17 de dezembro,devido a uma viagem do presidenteLula ao exterior. Enquanto isso, em Mi-nas Gerais, a Conferência Estadual deComunicação foi realizada entre 13 e15 de novembro, na Assembleia Legis-lativa. O evento recebeu 422 inscrições,mais de 50 de jornalistas, inclusive di-retores e associados do SJPMG elei-tos delegados para a Confecom (vejabox). Na abertura, foram homenagea-dos os jornalistas Dídimo Paiva, Guy deAlmeida e José Cleves da Silva. Maisde 700 propostas foram apresentadas.

“Comunicação: meios para cons-trução de direitos e de cidadania naera digital” será o tema da Confecom,cujas raízes estão fincadas no movi-mento pela democratização das co-municações no Brasil. Este se fortale-ceu durante a Assembleia Constituin-te de 1988, tanto que a ConstituiçãoFederal em vigor dedicou um capítuloao tema, no qual define a missão dacomunicação social e, sobretudo, daradiodifusão no país.

O artigo 221 da Carta Magna esta-belece os princípios de uma políticade conteúdos e a finalidade cultural eeducativa da radiodifusão. Esta foi de-finida como um serviço público, quepode ser concedido a agentes priva-dos, mas com obrigações a cumprircom relação a cultura, educação, in-formação de alto nível e regionaliza-ção da programação – aspectos fun-damentais principalmente num mun-do globalizado.

O Brasil ainda não dispõe de umaLei de Comunicação. É preciso criaresta lei, para determinar como executarcada um dos quesitos acima. Existem,sim, a Lei do Cabo e a Lei Geral dasTelecomunicações, que tratam do ser-viço de transporte de comunicação. Asmudanças tecnológicas, no entanto, tor-naram ambas obsoletas, já que as ope-radoras de telecomunicação foram con-vertidas em provedoras de conteúdo.

Alguns segmentos propuseram acriação do Fórum Nacional da Demo-

cratização da Comunicação (FNDC).Trata-se de uma associação civil queluta pelo controle público das comu-nicações, defende a comunicaçãocomo direito de todos e se organizaem comitês, sendo integrada por maisde 100 entidades nacionais e regio-nais de diversas áreas profissionais.

O FNDC é representado nos esta-dos e municípios pelos Comitês pelaDemocratização da Comunicação. Es-tes são formados por, no mínimo, cincoentidades da sociedade civil, movimen-tos sociais e ativistas que podem se as-sociar como pessoas físicas. Assim foiorganizada a comissão nacional, sedia-da em Brasília, e começaram a se for-mar comissões estaduais e municipaisem todo o país, cujos membros conse-guiram se articular no Congresso Naci-onal por meio da ação de deputadosdo PC do B, PT, PSB e PSOL.

Futuro da mídiaA Confecom cumpre o desafio de

reunir pela primeira vez o governo,empresários e a sociedade civil paradiscutirem o futuro da mídia no Bra-sil. Os três setores precisam chegar aum entendimento para superar a cri-se dos modelos convencionais de in-formação, que não refletem o pontode vista dos movimentos sociais oudo cidadão comum. Afinal, o país ain-da é marcado pelo monólogo das eli-tes por meio do monopólio dos mei-os de comunicação.

Cada um dos três setores represen-tados tem seus próprios interesses eobjetivos. O governo – que vai investirR$ 8,2 milhões para levar os 1.664 de-legados de todos os estados ao Cen-tro de Eventos e Convenções Brasil 21,em Brasília – deseja romper o cercodos interesses corporativos privadosna área da informação.

Os grandes grupos de comunica-ção querem melhores condições paraabsorver as mudanças provocadaspela era digital. Já o movimento sociale organizações sem fins lucrativos enão estatais defendem a ampliaçãodo espaço público na produção e dis-seminação de informações confiáveis.

CONFECOM

Desafios da comunicaçãoCONFERÊNCIA VAI DISCUTIR, EM BRASÍLIA, OS MEIOS PARA ACONSTRUÇÃO DE DIREITOS E DE CIDADANIA NA ERA DIGITAL

Aloísio Lopes*

A realização da 1ª Conferência Na-cional de Comunicação é um fato his-tórico, já que desde a mobilização daConstituinte, em 1986, diversos seg-mentos sociais lutam por políticas de-mocratizadoras da comunicação nopaís. Estas por sua vez, sempre barra-das pela resistência de um segmentoempresarial avesso à regulação.

A Confecom vem com um atrasode pelo menos 47 anos, já quea aprovação do Código de Teleco-municações, em 1962 – ainda em vi-gor –, apesar de superado, foi resul-

OPINIÃO

Todos ao debate nacionaltado de um forte lobby empresarialna Câmara dos Deputados, que re-jeitou todos os vetos do então presi-dente João Goulart, que definia me-canismos democráticos na lei regu-latória do setor.

