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Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 75 - julho, agosto, setembro - 2005 - ISSN 1517-0217 [email protected] http://www.sindijorpr.org.br Impresso Especial 3600137940-DR/PR SIND. DOS JORNALISTAS CORREIOS Convenção Coletiva Patrões propõem absurdos e paralisam a negociação Página 6 Fiscalização Sindijor notifica jornais e pede ação do Ministério do Trabalho Página 7 Cultural Mostra de filmes levanta temas relevantes do Jornalismo Página 12 Diploma Recursos contra o fim da obrigatoriedade vão a julgamento Página 13 EXTRA PAUTA Seja para publicar o que os veículos não acham “conveniente” ou ainda para criar um espaço editorial próprio, jornalistas estão se valendo de blogs – páginas na internet atualizada com freqüência e disposta em textos geralmente pequenos – para expressar-se com a liberdade e espaço. Alguns, já profissionalizados, são referência – especialmente na área política – para formadores de opinião. No Paraná, alguns mantêm um trabalho intenso; a redação do Jornal do Estado inovou e criou um blog para os jornalistas, aberto também aos leitores. Páginas 3 e 4 ADEREM AOS BLOGS JORNALISTAS

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Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná -Nº 75 - julho, agosto, setembro - 2005 - ISSN 1517-0217

[email protected]

http:/ /www.sindijorpr.org.br

ImpressoEspecial

3600137940-DR/PRSIND. DOS

JORNALISTAS

C O R R E I O S

ConvençãoColetiva

Patrões propõem

absurdos e

paralisam a

negociação

Página 6

FiscalizaçãoSindijor notifica

jornais e pede

ação do Ministério

do Trabalho

Página 7

CulturalMostra de filmes

levanta temas

relevantes do

Jornalismo

Página 12

DiplomaRecursos contra o

fim da

obrigatoriedade

vão a julgamento

Página 13

EXTRA PAUTA

Seja para publicar o que os

veículos não acham “conveniente”

ou ainda para criar um espaço

editorial próprio, jornalistas estão

se valendo de blogs – páginas na

internet atualizada com freqüência

e disposta em textos geralmente

pequenos – para expressar-se com

a liberdade e espaço. Alguns, já

profissionalizados, são referência –

especialmente na área política –

para formadores de opinião. No

Paraná, alguns mantêm um

trabalho intenso; a redação do

Jornal do Estado inovou e criou um

blog para os jornalistas, aberto

também aos leitores.Páginas 3 e 4

ADEREM AOS BLOGS

JORNALISTAS

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2 - E X T R A P A U T A - J U L H O / A G O S T O / S E T E M B R O - 2 0 0 5

EDITORIAL

Não aceitamos irresponsabi l idade na negociaçãoluta dos jornalistas doParaná, sempre mantidacom bravura através doSindijor, resultou emconquistas importantes,

como um dos maiores pisossalariais da categoria no país.Nossos embates nas diversasnegociações de Convenção Coletivade Trabalho encontraram percalçosnaturais, mas soubemos contorná-los conhecendo a natureza destespleitos.

A

Extra Pauta é órgão de divulgação oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.Endereço: Rua José Loureiro, 211, Curitiba/Paraná. CEP 80010-140. Fone/Fax (041) 3224-9296. E-mail: [email protected]

Expediente

Jornalista Responsável - Ricardo Medeiros - Reg. prof. 24866/106/81 - Redação - Adir Nasser Junior - [email protected] - Colaboraram - Emerson Castro,Aniela Almeida, AJAP, Ciranda, Claudio Stringari - Fotografias - Ednar Lacerda - Ilustrações - Simon Taylor - Edição Gráfica - Leandro Taques -

Tiragem - 4.000 - exemplares - Impressão - Helvética - Composições Gráficas Ltda.

As matérias deste jornal podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Não são de responsabilidade deste jornal os artigos de opinião e as opiniões emitidas em entrevistas, por nãorepresentarem, necessariamente, a opinião de sua diretoria.

No entanto, nunca imaginávamosque a outra parte pudesse secomportar da forma como estáagora. Ao propor a redução dossalários dos jornalistas do interior doEstado como condição prévia para adiscussão das demais cláusulas, ospatrões simplesmente suspenderama negociação. Afinal, o Sindijor nãoaceita nem aceitaria uma idéia quese configura num insulto não apenasaos colegas do interior, mas a toda aclasse.

Por acaso os jornalistas dointerior do Estado são "menos"jornalistas do que os da Capital? Sãomenos aptos, merecem menos? Ospatrões ignoram que tal despautériotraria conseqüências terríveis àclasse? O que pretendem com isso?Cindir a classe e nos desmobilizar?Parece que sim, e para este objetivovale todo o tipo de expediente,inclusive - por incrível que pareça -acusar o sindicato de tentar usurpar agestão das empresas.

O Sindijor, fiel aos seus princípios,não transige com este tipo de coaçãoe tentará, por todas as maneiras quenos cabem, obter êxito nanegociação salarial. Já dissemos ereafirmamos que negociação se fazcom responsabilidade - e nãoabriremos mão dos nossos direitosarduamente conquistados, nem dacoesão da classe, requisito para queprossigamos lutando por melhorescondições de trabalho para osjornalistas.

FNDC, Cris-Brasil, CBC,Ética na TV e ABCCom *

As "maravilhas" da TV digitalapresentadas pela imprensa sãonovidades vinculadas à criação deserviços comerciais, como vendainterativa, jogos, consultaspersonalizadas (previsão do tempo,resultado de jogos), pay-per-view etc.Ou seja, novidades que certamenteincrementariam os lucros dosdetentores das emissoras detelevisão.

A TV digital, entretanto, podecumprir um importante papel naafirmação da cidadania. Com o usoda interatividade, por exemplo, a TVpode disponibilizar nas casas dosbrasileiros serviços interativos deeducação (que respondem àsdemandas específicas de cadausuário), de governo eletrônico(declaração de imposto de renda,pagamento de taxas, extrato de fundode garantia, boletim escolar dos filhosetc.), uso de correio eletrônico (cadabrasileiro com uma conta de e-mail)e, no limite, acesso a toda a Internet.

Interat iv idade a serviço da sociedade

Outro grande impacto da TVdigital que deve ser urgentementediscutido pela sociedade é apossibilidade de inserção de maiscanais de TV, a chamada multi-programação. No mesmo espaçoonde hoje se transmite um únicocanal, a TV digital permite a recepçãode quatro novas programações(desde que não seja adotada a altadefinição). Se levarmos em conta quea TV digital irá ocupar (ao final doperíodo de transição) o espaço quevai do canal 7 do VHF ao 69 do UHF,veremos que se torna perfeitamentepossível a ampliação dos emissoresde programação e, assim, aampliação significativa dos produtoresde conteúdo televisivo. Assim, alémdos operadores privados e estatais,também sindicatos, associações,ONGs, movimentos sociais eemissoras geridas coletivamentepoderiam ter seus canais.

Mas o interesse do empresariadode comunicação evidentemente não édiscutir a possibilidade de outrossujeitos ocuparem novos canais emum espaço que historicamente foi

monopolizado por ele. As associaçõesque o representa possuem um fortelobby junto aos poderes da União(Executivo, Legislativo e Judiciário),que dificulta quaisquer mudanças queapontem para uma maiordemocratização da radiodifusão. Emrelação à TV digital, os empresáriostêm demonstrado grande resistênciaem aceitar o desenvolvimento detecnologia nacional.

Primeiro, porque, ao invés de umapolítica industrial brasileira, elespreferem fazer acordos comerciaiscom as multinacionais querepresentam os sistemas jáexistentes (Sony, Phillips, Nokia,Siemens, Motorola, etc). Segundo,porque preferem usar o potencial daTV digital para a criação de serviçoscomerciais - e não para governoeletrônico ou educação à distância,por exemplo. Terceiro, porque tememque serviços interativos possam atrairpara a TV digital as empresas detelecomunicações, que, em geral,são estrangeiras e possuem muitomais recursos financeiros do que asemissoras de televisão do Brasil.

Por fim, as emissoras queremreproduzir com a TV digital o atualcenário de concentração e negar apossibilidade de participação denovos atores neste espaço. Adefesa da alta definição,propagandeada para os modelosnorte-americano e japonês, mais doque uma estratégia comercial paraatrair o consumidor pela melhoria daqualidade da imagem, significaimpedir o surgimento de novasprogramações e, portanto, de novos"concorrentes", sejam eles públicosou privados.

* Este texto é parte da cartaaberta elaborada pelo FórumNacional pela Democratização daComunicação (FNDC), ArticulaçãoNacional pelo Direito àComunicação (Cris-Brasil),Congresso Brasileiro de Cinema(CBC), Campanha quem financia aBaixaria é Contra a Cidadania (Éticana TV) e Associação Brasileira deCanais Comunitários (ABCCom). OFNDC realiza sua XII Plenária entreos dias 28 e 30 de outubro.

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E TAMBÉM NA TRIBUNAA Tribuna do Paraná contratou Júlio Tarnowski, da assessoria da Ceasa, JoãoPedro Amorim Junior, da assessoria da GVT, Edmundo Inagaki, ex-Lance, eDanielle Blaskiewicz, recém-saída da Gazeta do Povo.

MUDANÇAS EM O ESTADO DO PARANÁ...Edson Melo saiu de O Estado do Paraná, onde fazia a edição da Página 2. Para afunção foi contratado o jornalista Altair Santos, ex-Pele.net.

Blogs:a nova alternativa para o Jornalismo

fonte de informaçãodos formadores deopinião do Brasilestá mudando.Notícias com um

toque pessoal e carregadasde apreciações críticas estãosendo as preferidas àsassépticas, breves einsípidas matérias com lide esublide. Os blogs - reduçãode weblog, site que contémmaterial pessoal, links efotos postados a qualquermomento por uma pessoa oupor sua base pessoal decontatos autorizados – feitospor jornalistas para seremlidos como informaçãojornalística transformaram-seem verdadeira referência parao público interessado emfontes qualificadas,abordagem pessoal e com adinâmica da internet.

