jornal opa! outubro de 2012

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> Todo mundo quer agradar a Classe C; > Entrevista com Gaby Amarantos; > Os 15 anos do South Park; > Banda Vera Loca fala de seus 10 anos; > O cinema que é feito aqui no Estado; > Dicas para se tornar um freelancer; > Agendão e os show do mês

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Page 1: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012
Page 2: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

GENTE BOA

BRUNA LAIS [email protected]

THAMIRES [email protected]

PALOMA [email protected]

PARTICIPE:Estudantes de jornalismo faça parte do nosso [email protected]

OPA COMUNICAÇÃO LDTA CNPJ: 12040043/0001-80

Publicação mensal para o público universitário de Porto Alegre e Região Metropolitana

Correspondências: Rua Arabutan 724/302 Bairro Navegantes,

Porto Alegre-RS CEP: 90240-470E-mail: [email protected]

Twitter: @jornalopaSite: www.jornalopa.com.br

Edição: Tuio Moraes [email protected] Revisão: Leci e Luiz Erni Moraes

ANUNCIE: João Arthur Moraes

[email protected] (51) 9282.0994

O FUNK DO ROBERTO CARLOSAs coisas mudam nesse mundo. O rei Roberto Carlos

parece que cansou de cantar “Nossa Senhora me dê à mão...” pois se rendeu ao velho e não tão bom funk. A sua nova música Furdúncio, um funk melody, foi gravada em parceria com Erasmo Carlos e fará parte da nova novela da Globo, Salve Jorge.

Agora só falta a Tati Quebra Barraco gravar “Jesus Cristo eu estou aqui” para completar a festa.

VOTOAchei incrível a campanha que o Jn Opa! criou pelo voto consciente. Em um país em que sofremos com nossos políticos corruptos os veículos de imprensa tem que passar a ideia de o quanto é importante o nosso voto.Carolina Dorneles – Porto Alegre

EX-FRESNORodrigo Tavares no Opa! que maravilha! Além de talentoso o cara é muito bonito, ainda mais depois de sair da Fresno - fez a coisa certa.Pâmela Porto – Canoas

SÉRIES NO OPA!Uma ideia para vocês seria ter um espaço para tratar de séries, algo que quase todo mundo curte e tem muito conteúdo. Por mais que a internet traga informações, seria interessante ler no Opa! sobre as nossas séries favoritas. #ficaadica.Daiane – Porto Alegre

VIDA URGENTE Fundação Thiago de Moraes Gonzagawww.vidaurgente.org.br

A Fundação Thiago de Moraes Gonzaga acredita que um trânsito mais humano e seguro depende de cada um de nós. É na infância que estamos mais abertos a novos aprendizados. Por isso, sa-bemos que um exemplo vale mais do que mil palavras.

No mês de outubro o Vida Urgente intensifica suas ações com as crianças e lembra aos pais, mães e responsáveis que com as crian-ças, todo o cuidado é pouco.

Sabe por quê?Atrás de uma bola vem

sempre uma criança. Ela pode ser descuidada, os adultos não. Leve os pequenos para brincar em locais

seguros, como parques, praças ou em áreas cercadas.

As crianças não têm noção de perigo. Devido a sua estatura, seu campo de visão é limitado. Por isso, sempre devem andar e atravessar a rua de mãos dadas com um adulto.

Os acidentes de trânsito são a principal causa de trauma entre crianças de 0 a 14 anos, mas a “boa notícia“ é que o uso correto dos equipamentos de segurança diminui estes riscos em até 71%.

Proteja os pequenos passageiros, sempre embarque e desembarque as crianças pelo lado da calçada.

A maioria dos acidentes de trânsito acontece em menos de 30 minutos de passeio. Utilize sempre a cadeirinha ou equipamento de retenção adequado ao peso e

altura da criança.*Ao comprar uma

cadei-rinha, verifique o selo do INMETRO e leia atentamente o manual de instruções.

CRIANÇA NO TRÂNSITO É OUTRA HISTÓRIA

O Auditório Araújo Viana, recém reinaugurado após uma grande reforma, ganhou uma cerca em torno de todo seu redor, o que causou muita polêmica. Qual a sua opinião sobre isso?

Se colocaram cerca deve haver uma boa razão...se o povo não tem educação ...Fazer o que?Evandra Da Silveira Vaz - Via Facebook

Se o povo não tem educação e, volta e meia, alguns cidadãos depredam o patrimônio público, deveriam colocar grades não apenas no Araújo Viana, mas em outros tantos lugares!Pree de Priscila - Via Facebook

Não adianta reprimir o povo, primeiro devemos educar o povo, colo-car policiamento ao redor do Araújo Viana seria uma boa medida, agora cercar um dos pontos turísticos da cidade não vai resolver nada... ainda pior, vai afastar o cidadão Porto-Alegrense de seus principais pontos turísticos.Giovani Gafforelli - Via Facebook

VITÓRIA STÜ[email protected]

Foto de capa: Carlos Cecconello / FolhaPress

ERIK [email protected]

Page 3: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

Ben 10 e Os Simpsons são para os fracos. Um dos desenhos mais escachados da televisão mundial está debutando. South Park e seu humor negro completam 15 anos satirizando personali-dades da política, mídia e toda a sociedade.

A série estreou em 1997 na TV americana e logo Cartman, Stan, Kyle e Kenny, criados por Trey Park e Matt Stone, motivaram amor e ódio do público. Com histórias cheias de humor ácido, espetando nossos valores morais, o programa é a produção animada mais atual do mercado, já que os episódios são feitos cerca de 6 dias antes de ir para a TV.

