jornal página 20 - especial chamado da floresta

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MARY ALLEGRETTI/BLOG DA MARY ALLEGRETTI/PORTAL GLOBO AMAZÔNIA Governo atende ao chamado da Página 20 Rio Branco – Acre, DOMINGO, 21, e SEGUNDA-FEIRA, 22 de agosto de 2011 Quando os seringueiros querem enviar uma mensagem importante para comunidades distan- tes designam uma “embaixada”. A que aterrissou em Estância no sábado, para ouvir as demandas dos extrativistas, era poderosa: a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o ministro do Desen- volvimento Agrário, Afonso Florence; a Secretária do Serviço de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Paula Motta Lara; a assessora da Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Deise Benedito; o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rô- mulo Mello; o Secretário de Extrativismo e Desen- volvimento Rural Sustentável, Roberto Vizentin e o Secretário de Biodiversidade, Bráulio Dias, do Ministério do Meio Ambiente; a ex-governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa; a represen- tante da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Daniela Fernandes; além de deputados federais, estaduais, vereadores, representantes de instituições públicas federais no Estado do Pará e o prefeito de São Sebastião da Boa Vista, Getúlio Brabo. A Resex Terra Grande - Pracuúba, uma área de 194.695 hectares, criada em 5 de junho de 2006, onde moram 23 comunidades, entrou para a história. Agora é monitorar o cumprimento dos compromissos as- sumidos pelo Governo Federal e prestar atenção nas falas da Ministra do Meio Ambiente e do Ministro do Desenvolvimento Agrário reproduzidas a seguir. Uma embaixada poderosa floresta Mateus Zimmermann CONDUZIDOS pelo líder do CNS, Gatão, os ministros Izabella Teixeira e Afonso Florence chegam ao evento N o dia 6 de agosto de 2011, aconteceu um fato histórico para as Reservas Extrativistas da Amazônia. Mais de 250 extrativistas, de todos os estados da Amazônia, se reuniram na Vila Estância, na Resex Terra Grande – Pracuúba, Ilha do Marajó, no Pará, a convite do CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) para receber autoridades do primeiro escalão do Governo Dilma. À pequena vila que acolheu essa multidão se chega depois de dez horas de viagem de barco, duas delas em uma canoa pelas curvas do rio Pracuúba e em contato próximo com uma vegetação exuberante - ou a bordo do fantástico helicóptero francês recém-inau- gurado que trouxe as autoridades. Estância tem energia a diesel, um posto de saúde, uma escola novinha, água não tratada e, como to- das as localidades amazônicas da floresta e a maioria das grandes e médias cidades da região, nenhum saneamento. Habitações precárias em meio às águas que já baixaram e ao calor do verão deixam expostos deje- tos e cheiros de todos os tipos ao lado das passarelas de madeira que percorrem a Vila. Se um dos objetivos do dirigente do CNS no Pará que organizou o evento, Atanagildo Matos, o Gatão, era chocar as autoridades com a realidade da vida das Resex, e não enfeitar o que não é bonito, ele conseguiu. Mas quem esteve lá sabe que essa preca- riedade sempre é compensada pela genero- sidade dos moradores, que abrem suas ca- sas e recebem com carinho, e pela riqueza, força, originalidade e emoção da fala dos extrativistas. E, como disse a ministra Iza- bella Teixeira, essa é a melhor maneira de fazer os técnicos do governo mudarem a forma burocrática de lidar com as comuni- dades das unidades de conservação de uso sustentável. Foi um choque de realidade para os de fora e um sopro de esperança para os de dentro. Técnicos dos Ministérios do Meio Am- biente e do Desenvolvimento Agrário, da Secretaria de Direitos Humanos e de Po- líticas para as Mulheres chegaram no dia 5, junto com os extrativistas. Foi um dia de muitas críticas diretas e contundentes à omissão do Ministério do Meio Ambien- te: falta de preparo dos técnicos, ausência de investimentos sociais, não regularização fundiária das Resex, inexistência de planos de manejo. Há anos eu venho dizendo que as Resex estão abandonadas; finalmente, o governo federal reconheceu e começa a propor mudanças.

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Edição especial do jornal acreano Página 20, sobre o encontro "Chamado da Floresta", ocorrido na Resex Terra Grande Pracuúba, que reuniu representantes de Resex de toda a Amazônia e ministros brasileiros.

