jornal oficial - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/ano de...

30
Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008 I Série Número 159 REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA JORNAL OFICIAL 3.º Suplemento Sumário ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMADA MADEIRA Resolução da Assembleia Legislativa n.º 31/2008/M Resolve apresentar à Assembleia da República a proposta de lei que cria o subsídio de insularidade aos funcionários públicos e elementos das forças de segurança a exercerem funções na Região Autónoma da Madeira e estabelece o seu regime. Resolução da Assembleia Legislativa n.º 32/2008/M Resolve apresentar à Assembleia da República a proposta de lei intitulada atribuição de subsídio de insularidade aos funcionários públicos que prestam serviço nos serviços periféricos do estado instalados na Região. Resolução da Assembleia Legislativa n.º 33/2008/M Resolve pedir a inconstitucionalidade da Lei n.º 62-A/2008, de 11 de Novembro, que nacionaliza todas as acções representativas do capital social do Banco Português de Negócios, S. A., e aprova o regime jurídico de apropriação pública por via de nacionalização. Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/M Define o sistema regional de gestão territorial.

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008

ISérie

Número 159

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

JORNAL OFICIAL

3.º Suplemento

Sumário

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMADA MADEIRAResolução da Assembleia Legislativa n.º 31/2008/M

Resolve apresentar à Assembleia da República a proposta de lei que cria o subsídio deinsularidade aos funcionários públicos e elementos das forças de segurança a exerceremfunções na Região Autónoma da Madeira e estabelece o seu regime.

Resolução da Assembleia Legislativa n.º 32/2008/MResolve apresentar à Assembleia da República a proposta de lei intitulada atribuição desubsídio de insularidade aos funcionários públicos que prestam serviço nos serviçosperiféricos do estado instalados na Região.

Resolução da Assembleia Legislativa n.º 33/2008/M Resolve pedir a inconstitucionalidade da Lei n.º 62-A/2008, de 11 de Novembro, quenacionaliza todas as acções representativas do capital social do Banco Português deNegócios, S. A., e aprova o regime jurídico de apropriação pública por via denacionalização.

Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/M Define o sistema regional de gestão territorial.

Page 2: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

ASSEMBLEIALEGISLATIVA DAREGIÃO AUTÓNOMADAMADEIRA

Resolução da Assembleia Legislativa da RegiãoAutónoma da Madeira n.º 31/2008/M

de 26 de Dezembro

Proposta de lei à Assembleia da República - Atribuiçãodo subsídio de insularidade aos funcionários públicos eelementos das forças de segurança a exercerem funções naRegião Autónoma da Madeira.

Nos últimos anos os funcionários públicos e os elementosdas forças de segurança a exercerem funções na RegiãoAutónoma da Madeira têm vindo a perder poder de compra.

Tal facto resulta, por um lado, das políticas económicasdesenvolvidas nos últimos anos pelos sucessivos Governosda República e, por outro, do aumento do custo com ostransportes marítimos e aéreos para a Região, em resultadoda alta de preços do petróleo, com inevitáveis repercussõesno aumento do custo de vida na Região.

Ora, tal facto tem tido particular incidência na RegiãoAutónoma da Madeira quando conjugado com os efeitospermanentes dos custos de insularidade.

Neste particular, em cumprimento do princípio dasolidariedade do Governo da República para com as RegiõesAutónomas, consagrado na Constituição da RepúblicaPortuguesa e no Estatuto Político-Administrativo da RegiãoAutónoma da Madeira, é da mais elementar justiça socialatribuir aos funcionários públicos e aos elementos das forçasde segurança a exercerem funções nesta Região um subsídiode insularidade que se traduza num acréscimo deremuneração de 10 % sobre o seu vencimento base.

Sendo inteiramente justo que o subsídio de insularidadeseja suportado através do Orçamento de Estado, na medidaem que não deverão ser os Madeirenses a terem de suportaros custos da sua insularidade. Pois seria uma situaçãoduplamente penalizadora.

Nestes termos: A Assembleia Legislativa da Madeira, ao abrigo dos

artigos 167.º, n.º 1, e 227.º, n.º 1, alínea f), da Constituiçãoda República, e do artigo 37.º, n.º 1, alínea b), do EstatutoPolítico-Administrativo da Região Autónoma da Madeira,aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de Junho, revisto e alteradopelas Leis n.os 130/99, de 21 de Agosto, e 12/2000, de 21 deJunho, apresenta à Assembleia da República a seguinteproposta de lei:

Artigo 1.º Objecto

A presente lei cria o subsídio de insularidade na RegiãoAutónoma da Madeira e estabelece o seu regime.

Artigo 2.º Âmbito de aplicação

1 - O regime constante do presente diploma aplica-se: a) Aos funcionários e agentes em efectividade

de serviço na administração pública regionale local da Região Autónoma da Madeira;

b) Aos elementos da Polícia de SegurançaPública, Guarda Nacional Republicana,Polícia Judiciária, Polícia Marítima,Serviços de Informações de Segurança,Serviço de Estrangeiros e Fronteiras epessoal do Corpo da Guarda Prisionalcolocados na Região Autónoma da Madeira;

c) Ao pessoal que se encontra na situação dedesligado do serviço aguardando aposen-tação ou reforma.

2 - Excluem-se do disposto no número anterior osmembros do Governo Regional, o Representante daRepública, os titulares de cargos autárquicos eleitos,os deputados, os titulares de cargos dirigentes ouequiparados e ainda aqueles cuja nomeação, assenteno princípio da livre designação, se fundamente emrazões de especial confiança ou responsabilidade e,como tal, sejam declarados por lei.

Artigo 3.º Montante do subsídio

O subsídio de insularidade objecto deste diploma fixa-seem 10 %.

Artigo 4.º Pagamento

1 - O subsídio de insularidade é pago de uma só vez nomês Março de cada ano, salvo nos casosexpressamente referidos no presente diploma.

2 - Nos casos de cessação definitiva de funções antes domês de Março, o subsídio será pago com o últimovencimento recebido pelo funcionário ou agente.

Artigo 5.º Cálculo do subsídio

1 - O subsídio de insularidade é calculado em função dovencimento base anual a que os funcionários eagentes tenham direito no ano anterior àquele emque o subsídio deve ser efectivamente pago,abrangendo os subsídios de férias e de Natal.

2 - No 1.º ano civil em que é prestado serviço em termosque confiram direito à atribuição do subsídio deinsularidade, este será de valor correspondente atantos duodécimos quantos os meses de serviçocompletos que vierem a perfazer-se até 31 deDezembro, contando-se, para o efeito, os meses decalendário, e é pago no mês de Março do anoseguinte.

3 - Para efeitos do disposto no número anterior,considera-se como mês completo de serviço operíodo de duração superior a 15 dias que restar noconjunto, em meses, do tempo de serviço.

Artigo 6.º Entrada em vigor

O presente diploma produz efeitos na data de entrada emvigor da Lei do Orçamento do Estado para 2010.

Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativada Região Autónoma da Madeira em 20 de Novembro de2008.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, José MiguelJardim d'Olival Mendonça

Resolução da Assembleia Legislativa da RegiãoAutónoma da Madeira n.º 32/2008/M

de 26 de Dezembro

Proposta de lei à Assembleia da República - Resolveapresentar à Assembleia da República a proposta de lei

intitulada atribuição de subsídio de insularidade aosfuncionários públicos que prestam serviço nos serviços

periféricos do Estado instalados na Região Autónoma da Madeira

2 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 3: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Exposição de motivos São vários os serviços periféricos do Estado, instalados

na Região Autónoma da Madeira, cujos funcionários eagentes auferem vencimentos que são suportados pelorespectivo departamento da Administração Pública directa ede fundos e institutos autónomos de que dependem,nomeadamente na defesa e segurança, no ensino superior enoutros serviços.

Alguns sectores da Administração Pública comtrabalhadores a prestar serviço na Região Autónoma daMadeira já atribuem subsídios de insularidade ouequivalentes, de valores diferenciados, enquanto outros nãocontemplam compensações que atenuem os custos derivadosdas características resultantes do fenómeno da ultraperiferiada Região.

Na verdade, razões existem que fundamentam aestatuição de um complemento corrector ou compensadorpara os trabalhadores da função pública que dependem deserviços periféricos, por isso não regionalizados.

Mantém-se a existência de problemas naturais destapopulação insular, objectivamente condicionada por factoresgeográficos que propiciam particularidades económicas,sociais e culturais, que justificam um tratamento específicoem matéria de remunerações financeiras.

O subsídio que ora se propõe na presente proposta de leià Assembleia da República, obedece a critérios como são osque determinam algumas limitações da não atribuição dosubsídio aos trabalhadores que já auferem subsídio denatureza similar de valor igual ou superior ao que é criadopela presente lei.

Por outro lado, o subsídio será pago com o vencimentomensal, nos 12 meses do ano, bem como com o subsídio deférias e de Natal.

Assim, nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo 227.º daConstituição da República e da alínea b) do n.º 1 do artigo37.º do Estatuto Político-Administrativo da RegiãoAutónoma da Madeira, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 deJunho, alterada pelas Leis n.ºs 130/99, de 21 de Agosto, e12/2000, de 21 de Junho, a Assembleia Legislativa da RegiãoAutónoma da Madeira apresenta à Assembleia da Repúblicaa seguinte proposta de lei:

Artigo 1.º Objecto

A presente lei cria o subsídio de insularidade na RegiãoAutónoma da Madeira e estabelece o seu regime.

Artigo 2.º Âmbito de aplicação

1 - O regime constante no presente diploma aplica-se: a) Aos funcionários e agentes em efectividade

de serviço nos departamentos e serviços daAdministração Pública directa e de fundos einstitutos autónomos não regionalizados;

b) Ao pessoal que se encontra na situação dedesligado do serviço dos departamentos eserviços referidos na alínea anterioraguardando a aposentação ou reforma.

2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior: a) Os funcionários e agentes, titulares de cargos

dirigentes ou equiparados e ainda aquelescuja nomeação, assente no princípio da livredesignação, se fundamente em razões deespecial confiança ou responsabilidade e,como tal, sejam declarados por lei;

b) Os funcionários e agentes dos departamentose serviços referidos na alínea a) do n.º 1 dopresente artigo que exerçam funções na ilhado Porto Santo;

c) Os funcionários e agentes dos departamentose serviços referidos na alínea a) do n.º 1 dopresente artigo que auferem qualquersubsídio de natureza similar de valor igual ousuperior ao que é criado pela presente lei.

3 - Os funcionários e agentes que auferem qualquersubsídio de valor inferior ao que é estabelecido pelapresente lei perceberão a diferença do subsídio atéatingir o valor do subsídio ora criado.

Artigo 3.º Montante do subsídio

O subsídio de insularidade objecto deste diploma fixa-seem 15 %.

Artigo 4.º Pagamento

O subsídio de insularidade, referido no artigo anterior, épago com o vencimento mensal, nos 12 meses do ano, bemcomo com o subsídio de férias e de Natal.

Artigo 5.º Cálculo do subsídio

1 - Sem prejuízo do estipulado no n.º 2 do artigo 2.º, osubsídio criado pelo presente diploma é calculadoem função do vencimento base anual a que osfuncionários e agentes tenham direito nesse ano,abrangendo os subsídios de férias e de Natal.

2 - No 1.º ano civil em que é prestado serviço em termosque confiram direito à atribuição do subsídio deinsularidade, este será de valor correspondente atantos duodécimos quantos os meses de serviçocompletos que vierem a perfazer-se até 31 deDezembro.

3 - Para efeitos do disposto no número anterior,considera-se como mês completo de serviço operíodo de duração superior a 15 dias.

Artigo 6.º Entrada em vigor e produção de efeitos

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da suapublicação, sendo contudo as implicações financeirasemergentes aplicadas desde a entrada em vigor e produçãode efeitos do Orçamento do Estado do ano subsequente ao daentrada em vigor do presente diploma.

Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativada Região Autónoma da Madeira em 20 de Novembro de2008.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, José MiguelJardim d'Olival Mendonça

Resolução da Assembleia Legislativa da RegiãoAutónoma da Madeira n.º 33/2008/M

de 29 de Dezembro

Pedido de inconstitucionalidade da Lei n.º 62-A/2008, de11 de Novembro - Nacionaliza todas as acçõesrepresentativas do capital social do Banco Português deNegócios, S.A., e aprova o regime jurídico de apropriaçãopública por via de nacionalização.

29 de Dezembro de 2008 S - 3INúmero 159

Page 4: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

No dia 3 de Novembro de 2008, o Governo da Repúblicaapresentou na Assembleia da República a proposta de Lei n.º 230/X - «Nacionaliza todas as acções representativas docapital social do Banco Português de Negócios, S.A., eaprova o regime jurídico de apropriação pública por via denacionalização».

No mesmo dia, o diploma baixou à Comissão deOrçamento e Finanças da Assembleia da República paraemissão do relatório, tendo sido nomeado relator o deputadodo Bloco de Esquerda Francisco Louçã.

Aos 5 dias de Novembro de 2008 procedeu-se à discussãoe votação na generalidade do diploma. Acto contínuo,procedeu-se à discussão e votação na especialidade.Culminando, ainda no mesmo dia, com a sua aprovaçãoatravés da votação final global.

Aprovação que deu origem ao Decreto da Assembleia n.º 251/X - «Nacionaliza todas as acções representativas docapital social do Banco Português de Negócios, S.A., eaprova o regime jurídico de apropriação pública por via denacionalização».

Tendo sido promulgado pelo Presidente da República nodia 11 de Novembro de 2008 e, no mesmo dia, referendadapelo Primeiro-Ministro.

No Diário da República, 1.ª série, n.º 219, de 11 deNovembro de 2008, é publicada a Lei n.º 62-A/2008, de 11de Novembro - «Nacionaliza todas as acções representativasdo capital social do Banco Português de Negócios, S.A., eaprova o regime jurídico de apropriação pública por via denacionalização».

O artigo 1.º da lei em apreço estatui que é aprovado emanexo à mesma, da qual faz parte integrante, o regimejurídico de apropriação pública por via de nacionalização,em execução do disposto no artigo 83.º da Constituição.

O artigo 229.º, n.º 2, da Constituição estabeleceperemptoriamente que «os órgãos de soberania ouvirãosempre, relativamente a questões da sua competênciarespeitantes às regiões autónomas, os órgãos de governoregional». Essa obrigatoriedade de audição surge tambémreiterada no artigo 89.º, n.º 1, do EPARAM, onde seprescreve que «a Assembleia e o Governo da Repúblicaouvem os órgãos de governo próprio da Região Autónomasempre que exerçam poder legislativo ou regulamentar emmatérias da respectiva competência que à Região digamrespeito».

Este dever de audição dos órgãos próprios das regiões, noque respeita às matérias que lhes digam respeito, deve sercumprido de modo a garantir que as regiões autónomas sãoefectivamente ouvidas num momento em que as sugestõesque porventura possam ainda ser tidas em conta na discussãodas propostas ou projectos de lei.

No caso vertente, para efeitos dos motivos de consultaobrigatória pelos órgãos de soberania, nos termos do n.º 2 doartigo 229.º da Constituição, constituem matérias deinteresse específico, designadamente, a «orientação,direcção, coordenação e fiscalização dos serviços e institutospúblicos e das empresas nacionalizadas ou públicas queexerçam a sua actividade exclusiva ou predominantementena Região, e noutros casos em que o interesse regional ojustifique» - artigo 40.º, alínea i), do EPARAM.

A este respeito é particularmente esclarecedor o Acórdãon.º 130/2006, onde se pode ler:

«O cabal exercício do direito de audição pressupõe,assim, que, além de um prazo razoável para o efeito, ele seexerça (ou possa exercer) num momento tal que a suafinalidade (participação e influência na decisão legislativa)se possa atingir, tendo sempre em conta o objecto possível dapronúncia. O que importa, como condição infringível dacompatibilidade constitucional dos termos em que foi dadocumprimento ao dever de audição, é que a consulta se faça

com a antecedência suficiente sobre aquela data, por forma apropiciar ao órgão regional o tempo necessário para umestudo e ponderação das implicações, para os interessesregionais, dos preceitos em causa.»

Ora, a Assembleia Legislativa da Região Autónoma daMadeira não foi ouvida no procedimento legislativo queculminou com a aprovação e consequente publicação da Lein.º 62-A/2008, de 11 de Novembro.

Assim: A Assembleia Legislativa da Madeira, no uso do direito

consagrado nas alíneas a) e d) do n.º 1 e g) do n.º 2 do artigo281.º da Constituição da República, bem como da alínea b)do n.º 2 do artigo 97.º do Estatuto Político-Administrativo daRegião Autónoma da Madeira, vem requerer ao TribunalConstitucional que declare, com força obrigatória geral, ainconstitucionalidade do regime jurídico de apropriaçãopública por via de nacionalização, aprovado em anexo à Lein.º 62-A/2008, de 11 de Novembro, por violação do dever deaudição consagrado no artigo 229.º, n.º 1, da Constituição daRepública Portuguesa, bem como por violação do artigo36.º, n.º 1, alínea i), do artigo 40.º, alínea c), e do artigo 89.º,n.º 1, todos do Estatuto Político-Administrativo da RegiãoAutónoma da Madeira, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 deJunho, alterado pelas Leis n.ºs 130/99, de 21 de Agosto, e12/2000, de 21 de Junho.

Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativada Região Autónoma da Madeira em 2 de Dezembro de2008.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, José MiguelJardim d'Olival Mendonça

Decreto Legislativo Regional n.º 43/2008/M

de 23 de Dezembro

Sistema regional de gestão territorial

O regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial(RJIGT), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 deSetembro, veio definir e densificar a disciplina aplicável aosinstrumentos de gestão territorial previstos no sistemaestabelecido na Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, quedeterminou as bases da política de ordenamento do territórioe de urbanismo.

Face à necessidade de previsão de um enquadramentoglobal do ordenamento do território na Região Autónoma daMadeira, à semelhança do que se encontrava consagradopara o restante território nacional, o RJIGT foi adaptado àRegião pelo Decreto Legislativo Regional n.º 8-A/2001/M,de 20 de Abril, tendo então sido introduzidos osajustamentos, de natureza predominantemente orgânica eformal, considerados imprescindíveis à gestão territorialdaquele território.

Todavia, essa adaptação não permitiu alcançar asimplificação e a eficiência procedimentais que a Regiãoexigia na elaboração, alteração e revisão dos instrum-entos de gestão territorial - sobretudo, no âmbito municipal - , essenciais à evolução económico-social eambiental, bem como determinantes de uma efectivadinâmica de gestão do território.

Acresce que as recentes alterações ao RJIGT, aprovadaspelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de Setembro, nãotrouxeram uma evolução regimental adequada àsnecessidades específicas da Região Autónoma da Madeira -- nomeadamente, uma maior simplificação procedimentalque atenda, por comparação com a estrutura continental, aomenor número de centros de decisão, à estruturaadministrativa menos complexa e à reduzida circunscriçãoterritorial.

4 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 5: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Neste quadro, e tirando proveito da conjuntura políticaactual, afigura-se possível criar um regime de gestãoterritorial efectivamente direccionado para asparticularidades insulares da Região Autónoma da Madeira epara o contexto que envolve os instrumentos vigentes, emestrito respeito pela Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto.

Para o efeito, sublinhe-se a relevância da recentepublicação do Programa Nacional da Política deOrdenamento do Território, que constitui a grande referêncianormativa dos instrumentos de gestão territorial daresponsabilidade das Regiões Autónomas dos Açores e daMadeira e define as orientações estratégicas para o âmbitonacional, regional e municipal.

Assinale-se, também, a importância da revisãoconstitucional de 2004, que, ao alargar os podereslegislativos regionais no sentido da possibilidade dedesenvolvimento da Lei n.º 48/98, de 11 de A g o s t o ,concedeu uma margem de oportunidade para solucionaralguns dos problemas mais prementes da Região Autónomada Madeira em matéria de gestão territorial. Nessa medida, oaproveitamento pleno da autonomia regional é, sobretudo,um imperativo de interesse público.

Em termos gerais, visa-se criar um regime que enquadreo sistema regional de gestão territorial e regule as matériassubstantivas e procedimentais relevantes nesse estrito âmbitoregional. Por essa razão, e em relação ao RJIGT, nada seacrescenta em sede de execução dos planos, de perequaçãoou de compensação, uma vez que não são matériasespecificamente regionais.

Assim, e não obstante partilhar com o RJIGT a mesmaorigem comum - a Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto - o sistemaregional de gestão territorial criado pelo presente diplomatem traços distintivos muito importantes que importasalientar, em razão da especificidade da Região.

Em matéria de tramitação procedimental, a característicamais relevante do sistema regional de gestão territorial daRegião Autónoma da Madeira é a ausência de uma faseautónoma de concertação, justificada pelo inegável benefícioem termos de celeridade e simplificação procedimental epela vantagem em realizar a concertação ao longo de todo oprocedimento de elaboração dos instrumentos de gestãoterritorial.

É também em concretização do princípio da concertaçãode interesses públicos e privados envolvidos na ocupação doterritório que o presente sistema regional de gestão territorialamplia o enquadramento normativo dos contratos paraplaneamento previstos no RJIGT, de modo a abrangerigualmente a possibilidade de aplicação destes instrumentosaos planos intermunicipais.

No que respeita aos planos intermunicipais, entendeu-setambém que as razões que justificam a possibilidade de umplano director municipal contrariar o plano regional deordenamento do território ou os planos sectoriais severificam nos planos intermunicipais, pelo que, em paralelocom essa hipótese, foi prevista a sua ratificação peloGoverno Regional.

No domínio da esfera de competência governamentalsobre os instrumentos de gestão territorial, a opção é clara naaposta no papel de coordenador e disponibilizador dainformação produzida, acrescentando-se a particularidade dea nível regional os relatórios sobre o estado do ordenamentoa nível municipal, serem objecto de publicitação e depósitopara efeitos de divulgação, na Secretaria Regional doEquipamento Social.

A propósito das modalidades específicas do plano depormenor, e especificamente do plano de intervenção noespaço rural, o sistema regional de gestão territorial assumea excepcionalidade da reclassificação do solo rural em solourbano.

No âmbito do regime de invalidade dos planos, importaassinalar que o sistema regional de gestão territorial prevê asanação da invalidade de planos incompatíveis cominstrumentos de gestão territorial aprovados por acto denatureza regulamentar, quando a mesma não for invocadapor interessado nos três anos subsequentes à entrada emvigor do plano ou quando, durante o mesmo período, não fordeclarada oficiosamente por qualquer órgão administrativoou por qualquer tribunal. A nulidade atípica aqui previstaconstitui, nesta medida, uma garantia adicional daestabilidade das regras de ocupação territorial definidas nosplanos, bem como um reforço da segurança jurídica.

Em geral, procede-se a uma redução efectiva dos prazosfixados nos procedimentos de elaboração, alteração ourevisão dos instrumentos de gestão territorial, com vista àaprovação atempada dos planos e à diminuição dacomplexidade e da duração da tramitação, sem deixar de terem consideração o quadro jurídico previsto na Lei n.º 48/98,de 11 de Agosto.

Por fim, como o sistema regional de gestão territorialpretende assegurar as especificidades da Região semprejuízo das disposições que, pela sua generalidade, devemabranger todo o território nacional, é aplicável o RJIGT emtudo o que não contrarie o disposto no presente diploma.

Foram ouvidas a Associação de Municípios da RegiãoAutónoma da Madeira e a Delegação Regional daAssociação Nacional de Freguesias.

Assim: A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da

Madeira decreta, nos termos do disposto nas alíneas c) e q)do n.º 1 do artigo 227.º e no n.º 1 do artigo 232.º daConstituição da República Portuguesa, nas alíneas e) e j) don.º 1 do artigo 37.º e na alínea z) do artigo 40.º do EstatutoPolítico-Administrativo da Região Autónoma da Madeira,aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de Junho, revisto pelas Leisn.ºs 130/99, de 21 de Agosto, e 12/2000, de 21 de Junho, oseguinte:

CAPÍTULO I Disposições gerais

Artigo 1.º Objecto

O presente diploma desenvolve as bases da política deordenamento do território e de urbanismo, definindo osistema regional de gestão territorial da Região Autónoma daMadeira.

Artigo 2.º Sistema regional de gestão territorial

1 - Na Região Autónoma da Madeira, a política deordenamento do território e de urbanismo assenta nosistema regional de gestão territorial, que se articulacom os instrumentos de gestão territorial de âmbitonacional definidos pela Lei n.º 48/98, de 11 deAgosto.

2 - O sistema regional de gestão territorial organiza-senum quadro de interacção coordenada, em doisâmbitos: a) O âmbito regional; b) O âmbito municipal.

3 - O âmbito regional é concretizado através dosseguintes instrumentos: a) O plano regional de ordenamento do

território; b) Os planos sectoriais com incidência

territorial.

29 de Dezembro de 2008 S - 5INúmero 159

Page 6: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

4 - O âmbito municipal é concretizado através dosseguintes instrumentos: a) Os planos intermunicipais de ordenamento

do território; b) Os planos municipais de ordenamento do

território, que integram: i) Os planos directores municipais; ii) Os planos de urbanização; iii) Os planos de pormenor.

Artigo 3.º Vinculação jurídica

1 - O plano regional de ordenamento do território, osplanos sectoriais com incidência territorial e osplanos intermunicipais de ordenamento do territóriovinculam as entidades públicas.

2 - Os planos especiais de ordenamento do território eos planos municipais de ordenamento do territóriovinculam as entidades públicas e ainda directa eimediatamente os particulares.

Artigo 4.º Interesses públicos com expressão territorial

1 - Os instrumentos de gestão territorial identificam osinteresses públicos prosseguidos, justificando oscritérios utilizados na sua identificação e hierar-quização.

2 - Os instrumentos de gestão territorial asseguram aharmonização dos vários interesses públicos comexpressão espacial, tendo em conta as estratégias dedesenvolvimento económico e social, bem com asustentabilidade e a solidariedade intergeracional naocupação e utilização do território.

3 - Os instrumentos de gestão territorial devemestabelecer as medidas de tutela dos interessespúblicos prosseguidos e explicitar os respectivosefeitos, designadamente quando estas medidascondicionem a acção territorial de entidades públicasou particulares.

4 - As medidas de protecção dos interesses públicosestabelecidas nos instrumentos de gestão territorialconstituem referência na adopção de quaisqueroutros regimes de salvaguarda.

Artigo 5.º Fundamento técnico

Os instrumentos de gestão territorial devem explicitar, deforma racional e clara, os fundamentos das respectivasprevisões, indicações e determinações, a estabelecer combase no conhecimento sistematicamente adquirido:

a) Das características físicas, morfológicas e ecológicasdo território;

b) Dos recursos naturais e do património arquitectónicoe arqueológico;

c) Da dinâmica demográfica e migratória; d) Das transformações económicas, sociais, culturais e

ambientais; e) Das assimetrias locais e das condições de acesso às

infra-estruturas, aos equipamentos, aos serviços e àsfunções urbanas.

Artigo 6.º Coordenação administrativa

1 - A articulação das estratégias de ordenamentoterritorial determinadas pela prossecução dosinteresses públicos com expressão territorial impõe àRegião Autónoma e aos municípios o dever decoordenação das respectivas intervenções emmatéria de gestão territorial.

2 - A elaboração, aprovação, alteração, revisão,execução e avaliação dos instrumentos de gestãoterritorial obriga a identificar e a ponderar, nosdiversos âmbitos, os planos, programas e projectos,designadamente da iniciativa da A d m i n i s t r a ç ã oPública, com incidência na área a que respeitam,considerando os que já existam e os que seencontrem em preparação, por forma a assegurar asnecessárias compatibilizações.

Artigo 7.º Direito à informação

1 - Todos os interessados têm direito a ser informadossobre a elaboração, aprovação, acompanhamento,execução e avaliação dos instrumentos de gestãoterritorial.

2 - O direito à informação referido no número anteriorcompreende as faculdades de: a) Consultar os diversos processos acedendo,

designadamente, aos estudos de base e outradocumentação, escrita e desenhada, quefundamentem as opções estabelecidas;

b) Obter cópias de actas de reuniõesdeliberativas e certidões dos instrumentosaprovados;

c) Obter informações sobre as disposiçõesconstantes de instrumentos de gestãoterritorial bem como conhecer as condicio-nantes e as servidões aplicáveis ao uso dosolo.

3 - As entidades responsáveis pela elaboração e peloregisto dos instrumentos de gestão territorial devemcriar e manter actualizado um sistema que assegureo exercício do direito à informação, designadamenteatravés do recurso a meios informáticos.

Artigo 8.º Direito de participação

1 - Todos os cidadãos, bem como as associaçõesrepresentativas dos interesses económicos, sociais,culturais e ambientais têm o direito de participar naelaboração, alteração, revisão, execução e avaliaçãodos instrumentos de gestão territorial.

2 - O direito de participação referido no número anteriorcompreende a possibilidade de formulação desugestões e pedidos de esclarecimento ao longo dosprocedimentos de elaboração, alteração, revisão,execução e avaliação, bem como a intervenção nafase de discussão pública que precedeobrigatoriamente a aprovação.

3 - As entidades públicas responsáveis pela elaboração,alteração, revisão, execução e avaliação dosinstrumentos de gestão territorial divulgam,designadamente em pelo menos um jornal diárioregional e na página da Internet:

6 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 7: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

a) A decisão de desencadear o processo deelaboração, alteração ou revisão, identifi-cando os objectivos a prosseguir;

b) A conclusão da fase de elaboração, alteraçãoou revisão, bem como o teor dos elementos asubmeter a discussão pública;

c) A abertura e a duração da fase de discussãopública;

d) As conclusões da discussão pública; e) Os mecanismos de execução utilizados no

âmbito dos instrumentos de gestão terri-torial;

f) O início e as conclusões dos procedimentosde avaliação.

4 - As entidades referidas no número anterior estãosujeitas ao dever de ponderação das propostasapresentadas, bem como de resposta fundamentadaaos pedidos de esclarecimento formulados.

Artigo 9.º Garantias dos particulares

No âmbito dos instrumentos de gestão territorial sãoreconhecidas aos interessados as garantias gerais dosadministrados previstas no Código do ProcedimentoAdministrativo e no regime de participação procedimental,nomeadamente:

a) O direito de acção popular; b) O direito de apresentação de queixa ao Provedor de

Justiça; c) O direito de apresentação de queixa ao Ministério

Público.

CAPÍTULO II Sistema de gestão territorial

SECÇÃO I Relação entre os instrumentos de gestão territorial

Artigo 10.º Relação entre os instrumentos de âmbito regional

1 - Os instrumentos de gestão territorial de âmbitoregional traduzem um compromisso recíproco decompatibilização das respectivas opções.

2 - Quando contrariem instrumento de gestão territorialde âmbito regional preexistente, o plano regional deordenamento do território, os planos sectoriais comincidência territorial e os planos especiais indicamexpressamente quais as normas e ou as peçasgráficas daquele que revogam ou alteram.

Artigo 11.º Relação entre os instrumentos de âmbito

regional e municipal

1 - O plano regional define o quadro estratégico adesenvolver pelos planos municipais de ordena-mento do território.

2 - Os planos municipais de ordenamento do territóriodefinem a política municipal de gestão territorial deacordo com as directrizes estabelecidas pelo planoregional de ordenamento do território, concretizandoas políticas de desenvolvimento económico e sociale de ambiente, com incidência espacial, promovidaspela Região Autónoma, através dos planos sectoriaiscom incidência territorial e dos planos especiais.

3 - Quando contrariem o plano regional de ordenamentodo território ou planos sectoriais com incidênciaterritorial preexistentes, os planos directoresmunicipais de ordenamento do território indicamexpressamente quais as normas e ou as peçasgráficas daqueles que revogam ou alteram.

4 - Os planos especiais prevalecem sempre sobre osinstrumentos de gestão territorial de âmbitomunicipal.

Artigo 12.º Relação entre os instrumentos

de âmbito municipal

1 - Os planos intermunicipais de ordenamento doterritório definem directrizes e orientaçõesestratégicas aplicáveis à totalidade ou a parte deáreas territoriais pertencentes a dois ou maismunicípios vizinhos.

2 - O plano director municipal define a políticaterritorial do município e enquadra as iniciativas deplaneamento a desenvolver pelos planos deurbanização e os planos de pormenor.

3 - Os planos de urbanização, quando existam,constituem o quadro de referência para a elaboraçãodos planos de pormenor.

4 - Em casos excepcionais e devidamente funda-mentados, os planos de urbanização podemcontrariar o plano director municipal e os planos depormenor podem contrariar os planos de urbanizaçãoe o plano director municipal.

5 - Quando contrariem outro plano municipal deordenamento do território preexistente, os planosmunicipais de ordenamento do território indicamexpressamente quais as normas e ou as peçasgráficas daquele que revogam ou alteram.

Artigo 13.º Actualização dos planos

1 - O plano regional de ordenamento do território indicaquais as formas de adaptação dos planos municipaisde ordenamento do território preexistentes determi-nadas pela sua aprovação.

2 - Os planos sectoriais com incidência territorial e osplanos especiais indicam quais as formas deadaptação dos planos municipais de ordenamento doterritório preexistentes determinadas pela suaaprovação.

3 - O plano director municipal indica quais as formas deadaptação dos planos de urbanização e dos planos depormenor preexistentes determinadas pela suaaprovação.