Devido à não participação da so-ciedade civil naquele debate, antigasreivindicações relacionadas à radiodi-fusão hoje convivem com os desafiosda convergência tecnológica do pre-sente e do futuro. Isso porque, mesmocom os avanços da Constituição de1988, seus principais artigos relacio-nados à comunicação social, perma-necem sem regulamentação.

Estabelecer os marcos do contro-le público, criar regras transparentesde concessões e renovações, impediro monopólio e o oligopólio, garantir au-tonomia ao trabalho dos jornalistas,criar fundos para a mídia pública e co-munitária são temas relacionados àdemocracia e à liberdade de expres-são no país. Em âmbito estadual, te-mos também uma boa oportunidadepara discutir e recomendar diretrizespara a democratização da comunica-ção em todas as regiões de Minas,quem sabe, coordenadas por um Con-selho Estadual de Comunicação.

Os jornalistas devem estar atentos

Em Minas, a Conferência Esta-dual de Comunicação escolheupara serem delegados na Confe-com 64 representantes da socie-dade civil, 64 do empresariado,16 municipais e estaduais. Outros16 ficaram de ser indicados pelogoverno federal.

Entre os representantes da soci-edade civil foram eleitos jornalistasde diversas entidades, inclusive di-retores e associados do SJPMG.Destacam-se Aloísio Morais, KerisonLopes, Luiz Carlos Bernardes (Peni-nha), Lidyane Ponciano, FabrícioLeonardo da Silva, Verônica Pimen-ta, Arthur Lobato, Janaína da Mata,José Milton Santos, Cândida Cane-do, Aloísio Lopes (diretor da Fenaj),Mozair Salomão, Felipe Canedo (es-tudante), Gê Alves (de Uberaba) e

também a outros ângulos da discus-são, como o da política industrial dosetor de comunicação. Qual o grau denacionalização da tecnologia da infor-mação e da comunicação que se pre-tende no país. Quais os investimentosque o Estado deve fazer em pesquisa,para garantir acesso qualificado e opleno direito à informação, com de-senvolvimento econômico e social.Todos ao debate, com o melhor denossas reflexões!

*Diretor do Departamento

de Relações Institucionais daFenaj e ex-presidente do SJPMG

Jair Bastos (de Montes Claros).Como suplentes, foram indicadosIlson Lima, Taís Ferreira, Valéria SaidTotaro, Rogério Hilário e DéboraJunqueira.

Depois de tentativa frustrada dogoverno mineiro e de empresáriosno sentido de impedir o debate so-bre problemas na comunicaçãoestadual, os movimentos sociaisnão só debateram o tema comotambém aprovaram moção conde-nando o aparelhamento da mídiapelo Palácio da Liberdade. No siteda ALMG, ficou registrado o repú-dio à falta de liberdade de expres-são e ao cerceamento à imprensacometido por membros do gover-no de Minas e conglomerados eco-nômicos, resultando na persegui-ção e demissão de jornalistas.

Jornalistas mineiros têm

participação destacada

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Carlos Plácido Teixeira*

O jornalismo dorme em berço nãomuito esplêndido enquanto, na “erada informação”, as notícias tendem aser, cada vez mais, enquadradas nomesmo grupo do qual fazem parte oarroz, o feijão, o petróleo e o minériode ferro, colhidos da terra. Entre osprodutos vegetais e minerais em esta-do bruto e o registro de fatos noticio-sos há, em comum, o conceito de com-modity. A palavra de origem inglesadefine as matérias-primas no momen-to imediato da colheita ou com peque-no grau de industrialização, produzi-das em grandes quantidades e pordiferentes produtores.

No lugar onde os produtos in na-tura, cultivados ou de extração mi-neral, são estocados não há diferen-ciação do fornecedor. O arroz da fa-zenda do Seu Joaquim é misturadocom do Sô José em grandes arma-zéns graneleiros. A transformação daagricultura em agro-negócio distri-buiu o mesmo arroz para diferentesindústrias, que ensacaram o produ-to e atribuíram marcas específicas,que chegam ao mercado com valo-res absolutamente diferentes.

O plus ou algo mais no valor tem onome de “valor agregado”, origem dolucro, mais um conceito útil da econo-mia, que deve ser bem estudada nasfaculdades de comunicação e enten-dida por jornalistas. Sinônimo de valoreconômico adicionado e valor adicio-nado, o termo é vinculado à percep-ção que um consumidor tem de umproduto ou serviço que atenda seuconjunto de necessidades.