15 ANOS DE SOUTH PARK

FALTARÁ BACON NO MUNDOPara aqueles que sonham em fazer parte do Medida Certa do Fantástico, uma boa notícia. Produtores do Reino Unido anunciaramque faltará bacon e salsicha no mundo em 2013. A escassez “inevitável” é culpa do alto custo do milho, necessário para a alimenta-ção dos animais. Segundo a Associação Nacional de Porco na Grã-Bretanha, a seca nos EUA dizimou plan-tações e tornou os custos exorbitantes. Por conta disso, no mundo todo, produtores estão abatendo os animais mais cedo, já que não têm condições de arcar com a alimentação dos bichos. Digam adeus ao X-BACON.

APÓS COMA, MULHER ACORDA HOMOSSEXUAL

Uma mulher jura de pés juntos de que após ficar em coma por 16 dias acordou lésbica. VikkiSalmon, mãe de duas crianças, ficou desacordada após quase morrer em um incêndio na casa dela. Quando acordou, percebeu que em vez de homens, estava desejando mulheres.

- Eu nunca havia tido nenhuma tendência homo-ssexual antes. De repente eu me tornei uma lésbica. Deve ter sido o acidente. É a única explicação que eu posso dar – disse ela.

DOS JOVENS NÃO TEM CURSO UNIVERSITÁRIO

Segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado na semana passada, com dados de 2010, 88% dos jovens de 25 a 34 anos ainda não possuem curso universitário.

88%MENOS DA METADE

TEM ACESSO À INTERNETUma pesquisa realizada pela PNDA (Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios) mostrou que me-nos da metade dos brasileiros têm acesso à internet. No ano passado, 77,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais declararam ter acessado à rede, o que corre-

sponde a 46,5 % da população.

O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamen-tação Publicitária) proibiu a veiculação de uma campanha publicitária da marca de lingerie Duloren.

Na campanha, aparece uma mulher de sutiã, na Rocinha, ao lado de um modelo vestido como policial do Bope - Batalhão de Operações Especiais da PM. A modelo segura um boné do Bope, ao lado da mensagem “Pode-se pacificar um morro, mas nem homem nem soldado nenhum é capaz de dominar uma mulher com lingerie Duloren”.

O CONAR disse que recebeu mais de 20 reclama-ções de pessoas que disseram haver na campanha “ra-cismo, machismo e apelação”, além de ser desrespeitosa à política de segurança pública do Rio de Janeiro.

PROPAGANDA PROIBIDA

BANCOS BRASILEIROS ARRECADAM MAIS QUE OS AMERICANOSOs bancos brasileiros – mesmo estando em grande parte do tempo em greve – tiveram uma rentabilidade de quase 50% maior que a dos bancos dos EUA, no segundo trimestre deste ano.

> Era só o que faltava:

Page 4: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

O Festival de Cinema de Gramado é um evento conhe-cido mundialmente. O que poucos sabem é que depois que o “tapete vermelho” é recolhido, o estado, assim como todo o país, continua firme e forte produzindo um cinema de quali-dade e consistência que é pouco conhecido e valorizado pelo grande público.

Como um dos sócios da produtora e distribuidora Casa de Cinema de Porto Alegre, Giba Assis Brasil, diretor, as-sistente de direção, roteirista e montador de cinema e tele-visão salienta que fazer cinema no Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo, sempre foi uma questão de ciclos, de pequenos surtos de produção que surgem da vontade coletiva de um grupo de pessoas, mas que rapidamente se esgotavam pela imigração para os grandes centros, pela necessidade de sobrevivência e pela falta de infraestrutura.

O que nós chamamos de cinema gaúcho já se tornou uma exceção, ao completar mais de 40 anos de produção - com problemas, com hiatos, mas sem interrupção. “Com a tecnologia digital, a tendência é que o local de produção passe a interessar cada vez menos” diz Assis Brasil.

O Festival de Gramado nasceu, em 1973, com o intuito de possibilitar um contato com quem realmente fazia cinema no Brasil. Com o passar dos anos serviu como um evento de discussão da produção cinematográfica e das relações entre Cultura e Política no país em tempos difíceis driblando a cen-sura.

Nos anos 1980, o Festival continuava sendo o grande

momento de troca de experiências, de ver e mostrar filmes e projetos. De acordo com o diretor de cinema Assis Brasil, sem o Festival, provavelmente, o cinema brasileiro feito no Rio Grande do Sul não teria sobrevivido.

Ocorreram mudanças significativas na produção, no público e no formato do Festival e o Cinema Gaúcho, muito além de sobreviver, continua firme no propósito de produzir filmes de qualidade. Para Assis Brasil, as produções têm muito em comum com o cinema Nacional: a cultura brasileira, a lín-gua, os modos de se relacionar com a imagem e com a história e essa necessidade de se comunicar com a população do país.

CINEMAS ELITIZADOS, PÚBLICO MENOR

O país cresceu nos últimos dez anos, e sua classe mé-dia hoje está um pouco mudada, porém, como salienta Giba, por questões culturais e históricas, o Brasil não gosta de se ver na tela. Situação agravada com o fenômeno da “shoppini-zação”, que fechou praticamente todas as salas de cinema de rua, das periferias e das cidades médias do país, que aumen-tou em mais de dez vezes o preço médio real do ingresso desde 1980, elitizou o cinema e expulsou das salas quem gostava de cinema brasileiro.