Profissionais comoRicardo Noblat(noblat.blig.ig.com.br),Fernando Rodrigues(uolpolitica.blog.uol.com.br),Reinaldo Azevedo, da revistaPrimeira Leitura(www.primeiraleitura.com.br) e JorgeBastos Moreno (oglobo.globo.com/online/blogs/moreno) são hojebaliza entre outros jornalistas,políticos e acadêmicos. As atuaisinvestigações das denúncias decorrupção – nas quais dados deblogs são trazidos ao Parlamentopara auxiliar nas apurações –mostram o quanto já é relevanteesta nova forma de fazerJornalismo.

Nesta versão profissional, sãonecessárias altíssima qualificaçãode dados e fontes muito confiáveis,além de uma capacidade de análiseque traga diferencial à publicação.

No entanto, os blogs surgem nãoapenas como um trabalho “oficial”,remunerado, mas como umasegunda forma de expressão dojornalista, na qual ele pode passarinformações sem as amarras do“manual de redação” e as censurasda linha editorial do veículo.

Embora norteados em largamedida por aquilo que a imprensatradicional considera como maisrelevante, os jornalistas de blogspodem oferecer aos seus leitoresinformações exclusivas,comentários de fontes confiáveis e –o que talvez seja mais importante –interpretação aos fatos que a

grande mídia trata superficialmente.No Brasil, os blogs não atingiram arelevância de seus congêneresnorte-americanos, em que atémesmo investigações sãoempreendidas em comum pordiversos blogueiros, mas é possívelobservar que no País eles jáassumiram o papel de“conselheiros” na formação deopinião, que vinha sendo atributodos comentaristas da mídiatradicional.

O jornalista Carlos Castilho,professor de Jornalismo On-line naUniversidade Tuiuti do Paraná (UTP)e editor do blog Código Aberto,

especializado em Jornalismona Internet e novasexperiências de comunicaçãoon-line, acredita que odesemprego estrutural noJornalismo tenda a empurrarcolegas para os blogs. “Amesma internet, que estáprovocando a miniaturizaçãodas redações, é responsávelpor outro fenômeno que abreenormes possibilidades para ojornalismo, como é o casodos weblogs, do jornalismoparticipativo e o jornalismomultimídia em ambiente deconvergência de meios”,afirma Castilho.

Diante da crônica eirresolvida carência de vagasno Jornalismo tradicional, épossível que os blogs sejamvistos como uma nova frentede trabalho lucrativo parajornalistas. Mas, segundoCastilho, não é bem assim:embora tenham um custobastante reduzido paraimplantação, os blogsdemoram a produzir algumareceita satisfatória.

Jornal do Estado lançablog da redação

O Jornal do Estado inovou naimprensa paranaense criando emseu site o primeiro blog de redaçãodo Paraná, aberto a todos osjornalistas para comentários,opiniões e notas e também parainternautas, que podem fazercríticas e sugestões. Acessando oendereço www.jornaldoestado.com.br e clicando no Blog épossível ler notícias rápidas, queadotam um tom menos formal que outilizado na edição impressa. Todosos leitores têm liberdade parapostar comentários.

A

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CADU GUIMARÃES E GIOVANNA PERINE NO SBTCarlos Eduardo Faria Guimarães, o Cadu, não é mais editor de Rede da TVParanaense. Ele foi para São Paulo e agora é editor do SBT Brasil. Também noSBT, mas em Curitiba, está Giovanna Perine.

SARA CARVALHO E MAURÍCIO CAVALCANTI NA RTVESara Carvalho, jornalista que atuava na reportagem da TV Paranaense, deixou aemissora e agora está trabalhando na RTVE, onde está também o jornalistaMaurício Cavalcanti.

A conquista do espaço sonegados blogs sãoadequados parao trabalho dejornalistasespecializados,

que têm conhecimentosespecíficos e vivência emum certo setor doJornalismo. Isto porque arede tem espaço paratodos, e é vital fazer adiferença cominformações qualificadaspara se manter ointeresse do público.Também é necessárioalgum tempo livre, para sededicar à pesquisa eredação.

De qualquer maneira,os blogs representam aconquista do espaço queos jornalistas perderam aolongo dos últimos anos noprocesso de compactaçãoda notícia. “Eventos derepercussão nacional ouinternacional ganhamdiferentes focos nos blogs,levando para a essência doJornalismo: mostrardiferentes lados da notícia,o que está cada vez maisde lado devido osinteresses comerciais dasempresas de comunicação”, afirmou ojornalista Andye Iore, de Maringá, quecriou o blog Factorama(www.factorama.com.br) há dois anos,antes de eles se tornarem uma febre.

A idéia do site – que não épropriamente jornalístico, mas de

comentários informais de bastidores daimprensa e da política – começou comuma matéria derrubada. “Se não dá prapublicar no jornal, basta escrever o quequiser em um blog”, diz Iore, queressalta a necessidade de autocontroleda liberdade, opinião e independência

dentro do blog para que se conquistecredibilidade. O Factorama, segundoIore, não tem limites para abordagemde assuntos polêmicos e, em algunscasos, é o único a abordar certostemas, como os problemas notransporte coletivo de Maringá.

OEsta liberdade

também é citada pelojornalista curitibano PauloPolzonoff Jr. Não no quetange a abordagem, maso espaço que os jornaisimpressos permitem paratextos. “Como a internetnão se preocupa com oespaço do texto, elatambém permite que sedesenvolva uma idéia atéa exaustão (no caso, doleitor). Essa abordagemmais abrangente ésempre mais interessantedo que os textostelegráficos do jornal”,afirmou Polzonoff, quemantém em seu site(www.polzonoff.com.br)um blog de críticaliterária.

No Paraná, há aindacolunas políticas diárias,que são a parte maisdinâmica de veículosimpressos. Duaspublicações políticasnesta categoria são oDocumento Reservado,do jornalista PedroRibeiro (www.documentoreservado.com.br), e aRevista Capital

(www.revistacapital.com.br), editadapor Roberto José da Silva. Notaspolíticas e informações exclusivasgarantem o sucesso dos sites, que,ao contrário dos blogs, sãototalmente atualizados e paginadosdiariamente.

BLOGS COMO ARMA POLÍTICA

Os blogs podem ter um potencial ainda maisrevolucionário. Sob ditaduras ou regimes hostis àliberdade de imprensa, dissidentes políticos têmfeito de seus posts na rede um instrumento parabradar contra injustiças que seriam silenciadas.Para orientar e atender este público, a ONGRepórteres Sem Fronteiras disponibilizou um“Manual para Bloqueiros e Cyber-dissidentes”,

disponível para download em edições em inglês,francês, árabe, farsi e chinês, no site dainstituição (www.rsf.org). No manual, o RSF dáconceitos básicos sobre esta forma deexpressão na web, fornece dicas de adequaçãoda linguagem e abordagem jornalística, bemcomo diferenciais de qualidade. Visandoassegurar a segurança e possibilitar a leitura, omanual aconselha como o cyber-dissidente se

manter anônimo e driblar as barreiras da censurae dos “filtros” que estes regimes impõem àsvozes discordantes. A RSF considera que mesmoem regimes autoritários o principal problema paraos blogs é o de fazerem-se conhecidos emanterem um público. Por isso, dedicou um doscapítulos do manual para ensinar como os blogspodem “aparecer” em instrumentos de busca dainternet.

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E DEMITE QUATRO PROFISSIONAISO Jornal do Estado dispensou quatro jornalistas de seus quadros: José MarcosLopes, Giovani Santos, Andréa Bertoldi e Mara Andrich.

JORNAL DO ESTADO CONTRATA ADRIANE PERIN...A jornalista Adriane Perin saiu da Gazeta do Povo, e ingressou no Jornal doEstado, para assumir o Espaço 2, do qual saiu Alessandro Martins, que passou aatuar em Geral. Ela também escreve para a revista Outra Coisa.

ENCONTRO DA FENAJ

Seminário debatereforma universitária

Aniela Almeida *

Federação Nacional dosJornalistas (Fenaj), o FórumNacional de Professores deJornalismo (FNPJ) e aSociedade Brasileira de

Pesquisadores de Jornalismo (SBJor)realizaram, no ultimo dia 18 emBrasília, o Seminário Nacional "AReforma Universitária e suasImplicações no Ensino de Jornalismo".O evento foi acompanhado por cerca de70 participantes, entre eles, membrosda Executiva Nacional dos Estudantesde Comunicação (Enecos),representantes sindicais de váriosEstados e professores de Jornalismo.

Entre as principais preocupações,apontadas pelos participantes emrelação ao anteprojeto elaborado peloMinistério da Educação, está o ciclobásico e a redução do tempo doscursos de graduação para três anos.Para o presidente da SBPjor, EliasMachado, a implantação do CicloBásico significaria um retrocesso. "Afórmula foi utilizada em outros países ejá se mostrou ineficaz", disse. Eledefendeu a importância de um ensinoqualificado que exige um tempo mínimode quatro anos e uma formaçãoespecífica que articule a teoria e atécnica.

Já o presidente do FNPJ, GersonMartins, identificou, no anteprojetodo MEC, uma preocupação centradana nova avaliação dos cursos, queprevê uma equiparação entreprofessores doutores e mestres. Deacordo com ele, muitas instituiçõesde ensino superior privadas jádemitiram doutores para reduzircustos. Além dos representantes

A

das organizações promotoras, osecretário executivo do MEC, JairoJorge, também participou doseminário. Mas sua fala não foisatisfatória. Apesar de consideraralgumas manifestações pertinentes,ele informou que o anteprojeto jáestá na Casa Civil e deve ser enviadoo mais breve possível ao CongressoNacional, fechando, de certa forma,o canal de debate com o governo.