4 - Quando contrariem instrumentos de gestão territorialcom os quais devessem ser compatíveis, a ratificaçãode planos intermunicipais e de planos directoresmunicipais de ordenamento do território indica quaisas formas de adaptação dos instrumentos de gestãoterritorial preexistentes determinadas pela suaaprovação.

29 de Dezembro de 2008 S - 7INúmero 159

Page 8: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

5 - Quando contrariem instrumentos de gestão territorialcom os quais devessem ser compatíveis, a ratificaçãode planos directores municipais de ordenamento doterritório indica quais as formas de adaptação dosinstrumentos de gestão territorial preexistentesdeterminadas pela sua aprovação.

SECÇÃO II Âmbito regional

SUBSECÇÃO I Plano regional de ordenamento do território

Artigo 14.º Noção

1 - O plano regional de ordenamento do território definea estratégia regional de desenvolvimento territorial,integrando as opções estabelecidas aos níveisnacional e regional e considerando as estratégiasmunicipais de desenvolvimento local, constituindo oquadro de referência para a elaboração dos planosmunicipais de ordenamento do território.

2 - O plano regional de ordenamento do território podeser estruturado em unidades de planeamentocorrespondentes a espaços sub-regionais integradosna respectiva área de actuação susceptíveis deelaboração e aprovação faseadas.

Artigo 15.º Objectivos

O plano regional de ordenamento do território visa: a) D e s e n v o l v e r, no âmbito regional, as opções

constantes do Plano Nacional da Política deOrdenamento do Território e de outros instrumentosde gestão territorial de âmbito regional;

b) Traduzir, em termos espaciais, os grandes objectivosde desenvolvimento económico e social sustentávelformulados no plano de desenvolvimento regional;

c) Equacionar as medidas tendentes à atenuação dasassimetrias de desenvolvimento intra-regionais;

d) Servir de quadro de referência para a elaboração dosplanos especiais, sectoriais, intermunicipais emunicipais de ordenamento do território.

Artigo 16.º Conteúdo material

O plano regional de ordenamento do território define ummodelo de organização do território regional, estabelecendo,nomeadamente:

a) A estrutura regional do sistema urbano, das redes,das infra-estruturas e dos equipamentos de interesseregional, assegurando a salvaguarda e a valorizaçãodas áreas de interesse regional em termoseconómicos, agrícolas, florestais, ambientais epatrimoniais;

b) Os objectivos e os princípios assumidos pela RegiãoAutónoma quanto à localização das actividades e dosinvestimentos estruturantes, públicos ou privados;

c) A incidência espacial, ao nível regional, das políticasestabelecidas nos planos, programas e estratégiassectoriais preexistentes, bem como das políticas derelevância regional a desenvolver pelos planosintermunicipais e pelos planos municipais doterritório;

d) A política da Região Autónoma em matériaambiental, incluindo a delimitação da estruturaregional de protecção e valorização ambiental,designadamente no quadro das políticas e dasmedidas estabelecidas nos planos especiais deordenamento do território;

e) As directrizes relativas ao enquadramento regionaldos regimes territoriais definidos ao abrigo de leiespecial, designadamente áreas de reserva agrícola,domínio hídrico, reserva ecológica e zonas de risco;

f) As directrizes relativas à protecção e valorização dopatrimónio cultural.

Artigo 17.º Conteúdo documental

1 - O plano regional de ordenamento do território éconstituído por: a) Opções estratégicas, normas orientadoras e

um conjunto de peças gráficas ilustrativasdas orientações substantivas nele definidas;

b) Esquema representando o modelo territorialproposto, com a identificação dos principaissistemas, redes e articulações de nívelregional;

c) Estudos relativos à caracterização daestrutura regional de protecção e valorizaçãoambiental.

2 - O plano regional de ordenamento do território éacompanhado por um relatório técnico cujoconteúdo é definido por decreto regulamentarregional.

3 - O plano regional de ordenamento do território éainda acompanhado por um relatório ambiental, noqual se identificam, descrevem e avaliam oseventuais efeitos significativos no ambienteresultantes da aplicação do plano e as suasalternativas razoáveis que tenham em conta osobjectivos e o âmbito de aplicação territorialrespectivos.

Artigo 18.º Elaboração

A elaboração do plano regional de ordenamento doterritório compete ao Governo Regional, sendo determinadapor resolução do Conselho de Governo.

Artigo 19.º Acompanhamento

1 - A elaboração do plano regional de ordenamento doterritório é acompanhada por uma comissãoconsultiva, criada por resolução do Conselho deGoverno, integrada por representantes do GovernoRegional e dos municípios, bem como de outrasentidades cuja participação seja aconselhável noâmbito do plano.

2 - Na elaboração do plano regional de ordenamento doterritório deve ser garantida a integração nacomissão consultiva das entidades a quem, emvirtude das suas responsabilidades ambientaisespecíficas, possam interessar os efeitos ambientaisresultantes da aplicação do plano, as quais exercemna comissão as competências consultivas atribuídaspelos artigos 5.º e 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007,de 15 de Junho, e acompanham a elaboração dorelatório ambiental.

8 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 9: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

3 - A comissão elabora um parecer escrito, que exprimea apreciação realizada pelas diversas entidades eintegra a análise sobre o relatório ambiental,considerando especificamente a posição dasentidades referidas no n.º 2.

4 - O parecer final da comissão acompanha a propostade plano submetida à aprovação do Conselho deGoverno Regional.

5 - A composição e o funcionamento da comissãoconsultiva são regulados pela resolução do Conselhode Governo que determina a elaboração do planoregional de ordenamento do território.

Artigo 20.º Participação

1 - Emitido o parecer da comissão consultiva, oGoverno Regional procede à abertura de um períodode discussão pública, através de aviso a publicar noJornal Oficial e a divulgar em pelo menos um jornaldiário regional e na página da Internet, do qualconsta a indicação do período de discussão, daseventuais sessões públicas a que haja lugar e doslocais onde se encontram disponíveis a proposta e orespectivo relatório ambiental, acompanhados doparecer da comissão consultiva e dos demaispareceres eventualmente emitidos, bem como daforma como os interessados podem apresentar assuas observações ou sugestões.

2 - A discussão pública consiste na recolha deobservações e sugestões sobre as orientações daproposta de plano regional de ordenamento doterritório.

3 - O período de discussão pública deve ser anunciadocom a antecedência mínima de 5 dias e não pode serinferior a 30 dias.

4 - Findo o período de discussão pública, o GovernoRegional pondera e divulga os respectivosresultados, designadamente em pelo menos umjornal diário regional e na página da Internet, eelabora a versão final do plano regional deordenamento do território.

Artigo 21.º Aprovação

O plano regional de ordenamento do território é aprovadopor resolução do Conselho de Governo, salvo norma especialque determine a sua aprovação por decreto legislativoregional ou decreto regulamentar regional.

SUBSECÇÃO II Planos sectoriais

Artigo 22.º Noção

1 - Os planos sectoriais são instrumentos deprogramação ou de concretização das diversaspolíticas com incidência na organização doterritório.

2 - Para efeitos do presente diploma, são consideradosplanos sectoriais: a) Os planos, programas e estratégias de

desenvolvimento respeitantes aos diversossectores da administração regional,

nomeadamente nos domínios dos trans-portes, das comunicações, da energia e dosrecursos geológicos, da educação e daformação, da cultura, da saúde, da habitação,do turismo, da agricultura, do comércio, daindústria, das florestas e do ambiente;

b) Os planos de ordenamento sectoriais e osregimes territoriais regionais definidos aoabrigo de lei especial;

c) As decisões do Governo Regional sobre alocalização e a realização de empreen-dimentos públicos estruturantes.

3 - Aos planos sectoriais previstos na alínea c) donúmero anterior apenas se aplica, com as necessáriasadaptações, o disposto no artigo 27.º, devendo a suaaprovação ser precedida da audição dos municípioscujos territórios sejam abrangidos.

Artigo 23.º Conteúdo material

Os planos sectoriais estabelecem, nomeadamente: a) As opções sectoriais e os objectivos a alcançar no

quadro das directrizes nacionais e regionaisaplicáveis;

b) As acções de concretização dos objectivos sectoriaisestabelecidos;

c) A expressão territorial da política sectorial definida; d) A articulação da política sectorial com a disciplina

consagrada nos demais instrumentos de gestãoterritorial aplicáveis.

Artigo 24.º Conteúdo documental

1 - Os planos sectoriais estabelecem e justificam asopções e os objectivos sectoriais com incidênciaterritorial e definem formas de execução, integrandoas peças gráficas necessárias à representação darespectiva expressão territorial.

2 - O plano sectorial referido no número anterior éacompanhado por um relatório técnico que procedeao diagnóstico da situação territorial sobre a qual oinstrumento de política sectorial intervém e àfundamentação técnica das opções e objectivosestabelecidos.

3 - Sempre que seja necessário proceder à avaliaçãoambiental nos termos do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, o plano sectorial éainda acompanhado por um relatório ambiental, noqual se identificam, descrevem e avaliam oseventuais efeitos significativos no ambienteresultantes da aplicação do plano e as suasalternativas razoáveis que tenham em conta osobjectivos e o âmbito de aplicação territorialrespectivos.

Artigo 25.º Elaboração

1 - A elaboração dos planos sectoriais cabe aos órgãos eserviços da administração regional com competênciana matéria.

2 - A elaboração dos planos sectoriais é determinada porresolução do Conselho de Governo, da qual deve,nomeadamente, constar: a) A finalidade do instrumento de política

sectorial, com menção expressa dos interes--ses públicos prosseguidos;

29 de Dezembro de 2008 S - 9INúmero 159

Page 10: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

b) A especificação dos objectivos a atingir; c) A indicação da entidade, departamento ou

serviço competente para a elaboração; d) O âmbito territorial do instrumento de

política sectorial, com menção dosmunicípios envolvidos;

e) O prazo de elaboração; f) As exigências procedimentais ou de

participação que em função da complexidadeda matéria ou dos interesses a salvaguardar,se considere serem de adoptar para além doprocedimento definido no presente diploma;

g) A indicação de que o plano está sujeito aavaliação ambiental ou as razões quejustificam a sua inexigibilidade.

3 - A elaboração dos planos sectoriais obriga aidentificar e a ponderar, nos diversos âmbitos, osplanos, programas e projectos, designadamente dainiciativa da Administração Pública, com incidênciana área a que respeitam, considerando os que jáexistam e os que se encontrem em preparação, porforma a assegurar as necessárias compatibilizações.

4 - A decisão a que se refere a alínea g) do n.º 2 pode serprecedida da consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.ºdo Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.

5 - Sempre que a entidade responsável pela elaboraçãodo plano solicite pareceres nos termos do númeroanterior, esses pareceres devem também conter apronúncia sobre o âmbito da avaliação ambiental esobre o alcance da informação a incluir no relatórioambiental, aplicando-se o disposto no artigo 5.º doDecreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.

6 - Os pareceres solicitados ao abrigo dos númerosanteriores são emitidos no prazo de 15 dias, nãosendo considerados caso sejam emitidos após odecurso desse prazo.

Artigo 26.º Acompanhamento

1 - A elaboração dos planos sectoriais é acompanhadapelos municípios cujos territórios estejam incluídosno respectivo âmbito de aplicação, bem como porórgãos ou serviços da administração regional a quemcaiba a tutela de interesses que o plano possa afectar.

2 - O acompanhamento traduz-se num parecer escrito,que exprime a apreciação realizada pelas diversasentidades, a emitir no prazo de 20 dias contados apartir da solicitação efectuada pela entidaderesponsável pela elaboração do plano, findo o qualse considera nada haver a opor à proposta de plano.

3 - Na elaboração dos planos sectoriais sujeitos aavaliação ambiental, caso não tenha sido promovidaa consulta prevista no n.º 4 do artigo anterior, deveser solicitado o parecer previsto no n.º 5 do mesmoartigo, bem como os pareceres sobre a proposta deplano e o respectivo relatório ambiental nos termosdo n.º 3 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de15 de Junho, os quais devem ser emitidos no prazoprevisto no número anterior, não sendo consideradoscaso sejam emitidos após o decurso daquele prazo.

Artigo 27.º Participação

1 - Concluída a elaboração do plano sectorial e emitidosos pareceres previstos no artigo anterior oudecorridos os prazos aí fixados, a entidaderesponsável pela elaboração do plano procede àabertura de um período de discussão pública daproposta de plano sectorial através de aviso apublicar, com a antecedência de 5 dias, no JornalOficial, e divulgando em pelo menos um jornaldiário regional e na página da Internet.

2 - Durante o período de discussão pública, que nãopode ser inferior a 20 dias, a proposta de plano e ospareceres emitidos são divulgados na página daInternet da entidade pública responsável pela suaelaboração e podem ser consultados na respectivasede, bem como na dos municípios abrangidos.

3 - Sempre que o plano sectorial se encontre sujeito aavaliação ambiental, a entidade responsável pelaelaboração do plano divulga, juntamente com osdocumentos referidos no número anterior, orespectivo relatório ambiental.

4 - A discussão pública consiste na recolha deobservações e sugestões sobre as soluções daproposta de plano sectorial.

5 - Findo o período de discussão pública, a entidaderesponsável pela elaboração do plano pondera edivulga os respectivos resultados, designadamenteem um jornal diário regional e na página da Internet,e elabora a versão final da proposta de planosectorial para aprovação.

Artigo 28.º Aprovação

Os planos sectoriais são aprovados por resolução doConselho de Governo, salvo norma especial que determine asua aprovação por decreto legislativo regional ou decretoregulamentar regional.

SUBSECÇÃO III Planos especiais de ordenamento do território

Artigo 29.º Noção

1 - Os planos especiais de ordenamento do território sãoinstrumentos de natureza regulamentar elaboradospela administração regional.

2 - Os planos especiais de ordenamento do territórioconstituem um meio supletivo de intervenção doGoverno Regional, na ausência de tutela eficazatravés de plano municipal de ordenamento doterritório, tendo em vista a prossecução de objectivosde interesse regional com repercussão espacial,estabelecendo regimes de salvaguarda de recursos evalores naturais e assegurando a permanência dossistemas indispensáveis à utilização sustentável doterritório.

3 - Os planos especiais de ordenamento do território sãoos planos de ordenamento de áreas protegidas, osplanos de ordenamento de albufeiras de águaspúblicas e os planos de ordenamento da orla costeira.

10 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 11: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 30.º Conteúdo material

Os planos especiais de ordenamento do territórioestabelecem regimes de salvaguarda de recursos e valoresnaturais e o regime de gestão compatível com a utilizaçãosustentável do território.

Artigo 31.º Conteúdo documental

1 - Os planos especiais de ordenamento do território sãoconstituídos por um regulamento e pelas peçasgráficas necessárias à representação da respectivaexpressão territorial, incluindo planta decondicionantes com as servidões e restrições deutilidade pública em vigor.

2 - Os planos especiais de ordenamento do território sãoacompanhados por: a) Relatório técnico que justifica a disciplina

definida; b) Relatório ambiental no qual se identificam,

descrevem e avaliam os eventuais efeitossignificativos no ambiente resultantes daaplicação do plano e as suas alternativasrazoáveis que tenham em conta os objectivose o âmbito de aplicação territorialrespectivos.

3 - Os demais elementos que podem acompanhar osplanos especiais de ordenamento de território sãofixados por despacho conjunto da SecretariaRegional com a respectiva tutela em razão damatéria.

Artigo 32.º Elaboração

1 - A elaboração dos planos especiais de ordenamentodo território cabe aos órgãos e serviços daadministração regional com competência na matéria.

2 - A elaboração dos planos especiais de ordenamentodo território é determinada por resolução doConselho de Governo, da qual deve, nomeadamente,constar: a) O tipo de plano especial; b) A finalidade do plano especial, com menção

expressa dos interesses públicos prosse-guidos;

c) A especificação dos objectivos a atingir; d) O âmbito territorial do plano especial, com

menção expressa das autarquias locaisenvolvidas;

e) A indicação do serviço ou entidadecompetente para a elaboração, bem comodos municípios que devem intervir nostrabalhos;

f) A composição da comissão de acompa-nhamento;

g) O prazo de elaboração.

Artigo 33.º Acompanhamento

1 - O acompanhamento da elaboração dos planosespeciais de ordenamento do território é asseguradopor uma comissão de acompanhamento, devendotraduzir a natureza dos interesses a salvaguardar e arelevância das implicações técnicas a considerar,

integrando representantes dos serviços dependentesdo Governo Regional, dos municípios cujosterritórios sejam abrangidos e de outras entidadespúblicas cuja participação seja legalmente exigívelou aconselhável no âmbito do plano.

2 - Deve ser garantida a integração na comissão deacompanhamento das entidades às quais, em virtudedas suas responsabilidades ambientais específicas,possam interessar os efeitos ambientais resultantesda aplicação do plano, as quais exercem na comissãoas competências consultivas atribuídas pelos artigos5.º e 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 deJunho, e acompanham a elaboração do relatórioambiental.