Para o futuro do cinema gaúcho, o diretor opina que se deve perceber que ele tem que ser cinema brasileiro indepen-dente do regionalismo: “Na Restinga, no Bom Fim, em Santa Maria, em Bagé, em Viamão, em coproduções com cineastas

DICAS:HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES (2002), NOITE DE SÃO JOÃO(2003)O HOMEM QUE COPIAVA (2003), MEU TIO MATOU UM CARA (2005), SAL DE PRATA (2005), WOOD E STOCK (2006)SANEAMENTO BÁSICO, O FILME (2007),AINDA ORANGOTANGOS(2007)QUASE UM TANGO (2009)ANTES QUE O MUNDO ACABE (2009)A ÚLTIMA ESTRADA DA PRAIA (2011)

paulistas e equipes pernambucanas”. Completa.“O Brasil precisa de mais salas de cinema em lugares

onde elas não existem - fora dos shoppings, nas periferias das grandes cidades e nas cidades com menos de 200 mil habi-tantes”. Explica Giba.

As produções cinematográficas feitas no estado, como em todo o Brasil, são grandiosas e com muita qualidade, existe muito que conhecer e se apaixonar em salas de cinema por ai. O que precisa é mudar essa cultura de que o que vem “de fora” é melhor e começar a prestar mais atenção, valorizar a arte do cinema feito para encantar e transformar, não apenas para obter lucro e sucesso. Tem um mundo lindo e muito bem feito na sétima arte que se parece bem mais conosco do que imaginamos. Confiram!

ESTADO PRODUZ CINEMA, E DO BOMO Estado, que é sede de um dos maiores Festivais de cinema, tem muito a mostrar na sétima arte.

POR THAMIRES ROSA

Page 5: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

QUE TAL SER UM

Para aqueles que não conseguem um bom estágio ou emprego na área que escolheram, uma boa saída é ser um freelancer.

POR PALOMA MOCELLIN

Também conhecido popularmente no Brasil como freela ou frila, o termo inglês é usado para de-nominar o profissional autônomo, que se auto-emprega em diferentes empresas. Ele guia seus trabalhos por projetos, captando e atendendo seus clientes de forma independente.

Hoje em dia ser Freela é muito comum, as pes-soas já estão adeptas de vários empregos sem vínculos, conseguindo assim uma melhor situação financeira. Al-guns especialistas e gerentes de agencias de empregos deixam claro que a saída é boa para profissionais da co-municação, que podem se adaptar facilmente a várias áreas, mas salientam também que “Oportunidades não faltam, quase todas as áreas oferecem oportunidades para freelancers, sobretudo a de serviços”.

Prestes a se formar em jornalismo, Monique Martins aproveitou a campanha política para fazer free-la. Ela fez assessoria de imprensa para um candidato a prefeito, de uma cidade do interior do Estado. Gravou programas de rádio, fez matérias e diagramou um infor-mativo, “Isso é muito importante para minha carreira, além de ter mais experiência, que conta muito numa entrevista de emprego fixo”.

NÃO É VIDA FÁCILEstabelecer-se como freelancer, no entanto, não

é tarefa das mais fáceis. Se, por um lado, o profissional negocia horários e prazos, podendo assumir até mais de um trabalho simultâneo, por outro, é necessário con-quistar uma sólida carteira de clientes para não cair em um período de estiagem.

É sensato não gastar tudo o que ganha em um projeto, achando que vai faturar a mesma bolada no mês seguinte.

As redessociais podem ser utilizadas como fer-ramenta de contato e para conseguir novos trabalhos,

mas isto deve ser feito com critério. O freelancer não é menos formal que um emprego, por isso é importante atentar para a postura, mesmo durante a prospecção de trabalhos. Hoje em dia, as áreas de RH se utilizam das redes de relacionamento para co-nhecer o perfil do candidato.

È importante também salientar a necessidade de foco na profissão, principalmente para os profis-sionais de primeira viagem. Pesquisadores costumam dizer que assim o freela garante bagagem profissional e recheio para o currículo, tornando-se diferencial na busca por um emprego. “Experiência aqui ou ali, nunca é demais”.

TOQUES:PREÇOS: Uma grande questão é quanto cobrar. Cada um tem um preço que ache justo. Se você acredita que seu port-fólio tem qualidade, você já tem experiên-cia, quanto vale sua hora? Calcule tudo, suas despesas, seu equipamento, seu tra-balho e dedicação e achará seu valor.

PROFISSIONALISMO: Ser profissional é essencial. Não importa que agora você tem seu horário. Você não pode se dar ao luxo de acordar a hora que bem entender, sair a hora que quiser. Você pre-cisa ser profissional, estar sempre pre-sente quando seus clientes necessita do seu suporte. É de fundamental importân-cia você ter uma hora pré-estabelecida de trabalho, cumprir prazos e estar sempre a disposição do seu cliente.

FREELA?

Page 6: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

Nunca antes na história deste país tropical a Classe C foi tão paparicada pelas empresas e pela mídia. Novos produtos foram criados para atender esse público e a televisão agora retrata sua vida nas telenovelas.

POR TUIO MORAES

Grandes marcas de cerveja, que antes estavam apenas nas festas dos mais abonados, têm, hoje, produtos mais populares que agradam aos bolsos da galera que faz a festa na laje. As operadoras de celular, para conquistar esse público, dão bônus diários para o pessoal se comunicar.

A mídia também se adequou. Vai demorar até vocês verem retratado na novela das 21h, da Globo, o luxuoso bairro do Leblon, no Rio. Manuel Carlos deve estar prestes a se aposentar. Hoje as histórias se passam em bairros da periferia, onde a alegria e as vantagens de não morar na Zona Sul da capital carioca estão estampadas nos rostos dos personagens.

Antes as empregadas faziam papeis secundários. Hoje, elas são estrelas e pro-tagonistas. As empreguetes hoje é cult, bebê.