Para o presidente da Fenaj,Sérgio Murillo, os encontros queaconteceram com o MEC, paradiscutir o anteprojeto, acabaram se

PROJETO PRETENDE SISTEMATIZAR ESTÁGIO

Numa continuação das discussões sobreformação no seminário da reforma universitária,representantes de doze sindicatos de jornalistas,da Executiva Nacional dos Estudantes deComunicação e professores de cerca de 15 cursosde Jornalismo reuniram-se, no dia 19, para avaliaros projetos de estágios implantados no país. Aidéia do Seminário Nacional de Avaliação dosProjetos de Estagio Acadêmico era tambémelaborar uma proposta de padronização nacional, apartir das bases e requisitos já aprovados no

Programa de Qualidade de Ensino da FederaçãoNacional dos Jornalistas (Fenaj).

A nova proposta vai conter, além dosrequisitos já presentes no Programa deQualidade de Ensino, parâmetros como ovalor das bolsas e a carga horária adequada.Os participantes foram unânimes em defendero critério de que os convênios e contratos deestágio não podem ser celebrados sem aconcordância dos sindicatos. O relatóriosobre o que foi discutido durante o seminário

será repassado aos sindicatos pela Fenaj e aosdocentes de todo o país pelo Fórum Nacionalde Professores de Jornalismo (FNPJ).

Um grupo de trabalho, montado ao final doevento, pretende recolher mais sugestões. OGT vai sistematizar o que for apresentado e oque foi debatido em Brasília e elaborar umaproposta para padronização. O documento seráapresentado no próximo Congresso Nacionaldos Jornalistas, marcado para acontecer anoque vem, em Minas Gerais.

FENAJ

INTEGRARÁ

DISCUSSÃO

SOBRE NOVOS

CURSOS

A Federação Nacional dosJornalistas deve participar nomês de outubro de umseminário promovido peloMEC para discutir aautorização para a aberturade cursos universitários. Oconvite foi feito pelosecretario executivo doministério, Jairo Jorge,durante o evento que debatea reforma universitária, emBrasília. A convocaçãotambém foi uma resposta acobrança do presidente daFenaj, Sergio Murilo, quantoao pedido oficial de moratóriada Federação na abertura denovos cursos de jornalismo. AFENAJ encaminhou o pedidoem outubro do ano passado eate então não recebeunenhuma resposta.

caracterizando como "um simulacrode aceitação da proposta dogoverno". A Fenaj, FNPJ e SBPJorvão sistematizar as discussões doseminário de Brasília e produzir umrelatório que será encaminhado aosseus associados para novos debate.O objetivo é continuar produzindoacúmulo de informações em torno doassunto para encaminhamento aoCongresso Nacional.

* A jornalista Aniela Almeida,diretora interina de Formação do

Sindijor, foi ao encontro na qualidadede delegada do sindicato.

Mesa de trabalhos, durante encontro

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CLIPPING: PATRÍCIA GOMES E ISABELA FRANÇAApós oito anos na Literal Link, Patrícia Gomes se desligou da empresa e abriu,junto com a jornalista Isabela França, uma empresa de prestação de serviços declipping, a Clipare.

GABRIEL COMIN CONDUZ NOTICIÁRIO DE SITEGabriel Tabatcheik Comin é o responsável pelo conteúdo jornalístico do Portal dasIndústrias Paranaenses (www.inpr.com.br), site especializado na integração denegócios.

CAMPANHA SALARIAL

Patrões querem reduzir

salários de jornalistas

s jornalistas deram início à campanha derenovação da Convenção Coletiva deTrabalho para o período 2005-2006. Aprincipal reivindicação é a correção dossalários em 6,13% com base no INPC/

IBGE, e um reajuste de mais 5% a título deprodutividade. Com isso, o piso da categoria passariados atuais R$ 1.617,56 para R$ 1.797,5. Propostafactível, ela se baseia no crescimento das empresasque, superando uma turbulência, conseguiram obterótimos índices de crescimento no faturamento nosúltimos anos. Estão incluídos na pauta ainda oreconhecimento diferenciado para formação deespecialistas, mestres e doutores, e a criação, emcada empresa, de planos de cargos e salários.

A seriedade com que o Sindijor e o Sindicatodos Jornalistas de Londrina – este ano mais umavez juntos na negociação – pautaram ascampanhas não recebeu a contrapartida dospatrões. Na segunda rodada das negociações, nodia 20 de setembro, os donos das empresas, numaatitude de pura irresponsabilidade einconseqüência, propuseram a diminuição dossalários dos jornalistas no interior do Estado. Ecolocaram este item como condição inicial paradiscutir outros pontos do rol de reivindicações.

OObviamente, que os sindicatos dos jornalistas

se recusam a discutir tal proposta, que representanítida deterioração da renda da categoria. A medidaoferece o risco de demissões, uma vez que asempresas têm a possibilidade de dispensartrabalhadores com maiores salários para contratarprofissionais pelo salário-base reduzido. Desde aprimeira rodada, as empresas tentaramdesqualificar uma pauta de reivindicações que éresultado de um debate responsável e contemplaos principais anseios dos profissionais.

Eles chegaram a dizer que a intenção dosjornalistas é “quebrar empresas” e algumas delasalegaram que as propostas, se aplicadas,redundariam na usurpação da gestão dascompanhias jornalísticas pelo sindicato.Definitivamente estes disparates não são cômicos:revelam uma mentalidade impositiva e que não sepeja em proclamar mentiras evidentes. OsSindicatos dos Jornalistas do Paraná e Londrinareafirmam a disposição em chegar a uma soluçãonegociada, depois da discussão tanto dascláusulas sociais quanto econômicas da nossapauta. Esperamos que os empresários reflitam eentendam que um acordo se constrói comnegociação – e seriedade.

Segundo dados do Ibope que incluemfaturamento de TV aberta, revista, jornal,rádio, outdoor e TV por assinatura, apenasna capital paranaense, os investimentospublicitários passaram de R$ 406,7 milhõesno primeiro semestre de 2004 para R$ 477,8milhões no mesmo período de 2005 – umincremento de 17,5%. De acordo com omesmo instituto de pesquisas, ao longo detodo o ano de 2004, as aplicações empublicidade em Curitiba foram de R$ 894,3milhões, um aumento de 27,3% sobre o anoanterior. Números do Dieese apontam que,apenas nos cinco primeiros meses desteano, a circulação média de jornais no Estado(sem contar o Jornal de Londrina) foi de114.442 exemplares, o maior número dosúltimos quatro anos e que representou umcrescimento de 7,7% sobre o ano passado.Pesquisa do Projeto Inter-Meios aponta parao setor de comunicação um crescimento de10% a 15% sobre o ano passado. O preçoem banca dos jornais de Curitiba nosúltimos dez anos aumentou 167,23%, acimado Índice Nacional de Preços ao Consumidor(INPC) do mesmo período, que foi de146,84%. Nos últimos dois anos, a EditoraGazeta do Povo apresentou um lucro de R$6,6 milhões. A RPC lucrou R$ 23,5 milhõesem 2003 e fez as receitas saltarem para R$43,24 milhões em 2004, ano em que a TVIndependência lucrou R$ 751 mil. Difícil paraas empresas alegar que estão tendo baixasreceitas. Realmente, é preciso maisseriedade no outro lado da mesa.

FATURAMENTO

DE EMPRESAS

CRESCE

REAJUSTES DE JORNALISTASRECUPERAM A INFLAÇÃO

A maioria das convenções coletivas de trabalhofechadas por jornalistas no primeiro semestre desteano estipulou reajustes salariais iguais ou superioresao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC),segundo um estudo da assessoria econômica daFenaj. Foi obtido zeramento da inflação ou ganhosreais em 63,63% das convenções fechadas. Para ostrabalhadores de forma geral, este ano temapresentado o melhor ano desde 1996.

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SEBRAE: COMUNICAÇÃO E MARKETING COM SULAMITA MENDESSulamita Mendes assume a gerência estadual de comunicação e marketing do Sebrae.Agora, além da assessoria de imprensa, ela será responsável pela publicidade e marketingda entidade.

TELESUR CONTA COM JORNALISTA BRASILEIROO jornalista Marcos Ricardo dos Santos, ex-Tudo Paraná, está indopara Brasília para atuar na produção da programação brasileira daTeleSur, o canal internacional latino-americano.

ATUAÇÃO

Sindijor solicita fiscalizações por

irregularidades profissionais

AUDIÊNCIAS EM AÇÕES MOVIDAS PELO SINDIJOR

Em setembro, acontecem três audiências em ações trabalhistas movidaspelo Sindijor contra empresas jornalísticas do Estado. No dia 23, no TribunalRegional do Trabalho, acontece tentativa de conciliação com a Gazeta doPovo no processo trabalhista em que se exige o retorno do pagamento aosjornalistas da gratificação de aniversário da empresa.

A ação já foi ganha pelos trabalhadores em primeira instância, mas aempresa está recorrendo para tentar reverter a decisão da 15.ª Vara doTrabalho de Curitiba, que considerou procedente a exigência do sindicato deque a remuneração anual, equivalente a um salário do empregado, voltassea ser dada a todos aqueles que a receberam pelo menos uma vez.

Outras duas ações por descumprimento de Convenção Coletiva deTrabalho movidas pelo Sindijor terão julgamento no próximo dia 30.Uma delas é contra a Folha de Londrina, por descumprimento decláusulas da convenção coletiva de trabalho (não-pagamento dereajustes salariais e de Participação nos Lucros e Resultados, PLR).A outra é contra a CNT, que também não pagou PLR aostrabalhadores dizendo que se encontrava em dificuldades financeiras.Antes do julgamento, é possível que a CNT apresente ao Sindijor umaproposta de acordo para o pagamento do valor devido aostrabalhadores.

