jornal o sÃo paulo

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www.osaopaulo.org.br EDIÇÃO ESPECIAL • 18 de setembro de 2011 Primeiros passos d a JMJ na Terra d e Santa Cru z Os jovens brasileiros recebem neste domingo, 18, a Cruz e o Ícone da Virgem Maria, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que em julho de 2013 acontecerá no Rio de Janeiro. Alguns traços do jovem brasileiro são mostrados nesta edição especial que registra o início da preparação para a jornada. A esperança simbolizada na cruz de Cristo impregna cada página. Confira e... Bote Fé! Ide e fazei d iscí p ulos e ntre todas as na ç ões” (cf Mt 28,19) Tema da J MJ Rio 2013 Hanna Grabowska/Madrid JMJ 2011 Pintura Primeira Missa 1861, de Victor Meirelles Da primeira missa celebrada no Brasil, aos dias atuais, a cruz é sempre convite ao seguimento de Jesus Cristo

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Edição especial da acolhida da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, durante o evento Bote Fé em 18/09/2011

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Page 1: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL20 18 de setembro de 2011

BOTE FÉ

“Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela huma-nidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo pode-mos encontrar a salvação e a redenção”.

Foi com essas palavras que o Beato João Paulo 2º en-tregou aos jovens em Roma, no dia 22 de abril de 1984, aquela que ficaria conhecida como Cruz da Jornada, ou Cruz dos Jovens. Desde então, ela começou a pere-grinar mundo afora, sempre levada pela juventude. Em 2003, junto com ela passou a peregrinar também o Ícone

j p

de Nossa Senhora.Pela primeira vez, os dois

símbolos máximos da Jorna-da Mundial da Juventude (JMJ) vão peregrinar pelo Brasil. Serão meses num itinerário que percorrerá todo o país e também passará pelos vizinhos do Cone Sul.

Ao longo desse trajeto, os jovens terão a oportunidade de reavivar a fé e de sentir o gostinho do que será a JMJ 2013, que acontecerá no Rio de Janeiro.

A Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora che-gam hoje ao Brasil, sendo recebidos em São Paulo em uma grande festa, o Bote Fé. A partir daí, ini-ciam a peregrinação, que será concluída no Rio de Janeiro. A ideia é que os dois símbolos passem por todos os 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estão também previstas 19 grandes festas nas capitais brasileiras, todas com o nome “Bote Fé”.

A partir de hoje, dia 18, a Cruz e o Ícone vão peregri-

p j

nar, até o dia 30 de outubro, pelas sete províncias ecle-siásticas do Regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao Estado de São Paulo – o mais populoso do país e o que tem o maior número de dioceses, 50. Na sequência,

os símbolos seguem para o Regional Leste 2, composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficarão ao longo de todo o mês de novem-bro. No mês seguinte, será a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e Sergipe.

A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visi-tam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em janeiro de 2013, retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no Estado do Rio de Janeiro, onde os símbolos chegam em abril de 2013.

Veja, no quadro a seguir, quando a Cruz e o Ícone

j q g

visitarão cada regional. Fique atento, pois o site Jovens Co-nectados divulgará os roteiros específicos da peregrinação dentro de cada regional à medida em que eles forem definidos.

www.jovensconectados.org.br

PeregrinCruz da e do ÍconNossa Sepelo país

A peregrinação dos símbolos da JMJ

ITINERÁRIO DA CRUZ DA JMJ E DO ÍCONE DE N. SENHORA

REGIONAIS ESTADOS INTEGRANTES DATAS

2011

SP Sul 1 SP 18/09 a 31/10/2011

MG e ES Leste 2 MG e ES 1 a 30/11/2011

BA e SE Nordeste 3 BA e SE 1/12/2011 a 10/01/2012

2012

RN, PB, PE e AL Nordeste 2 RN, PB, PE e AL 10/01 A 17/02/2012

CE Nordeste 1 CE 18/02 a 10/03/2012

PI Nordeste 4 PI 11 a 31/03/2012

MA Nordeste 5 MA 1 a 30/04/2012

DF, GO e TO Centro Oeste DF, GO e TO 1/05 a 07/06/2012

MS Oeste 1 MS 8 a 30/06/2012

MT Oeste 2 MT 1 a 31/07/2012

AC, RO e Sul do AM Noroeste AC, RO e Sul do AM 1 a 31/08/2012

AM e RR Norte 1 AM e RR 1 a 30/09/2012

PA e AP Norte 2 PA e AP 1 a 31/10/2012

RS Sul 3 RS 1 a 30/11/2012

(Cone Sul) 1 a 31/12/2012

2013

SC Sul 4 SC 1 a 31/01/2013

PR Sul 2 PR 1 a 28/02/2013

MG (Sul de Minas) Leste 2 MG (Sul de Minas) 1 a 10/03/2013

Sul 1 SP (Vale do Paraíba) 10/03/2013 a 21/04/2013

Rio de Janeiro Leste 1 Rio de Janeiro Abril a Julho de 2013

www.osaopaulo.org.brEDIÇÃO ESPECIAL • 18 de setembro de 2011

Primeiros passos da JMJ na Terra de Santa Cruz Os jovens brasileiros recebem

neste domingo, 18, a Cruz

e o Ícone da Virgem Maria,

símbolos da Jornada Mundial

da Juventude, que em

julho de 2013 acontecerá

no Rio de Janeiro. Alguns

traços do jovem brasileiro

são mostrados nesta edição

especial que registra o início

da preparação para a jornada.

A esperança simbolizada na

cruz de Cristo impregna cada

página. Confi ra e... Bote Fé!

“Ide e fazei discípulosentre todasas nações”(cf Mt 28,19)

Tema da JMJ Rio 2013

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Pintura Primeira Missa 1861, de Victor Meirelles

Da primeira missa celebrada no Brasil, aos dias atuais, a cruz é sempre convite ao seguimento de Jesus Cristo

Page 2: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL2 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 19

Ei, jovem! Bote fé!Ei, jovem! É muito bom

ver você aí, vibrando, er-guendo com sua turma esta imensa Cruz. Ela é o símbolo do amor, sabia? Sim, porque nela morreu um jovem como você, um jovem que, sendo Deus, se fez homem, igual a nós em tudo, menos no pecado. Ele veio ao mundo para que a minha, a sua, a nossa vida humana jamais se esvazie de sentido. Bote fé em Jesus, jovem!

Jesus nos revelou os segre-dos de seu Pai, de nosso Pai que está nos céus. E veio para dizer que esse Pai, por amor, nos deu o Filho e que Pai e Filho derramam sobre nós seu Espírito de Amor. Aco-lher esse Deus no coração e

na vida é estar perto da fonte do próprio amor. Jamais você terá sede de amor. Bote fé em Deus, jovem!

Você, jovem, nós sabe-mos, tem mil sonhos, mil projetos, mil esperanças no coração. Aquele que mor-reu numa cruz como essa que você recebe neste do-mingo, em São Paulo, quer estar a seu lado e ajudá-lo a concretizar esses sonhos, projetos e esperanças. Bote fé nisso, jovem!

Você se incomoda com a injustiça, com a desigualda-de, com o mar de angústia e sofrimento, que afoga tantos por esse mundo afo-ra. Há os que buscam saída nas drogas, na violência, no culto ao prazer. A única saí-da, porém, jovem, é o Cristo que diz a você hoje e sem-pre: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Bote fé nisso, jovem!

Sabe, essa Cruz que chega ao Brasil deverá ser erguida por braços jovens como os seus, em cada canto do país. Ela quer convocar você e todos os jo-vens do Brasil e do mundo para uma festa de fé, amor e esperança que vai acon-tecer no Rio de Janeiro, em 2013. Bote fé, jovem, e caminhemos com a Cruz pelas estradas do Brasil.

Junto à Cruz, jovem, vai a jovem Maria. Linda como toda mulher, jovem como você. É a primeira jovem

j

comprometida com Jesus. É p j

a mãe dele e nossa. Bote fé como ela! Bote fé com ela! E vamos que vamos! Há um mundo a transformar a partir de você, jovem!

EDITORIAL

Jovens, acolhamos a visita de Jesus e sua Mãe!