Até os telejornais mudaram. Antes, os jornalistas ficavam sentados atrás de grandes e emblemáticas bancadas, hoje dão as notícias em pé, caminhando pelo estúdio – uns até arriscam sentar na mesa – isso transmite proximidade para com o telespectador, parece que o apresentador está caminhando na nossa sala.

A Classe C inflou. Para o professor de graduação e pós-graduação da Faculdade Tecnológica FTEC de Porto Alegre, Romulo Réges Decussatti, as empresas e a mídia veem este novo segmento com outros olhos, “É uma questão quantitativa inicial-mente.Os critérios mais aceitos no mercado para definir classessociais dão conta de que temos cerca de 30% de muito ricos. 50% do meio do bolo é a classe C e os 20% restantes estão na linha de exclusão.Alguns institutos variam nas percentagens, mas, em suma, temos a maior massa consumidora nessa chamada nova classe C”.

Para Rômulo, isso é um retrato do Brasil pós Plano Real, “O Brasil passou a ser um país com políticas monetárias previsíveis e a economia tem alavancado esta visão de longo prazo do Real”.

Mas há muito mais em jogo nesta história. Na visão do marketing, o interesse das empresas em agradar essa classe social está calcado em dois motivos: há mais mercado, mais dinheiro circulando; novos consumidores chegando à classe média, há um deslocamento para cima no consumo, o que se chama de “trade up”. A classe C tem mais poder de comprar o que antes não comprava, já os ricos procuram cada vez mais produtos premium.

Hoje a televisão quer agradar, cada vez mais, a Classe C porque é muito mais fácil de ser atingida do que a velha classe média - eles estão na internet e a nova classe C ainda não.

Parece que o velho mandamento global de que “Pobre não gosta de se ver na TV” mudou, ficou caduco. Já dizia Joãozinho Trinta – o grande carnavalesco brasileiro “Pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual”, ainda mais quando ele está podendo e sendo paparicado.

“AGORA O BREGA VIROU COOL, VIROU HYPE”

No meio de toda essa mudança de classes sociais no Brasil, uma cantora surge do Pará e faz o maior sucesso não só aqui mas internacionalmente. Como seu “exmylove” ela emplacou em uma novela da TV Globo e mostrou que vai muito além do “saia vermelha e camisa preta – chegou para abalar”.

Vencedora de vários prêmios e indicada ao Grammy Latino, Gaby Amarantos nos conta um pouco do seu atual momento.

Opa! - Você acredita que essa ascensão da Classe C que passou a sermelhor vista pela grande mídia ajudou você a ganhar notoriedade nacional?

Gaby - Com certeza. A participação da minha música numa novela da Globo foi um divisor de águas, porque as pessoas não entendiam as músicas que eu fazia, e a novela mostrou um outro uni-verso. Meu trabalho se valorizou. Deixei de ser a Beyoncé do Pará e passei a ser conhecida como Gaby Amarantos.

Opa! - Hoje você fica chateada quando pessoas a chamam ainda deBeyoncé do Pará?Gaby - Imagina. Eu acho bárbaro, fico lisonjeada, acho ela uma artista incrível. Mas quero que fique claro que não quero imitar ninguém e que eu sou a Gaby Amarantos.

Opa! - Traçando um comparativo da sua carreira com a da Beyoncé, o que é parecido e o que não tem nada a ver?Gaby - Eu acho que o meu trabalho dialoga mais com o dela com essa coisa da diva. Nos figurinos também, porque ela tem um apelo visual muito forte. Também fazer uma produção musical que tem a ver com a música da periferia, pois ela pega muito o Hip-Hop e incorpora na música fazendo de uma forma pop.

Opa! - Você sempre usou roupas mais coloridas. Nunca teve medo de chamar de mais a atenção? Ou essa é a real intenção?

Gaby - Eu sou assim mesmo. Gosto de cor, de figurinos diferentes,desde pirralha. E poder usar isso, adaptar a moda à minha arte, é algo que me dá muito prazer. Eu sou muito autêntica e não me preo-cupo com o que os outros vão pensar – eu sou muito livre, despreendida.

Opa! - Você se acha uma pessoa charmosa?Gaby - Eu me acho maravilhosa, linda, gostosa. Tenho uma auto-estima elevada ao cubo. Estou

feliz com meu corpo, com a minha raça e com as minhas origens. Tenho orgulho de mim, do que eu represento e da música que eu faço.

Opa! - Você acha que faz mais sucesso na classe rica ou pobre?Gaby - Eu tenho certeza que estou abrangendo todas as classes. Toco em eventos de milionários

e também da Classe C. Acho que o mais bacana de tudo é agregar o público, porquenos shows que eu tenho feito eu digo: gente parem e olhem para os lados e se vejam. Tem gente de todo o tipo de público, tem famílias, crianças, gays, os moderninhos, a galera mais roqueira e assim vai.

Isso é uma prática nova, as pessoas têm que se misturar, estar juntas para prestigiar o artista, coisa que eu nunca vi acontecer antes. Ou você ia tocar num gueto gay ou num festival underground ou numa feira agropecuária, hoje se misturam as pessoas e todos vão curtir a Gaby. Isso é que eu tenho mais orgulho da minha carreira, todos vivendo em harmonia curtindo o mesmo som.

Opa! - Hoje o chamado Tecnobrega está sendo mais ouvido no Brasil. Você acha que isso é uma febre, que logo vai passar?