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Page 1: Jornal Página 20 - Especial Chamado da Floresta

� MARY ALLEGRETTI/BLOG DA MARY ALLEGRETTI/PORTAL GLOBO AMAZÔNIA

Governo atende ao chamado da

Página 20

Rio Branco – Acre, DOMINGO, 21, e SEGUNDA-FEIRA, 22 de agosto de 2011

Quando os seringueiros querem enviar uma mensagem importante para comunidades distan-tes designam uma “embaixada”. A que aterrissou em Estância no sábado, para ouvir as demandas dos extrativistas, era poderosa: a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o ministro do Desen-volvimento Agrário, Afonso Florence; a Secretária do Serviço de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Paula Motta Lara; a assessora da Secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Deise Benedito; o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rô-mulo Mello; o Secretário de Extrativismo e Desen-volvimento Rural Sustentável, Roberto Vizentin e o Secretário de Biodiversidade, Bráulio Dias, do Ministério do Meio Ambiente; a ex-governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa; a represen-tante da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Daniela Fernandes; além de deputados federais, estaduais, vereadores, representantes de instituições públicas federais no Estado do Pará e o prefeito de São Sebastião da Boa Vista, Getúlio Brabo.

A Resex Terra Grande - Pracuúba, uma área de 194.695 hectares, criada em 5 de junho de 2006, onde moram 23 comunidades, entrou para a história. Agora é monitorar o cumprimento dos compromissos as-sumidos pelo Governo Federal e prestar atenção nas falas da Ministra do Meio Ambiente e do Ministro do Desenvolvimento Agrário reproduzidas a seguir.

Uma embaixada poderosafloresta

Mateus Zimmermann

CONDUZIDOS pelo líder do CNS, Gatão, os ministros Izabella

Teixeira e Afonso Florence chegam ao evento

No dia 6 de agosto de 2011, aconteceu um fato histórico para as Reservas Extrativistas

da Amazônia. Mais de 250 extrativistas, de todos os estados da Amazônia, se reuniram na Vila Estância, na Resex Terra Grande – Pracuúba, Ilha do Marajó, no Pará, a convite do CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) para receber autoridades do primeiro escalão do Governo Dilma.

À pequena vila que acolheu essa multidão se chega depois de dez horas de viagem de barco, duas delas em uma canoa pelas curvas do rio Pracuúba e em contato próximo com uma vegetação exuberante - ou a bordo do fantástico helicóptero francês recém-inau-gurado que trouxe as autoridades. Estância tem energia a diesel, um posto de saúde, uma escola novinha, água não tratada e, como to-das as localidades amazônicas da floresta e a maioria das grandes e médias cidades da região, nenhum saneamento. Habitações precárias em meio às águas que já baixaram e ao calor do verão deixam expostos deje-tos e cheiros de todos os tipos ao lado das passarelas de madeira que percorrem a Vila. Se um dos objetivos do dirigente do CNS no Pará que organizou o evento, Atanagildo Matos, o Gatão, era chocar as autoridades

com a realidade da vida das Resex, e não enfeitar o que não é bonito, ele conseguiu.

Mas quem esteve lá sabe que essa preca-riedade sempre é compensada pela genero-sidade dos moradores, que abrem suas ca-sas e recebem com carinho, e pela riqueza, força, originalidade e emoção da fala dos extrativistas. E, como disse a ministra Iza-bella Teixeira, essa é a melhor maneira de fazer os técnicos do governo mudarem a forma burocrática de lidar com as comuni-dades das unidades de conservação de uso sustentável. Foi um choque de realidade para os de fora e um sopro de esperança para os de dentro.

Técnicos dos Ministérios do Meio Am-biente e do Desenvolvimento Agrário, da Secretaria de Direitos Humanos e de Po-líticas para as Mulheres chegaram no dia 5, junto com os extrativistas. Foi um dia de muitas críticas diretas e contundentes à omissão do Ministério do Meio Ambien-te: falta de preparo dos técnicos, ausência de investimentos sociais, não regularização fundiária das Resex, inexistência de planos de manejo. Há anos eu venho dizendo que as Resex estão abandonadas; finalmente, o governo federal reconheceu e começa a propor mudanças.

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Rio Branco – Acre, DOMINGO, 21, e SEGUNDA-FEIRA, 22 de agosto de 20112 Página 20