OSete pedidos de fiscalização foram encaminhados

pelo Sindijor à Delegacia Regional do Trabalho (DRT)por exercício ilegal da profissão em jornais e revistas.Após receber as denúncias, o Sindijor procurou osveículos para esclarecer as irregularidades, buscando a

resolução do problema. Como não obteve resposta, teve deacionar a DRT. As denúncias foram contra o Jornal daFemoclam/Fecampar, de Curitiba, a Gazeta de Ibaiti, o JornalStilo, de Pato Branco, a Gazeta Regional, de União da Vitória, oCanal 23, de Fazenda Rio Grande, o jornal Classe Ideal e asrevistas Pregoeiro e Negócios Públicos (ambos da mesmaeditora), de Curitiba. Notificada pelo Sindijor, a CooperativaAgroindustrial Consolata (Copacol), que estava editando jornaisassinados por um jornalista com registro provisionado vencido,já regularizou a situação.

Outros veículos que, após a notificação, já regularizaram ouse comprometeram em pôr em ordem a situação de jornalistasou em contratar editores foram Jornal de Negócios, de PontaGrossa, o Imbituva Hoje, o Nova Edição, de Teixeira Soares, oRealidade Regional/Agora Centro-Sul, de Rebouças, a CâmaraMunicipal de Teixeira Soares, Jornal Ambiente Global e Jornalda Saúde, de Curitiba, e o Metropolitan’s Notícias, de QuatroBarras (após denúncia no Ministério do Trabalho), além doCentro de Ação Voluntária. A Cúria Metropolitana de Curitiba,que tinha sido notificada por não contar com jornalistasresponsáveis em veículos de diversas paróquias católicas,procurou o Sindijor e se comprometeu em regularizar asituação, contratando jornalistas para a edição dos periódicos.

Estão sendo aguardadas respostas formais dos jornaisRumo da Notícia, de Paranaguá, Bons Negócios, de Irati,Boletim Informativo Agitação, de Rebouças, GrandesNegócios, de Prudentópolis, bem como da Gráfica Cri Arte, deIrati e TV Bandeirantes do Paraná. Caso não respondam àsnotificações, as empresas estarão sujeitas a fiscalização peloMinistério do Trabalho, a pedido do Sindijor.

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ANDRÉ GONÇALVES E RODRIGO LOPES NA ESPANHAOs jornalistas André Gonçalves, licenciado da Gazeta do Povo, e Rodrigo Lopes,que saiu do Jornal do Estado, foram para a Espanha, onde irão realizar cursos deespecialização profissional.

MUDANÇAS NA GAZETA DO POVOA Gazeta do Povo passa por mudanças na redação, Luigi Poniwass e GuilhermeVoitch, de Brasil, foram para editoria Paraná, onde também ingressa Marcos XavierVicente, que estava como correspondente de O Globo no Paraná.

OPINIÃO

Jornalismo menorComo reduzir o Jornalismo até que os jornalistas não sejam mais necessários

Mário Messagi Júnior *

ma das maioresdificuldades na defesa daregulamentação daprofissão de jornalistatem sido a resistência de

segmentos da própria categoria.Normalmente, são segmentosminoritários, mas, ao seposicionarem publicamente,

transmitem a idéia de umacategoria dividida sobre o tema.Para piorar, muitos jornalistas commaior visibilidade, seja pelacarreira longa seja pela posição dechefia que ocupam, fazem partedeste segmento.

Estes jornalistas levantam umasérie de argumentos, difíceis desintetizar, mas é possível enxergaros eixos mais reincidentes.

Normalmente, contra aregulamentação baseada em umaformação específica, opõem umasérie de reducionismos. Osprincipais são:

1) Redução do todo às partes:há muitas atividadesdesempenhadas por um jornalista,como redação, pauta, edição,fotografia, assessoria. Isso écomum em outras profissões,

como a dos médicos(ortopedistas, cirurgiões,anestesistas, dermatologistas) oua dos advogados (criminalista,juiz, promotor, delegado). Não édifícil, em nenhuma destasprofissões, dominar partes doconhecimento. No Jornalismo, épossível que alguém aprenda aredigir um texto com lead empouco tempo. Isso serve como

argumento para dizer que quemsabe fazer isso é jornalista. Oargumento não convencerianenhum médico ou advogadodiante de um sujeito capaz dediagnosticar alguns problemas depele ou de fazer uma petição naJustiça do Trabalho. Entre osmédicos e advogados, acompetência parcial não faz umprofissional; faz um charlatão.

Entre os jornalistas, há quemdefenda que a parte é o todo.Aplicada a mesma lógica àmedicina, um charlatão bemsucedido junto ao público fazendodiagnósticos de problemas de peleseria um médico em pleno direitode exercer a profissão.

2) Redução das práticasprofissionais a técnicas: oprocesso de tecnificação do texto,

a partir de 1951, no Diário Carioca,e de 1956, no Jornal do Brasil,afastou o Jornalismo da literaturae vulgarizou procedimentos doJornalismo norte-americano. Aisto, como conseqüência,sobreveio uma noção de que otexto, tecnificado, é resultado depura técnica. No entanto, a noçãode técnica não explica, no todo,as práticas jornalísticas. Por estaconcepção, o Jornalismo deveriaser pensado em termos deeficácia, produtividade epadronização na obtenção etratamento de informações. Não setrata disso. Checar informações,por exemplo, não é apenas umprocedimento técnico, mas umaprática profissional eivada devalores jornalísticos e devereséticos. Ou seja, a checagem não éapenas um procedimento deobtenção de produtividade. É,antes, um dever profissional,respaldado por uma categoria.Dever ético em duas pontas: a dafonte e a do leitor. Assim, oprocedimento não pode sersubstituído, pelas empresas, poroutro que seja mais eficiente. Aprática, não sendo técnica, nãopertence à empresa, mas aosjornalistas e ao seu universo devalores. O texto não pode resultarde um mero preenchimento delacunas, por mais que a cultura emanuais tenha contribuído, emuito, para esta noção.

3) Redução das competênciasprofissionais ao talento para aescrita e à propensão à leitura:velhas práticas assombram oJornalismo. Se, no final do séculoXIX até boa parte do XX,Jornalismo e literaturacaminhavam juntos, sendo homemde imprensa e literato funçõesintercambiáveis, isto já não é maisválido. Não basta mais saberescrever e ser erudito para serjornalista. Isto tanto se deve à

U

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CEGALLA E LAUFER SAEM DA GAZETAO repórter Alexandre Cegalla, que atuava na editoria de Polícia, saiu da Gazeta doPovo, de onde também se desligou Felipe Laufer, que partiu para trabalhar naÁustria.

MAIGUE GUETHS SAI DO SINDICATO DOS BANCÁRIOSA jornalista Maigue Gueths, ex-presidente do Sindijor, deixou a assessoria deimprensa do Sindicato dos Bancários. Ela continua como repórter da sucursal deCuritiba do jornal Folha de Londrina.

complexidade que os instrumentosutilizados pelos jornalistasadquiriram, quanto à própriacomplexidade social e ética ehegemonia que os mediaganharam no nosso tempo.

4) Redução do Jornalismo comodeve ser ao Jornalismo como ele é:esta redução é das mais falaciosas.Se nas três anteriores é possívelantever uma discussão sobre o queé Jornalismo, nesta há apenas umraciocínio falso. A profissão deveriaser algo acessível a qualquersujeito, com formação ou não, porque qualquer um faz Jornalismocom a qualidade com a qual ele éfeito hoje. Apliquemos a lógica aoutra área para demonstrar seuabsurdo. Se os engenheiros,reiteradamente, construíssem casase prédios que desabassem, por estalógica construir casas que desabam

seria função típica de umengenheiro. Absurdo. Quando setrata do Jornalismo, vale. Quemdefende isso? Qualquer um que digaque não precisamos de diplomaspara exercer o Jornalismo por que aqualidade do ensino é muito baixa.Então, se os jornalistas estãosendo mal formados, para quefaculdade? Ser mal formado étornado, portanto, inerente aoJornalismo. A melhoria da qualidadede formação é descartada. Corta-sea cabeça por causa de umaenxaqueca.

5) Redução do Jornalismo àopinião: está também é falaciosa,mas fundamenta a liminar concedidapela juíza Carla Rister. O Jornalismo,há muito tempo, não é o exercíciodiário da opinião. Aliás, emitiropinião não é função jornalística. Éverdade que alguns jornalistas têm o

status de supercidadãos, pelo direitode opinarem, muitas vezes sobretudo. No entanto, super ou não,opinam na condição de cidadãos, aquem cabe o direito legítimo deopinar. Jornalista faz análise,explica, busca informações paraelucidar algum acontecimento.Quando opina, já não exerce maisfunção jornalística, o que nãosignifica que não possa opinar.Função jornalística é editar opinião,buscando pessoas respaldadas parafalar ou representantes de correntesimportantes de pensamento. Nisto,exerce a função mais importante doJornalismo depois de informar:viabiliza o pluralismo liberal deopiniões.

Se não for reduzido, oJornalismo é, necessariamente,atividade sustentada em sólidaformação teórica e ética e exige

competências profissionais sólidas.No mundo, esta tendência éevidente, em vários formatos, namaioria deles sem a exigência legalde formação específica, é verdade.Onde existe Jornalismo, no entanto,é preciso jornalista. O problema éque no Brasil os jornais produzemJornalismo de vez em quando, parajustificar o resto do tempo em queestão fazendo política, muitas vezesdas mais baixas. Com tão poucoJornalismo ou com tantossimulacros de Jornalismo, sãonecessários poucos jornalistas ouapenas simulacros de jornalistas.Essa é a questão de fundo. NoBrasil, os jornalistas querem fazerJornalismo; as empresasjornalísticas, nem tanto.