Gaby - Pra te ser sincera eu acho que esse estilo de música sempre fez sucesso e sempre vai fazer.A única diferença é que agora as pessoas não têm mais vergonha de assumir que estão ouvindo e que gostam disso. Agora o brega virou cool, virou hype. O Tecnobrega está fazendo sucesso internacional já era hora do Brasil assumir que sempre amou o brega, se aceitar.

Opa! - Qual é o sonho que você ainda não realizou?Gaby - Ah, tem muita coisa que eu quero fazer, tenho muitos projetos. Levar essa música para um

mundo inteiro e mostrar para todos que esse estilo tem que ser respeitado. Tenho ideias de gravar com outros artistas. Tenho outros projetos paralelos também, porque não sou uma cantora de Tecno-brega, sou uma cantora brasileira que por acaso está cantando Tecnobrega agora. O meu disco tem várias vertentes, eu venho de uma família de sambistas. Quero mostrar para as pessoas que eu sou uma cantora brasileira, que posso cantar qualquer estilo que tenho vontade,sempre modernizando, dando a minha leitura às coisas.

Opa! - Então pode ser que um dia a gente encontre um disco de Gaby Amarantos cantando samba e pagode?

Gaby - Sim, não só samba, mas qualquer outro estilo que eu me identifique. Que seja a minha verdade, não cantar apenas o que está na moda porque senão eu estaria, no momento, cantando sertanejo e não Tecnobrega.

ENTENDA A, B, C E DClasse A: Ganha acima de R$ 15.300,00Classe B: de R$ 7.650,00 até R$ 15.300,00Classe C: de R$ 3.060,00 até R$ 7.650,00Classe D: de R$ 1.020,00 até R$ 3.060,00Classe E: Até R$ 1.020,00.

CLASSE C DE CONSUMOSegundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística), nos últimos cinco anos, com a forte aceleração econômica a partir de 2006, cerca de 20 milhões de brasileiros passaram para a classe C. Eles vieram, em sua grande maioria, das classes D/E.

No mesmo período a classe D/E encolheu de 46% do total da população para 26%. Já a C cresceu de 32% para 49%. A classe A/B manteve-se praticamente estável. Seu tamanho oscilou de 20% para 23% do total da população.

Page 7: JORNAL OPA! OUTUBRO DE 2012

Nunca antes na história deste país tropical a Classe C foi tão paparicada pelas empresas e pela mídia. Novos produtos foram criados para atender esse público e a televisão agora retrata sua vida nas telenovelas.

POR TUIO MORAES

Grandes marcas de cerveja, que antes estavam apenas nas festas dos mais abonados, têm, hoje, produtos mais populares que agradam aos bolsos da galera que faz a festa na laje. As operadoras de celular, para conquistar esse público, dão bônus diários para o pessoal se comunicar.

A mídia também se adequou. Vai demorar até vocês verem retratado na novela das 21h, da Globo, o luxuoso bairro do Leblon, no Rio. Manuel Carlos deve estar prestes a se aposentar. Hoje as histórias se passam em bairros da periferia, onde a alegria e as vantagens de não morar na Zona Sul da capital carioca estão estampadas nos rostos dos personagens.

Antes as empregadas faziam papeis secundários. Hoje, elas são estrelas e pro-tagonistas. As empreguetes hoje é cult, bebê.

Até os telejornais mudaram. Antes, os jornalistas ficavam sentados atrás de grandes e emblemáticas bancadas, hoje dão as notícias em pé, caminhando pelo estúdio – uns até arriscam sentar na mesa – isso transmite proximidade para com o telespectador, parece que o apresentador está caminhando na nossa sala.

A Classe C inflou. Para o professor de graduação e pós-graduação da Faculdade Tecnológica FTEC de Porto Alegre, Romulo Réges Decussatti, as empresas e a mídia veem este novo segmento com outros olhos, “É uma questão quantitativa inicial-mente.Os critérios mais aceitos no mercado para definir classessociais dão conta de que temos cerca de 30% de muito ricos. 50% do meio do bolo é a classe C e os 20% restantes estão na linha de exclusão.Alguns institutos variam nas percentagens, mas, em suma, temos a maior massa consumidora nessa chamada nova classe C”.

Para Rômulo, isso é um retrato do Brasil pós Plano Real, “O Brasil passou a ser um país com políticas monetárias previsíveis e a economia tem alavancado esta visão de longo prazo do Real”.

Mas há muito mais em jogo nesta história. Na visão do marketing, o interesse das empresas em agradar essa classe social está calcado em dois motivos: há mais mercado, mais dinheiro circulando; novos consumidores chegando à classe média, há um deslocamento para cima no consumo, o que se chama de “trade up”. A classe C tem mais poder de comprar o que antes não comprava, já os ricos procuram cada vez mais produtos premium.

Hoje a televisão quer agradar, cada vez mais, a Classe C porque é muito mais fácil de ser atingida do que a velha classe média - eles estão na internet e a nova classe C ainda não.

Parece que o velho mandamento global de que “Pobre não gosta de se ver na TV” mudou, ficou caduco. Já dizia Joãozinho Trinta – o grande carnavalesco brasileiro “Pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual”, ainda mais quando ele está podendo e sendo paparicado.

“AGORA O BREGA VIROU COOL, VIROU HYPE”

No meio de toda essa mudança de classes sociais no Brasil, uma cantora surge do Pará e faz o maior sucesso não só aqui mas internacionalmente. Como seu “exmylove” ela emplacou em uma novela da TV Globo e mostrou que vai muito além do “saia vermelha e camisa preta – chegou para abalar”.

Vencedora de vários prêmios e indicada ao Grammy Latino, Gaby Amarantos nos conta um pouco do seu atual momento.