Cedida

Discurso da ministra do Meio Ambiente Izabella TeixeiraQueria cumprimentar os

meus amigos, os velhos e os novos, que são todos vocês que aqui estão. Quero agra-decer também as minhas amigas que estão aqui, e não só as amigas pessoalmente, mas as ministras que estão ao lado dessas mulheres, que também são minhas ami-gas, mas não puderam estar aqui hoje, em uma aventura como essa. É a Teresa Cam-pello que está trabalhando conosco na implementação do Bolsa Verde e não tem, certamente, uma pessoa mais comprometida com essa pauta, além do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério do Meio Am-biente, que tradicionalmente militam nessa área, do que a ministra do Desenvolvimen-to Social, que vem, historica-mente, sendo uma parceira estratégica do Ministério do Meio Ambiente. Nós temos um legado do Presidente Lula, um legado tão impor-tante e tão bonito e ela foi um ator estratégico para es-ses resultados; sem Teresa nós talvez não tivéssemos feito muita coisa que nós fi-zemos nos últimos anos. E não quero deixar de lado mi-nhas outras amigas, a Miriam Belchior, que é uma querida amiga e uma ministra abso-lutamente dedicada e com-prometida e, por essa razão, a Paula está aqui. E a Maria do Rosário, com a Irini, que resolveram entrar na pauta e já me procuraram e disseram ‘queremos trabalhar juntos’. Esse é um dos desafios do Governo Federal, trabalhar de maneira coordenada.

E o Seu Pedro Ramos quando vai lá me ver no Ministério, ele sempre diz: ‘Ministra, tem que coorde-nar, tem que juntar o povo’. Aí eu resolvi provocar o Seu Pedro e falei assim: ‘Eu vou lá ver esse povo todo’. E viemos para cá porque esse momento é inesquecí-vel para nós também. Que-ro que vocês saibam disso, eu jamais esquecerei esse momento da minha vida pessoal e profissional; eu fiz questão de vir aqui para a gente firmar novas bases de compromissos da políti-ca ambiental do Brasil.

Fico muito feliz que a Mary Allegretti esteja aqui porque ela é tombada pelo patrimônio ambiental, pela floresta. E uma das respon-sabilidades que a gente tem, sempre, na vida, é reconhe-

cer os legados e as pesso-as; o tempo passa e os le-gados permanecem e Mary é responsável, e todos nós sabemos disso, de maneira significativa, por nós es-tarmos aqui, não só vocês, como nós do Ministério do Meio Ambiente. A tra-jetória da Mary no MMA é longa e, por causa dela, fa-lando lá do início, 12 anos atrás, em 1999, quando en-contrei Mary no Ministério do Meio Ambiente, ela fa-lava dessas questões e todo mundo achava aquilo muito distante.

E hoje, eu estando como ministra de Estado, provoco uma reunião aqui, trazendo as equipes técnicas, para que elas entendam que nós não estamos mais em uma época em que vocês vão lá, entregam a pauta, vão embora, a gente concorda e aquilo se perde na burocra-cia. Não, tem que sentar aqui e vocês vão construir a pauta conosco. E vocês vão celebrar conosco quando der certo e chorar quando der errado; e vão saber dos limites que nós temos. Então, não tem jogo; não tem história de contar ‘vamos fazer isso’; vamos fazer juntos. Esse é o segredo, transparência, com-partilhamento, gestão integrada e, antes de qualquer coisa, com-promisso com a verdade. E to-dos saibam disso: que vocês têm a nossa solidariedade em relação a tudo que foi colocado aqui, mas tem que mudar o processo de gestão pública em relação às demandas sociais.

E o Deputado Airton Fa-leiros falou certo; o modelo, a arquitetura institucional, a gestão, do ponto de vista am-biental, não está preparada para lidar com as demandas sociais que são colocadas hoje para consolidar a política ambien-tal no Brasil. É fato. E não é só porque falta gente, porque falta cargo; não é isso não; é a concepção de como se trabalha junto. É por isso que quando o Gatão, o Manoel, todo mundo, o Seu Pedro estiveram lá co-migo eu disse: ‘Vamos inverter isso’. E quando eu fui a Parin-tins, eu disse: ‘Nós vamos para a floresta para discutir como nós podemos fazer melhor’. E pra fazer melhor, tem que fazer junto, e para fazer junto, tem que ter homem, mulher e pa-rangolé, senão não tem graça.

Viemos aqui, e eu pedi a toda a equipe que está aqui do MMA e também do MDA para discutirem de fato quais são as demandas. E eu tenho conhecimento de que temos

experiências com êxito e te-mos problemas; há problemas, inclusive, a respeito do com-portamento de alguns chefes de unidades de conservação. Tem que mudar, porque essa unidade de conservação aqui só existe porque vocês exis-tem. Então, a relação com Reserva de Desenvolvimento Sustentável, com Reserva Ex-trativista, não é uma relação com Reserva Biológica; des-culpem, mas não é. E a manei-ra de trabalhar, a maneira de fiscalizar, a maneira de pactu-ar, é completamente diferente do que se você estar em uma Estação Ecológica, absolu-tamente fechada e dedicada exclusivamente à pesquisa. Se não for suficiente, vamos ter que recategorizar, vamos ter que discutir um novo modelo. Tem que mudar a cabeça das pessoas em lidar com gente, senão nós não consolidamos política ambiental nenhuma no Brasil. Vocês são parte da conservação dessas áreas; sem vocês a floresta não fica em pé, sem vocês a floresta não pro-duz de maneira sustentável.