3 - A comissão elabora um parecer escrito, que exprimea apreciação realizada pelas diversas entidades eintegra a análise sobre o relatório ambiental,considerando especificadamente a posição dasentidades referidas no n.º 2.

4 - O parecer final da comissão acompanha a propostade plano submetida à aprovação ao GovernoRegional.

5 - A composição e o funcionamento da comissão deacompanhamento são determinados por despachoconjunto da Secretaria Regional com a respectivatutela em razão da matéria.

Artigo 34.º Participação

1 - Ao longo da elaboração dos planos especiais deordenamento do território, a entidade responsáveldeve facultar aos interessados todos os elementosrelevantes para que estes possam conhecer o estadodos trabalhos e a evolução da tramitaçãoprocedimental, bem como formular sugestões sobreo respectivo conteúdo.

2 - A entidade responsável pela elaboração do planopublicitará, através da divulgação de avisos, odespacho que determina a elaboração do plano porforma a permitir, durante o prazo estabelecido nomesmo, o qual não deve ser inferior a 10 dias, aformulação de sugestões, bem como a apresentaçãode informações sobre quaisquer questões quepossam ser consideradas no âmbito do respectivoprocedimento de elaboração.

3 - Concluído o período de acompanhamento, aentidade responsável pela elaboração do plano,procede à abertura de um período de discussãopública, através de aviso a publicar no Jornal Oficiale a divulgarem pelo menos num jornal diárioregional e na página da Internet, do qual consta aindicação do período de discussão, das eventuaissessões públicas a que haja lugar e dos locais onde seencontram disponíveis a proposta e o respectivorelatório ambiental, bem como o parecer dacomissão de acompanhamento e a indicação daforma como os interessados podem apresentar assuas reclamações, observações ou sugestões.

4 - O período de discussão pública deve ser anunciadocom a antecedência mínima de 5 dias e não pode serinferior a 20 dias.

29 de Dezembro de 2008 S - 11INúmero 159

Page 12: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

5 - A entidade responsável pela elaboração do planopondera as reclamações, observações, sugestões epedidos de esclarecimento apresentados pelosparticulares, ficando obrigada a respostafundamentada perante aqueles que invoquem,designadamente: a) A incompatibilidade com outros instru-

mentos de gestão territorial eficazes; b) A incompatibilidade com planos, programas

e projectos que devessem ser ponderados nafase de elaboração;

c) A desconformidade com disposições legais eregulamentares aplicáveis;

d) A eventual lesão de direitos subjectivos.

6 - A resposta referida no número anterior serácomunicada por escrito aos interessados, semprejuízo do disposto no artigo 10.º, n.º 4, da Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto.

7 - Sempre que necessário ou conveniente, a entidaderesponsável pela elaboração do plano promove oesclarecimento directo dos interessados, designa-damente através de reuniões a promover com os seuspróprios técnicos das quais se lavrarão ascorrespondentes actas.

8 - Findo o período de discussão pública, a entidaderesponsável pela elaboração do plano pondera edivulga os respectivos resultados, designadamenteem pelo menos um jornal diário regional e na páginada Internet, elaborando a versão final da proposta deplano especial para aprovação.

Artigo 35.º Aprovação

Os planos especiais de ordenamento do território sãoaprovados por resolução do Conselho de Governo, salvonorma especial que determine a sua aprovação por decretolegislativo regional ou decreto regulamentar regional, a qualdeve consagrar as formas e os prazos, previamenteacordados com as câmaras municipais cujos territórios sejamabrangidos, para a adequação dos respectivos planosmunicipais de ordenamento do território e dos planosintermunicipais de ordenamento do território, quandoexistam.

Artigo 36.º Vigência

Os planos especiais de ordenamento do território vigoramenquanto se mantiver a indispensabilidade de tutela porinstrumentos de âmbito regional dos interesses públicos quevisam salvaguardar.

SECÇÃO III Âmbito municipal

SUBSECÇÃO I Planos intermunicipais de ordenamento do território

Artigo 37.º Noção

1 - Os planos intermunicipais de ordenamento doterritório asseguram a articulação entre o planoregional e os planos municipais de ordenamento doterritório, no caso de áreas territoriais que, pelainterdependência dos seus elementos estruturantes,necessitam de uma coordenação integrada.

2 - Os planos intermunicipais de ordenamento doterritório abrangem a totalidade ou parte das áreasterritoriais pertencentes a dois ou mais municípiosvizinhos.

Artigo 38.º Conteúdo material

Os planos intermunicipais de ordenamento do territóriodefinem um modelo de organização do territóriointermunicipal nomeadamente estabelecendo:

a) As directrizes para o uso integrado do territórioabrangido;

b) A definição das redes intermunicipais de infra--estruturas, de equipamentos, de transportes eserviços;

c) Os padrões mínimos e objectivos a atingir emmatéria de qualidade ambiental.

Artigo 39.º Conteúdo documental

1 - Os planos intermunicipais de ordenamento doterritório são constituídos por um relatório e por umconjunto de peças gráficas ilustrativas dasorientações substantivas.

2 - Os planos intermunicipais de ordenamento doterritório podem ser acompanhados por outroselementos definidos por decreto regulamentarregional.

3 - Sempre que seja necessário proceder à avaliaçãoambiental nos termos do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, os planosintermunicipais são ainda acompanhados por umrelatório ambiental, no qual se identificam,descrevem e avaliam os eventuais efeitossignificativos no ambiente resultantes da aplicaçãodo plano e as suas alternativas razoáveis que tenhamem conta os objectivos e o âmbito de aplicaçãoterritorial respectivos.

Artigo 40.º Elaboração

1 - A elaboração dos planos intermunicipais deordenamento do território compete aos municípiosassociados para o efeito ou às associações demunicípios, após aprovação, respectivamente, pelasassembleias municipais interessadas ou pelaassembleia intermunicipal, da respectiva propostadefinindo a área abrangida e os objectivosestratégicos a atingir.

2 - Os interessados na elaboração de um planointermunicipal de ordenamento do território podemapresentar propostas de contratos que tenham porobjecto a elaboração de um projecto de plano,aplicando-se, com as necessárias adaptações, odisposto no artigo 51.º.

3 - A deliberação de elaboração do plano intermunicipalé comunicada ao Governo Regional.

4 - A deliberação a que se refere o número anterior deveindicar se o plano está sujeito a avaliação ambiental,ou as razões que justificam a sua inexigibilidade,podendo para este efeito ser precedida da consultaprevista no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.

12 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 13: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

5 - Sempre que os municípios ou as associações demunicípios solicitem pareceres nos termos donúmero anterior, esses pareceres devem tambémconter a pronúncia sobre o âmbito da avaliaçãoambiental e sobre o alcance da informação a incluirno relatório ambiental, aplicando-se o artigo 5.º doDecreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho.

6 - Os pareceres solicitados ao abrigo dos númerosanteriores são emitidos no prazo de 15 dias, nãosendo considerados caso sejam emitidos após odecurso desse prazo.

Artigo 41.º Acompanhamento e participação

O acompanhamento e a participação relativos aos planosintermunicipais de ordenamento do território regem-se, comas necessárias adaptações, pelas disposições relativas aoplano director municipal.

Artigo 42.º Parecer do Governo Regional

1 - Concluída a versão final, a proposta de planointermunicipal de ordenamento é objecto de parecerda Secretaria Regional com a tutela do ordenamentodo território.

2 - O parecer da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território incide sobre aconformidade com as disposições legais eregulamentares vigentes e a articulação e coerênciada proposta com os objectivos, princípios e regrasaplicáveis no território em causa, definidos porquaisquer outros instrumentos de gestão territorialeficazes.

Artigo 43.º Aprovação

Os planos intermunicipais de ordenamento do territóriosão aprovados por deliberação das assembleias municipaisinteressadas, quando se trate de municípios associados parao efeito, ou por deliberação da assembleia intermunicipal,após audição de todas as assembleias municipais envolvidas.

Artigo 44.º Vigência

Os planos intermunicipais de ordenamento do territóriopoderão ter um prazo de vigência previamente fixado,permanecendo, no entanto, eficazes até à entrada em vigor denovos planos municipais para o território por eles abrangido.

SUBSECÇÃO II Planos municipais de ordenamento do território

DIVISÃO I Disposições gerais

Artigo 45.º Noção

1 - Os planos municipais de ordenamento do territóriosão instrumentos de natureza regulamentar,aprovados pelos municípios.

2 - Os planos municipais de ordenamento do territórioestabelecem o regime de uso do solo, definindomodelos de evolução previsível da ocupaçãohumana e da organização de redes e sistemas

urbanos e, na escala adequada, parâmetros deaproveitamento do solo e de garantia da qualidadeambiental.

Artigo 46.º Objectivos

Os planos municipais de ordenamento do território visamestabelecer:

a) A tradução, no âmbito local, do quadro dedesenvolvimento do território estabelecido nosinstrumentos de natureza estratégica de âmbitonacional e regional;

b) A expressão territorial da estratégia de desenvol-vimento local;

c) A articulação das políticas sectoriais com incidêncialocal;

d) A base de uma gestão programada do territóriomunicipal;

e) A definição da estrutura ecológica municipal; f) Os princípios e as regras de garantia da qualidade

ambiental e da preservação do património cultural; g) Os princípios e os critérios subjacentes a opções de

localização de infra-estruturas, equipamentos,serviços e funções;

h) Os critérios de localização e distribuição dasactividades industriais, turísticas, comerciais e deserviços;

i) Os parâmetros de uso do solo; j) Outros indicadores relevantes para a elaboração dos

demais instrumentos de gestão territorial.

Artigo 47.º Regime de uso do solo

1 - O regime de uso do solo é definido nos planosmunicipais de ordenamento do território através daclassificação e da qualificação do solo.

2 - A reclassificação ou requalificação do uso do soloprocessa-se através dos procedimentos deelaboração, alteração ou revisão dos planosmunicipais de ordenamento do território.

Artigo 48.º Classificação

1 - A classificação do solo determina o destino básicodos terrenos, assentando na distinção fundamentalentre solo rural e solo urbano.

2 - Para os efeitos do presente diploma, entende-se por: a) Solo rural, aquele para o qual é reconhecida

vocação para as actividades agrícolas,pecuárias, florestais ou minerais, assimcomo o que integra os espaços naturais deprotecção ou de lazer, ou que seja ocupadopor infra-estruturas que não lhe confiram oestatuto de solo urbano;

b) Solo urbano, aquele para o qual éreconhecida a vocação para o processo deurbanização e de edificação, nele secompreendendo os terrenos urbanizados oucuja urbanização seja programada,constituindo o seu todo o perímetro urbano.

3 - A reclassificação do solo como solo urbano temcarácter excepcional, sendo limitada aos casos emque tal for comprovadamente necessário face àdinâmica demográfica, ao desenvolvimentoeconómico e social e à indispensabilidade dequalificação urbanística.

29 de Dezembro de 2008 S - 13INúmero 159

Page 14: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 49.º Qualificação

1 - A qualificação do solo, atenta a sua classificaçãobásica, regula o aproveitamento do mesmo emfunção da utilização dominante que nele pode serinstalada ou desenvolvida, fixando os respectivosusos e, quando for o caso, edificabilidade.

2 - A qualificação do solo rural processa-se através daintegração nas seguintes categorias: a) Espaços agrícolas ou florestais afectos à

produção ou à conservação; b) Espaços afectos a actividades industriais

directamente ligadas às utilizações referidasnas alíneas anteriores;

c) Espaços naturais de protecção ou de lazer; d) Espaços destinados a infra-estruturas ou a

outros tipos de ocupação humana que nãoimpliquem a classificação como solo urbano,designadamente permitindo usos múltiplosem actividades produtivas e de serviçoscompatíveis com espaços agrícolas,florestais ou naturais.

3 - A qualificação do solo urbano determina a definiçãodo perímetro urbano, que compreende: a) Os solos urbanizados; b) Os solos cuja urbanização seja possível

programar; c) Os solos afectos à estrutura ecológica

necessários ao equilíbrio do sistema urbano.

DIVISÃO II Procedimento

Artigo 50.º Elaboração

1 - A elaboração dos planos municipais de ordenamentodo território compete à câmara municipal, sendodeterminada por deliberação a publicar no JornalOficial e a divulgar em pelo menos num jornal diárioregional e na página da Internet, que estabelece osrespectivos prazos de elaboração e do período departicipação previsto no n.º 2 do artigo 55.º.

2 - Nos termos do disposto no número anterior, competeà câmara municipal a definição da oportunidade edos termos de referência dos planos de urbanizaçãoe dos planos de pormenor, sem prejuízo da posteriorintervenção de outras entidades públicas ouparticulares.

3 - A elaboração de planos municipais de ordenamentodo território obriga a identificar e a ponderar, nosdiversos âmbitos, os planos, programas e projectoscom incidência na área em causa, considerando osque já existam e os que se encontrem em preparação,por forma a assegurar as necessárias compati-bilizações.

4 - Os planos de urbanização e os planos de pormenorsó são objecto de avaliação ambiental se a câmaramunicipal deliberar que são susceptíveis de terefeitos significativos no ambiente, de acordo com oscritérios estabelecidos no anexo ao Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, podendo a deliberaçãoser precedida de consulta às entidades às quais, emvirtude das suas responsabilidades ambientaisespecíficas, interessem os efeitos ambientaisresultantes da aplicação do plano.

5 - Tendo sido deliberada a elaboração de plano deurbanização ou de plano de pormenor, a câmaramunicipal dispõe de 30 dias para solicitar parecersobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre oalcance da informação a incluir no relatórioambiental, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lein.º 232/2007, de 15 de Junho.

6 - Sempre que a câmara municipal solicite parecer nostermos do n.º 4, esse parecer deve, nos casos em quese justifique, conter também a pronúncia sobre osaspectos referidos no número anterior.

7 - Os pareceres solicitados ao abrigo dos númerosanteriores são emitidos no prazo de 15 dias, nãosendo considerados caso sejam emitidos após odecurso desse prazo.

Artigo 51.º Contratualização

1 - Os interessados na elaboração de um plano deurbanização ou de um plano de pormenor podemapresentar à câmara municipal propostas decontratos que tenham por objecto a elaboração de umprojecto de plano, bem como a respectiva execução.

2 - A câmara municipal pode sujeitar a apresentação depropostas previstas no número anterior a adequadoprocedimento concursal.

3 - Os contratos previstos no n.º 1 não prejudicam oexercício dos poderes públicos municipaisrelativamente ao procedimento, conteúdo, aprovaçãoe execução do plano, bem como à observância dosregimes legais relativos ao uso do solo e àsdisposições dos demais instrumentos de gestãoterritorial com os quais o plano de urbanização ou oplano de pormenor devam ser compatíveis.

4 - Para além do disposto no número anterior, o contratonão substitui o plano na definição do regime do usodo solo, apenas adquirindo eficácia para tal efeito namedida em que vier a ser incorporado no plano eprevalecendo em qualquer caso o disposto nesteúltimo.

5 - O procedimento de formação do contrato dependenteda deliberação da câmara municipal, devidamentefundamentada, que explicite, designadamente: a) As razões que justificam a sua adopção; b) A oportunidade da deliberação tendo em

conta os termos de referência do futuroplano, designadamente a sua articulação ecoerência com a estratégia territorial domunicípio e o seu enquadramento naprogramação constante do plano directormunicipal ou do plano de urbanização;

c) A eventual necessidade de alteração aosplanos municipais de ordenamento doterritório em vigor.

6 - A decisão de submeter a processo decontratualização e os respectivos termos dereferência, são publicitados conjuntamente com adeliberação que determina a elaboração do plano.

7 - O contrato é aprovado em reunião de câmara eacompanha a proposta de plano no decurso doperíodo de discussão pública, nos termos do n.º 3 doartigo 55.º.

14 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 15: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 52.º Acompanhamento de planos

directores municipais

1 - O acompanhamento da elaboração do plano directormunicipal é assegurado por uma comissão deacompanhamento, cuja composição deve traduzir anatureza dos interesses a salvaguardar e a relevânciadas implicações técnicas a considerar, integrandotécnicos oriundos de serviços dependentes doGoverno Regional, do município envolvido e deoutras entidades públicas cuja participação sejaaconselhável no âmbito do plano, bem como derepresentantes dos interesses económicos, sociais,culturais e ambientais.

2 - Deve ser garantida a integração na comissão deacompanhamento das entidades às quais, em virtudedas suas responsabilidades ambientais específicas,possam interessar os efeitos ambientais resultantesda aplicação do plano, as quais exercem na comissãoas competências consultivas atribuídas pelos artigos5.º e 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 deJunho, e acompanham a elaboração do relatórioambiental.

3 - A comissão de acompanhamento deve serconstituída no prazo de 20 dias após solicitação dacâmara municipal.