Opa! - Você acredita que essa ascensão da Classe C que passou a sermelhor vista pela grande mídia ajudou você a ganhar notoriedade nacional?

Gaby - Com certeza. A participação da minha música numa novela da Globo foi um divisor de águas, porque as pessoas não entendiam as músicas que eu fazia, e a novela mostrou um outro uni-verso. Meu trabalho se valorizou. Deixei de ser a Beyoncé do Pará e passei a ser conhecida como Gaby Amarantos.

Opa! - Hoje você fica chateada quando pessoas a chamam ainda deBeyoncé do Pará?Gaby - Imagina. Eu acho bárbaro, fico lisonjeada, acho ela uma artista incrível. Mas quero que fique claro que não quero imitar ninguém e que eu sou a Gaby Amarantos.

Opa! - Traçando um comparativo da sua carreira com a da Beyoncé, o que é parecido e o que não tem nada a ver?Gaby - Eu acho que o meu trabalho dialoga mais com o dela com essa coisa da diva. Nos figurinos também, porque ela tem um apelo visual muito forte. Também fazer uma produção musical que tem a ver com a música da periferia, pois ela pega muito o Hip-Hop e incorpora na música fazendo de uma forma pop.

Opa! - Você sempre usou roupas mais coloridas. Nunca teve medo de chamar de mais a atenção? Ou essa é a real intenção?

Gaby - Eu sou assim mesmo. Gosto de cor, de figurinos diferentes,desde pirralha. E poder usar isso, adaptar a moda à minha arte, é algo que me dá muito prazer. Eu sou muito autêntica e não me preo-cupo com o que os outros vão pensar – eu sou muito livre, despreendida.

Opa! - Você se acha uma pessoa charmosa?Gaby - Eu me acho maravilhosa, linda, gostosa. Tenho uma auto-estima elevada ao cubo. Estou

feliz com meu corpo, com a minha raça e com as minhas origens. Tenho orgulho de mim, do que eu represento e da música que eu faço.

Opa! - Você acha que faz mais sucesso na classe rica ou pobre?Gaby - Eu tenho certeza que estou abrangendo todas as classes. Toco em eventos de milionários

e também da Classe C. Acho que o mais bacana de tudo é agregar o público, porquenos shows que eu tenho feito eu digo: gente parem e olhem para os lados e se vejam. Tem gente de todo o tipo de público, tem famílias, crianças, gays, os moderninhos, a galera mais roqueira e assim vai.

Isso é uma prática nova, as pessoas têm que se misturar, estar juntas para prestigiar o artista, coisa que eu nunca vi acontecer antes. Ou você ia tocar num gueto gay ou num festival underground ou numa feira agropecuária, hoje se misturam as pessoas e todos vão curtir a Gaby. Isso é que eu tenho mais orgulho da minha carreira, todos vivendo em harmonia curtindo o mesmo som.

Opa! - Hoje o chamado Tecnobrega está sendo mais ouvido no Brasil. Você acha que isso é uma febre, que logo vai passar?

Gaby - Pra te ser sincera eu acho que esse estilo de música sempre fez sucesso e sempre vai fazer.A única diferença é que agora as pessoas não têm mais vergonha de assumir que estão ouvindo e que gostam disso. Agora o brega virou cool, virou hype. O Tecnobrega está fazendo sucesso internacional já era hora do Brasil assumir que sempre amou o brega, se aceitar.

Opa! - Qual é o sonho que você ainda não realizou?Gaby - Ah, tem muita coisa que eu quero fazer, tenho muitos projetos. Levar essa música para um

mundo inteiro e mostrar para todos que esse estilo tem que ser respeitado. Tenho ideias de gravar com outros artistas. Tenho outros projetos paralelos também, porque não sou uma cantora de Tecno-brega, sou uma cantora brasileira que por acaso está cantando Tecnobrega agora. O meu disco tem várias vertentes, eu venho de uma família de sambistas. Quero mostrar para as pessoas que eu sou uma cantora brasileira, que posso cantar qualquer estilo que tenho vontade,sempre modernizando, dando a minha leitura às coisas.

Opa! - Então pode ser que um dia a gente encontre um disco de Gaby Amarantos cantando samba e pagode?

Gaby - Sim, não só samba, mas qualquer outro estilo que eu me identifique. Que seja a minha verdade, não cantar apenas o que está na moda porque senão eu estaria, no momento, cantando sertanejo e não Tecnobrega.

ENTENDA A, B, C E DClasse A: Ganha acima de R$ 15.300,00Classe B: de R$ 7.650,00 até R$ 15.300,00Classe C: de R$ 3.060,00 até R$ 7.650,00Classe D: de R$ 1.020,00 até R$ 3.060,00Classe E: Até R$ 1.020,00.

CLASSE C DE CONSUMOSegundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística), nos últimos cinco anos, com a forte aceleração econômica a partir de 2006, cerca de 20 milhões de brasileiros passaram para a classe C. Eles vieram, em sua grande maioria, das classes D/E.

No mesmo período a classe D/E encolheu de 46% do total da população para 26%. Já a C cresceu de 32% para 49%. A classe A/B manteve-se praticamente estável. Seu tamanho oscilou de 20% para 23% do total da população.

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Apesar de, muitas vezes, a convivên-cia com os pais ter momentos complicados, cada vez mais jovens não pensam em sair de casa tão cedo.Pontos positivos estão influ-indo mais do que os negativos na hora dos filhos colocarem na balança se vale a pena dar adeus à comidinha de mamãe.

Roupa lavada, casa arrumada e o conforto de não precisar se preocupar em cuidar de um lar estão entre os principais motivos para que, hoje em dia, os jovens continuem morando em casa. A liberdade de morar sozinho já não pesa tanto assim quando comparada com outras vantagens de estar no “ninho”.