Precisamos discutir a infra-estrutura para chegar até aqui. É impossível achar que vocês vão ter cadeia de produtos da sociobiodiversidade se não ti-ver energia elétrica para ter a segurança da renda de vocês. Então, Luz Para Todos real-mente precisa. Aí chega ao meu conhecimento gestor de área que diz que não pode passar o Luz Para Todos por-que é uma área protegida. Área protegida é eu fazer a energia chegar lá, ter uma casa decen-te para morar, ter a questão da gestão de resíduos sólidos na casa de vocês, para que vocês tenham cidadania ambiental, como nós, nas cidades do cen-tro-sul também estamos reque-rendo. A demanda é igual e nós temos que trabalhar por todos. E por essa razão eu pedi que os meus queridos colegas de tra-balho, como diria o Sílvio San-tos, viessem para cá para sentir o calor da floresta e o calor de vocês; esse é o objetivo.

E eu fiquei satisfeita, come-cei a ouvir que tem resultados, começamos a ter resultados. Va-

mos assumir o compromisso de rever o processo de gestão das Resex, mas eu quero mais um compromisso, eu quero a revi-são da gestão. Construam um caminho para isso. Toda e qual-quer iniciativa que eu for criar no Ministério do Meio Ambien-te, que tenha a ver com as po-pulações tradicionais, vocês se-rão parte da construção; esse é meu compromisso formal. Não tem diálogo sem vocês. Não existe isso. Se nós não sabemos falar a linguagem de vocês, va-mos aprender, vamos aprender; vamos descer do salto, vamos sentar aqui e vamos aprender. Vocês também vão compre-ender as nossas limitações, as limitações do Governo, da so-ciedade, da Presidente, que está comprometida conosco. Mas nós temos muitas demandas. Então, nós temos passivos e ati-vos e nós temos que conciliar as duas coisas. E para isso depende de vocês. Caso contrário, a gen-te não consegue avançar.

Então eu acho ótimo que se tenha como conclusão um compromisso pra rever o processo de gestão. Eu que-ro saber como, como é que esse compromisso se delineia, quais são as reservas priori-tárias, por onde nós vamos começar, quais são os proble-mas, onde eu aproveito o pro-jeto de educação que a Mary apresentou com o Conselho lá no Ministério da Educa-ção; onde é que está maduro para o ministro ir lá conver-sar com o outro ministro, um ministro, dois ministro, três ministros, quatro minis-tros, que seja… Vamos fazer ou não vamos fazer? Vamos pedir apoio, porque juntos a gente consegue transformar. Eu quero isso no mapa, que-ro concreto, quero números, quero entender, ao longo do tempo, como isso acontece.

Na burocracia, a gente chama isso de métrica. En-tão, qual é o compromisso? A grande ideia todo mundo tem, a militância é a mesma há 25 anos, o sucesso de criar Reserva Extrativista é ótimo. Fazer mais? Vamos. Agora eu quero saber como a gen-te implanta, além de criar eu

quero implantar, além de criar eu quero regularizar, além de criar eu quero gerar emprego e renda. Então, não é só criar, é implantar de fato. E para isso, eu não faço sem vocês, nem o MMA, nem o MDA, e o MMA não faz sem o MDA e o MDA não faz sem o MMA.

O Gatão insistiu, ele queria que estivesse na pauta a regu-lamentação das categorias de manejo das Resex e das RDS, que é uma dívida do SNUC. Por isso, estamos criando o Grupo de Trabalho junto com o MDA e com vocês. Vou assinar agora. O Gatão está assinando junto porque sem vocês junto eu não vou fazer parâmetro ou critério nenhum. O que é isso? É um grupo que tem um prazo de 60 dias, eu não aguento esperar 180 dias não, são 60, para nos apresen-tar a proposta. Se virem.

Há um ano e meio eu pedi ao Dr. Bráulio Dias para me entregar um draft de uma nova política de biodiversida-de para o Brasil. Aí terminou o governo Lula e eu pensei ‘aca-bou’, mas a Presidente Dilma disse: ‘Não acabou não, você continua’; eu falei: ‘Bráulio, você continua também’. Para a minha alegria, ele acabou de entregar o primeiro draft de uma estratégia para ampliação e consolidação do Sistema Na-cional de Unidades de Conser-vação da Natureza no Brasil. É a primeira visão de um novo sistema, as novas metas para 2020. Isso é consequência da vitória de Nagoya que o Brasil liderou, de consolidar a Con-venção e buscar mais recur-sos nacionais e internacionais numa estratégia de 20 anos para consolidar as unidades de conservação. Isso vai ser discutido com vocês, porque é assim que a gente amarra com-promisso, é assim que a gente trabalha com métrica. Então têm mais coisa para vocês tra-balharem. Se esse formato se mostrar adequado, vocês têm mais agenda para se debruçar.