* Mário Messagi Júnioré diretor licenciado do Sindijor-PR.

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RAKELLY SCHACHT: DA ITAIPU PARA COPELA jornalista Rakelly Calliari Schacht deixou a assessoria de imprensa da ItaipuBinacional para atuar na comunicação da Companhia Paranaense de Energia(Copel) em Maringá.

GUILHERME DE CARVALHO NA PREFEITURA DE PIRAQUARAO jornalista Guilherme de Carvalho está assessorando a Prefeitura de Piraquara(Região Metropolitana de Curitiba). Ele continua como assessor de imprensa doSindicato dos Petroleiros do Paraná.

IMPRENSA NO PARANÁ

Requião volta à carga contra jornalistasgovernador Roberto Requião voltou acriar desavenças com a imprensa doEstado. Desta vez, criou um antiprêmio– chamado “Severino Cavalcanti” – paraveículos e jornalistas que não cobrem

seu governo da maneira como ele quer e aindareferiu-se de forma grosseira e ofensiva aojornalista Luiz Geraldo Mazza, numa reunião comprefeitos.

A polêmica com Mazza surgiu quando ojornalista apresentou números diferentes dosdivulgados pelo governo do Estado sobre aquantidade de empregos criados no Estado duranteo atual governo, que o jornalista disse estaremsuperestimados. Ao invés de simplesmente corrigiruma informação equivocada, Requião referiu-seofensivamente ao jornalista e a seu trabalho, emplena reunião com prefeitos sobre um programa de

Osegurança. Já o antiprêmio, criado como umaforma de desforra aos veículos que divulgamnotícias que não interessam ao governo ou aindaque seriam distorcidas, foi concedido ao GrupoRPC – no que se observa uma crítica não só aosdonos do veículo, mas também aos jornalistas quenele trabalham.

Governantes sabidamente apreciam posturasdóceis e não querem ter quem os confronte: aoreagir com estas posturas coativas, como oantiprêmio ou a ofensa pública a Mazza, o que ogovernador acaba fazendo é criando restrição àliberdade de imprensa. O recado é claro:“concordem comigo, dêem o espaço que eu queroem seus veículos, não levantem informaçõesdesagradáveis ou serão ‘brindados’ com o‘prêmio’”. Não há como alegar que se trata deuma crítica com bom humor ou de um gracejo

inocente – isto é constrangimento puro e simples,que não se coaduna com a postura de umgovernante.

O Sindijor espera que o governador desistadestas “piadas” – especialmente, como no caso doantiprêmio, se implicar gasto de recursos públicos –e que, ao ter eventualmente de reparar umainformação imprecisa ou um dado defasado, ele sevalha de uma postura adequada. Não se veda aninguém a possibilidade de crítica à imprensa peloserros que comete, por distorções e imprecisões. Aocontrário, a imprensa precisa passar por avaliações,porém também é papel da imprensa fiscalizar,avaliar e eventualmente criticar os atos dosgovernantes. O que não se pode admitir é a ofensapessoal ao jornalista, como aconteceu ao colegaMazza e pode ocorrer com qualquer outro que“ouse” não agradar ao governador.

Maringá vai receber fórum de professores de Jornal ismoDe 27 a 29 de outubro, no Centro Universitário

de Maringá (Cesumar), acontece o I Encontro doFórum de Professores de Jornalismo do Paraná,com apoio do Sindijor. Está prevista a participaçãodos 27 cursos e de aproximadamente 280professores de Jornalismo do Estado. Serão cincoos grupos de trabalho: Pesquisa na Graduação,Projetos Pedagógicos, Atividades de Extensão,Projeto Laboratorial - Eletrônicos e ProjetoLaboratorial - Impressos. Além dos Grupos deTrabalho, devem ocorrer uma conferência doprofessor Francisco Karam, da UFSC – que falará

sobre “A Reforma Universitária e a Formação doJornalista” – e uma mesa-redonda com o tema“Mercado e Formação Profissional do Jornalista noParaná”, do qual participarão o presidente doSindijor, Ricardo Medeiros, a presidente doSindicato dos Jornalistas de Londrina, Raquel deCarvalho, da diretora da Fenaj Sul, Valci Zuculoto,o presidente do Fórum Nacional de Professores deJornalismo, Gérson Martins, e a coordenadora doEncontro, professora Astrid Façanha, do Cesumar.

Veja abaixo os Grupos de Trabalho e osrespectivos e-mails para inscrição de trabalhos:

Projetos Laboratoriais – Eletrônicos: Elson Faxina [email protected]

Projetos Laboratoriais – Impressos: Andrelise Daltoé- [email protected]

Projetos Pedagógicos: Sergio Gadini [email protected]

Atividades de Extensão: Paulo Boni [email protected]

Pesquisa na Graduação: Rozinaldo Miani [email protected]

Mais informações sobre o evento podem ser obtidascom a coordenadora pelo e-mail [email protected]

COLUNA DA ASSOCIAÇÃO DOS JORNALISTAS DO AGRONEGÓCIO DO PARANÁ (AJAP)

Um jornalista de Cascavel foi selecionado paraintercâmbio na principal revista de agricultura dopaís; durante uma semana cinco estudantes deComunicação Social fazem uma viagem técnicade imersão no cooperativismo paranaense; estãoabertas as inscrições para a bolsa de estudo ajornalistas que atuam no Paraná interessados emcursos de pós-graduação em Comunicação Rural;sai em dezembro a relação dos ganhadores dasMelhores Reportagens Agrícolas do Paraná em2005, que vai distribuir R$ 50 mil em prêmios; umseminário sobre Jornalismo Rural reúne em

Curitiba, na semana que vem, 500 jornalistas eestudantes; mais de 30 profissionais participaram doDia de Campo para Comunicadores numa fazendade gado leiteiro em Ponta Grossa. As manchetesacima são todas fictícias. Algumas, a bem daverdade, são inspiradas em fatos reais. Instituiçõesligadas ao agronegócio do Paraná, como a Ocepar ea Faep, têm oferecido nos últimos anos importantesapoios para qualificação e aprimoramentoprofissional dos jornalistas.

Para que mais iniciativas de apoio àcomunicação rural floresçam, talvez só esteja

faltando um maior envolvimento dos jornalistasneste processo. A Associação dos Jornalistas doAgronegócio do Paraná (Ajap), fundada em 11 demaio, tem esta missão. Ser um fórum de idéias,debates e projetos ligados ao agronegócio. É umassunto que interessa, a rigor, a qualquerjornalista que atua no Paraná, dada aimportância econômica e social da agriculturapara o estado. Profissionais e estudantesinteressados em participar da Ajap devemcontactar Samuel Milléo Filho, (41) 3352-2276 ouMarcos Tosi (41) 2169-7936.

Oportunidade para jornal istas e estudantes

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ANA LUZIA PALKA NA OAB-PRA jornalista Ana Luzia Palka, que trabalha na Fundação Cultural de Curitiba, estáatuando também na Assessoria de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) no Paraná.

TV GUAIRACÁ CONTRATA ISABELLE FERRARIA jornalista Isabelle Ferrari, que atuava na TV Tarobá, em Foz, foi para a TVGuairacá, integrante da RPC com sede em Guarapuava.

Estão abertas as inscriçõespara o I Congresso Brasileiro deJornalismo Ambiental, queacontecerá de 12 a 14 de outubrono Sesc-Santos, no litoral sul deSão Paulo. O evento reuniráimportantes jornalistas eespecialistas do Brasil e de váriosoutros países para debater osrumos da cobertura jornalísticasobre meio ambiente no planeta.Oficinas, visitas técnicas, painéise seminários vão garantir a trocade idéias e experiências duranteos três dias de congresso. O valordas inscrições é R$ 100,00 epodem ser feitas pelo telefone (11)3673-9241 (14h às 17h30 comMilene), pelo sitewww.jornalistasambientais.com.brou pelo e-mail [email protected].

CONGRESSO DEJORNALISMOAMBIENTAL COMVAGAS ABERTAS

JORNALISTAPROCESSAJORNAL NOS EUAPOR PLÁGIO

CURITIBA DELUXE INVESTE NOMERCADO DE MODA

A jornalista paranaenseAlessandra Silvério estáprocessando na Justiça norte-americana Roberto Vieira, editordo jornal Mensageiro Cristão,ligado à Igreja World RevivalChurch, por plágio. Roberto Vieiracopiou um texto de autoria dajornalista, postado na internet,colocando-o como editorial do seujornal – voltado a brasileiros quemoram nos EUA – em 2003. Ojornal Mensageiro Cristão saiu decirculação. Quem quiser conferira raiz da discórdia, o textoplagiado por Vieira se encontra nosite www.mnemocine.com.br/aruanda/eticajornalistica.htm, e aresposta da jornalista está noendereço www.http:/observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp.

O Prêmio CNH de JornalismoEconômico, em sua 13ª edição, estácom inscrições abertas até o dia 15de outubro. Podem participar autoresde matérias sobre economia brasileira,desde que tenham sido publicadas emportuguês, no período de 31 deoutubro de 2004 a 15 de outubro de2005. Os critérios de avaliação serãoa contribuição para o desenvolvimento

Os jornalistas Heros MussiSchwinden e Rodrigo Apolloni, e adesigner Juliana Scapucin criaram arevista Curitiba Deluxe, que prometeabrir um novo segmento editorialnas áreas de moda, saúde e bem-estar. Segundo os editores, apublicação, que tem um formatodiferente de outros veículos locais

PRÊMIO CNH DE JORNALISMOECONÔMICO COM INSCRIÇÕES ABERTAS

do país, a capacidade de tradução defatos para o leitor e a prestação deserviços. Em cada uma dasmodalidades – Revistas e Jornais -, ovencedor receberá R$ 12.500,00.Haverá também dois prêmios parareportagens especiais: R$ 5.000,00cada. Mais informações pelo sitewww.premiocnh.com.br ou pelotelefone (31) 3275-3038.

voltados aos públicos A e B,promete aposentar o chamado“colunismo laquê” e mostrarserviços e produtos de altaqualidade e pouco conhecidos. Sãovinte mil exemplares distribuídos emendereços de dezoito bairros. Maisinformações: www.curitibadeluxe.com.br

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ASSESSORIA DE IMPRENSA

CORRUPÇÃO E VALORES DEBATIDOS EM LIVROO jornalista Ruben Holdorf, ex-editor do Paraná Online e professor de Jornalismo,está lançando o livro “No olho do furacão”, em que aborda dois temas atuais:corrupção e valores.