Jovens, vamos juntos daras boas-vindas à Cruz mis-sionária e ao Ícone de NossaSenhora, da Jornada Mundialda Juventude (JMJ). A partirde hoje, esses sinais, entre-gues pelo Beato João Paulo2º aos jovens, vão percorrertodas as dioceses do Brasil etambém as capitais dos paísesdo Cone Sul da América, atéchegar ao Rio de Janeiro, emjulho de 2013.

Alegremo-nos todos! NaCruz peregrina, acolhamoso próprio Jesus que vem aonosso encontro e visita osjovens e as comunidades doBrasil; no Ícone, acolhamos aj

visita cheia de graça de Nos-sa Senhora. Ela acompanhaJesus e não falta lá, onde osdiscípulos de Jesus estão

reunidos em seu nome!Bote Fé nesse encontro!

A Igreja nos convida a aco-lher, na cruz, a visita de Jesuse do próprio Deus. Ele vemnos procurar. Como andavaao encontro das pessoas naGaliléia, Samaria e Judéia,assim Jesus agora vem aonosso encontro. Milhões dejovens, no mundo inteiro, jáacolheram o Cristo, através desua cruz! Agora chegou a vezdos jovens brasileiros!

Bote Fé em Jesus Cristo,Filho de Deus Salvador! Apreparação da JMJ Rio-2013é uma ocasião singular pararenovar nossa fé cristã, paraaprofundar as razões da nossafé e o porquê somos cristãos!Somos discípulos missioná-rios de Jesus Cristo, compro-metidos com ele; com SãoPaulo, podemos dizer: “nósnos gloriamos na Cruz deNosso Senhor Jesus Cristo!”.Nele está a nossa salvação,vida e ressurreição!

Bote Fé na Jornada Mun-dial da Juventude de 2013 noRio de Janeiro! Desde o seu

anúncio, pelo papa Bento 16,em Madrid, ela está sendo uma bênção para a Igreja noBrasil! A passagem da Cruzpelas muitas cidades da Terrade Santa Cruz será ocasiãopara uma verdadeira missãopopular, que terá o próprio Jesus como missionário!

Bote Fé na juventude! AIgreja quer bem a vocês! Opapa confia em vocês! E vo-cês estarão no centro da cenanesses próximos dois anos emtodo o Brasil. Jesus quer bem avocês e vem ao seu encontro!Vamos acolhê-lo com alegria e muita fé! O mundo inteiroestará com o olhar voltado paraos jovens do Brasil!

Bote Fé na Igreja e suamissão! O lema da JMJ Rio-2013 – “Ide, pois, fazer discí-pulos meus todos os povos!”– escolhido pelo papa Bento16, indica a missão de todosnós, também dos jovens! Nãoestaremos sozinhos: Jesus nos acompanha todos os dias, atéo fim dos tempos! E sua Mãe,Nossa Senhora da Visitação,nos conforta e abençoa!

CARDEALDOM ODILO O SCHERERARCEBISPO OPOLITANOSÃO PAULO

ENCONTRO COM O PASTOR

Edição Especial BOTE FÉ18 de setembro de 2011

Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Chefe de redação: Elvira Freitas • Repor-

tagem: Daniel Gomes, Fernando Geronazzo e Karla Maria • Fotografi a: Luciney Martins • Administra-

ção e assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) •

Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão:

Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e

Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis -01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3826-0133e 3826-3049 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected] (redação) • [email protected] (administração)• [email protected] (assinatura) • Número

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo, mantido pela Fundação Metropolitana Paulista

Hanna Grabowska/Madrid JMJ 2011

Luciney Martins/O SÃO PAULO

www.pucsp.br/65anos

ORGULHO DE SER, ESTAR, FICAR, VOLTAR, LEMBRAR, COMEMORAR.

Nunca o passado esteve tão presente em nosso futuro.

Limitações não impedem protagonismoKARLA MARIA

Jovens reclamam das deficiên-cias estruturais da cidade

Dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) apontam que 24,15% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Esse é o caso de Sandra Mara da Silva Oli-veira. Portadora de paralisia cerebral grave, Sandra se lo-comove em cadeira de rodas e tem a fala e os membros superiores comprometidos.

A limitação para ela é rela-tiva, à medida que a vontade da jovem, de 33 anos, de viver e atuar na sociedade, com as novas mídias, é maior. Sinal disso é o blog que fez para sua comunidade, a Santo Elias, na Região Lapa (comunida-

desantoelias.blogspot.com).Mesmo dependendo inte-gralmente de terceiros paraexecutar tarefas, Sandra usaas novas mídias para publicaras atividades de sua comu-nidade, e para se comunicarcom o mundo.

Ex-estudante de jor-nalismo, Sandra busca naAssociação Nosso Sonho,entidade filantrópica, mais qualidade de vida, capacita-ção e inclusão. “Esse projetome favorece muito, porqueatravés dele posso mostrarpara as pessoas e para mimmesma, que posso trabalhar,independentemente dasminhas condições físicas”,disse Sandra, se queixandoda falta de políticas públicas

para a inclusão efetiva daspessoas com algum tipo dedeficiência.

Para Sandra Carabetti,orientadora pedagógica da Associação Nosso Sonho, Sandra se beneficiaria comequipamentos de tecnologiaassistida – que a tornaria mais independente e consequen-temente teria melhorias naqualidade de vida – como cadeira de rodas motorizada, prancha de comunicação eletrônica para se comunicarcom mais agilidade. “Muito se tem falado sobre inclusão, deficiência, direitos, acessibi-lidade, mas cabe ao governo a criação e implementaçãode políticas públicas que norteiem as ações neste sen-

tido, porque, apesar de todosos esforços, ainda estamoslonge de conseguir uma realinclusão do deficiente, seja na escola, na sociedade, notrabalho, no lazer”.

E prova disso, são as di-ficuldades que Sandra en-frenta diariamente. “Para os deficientes cadeirantes mais independentes, até existe certa acessibilidade, porémpara casos mais graves, comoo meu, ainda não existe. Vejaas ruas esburacadas, ônibusnem sempre adaptados eaqueles que o são, demorama passar. Eu quero estudare as faculdades não estãoaptas para me receber, nãoposso continuar o meu curso de jornalismo porque não

há pessoas certas para meajudar”.

“Estarei lá no Campo deMarte”, conta empolgada a jo-vem que participa do Bote Fé.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Page 3: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL18 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 3JOVEM &A INSERÇÃO SOCIAL

Brasil tem 800 mil cidadãos indígenas, de230 povos, com180 línguas distintas

“Os povos indígenas de-vem se esforçar para fortale-cer as suas capacidades de controlar e gerenciar seus próprios assuntos”, apontou relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2008, após visita de comissão às comunidades indígenas brasileiras. Alecksandro Cos-me de Mesquita, indígena potiguara, 24 anos, parece concordar com o relatório.

“A maioria dos índios

Por autonomia, indígenasbuscam ensino superior

KARLA MARIA

que estão cursando uni-versidade na PUC-SP estáprocurando conhecimentopara não deixar que o povoindígena seja enganado,porque muitas vezes outroslutam pelas causas indíge-nas e nós estamos adquirin-do conhecimento para nósmesmos, para podermoslutar pelos nossos objetivos,nossos direitos e nossas ter-ras”, afirmou o estudante no6º semestre de tecnologia e

mídias digitais na univer-sidade católica, bolsista doProjeto Pindorama.

O projeto já concedeu bol-sa integral a 140 jovens de 13etnias diferentes, entre elesAlecksandro. “Estudar naPUC tem aberto muitas por-tas para mim, estou aprovei-tando bastante, atualmentefaço estágio na área de educa-ção à distância. Meu objetivoé conseguir levar a educaçãoentre as tribos. Quero colocar

pontos digitais nas aldeias,para que elas possam trocarinformações, conhecimen-tos”, disse o jovem.

Criado em 2001, por meiode parceria entre a PUC-SP, aPastoral Indigenista e comu-nidades indígenas que vivemna capital, o projeto já formou42 jovens. “O maior desafioé fazer com que participemtambém de atividades ex-tra-classe, que levam a umaformação mais engajada, pois

desejamos que cada um delesse torne uma futura liderançana sua comunidade”, disseBenedito Prezia, coordenador do projeto.

No 1º semestre deste ano,dos 33 alunos que entraram no programa 78,8% tiveramum bom desempenho, sendoque quatro, tiveram a clas-sificação excelente, ficandoentre os melhores da classe. Para ter acesso à bolsa, todosos candidatos indígenas dis-putam 12 vagas entre si.