4 - A comissão fica obrigada a emitir um parecerescrito, que se pronuncie sobre os aspectosseguintes: a) Cumprimento das normas legais e

regulamentares aplicáveis; b) Compatibilidade da proposta de plano com

os instrumentos de gestão territorial eficazes; c) Fundamento técnico das soluções defendidas

pela câmara municipal.

5 - O parecer da comissão deve exprimir a apreciaçãorealizada pelas diversas entidades representadas,incluindo a posição final das entidades queformalmente discordaram das soluções projectadas.

6 - parecer final da comissão acompanha a proposta deplano submetida à aprovação da assembleiamunicipal.

7 - Para efeitos de avaliação ambiental, o parecer finalda comissão integra a análise sobre o relatórioambiental considerando especificamente a posiçãodas entidades referidas no n.º 2.

8 - A constituição, a composição e o funcionamento dacomissão de acompanhamento são definidos pordespacho da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

Artigo 53.º Comissão de acompanhamento

1 - Para efeitos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigoa n t e r i o r, a designação dos representantes dosserviços e entidades da administração regional incluia delegação ou subdelegação dos poderes adequadospara efeitos de vinculação daqueles serviços eentidades.

2 - A posição manifestada pelos representantes dosserviços e entidades da administração regional noparecer previsto no n.º 4 do artigo anterior substituios pareceres que, nos termos legais e regula-mentares, aqueles serviços e entidades devessememitir, a qualquer título, sobre o plano.

3 - Caso o representante de um serviço ou entidade nãomanifeste, na reunião da comissão de acompa-nhamento que aprova o parecer final, a suaconcordância com as soluções projectadas, ou,apesar de regularmente convocado, não compareça àreunião, considera-se que o serviço ou entidade porsi representado nada tem a opor à proposta de planodirector municipal, desde que não manifeste a suadiscordância no prazo de 5 dias após a comunicaçãodo resultado da reunião.

Artigo 54.º Acompanhamento de planos de urbanização

e de planos de pormenor

1 - O acompanhamento da elaboração dos planos deurbanização e dos planos de pormenor é facultativo.

2 - No decurso da elaboração dos planos, a câmaramunicipal solicita o acompanhamento que entendernecessário à Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

Artigo 55.º Participação

1 - Ao longo da elaboração dos planos municipais deordenamento do território, a câmara municipalfaculta aos interessados todos os elementosrelevantes para que estes possam conhecer o estádiodos trabalhados e a evolução da tramitaçãoprocedimental, bem como formular sugestões àautarquia e à comissão de acompanhamento, quandoexista.

2 - Na deliberação que determina a elaboração do planoé estabelecido um prazo, que não deve ser inferior a15 dias, para a formulação inicial de sugestões e paraa apresentação de informações sobre quaisquerquestões que possam ser consideradas no âmbito dorespectivo procedimento de elaboração.

3 - Concluído o período de acompanhamento, quandoexista, a câmara municipal procede à abertura de umperíodo de discussão pública, através de aviso apublicar no Jornal Oficial e a divulgar em pelomenos num jornal diário regional e na página daInternet, do qual consta a indicação do período dediscussão, das eventuais sessões públicas a que hajalugar e dos locais onde se encontram disponíveis aproposta e o respectivo relatório ambiental, bemcomo o parecer da comissão de acompanhamento, osdemais pareceres eventualmente emitidos, o contratoprevisto no n.º 6 do artigo 51.º, quando exista, e aindicação da forma como os interessados podemapresentar as suas reclamações, observações ousugestões.

4 - O período de discussão pública deve ser anunciadocom a antecedência mínima de 5 dias, e não pode serinferior a 30 dias para o plano director municipal e a20 dias para o plano de urbanização e para o plano depormenor.

29 de Dezembro de 2008 S - 15INúmero 159

Page 16: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

5 - A câmara municipal pondera as reclamações,observações, sugestões e pedidos de esclarecimentoapresentados pelos particulares, ficando obrigada aresposta fundamentada perante aqueles queinvoquem, designadamente: a) A incompatibilidade com outros instru-

mentos de gestão territorial eficazes; b) A incompatibilidade com planos, programas

e projectos que devessem ser ponderados emfase de elaboração;

c) A desconformidade com disposições legais eregulamentares aplicáveis;

d) A eventual lesão de direitos subjectivos.

6 - A resposta referida no número anterior serácomunicada por escrito aos interessados, semprejuízo do disposto no artigo 10.º, n.º 4, da Lei n.º 83/95, de 31 de Agosto.

7 - Sempre que necessário ou conveniente, a câmaramunicipal promove o esclarecimento directo dosinteressados, designadamente através de reuniões apromover com os seus próprios técnicos das quais selavrarão as correspondentes actas.

8 - Findo o período de discussão pública, a câmaramunicipal pondera e divulga, designadamenteatravés da comunicação social e da Internet, osrespectivos resultados e elabora a versão final daproposta de plano municipal de ordenamento doterritório para aprovação.

9 - São obrigatoriamente públicas todas as reuniões dacâmara municipal e da assembleia municipal querespeitem à elaboração ou aprovação de qualquercategoria de plano municipal de ordenamento doterritório.

Artigo 56.º Parecer final

1 - Concluída a versão final, a proposta de planomunicipal de ordenamento do território é objecto deparecer da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

2 - O parecer da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território incide sobre aconformidade com as disposições legais e regula-mentares vigentes, bem como sobre a articulação ecoerência da proposta com os objectivos, princípiose regras aplicáveis no município, definidos porquaisquer outros instrumentos de gestão territorialeficazes.

3 - O parecer final é emitido nos seguintes prazos: a) Plano director municipal - 30 dias; b) Plano de urbanização - 20 dias; c) Plano de pormenor - 15 dias.

Artigo 57.º Aprovação

1 - Os planos municipais de ordenamento do territóriosão aprovados pela assembleia municipal, medianteproposta apresentada pela câmara municipal.

2 - Se o plano director municipal de ordenamento doterritório aprovado contiver incompatibilidades como plano regional de ordenamento do território oucom plano sectorial com incidência territorial deveser solicitada a sua ratificação nos termos do artigoseguinte.

Artigo 58.º Ratificação

1 - A ratificação pelo Governo Regional do planodirector municipal de ordenamento do território temcomo efeito a derrogação das normas do planoregional de ordenamento do território e dos planossectoriais com incidência territorial incompatíveiscom as novas opções municipais, determinado acorrespondente alteração dos elementos docu-mentais afectados, escritos ou desenhados, por formaa que traduzam a actualização da disciplina vigente.

2 - A ratificação pelo Governo Regional do planodirector municipal de ordenamento do territórioocorre, a solicitação da câmara municipal ou sobproposta da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território, quando, no âmbito doprocedimento de elaboração, alteração ou revisão forsuscitada pelos serviços e entidades comcompetências consultivas no âmbito da elaboração edo acompanhamento, a incompatibilidade com osinstrumentos de gestão territorial referidos nonúmero anterior.

3 - A ratificação do plano director municipal deordenamento do território pode ser parcial.

4 - A ratificação pelo Governo Regional de planomunicipal de urbanização ou de pormenor tem comoefeito a derrogação das normas do plano directormunicipal de ordenamento do território, determi-nando a correspondente alteração dos elementosdocumentais afectados, escritos ou desenhados, porforma a que traduzam a actualização da disciplinavigente.

5 - A ratificação de plano municipal de urbanização oude pormenor é efectuada por resolução do Conselhode Governo, sob proposta do Secretário Regionalcom a tutela do ordenamento do território e ocorre asolicitação da câmara municipal quando ocorrer aincompatibilidade com o plano director municipal deordenamento do território.

Artigo 59.º Conclusão da elaboração e

prazo de publicação

1 - A elaboração dos planos municipais de ordenamentodo território considera-se concluída com a aprovaçãoda respectiva proposta pela assembleia municipal ouconcluída com resolução de ratificação do Conselhodo Governo, quando haja lugar à mesma.

2 - Os procedimentos administrativos subsequentes àconclusão da elaboração dos planos municipais deordenamento do território devem ser concretizadosde modo que, entre a respectiva aprovação e apublicação no Jornal Oficial, medeiem os seguintesprazos máximos: a) Plano director municipal - três meses; b) Plano de urbanização - dois meses; c) Plano de pormenor - dois meses.

Artigo 60.º Efeitos

A existência de planos municipais de ordenamento doterritório eficazes pode constituir condição de acesso àcelebração de contratos-programa, bem como à obtenção defundos e linhas de crédito especiais.

16 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 17: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 61.º Vigência

Os planos municipais de ordenamento do territóriopoderão ter um prazo de vigência previamente fixado,permanecendo, no entanto, eficazes até à entrada em vigor darespectiva revisão ou alteração.

Artigo 62.º Disponibilização da informação

na Internet

1 - Os planos municipais de ordenamento do territórioestão acessíveis na página da Internet do respectivoConcelho e na Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

2 - Para efeitos do número anterior, os municípiosdevem proceder à transcrição digital georrefe-renciada de todo o conteúdo documental queconstitui os planos municipais de ordenamento doterritório, disponibilizando-os nos respectivos sítioselectrónicos.

3 - As plantas devem estar disponíveis à mesma escala ecom as mesmas cores e símbolos dos documentosaprovados pelo respectivo município.

4 - O acesso às legendas das plantas deve ser simples erápido de forma a garantir o entendimento dosignificado das cores e símbolos utilizados.

DIVISÃO III Plano director municipal

Artigo 63.º Objecto

1 - O plano director municipal estabelece a estratégia dedesenvolvimento territorial, a política municipal deordenamento do território e de urbanismo e asdemais políticas urbanas, integra e articula asorientações estabelecidas pelos instrumentos degestão territorial de âmbito nacional e regional eestabelece o modelo de organização espacial doterritório municipal.

2 - O plano director municipal é um instrumento dereferência para a elaboração dos demais planosmunicipais de ordenamento do território e para oestabelecimento de programas de acção territorial,bem como para o desenvolvimento das intervençõessectoriais no território do município, emconcretização do princípio da coordenação dasrespectivas estratégias de ordenamento territorial.

3 - O modelo de organização espacial do territóriomunicipal tem por base a classificação e aqualificação do solo.

4 - O plano director municipal é de elaboraçãoobrigatória.

Artigo 64.º Conteúdo material

O plano director municipal define um modelo deo rganização municipal do território, estabelecendonomeadamente:

a) A caracterização económica, social e biofísica,incluindo da estrutura fundiária da área deintervenção;

b) A definição e a caracterização da área deintervenção, identificando as redes urbana, viária, detransportes e de equipamentos de educação, desaúde, de abastecimento público e de segurança, bemcomo os sistemas de telecomunicações, deabastecimento de energia, de captação, de tratamentoe abastecimento de água, de drenagem e tratamentode efluentes e de recolha, depósito e tratamento deresíduos;

c) A definição dos sistemas de protecção dos valores erecursos naturais, culturais, agrícolas e florestais,identificando a estrutura ecológica municipal;

d) Os objectivos do desenvolvimento estratégico aprosseguir e os critérios de sustentatibilidade aadoptar, bem como os meios disponíveis e as acçõespropostas;

e) A referenciação espacial dos usos e das actividades,nomeadamente através da definição das classes ecategorias dos espaços;

f) A identificação das áreas e a definição de estratégiasde localização, distribuição e desenvolvimento dasactividades industriais, turísticas, comerciais e deserviços;

g) A definição de estratégias para o espaço rural,identificando aptidões, potencialidades e referênciasaos usos múltiplos possíveis;

h) A identificação e a delimitação dos perímetrosurbanos, com a definição do sistema urbanomunicipal;

i) A especificação qualitativa e quantitativa dosíndices, indicadores e parâmetros de referência,urbanísticos ou de ordenamento, a estabelecer emplano de urbanização e plano de pormenor, bemcomo os de natureza supletiva aplicáveis na ausênciadestes;

j) A definição de unidades operativas de planeamento egestão, para efeitos de programação da execução doplano, estabelecendo para cada uma das mesmas osrespectivos objectivos, bem como os termos dereferência para a necessária elaboração de planos deurbanização e de pormenor;

l) A identificação de condicionantes, designadamentereservas e zonas de protecção, bem como dasnecessárias à concretização dos planos de protecçãocivil de carácter permanente;

m) As condições de reconversão das áreas urbanas degénese ilegal;

n) Os critérios para a definição das áreas de cedência,bem como a definição das respectivas regras degestão;

o) Os critérios de perequação compensatória debenefícios e encargos decorrentes da gestãourbanística a concretizar nos planos municipais deordenamento do território previstos nas unidadesoperativas de planeamento e gestão;

p) A articulação do modelo de organização municipaldo território com a disciplina consagrada nos demaisinstrumentos de gestão territorial aplicáveis;

q) O prazo de vigência e as condições de revisão; r) Os critérios para a definição das áreas de cedência.

Artigo 65.º Conteúdo documental

1 - O plano director municipal é constituído por: a) Regulamento; b) Planta de ordenamento que representa o

modelo e organização espacial do territóriomunicipal, de acordo com os sistemasestruturantes e a classificação e qualificaçãodos solos e ainda as unidades operativas deplaneamento e gestão definidas;

29 de Dezembro de 2008 S - 17INúmero 159

Page 18: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

c) Planta de condicionantes, que identifica asservidões e restrições de utilidade pública emvigor que possam constituir limitações ouimpedimentos a qualquer forma específicade aproveitamento.

2 - O plano director municipal é acompanhado por: a) Estudos de caracterização do território

municipal; b) Relatório, que explicita os objectivos

estratégicos e as opções de base territorialadoptadas para o modelo de organizaçãoespacial, bem como a respectiva fundamen-tação técnica, suportada na avaliação dascondições económicas, sociais, culturais eambientais para a sua execução;

c) Relatório ambiental, no qual se identificam,descrevem e avaliam os eventuais efeitossignificativos no ambiente resultantes daaplicação do plano e as suas alternativasrazoáveis que tenham em conta os objectivose o âmbito de aplicação territorial respec-tivos.

3 - Os demais elementos que acompanham o planodirector municipal são fixados por despacho daSecretaria Regional com a tutela do ordenamento doterritório.

DIVISÃO IVPlano de urbanização

Artigo 66.º Objecto

1 - O plano de urbanização concretiza, para umadeterminada área do território municipal, a políticade ordenamento do território e de urbanismo,fornecendo o quadro de referência para a aplicaçãodas políticas urbanas e definindo a estrutura urbana,o regime de uso do solo e os critérios detransformação do território.

2 - O plano de urbanização pode abranger: a) Qualquer área do território do município

incluída em perímetro urbano por planodirector municipal eficaz e ainda o solo ruralcomplementar de um ou mais perímetrosurbanos, que se revele necessário paraestabelecer uma intervenção integrada deplaneamento;

b) Outras áreas do território municipal que, deacordo com os objectivos e prioridadesestabelecidas no plano director municipal,possam ser destinadas a usos e funçõesurbanas, designadamente à localização deinstalações ou parques industriais, logísticosou de serviços ou à localização deempreendimentos turísticos e equipamentose infra-estruturas associadas.

Artigo 67.º Conteúdo material

O plano de urbanização adopta o conteúdo materialapropriado às condições da área territorial a que respeita, aosobjectivos das políticas urbanas e às transformaçõesprevistas nos termos de referência e na deliberaçãomunicipal que determinou a sua elaboração, dispondonomeadamente de:

a) A definição e caracterização da área de intervenção,identificando os valores culturais e naturais aproteger;

b) A concepção geral da organização urbana, a partir daqualificação do solo, definindo a rede viáriaestruturante, a localização de equipamentos de uso einteresse colectivo, a estrutura ecológica, bem comoo sistema urbano de circulação de transporte públicoe privado e de estacionamento;

c) A definição do zonamento para localização dasdiversas funções urbanas, designadamentehabitacionais, comerciais, turísticas, de serviços eindustriais, bem como a identificação das áreas arecuperar ou reconverter;

d) A adequação do perímetro urbano definido no planodirector municipal em função do zonamento e daconcepção geral da organização urbana definidos;

e) O traçado e o dimensionamento das redes de infra-estruturas gerais que estruturam o território, fixandoos respectivos espaços-canal;

f) Os critérios de localização e de inserção urbanísticae o dimensionamento dos equipamentos deutilização colectiva;

g) As condições de aplicação dos instrumentos dapolítica de solos e de política urbana previstos na lei,em particular os que respeitam à reabilitação urbanae à reconversão urbanística de áreas urbanasdegradadas;

h) Os indicadores e os parâmetros urbanísticosaplicáveis a cada uma das categorias e subcategoriasde espaços;

i) A delimitação e os objectivos das unidades ousubunidades operativas de planeamento e gestão e aestruturação das acções de perequação compen-satória;

j) A identificação dos sistemas de execução do plano.