SANDRA PACHECO SAI DE O ESTADO DO PARANÁA jornalista Sandra Cantarin Pacheco, deixa O Estado do Paraná, onde atuou pormais de 30 anos na cobertura política. Ela vai coordenar a Escola do Legislativo,da Assembléia Legislativa.

Cinema e Jornalismo na tela da CinematecaSindijor e a Cinemateca de

Curitiba promoveram a mostraCinema e Jornalismo de 15 a 21 deagosto. Foram apresentados naCinemateca filmes com temática noJornalismo e também uma coletâneade cinejornais rodados no Paraná. Oevento, com apoio dos cursos deJornalismo da UFPR, Unibrasil e UTP,da Associação de Vídeo e Cinema doParaná (Avec) e do Fórum Nacionalpela Democratização daComunicação (FNDC), foi aberto comuma mesa-redonda, com aparticipação do presidente do

Sindicato dos Jornalistas de SãoPaulo e membro da Executiva doFórum Nacional da Democratizaçãoda Comunicação (FNDC), FredGhedini, do jornalista Elson Faxina,do professor Luiz Paulo Maia, docurso de Jornalismo da UFPR, dopresidente do Sindijor, RicardoMedeiros, com a mediação dacineasta e membro do FNDCBerenice Mendes.

Além dos cinejornais, foramapresentados os longas "OPassageiro - Profissão Repórter"(sobre o envolvimento de um

Conselho, convenção nacional e ensino

nas faculdades são temas do XV Enjacerca de 350 profissionaisparticiparam do XVEncontro Nacional deJornalistas em Assessoriade Comunicação (Enjac),

realizado no Hotel Glória, no Rio deJaneiro, de 22 a 24 de setembro. Osprincipais temas debatidos foram oConselho Federal de Jornalistas, aluta por uma Convenção ColetivaNacional para o segmento e aobrigatoriedade da disciplina deassessoria de imprensa noscurrículos dos cursos deJornalismo.

O Sindicato dos JornalistasProfissionais de Paraná esteverepresentado por Claudio Stringari,diretor da empresa de assessoria

de comunicação Central Press. Eleparticipou ativamente dasdiscussões, sendo relator do Grupode Trabalho Formação de Preçosem Assessoria de Comunicação.Além desse debate, Stringariesteve presente nos grupos quedebateram a formação nasuniversidades brasileiras, aorganização empresarial dasassessorias e a ética naconcorrência.

Stringari destaca que o encontropromoveu algumas discussõesimportantes. "A preocupação dosprofissionais é grande no sentidode fortalecer o setor e acabar como amadorismo em assessoria deimprensa. Muita gente ainda encara

esse trabalho como bico e acabaprejudicando aqueles profissionaisque vivem disso", afirmou.

Os jornalistas Ancelmo Góis eRicardo Kotscho lembraramdurante o Enjac que o segmento deassessoria de comunicação estárepleto de bons profissionais e queas assessorias seprofissionalizaram muito nosúltimos anos.

Além disso, o plenário do XVEnjac autorizou a Executiva e oDepartamento de Mobilização eAssessoria de Imprensa da Fenaj ainiciarem conversações com oSindicato Nacional das Empresas deComunicação Social (Sinco), paradiscutir a criação de Convenção

Coletiva de Trabalho nacional para osegmento de assessoria deimprensa.

A constituição de uma tabela depreços para prestação de serviçosem assessoria de comunicação foium tema bastante debatido noencontro. Após a palestra proferidapelo consultor e professor RobertoAssef, os jornalistas presentes aoevento aprovaram a proposta de ossindicatos estaduais debaterem aimportância e a viabilidade dacriação de uma tabela de valores deserviços mensais e eventuais deassessoria de imprensa. Também foiaprovada a candidatura da capitaldo Ceará, Fortaleza, para sediar oXVI Enjac, em 2007.

C

A segunda edição do PrêmioOcepar de Jornalismo está cominscrições abertas até 1º denovembro. Podem concorrerreportagens impressas (jornais erevistas), de rádio, de televisão e

Prêmio Ocepar com inscrições abertasmídia cooperativa (jornal, revista,rádio e internet) que tratem do tema“A responsabilidade Social eEconômica das Cooperativas noDesenvolvimento do Paraná” epublicadas ou veiculadas entre 1.º de

janeiro e 31 de outubro de 2005. Areportagem concorrente terá quenecessariamente fazer referência aosistema cooperativo paranaense. Oprimeiro colocado em cada categorialeva para casa R$ 5 mil. O segundo

colocado, R$ 2 mil, e asreportagens que ficarem emterceiro lugar, R$ 1 mil. Maisinformações: (41) 3352-2276; peloe-mail [email protected],ou no site www.ocepar.org.br.

jornalista no contrabandode armas), o clássico deBilly Wilder "A Montanhados Sete Abutres (sobre osensacionalismo naimprensa), além dosbrasileiros "A PróximaVítima" (sobreinvestigação) e "DocesPoderes" (abordando aparticipação de jornalistasno marketing político).Segundo a organização,passaram pela mostra336 pessoas.

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JORNALISTA EM VIAGEM PELA POLÔNIAA jornalista Patricia Izabel Tyszka está em viagem pela Polônia recolhendoimpressões sobre o país e realizando free-lances para jornais brasileiros.

DE PLÁCIDO E SILVA É HOMENAGEADOA UniBrasil homenageou o jornalista e jurista Oscar Joseph de Plácido e Silva(1892-1963) dando o nome do fundador da Gazeta do Povo a uma de suassecretarias.

PROFISSÃO

TRF-SP julga recursos pela volta

da obrigatoriedade da formaçãoo dia 26 de outubro, o TribunalRegional Federal da 3.ª Região julga osrecursos da Fenaj e do Sindicato dosJornalistas de São Paulo contra adecisão que derrubou a exigência de

formação universitária específica para oexercício da profissão de jornalista. Ojulgamento foi marcado poucos dias após aFenaj, os sindicatos e o Fórum Nacional deProfessores de Jornalismo iniciarem umacampanha de mensagens ao juiz relator ManoelÁlvares pedindo urgência na decisão.

Suspensa em outubro de 2001, a exigênciade formação superior em Jornalismo para aobter o registro é um dos pilares da profissão. AFenaj e o SJSP recorreram ao TRF da 3.ªRegião, há quatro anos, buscando revogar adecisão da juíza substituta Carla Rister, da 16.ªVara Cível da Justiça Federal, em São Paulo.Desde então, os jornalistas vêm se empenhandona agilização do julgamento do recurso.

A brecha jurídica ensejou o registro profissionalno Ministério do Trabalho de pessoas que nuncapassaram perto de uma faculdade de jornalismo –são os chamados “jornalistas precários”. Hoje, elesse contam aos milhares pelo país. No Paraná, porforça da Convenção Coletiva de Trabalho, empresasjornalísticas não podem contratar precários paradesempenhar funções privativas da profissão.Mesmo assim, representam um potencial deprecarização da profissão.

Como o julgamento é público, serãoorganizadas caravanas de dirigentes sindicaisde todo o país para acompanhar a sessão. AFenaj e os sindicatos estão mobilizandoentidades corporativas de profissões, centraissindicais, faculdades de Jornalismo para obtermais apoio. Também deve ser deflagrada umacampanha de envio de e-mails aos demaisjuízes que analisarão os recursos. Acompanhe oBoletim Extra Pauta para obter maisinformações.

N

COLUNA DA CIRANDA

No ano em que o Estatuto daCriança e do Adolescente completaseus 15 anos de existência é notória ainfluência que a imprensa exerce naconstrução de uma cultura que priorizao desenvolvimento saudável de meninose meninas em todo o país.

Há sete anos, a Ciranda – a Centralde Notícias dos Direitos da Infância eAdolescência, acompanha diariamenteveículos de comunicação impressos doParaná. Foram publicadas, no ano de2004, 28.220 reportagens que sereferem diretamente ao universoinfanto-juvenil, em dez jornaisparanaenses. Em 2003, este númerocorrespondia a 19.243 textos. E em2002, 14.616.

Esse crescimento é resultado de umtrabalho sério, árduo e diário de diálogoconstante com os profissionais dacomunicação. A Ciranda atua parasensibilizar a imprensa e incentivar umacobertura jornalística propositiva eesclarecedora sobre a realidade dacriança e do adolescente na nossasociedade. Evidentemente, isso só épossível por meio do envolvimento e docomprometimento dos jornalistas com aconcreta melhoria da realidade social dopaís. É com muito prazer que a Cirandapassa a integrar as edições do jornalExtra Pauta. Essa parceria significamais um importante meio na promoçãodo diálogo com os profissionais dacomunicação do Paraná.