A guarani Poty Poran,traduzida por Flor Bonita, formou-se em pedagogia naPUC, e hoje leciona na EscolaEstadual Indígena DjekupéAmba Arandy, no Jaraguá, zona noroeste da capital. Al-fabetiza e ensina história acerca de 120 crianças, dividasem nove salas, de 1ª a 8ª série,para que não se perca a cultura e identidade indígena.

“Há um bom grupo dejovens que está contribuindo com a comunidade como professores, dando aulas nasescolas das aldeias, inclusiveno ensino bilíngue. Há, con-tudo, uma preocupação das lideranças mais idosas quan-to ao futuro dos jovens, poisos mesmos vivem situaçõesdifíceis devido à absoluta fal-ta de terra e de espaços quelhes garantam sobrevivênciadigna”, disse.

Beatriz Catarina Maestri,missionária do ConselhoIndigenista Missionário. Paraela, a juventude indígenatem avançado na participaçãoem mobilizações se opondoa situações dramáticas deperseguição e criminalização.“Muitas lideranças já foramassassinadas nestes conflitos pela terra e é alto o índicede suicídio entre os jovens Kaiowá, fruto de toda essadesestruturação sócio-cultu-ral provocada pelos invasores de suas terras”, conclui amissionária.

Jovens indígenas que vivem na Grande São Paulo se reúnem para reafirmar identidade cultural

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Assine O SÃO PAULOLIGUE (11) 3666-9660ou acesse: www.osaopaulo.org.br

Há 56 anos contando ahistória da Arquidiocese

de São Paulo

Banco Internacional de Funchal (Brasil), S.A.

E aí, amigo? Surpreso? “O SÃO PAULO”! Pois é, para você que nunca viu este jornal, ele é um jornal católico. E quer informar a você o que acontece na vida inter-na da Igreja e do relacionamento da Igreja com a sociedade, e do que acontece que merece atenção na cidade, no Brasil, no mundo. A gente quer também dialogar com você sobre Jesus Cristo e sua pro-posta para a vida das pessoas, da família, da sociedade, do mundo. Você está convidado a ser nosso leitor. Que tal?

E você aí? Surpreso também, não é? Pois é, nós queremos dar um jeito novo, uma cara nova para o jornal O SÃO PAULO que você já conhece há muito tempo. Está na hora de a gente que é católico ter orgulho do nosso jornal, não é mesmo? Por isso, como você vê, queremos que ele fique desse tamanho. Facilita de a gente ler no metrô, no ônibus, na Igreja, enquanto a missa não começa, no sofá da nossa casa. A gente pode levá-lo na bolsa, junto com nossos livros de escola. Mostrar aos ou-tros o que achou de interessante. Que tal?

É claro que essa mudança vailevar um pouco de tempo. Estaedição é apenas uma amostra doque queremos que seja o jornal.Até a mudança definitiva podelevar alguns meses. Enquantoisso, dá tempo para você dar suaopinião sobre como gostaria quefosse o jornal da sua Igreja Cató-lica. Você vai ajudar a gente, nãovai? Acesse [email protected] e fale conosco. Pode tambémdiscar (11) 3826-3049. E podetwittar também @jornalosaopaulo.Ajude a gente, tá?

Enquanto isso, curta esse jor-nal feito especialmente para estafesta que nos convida a botar fé noCristo e na caminhada que vai noslevar a um encontro com jovens detodo o mundo, no Rio de Janeiro.Encontro com o Cristo. Encontrocom o papa. Encontro entre nós.

Ah! Quero ver você e seus ami-gos abraçando a Cruz do Cristo eacolhendo o Ícone de Maria. Elesvão percorrer o Brasil inteiro parachamar todo mundo para a JornadaMundial da Juventude, em julhode 2013.

Falou com você, padre CidoPereira, diretor do jornal.

Surpreso comeste jornal, não é? www.osaopaulo.org.br

EDIÇÃO ESPECIAL • 18 de setembro de 2011

Primeiros passos da JMJ

na Terra de Santa Cruz

Os jovens brasileiros recebem

neste domingo, 18, a Cruz

e o Ícone da Virgem Maria,

símbolos da Jornada Mundial

da Juventude, que em

julho de 2013 acontecerá

no Rio de Janeiro. Alguns

traços do jovem brasileiro

são mostrados nesta edição

especial que registra o início

da preparação para a jornada.

A esperança simbolizada na

cruz de Cristo impregna cada

página. Confira e... Bote Fé!

“Ide e fazei

discípulos

entre todas

as nações”(cf Mt 28,19)

Tema da JMJ Rio 2013

Han

na G

rabo

wsk

a/M

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d JM

J 201

1

Pintura Primeira Missa 1861, de Victor Meirelles

Da primeira missa celebrada no Brasil, aos dias atuais, a cruz é sempre convite ao seguimento de Jesus Cristo

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FÉBOTE

ESPECIAL4 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 17JOVEM &FAMÍLIA

Qualquer ação educati-va em sexualidade precisa desenvolver, desde a mais tenra idade, a condição de amorosidade pela pessoa hu-mana, independentemente das instituições normativas, tais como o namoro ou o casamento. O Projeto Amo-res – uma parceria entre o curso de pós-graduação em educação sexual do Cen-tro Universitário Salesiano (Unisal – Campus Pio XI) e o Centro Profissionalizante Dom Bosco, obra social sale-siana do Alto da Lapa – tem

‘Todos são chamados a seremsujeitos da mudança’

Educação sexual deve estar vinculada aos valores morais e familiares

ELVIRA FREITAS

proposta que une educaçãosexual, valores morais e fami-liares. Ele envolve jovens deforma voluntária em oficinassobre sexualidade e quer seruma contribuição efetiva noprocesso de educação afeti-vo-sexual.

A cada ano, cerca de 70jovens participam dos en-contros mensais discutindocorpo reprodutivo, corpoerótico, prevenção de Do-enças Sexualmente Trans-missíveis (DSTs), relaciona-mento afetivo e projeto devida. “Durante os últimosseis anos, tanto eu quanto opadre Ronaldo Zacharias [sa-lesiano, doutor em TeologiaMoral pela “Weston JesuitSchool of Theology”, emCambridge, EUA], que juntocomigo coordena o curso depós-graduação, temos vistocom grata satisfação a eficáciade uma proposta educativaque procura ajudar o jovem aintegrar a sua sexualidade nopróprio projeto de vida. Tudoisso porque acreditamos nos

jovens! Tudo isso porque acreditamos no amor!”,aponta a terapeuta sexuale educadora Ana Cristina Canosa.

É nesse cenário que aIgreja, como instituição, apa-rece como instrumento deauxílio importantíssimo paraa família e, principalmente,para os jovens, pois tem acapacidade de mobilizarforças para essa ação. Masé preciso que ela encontre uma linguagem cada vez mais atual para dialogar coma sociedade, com juventudee as famílias. “Nossas famí-lias precisam de auxílio paraserem canal para os jovens.Nessa conjuntura, todossão vítimas, mas tambémchamados a serem sujeitosde uma mudança. Bote féem Jesus Cristo; bote fé emvocê que é chamado a viverem comunidade, em família,na família de Deus”, propõepadre Estevão Ferreira, coor-denador da Pastoral Familiar da Região Santana.Sexualidade responsável deve ser parte do projeto de vida

Obra Social Dom Bosco

JOVEM &AS NOVAS MÍDIAS

Interatividade é a marca do joConectada nas redes sociais, juventude católica mostra seu rosto

FERNANDO GE

possam usar todo seu po-tencial e que proporcionemretornos rápidos”, afirmou.

As redes sociais definemtodas as manifestações deinteração de agora em diante. “Ter uma presença, um posi-cionamento em redes sociais tornou-se absolutamenteindispensável para qualquerpessoa ou corporação que queira crescer no mercado”.

Para Sidney, as novas tec-nologias estão transformandocompletamente a linguagemcom um novo conceito queé a conectividade.

Para o relações públicasAnderson Bueno, as mídias sociais estão constantementeem seu dia a dia. “Quando ligo meu computador para

meus e-mails, quase auto-maticamente entro nos meus perfis e nos perfis da Pastoral da Juventude (PJ), da qual sou responsável nas mídias sociais. Essa ação é repetida pelo me-nos três vezes por dia”, conta.