Autonomia, liberdade e independên-cia para quê? Os jovens pensam em morar sozinhos um dia, mas somente quando estiverem seguros desta decisão e para construírem sua própria família. O principal motivo de estarem em casa é o bom relacio-namento com os pais. Assim como acontece com Augusto Schneider, 27, mais conhecido como “Guto” que diz estar em casa porque gosta de saber como está a vida dos pais, sente prazer em tê-los por perto.

Até pouco tempo atrás o diálogo en-

tre gerações era muito mais difícil. Sexuali-dade e drogas eram temas que não estavam entre os assuntos de família. É importante para os pais estabelecer limites aos jovens, expor o que acham certo e errado que os filhos façam. Mesmo que haja divergência de opiniões, afinal, o conflito é importante para o amadurecimento do adolescente. Pais de verdade são aqueles que exercem o seu papel de orientar e educar.

Para dona Tereza Schneider,60, mãe de Augusto, existem limites. Pede que o filho diga aonde vai, que horas volta e com quem vai estar. “É bom ter o Augusto em casa, acho importante que permaneça até se formar na faculdade”.

Seu Valdir Schneider, 61, pai de Augusto, explica que sua juventude foi sa-crificada e tinha que ajudar em casa. “Meus filhos não vão passar dificuldades, na minha casa não tem tempo para sair, e mesmo quando sair, sempre que tiver dificuldades estaremos aqui. Conhecemos e reconhec-emos as dificuldades das famílias que têm filhos”.

Sobre as drogas, seu Valdir afirma que desde que os filhos eram pequenos

sempre falaram sobre isto, alertavam para que não aceitassem caso alguém oferecesse.

“Nunca deixamos de falar sobre qualquer assunto na frente de nossos filhos, para que pudessem ter conhecimento sobre a vida e escolher entre o bem e o mal. Se a árvore é boa, a fruta cai ao lado dela” diz Valdir.

Quando questionado sobre o que mais gosta em casa, Guto não pensa duas vezes e afirma: a comida da mãe!

Claro que, além disso, a participa-ção da vida dos pais, o convívio familiar em si são fatores que contam muito. Diz que aos poucos está aprendendo as tarefas de casa para “se virar” futuramente. Ele pensa em sair do “ninho”, construir sua própria casa, até mesmo como portfólio, já que é formando em Design de Produtos e a futura esposa de Guto, Ivana Lazzaron Pereira, 30,

é arquiteta.“Conforme vou ficando experiente,

vou dando dicas para direcioná-los e auxiliá-los nos negócios”. Augusto ainda explica que sempre teve liberdade em relação a ir para festas, mas com muita instrução dos pais, entre o certo e o errado.

“Até hoje, quando vou viajar ou não estou em casa, minha mãe liga perguntando se vou demorar, sempre preocupada com a comida para mim, com minha saúde.”

As regalias com o filho e com a nora não são poucas, desde frutas picadas depois das refeições até levar janta no quarto, dona Tereza sempre gosta de agradar. A casa dos pais é um local quente e acolhedor, mas faz parte do processo de amadurecimento enfrentar o mundo e construir o próprio futuro. E você está preparado pra isso?

MORAR NA CASA DOS PAIS POR MAIS TEMPOJovens que acham ótimo ficar com a família, desfrutando de carinho, apoio, liberdade, comida predileta e outros confortos, está cada vez mais comum.

POR BRUNA LAIS ALVES

> O DIA QUE EU NÃO SAI DE CASA:

Família Schneider reunida

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Os fãs do rock gaúcho têm um motivo a mais para idolatrar a banda Vera Loca. O grupo está comemorando 10 anos de estrada e a data não podia passar em branco. Assim, no dia 15 de novembro a banda estará no Bar Opi-nião gravando seu primeiro DVD,que ainda não tem nome, composto por cerca de 20 clássicos e músicas de todos os discos de uma década de carreira.

Formada por Diego Dias (tecla-do), Hernán Gonzáles (guitarra), Fabrí-cio Beck (vocal), Luigi Vieira (bateria) e Mumu (baixo), os roqueiros, oriundos de Tupanciretã, Buenos Aires, Porto Alegre e Santa Maria, já gravaram qua-

tro discos: Meu toca disco se matou, Distúrbios do amor e rock´nroll, Vera Loca III e Parece que foi ontem. Como premiação, receberam, em 2011, duas indicações de melhor disco de rock pela revista Dynamite, como melhor álbum de rock lançado no Brasil. No Prêmio Açorianos receberam a indicação de melhor disco de rock. E, a capa do disco Vera Loca III foi escolhida pela Revista Época como a melhor capa de disco lan-çado em 2008.

Os próximos shows de outubro da Vera Loca são em Bagé, dia 11, São Gabriel, dia 12, Santa Maria, dia 13, e Igrejinha, dia 25. A agenda completa

VERA LOCA MULTÍMIDIABanda gaúcha comemora 10 anos de muito som.

POR VITÓRIA STÜRMER BORLETTI

FLANDERS 72Foi com inspiração nos Ramones

e de uma brincadeira entre colegas que a Flanders 72 nasceu. Tocando Punck Rock, hoje a banda conta com Paulinho Tscherni-ak (vocal/guitarra), Rodrigo Falkoski (baixo) e na Vitor (bateria).

Os caras fizeram, recentemente, um minitour por São Paulo e já tocaram em estados como SC, PR e muitas cidades do RS. Com vários EPs lançados, foi em 2011 que lançaram o primeiro disco de verdade, chamado South American Punk Rock-ers, que este ano foi indicado ao Prêmio Dynamite como melhor disco de Punk Rock do Brasil.