Valor agregadoO consumidor sabe que o pacote

de arroz tipo 1 da marca Natureba temas mesmas características da marcaGrão Branquinho, por exemplo. Se eleacredita que um é melhor que outro,não há argumento capaz de demoverda intenção de comprar o mais caro.Valor agregado é atributo de qualida-de, intangível, incorporado a um pro-duto ou serviço, um diferencial que napercepção do comprador justifica suaescolha entre demais bens substitu-tos ofertados no mercado.

A pequena viagem pelo glossá-rio do economês tem o objetivo ex-clusivo de lançar alguma dúvida so-bre o produto oferecido pelos jorna-listas à sociedade. Ou, de outra for-ma, levanta a pergunta sobre o queos jornalistas imaginam que estãovendendo e sobre o que realmenteos consumidores estão comprandoou gostariam de comprar. É possíveltirar um pouco da responsabilidadedos profissionais de imprensa, trans-ferindo todas as mazelas atuais paraas empresas de comunicação, queestocam notícias em grandes arma-zéns, mas são pouco cuidadosas nahora de vender.

Os grupos jornalísticos vivenciam acuriosa situação em que a notícia, comomatéria-prima, é commodity, o elemen-to de menor importância na cadeia daprodução de informações. Afinal, asempresas privilegiam, na prática, a pu-

blicidade e o uso de influência social epolítica, para obter lucros e benefíciosempresariais ou pessoais. Saltando davisão da economia para o marketing, anotícia é apenas a embalagem do querealmente importa para os donos dosmeios de comunicação de massa nabusca de receitas maiores.

ConvergênciaO desprezo pelo valor da notícia é

patente nos grupos de imprensa que,sem compromisso algum com a qua-lidade dos produtos entregues ao lei-tor, entendem a convergência das mí-dias exclusivamente como nova opor-tunidade de ampliar o faturamentosobre o trabalho do jornalista. Nestecontexto, repórter bom é aquele ca-paz de escrever para o impresso, re-

VELHOS MEIOS

Notícia virou “commodity”ALÉM DE FAZER REPORTAGENS, JORNALISTAS DEVEM REFLETIR SOBRE OS FATOS

gistrar fotografia, fazer um vídeo paraa TV e, ainda, gerar um áudio para aemissora de rádio do grupo. Tudo semganhar qualquer adicional. Não hácomo contestar que a visão empresa-rial reflete, em forma e conteúdo, acerteza de que a notícia é o menosimportante no processo.

O comportamento negativo dasempresas proprietárias de veículos decomunicação não será o álibi para afalta de reflexão e requalificação dosprodutos do jornalista. A convivênciacom a crise da imprensa e com o mito,difundido na internet, sobre a transfor-mação do cidadão comum em produ-tor de notícias, força a revisão de con-ceitos. Processo que, por sinal, deve-ria já ter sido iniciado nas faculdadesde comunicação.

A notícia, como produto disponí-vel gratuitamente em qualquer en-dereço na rede, tende a ter cada vezmenos valor, assim como o trabalhode quem produziu. O jornalista comomero registrador de fatos, gerador delaudas ou de caracteres, estará fa-dado a um papel secundário na his-tória. Para agregar valor ao produtode seu trabalho, e obter reconheci-mento e conquistar credibilidade, osprofissionais de imprensa têm queaprender a produzir e vender conhe-cimento. A sobrevivência da profis-são depende da capacidade deacrescentar informação contextuali-zada, fundamentada e de utilidadepara os leitores.

*Diretor de Comunicação do SJPMG

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NOVOS MEIOS

Entre o analógico e o digital

Uma entidade empresarial po-derosa de Minas Gerais convocapara entrevista coletiva os princi-pais veículos de comunicação doestado. Desta vez, a novidadeserá o uso da internet como meiode relacionamento entre o presi-dente da instituição, a fonte de in-formações e os jornalistas, inclu-sive do interior.

Na época, meados da décadaatual, o pequeno acesso à bandalarga e a baixa tradição no uso domeio determinaram que pergun-tas e respostas seriam encami-nhadas no formato de texto. Nohorário marcado, a entrevista co-letiva começa e um dos repórte-res envia a primeira pergunta.Passam um, dois, cinco minutose nada da resposta, que só che-ga oito minutos depois. O coor-denador da iniciativa, prestadorde serviço externo, tenta enten-der o que aconteceu. Liga para aassessora de comunicação da en-tidade e pede informações. Elaassinala que “estávamos editan-do a resposta”.