Jovens como Anderson também utilizam as novas mí-dias para realizar alguma ati-vidade pastoral como é o caso da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo, que tem perfis no Facebook e no Twitter, as duas principais redes sociais atuais.

“Esse trabalho com a internet tem funcionado como uma espécie ‘turbo’ nas atividades pastorais, que ganham um braço extra para divulgação de ativida-des, conscientização e arti-culação, atingindo também jovens que nem sempre têm o hábito de frequentar a comunidade e os grupos de base, ou seja, evangeli-zando para além dos muros da Igreja”, diz.

O bombeiro militar Dou-glas Arrais é também um des-ses jovens que está sempre conectado às novas mídias. Nas suas atividades pastorais,

muito presente.Há alguns anos, o jovem

da Diocese de São MiguelPaulista começou a reunirprofissionais de diferentesáreas para colocarem suasaptidões à disposição dacomunidade, entre esses,profissionais da comunica-ção, dando uma nova cara aoencontro de jovens. “Coma difusão das novas mídias, tínhamos uma grande opor-tunidade de ir além com essetrabalho”, explica.

Atualmente o trabalhodesses jovens se concretizaem ações como o “Mix Cató-lico”, que reúne as diferentes atividades organizadas pelajuventude católica, oferecen-do estrutura de divulgação deeventos. Há dois anos, os jo-vens do Mix Católico tambémdesenvolvem um trabalhosocial no “Campus Party”, umdos maiores eventos de tecno-logia do mundo, realizado emSão Paulo, levando mais demil pessoas carentes que nãotêm acesso a essas tecnologias.

As novas mídias tambémtêm sido um espaço para ajuventude manifestar seuinteresse na transformação da

verdadeiras revoluções cultu-rais, tecnológicas e políticas.

“É ponto comum que o g p

ser humano é um ser social, que nasceu para se relacionarcom o outro e as mídias sociais têm auxiliado no sentido deaproximar pessoas que podem não estar próximas fisicamen-te, mas estão unidas pela rede mundial de computadores.Hoje é possível conversar aovivo, interagir em tempo real,criar grupos, comunidades, promover eventos, fóruns,enfim, têm uma série de possi-bilidades de relacionamento e formas de difusão da informa-ção”, destacou Anderson.

No caso do jovem católi-co, o potencial é igualmentegrande, “mas cabe a ele fazerum uso inteligente desses meios, fazendo com que não sejam apenas um ponto deencontro e de troca de infor-mações virtual, mas que sejamferramentas para uma ação cristã consciente, que estejapresente na vida do grupo de jovens, na comunidade emque participa e na sociedade”,enfatizou o jovem da PJ.

(Com informações de Jovens Conectados)

ções Sociais correspon-dem a uma realidade vividaintensamente pela juventu-de. Cada vez mais os jovensestão “conectados” às no-vas mídias ou redes sociais,como são chamadas as novasferramentas de comunicaçãoutilizadas pela sociedade.

De acordo com o con-sultor e palestrante Sid-nei Oliveira, autor do livro“Geração Y: O Nascimentode uma nova versão de líde-res”, essa geração é formadapor jovens completamenteconectados, que possuemuma grande intimidadecom as novas tecnologias decomunicação como internet,celulares, redes sociais etc.

“Eles valorizam muito

Page 5: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL16 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 5

R$65,00

JOVEM &A RELIGIÃO

A peregrinação da Cruz da JMJ no Brasil acontece em um momento intenso para a juventude católica no país. Nos últimos anos, são muitas as expressões eclesiais juvenis que surgiram.

Essas muitas manifesta-ções de fé da juventude na Igreja surgiram exatamente para corresponder ao an-seio de jovens de diferentes realidades e contextos da sociedade. “Muitas vezes, os jovens não encontram espaço de respostas. Como envolver os jovens na caminhada da Igreja?”, indagou dom Tarcí-sio Scaramussa, bispo auxiliar

Igreja no Brasil vive um momento forte da espiritualidade juvenil

Eles testemunham sua fé no meio do mundo

FERNANDO GERONAZZO

de São Paulo e referencial do Setor Juventude Arquidioce-sano (Sejusp).

O tema religião está mui-to associado à busca de sen-tido na vida, questão muito presente justamente na ju-

ventude. “Estamos em um momento da vida de profun-das escolhas sobre trabalho, estudo, namoro e, às vezes, em meio a todas essas pre-ocupações, nos esquecemos de Deus”, destacou o jovem

Aristides Menezes Canuto, 20 anos. Ele, que é artista circense, destacou o desafio de testemunhar em meio a uma sociedade que muitas vezes considera a religião algo de pouca importância diante das muitas preocupa-ções da vida.

Diante desses desafios, cada vez mais os jovens se reúnem em grupos que in-centivam a vivência da fé na vida cotidiana, no testemu-nho do dia-a-dia, associando os jovens por aqui que eles têm em comum. Assim são os inúmeros movimentos, pastorais, novas comunida-des, associações e demais expressões que compõem o panorama atual da Juventude Católica no Brasil.

De acordo com informa-ções da Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da Conferência Nacional dos bispos do Brasil (CNBB), atualmente existem 59 ex-pressões juvenis, entre pas-torais, movimentos, novas comunidades, congregações,

organismos e pastorais afinsligadas ao organismo, presen-tes nas mais diversas esferasda sociedade.

Mas, nem sempre as pes-soas compreendem o fato depessoas em plena juventude priorizarem a religião em suas vidas. O bibliotecário LuizFelipe Merenciano, 26 anos,membro dos movimentosFocolares e UniversidadesRenovadas, experimentaessa dificuldade todos os diasno trabalho e na universida-de. “Dizem que religião éperda de tempo e que no fimdas contas eu poderia estarfazendo muita coisa melhor”,relatou o jovem que procura,com o seu exemplo, mostrar“a importância que Deustem na vida do homem”.

“A religião é algo pre-ponderante no meu dia adia. O meu relacionamento com Deus é algo que prezocomo primordial”, acrescen-tou Luiz, que afirmou que aEucaristia, oração pessoal edevoção mariana estão pre-sentes no seu cotidiano.

Em sua vida cotidiana, jovens buscam viver fé, alimentada pela participação nas diferentes expressões juvenis da Igreja

Luciney Martins/O SÃO PAULO

novos modelos de sociedade,cada vez mais liberal, houveuma transferência da missãofundamental da família paraa sociedade através das suasinstituições. Os pais, cada vez mais sem tempo para osfilhos, esperam que a escolaprepare seus filhos para oconvívio no mundo. Esse fato não quer dizer que a famíliatenha errado, mas que ela é amais atingida por mudançasque alteraram o referencialpara sua organização.

A terapeuta sexual e edu-cadora Ana Cristina Canosacompartilha com a opinião de padre Estevão. De acordocom ela, os temas relativos à autoestima, papéis sexu-ais, enamoramento, parceria conjugal são pouco discutidos entre os jovens e seus familia-res e as instituições de ensino,são despreparadas para orien-tar uma reflexão que envolva as expressões do afeto e osprojetos de vida. “Quandopensamos em comportamen-to sexual adolescente não épossível esquecer que grandeparte da ‘crise do jovem’ édecorrente da crise do adul-to. Se desejamos que eles secomprometam com a própria saúde e a do outro, bem comocom o seu estado emocional, seria necessário que famíliae sociedade demonstrassemapreço e felicidade pelos compromissos que assumemvida afora. Mas, infelizmente,o descaso com que nós adul-tos tratamos nossos acordos não serve como modelo para que haja inspiração amorosa”, critica.

Fabrícia dos Santos Kochtinha 15 anos quando ficougrávida, e ainda cursava o en-sino médio. O pai da criançatambém tinha 15 anos. Quan-do Henrique nasceu, Fabrí-cia teve de trancar a matrículapara cuidar do bebê, com aajuda de sua mãe. A vida dafamília ficou de pernas parao ar. Hoje, Henrique tem 10anos e Fabrícia ainda tentaorganizar sua vida, trabalhan-do e fazendo faculdade. Foia tal produção independe tãoem moda nos dias de hoje?“Não, aconteceu por um des-cuido, falta de planejamentomesmo”, conta a estudante,para quem, apesar dos trans-tornos de uma gravidez naadolescência, o filho é muitoquerido e seu nascimento sófoi possível graças ao apoioda família.