Artigo 68.º Conteúdo documental

1 - O plano de urbanização é constituído por: a) Regulamento; b) Planta de zonamento, que representa a

estrutura territorial e o regime de uso do soloda área a que respeita;

c) Planta de condicionantes, que identifica asservidões e restrições de utilidade pública emvigor que possam constituir limitações ouimpedimentos a qualquer forma específicade aproveitamento.

2 - O plano de urbanização é acompanhado por: a) Relatório, que explicita os objectivos

estratégicos do plano e a respectiva funda-mentação técnica, suportada na avaliação dascondições económicas, sociais, culturais eambientais para a sua execução;

b) Programa de execução, contendo designa-damente disposições indicativas sobre aexecução das intervenções municipaisprevistas, bem como sobre os meios definanciamento das mesmas;

c) Pode ainda conter peças escritas edesenhadas que suportem as operações detransformação fundiária previstas, para a suatotalidade ou parte da área a ele afecta,nomeadamente para efeitos de registopredial.

18 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 19: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

3 - Sempre que a natureza dos interesses afectados peloplano de urbanização o justifique, este é aindaacompanhado por um relatório ambiental, no qual seidentificam, descrevem e avaliam os eventuaisefeitos significativos no ambiente resultantes daaplicação do plano e as suas alternativas razoáveisque tenham em conta os objectivos e o âmbito deaplicação territorial respectivos.

4 - Os demais elementos que acompanham o plano deurbanização são fixados por despacho da SecretariaRegional com a tutela do ordenamento do território.

5 - Para efeitos de registo predial, as peças escritas edesenhadas previstas na alínea c) do n.º 2, consistemem: a) Planta do cadastro original; b) Quadro com a identificação dos prédios,

natureza, descrição predial, inscriçãomatricial, áreas e confrontações;

c) Planta da operação de transformaçãofundiária com a identificação dos novosprédios;

d) Quadro com a identificação dos novosprédios ou fichas individuais, com aindicação da respectiva área, área destinada àimplantação dos edifícios e das construçõesanexas, área de construção, volumetria,cércea e número de pisos acima e abaixo dacota de soleira para cada um dos edifícios,número de fogos e utilização dos edifícios efogos;

e) Planta com as áreas de cedência para odomínio municipal;

f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder,sua finalidade e área de implantação;

g) Quadro com a descrição das parcelas a ceder,sua finalidade e área de implantação e deconstrução dos equipamentos de utilizaçãocolectiva;

h) Quadro de transformação fundiária explici-tando o relacionamento entre os prédiosoriginários e os prédios resultantes daoperação de transformação fundiária.

DIVISÃO VPlano de pormenor

Artigo 69.º Objecto

1 - O plano de pormenor desenvolve e concretizapropostas de ocupação de qualquer área do territóriomunicipal, estabelecendo regras sobre a implantaçãodas infra-estruturas e o desenho dos espaços deutilização colectiva, a forma de edificação e adisciplina da sua integração na paisagem, alocalização e a inserção urbanística dosequipamentos de utilização colectiva e a organizaçãoespacial das demais actividades de interesse geral.

2 - O plano de pormenor pode ainda desenvolver econcretizar programas de acção territorial.

3 - O plano de pormenor abrange áreas contínuas doterritório municipal, correspondentes, designa-damente, a uma unidade uma subunidade operativade planeamento e gestão ou a parte delas.

4 - O plano de pormenor pode adoptar modalidadesespecíficas de acordo com as finalidades deintervenção previstas nos termos de referência doplano e na deliberação municipal que determine arespectiva elaboração.

5 - São modalidades específicas de plano de pormenor: a) O plano de intervenção no espaço rural; b) O plano de pormenor de reabilitação urbana; c) O plano de pormenor de salvaguarda; d) O plano de alinhamento e cércea; e) O projecto urbano.

Artigo 70.º Conteúdo material

1 - O plano de pormenor deve adoptar o conteúdomaterial apropriado às condições da área territorial aque respeita e aos objectivos previstos nos termos dereferência e na deliberação municipal quedeterminou a sua elaboração, estabelecendonomeadamente: a) A definição e caracterização da área de

intervenção identificando, quando sejustifique, os valores culturais e naturais aproteger;

b) As operações de transformação fundiárianecessárias e a definição das regras relativasàs obras de urbanização;

c) O desenho urbano, exprimindo a definiçãodos espaços públicos, de circulação viária epedonal, de estacionamento bem como dorespectivo tratamento, alinhamentos,implantações, modelação do terreno,distribuição volumétrica, bem como alocalização dos equipamentos e zonasverdes;

d) A distribuição de funções e a definição deparâmetros urbanísticos, designadamenteíndices, densidade de fogos, número de pisose cérceas;

e) Os indicadores relativos às cores e materiaisa utilizar;

f) As operações de demolição, conservação ereabilitação das construções existentes;

g) As regras para a ocupação e gestão dosespaços públicos;

h) A implantação das redes de infra-estruturas,com delimitação objectiva das áreas a elasafectas;

i) Os critérios de inserção urbanística e odimensionamento dos equipamentos deutilização colectiva e a respectivalocalização no caso dos equipamentospúblicos;

j) A identificação dos sistemas de execução doplano e a programação dos investimentospúblicos associados, bem como a suaarticulação com os investimentos privados;

l) A estruturação das acções de perequaçãocompensatória.

2 - O plano de pormenor relativo a área não abrangidapor plano de urbanização, bem como aquele queenquadre as intervenções em solo rural, procede àprévia explicitação do zonamento com base nadisciplina consagrada no plano director municipal.

29 de Dezembro de 2008 S - 19INúmero 159

Page 20: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 71.º Conteúdo material das modalidades específicas de plano de pormenor

1 - O conteúdo material das modalidades específicas deplano de pormenor é adaptado às finalidadesconcretas previstas nos termos de referência doplano e na deliberação municipal que determinou arespectiva colaboração.

2 - O plano de intervenção no espaço rural abrange solorural e estabelece as regras relativas a: a) Construção de novas edificações e

reconstrução, alteração, ampliação oudemolição das edificações existentes,quando tal se revele necessário ao exercíciodas actividades autorizadas no solo rural;

b) Implantação de novas infra-estruturas decirculação de veículos, animais e pessoas, ede novos equipamentos públicos ou privadosde utilização colectiva, e a remodelação,ampliação ou alteração dos existentes;

c) Criação ou a beneficiação de espaços deutilização colectiva, públicos ou privados, erespectivos acessos e áreas de estacio-namento;

d) Criação de condições para a prestação deserviços complementares das actividadesautorizadas no solo rural;

e) Operações de protecção, valorização erequalificação da paisagem.

3 - O plano de intervenção no espaço rural só podepromover a reclassificação do solo rural em urbanonas áreas justificadamente destinadas à edificação eusos urbanos complementares.

4 - O plano de pormenor de reabilitação urbana abrangesolo urbano correspondente à totalidade ou a partede: a) Um centro histórico delimitado em plano

director municipal ou plano de urbanização; b) Uma área crítica de recuperação e

reconversão urbanística; c) Uma área de reabilitação urbana constituída

nos termos da lei.

5 - O plano de pormenor de reabilitação urbana podedelimitar áreas a sujeitar à aplicação de regimesespecíficos de reabilitação urbana previstos na lei.

6 - O conteúdo do plano de pormenor de salvaguarda édefinido nos termos previstos na Lei n.º 107/2001,de 8 de Setembro.

7 - O plano de alinhamento e cércea abrange uma áreadotada de rede viária e define a implantação ecérceas das fachadas principais das edificações faceà via pública.

8 - O projecto urbano define a forma e o conteúdoarquitectónico a adoptar em área urbana delimitada,estabelecendo a relação com o espaço envolvente.

9 - O projecto urbano de espaços públicos define aforma, desenho, hierarquia e características físicasdos espaços urbanos públicos, e pode aindaestabelecer as operações de transformação fundiárianecessárias à sua concretização.

Artigo 72.º Conteúdo documental

1 - O plano de pormenor é constituído por: a) Regulamento; b) Planta de implantação, que representa o

regime de uso, ocupação e transformação daárea de intervenção;

c) Planta de condicionantes, que identifica asservidões e restrições de utilidade pública emvigor que possam constituir limitações ouimpedimentos a qualquer forma específicade aproveitamento.

2 - O plano de pormenor é acompanhado por: a) Relatório, contendo a fundamentação técnica

das soluções propostas no plano, suportadana identificação e caracterização objectivados recursos territoriais da sua área deintervenção e na avaliação das condiçõeseconómicas, sociais, culturais e ambientaispara a sua execução;

b) Peças escritas e desenhadas que suportem asoperações de transformação fundiária previs-tas, nomeadamente para efeitos de registopredial;

c) Programa de execução das acções previstas erespectivo plano de financiamento.

3 - Sempre que a natureza dos interesses afectados peloplano de pormenor o justifique, este é aindaacompanhado por um relatório ambiental, no qual seidentificam, descrevem e avaliam os eventuaisefeitos significativos no ambiente resultantes daaplicação do plano e as suas alternativas razoáveisque tenham em conta os objectivos e o âmbito deaplicação territorial respectivos.

4 - Para efeitos de registo predial, as peças escritas edesenhadas previstas na alínea b) do n.º 2 consistemem: a) Planta do cadastro original; b) Quadro com a identificação dos prédios,

natureza, descrição predial, inscriçãomatricial, áreas e confrontações;

c) Planta da operação de transformaçãofundiária com a identificação dos novosprédios;

d) Quadro com a identificação dos novosprédios ou fichas individuais, com aindicação da respectiva área, área destinada àimplantação dos edifícios e das construçõesanexas, área de construção, volumetria,cércea e número de pisos acima e abaixo dacota de soleira para cada um dos edifícios,número de fogos e utilização dos edifícios edos fogos;

e) Planta com as áreas de cedência para odomínio municipal;

f) Quadro com a descrição das parcelas a ceder,sua finalidade e área de implantação e deconstrução dos equipamentos de utilizaçãocolectiva;

g) Quadro de transformação fundiáriaexplicitando o relacionamento entre osprédios originários e os prédios resultantesda operação de transformação fundiária.

20 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 21: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

5 - Os demais elementos que acompanham o plano depormenor são fixados por despacho da SecretariaRegional com a tutela do ordenamento do território.

Artigo 73.º Efeitos registrais

1 - A certidão do plano de urbanização ou de pormenorque contenha as menções constantes das alíneas b),c) e d) do n.º 4 do artigo 68.º e das alíneas b), c) e d)do n.º 1 do artigo 70.º constitui título bastante para aindividualização no registo predial dos prédiosresultantes das operações de loteamento, estrutu-ração da compropriedade ou reparcelamentoprevistas no plano.

2 - O registo previsto no número anterior incide apenassobre as descrições prediais de que o requerente sejatitular inscrito.

3 - As parcelas de terreno cedidas ao municípiointegram-se no domínio municipal no acto deindividualização no registo predial dos lotesrespectivos.

4 - O disposto nos números anteriores aplica-se àsmodalidades específicas de plano de pormenor.

SECÇÃO IVDinâmica

Artigo 74.º Dinâmica

1 - Os instrumentos de gestão territorial podem serobjecto de alteração, de rectificação, de revisão e desuspensão.

2 - A alteração dos instrumentos de gestão territorialpode decorrer: a) Da evolução das condições económicas,

sociais, culturais e ambientais que lhes estãosubjacentes e que fundamentam as opçõesdefinidas no plano, desde que revistacarácter parcial;

b) Da entrada em vigor de instrumentos degestão territorial que com eles não secompatibilizem;

c) Da entrada em vigor de leis ou outrosregulamentos que colidam com asrespectivas disposições ou que estabeleçamservidões administrativas ou restrições deutilidade pública que afectem as mesmas.

3 - A revisão dos instrumentos de gestão territorialimplica a reconsideração e reapreciação global dasopções estratégicas do plano, dos princípios eobjectivos do modelo territorial definido ou dosregimes de salvaguarda e valorização dos recursos evalores territoriais.

4 - A suspensão dos instrumentos de gestão territorialpode decorrer da verificação de circunstânciasexcepcionais que se repercutam no ordenamento doterritório pondo em causa a prossecução deinteresses públicos relevantes.

Artigo 75.º Alteração do plano regional de ordenamento do território,

dos planos sectoriais com incidência territorial e dos planosintermunicipais de ordenamento do território

1 - O plano regional de ordenamento do território, osplanos sectoriais com incidência territorial e osplanos intermunicipais de ordenamento do territóriosão alterados sempre que a evolução dasperspectivas de desenvolvimento económico e socialo determine.

2 - O plano regional de ordenamento do território, osplanos sectoriais com incidência territorial e osplanos intermunicipais de ordenamento do territóriosão ainda alterados por força da posterior aprovaçãode outros instrumentos de gestão territorial deâmbito regional que com eles não se compatibilizem.

3 - O plano regional de ordenamento do território, osplanos sectoriais com incidência territorial e osplanos intermunicipais de ordenamento do territóriosão igualmente alterados por força da posteriorratificação de planos municipais de ordenamento doterritório que com eles não se compatibilizem.

4 - O conteúdo dos novos planos é, com as necessáriasalterações, integrado no conteúdo dos instrumentosde gestão territorial assim alterados.

Artigo 76.º Alterações aos planos especiais de

ordenamento do território

1 - Os planos especiais de ordenamento do território sópodem ser objecto de alteração decorridos três anossobre a respectiva entrada em vigor.

2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior: a) As alterações por adaptação e as rectifi-

cações; b) As alterações simplificadas; c) As alterações que comprovadamente não

envolvam prejuízos para terceiros ou para ointeresse público;

d) A possibilidade de alteração resultante decircunstâncias excepcionais, designada-mente em situações de calamidade públicaou de alteração substancial das condiçõeseconómicas, sociais, culturais e ambientaisque fundamentaram as opções definidas noplano;

e) As alterações resultantes de situações deinteresse público não previstas nas opções doplano reconhecidas por despacho daSecretaria Regional com a tutela doordenamento do território e da SecretariaRegional com a tutela do ambiente e doSecretário Regional competente em razão damatéria, designadamente decorrentes danecessidade de instalação de infra-estruturasde produção e transporte de energ i a srenováveis, de infra-estruturas rodoviárias,de redes de saneamento básico e deabastecimento de água, de acções derealojamento, da reconversão de áreasurbanas de génese ilegal e as relativas àreserva ecológica e reserva agrícola, bemcomo da classificação de monumentos,conjuntos e sítios;

29 de Dezembro de 2008 S - 21INúmero 159

Page 22: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

f) As alterações aos planos de ordenamento deáreas protegidas decorrentes de alteraçõesdos limites da área protegida respectiva.

3 - Decorrido o prazo previsto no n.º 1, os planosespeciais de ordenamento do território são alteradossempre que a evolução das necessidades específicasde salvaguarda o determine.

4 - Os planos especiais de ordenamento do território sãoainda alterados por força da posterior aprovação deoutros instrumentos de gestão territorial de âmbitoregional que com eles não se compatibilizem.

5 - O conteúdo dos novos planos é, com as necessáriasadaptações, integrado no conteúdo dos instrumentosde gestão territorial assim alterados.

Artigo 77.º Alteração dos planos municipais de

ordenamento do território

1 - Os planos municipais de ordenamento do territóriosó podem ser objecto de alteração decorridos trêsanos sobre a respectiva entrada em vigor.

2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior: a) As alterações por adaptação e as

rectificações; b) As alterações simplificadas; c) A possibilidade de alteração resultante de

circunstâncias excepcionais, designadamenteem situações de calamidade pública ou dealteração substancial das condiçõeseconómicas, sociais, culturais e ambientaisque fundamentaram as opções definidas noplano;

d) As alterações resultantes de situações deinteresse público não previstas nas opções doplano reconhecidas por despacho daSecretaria Regional da tutela do ordena-mento do território, designadamentedecorrentes da necessidade de instalação deinfra-estruturas de produção e transporte dee n e rgias renováveis, de infra-estruturasrodoviárias, de redes de saneamento básico ede abastecimento de água, de acções derealojamento, da reconversão de áreasurbanas de génese ilegal e as relativas àreserva ecológica e reserva agrícola, bemcomo da classificação de monumentos,conjuntos e sítios.

Artigo 78.º Procedimento geral

1 - As alterações aos instrumentos de gestão territorialseguem, com as devidas adaptações, os procedi-mentos previstos no presente diploma para a suaelaboração, aprovação, ratificação e publicação, comexcepção do disposto nos números e artigosseguintes.

2 - As alterações do plano director municipal sãoobjecto de acompanhamento nos termos do dispostono artigo 52.º do presente diploma.

3 - Os pareceres solicitados no âmbito dosprocedimentos de alteração aos instrumentos degestão territorial são emitidos no prazo de 15 dias,não sendo considerados caso sejam emitidos após odecurso desse prazo.

4 - A revisão dos instrumentos de gestão territorialsegue, com as devidas adaptações, os procedimentosestabelecidos no presente diploma para a suaelaboração, aprovação, ratificação e publicação.