Esse é o nosso compromisso, porque eu não consigo avançar sem vocês. O Rômulo Mello me disse que tem regulamentação da categoria de Resex, que foi isso que eu acabei de assinar, que vo-cês acordaram ontem, e depois disse que outra demanda é au-mentar o poder de gestão da co-munidade no Conselho de Ges-tão, inclusive em nível federal. Eu quero prioridades, eu quero uma estratégia de como a gente vai fa-zer, como se aumenta e como se implementa esse aumento. Por-que o papel tudo aceita, mas para

MINISTRA Izabella Teixeira no Primeiro Chamado da Floresta

Fotos: Mary Allegretti

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Discurso da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeirasair do papel e colocar em prática depende da gente. O espaço para construir o papel está feito, agora eu quero a prática; porque sem isso, eu não advogo novos orça-mentos, sem isso eu não conci-lio prioridades, sem isso eu não sento com o SPU e falo: ‘Vamos começar por aqui’. ‘

Por exemplo, nós temos cri-térios ambientais para fazer a regularização, para fazer a trans-ferência de titularidade, mas nós podemos somar isso com crité-rios de violência no campo, para priorizar, já que a violência no campo está intimamente ligada com a regularização fundiária. Nós podemos fazer. Esse é o intuito, esse é o objetivo de es-tarmos aqui hoje, de estarmos trabalhando com o Ministério do Planejamento, junto com a Mi-nistra Maria do Rosário. Quere-mos definir quais são os critérios de prioridade. Mas nós temos que buscar outros caminhos para que vocês tenham a mão do Estado protegendo vocês. Se for para ter uma unidade da Força Nacional de Segurança, se for viável, fala-mos com os responsáveis e mos-tramos, com critérios de priori-dade, como é que isso funciona. Sem isso, nós vamos ter ativida-des pontuais, importantes, mas que não mudam o patamar, que é isso que nós estamos desejando 20, 25 anos depois.

Então Seu Pedro, o senhor que foi lá, me olhar nos olhos e pedir que eu ajudasse, quero que o senhor me ajude também, a mudar a cabeça desse povo, que adora ficar em Brasília trancado no gabinete e achando que isso faz a diferença. Vocês vão ter que me ajudar.

Agora vou assinar o termo de entrega da área da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Tem alguém aqui da Tapajós--Arapiuns? O que é isso: o SPU está passando para o MMA a posse da terra e agora vai entrar na pauta do Institu-to Chico Mendes para titular. Quero agradecer o pessoal da SPU e do Chico Mendes que viraram a noite porque eu falei que isso tinha que ficar pron-to e estava no meu gabinete 5ª feira à noite, viraram a noite pra viabilizar. Estamos assi-nando. Agora cobrem deles.

O pessoal de Gurupá-Mel-gaço está aqui? Então está assinado. Cadê o pessoal de Caetê-Taperaçu? Tá assinado. E agora Terra Grande-Pra-cuúba. Vou assinar. E final-mente, não está aqui mas eu vou chamar, o pessoal da Re-sex do Riozinho do Anfrísio.

Herculano Porto de Olivei-ra, líder da Resex do Riozinho

do Anfrísio, a mais isolada e distante do Estado do Pará, es-tava presente na reunião, para surpresa da ministra Izabella.

A transferência das terras para os titulares vai acontecer nos dias 4 e 5 de outubro durante o Cidada-nia Xingu. O Instituto Chico Mendes vai transferir a titu-laridade. O que é ótimo, por-que dia 4 de outubro é dia de São Francisco de Assis, padroeiro da biodiversidade e do meio ambiente, além de que 9 de outubro é meu ani-versário, então vai ser o meu presente.

Eu queria apenas comen-tar algumas coisas que foram ditas por vocês, que eu achei de extrema importância, em particular, o que a Amélia, de Roraima, falou sobre o pedido de criação da Reserva Extra-tivista e a retirada do proces-so, porque está havendo um conflito de interesses, não só no governo estadual mas tam-bém no governo federal, na área do Ministério das Minas e Energia. Então, o meu com-promisso é que nós vamos voltar o pedido de criação da Reserva Extrativista para a Casa Civil da Presidência da República. Vamos falar com o Ministro Lobão para ver se tem alguma dificuldade em relação aos limites que foram definidos, além de falar com o Governador. Outra questão é a da Resex Marinha Primavera e do empreendimento da Vo-torantim. É preciso identificar que licenciamento ambiental foi esse, porque não é nosso, e procurar um caminho de conciliação. Vamos fazer uma pauta para consultar, para en-tender qual é o problema e pra saber se nós podemos intervir pra ajudar vocês e desatar es-ses nós.