A Ciranda é uma associação semfins lucrativos, cuja missão é promovere defender os direitos da criança e doadolescente por meio de ações decomunicação e educação para umarealidade mais justa e solidária. Éintegrante da Rede ANDI deComunicadores pela Infância eAdolescência. Tel: (41) 3224 3925 –www.ciranda.org.br /[email protected]

A realidadeda infância eadolescênciae o papel dojornalista

Sindijor lança o 1º Prêmio Sangue

Bom do Jornalismo ParanaenseComo parte das comemorações de seus 60

Anos, o Sindijor, com patrocínio do Banco doBrasil, está lançando o Prêmio Sangue Bom doJornalismo Paranaense, um concurso jornalísticopara profissionais a exemplo do já consagradoPrêmio Sangue Novo, este destinado aestudantes. O Sangue Bom pretende estimular,divulgar e prestigiar os trabalhos dos jornalistasdo Estado. São oito categorias: ReportagemImpressa (jornal/revista); Reportagem para Rádio;Reportagem para Televisão; Reportagem paraInternet; Fotografia; Ilustração/Charge; Página

Diagramada (jornal/revista); Projeto paraAssessoria de Imprensa. A publicação/veiculaçãodeve ter ocorrido de 1º de janeiro de 2005 a 22 desetembro de 2005. As inscrições vão até 11 deoutubro. A divulgação dos premiados, deve ocorrerem dezembro. Nesta primeira edição, serãoconcedidos apenas troféu, placa de homenagem ediploma, para o primeiro colocado; placas dehomenagem e diplomas para o segundo e terceirocolocados em cada categoria. É possível acessaro regulamento e a ficha de inscrição no site doSindijor.

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PENA DE ALUGUEL: JORNALISTAS ESCRITORES NO BRASIL - CRISTIANECOSTA, 382 PP., COMPANHIA DAS LETRAS, SÃO PAULO, 2005; R$ 49,00O Jornalismo ajuda ou atrapalha a atividade literária no Brasil? A pergunta que oescritor e jornalista João do Rio fez aos principais intelectuais brasileiros em 1904 éo ponto de partida desta história da encruzilhada entre literatura e Jornalismo noPaís. Cem anos depois da enquete de João do Rio, publicada no livro O momentoliterário, Cristiane Costa levou a questão a 32 escritores jornalistascontemporâneos e reconstruiu a ponte entre os dois momentos literários. Entre1904 e 2004, boa parte dos escritores brasileiros buscou seu ganha-pão nas

redações de jornais e revistas. Ao alugarem sua pena, levaram técnicas, práticas e idéias de umcampo para o outro: modernizaram o texto da imprensa e injetaram elementos da linguagemjornalística na ficção e na poesia. Cristiane Costa faz dessa zona de fronteira – na qual se cruzamquestões culturais, econômicas, sociais, literárias, jornalísticas e do mercado editorial – um ânguloprivilegiado (e ainda pouco explorado) para observar a história da imprensa e da literatura no Brasil.

SOB OS OLHOS DE PERÓN: O BRASIL DE VARGAS E AS RELAÇÕES COM AARGENTINA - HAMILTON ALMEIDA. 336 PP. MAIS ENCARTE. RECORD, SÃOPAULO, 2005; R$ 39,90Quando começou a pesquisar sobre o período comum de governo entre GetúlioVargas e Juan Domingo Perón (1951 a 1954), uma pergunta inquietavaconstantemente o jornalista Hamilton Almeida: o que poderia haver sobre o Brasilnos arquivos argentinos? A curiosidade diante de tantas semelhanças entre osgovernos de Vargas e Perón - os dois caudilhos foram protagonistas de um

momento único na história dos dois países, tinham intenções parecidas de união de países latino-americanos e enfrentaram oposições ferrenhas – resultou num livro-documento inédito e revelador.Durante os sete anos (1994-2000) que morou em Buenos Aires, Almeida pesquisou e descobriuque Perón financiou a campanha eleitoral de Vargas e também mandou instalar uma base secretade apoio em Paso de los Libres. Os dois teriam feito ainda um pacto secreto de união das duaseconomias. Perón queria formar o ABC (Argentina-Brasil-Chile), mas só conseguiu assinar umpacto com o Chile. Contudo, antes da posse de Getúlio, teria havido um protocolo secreto para atal união. Mas, logo após a posse, Getúlio fez saber a Perón que não estava em condições decumprir o acordo. Sua situação política era bastante complicada.

O INVERNO DA GUERRA - JOEL SILVEIRA, 176 PP. OBJETIVA, SÃO PAULO,2005; R$ 27,90.O clássico relato de Joel Silveira sobre Segunda Guerra Mundial no novo volume dacoleção Jornalismo de Guerra. Joel Silveira tinha 26 anos quando foi escalado paracobrir a Segunda Guerra Mundial para os Diários Associados. O jornalista chegou àEuropa no terrível inverno de 1944, e durante nove meses acompanhou a luta dosbrasileiros até a rendição alemã. Joel descreveu momentos cruciais do combatecom um texto ao mesmo tempo lírico e informativo: “confesso que não foi

exatamente por delicadeza que naqueles nove meses perdi uma parte da minha mocidade, ou oque restava dela. A guerra é nojenta, e o que ela nos tira, quando não nos tira a vida, nunca maisdevolve.” Escrito como um diário de bordo, O Inverno da Guerra reúne as melhores histórias dotrabalho de Joel como correspondente dos Diários Associados – publicadas originalmente em 1945no livro “Histórias de Pracinhas” fora das livrarias há mais de 30 anos –, além de um texto inédito doautor preparado especialmente para esta edição. O livro apresenta o cotidiano de uma guerra comseus absurdos e contradições. É a travessia no navio com seis mil soldados, a chegada numa Itáliasemi-destruída, a relação com os outros correspondentes, o perigoso trabalho de apuração e oconvívio com pracinhas e oficialato.

O JORNALISMO NA ERA DA PUBLICIDADE - LEANDRO MARSHALL, 180 PP.SUMMUS EDITORIAL, SÃO PAULO; R$ 32,90O jornalista Leandro Marshall analisa a influência da publicidade sobre os meios decomunicação. Para isso, o autor realizou uma pesquisa bibliográfica nas principaisobras clássicas e contemporâneas relacionadas ao Jornalismo e abordou asformas de submissão das empresas jornalísticas às regras do mercado, presentesnão apenas nas páginas dos jornais, como também na essência da notícia e nalinha editorial do jornal. De acordo com Marshall, repórteres e editores passaram a

se autocensurar e a produzir apenas reportagens que rendam audiência, tiragem e lucro, objetivoque minimiza a obediência aos manuais de Jornalismo e impõe a lógica do mercado ao editorial. Oautor classifica 25 formas disfarçadas de publicidade dentro do Jornalismo. Marshall tambémcomenta o chamado “Jornalismo cor-de-rosa”, preparado para não desagradar ninguém, seja leitor,usuário, consumidor, cliente, dono ou anunciante: páginas supercoloridas, infográficos, layouts edesigns mais arrojados, aumento da cobertura de esportes, notícias de comportamento, moda eprevisão do tempo. Neste modelo, o jornalismo vive em um regime em que a regra é estabelecerelementos que atraiam compradores e investidores.

Biblioteca da comunicação tabela de preços - Março 2005SALÁRIOS DE INGRESSORepórter, redator, revisor, ilustrador, diagramador,repórter fotográfico e repórter cinematográfico 1.617,56Editor 2.102,83Pauteiro 2.102,83Editor chefe 2.426,34Chefe de setor 2.426,34Chefe de reportagem 2.426,34Estes são os menores salários que poderão ser pagos nas redações; Os valoresda tabela são para jornada de trabalho de 5 horas.O piso salarial da categoria édefinido em Acordo Coletivo de Trabalho, Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo.FREE LANCEAssessoria de imprensaServiço mensal local 1.617,56RedaçãoLauda de 20 linhas (1.440 caracteres) 86,80Mais de duas fontes: 50% a maisEdição por páginaTablóide 112,40Standard 134,69Diagramação por páginaTablóide 56,22Standart 76,66Revista 41,79Tablita / Ofício / A4 28,55RevisãoLauda (1.440 caracteres) 22,62Tablóide 47,24Tablita 35,63Standard 98,79IlustraçãoCor 134,11P&B 89,30Reportagem fotográfica – ARFOCReportagem EditorialSaída cor ou P&B até 3 horas 266,00Saída cor ou P&B até 5 horas 401,00Saída cor ou P&B até 8 horas 678,00Adicional por foto solicitada 98,00Foto de arquivo para uso editorial 268,00Com equipamento digital Editorial InstitucionalSaída 3 horas R$ 360,00 R$ 560,00Saída 5 horas R$ 575,00 R$ 884,00Diária viagem R$ 985,00 R$ 1.627,00Reportagem Comercial/InstitucionalSaída cor ou P&B até 3 horas 370,00Saída cor ou P&B até 5 horas 587,00Saída cor ou P&B até 8 horas 978,00Adicional por foto 130,00Reportagem CinematográficaEquipamento e estrutura funcional fornecida pelo contratanteSaída até 5 horas 289,00Saída até 8 horas 354,00Adicional por hora 100%Foto de arquivo para uso em:Anúncio de jornais (interna) 580,00Anúncio de Revista (interna) 624,00Capa de Disco, calendário, revista, jornal 978,00Outdoor 1230,00Cartazes, Folhetos e Camisetas 401,00Audiovisual até 50 unidades 1661,00Audiovisual acima de 50 unidades a combinarDiária em reportagem que inclui viagem a combinarReportagem aérea internacional a combinarHora técnica 78,00

Observações importantes: Lembramos que os valores acima referem-se apenas aotrabalho do profissional, incluído o uso do equipamento básico necessário para seexecutar uma cobertura fotográfica.Despesas com filmes, revelações, provas -contato, cópias, duplicatas, molduras, transmissões, transporte, alimentação,hospedagem, seguro de vida, credenciamento, dentre outras, correm por conta docontratante.Trabalhos realizados entre 22 e 6 horas, aos domingos e feriados e assaídas mistas (p & b e cor) serão acrescidas em 50%.Conforme a Lei 9610/98 ofotojornalista realiza um trabalho de criação intelectual, que não pode ser confundidocom mera prestação de serviços, portanto a LICENÇA DE REPRODUÇÃO DEOBRA FOTOGRÁFICA é um documento legal de cobrança e deve substituir a notafiscal de serviços. O crédito na foto é um direito do autor, obrigação de quem querque divulgue, previsto pela Lei 9.610, de 19/02/1998. Trabalhos publicados semcrédito, junto à foto, sofrerão multa de 50% sobre seu valor, conforme a Lei 9.610de 19/02/98.Na republicação, será cobrado 100% do valor da tabela.A foto editorialnão pode ter utilização comercial.Certifique-se que a pessoa que vai lhe prestar oserviço de fotojornalismo, é um profissional habilitado. EXIJA A IDENTIFICAÇÃODE REPÓRTER FOTOGRÁFICO.Sugestões deverão ser encaminhadas ao Sindicatoatravés do fax 41 224-9296 ou Correio Eletrônico: [email protected]

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SIMON TAYLOR EM CURSO DA FOLHAO jornalista Simon Taylor, ilustrador deste Extra Pauta e colunista do jornal Hora H,está realizando o curso de Jornalismo Gráfico da Folha de S. Paulo.