Nos planos da Flanders 72 está gra-var um novo disco.A ideia é gravar um disco a cada dois anos e também trabalhar nos clipes do South American Punk Rockers.

ACHE-OS:www.flanders72.com facebook.com/flanders72twitter.com/flanders72

AGENDA: 11/10 - Com Tequila Baby no Arena

Palco 7 em Estância Velha14/10 - na festa Green Brothers no

Black Stone Studio em Porto Alegre20/10 - com Richie Ramone no Beco

pode ser conferida no www.veraloca.com. Os ingressos para a gravação do DVD podem ser adquiridos em todas as Lojas Trópico ou pelo www.opiniaoin-gressos.com.

Conforme Diego Dias, completar uma década de banda é estar maduro o suficiente para lançar um DVD. “Como somos uma banda que produz muito, sempre adiamos por querer mostrar músicas novas. Mas, além da nossa von-tade, nosso público sempre nos cobrou muito um show para levar para a sua casa”, exalta. Ele garante que o trabalho será bem aceito, já que será lançado em todo o Brasil.

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2619ONDE? TEATRO DO SESI HORA? 22H

BRUNO E MARRONE

18ONDE? TEATRO DO SESI HORA? 21H

DIOGO NOGUEIRA

ALCIONE

ONDE? TEATRO DO SESI HORA? 21H

SLASH

09/11ONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21H

MANÁ 01/11ONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21HONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21H

SUGAR RAY

28ONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21H

ALEXANDRE PIRES

19ONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21H

CHARLIE BROWN JR. + COMUNIDADE NIN-JITSU

20ONDE? PEPSI ON STAGE HORA? 21H

NORAH JONES

19ONDE? ARAÚJO VIANA HORA? 21H

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Esqueça aquele Juventude trei-nado por Valmir Louruz, com dinheiro em caixa, investido por uma grande multinacional (a mesma que patrocinou o Palmeiras). Aquele Juventude que acabou conquistando a Copa do Brasil de 1999, num Maracanã tomado por 100 mil torcedores fiéis ao Botafogo e que nas semifinais silenciou o estádio Beira-Rio com uma acachapante vitória por 4 x 0 contra os donos da casa.

A realidade do clube de Caxias do Sul, hoje, é bem diferente e desani-madora. Em cinco anos, a equipe caiu da primeira para a quarta divisão na-cional e, após mais uma tentativa fra-cassada de retorno à Série C neste ano, tenta se reerguer através da Copa Hélio Dourado, competição disputada por clubes do interior do Estado e que ga-rante vaga para a Copa do Brasil e Série D 2013.

Para o jornalista Fabiano Bal-dasso do Grupo Bandeirantes, a grande responsável pelo atual momento do clube foi a falta de planejamento para encarar o novo momento. “O período da parceria foi o melhor da história do clube e os principais títulos se deram por conta dela. O grande problema foi quando esse ‘casamento’ se desfez. O clube não soube se recolocar em objeti-

vos, continuou acreditando que era um dos principais do futebol nacional e isso não correspondia a realidade.”

A necessidade de montar uma equipe competitiva para o Campeonato Gaúcho do ano seguinte e o pouco di-nheiro em caixa devido à queda para a Série B, fez com que a diretoria alviverde optasse por contratar jogadores a baixo custo e investir pesado na categoria de base. A mescla deu certo e acarretou na improvável vitória frente ao Grêmio nas semifinais, em pleno Olímpico, ganhan-do assim, a chance de disputar o título regional contra o Internacional.

Entretanto, o colorado fez pre-valecer seu favoritismo e massacrou a equipe da serra por 8 x 1, com direito a gol de pênalti do goleiro Clemer. Mes-mo assim, a esperança reacendia no Jaconi e o clube ia forte para a disputa da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Com um começo promissor, o alviverde dava sinais de que o retorno era questão de tempo, mas aos poucos o rendimento da equipe foi decaindo e, com ele, o sonho de voltar à elite acabou em um mero oitavo lugar.

O ano de 2009 foi tortuoso para a papada. Após uma campanha pífia, acabando na 17° colocação, o Juven-tude estava rebaixado pela primeira

vez à terceira divisão nacional. Mes-mo acompanhando o clube de longe, já que é estudante de medicina em Pelotas, Patrick Bandeira classifica esta temporada como a mais triste do clube. “O momento mais complicado foi o descenso para a série C, em 2009. Ali ficaram claras as dificuldades que o clube tinha e o quanto faltava de orga-nização para voltar à serie A”.

Com pouco investimento no futebol, a equipe acabou quase re-baixada para a série B do Gauchão em 2010 e meses mais tarde, um verda-deiro pesadelo: a queda para a quarta divisão do Campeonato Brasileiro e o maior vexame dos 99 anos da história do clube. Mesmo sem fazer sombras ao que já foi em um passado não tão remoto, o vice-cônsul do clube em Porto Alegre, Leonardo Viccari, conclui acreditando no retorno da equipe as grandes competições de nível nacional e faz uma reflexão a respeito do atual momento. “O que mais dói é ver que o Juventude não está no lugar que real-mente deveria mas, querendo ou não, acabou por merecer estar nessa situa-ção. A meta deve ser chegar à Série B e nela ficar. É um torneio rentável e que garante a autossustentabilidade dos clubes mais organizados”.

JUVENTUDEO MAU MOMENTO DO

Tradicional equipe do futebol gaúcho vive um verdadeiro drama em sua história.POR ERIK PASTORIS