O Brasil está cheio dehistórias como a de Fabrícia,só que com final não tão feliz.Nem toda relação familiar éboa ou apoia os filhos grávi-dos e, pior, nem sempre osbebês nascem, já que muitasadolescentes acabam prati-cando o aborto. É o caso de

p

Marina Álvares. Ela tinha 13anos quando ficou grávida eacabou provocando granderebuliço na família, de classemédia e moradora em bairronobre da capital. A mãe erafavorável ao aborto, “paranão manchar a reputaçãoda família”. O pai era con-tra, mas acabou convencido

Em famílias estruturadas, orientação a jovens leva à valorização da vida

ELVIRA FREITAS

E a responsabilidade pela educação dos filhos, de quem é?

pela mulher e o aborto foirealizado. Quando saiu da clí-nica, Marina pulou do quintoandar do apartamento e tevemorte instantânea. Aqui onome é fictício, mas o fato éreal e aconteceu em 2009.

Já se tornou lugar comumfalar que o adolescente vêmexercendo sua sexualidadecada vez mais cedo. Cons-tatação importante, nessesentido, é feita pela juízaLilian Menezes, da Vara daInfância e Juventude do Fó-

rum Regional Pinheiros (SP): a família não sabe lidar com essa situação. Coincidência ou não, aconteceu, em Belo Horizonte (MG), no final de agosto, o 13º Congresso Na-cional da Pastoral Familiar, tendo como tema: “Família, Pessoa e Sociedade”. O con-gresso refletiu a missão que a família é chamada a cumprirna sociedade do século 21, resgatando, através das rela-ções interpessoais, o sentidode pertença e participação,

por amor, e o auxílio na res-tauração da dignidade detoda criação, a partir da digni-dade da pessoa humana.

Para o coordenador daPastoral Familiar da RegiãoSantana, padre Estevão Fer-reira, a família tem papeleducador e formador e nãopode abrir mão dessa missão. “Deve ser espelho da grandefamília que Deus quer for-mar conosco.” De fato, nosúltimos 20 anos, como resul-tado de várias pressões de

Idade da Iniciação SexualHomens: entre 15 e 16 anos

Mulheres: entre 14 e 15 anos

560 mil partos de adolescentes/anoFonte: BEMFAM/IBGE

Lilian Menezes, juíza

Padre Estevão FerreiraA Família cristã deve opor-se ao aborto sempre

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arquivo pessoal

Page 6: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL6 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 15

EDUCAÇÃO E TRABALHO

A trajetória estudantil e profissional de Priscila Chaves, 28 anos, pode ser considerada um sucesso. Aluna de escola pública, Priscila formou-se em economia em uma universida-de particular, especializou-se em finanças e hoje trabalha como analista financeira em uma multinacional.

Para alcançar a condição atual, superou algumas barrei-ras, como a defasagem educa-cional. “Fiz cursinho pré-ves-tibular. Ajudou muito; o que eu não aprendi na escola, aca-bei aprendendo no cursinho. Sem outro tipo de preparação para o vestibular, eu não teria chance, a verdade é essa”.

Durante a faculdade, parti-cipou de atividades de exten-

Dilema: seguir a vocaçãoou as tendências do mercado?Sempre é tempo de rever escolhas profi ssionais, dizem analistas

DANIEL GOMES

Dicas do CIEE para estagiários

Domine técnicas de comunicação;

Esteja atualizado em conhecimentos

gerais, informática e outros idiomas;

Relacione-se bem com os colegas de

empresa;

Saiba trabalhar em equipe;

Seja criativo e pró-ativo (provedor de

soluções);

Encare o estágio como uma real

oportunidade de ingresso no mercado;

Mostre suas habilidades: o mercado

procura jovens talentosos e capacitados.

O CIEE oferece cursos gratuitos para

estudantes. Saiba como participar e veja

mais dicas em www.ciee.org.br

são universitária e fez estágio.Depois de graduada, novasdificuldades. “Exigiam expe-riência de quatro, cinco anosde mercado e outro problemafoi não falar inglês”. Ela não seacomodou e, com a ajuda dafamília, investiu no aprendiza-do de idiomas. Deu certo: naseleção para o emprego atual,dialogou em inglês e espanholcom o examinador, e nascomunicações rotineiras dotrabalho vale-se dos idiomas.

A julgar pelas avaliaçõesde Eduardo de Oliveira, di-retor de operações do Centrode Integração Empresa Es-cola (CIEE), Priscila acertounas escolhas. “Aconselhamos

que o jovem se qualifiqueporque as oportunidadesvirão. É importante quep q p

faça outras línguas, estudeinformática, conhecimentosgerais, que fique informado,se comunique bem e prati-que a redação”.

Tal qual Priscila, Alinede Araújo Bezerra, 17 anos,moradora de Heliópolis, naperiferia da zona sul de SãoPaulo, não se acomoda. Es-tudante do ensino médio emcolégio particular, também éaluna de administração emuma escola técnica estaduale pretende continuar a for-mação em nível superior.“Por enquanto, minha prio-

ridade é o estudo”, conta, jáprojetando o futuro. “Achoque após a universidade serábem mais fácil encontrar umemprego”, avalia.

“Tenha consciência nahora de escolher uma pro-fissão”, aconselha Priscilaaos mais jovens. E comple-menta: “faça uma coisa quedê dinheiro primeiro, depoisfaça aquilo que quiser. Avida é longa demais e vocêpode realizar outros projetosparalelos”.

Gilberto Alvarez Giu-sepone Junior, diretor doCursinho da Poli, tem opi-nião diferente. “O mundode hoje permite que uma

pessoa que termine o cursosuperior tenha uma gama deopções muito maior do que sua própria formação. Porisso, reforço a sugestão deque o primeiro curso deveser sempre aquele de queo aluno gosta, e não o que ele acha que ‘dá dinheiro’”. Eduardo de Oliveira tambémavalia que o estudante devegraduar-se naquilo que gosta.“Em primeiro lugar, o sonhoprofissional. Faça o que gos-ta, porque não adianta olharpara aquilo que está em altano mercado se você não temvocação. É importante quevocê se identifique com aqui-lo que vai escolher”.

Para especialistas, o melhor é seguir a vocação profissional e não as tendências do mercado Priscila Chaves, 28 anos

Aline Bezerra, 17 anos

JOVEM &

Luciney Martins/O SÃO PAULO Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

JOVEM &AS DROGAS

Cocaína, crack, ecstasy,maconha, cigarro, álcool,anfetaminas, anabolizantes.Essas são algumas das dro-gas que hoje movimentambilhões de dólares em todoo mundo. Só no Brasil, otráfico de drogas movimen-ta cerca de 5 bilhões dedólares.

Segundo Relatório Mun-dial sobre Drogas de 2008,o Brasil é o segundo maiormercado de drogas da Amé-rica, com 870 mil usuáriosde cocaína, e seu consumoaumentou de 0,4% para 0,7%entre pessoas de 12 a 65anos, no período entre 2001e 2004, um aumento de 75%.Gustavo Machado Miranda,31 anos, era um dos consu-midores.

Gremista, Gustavo éoperador de produção emempresa automobilística nacidade de Gravataí (RS), ini-ciou o uso de drogas na ado-lescência, por volta dos 14anos. “Tive uma discussãofeia em casa com minha mãepor causa do meu padrasto.Como nasci e me criei numadas mais perigosas vilas dePorto Alegre (RS), na VilaCruzeiro, acabei conhe-cendo muitos usuários etraficantes de drogas. Meusubterfúgio foi a droga...”,desabafou o jovem, há trêsanos “limpo”.

“Sou um DQR [depen-

Brasil tem 870 mil usuários de cocaína; é o 2º maior mercado de drogas da América

Juventude é vítima de mercado quemovimenta 5 bilhões de dólares

KARLA MARIA

a rede com criança, com adolescente, com adulto, eu sou contra até porque nessa retirada em massa, nós nãovamos ter onde abrigar”, disse o desembargador, que inicia, em breve, um posto de Justiça na Cracolândia, região central de São Paulo.

Gustavo também é con-tra a internação compulsó-ria. “Estudei e estudo atéhoje os aspectos da minha doença, por isso afirmo: nãofunciona! Fui usuário decrack e tive que passar pordois tratamentos, e neles recebi muito amor, carinho,

companheirismo, empatiae principalmente, muitaoração”, afirmou o jovemque se recuperou em comu-nidade terapêutica a qualorienta o tratamento sobreo tripé: trabalho, oração e disciplina.