BIOGRAFIA DE BENTO MUNHOZ DA ROCHA NO PRELOO jornalista Vanderley Rebelo está concluindo a biografia do ex-governador BentoMunhoz da Rocha, que administrou o Paraná de 1951 a 1955.

Emerson Castro *

ede própria, melhores salários,mobilização, ação política, identidadeprofissional, questões éticas, entreoutros temas destacados noartigo anterior (sob o título

“Bate-chapa, conquistas e umamudança crucial”, Extra Pauta 74)permaneceram como pontos dereferência importantes para osjornalistas paranaenses após oGolpe militar em 1964.

Logo na seqüência do Golpe,536 sindicatos de diversascategorias sofreram intervenção dosmilitares. O Sindicato dosJornalistas do Paraná foi um deles.A partir de 9 de abril (portanto dezdias após o Golpe), todos osdiretores tiveram seus direitospolíticos cassados e uma JuntaInterventora assumiu o controle dadireção sindical.

A Junta era composta por CarlosDanilo Costa Côrtes, chefe de redaçãodo Diário do Paraná; Vinícius Coelho(funcionário naquele jornal) e Enock LimaPereira – os dois últimos, meses antes,haviam concorrido e perdido a eleição nosindicato (bate-chapa no final de 1963). DaniloCôrtes integrará todas as diretorias eleitas entre1970 e 1976.

Em dezembro de 1965, João Dedeus FreitasNeto é escolhido pela terceira vez presidente doSindijor (já havia sido em 1955 e 1957). Suastarefas: comandar o “barco” para a categoria“livrar-se” dos interventores e realizar o XICongresso Nacional dos Jornalistas já em 1966,em Curitiba, “uma aventura”, conforme definiuFreitas em depoimento.

A cautela para evitar o confronto com osmilitares no evento começa com Danilo Côrtessendo membro da Comissão organizadora, eFreitas valendo-se de sua patente de ex-militar(como médico, foi pracinha na II Guerra Mundial,lutando na Itália). Assim, resumiu-se ao máximoas discussões a questões exclusivamente dosjornalistas, e nada de política.

A vigilância foi exercida de forma local sobre adiretoria e por extensão ao próprio Congresso,especialmente quanto a assuntos relativos aoParaná. Segundo João Antonio Mesplé, citado porAdisia Sá em “O Jornalista Brasileiro”, naquele XI

HISTÓRIA

Os militares e o sindicato: adaptação forçada

Congresso foi proclamada a repulsa dosjornalistas brasileiros à “(...) infiltração e domíniodo capital estrangeiro em certas áreas daimprensa brasileira e o controle indireto dos meiosde comunicação social, através das agências depublicidade abundantemente desnacionalizadas,com graves conseqüências para a livre e sadiaformação da opinião e da consciência nacional”.

Ostensiva, a vigilância dos militares dentro doCongresso, além de debates como esse podemter sido os motivos para que se constatasse norelatório de atividades do sindicato em 1966 umlamento: “a ausência de profissionais de Curitibanos trabalhos do conclave”.

Reivindicações salariaisA gestão 1965/1967 procurou, tanto quanto

possível, manter o equilíbrio entre suasreferências de ação sindical anteriores a 1964 e aconsciência da necessidade de evitar o confrontocom o regime militar. O que se percebe nas

S

negociações salariais destes dois anos (1966/67)é que o poder reivindicatório, apesar dascondições desfavoráveis, manteve-se próximo ao

período pré-64, inclusive com algum embatecom o setor empresarial.

Ficou nítido também que osdiretores do sindicato não só

comandavam o processo denegociação desde o início, mas

também decidiam sobre oAcordo nas assembléias,observando-se o baixo grau departicipação nas mesmas.Freitas Neto viu aí a já antigafalta de “união” dosjornalistas. Nada impediriaque um grupo de jornalistasnão cassados em seusdireitos políticosparticipasse deassembléias, cobrassemação sindical mais radical emenos adaptada àscircunstâncias – mas isso

quase não aconteceu. Nestanão-ação para reivindicações,

que pode ser explicada tambémpelas circunstâncias políticas do

período, uma outra forma depercebê-la seria a acomodação damaioria na medida em que a diretoriado Sindijor estaria lá, predisposta a tal

trabalho. Predisposta e exposta, porlivre e espontânea vontade.

A exceção aparece entre as atas de 1964,durante assembléia realizada pelos interventores,quando um dos diretores cassados, EdésioPassos, cobrou o cumprimento de decisões doEncontro de Ponta Grossa, como a que definia aligação dos interesses dos jornalistas aos dosgráficos, especialmente em campanhas salariais.

InstabilidadeA gestão seguinte foi a mais conturbada

nestes 60 anos de sindicato. Um misto dehomenagens, turbulências e a queda de umadiretoria, cuja adaptação ao momento político-sindical pode ser classificada como alienada. Oque aqui será chamado de adaptação alienada éum processo que inicia em fins de 1967, quandonão há candidatos para a eleição sindical, o queprovoca a necessidade de uma Junta Governativa,a segunda desde a fundação do Sindijor.

* Emerson Castro é jornalista e professor.

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KÖNIG E ROSA ABORDAM EXPLORAÇÃO DE MENORESOs jornalistas Mauri König e Albari Rosa, da Gazeta do Povo, percorreram mais de19 mil quilômetros pelas fronteiras do País para realizar a série de reportagensInfância no Limite sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes.

MUDANÇAS NA ASSESSORIA DA OCEPARGiovanni Ferreira saiu da Assessoria de Imprensa da Ocepar e retornou para aGazeta do Povo. Em seu lugar, entra Maria Duarte, que permanece na sucursal daFolha de Londrina.

IMAGEM

Sindijor promove exposição detrabalhos de profissionais do PR

Muita atenção, repórteresfotográficos, ilustradores ediagramadores! O Sindijorvai realizar até o final doano uma exposição de

imagens (fotos e ilustrações) etambém de páginas diagramadas dejornais e revistas. A mostra deveráocorrer em Curitiba eposteriormente irá percorrer ointerior do Estado.

Será uma forma de o Sindijordivulgar e valorizar os trabalhos dosprofissionais de imagem do Estadoe fazer com que eles sejam maisamplamente conhecidos. Podem seinscrever jornalistas profissionaisdiplomados ou com registro derepórter fotográfico, diagramador ouilustrador. Neste último caso,porém, só poderão expor trabalhosnas áreas em que estão habilitados.A exposição conta com o apoio daAssociação dos RepórteresFotográficos e Cinematográficos doParaná (Arfoc-PR).

Os trabalhos devem serencaminhados para a sede doSindijor em formato digital (CD comalta resolução para reprodução emtamanho 30 x 40 cm, ou tamanhonatural, no caso de páginas), com ocrédito, número de registroprofissional, breve legenda (até 350caracteres), veículo para o qual otrabalho foi produzido, data e páginada publicação, bem como dados decontato (endereço, telefone e e-mail).Mais informações podem ser obtidaspelo telefone (41) 3224-9296 ou peloe-mail [email protected]

Dez das 25 fotosselecionadas para a exposiçãoitinerante do 2.o Prêmio NewHolland de Fotojornalismo, quevai percorrer as principaisregiões agrícolas do Brasil,são de repórteres fotográficosparanaenses. O concurso épromovido pela New Holland,por meio da Lei de Incentivo àCultura do Ministério daCultura.

Dos profissionaisparanaenses que tiveramtrabalhos selecionados, trêstrabalham na Gazeta do Povo(Albari Rosa, Henry Milléo eAniele Nascimento), um daFolha de Londrina (SérgioRanalli, com dois trabalhos),um da Gazeta do Paraná, deCascavel (César Machado,também com dois trabalhos).Há também três free-lancersque atuam no Estado: DavidSakai, Gilson Abreu e JoelRocha. Os profissionaisreceberão R$ 500,00 por fotoselecionada.

As 25 fotos selecionadas,juntamente com as cincovencedoras das categoriasAgricultura e Tecnologia,formarão a Exposição de 30imagens do 2.º Prêmio NewHolland de Fotojornalismo, quevai ser exibida em dez cidadesbrasileiras. A idéia é montaruma exposição itinerante, quepossa ser levada a centrosculturais, universidades, feirase espaços públicos. Maisinformações no sitewww.cnh.com.

PROFISSIONAIS

DO ESTADO EM

MOSTRA DA

NEW HOLLAND

Henry Milléo, Gazeta do Povo

Albari Rosa, Gazeta do Povo

Aniele Nascimento, Gazeta do PovoCésar Machado,

Gazeta do Paraná

Gilson Abreu, freela Sérgio Ranalli, Folha de Londrina David Sakai, freela