A mesma coisa em relação à Resex Verde Para Sempre, de reintegração de posse. Eu pedi ao ICMBio para levantar a situação e ver como vamos ajudar a resolver isso. Não po-demos permitir o precedente de retirar as pessoas quando têm o direito adquirido pela criação da Resex. Temos que agir de maneira coordenada, mesmo que não seja a temáti-ca ambiental, mas é dentro da Reserva Extrativista. Vamos reunir com vocês, porque eu fui informada que a ministra Marina esteve com vocês no passado e nós queremos dar prosseguimento à pauta que foi acordada. É o mesmo Mi-nistério do Meio Ambiente, vamos dar continuidade.

Outra questão interessante que foi falada pelo Deputado Airton Faleiros. Todo mundo concorda que nada está avan-çando na velocidade que a gente poderia estar avançan-do; então não é a formulação, devem ter gargalos que nós precisamos enxergar juntos e desatar com a velocidade ne-cessária para a pauta. A pauta tem 20 anos, 25 anos, tem po-líticas estaduais estabelecidas, governadores que se compro-meteram, um passivo enorme, mas também tem perspectiva de avançar. Por isso essa de-manda de trabalhar junto.

E os mecanismos de ges-tão que foram criados no pas-sado, foram úteis no passado, mas eles estão anacrônicos, eles precisam ser aprimorados. Esse é o trabalho que vocês têm que construir conosco. Isso é estratégico. Não adianta tirar o chefe da unidade… às vezes adianta porque tem gen-te que não tem vocação pra isso, mas às vezes não adian-ta, há limitações, como há li-mitações no próprio Instituto Chico Mendes, de unidades, de postos, de cargos. Nós temos que procurar outros modelos além da estrita presença só da instituição e, para isso, nós te-mos que construir novas bases legais. Se for necessário vamos discutir e propor novas bases legais. O que não dá é a gen-te ficar esperando uma solu-ção que se revela anacrônica, muitas vezes; e o desenvolvi-mento, aquele que a gente não quer, avança para degradar, para depredar e para acabar comprometendo a ideia de Re-serva Extrativista. É tudo que a gente não quer. Então pra isso vocês vão ter que propor e a gente vai ter que dialogar.

Eu tenho que explicar pra vocês quais são as minhas di-ficuldades. Como o Faleiros falou, nós temos que discutir o componente econômico. Nós temos que juntar, por mais que o INCRA e o MDA tenham di-nheiro, já é insuficiente para os Assentamentos, imagina ainda estender para as Reservas Extra-tivistas, Reservas de Desenvol-vimento Sustentável e as novas que ainda vão ser criadas. Então nós temos que ter critérios e tra-balhar com novas fontes de re-cursos. Então, nós conversamos e pactuamos que nós vamos sentar e juntos vamos começar a buscar esses novos caminhos de recursos, às vezes até nas com-pensações ambientais, porque faz sentido ter educação, imple-mentar, com o dinheiro dessas compensações.

E eu tenho que ter um olhar diferenciado para as chamadas unidades de con-servação de uso sustentá-vel daquilo que é proteção integral. Como tem muito investimento na Amazônia, nós temos que avançar nes-sa agenda de compensação ambiental com a nova mo-delagem. Não é só a regula-rização fundiária, não é só o plano de manejo, é fazer acontecer, que vocês tenham acesso a esses recursos e pos-sam viver e produzir. Não é transferir dinheiro, é vocês gerarem o seu dinheiro e a sua renda. Nós temos espaço para isso e o pacto que nós fizemos, MDA e MMA, é de trabalharmos juntos. Então tem um novo caminho en-tre os dois ministérios, que

sempre foi uma cooperação amiga, mas agora com foco em torno dessa agenda que vocês construíram aqui. Nós vamos partir da agenda que vocês construíram aqui e, a partir daí, nós vamos melho-rando e aperfeiçoando essa agenda.

Não dá pra ter mais essa situação que você vai lá, en-trega a pauta e vai embora, aí aquilo vira um número e se perde na burocracia. Aí quan-do você vai me ver de novo eu mando resgatar no siste-ma, aí as pessoas resolvem três assuntos; nós precisamos encontrar um jeito de traba-lhar constantemente. Para isso também depende da pau-ta; por isso eu provoquei essa pauta, para colocar coisas no-vas na mesa para a gente po-

der interagir com foco e com prioridades. Então eu tenho um compromisso aqui com vocês de nós trabalharmos de um jeito diferenciado nos próximos quatro anos.