O fato, verdadeiro e sem exa-geros, revela como a mudança dehábitos e de modelos mentais de-safia o cotidiano de quem traba-lha com internet, seja em portaisnoticiosos ou em sites institucio-nais. De um modo geral, as pes-soas, incluindo os jornalistas, en-caram a rede como uma tecnolo-gia, como informática aplicada.Alguém, assessora ou assessora-do, não entendeu, no exemplo re-latado, que a velocidade da res-posta condiciona o sucesso daentrevista na internet.

Velha mentalidadeFica patente que ainda vigora,

entre produtores e consumidoresde informação, uma enorme difi-culdade em entender que há umnovo meio de comunicação dis-ponível para a humanidade, comcaracterísticas próprias e em pro-cesso de evolução. Em especialna produção, a transição da men-talidade analógica para a digitaltem muito caminho a percorrer.

Analógico – que vem de aná-logo, semelhante – é, citando ou-tro exemplo muito frequente, en-caminhar por e-mail um cartaz empapel para a área responsávelpela publicação de conteúdos noporta l da empresa, com umamensagem educada: “Segue ocartaz para fazer o banner. Publi-que em destaque para mim”.Quem solicita, sob o signo damentalidade analógica, basta pe-gar a imagem do cartaz, redimen-sionar e publicar. Nada mais er-rado. Em cerca de 99% dos ca-sos, ao ser reduzida, a imagemdeixa de ter informações legíveis.

Jornais, revistas e boletins tam-bém são produtos analógicos e tan-gíveis, de papel. Diante do novo

mundo, os produtores de conteú-dos tendem a transferir, com mala ecuia, os hábitos arraigados de ummeio para outro. Entre jornalistas,em especial, são poucos os quebuscam romper com os modelos detrabalho herdados dos veículos tra-dicionais, rádio, TV ou impresso. Oque eles pedem, tradicionalmente,é a publicação do veículo na inter-net, e não da informação.

Criando linksTentando dar mais bits à re-

flexão, a mentalidade analógicaenxerga uma revista como pro-duto a ser inserido na internet,porque imagina que o internau-ta vai ler a publicação como re-vista. Ao entender o ambientedigital, o editor da mesma revis-ta vai compreender que tem in-formações disponíveis e não pa-pel. Seja, por exemplo, uma re-v ista sobre tur ismo. Simples-mente publicada na internet –de forma analógica – a publica-ção será convertida em PDF e

Livro eletrônico, oavanço para trás

Alberto Dines*

Novo brinquedo eletrônico napraça, mas não se destina às crian-ças. O Kindle é um gadget para adul-tos, abonados e novidadeiros: tra-ta-se de um leitor eletrônico de li-vros, lançado pela livraria digitalAmazon. Custará no Brasil cerca demil reais e desde já tem à disposi-ção 200 mil títulos que podem serbaixados do próprio aparelho em 60segundos.

A direção da Feira de Frankfurt,o maior evento editorial do mundo,onde o aparelho foi apresentado, jápreviu que o livro de papel acabaráaté 2018. Dois anos depois da Olim-píada do Rio.

Jornais e revistas estão excita-díssimos. O Globo já anunciou suaadesão: sua edição impressa já estádisponível no Kindle. O aparelho foicapa de revista no último fim de se-mana e Paulo Coelho, o maior fabri-cante de livros, proclamou que“quem não adotar a nova tecnolo-gia ficará tão antigo como os mon-ges medievais”. Então, um viva aosmonges medievais: eles sabiam oque é bom.

Tipos móveisDe qualquer forma, os próprios

jornalistas que se encarregaram depromover o incrível aparelhinho es-tão dizendo que a sua primeira ver-são é tosca e as páginas não sãomuito claras. Os fabricantes anun-ciam que funcionará com a mesmatecnologia dos celulares, emboraisto não seja uma garantia de quali-dade: como sabem os milhões deusuários das grandes cidades bra-sileiras, seis de cada dez ligaçõespor celular são imperfeitas, per-dem-se ou não conseguem sercompletadas.

Os alegres promotores do fim dolivro impresso também não infor-mam o peso da maquineta nem asua portabilidade. Muito menos res-pondem a algumas perguntas es-senciais: é possível ler um Kindle nacama, no metrô, no toalete? A novanoção de progresso é muito estra-nha, tem algo de medieval: ao in-vés de saudar avanços, regozija-secom retrocessos.

Portabilidade é a questão centralnos veículos impressos. Não foi Guten-berg quem inventou o livro, o livro jáexistia antes dele. Johannes Guten-berg, de Mainz (Mogúncia), inventouos tipos móveis – quem inventou o livrotal como o conhecemos hoje foi o ve-neziano Aldus Manucius, meio séculodepois. Era verdadeiramente portátil.