(colaborou Daniel Gomes)

dente químico em recupe-ração] há 5 anos, fiz o cursoda FEBRACT [FederaçãoBrasileira de ComunidadesTerapêuticas] e fui moni-tor de CT [ComunidadeTerapêutica] por três anos. Tem sido uma tarefa difícile diária, uma guerra comigomesmo. Com muita oração eajuda de amigos, dia após diasigo, só por hoje batendo defrente com minhas dificulda-des sem o uso de qualquersubstância que mude o meucomportamento... estou lim-po só por hoje, há três anos ealgumas 24 horas”, afirmouGustavo.

Diariamente em SãoPaulo, jovens e adolescentesroubam para manter o vícioe outros ainda para enganara fome e o frio. Em resposta, a Prefeitura de São Pauloplaneja adotar medida de internação compulsória,de usuários de drogas que vivem na cidade, projetosemelhante ao que já vemocorrendo no Rio de Ja-neiro.

O debate vem gerando polêmica e divide a opinião de especialistas, médicos, defensores de direitos hu-manos, advogados e lideran-ças de movimentos sociais.“Eu não acredito muito nes-sas manobras compulsórias, sou favorável à internação compulsória seletiva em ca-sos extremos, com o psiquia-tra do meu lado atestandoque aquele menino precisa de uma internação compul-sória”, disse Antonio Carlos Malheiros, desembargadordo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O desembargador Ma-lheiros, que coordena a Varada Infância e Juventude,afirma que se não tiver aavaliação de um profissionalda saúde mental não autorizaa internação. “Não vou fazercomo no Rio, lá puxaram

Excluídos das ruas de São Paulo buscam as drogas para suportar o frio e a fome

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Page 7: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 7

“Acho que dá pra passar.Talvez eu precise fazer umcursinho, mas tenho vontadede estudar lá”. Danilo Apa-recido Nascimento da Silva,21 anos. ainda não terminouo ensino médio, mas já sonhacom a possibilidade de cursareducação física no campusda Universidade Federal deSão Paulo (Unifesp), a serconstruído até 2014, na zonaleste de São Paulo.

O novo campus é parte doplano de expansão da redefederal de ensino superior,promovido pelo governofederal, que prevê, até 2014,a criação de quatro novasunidades federais, 47 campiuniversitários e 208 unida-des de institutos federais deeducação profissional e tec-nológica no país. “Queremoscriar cursos que dialoguemcom a necessidade da popu-lação local”, disse o minis-tro da Educação, FernandoHaddad, em 20 de agosto,quando do anúnciou a insta-lação do campus do InstitutoFederal de São Paulo (IFSP),na zona noroeste da cidadede São Paulo, que oferecerácursos técnicos e superioresem engenharia e tecnologia.A iniciativa encontra apoio econtestações.

“É preciso que a escolaç

no ensino médio tambémensine uma profissão. Porisso, o Cursinho da Poli en-cabeçou recentemente o

Expansão da rede de ensinosuperior divide opiniõesEspecialistas em educação divergem da proposta do governo federal

DANIEL GOMES

movimento para criação doIFSP na região noroeste”,explica Gilberto AlvarezGiusepone Junior, diretordo cursinho pré-vestibular.Gilberto também enalteceo Programa Nacional deAcesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), projetode lei, já aprovado na Câmarados Deputados, que visa am-pliar a oferta de vagas na edu-cação profissional brasileira.“Isso só vem a contribuir para

formar mais universitários e técnicos das mais diversasespecializações”.

Opinião diferente sobre a expansão da rede federal de ensino superior tem o padre Roberto Duarte Rosalino, coordenador, em São Pau-lo, da Associação Nacionalde Educação Católica do Brasil (Anec). “Às vezes são

ç

vitrines, em que se constroi um belo prédio, mas faltaprofessor, infraestrutura. Se

a educação não for tratada na base, não adianta pegarquem já está educado e ten-tar melhorar um pouco as condições”, analisa.

Danilo ainda não sabe se conseguirá ingressar na Unifesp, tampouco se a universidade oferecerá gra-duação em educação física, mas se mostra empolgado com o futuro. “Pra chegar ao diploma as barreiras serãodifíceis, mas fazendo uma

faculdade de educação físicaposso ser professor, aí vão melhorar as coisas pra mim”,diz o jovem, que já possuiqualificações profissiona-lizantes em marcenaria,construção civil, sorveteriae informática básica, ofere-cidas pela Obra Social Dom Bosco, mantida pelos sale-sianos em Itaquera, ondeDanilo é mestre de bateriada escola de samba mantidapela instituição.

Haddad, ministro da Educação

Padre Roberto, da ANEC

Professor Gilberto, da Poli Danilo da Silva, em ação na Dom Bosco; jovem quer cursar universidade de educação física

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Page 8: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL8 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 13

EDUCAÇÃO E TRABALHO

As universitárias CibeleLima, 23 anos, e Larissa Fa-zzi, 18, serão profissionais daárea da saúde. Cibele está noterceiro ano de enfermagemem uma faculdade particu-lar e Larissa também pagapelos estudos de medicinana Faculdade de CiênciasMédicas da Santa Casa deSão Paulo, onde ingressouneste ano, após ser aprova-da no vestibular da Fuvest,um dos mais concorridosdo país.

Larissa sempre contoucom o apoio dos pais nos es-tudos: o ensino fundamentale médio, concluiu em colégioparticular, e também fez cur-sos de idiomas e dois anos decursinho pré-vestibular. “Osestudos fizeram a diferençana hora de conseguir passarem um bom vestibular e nafaculdade da Santa Casa”,avalia.

A trajetória de Cibele foidiferente. No ano seguinte àconclusão do ensino médio,em escola pública, começou

a faculdade de enfermagem,mas dois anos depois teveque interromper o curso.Passado um ano e meio,matriculou-se na mesmagraduação em outra facul-dade, que atualmente pagaexclusivamente com o salárioque recebe como assistentede database.

“Analisando não só meucaso, mas de outros alunosda minha sala que tambémtrabalham o dia inteiro, jáchegamos esgotados para aaula, o raciocínio é diferente,o cansaço atrapalha”, comen-ta Cibele.

Animada com os estudos,Larissa já começou a realizariniciação científica e outrasatividades complementaresdo curso, feito em períodointegral, e está otimista como futuro profissional. “Omercado de medicina tembastante área de atuação, masalgumas são muito concorri-das. Minhas expectativas sãoboas e tenho muita perspec-tiva de crescimento”, prevêa futura médica.

Já Cibele não projeta parasi um cenário promissor apóso término da faculdade. “Nãopossuo tantas expectativastão rápido. O mercado exigeexperiência, e pessoas quecomo eu, trabalham fora daárea escolhida em tempointegral para conseguir pa-gar a faculdade e suprir asnecessidades, não possuemtempo disponível para, porexemplo, fazer estágios”,lamenta.

Programa de formação profissional para jovens em SP

Jovem CidadãoFoco: estudantes do 2° ano do ensino médio da

rede pública da grande São Paulo, Santos e Piracicaba,

com idade entre 16 e 21 anos.

Saiba mais em www.meuprimeirotrabalho.sp.gov.br

Aprendiz PaulistaFoco: vivência no mundo do trabalho para matriculados,

de 14 a 24 anos, em cursos técnico-profi ssionalizantes

no Centro de Educação Tecnológica Paula Souza.

O aprendiz não é um estagiário e possui um contrato

especial, em regime CLT, por tempo determinado.

Saiba mais em www.empregasaopaulo.sp.gov.br

Time do EmpregoFoco: orientar e preparar trabalhadores desempregados

e jovens entre 16 a 21 anos para a busca de um

emprego compatível com seus interesses, habilidades

e qualifi cação profi ssional.

Saiba mais em www.timedoemprego.sp.gov.br

Fonte: Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho

Cibele e Larissa: obstáculosdiferentes para um sonho comumEnsino básico de qualidade pode fazer a diferença no ingresso à universidade

DANIEL GOMES

Na opinião do professorPaulo César Pedrini, coor-denador arquidiocesano daPastoral Operária, casos comoo das duas universitáriasilustram o impacto das de-sigualdades educacionais naformação profissional. “Nun-

ca haverá igualdade de opor-tunidades entre alguns quepuderam somente estudarnas melhores escolas particu-lares e depois nas melhoresuniversidades públicas, semprecisar trabalhar, o que o fa-rão quando estiverem forma-

dos profissionalmente; comoutros que não terão acessoà cultura, que estudarão narede pública, que terão quetrabalhar para ajudar no sus-tento da casa. Que igualdadede oportunidades é possívelassim?”, polemiza.