Artigo 79.º Alteração por adaptação

1 - A alteração por adaptação dos instrumentos degestão territorial decorre: a) Da entrada em vigor de leis ou instrumentos

de gestão territorial ou outros regulamentosque colidam com as respectivas disposiçõesou que estabeleçam servidões adminis-trativas ou restrições de utilidade pública queafectem as mesmas;

b) Da incompatibilidade com a estruturaregional do sistema urbano, das redes, dasinfra-estruturas e dos equipamentos deinteresse regional e com a delimitação daestrutura de protecção e valorizaçãoambiental definidas no plano regional deordenamento do território posteriormenteaprovado, no caso dos planos municipais deordenamento do território;

c) Da variação total máxima de 3 % da área deconstrução inicialmente prevista em planosde urbanização e de pormenor.

2 - As adaptações referidas no número anterior sãoefectuadas pela entidade responsável pelaelaboração do plano, através da reformulação doselementos escritos e desenhados na parte afectada, edevem estar concluídas no prazo de 90 dias,aplicando-se os procedimentos previstos no n.º 1 doartigo 57.º e nos artigos 104.º a 107.º.

Artigo 80.º Rectificação

1 - As rectificações dos instrumentos de gestãoterritorial são admissíveis para efeitos de: a) Correcções de erros materiais provenientes

de divergências entre os elementosaprovados e os elementos publicados;

b) Correcções de erros materiais ou de cálculo,patentes e manifestos, nas disposiçõesregulamentares ou na representação carto-gráfica;

c) Acertos de cartografia determinados porincorrecções de cadastro, de transposição deescalas, de definição de limites físicosidentificáveis no terreno, bem como pordiscrepâncias entre plantas de condicio-nantes e plantas de ordenamento;

d) Correcções de regulamentos ou de plantasdeterminadas por incongruência entre osmesmos.

2 - As declarações de rectificação dos instrumentos degestão territorial seguem, com as devidasadaptações, os procedimentos previstos no presentediploma para a sua elaboração, aprovação epublicação.

Artigo 81.º Alteração simplificada

1 - Estão sujeitas a um regime procedimentalsimplificado as alterações de planos municipais deordenamento do território que resultem danecessidade de integrar a lacuna originada pela

22 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 23: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

cessação de restrições e servidões de utilidadepública ou pela desafectação de bens imóveis dodomínio público ou dos fins de utilidade pública aque se encontravam adstritos, designadamente os dodomínio privado intransponível da RegiãoAutónoma.

2 - A alteração a que se refere o número anterior operapor analogia, através da aplicação das normas doplano aplicáveis às parcelas confinantes de forma aconsolidar uma unidade harmoniosa que garanta aintegração urbanística ou territorial.

3 - A deliberação da câmara municipal que determina aalteração simplificada nos termos do presente artigodeve conter a proposta integradora que resulta daaplicação das normas aplicáveis às parcelasconfinantes.

4 - Decidida a alteração, a câmara municipal procede àpublicitação e divulgação da proposta, estabelecendoum prazo, que não deve ser inferior a 10 dias, para aapresentação de reclamações, observações ousugestões.

5 - Findo o prazo previsto no número anterior eponderadas as participações, a câmara municipalreformula os elementos do plano na parte afectada.

Artigo 82.º Revisão dos planos especiais e dos planos municipais de ordenamento do território

1 - A revisão dos planos especiais e dos planosmunicipais de ordenamento do território podedecorrer: a) Da necessidade de adequação à evolução, a

médio e longo prazos, das condiçõeseconómicas, sociais, culturais e ambientaisque determinaram a respectiva elaboração,tendo em conta os relatórios de avaliação daexecução dos mesmos;

b) De situações de suspensão do plano e danecessidade da sua adequação à prossecuçãodos interesses públicos que a determinaram.

2 - A revisão prevista na alínea a) do número anterior sópode ocorrer decorridos três anos sobre a entrada emvigor do plano.

3 - Os planos directores municipais devem ser revistosdecorrido que seja o prazo de 10 anos após a suaentrada em vigor ou após a sua última revisão.

Artigo 83.º Suspensão do plano regional de ordenamento do território,

dos planos especiais, dos planos sectoriais e dos planosintermunicipais de ordenamento do território

1 - A suspensão, total e parcial, do plano regional deordenamento do território, dos planos especiais e dosplanos sectoriais ocorre quando se verifiquemcircunstâncias excepcionais resultantes de alteraçãosignificativa das perspectivas de desenvolvimentoeconómico-social ou da realidade ambiental quedeterminou a sua elaboração, incompatíveis com aconcretização das opções estabelecidas no plano,ouvidas as câmaras municipais abrangidas.

2 - A suspensão, total e parcial, do plano intermunicipalde ordenamento do território, ocorre quando severifiquem circunstâncias excepcionais resultantesde alteração significativa das perspectivas dedesenvolvimento económico-social incompatíveiscom a concretização das opções estabelecidas noplano.

3 - A suspensão do plano regional de ordenamento doterritório, dos planos especiais, dos planos sectoriaise dos planos intermunicipais é determinada pelomesmo tipo de acto que os haja aprovado.

4 - O acto que determina a suspensão deve conter afundamentação, o prazo e a incidência territorial dasuspensão, bem como indicar expressamente asdisposições suspensas.

Artigo 84.º Suspensão dos planos municipais de

ordenamento do território

1 - A suspensão, total ou parcial, de planos municipaisde ordenamento do território é determinada: a) Por resolução do Conselho de Governo, em

casos de reconhecido interesse regional,ouvidas as câmaras municipais abrangidaspela incidência territorial da suspensão;

b) Por deliberação da assembleia municipal,sob proposta da câmara municipal, sujeita aratificação do Governo Regional, quando severifiquem circunstâncias excepcionaisresultantes de alteração significativa dasperspectivas de desenvolvimento económicoe social local ou de situações de fragilidadeambiental incompatíveis com a concre-tização das opções estabelecidas no plano.

2 - As resoluções do Conselho de Governo e adeliberação referidas nos números anteriores devemconter a fundamentação, o prazo e a incidênciaterritorial da suspensão, bem como indicarexpressamente as disposições suspensas.

3 - A suspensão prevista na alínea b) do n.º 1 dopresente artigo implica obrigatoriamente oestabelecimento de medidas preventivas e a aberturade procedimento de revisão ou alteração do planomunicipal de ordenamento do território suspenso.

4 - A ratificação pelo Governo da deliberação daassembleia municipal prevista na alínea b) do n.º 1incide exclusivamente sobre a suspensão do planomunicipal de ordenamento do território e destina-sea assegurar o cumprimento das disposições legais eregulamentares aplicáveis.

CAPÍTULO III Violação dos instrumentos

de gestão territorial

Artigo 85.º Princípio geral

1 - A compatibilidade entre os diversos instrumentos degestão territorial é condição da respectiva validade.

2 - A conformidade dos actos praticados com osinstrumentos de gestão territorial aplicáveis écondição da respectiva validade.

29 de Dezembro de 2008 S - 23INúmero 159

Page 24: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

Artigo 86.º Invalidade dos planos

1 - São nulos os planos elaborados e aprovados emviolação de qualquer instrumento de gestãoterritorial com o qual devessem ser compatíveis.

2 - A nulidade do plano incompatível com instrumentode gestão territorial aprovado por acto de naturezaregulamentar pode ser invocada por qualquerinteressado nos três anos subsequentes à sua entradaem vigor ou, durante o mesmo período, declaradaoficiosamente por qualquer órgão administrativo oupor qualquer tribunal.

3 - Findo o prazo previsto no número anterior, ainvalidade sana-se.

4 - Nas situações excepcionais em que o plano sejaincompatível com instrumento de gestão territorialpor acto de natureza legislativa, a nulidade éinvocável a todo o tempo, por qualquer interessado,podendo ser declarada oficiosamente por qualquertribunal.

5 - Salvo menção expressa em contrário, acompanhadada necessária comunicação do dever de indemnizar,a declaração de nulidade não prejudica os efeitos dosactos administrativos entretanto praticados com baseno plano.

Artigo 87.º Invalidade dos actos

São nulos os actos praticados em violação de qualquerinstrumento de gestão territorial aplicável.

Artigo 88.º Embargo e demolição

1 - Sem prejuízo da coima legalmente aplicável, podeser determinado o embargo de trabalhos ou ademolição de obras nos seguintes casos: a) Pelo presidente da câmara municipal,

quando violem plano municipal deordenamento do território;

b) Pela Secretaria Regional da tutela doordenamento da matéria e pela SecretariaRegional com a tutela do ambiente, quandoviolem plano especial de ordenamento doterritório;

c) Pelo Governo Regional quando esteja emcausa a prossecução de objectivos deinteresse regional.

2 - Quando se verifique a realização de trabalhos ouobras, não precedidos do licenciamento oucomunicação prévia legalmente devidos, que violemplano municipal de ordenamento do território, aSecretaria Regional com a tutela do ordenamento doterritório deve participar o facto ao presidente dacâmara municipal para os efeitos previstos nonúmero anterior.

3 - As despesas com a demolição correm por conta dodono das obras a demolir e, sempre que não forempagas voluntariamente no prazo de 20 dias a contarde notificação para o efeito, são cobradascoercivamente, servindo de título executivo certidãopassada pelos serviços competentes, donde conste,além dos demais requisitos exigidos, a identificaçãodo dono das obras e o montante em dívida.

4 - As ordens de embargo e de demolição são objecto deregisto na conservatória de registo predialcompetente mediante comunicação do presidente dacâmara municipal, ou do órgão competentedependente da Secretaria Regional da tutela doordenamento do território, procedendo-seoficiosamente aos necessários averbamentos.

CAPÍTULO IVMedidas cautelares

SECÇÃO I Medidas preventivas

Artigo 89.º Âmbito material

1 - Em área para a qual tenha sido decidida eelaboração, alteração ou revisão de um planomunicipal de ordenamento do território podem serestabelecidas medidas preventivas destinadas aevitar a alteração das circunstâncias e das condiçõesde facto existentes que possa limitar a liberdade deplaneamento ou comprometer ou tornar maisonerosa a execução do plano.

2 - Em área para a qual tenha sido decidida, pordeliberação da assembleia municipal, a suspensão deum plano municipal de ordenamento do território sãoestabelecidas medidas preventivas nos termos do n.º 3 do artigo 84.º.

3 - O estabelecimento de medidas preventivas pormotivo de revisão ou alteração de um planomunicipal de ordenamento do território determina asuspensão da eficácia deste na área abrangida poraquelas medidas e, ainda, sob proposta da câmaramunicipal à assembleia municipal, a suspensão dosdemais planos municipais de ordenamento doterritório em vigor na mesma área, nos casos em queassim se justifique.

4 - As medidas preventivas abrangem as acçõesnecessárias para os objectivos a atingir, que deverãoser o mais determinados possível, de acordo com asfinalidades do plano, podendo consistir,designadamente, na proibição, na limitação o nasujeição a parecer vinculativo das seguintes acções: a) Operações de loteamento e obras de

urbanização; b) Obras de construção civil, ampliação,

alteração e reconstrução, com excepção dasque estejam isentas de procedimento delicenciamento ou comunicação prévia;

c) Trabalhos de remodelação de terrenos; d) Obras de demolição de edificações

existentes, excepto as que, por regulamentomunicipal, possam ser dispensadas delicença;

e) Derrube de árvores em maciço ou destruiçãodo solo vivo e do coberto vegetal.

5 - Ficam excluídas do âmbito de aplicação das medidaspreventivas as acções validamente autorizadas antesda sua entrada em vigor, bem como aquelas emrelação às quais exista já informação préviafavorável válida.

6 - Em casos excepcionais, quando a acção em causaprejudique de forma grave e irreversível asfinalidades do plano, a disposição do númeroanterior pode ser afastada.

24 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 25: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

7 - Quando as medidas preventivas envolvam a sujeiçãoa parecer vinculativo, o órgão competente para o seuestabelecimento determinará quais as entidades aconsultar.

8 - Para salvaguardar situações de reconhecido interesseregional e garantir a elaboração dos planos especiaisde ordenamento do território ou dos planos sectoriaiscom incidência territorial, o Governo podeestabelecer medidas preventivas e zonas de defesa econtrolo urbano nos termos definidos na Lei dosSolos.

Artigo 90.º Natureza jurídica

As medidas preventivas têm a natureza de regulamentosadministrativos.

Artigo 91.º Competências e procedimento

1 - Compete à assembleia municipal, mediante propostada câmara municipal, estabelecer medidaspreventivas de garantia da elaboração e execuçãodos planos municipais de ordenamento do território.

2 - Estão sujeitas a ratificação, nos termos do artigo58.º, as medidas preventivas relativas ao planodirector municipal.

3 - Na elaboração de medidas preventivas está aentidade competente dispensada de dar cumprimentoaos trâmites da audiência dos interessados ou daapreciação pública.

4 - A deliberação da assembleia municipal referida non.º 1, bem como a de prorrogação das medidaspreventivas, está sujeita a publicação no JornalOficial.

Artigo 92.º Limite das medidas preventivas

1 - O estabelecimento de medidas preventivas deve serlimitado aos casos em que fundadamente se prevejaou receie que os prejuízos resultantes da possívelalteração das características do local sejamsocialmente mais gravosos do que os inerentes àadopção daquelas medidas.

2 - O estabelecimento de medidas preventivas devedemonstrar a respectiva necessidade, bem comoesclarecer as vantagens e os inconvenientes deordem económica, técnica, social e ambientaldecorrentes da sua adopção.

3 - Quando o estado dos trabalhos de elaboração ourevisão dos planos o permita, deve a entidadecompetente para o estabelecimento de medidaspreventivas precisar quais são as disposições dofuturo plano cuja execução ficaria comprometida naausência daquelas medidas.

Artigo 93.º Âmbito territorial

1 - A área sujeita às medidas preventivas deve ter aextensão que se mostre adequada à satisfação dosfins a que se destina.

2 - A entidade competente para o estabelecimento dasmedidas preventivas procede à delimitação da área aabranger, devendo os limites dessa área, quando nãopossam coincidir, no todo ou em parte, com asdivisões administrativas, ser definidos pelareferência possível a elementos físicos facilmenteidentificáveis, designadamente vias públicas e linhasde água.

Artigo 94.º Âmbito temporal

1 - O prazo de vigência das medidas preventivas seráfixado no acto que as estabelecer, não podendo sersuperior a dois anos, prorrogável por mais um,quando tal se mostre necessário.

2 - Na falta de fixação do prazo de vigência, as medidaspreventivas vigoram pelo prazo de um ano,prorrogável por seis meses.

3 - As medidas preventivas deixam de vigorar quando: a) Forem revogadas; b) Decorrer o prazo fixado para a sua vigência; c) Entrar em vigor o plano que motivou a sua

aplicação; d) A entidade competente abandonar a intenção

de elaborar o plano que as originou; e) Cessar o interesse na salvaguarda das

situações excepcionais de reconhecidointeresse regional.

4 - As medidas preventivas devem ser total ouparcialmente revogadas quando, com o decurso dostrabalhos de elaboração ou revisão do plano, serevelem desnecessárias.

5 - Uma área só poderá voltar a ser abrangida pormedidas preventivas depois de decorridos quatroanos sobre a caducidade das anteriores, salvo casosexcepcionais devidamente fundamentados.

6 - Nas situações previstas no número anterior, oestabelecimento de medidas preventivas dentro doprazo de quatro anos após a caducidade das medidasanteriores constitui a entidade competente para a suaadopção na obrigação de indemnizar as pessoasafectadas.

7 - O valor da indemnização referida no número anteriorcorresponde ao prejuízo efectivo provocado aolesado em virtude de ter estado provisoriamenteimpedido de utilizar o seu solo para a finalidade paraele admitida.

8 - Os planos municipais de ordenamento do territórioque façam caducar as medidas preventivas devemreferi-lo expressamente.

9 - A prorrogação das medidas preventivas está sujeitaàs regras aplicáveis ao seu estabelecimento inicial.

Artigo 95.º Coimas

1 - Constitui contra-ordenação punível com coima arealização de obras e a utilização de edificações oudo solo em violação de disposições de planomunicipal ou de plano especial de ordenamento doterritório.

29 de Dezembro de 2008 S - 25INúmero 159

Page 26: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

2 - No caso de realização de obras, o montante da coimaé fixado entre o mínimo de 2500 e o máximo de

100 000.

3 - No caso de utilização de edificações ou do solo, omontante da coima é fixado entre o mínimo de

1500 e o máximo de 50 000.

4 - Tratando-se de pessoas colectivas, as coimasreferidas nos n.ºs 2 e 3 podem elevar-se até aosmontantes máximos de: a) 125 000, em caso de negligência; b) 250 000, em caso de dolo.

5 - O montante da coima reverte, em partes iguais paraa Região e para a entidade competente para oprocesso de contra-ordenação e aplicação da coima.