* Comentário para o programa radiofônico do OI,

em 16/10/2009, publicado no sitewww.observatoriodaimprensa.com.br

LIDAR COM A INTERNET COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO REQUER NOVA MENTALIDADE

disponibil izada para o leitor.Um mapa de pontos turíst i-

cos será visto no contexto dapágina de papel reproduzida.Se o editor entende que tem emmãos uma informação, as mes-mas informações serão ganha-rão novas dimensões. O mapase rá um l i nk pa ra o Goog leMaps, serviço do provedor debusca que oferece alternativasgratuitas de local ização de lu-gares no p laneta . É poss íve lacrescentar fotograf ias e víde-os, como l inks, para cada umdos roteiros relatados.

A mentalidade digital significa,portanto, a abordagem que com-preende a internet como meio decomunicação específico. Em que otrabalho de produção e edição deinformações requer 100% de suore capacidade de edição, outros100% de criatividade e mais 100%de curiosidade para explorar os re-cursos oferecidos pela internet.

Carlos Plácido Teixeira

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CRÍTICA DOS MEIOS

O sofisma dos barões da mídiaHermínio Prates*

O ano dos milagres será o pró-ximo, pois na garimpagem dos vo-tos vale tudo, principalmente lesaros sonhos alheios. E já se fala, emuito ainda há de se falar, em pro-jeto que conserte o erro dos pavõesdo Supremo Tribunal Federal (STF),lamentavelmente liderados pelo si-nistro Gilmar Mendes. Banalizar ofazer jornalístico, sob o sofisma dademocratização na veiculação deidéias, provado está que foi um cras-so erro de lesa liberdade.

Ora, se pretendem dar vez evoz aos excluídos, por que não de-tonar os cartórios da mídia? Viabilizaremissoras de rádio e de televisão seriao caminho mais curto entre o respeitoaos direitos da sociedade e o livre cir-cular da pluralidade de idéias. Em lin-guajar menos pretensioso, afianço quese coragem houvesse, nada mais cor-reto do que garantir a cada comunida-de o acesso à emissão de sinais de rá-dio e televisão.

A legislação atual até admite tal pos-sibilidade, mas na prática o que se vê éa burla total aos direitos de quem nãofaz parte do restrito clube dos barõesda mídia. Colocar no ar uma emissorade rádio exige pouco dinheiro e uma detelevisão um investimento perfeitamen-te possível para incontáveis segmentosda sociedade. Mas – raciocinam os im-punes bacanas – para que correr riscose diminuir lucros se é bem mais fácil pres-sionar as pessoas certas e manter os pri-vilégios das concessões eternas? Coma exceção da desativação da saudosa

Rádio Mayrink Veiga (sufocada pelasbotas militares pós-64) e a cassação dealgumas emissoras associadas (em Mi-nas a principal vítima foi a TV Itacolomi),alguém aí se lembra de outro caso deperempção?

Recentemente, a Globo foi premia-da com a renovação de várias conces-sões num piscar de olhos e sem queninguém ousasse questionar as rastei-ras dadas na legislação que deveria li-mitar o monopólio do poder de mani-pulação. E quem é besta de afrontar osfilhos do doutor Roberto Marinho e ou-tros filhos da voracidade? Na outra pon-ta dos abusos ditos democráticos (e jáfoi dito que a democracia nada mais édo que uma ficção baseada na român-tica ilusão de que o homem é essenci-almente bom e que a vontade da mai-oria será sempre uma expressão da ver-dade) estão os políticos de goelas aber-tas para engolir os votos do oportunis-mo. Tanto que atualmente se mantêm

solidários com a perda dos jornalistas,cuja profissão já não exige o diplomada imparcialidade.

Associações de classeEm recente palestra na Academia

Mineira de Letras, Carlos Chagas dei-xou claro que não acredita que o mer-cado privilegie a qualificação e não váempunhar o pé-de-cabra para arrom-bar de vez a credibilidade da informa-ção. Em conclusão acaciana, salientouque é mais fácil sufocar os que são apa-drinhados do que enfrentar a coerên-cia daqueles que se unem em associa-ções de classe. E o que dizer da mani-pulação da verdade graças à subser-viência dos capachos e fantoches?Podemos recuperar o direito que nosfoi roubado? É possível, desde que anossa mobilização consiga impressio-nar aqueles que só legislam em causaprópria e que, só nos escassos cochi-los, favorecem a maioria.

Ora, ora! Se no início não ha-via um diploma específico, masse exigia vasto conhecimentopara quem pretendesse ser jorna-lista, o que será necessário hoje?Livre navegar na internet, plágiode textos alheios e acentuadodescaramento? Mais ainda: des-lumbramento pelo discutível sta-tus e a possibilidade de bajularos que mandam ou que piscamno acende-apaga da fama? Épouco, muito pouco, um quasenada para um país que se imagi-na ser sério.