Formadas em realidades distintas, Cibele e Larissa serão profissionais da área da saúde em breve

JOVEM &

Fotos: Arquivo pessoal

Dados do Fórum SocialMundial (FSM) de 2009,realizado em Belém (PA),indicam que 64% dos 150mil participantes tinhamaté 34 anos de idade, sendo

que 81% possuíam ensino superior completo ou emcurso. O evento que buscae aponta políticas em defesade “um outro mundo possí-vel” sinaliza a vontade da juventude de atuar de modo alternativo ao sistema partidário.

Esse tem sido o rumo de Gustavo e Vanessa.Há 9 anos em movi-mentos sociais, Vanessa é bióloga, formada em escola pública e pelas Comunidades Eclesiais deBase de Heliópolis. Trabalhaem defesa dos povos indíge-nas, adquirindo experiênciasno MST, Educafro e Unea-fro. “Tive vivências junto aoMST e outros movimentos

que fortaleceram o avançono meu processo de cons-ciência”. A jovem articula a Assembleia Popular no Es-tado de São Paulo, “onde se

vive uma relação dialética e conjunta na caminhada de luta junto às pastorais e mo-vimentos sociais”, apontou a jovem.

Já Gustavo, que já percor-reu grupo de jovens na Bra-

silândia, atuando vivamente em sua paróquia, acompanhaa política “de longe”, para decidir seu voto conscien-temente. “Eu acompanho

porque gosto de me informar e saber o queacontece no mundo, naeconomia. A informação é essencial nos dias de hoje, pra depois poder-mos votar consciente-mente”.

Dois jovens, duas formas de atuação, duas

formas de cidadania. Umamilitante, outra menos; ambas apartidárias. É a participaçãopolítica se redesenhando no Brasil. “A capacidade poli-valente dos jovens em dizersuas palavras, seus medos e

suas esperanças se exprimede formas variadas”disse Fer-nando Altemeyer Jr, cientistapolítico. Munida das novas tecnologias, ideologias e deseus sonhos, a juventude bra-sileira aponta alternativas à política. Com nariz de palhaço e vassoura nas mãos, os jovenseleitores, entre 16 e 34 anos, manifestam-se nas ruas e noscomputadores. “Há mani-festações juvenis eclodindoem todos os níveis: pessoais, afetivos, coletivos, articula-das, individualizadas, virtuais,libertadoras e miméticas ouainda até alienadas e funda-mentalistas, a grande ques-tão é se há intérpretes para compreender esta “música’”,conclui o cientista político.

Cidadania alternativa em pautaJovens não ignoramdimensão partidária, mas questionam atuação de políticos

KARLA MARIA

Eu acompanho porque gostoEu ade me informar e saber o

que acontece no mundo, na queeconomia. A informação éessencial nos dias de hoje, ,pra depois podermos votartar

conscientemente

Page 9: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL12 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 9JOVEM &A POLÍTICA

Juventude quer nova Política

KARLA MARIA

“Tudo envolve políticae sem dúvida ela é uma fer-ramenta de transformação”,afirmou Vanessa Ramos, 27anos, militante e missionáriado Conselho IndigenistaMissionário, na Grande São

PERFIL DO JOVEM ELEITOR BRASILEIRO EM 2011Voto Facultativo16 anos ....................................................... 343.41517 anos ...................................................1.307.455

PERFIL DO JOVEM ELEITOR BRASILEIRO EM 199216 anos ...................................................1.398.84117 anos .................................................. 1.822.63925 a 34 anos ..................................... 25.285.464

VOTO OBRIGATÓRIO18 a 20 anos ........................................ 8.302.70921 a 24 anos ..................................... 13.148.01625 a 34 anos ..................................... 32.803.207

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA NO BRASILToda população ............................. 13.880.058Estado de São Paulo ....................... 2.761.408

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral, de agosto de 2011

Cai número de jovens fi liados a partidos; surgem alternativas àatuação política

Paulo. Sua opinião divergeda de Gustavo da Silva,também 27 anos, operadorde microfilmagem. “Nãovejo a política como meiode transformar a sociedade,e acredito nisso por não apa-recer nenhum político quetraga alguma mudança aopaís, e por ser também umassunto chato. Precisamosde caras novas e com cre-dibilidade na política, poisultimamente tudo pareceum circo”, desabafou.

Gustavo e Vanessa fazemparte dos 32.803.207 eleito-res brasileiros, na faixa dos27 a 35 anos. Ambos não sãofiliados a partidos políticos,uma tendência da juventudebrasileira. Entre os jovens na

faixa etária em que o votoé facultativo (16 a 18 anos),dos 1.650.870 eleitores re-gistrados no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE), apenas3.555 jovens são filiados apartidos políticos, ou seja,cerca de 0,22%. O PP lideraem número de filiados, com662 integrantes, em seguidavem o PT (632), o PMDB (545) e o PSDB (453).

Para o cientista políticoda PUC-SP, Fernando Alte-meyer Jr os jovens preferemparticipar ativamente dasociedade civil, mais que daorganização partidária. “Poisela [a organização partidária]está viciada pelo poder e pormecanismos de manuten-ção de privilégios. Muitos

partidos não têm ajudado aforjar a democracia de formaclara e transparente”, avaliouAltemeyer.

Vanessa não ignora a di-mensão partidária, mas ques-tiona a atuação dos partidos,no atual momento histórico.“É difícil analisar com profun-didade o papel dos partidos,ao realizar ações tímidas oucontrárias aos povos e às clas-ses trabalhadoras”. Avaliando o cenário, Altemeyer aponta que “a velha e recorrenteoligarquia, que muda de par-tido, mas não muda a práticacorrupta e oportunista, afastaos jovens, que têm buscadoalternativas para construir re-lações novas em favor de umoutro mundo possível”.

Juventude aponta preocupação com cenário político brasileiro, milita em movimentos sociais e repudia corrupção que a afasta do sistema político partidário

Luciney Martins/O SÃO PAULO

“O governo quer quenós, professores, mudemos omundo com um giz, apagadore uma lousa”. O desabafo,de um professor da rede es-tadual de ensino, que pediuà reportagem de O SÃOPAULO sigilo de identidade,é acompanhado de críticas àpolítica de progressão conti-nuada (pela qual os alunosque não atingem o nível deconhecimento desejado aoinvés de serem reprovadosno final do ano letivo re-cebem acompanhamentocontínuo complementar dos

professores) e à falta de estru-tura das escolas.

“Os estudantes não sesentem mais obrigados aestudar para poder passar deano, sabem que passam mes-mo sem saber nada”, critica.Os resultados da edição 2010da prova Saresp (Sistemade avaliação de rendimentoescolar no Estado de SãoPaulo), aplicada a alunosdo ensino fundamental emédio, sustentam o argu-mento do professor: houvequeda no desempenho dosconcluintes do 9º ano dofundamental, bem como nosdo 3º ano do médio.

O docente, que leciona em uma escola na zona no-roeste da cidade, também falou à reportagem sobre a limitação de recursos peda-gógicos. “Muitas atividadesque temos que fazer e pre-cisamos de material diferen-ciado, às vezes, precisamos contar com a colaboraçãodos alunos, não podemosexigir nada e sim contar com a boa vontade deles, pois também há muitos que não têm condição. Muitas vezes, tiramos cópias do próprio bolso, e essa infraestrutura precária nas escolas desesti-mula os alunos”, avalia. “Ul-

timamente, não é o aluno que tem que acompanhar oprofessor e sim o professor que tem que acompanhar o aluno”.

Informada pela reporta-gem sobre os apontamentosdo professor, a assessoria de imprensa da Secreta-ria de Estado da Educação afirmou que, “não procede a informação de falta de recursos pedagógicos na escola”, onde só em 2011foram distribuídos 30.340 Cadernos do Aluno na uni-dade. Da mesma forma, os livros didáticos disponibi-lizados pelo Ministério da

Educação, renovados a cadatrês anos, foram entregues em 2009 aos estudantes, e a escola possui uma reservatécnica dos itens. Quanto aosmateriais de apoio, segundoa assessoria, o investimento na escola já chegou a 10 mil reais, e mensalmenteé encaminhado cerca de mil reais para que adquira materiais de necessidademomentânea.