6 - A tentativa e a negligência são sempre puníveis.

7 - São competentes para o processo de contra--ordenação e aplicação da coima: a) O presidente da câmara municipal, no caso

de violação de plano municipal deordenamento do território;

b) As entidades competentes em razão damatéria, no caso de violação de planoespecial de ordenamento do território.

Artigo 96.º Embargo e demolição

1 - As obras e os trabalhos efectuados com inobser-vância das proibições, condicionantes ou pareceresvinculativos decorrentes das medidas preventivas,ainda que licenciados ou autorizados pelas entidadescompetentes, podem ser embargados ou demolidos,bem como ordenada a reposição da configuração doterreno e a recuperação do coberto vegetal, segundoprojecto a aprovar pela Administração.

2 - A competência para ordenar o embargo, ademolição, a reposição da configuração do terrenoou a recuperação do coberto vegetal referidos nonúmero anterior pertence ao presidente da câmaramunicipal ou, quando se trate de medidaspreventivas estabelecidas pelo Governo Regional, àSecretaria Regional da tutela do ordenamento doterritório.

Artigo 97.º Invalidade dos actos

São nulos os actos administrativos que decidam pedidosde informação prévia e de licenciamento, bem como os que,ainda que tácitos, decidam comunicações prévias cominobservância das proibições ou limitações consequentes doestabelecimento de medidas preventivas ou que violem ospareceres vinculativos nelas previstos.

Artigo 98.º Indemnização

1 - A imposição de medidas preventivas não confere odireito à indemnização.

2 - Exceptuam-se do número anterior: a) A situação prevista no n.º 6 do artigo 94.º; b) A adopção de medidas preventivas quando

provoque danos equivalentes, emboratransitórios, aos que, nos termos da lei,

determinem o dever de indemnizar porcomportarem, durante a sua vigência, umarestrição ou supressão substancial de direitosde uso de solo preexistentes e juridicamenteconsolidados, designadamente mediantelicença.

SECÇÃO II Suspensão de concessão de licenças

Artigo 99.º Suspensão de procedimentos

1 - Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticasconstantes de plano especial ou municipal deordenamento do território e a partir da data fixadapara o início do período de discussão pública e até àdata da entrava em vigor daquelas normas, ficamsuspensos os procedimentos relativos a novasoperações urbanísticas, nos termos previstos narespectiva legislação.

2 - Cessando a suspensão do procedimento nos termosdo número anterior, este é decidido de acordo com asnovas regras urbanísticas em vigor.

3 - Caso as novas regras urbanísticas não entrem emvigor no prazo de 150 dias desde a data do início darespectiva discussão pública, cessa a suspensão doprocedimento, devendo nesse caso prosseguir aapreciação do pedido até à decisão final de acordocomo as regras urbanísticas em vigor à data da suaprática.

4 - Não se suspende o procedimento nos termos dopresente artigo quando o pedido tenha por objectoobras de reconstrução ou de alteração em edificaçõesexistentes, desde que tais obras não originem ouagravem desconformidade com as normas em vigorou tenham como resultado a melhoria das condiçõesde segurança e de salubridade da edificação.

5 - Quando haja lugar à suspensão do procedimento nostermos do presente artigo, os interessados podemapresentar novo requerido com referência às regrasdo plano colocado à discussão pública, mas arespectiva decisão final fica condicionada à entradaem vigor das regras urbanísticas que conformam apretensão.

6 - Caso o plano seja aprovado com alterações àproposta de plano submetida a discussão pública, osinteressados podem reformular a sua pretensão,dispondo de idêntica possibilidade aqueles que nãotenham feito uso da faculdade prevista no númeroanterior.

CAPÍTULO VAvaliação

Artigo 100.º Avaliação

1 - As entidades responsáveis pela elaboração dosinstrumentos de gestão territorial promoverão apermanente avaliação da adequação e concretizaçãoda disciplina consagrada nos mesmos.

2 - A avaliação efectuada será comunicada ao SecretárioRegional do Equipamento Social que manterá umregisto actualizado e completo dos dados reunidos.

26 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 27: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

3 - O procedimento de avaliação será definido pordespacho da Secretaria Regional da tutela doordenamento do território.

Artigo 101.º Propostas de alteração decorrentes da avaliação dos

instrumentos de gestão territorial

A avaliação pode fundamentar propostas de alteração doplano ou dos respectivos mecanismos de execução,nomeadamente com o objectivo de:

a) Assegurar a concretização dos fins do instrumentode gestão territorial, tanto ao nível da execuçãocomo dos objectivos a médio e longo prazos;

b) Garantir a criação coordenada das infra-estruturas edos equipamentos;

c) Corrigir distorções de oferta no mercado imobiliário; d) Garantir a oferta de terrenos e lotes destinados a

edificações com rendas ou custo controlados; e) Promover a melhoria da qualidade de vida e a defesa

dos valores ambientais e paisagísticos.

Artigo 102.º Relatório sobre o estado do ordenamento do território

1 - O Governo Regional elabora, de dois em dois anos,um relatório sobre o estado do ordenamento doterritório, a submeter à apreciação da AssembleiaLegislativa.

2 - As câmaras municipais elaboram, de dois em doisanos, um relatório sobre o estado do ordenamento doterritório a nível local, a submeter à apreciação dasassembleias municipais.

3 - Os relatórios sobre o estado do ordenamento doterritório referidos nos números anteriores traduzemo balanço da execução dos instrumentos de gestãoterritorial objecto de avaliação, bem como dos níveisde coordenação interna e externa obtidos,fundamentando uma eventual necessidade derevisão.

4 - Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre oestado do ordenamento do território são submetidosa um período de discussão pública de duração nãoinferior a 20 dias.

Artigo 103.º Sistema regional de informação territorial

O Governo Regional promoverá a criação e odesenvolvimento de um sistema regional de dados sobre oterritório, integrando os elementos de análise relevantes aosníveis regional e local.

CAPÍTULO VI Eficácia

Artigo 104.º Publicação

1 - A eficácia dos instrumentos de gestão territorialdepende da respectiva publicação no Jornal Oficialda Região Autónoma da Madeira (JORAM) e dapublicação de aviso de publicitação no Diário daRepública (DR).

2 - São publicados na 1.ª série do Jornal Oficial: a) A resolução do Conselho de Governo que

aprova o plano regional de ordenamento doterritório, incluindo o relatório e as peçasgráficas ilustrativas;

b) A resolução do Conselho de Governo ou,quando for o caso, o decreto legislativoregional ou o decreto regulamentar regionalque aprova o plano sectorial, incluindo oselementos referidos nos n.ºs 2 e 3 do artigo24.º;

c) A resolução do Conselho de Governo queaprova o plano especial de ordenamento doterritório, incluindo o regulamento e as peçasgráficas ilustrativas;

d) A resolução do Conselho de Governo queratifica os planos intermunicipais deordenamento do território, incluindo oregulamento e as peças gráficas ilustrativas;

e) A resolução do Conselho de Governo queratifica os planos municipais de ordena-mento do território, incluindo o regulamento,a planta de ordenamento e a planta decondicionantes;

f) A resolução do Conselho de Governo quesuspende o plano regional de ordenamentodo território, o plano sectorial de ordena-mento do território e o plano especial deordenamento do território;

g) A resolução do Conselho de Governo quesuspende ou ratifica a suspensão de planomunicipal de ordenamento do território,incluindo o respectivo texto das medidaspreventivas e a planta de delimitação;

h) A resolução do Conselho de Governo queratifica ou aprova as medidas preventivas,incluindo o respectivo texto e planta dedelimitação.

3 - São publicadas na 2.ª série do Jornal Oficial: a) Os avisos de abertura do período de

discussão pública dos instrumentos de gestãoterritorial;

b) A deliberação municipal que determina aelaboração do plano municipal de ordena-mento do território;

c) A deliberação das assembleias municipais ouda assembleia intermunicipal que aprova oplano intermunicipal de ordenamento doterritório, incluindo o relatório e as peçasgráficas ilustrativas;

d) A deliberação das assembleias municipais ouda assembleia intermunicipal que suspende oplano intermunicipal de ordenamento doterritório, incluindo a planta de delimitação;

e) A deliberação municipal que aprova o planomunicipal de ordenamento do território nãosujeito a ratificação, incluindo o regula-mento, a planta de ordenamento, dezonamento ou de implantação e a planta decondicionantes;

f) A deliberação municipal que aprova asmedidas preventivas não sujeitas aratificação, incluindo o respectivo texto eplanta de delimitação.

Artigo 105.º Outros meios de publicidade

1 - A entrada em vigor do plano regional deordenamento do território e dos planos especiais deordenamento do território devem ainda ser objectode publicitação em pelo menos um jornal diárioregional, bem como estar disponíveis na página daInternet da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

29 de Dezembro de 2008 S - 27INúmero 159

Page 28: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

2 - A entrada em vigor dos planos sectoriais comincidência territorial, deve ser objecto depublicitação em pelo menos um jornal diárioregional, bem como estar disponíveis na página daInternet da Secretaria Regional com a tutela doordenamento do território.

3 - A entrada em vigor dos planos municipais deordenamento do território e das medidas preventivas,devem ser objecto de publicitação em pelo menosum jornal diário regional, bem como estardisponíveis na página da Internet da SecretariaRegional com a tutela do ordenamento do território eda respectiva câmara municipal e publicitados nosboletins municipais, caso existam.

Artigo 106.º Depósito e consulta

1 - A Secretaria Regional com a tutela do ordenamentodo território procede ao registo de todos osinstrumentos de gestão territorial, com o conteúdodocumental integral estabelecido no presentediploma, incluindo as alterações, revisões,suspensões, adaptações e rectificações de que sejamobjecto, bem como das medidas preventivas erelatórios de avaliação sobre o estado doordenamento, para consulta de todos os interessados.

2 - As câmaras municipais devem criar e manter umsistema que assegure a possibilidade de consultapelos interessados dos instrumentos de gestãoterritorial com incidência sobre o territóriomunicipal.

3 - A consulta dos instrumentos de gestão territorialprevista neste artigo deve igualmente ser possível emsuporte informático adequado.

Artigo 107.º Instrução dos pedidos de depósito

1 - Para efeitos do depósito de planos intermunicipais ede planos municipais de ordenamento do território,assim como das respectivas alterações e revisões, eainda de medidas preventivas, no prazo de 15 diasapós a publicação no Jornal Oficial, a assembleiaintermunicipal ou a câmara municipal, conforme anatureza do plano, remete à Secretaria Regional coma tutela do ordenamento do território uma colecçãocompleta das peças escritas e gráficas que, nostermos do presente diploma, constituem o conteúdodocumental do instrumento de gestão territorial, bemcomo cópia autenticada da deliberação daassembleia que aprova o plano, o respectivo relatórioambiental, os pareceres emitidos nos termos dopresente diploma, quando a eles houver lugar, e orelatório de ponderação dos resultados da discussãopública.

2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, noprazo de 15 dias após a publicação no Jornal Oficial,as entidades responsáveis pela elaboração dosdemais instrumentos de gestão territorial previstosno presente diploma remetem à Secretaria Regionalda tutela do ordenamento do território, uma colecçãocompleta das peças escritas e gráficas que, nostermos do presente diploma, constituem o conteúdodocumental do instrumento de gestão territorial.

3 - As câmaras municipais remetem, no prazo de 15 diasapós a publicação no Jornal Oficial, da aprovaçãopelas assembleias municipais do relatório sobre oestado do ordenamento, à Secretaria Regional com atutela do ordenamento do território, uma colecçãocompleta das peças escritas e gráficas que, nostermos do presente diploma, constituem o seuconteúdo documental.

CAPÍTULO VII Disposições finais e transitórias

Artigo 108.º Aplicação directa

1 - As regras estabelecidas no presente diploma quesejam directamente exequíveis aplicam-se àelaboração, aprovação, alteração, revisão, suspensãoe avaliação de qualquer instrumento de gestãoterritorial que se encontre em curso à data darespectiva entrada em vigor.

2 - Excepcionam-se do disposto no número anterior osprocedimentos relativos aos instrumentos de gestãoterritorial que se encontrem em fase de discussãopública ou em momento ulterior do procedimento, àdata de entrada em vigor do presente decretolegislativo regional.

Artigo 109.º Plano regional de ordenamento

do território

1 - O plano regional de ordenamento do territórioaprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 12/95/M, de 24 de Junho, continua em vigor até àsua revisão obrigatória pelo Governo Regional.

2 - A vinculação jurídica do plano regional deordenamento do território referido no númeroanterior é a prevista no n.º 1 do artigo 3.º do presentediploma.

Artigo 110.º Regulamentação

1 - No prazo de 180 dias serão aprovados osregulamentos, que definirão: a) Os critérios uniformes de classificação e

reclassificação do solo, de definição daactividade dominante, bem como dascategorias relativas ao solo rural e urbano,aplicáveis a todo o território regional;

b) O conteúdo do relatório técnico queacompanha o plano regional de ordenamentodo território;

c) Os demais elementos que devemacompanhar os planos especiais deordenamento do território, os planosintermunicipais de ordenamento do territórioe os planos municipais de ordenamento doterritório;

d) Os conteúdos dos relatórios sobre o estadodo ordenamento a nível regional e municipal.

2 - Serão igualmente aprovados, no prazo de 270 dias: a) O decreto legislativo regional que definirá o

regime da Reserva Agrícola Regional; b) O decreto legislativo regional que definirá o

regime da Reserva Ecológica Regional;

28 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

Page 29: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

c) O decreto legislativo regional que definirá oregime regional dos Planos de Ordenamentoda Orla Costeira;

d) A portaria que fixará a simbologia a utilizarnos elementos cartográficos dos instru-mentos de gestão territorial e os parâmetrosmínimos para o dimensionamento das áreasde utilização colectiva, das infra-estruturasviárias e dos equipamentos previstos nosplanos municipais de ordenamento doterritório.

Artigo 111.º Legislação subsidiária

Em tudo o que não contrarie o disposto no presentediploma, aplica-se o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 deSetembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 deAbril, Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, pelaLei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, pela Lei n.º 56/2007, de31 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 deSetembro.

Artigo 112.º Regime transitório

1 - O regime contido no presente diploma é de aplicaçãoimediata aos procedimentos já iniciados à data dasua entrada em vigor.

2 - O disposto no número anterior não prejudica o plenoaproveitamento dos actos que estejam em curso àdata da entrada em vigor do presente diploma.

Artigo 113.º Legislação revogada

É revogado o Decreto Legislativo Regional n.º 8--A/2001/M, de 20 de Abril.

Artigo 114.º Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 90 dias após a data dasua publicação.

Aprovado em sessão plenária da Assembleia Legislativada Madeira em 29 de Outubro de 2008.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, José MiguelJardim d'Olival Mendonça

Assinado em 5 de Dezembro de 2008.

Publique-se.

O RE P R E S E N TA N T E D A RE P Ú B L I C A PA R A A RE G I Ã OAUTÓNOMA DA MADEIRA, Antero Alves Monteiro Diniz

29 de Dezembro de 2008 S - 29INúmero 159

Page 30: JORNAL OFICIAL - joram.madeira.gov.ptjoram.madeira.gov.pt/joram/1serie/Ano de 2008/ISerie-159-2008-12-2… · remuneração de 10 % sobre o seu vencimento base. Sendo inteiramente

30 - S 29 de Dezembro de 2008INúmero 159

CORRESPONDÊNCIA

PUBLICAÇÕES

EXEMPLAR

ASSINATURAS

EXECUÇÃO GRÁFICA

IMPRESSÃO

DEPÓSITO LEGAL

Toda a correspondência relativa a anúncios e a assinaturas do Jornal Oficial deve ser dirigida à Direcção

Regional da Administração da Justiça.

Os preços por lauda ou por fracção de lauda de anúncio são os seguintes:Uma lauda . . . . . . . . . . . . . . . . 15,91 cada 15,91;Duas laudas . . . . . . . . . . . . . . . 17,34 cada 34,68;Três laudas . . . . . . . . . . . . . . . 28,66 cada 85,98;Quatro laudas . . . . . . . . . . . . . . 30,56 cada 122,24;Cinco laudas . . . . . . . . . . . . . . 31,74 cada 158,70;Seis ou mais laudas . . . . . . . . . 38,56 cada 231,36

A estes valores acresce o imposto devido.

Números e Suplementos - Preço por página 0,29

Anual SemestralUma Série . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27,66 13,75;Duas Séries . . . . . . . . . . . . . . . . . 52,38 26,28;Três Séries . . . . . . . . . . . . . . . . . 63,78 31,95;Completa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74,98 37,19.

Aestes valores acrescem os portes de correio, (Portaria n.º 1/2006, de 13 de Janeiro) e o imposto devido.

Divisão do Jornal Oficial

Divisão do Jornal Oficial

Número 181952/02

Preço deste número: 9,05 (IVA incluído)