Fatos que merecem reflexão: naVenezuela, o governo cassou a con-

cessão dos que manipulam a verdadee a mídia brasileira babou de ódio; naArgentina, Cristina Kishner tenta mini-mizar os efeitos deletérios da excessivaconcentração de poder do grupo Clarine já a consideram uma bruxa. E o quedizer da leitura caolha que fazem dosgestos de Evo Morales e Rafael Correa,que pretendem democratizar a mídiaeletrônica na Bolívia e no Equador? To-dos – disseram eles – são demônios emerecem a fogueira eterna por ousaremtanto. Mas a grita dos nossos deforma-dores de opinião não foi ouvida quandoos golpistas de Honduras fecharamemissoras de rádio e televisão. Em to-dos os casos, os barões da mídia brasi-leira rezam pela mesma cartilha da SIP(a suspeita Sociedade Interamericanade Prensa), cujos tentáculos sufocam oslampejos da liberdade.

*JornalistaE-mail: [email protected]

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PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 11

Antigamente, a relação entre repórteres e co-pidesques (o profissional de redação de redaçãocom a função de adequar textos de matérias parapublicação) nem sempre era pacífica. Repórteresreclamavam das modificações nos textos muitasvezes distorcendo o contexto das matérias.

Naturalmente, havia raros copidesques perfei-tos no trabalho, como Geraldo Mayrink, que co-meçou sua carreira na década de 1960, trabalhan-do no Diário de Minas a convite do chefe Fernan-do Gabeira. Mayrink morreu em setembro, aos 67anos, vítima de um câncer. Ele era diferente dosdemais copies. Conversava com os repórteres nomomento da correção das matérias e o entrosa-mento era total, sem reclamações.

No final da década de 1970, o professor e filó-logo Ayres da Matta Machado mantinha colunano jornal Estado de Minas com o nome “EscreverCerto”. Naquele tempo, quem fazia a revisão nasmatérias era o secretário do jornal, Odair de Oli-veira, um sisudo copidesque, incorrigível. Isto é,irrepreensível na função.

Sistemático, Odair chegava para trabalhar exa-tamente às 13h, assinava o ponto, dirigia-se à mesa,tirava um monte de matérias da gaveta e começa-va o trabalho, invariavelmente usando lápis. Seishoras depois, assinava o ponto de saída, houvesseou não matérias para corrigir.

Por volta das 15h, chegava à redação o pro-fessor Ayres com a coluna em três laudas datilo-grafadas. Dava “boa-tarde” ao copidesque, quenão respondia e nem olhava para o velho profes-sor, que, humildemente, pedia: “Odair, corrigesó o errado, viu”...

CAROS COLEGAS

Symphronio Veiga

Na foto de 1956, no gramado do estádio Independência, do 7 de Setembro, entre titulares ereservas do time do Diário de Minas, o jornalista Oswaldo Nobre, ao lado de Sebastião deBrito (ambos de terno), respectivamente diretor e presidente do jornal. Os atletas são: de pé, apartir da esquerda: o goleiro Gaspar de Almeida, Borjalo (Mauro Borja Lopes), Oscar No-nato, Dyr Passos, Jero Olivae Monge. Agachados, na mesma ordem: José Bonifácio daCosta Filho, Mário Tanure, Hugo Aroeira, Vicente Pena Junior, Edson Pinheiro, VicenteGuimarães e José Flávio.

Os incorrigíveis

copidesques

• André Carvalho, dono da editora Armazém de Idéi-as, adiou seis vezes, desde 11 de outubro de 1997, quan-do completaria 60 anos, o lançamento do livro sobre otrabalho do jornalista, escritor e editor As margens queme cerceiam, escrito por uma equipe de jornalistas quetrabalharam com ele no rádio, na TV e nos jornais, nadécada de 1960. O livro registra um período de intensamovimentação profissional, turbulência política e transfor-mações em todas as áreas.

• Aos 68 anos, morreu de enfarte, em 6 de outubro,em Alfenas, o jornalista e escritor Ângelo Prazeres. Donode um estilo raro entre os cronistas de hoje, ele escreviacrônica semanal no jornal Super Notícia, de BH. Deixouviúva a esposa Elisaura Simões. Entre outros trabalhos,Ângelo editou com Branca Maria de Paula o livro de fotose textos Momentos de Minas, lançado em 1986 pela Edi-tora Ática em convênio com a Rede Globo Minas.