E eu tenho um sonho, com a conclusão do governo da Presidente Dilma, no dia 1º de janeiro de 2015 eu me aposento, literalmente eu faço 30 anos de serviço público e me aposento. Eu sou funcio-nária de carreira do IBAMA, ninguém é perfeito, eu sei dis-so… E eu gostaria de passar para os novos analistas am-bientais que vão me suceder uma nova pauta com realiza-ções e um novo patamar de gestão, com a sociedade, em todas as Reservas Extrativis-tas. É um compromisso meu e um sonho. E eu espero, vou fazer 30 anos de serviço pú-blico… e quando eu comecei, com o Dr. Paulo Nogueira Neto, em 1984, a gente dese-nhava unidade de conserva-ção fazendo um sobrevôo de helicóptero e fazia um mapa e um memorial descritivo e depois ia buscar dinheiro nacional e internacional para criar. Vocês nem participa-

vam, ninguém era nem ouvi-do. E era assim que a gente começou a criar as Estações Ecológicas, as Reservas Bio-lógicas, as APAs (Áreas de Proteção Ambiental). E isso evoluiu com o conceito de Reserva Extrativista com o Chico Mendes, com a Mary, com todo esse pessoal, e nós temos que evoluir para a im-plementação e a gestão dife-renciada destas unidades.

Nós precisamos fazer di-ferente, é um novo ponto de partida, é um novo horizon-te, é um novo compromisso de 10 anos que eu espero nos próximos quatro anos entre-gar com vocês uma nova si-tuação das Reservas Extrati-vistas. Na próxima vamos em outro Estado, vamos visitar outra área, e eu vou mandar o pessoal antes pra sentir o calor do povo e pra sentir as cobranças, o depoimento do que eles viveram aqui, como falou o Roberto Vicentin é o que vai fazer com que eles, segunda-feira, não esqueçam o que eles se comprometeram aqui. Juntos eu espero poder transformá-los, com vocês. E muito obrigada pela acolhida.

PARTICIPANTES do Primeiro Chamado da Floresta

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Rio Branco – Acre, DOMINGO, 21, e SEGUNDA-FEIRA, 22 de agosto de 20114 Página 20 www.pagina20.com.br

Da representante da ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República, Deise Benedito:

- Definição de um novo patamar político de atua-ção do Governo Federal com o movimento social organizado, especialmente com o CNS, na busca do desenvolvimento sustentá-vel na Amazônia.

- Avançar na organiza-ção econômica da produ-ção sustentável no bioma amazônico, projeto estraté-gico do MMA e do MDA. É uma cadeia de providências administrativas, judiciais, até a chegada ao consumi-dor do produto obtido da produção sustentável, que tenha passado por alguma industrialização, que pre-encha os requisitos legais, que tenha valor, que possa

agregar renda a quem pro-duziu.

- Liberação de R$8 mi-lhões de recursos pelo IN-CRA para habitação e infra-estrutura na Ilha do Marajó. Deste total, R$ 1.532.000,00 foram destinados para a in-fraestrutura da Resex Terra Grande-Pracuúba.

- Assinatura de Porta-ria conjunta MDA-MMA para criação de Grupo de Trabalho com o CNS para levantar a demanda de cada assentamento diferenciado, cada Resex, para avançar no que o governo federal está chamando da organi-zação econômica da pro-dução sustentável no bio-ma Amazônia.

- Ações em parceria com o MDA: Programa da Orga-nização Produtiva das Mulhe-res Rurais, para combater a violência física, econômica ou emocional contra a mulher; Programa Nacional de Docu-mentação da Trabalhadora Ru-ral para que elas possam aces-sar as políticas públicas; Fórum Nacional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher do Campo e da Floresta.

- Compromisso da Secre-taria em avançar nas políticas e no debate das desigualda-des entre as mulheres. Não se pode ter políticas somente para as mulheres das cidades.

- Dar visibilidade para a produção das mulheres e ao papel que elas têm na pro-dução e reprodução da vida e na contribuição que dão para a luta dos povos como um todo.

- As políticas públicas para as mulheres ribeirinhas devem ser diferentes, reco-nhecendo sua contribuição para a manutenção e para a reprodução da cultura e da vida na floresta.

- Serviço Ligue 180: qualquer mulher que estiver em situação de violência pode ser orientada e pode denunciar.

- O Programa de Defen-sores de Direitos Humanos é voltado para as pessoas que são ameaçadas de mor-te, sejam elas quilombolas, trabalhadores rurais, extra-tivistas, e a proteção é feita em parceria com o Gover-no do Estado ou com o Governo Federal.