• Luiz Carlos D’Ávilla Corrêa, ex-diretor doSJPMG no início da década de 1990, nas gestões deAmérico Antunes e Geraldo Mello, morreu de para-da cardíaca, na noite de segunda-feira, 2 de novembro.O corpo foi velado na sede do sindicato e sepultado noCemitério Bosque da Esperança. Luiz Carlos atuouem várias sucursais, trabalhou nas assessorias daBHTrans e das prefeituras de Belo Horizonte e Betim.Foi também diretor da Fenaj e ultimamente dedicava-se à sua pousada, no município de Brumadinho.

• Outra perda registrada foi a do artista plástico efotógrafo Fernando Fiúza, ilustrador do caderno Maga-zine, do jornal O Tempo. Ele morreu de problemas cardí-acos, depois de longo tratamento de saúde. O corpo foisepultado no Cemitério Parque da Colina, em 30 de se-tembro.

• Carolina Cota foi transferida da assessoria de im-prensa da TV Alterosa para o Núcleo de Revistas e Suple-mentos do Estado de Minas.

• Em O Tempo e no Super, nos últimos três meses,vários jornalistas deixaram os jornais. Em compensação,foram admitidos: Marcos Guiotti, Thiago Nogueira, Fer-nando Costa, Roney Rodrigues e Kênia Soares. AlineReskale é a adjunta da secretaria de redação. Regis-trou-se, ainda, remanejamento de pessoal em todas aseditorias.

• Com matérias bem elaboradas e recheada de pre-ciosos anúncios, saiu o terceiro número de Fato Rele-vante, a revista mineira de economia dirigida por Dur-val Guimarães e que circula no dia 15 de cada mês.Cuida da parte comercial Walter Cruz, que é tambémo representante do recém-lançado jornal Brasil Econô-

mico.• No Hoje em Dia, três novos repórteres: Bruna Sa-

niele, que foi para a editoria Minas; Agostinho dos San-tos para o Esporte; e José Antônio Orlando para a Cul-tura.

• Há seis anos, Petrônio Fonseca, ex-Estado deMinas, lançou em Viçosa O Popular, de quatro pági-nas. Hoje, o jornal circula com 20 e é distribuído gra-tuitamente toda a semana.

• Didi Dutra saiu do Hoje em Dia, mas não aban-donou a profissão. Ele é um dos mais experientes dia-gramadores de jornais e revistas de Belo Horizonte.Está disponível para trabalhar. Ligue para ele: (31) 9762-3169.

• Jefferson da Fonseca Coutinho, diagramador noEstado de Minas, cronista do Aqui e também ator, diretore professor de teatro, lançou recentemente a coletâneade textos Bandeira Dois – Do eu que há em mim. Algumasdas histórias, assinadas como Josiel Botelho, estão sen-do adaptadas para futura minissérie de TV.

• Jorge Fernando dos Santos, ex-editor no EM ehoje assessor de comunicação do SJPMG, publicou Pro-cura-se um Fantasma (Atual Editora) e Alice no País daNatureza (Paulus Editora). Com essas duas novelas infan-to-juvenis ele completa 30 livros editados.

• A Estação 3, empresa especializada em imagens emídias, de Marcelo Passos, produz o programa Cenári-os de Minas, que vai ao ar aos sábados, às 15h35, pelaRede TV.

• O novo correspondente do jornal O Globo, emBelo Horizonte, é Fábio Fabrini, que trabalhou no Es-tado de Minas.

• Tarcísio Duarte mantém com sucesso a Griffo,Agência de Notícias Infográficas.

• Com a nomeação do novo reitor, José Paulo Mar-tins voltou a chefiar a assessoria de comunicação daUniversidade Federal de Viçosa.

• Gente nova na redação do jornal Estado deMinas: Raquel dos Santos, Daniela Almeida, Ro-berto Braga, Amanda Almeida, além de DanielAntunes Silva, transferido da sucursal de Gover-nador Valadares.

• Ainda no EM, Thiago Herdi foi remanejado da edi-toria de Gerais para a Política.

• Implantado pela empresa Artex, o Portal HD, do jor-nal Hoje em Dia, tem como editor o experiente João deCastro, que já trabalhou no Terra e no Uai. As adjuntassão Maristela Bretãs e Adriana Diniz e três repórteres:Pollyanna Dias, Maísa Caldeira e Leonardo França.

• Já o portal Uai, dos Associados, tem ampla equipepara cuidar dos sites Divirta-se, Super Esporte, Dzaí, Lu-gar Certo e Zrumm. Os chefes são Benny Cohen e Luci-ana Gontijo, além do analista de mídias convergentesRobson Leite. Dezoito jornalistas trabalham no Portal:Alexandre Vaz, Elaine Pereira, Elaine Resende, IvanSatuf, Valéria Mendes, Rafael Passos, Sílvia Dalben,Thiago Ventura, Vicente Ribeiro, Rodrigo Fonseca,Bruno Furtado, Leandro Mattos, Joana Gontijo, JúlioCezar Cabral, Mateus Castanha, João Renato Faria,Luísa Brasil e Louraidan Larsen.

• Júnia Bauer assumiu as funções de gerente decomunicação e eventos na Diretoria de Comunicação eMarketing dos Associados Minas.

• Wahington Mello assumiu a direção-executiva daRede Minas, agora presidida por José Eduardo Gon-çalves, ex-presidente da Rádio Inconfidência. O novopresidente da rádio é Valério Fabris.

O que é isso,

companheiro?Quem nos conta esta saborosa história é Alo-

ísio Morais:No início da década de 1960, Fernando Ga-

beira chefiava a reportagem do Diário de Minas,em Belo Horizonte, com a equipe formada porJosé Maria Mayrink, Salomão Amorim, Symphro-nio Veiga, Hélio Fraga, Estácio Ramos, entre ou-tros. Para Gabeira, tudo se resumia a Jornal doBrasil na terra e Deus no céu.

Diariamente, ele comprava dois exempla-res do JB, pregava suas páginas por todos oscantos da redação e pedia a seus pupilos queseguissem o modelo do jornal carioca em to-dos os aspectos, pr incipalmente o texto.Quando indagado, Gabeira se esquivava dedar maiores explicações, deixando a equipecarente de orientações.

Um dia, Symphronio armou uma para encos-tar Gabeira na parede: passou-lhe uma matériade lauda e meia para que fizesse avaliação dotexto. Gabeira tentou escapulir: “Deixa aí sobrea mesa do copy Geraldo (Mayrink)”, mas, dianteda insistência dos repórteres, que aguardavama pauta de trabalho, pegou o texto e começou afazer inúmeras considerações contrárias, apon-tando erros e formas equivocadas de redação.

E assim foi até que os sorrisos contidos dosrepórteres a seu redor foram liberados e Sym-phronio disparou: “Então você indica outro jor-nal para a gente seguir, porque este não dámais. O texto que você acabou de condenar foicopiado do JB de hoje, literalmente.” Dito isso,Gabeira pediu demissão e foi morar no Rio, paratrabalhar justamente no Jornal do Brasil, realizan-do seu antigo sonho.

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PAUTA • NOVEMBRO/DEZEMBRO • 2009 • PÁG INA 12

SALÃO REALIZADO NA CASA DO BAILE RECEBEU MAIS DE 1.200 TRABALHOS DE 46 PAÍSES

O gaúcho Rodrigo Rosa eo campinense Rafael Nata lforam os grandes vencedoresdo 1º BH Humor – Salão In-ternacional de Humor Gráfi-co de Belo Horizonte, eventoque levou quase 30 mil pes-soas à Casa do Ba i l e , naPampulha, ent re 10 de se-tembro e 18 de outubro. Oprimeiro venceu na categoriacartum, com a temática Lixo.O segundo, na categoria ca-

O primeiro lugar na categoria Cartum ficou com o gaúcho Rodrigo Rosa, que abordou com muita criatividade a temática Lixo

Cartum de Jean Galvãodestacou-se na terceira posição

O grego Michael Kountourisficou em segundo lugar

O iraniano Vahid Jafari ficou emterceiro, com Peter Jackson

Yuri Alves, de 9 anos, foi o grandevencedor do Prêmio Escola. Aluno daEscola Municipal Dona Santinha, de

Lagoa Santa, ele se inscreveu com umdesenho bem-humorado do Batman

Dálcio Machado ficou em segundo,com Sarkozy e sua Carla Bruni

O caricaturista Rafael Natal ficouem primeiro lugar com Dr. House

r i c a t u r a , c o m D r. H o u s e .Cada um recebeu R$ 10 mil.

Em segundo lugar dasduas categorias ficaram, res-pectivamente, o grego Micha-el Kountouris e o campinenseDálcio Machado. Em terceiro,Jean Galvão e o iraniano VahidJafari. O Prêmio Escola, dis-putado por 800 trabalhos deestudantes do ensino funda-mental de Minas Gerais, tevecomo vencedor Yuri Alves, de

9 anos, aluno da Escola Muni-cipal Dona Santinha, de LagoaSanta. Ele apresentou um de-senho colorido do Batman.

O salão recebeu mais de1.200 trabalhos de 46 países efoi realizado pela Cartuminas –Cartunistas Mineiros Associa-dos, com recursos da Lei Mu-nicipal de Incentivo à Cultura eapoio do SJPMG, Câmara Mu-nicipal de Belo Horizonte e por-tal Brazilcartoon.

EXPOSIÇÃO

Humor em grande estilo