- A comunidade deve informar os casos de vio-lência à Secretaria dos Di-reitos Humanos, para que

as providências sejam to-madas.

- Existe o Disque 100 para informar o que está acon-tecendo e na Ouvidoria de Direitos Humanos os casos serão analisados e os procedi-mentos serão tomados pelas autoridades competentes.

- A Secretaria vai traçar uma estratégia para a prote-ção das pessoas que se sen-tem ameaçadas de morte como foi relatado na reunião.

Da representante da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência

da República, Daniela Fernandes

Da ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira:

- Revisar o processo de gestão pública das Resex por-que o modelo atual não está preparado para lidar com as demandas sociais para a polí-tica ambiental no Brasil.

- Garantir a cidadania ambiental dos moradores de áreas protegidas; tem que ter luz, infraestrutura, gestão de resíduos sólidos, qualidade de vida, as mesmas reivindica-ções dos que moram nas ci-dades do centro-sul do Brasil.

- Além de criar Resex e RDS é preciso implantar, regu-larizar, gerar emprego e renda.

- Assinatura de documen-to criando um Grupo de Tra-balho junto com o MDA e com o CNS com prazo de 60 dias para apresentar proposta de regulamentação da catego-ria Resex, aumentar o poder da comunidade no Conselho

de Gestão, definir prioridades e uma estratégia de como vai ser feita essa mudança.

- Apresentação da pri-meira versão de uma estraté-gia para ampliação e conso-lidação do Sistema Nacional de Unidades de Conserva-ção da Natureza no Brasil com novas metas para 2020.

- Nos próximos quatro anos construir uma nova si-tuação das Reservas Extra-tivistas.

- Analisar o uso de re-cursos da compensação ambiental para mudar o pa-tamar das Reservas Extrati-vistas na Amazônia.

- Criação da Resex Rio Branco-Jauaperi, Roraima: o pedido de criação vai voltar para a Casa Civil da Presi-dência da República; procu-rar conciliação com o Minis-

tério das Minas e Energia e com o Governo do Estado.

- Criação da Resex Mari-nha Primavera, Pará: identifi-car o licenciamento ambiental de um empreendimento da Votorantim na área e procurar um caminho de conciliação.

- Resex Verde Para Sem-pre, Pará: não podemos permitir o precedente de retirar as pessoas quando têm o direito adquirido pela criação da Resex.

- Assinatura de entrega de terras de cinco reservas: Terra Grande-Pracuúba, Gurupá--Melgaço, Caetê-Taperaçu, Riozinho do Anfrísio e Tapa-jós-Arapiuns. A transferência das terras para os titulares, pelo Instituto Chico Mendes, vai acontecer nos dias 4 e 5 de outubro durante o evento “Cidadania Xingu”.

Da secretária do Patrimônio da União (SPU) do Ministério do Planejamento, Paula Motta Lara:

- Imóveis que pertencem à União, hoje estão sendo colocados à disposição de todas as políticas públicas do Governo Federal.

- Compromisso de conti-nuar fazendo a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) para quem tem esse direito.

- Quando se trata de CDRU a competência da SPU é entregar a terra pública que exista dentro da reserva para o MMA; a competência de fazer a gestão ambiental é do MMA. Mas a SPU faz as titulações de ribeirinhos, de extrativistas, de população quilombola, de to-

dos esses movimentos, quan-do não está dentro da reserva.

- No rio Tracuateua já foram atendidas mais de 1.000 famílias ribeirinhas e serão contempla-das mais famílias ainda fora da reserva. No Marajó como um todo 25 mil Concessões de Di-reito Real de Uso já foram en-tregues. Devem ser entregues, além de 80 títulos em parceria com a UFPA, outros 300 em breve. Em Curralinho deverão ser entregues 4.000 títulos nos próximos meses.

- A Amazônia tomou im-portância tão grande que hoje tem um Superintendente em

cada Estado e antes tinham dois em toda a Amazônia. Eles estão à disposição para qualquer assunto.

- A parceria com o MMA vem desde 2008 prá fazer essa titulação, hoje a entre-ga de mais cinco reservas para o MMA foi feita pes-soalmente, para que a titula-ção comece a acontecer em breve pelo ICMBio.

- Assinatura de entrega de terras de cinco reservas: Terra Grande-Pracuúba, Gurupá--Melgaço, Caetê-Taperaçu, Riozinho do Anfrísio e Tapa-jós-Arapiuns.

Do ministro do Desenvolvimento Agrário,Afonso Florence:

VILA Estância, na Resex Terra Grande - Pracuúba, com água cheia

CNS

Compromissos1.4.

2.

5.3.

AFONSO Florence

Mary Allegretti