Também através da asses-soria de imprensa, a secretaria informou que já há estudospara o aperfeiçoamento daprogressão continuada no en-sino fundamental e médio.

Professor opina sobre situação da rede estadual de ensinoDANIEL GOMES

Arrumar o primeiro em-prego, para os que não têmformação superior, ou conse-guir recolocação no mercadode trabalho, para os já for-mados, nem sempre é umatarefa fácil, seja pela ofertade oportunidades ou mes-mo pelo desconhecimentode alguns comportamentosdecisivos na hora do processoseletivo.

Com 30 anos completadosem abril, André Augusto daSilva, formado em jornalismoem uma universidade públi-ca, foi recentemente dispen-sado do jornal que trabalhavae agora está a procura de umanova oportunidade.

Atualização permanente é a chavepara manter-se no mercadoEmpresas valorizam jovens profi ssionais atualizados e pró-ativos

DANIEL GOMES

Dicas do Ceat para o 1º emprego e recolocação profissional:

Pesquise informações sobre a empresa antes de ir ao proces-

so seletivo;

Atualize-se sobre assuntos gerais, através dos jornais, tevê,

internet e revistas, para ser bem avaliado nos testes escritos;

Esteja apresentável, com roupas limpas e discretas, e cabelo

e unhas cortadas;

Evite: piercing, tatuagem exposta, bermudas e decotes

extravagantes;

Esteja atento às informações fornecidas pelo entrevistador

sobre a empresa e as condições da vaga oferecida, para não

aceitar uma oportunidade incompatível;

Seja objetivo no preenchimento da fi cha de cadastro da

empresa;

Durante a entrevista, procure não olhar para o teto ‘pen-

sando no que responder’; não gesticule muito e nem fi que

mudando de posição na cadeira a todo instante;

Na entrevista individual: seja direto nas respostas, evite

gírias e palavras de difícil entendimento, olhe nos olhos do

entrevistador e controle os ‘ticos nervosos’.

“Arrumar vaga, depen-dendo da área, é complica-do. Depende da demanda.Algumas profissões têmmão de obra excedente deprofissionais, o que tornamais difícil a busca”, avalia o jornalista, que conseguiuo último emprego por in-dicação de um amigo defaculdade.

Para padre Lício de Araú-

jo Vale, vice-presidente do Centro de Atendimento aoTrabalhador (Ceat), jovens já formados, como André, devem apostar na atualiza-ção para permanecerem em evidência no mercado. “É ç p p

fundamental que o profissio-nal se mantenha atualizado, através de livros técnicos, pesquisas, cursos na área, mostrando interesse e dispo-

nibilidade, visto que gosta e é competente no que faz”, opina.

Já para os que ainda não são formados em nível supe-rior, padre Lício aponta que o mercado tem aberto opor-tunidades em áreas operacio-nais como atendentes de bal-cão, farmácia ou lanchonete; vendedor de loja; operador de supermercado; repositor;

conferente; e auxiliar decarga e descarga. Para os queestão concluindo o ensino médio, as maiores ofertas devagas são em telemarketing.“Esse mercado segue emcrescente evolução. Porém,a exigência, na maioria das vezes, é que o jovem estejacursando, no mínimo, o ter-ceiro ano do 2º grau ou já o tenha concluído”, esclarece.

Atualizados têm maior chance de sucesso; na entrevista, detalhes fazem a diferença

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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FÉBOTE

ESPECIAL10 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 11

BOTE FÉ

SÃO JUDAS

CATEDRAL DA SÉ

ARSENAL DA ESPERANÇA

SANT’ANA

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

ITINERÁRIO DA CRUZ DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE E DO ÍCONE DE NOSSA SENHORA NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULODia 18/9 (domingo)

21h: saída do Campo de Marte22h: chegada à Catedral da Sé

Dia 19/9 (segunda-feira)8h às 19h: A Cruz e o Ícone de NossaSenhora permanecerão na Catedralda Sé.Missas: às 9h, 12h, 15h e 18h.19h: Saídas, em procissão, da praça da Sé até a Cracolândia, passando pela Favela do Moinho. Será rezadoo terço, parando em cinco estações,onde serão contemplados os misté-rios dolorosos. As meditações serão conduzidas por comunidades que trabalham com o povo da rua.22h: Acolhida, com queima de fogos,da Cruz e do Ícone na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Filme sobre aJMJ e sobre a Cruz no salão da igreja.22h30: Missa de acolhida da Cruz.0h30: Início da vigília com os Movi-mentos e Novas Comunidades.

Dia 20/9 (terça-feira)7h: A Cruz e o Ícone fi carão expostos para a veneração do povo. Estãosendo convidadas as escolas católicasa virem em peregrinação até a igreja durante toda a parte da manhã.10h30: Missa presidida pelo padre Antonello.12h: Benção da cidade com a Cruz daJMJ no marco zero, praça da Sé.12h30: Apresentação musical na igreja da Boa Morte.13h30: Despedida da Cruz e do Ícone, que partem em cortejo para o Santuá-rio São Judas Tadeu (Jabaquara).14h30: Chegada da Cruz e do Ícone deNossa Senhora, com queima de fogos, no Santuário São Judas Tadeu.15h: Missa de acolhida da Cruz e doÍcone no Santuário São Judas.17h: Missa com o Setor Imigrantes(Região Episcopal Ipiranga).18h: Via-Sacra.20h: Celebração Eucarística presididapelo cardeal dom Odilo Scherer.21h: Programa PHN, apresentado porDunga, transmitido ao vivo pela TV Canção Nova.22h: Vigília da Juventude durante toda a noite.

Dia 21/09 (quarta-feira)7h: Missa e saída da Cruz e do Íconedo Santuário São Judas. 8h30: Chegada da Cruz à ParóquiaImaculada Conceição (Ipiranga), comoração do ofício.9h: Missa celebrada por dom Odilo Scherer.10h30: Café.10h45: Testemunhos da JMJ em Madri e apresentação da estrutura da JMJ.11h30: Apresentação das homilias dopapa na última JMJ12h30: Almoço - Apresentação de atividades culturais.13h30: Mesa redonda com teólogos: “A contextualização do jovem do Brasil”.15h: Missa de Envio da Cruz, celebra-do por dom Julio Endi Akamine (bispoauxiliar na Região Lapa).

16h: Envio da Cruz e saída para oArsenal da Esperança.17h: Chegada e acolhida da Cruz edo Ícone no Arsenal da Esperança, com a participação de Ernesto Olivero (Fundador do SERMIG).18h: Início da leitura da Palavra de Deus.20h: Saída do Arsenal e peregrinação pelas ruas do bairro com a Cruz e o Ícone. Em cada parada, haverá aleitura de um texto da Palavra de Deuspor parte de uma escola, de uma uni-versidade, de pessoas hospitalizadas,dos membros de uma paróquia.23h: Retorno ao Arsenal e início davigília noturna, com a presença dedom Edmar Peron (bispo auxiliar na Região Belém).

Dia 22/9 (quinta-feira)6h: Término da vigília no Arsenal coma celebração da missa presidida pordom Edmar e envio para a Paróquia de Sant’ana.8h: Acolhida da Cruz e do Ícone na Paró-quia de Sant’ana, pelos colégios e pelaPastoral da Juventude Regional, comcânticos, leituras, orações e refl exão.9h30: Pastorais e grupos da paróquiarezam terço, leituras e refl exão.10h30: Via Sacra, com os colégios.12h: Celebração Eucarística.14h: Vigília e adoração, com os colégios.15h: Momento Mariano, com ascrianças. 16h: Momento de Oração, com Arau-tos do Evangelho.17h30: Celebração Eucarística, presidi-da por dom Joaquim Justino Carreira (bispo auxiliar na Região Santana), com a participação de padres e paró-quias da região.18h45: Terço, com grupos de Crismade diversas paróquias.19h30: Noite de Evangelização, com orações, músicas, dança, teatro (várias bandas e grupos de diversasparóquias).22h30: Encerramento.

Dia 23/09 (Sexta-feira):7h: Missa e despedida da Cruz e doÍcone na Paróquia de Santana. Inícioda peregrinação pelas demais dioce-ses do Estado de São Paulo.

Endereços das Paróquias e locais que receberão a Cruz e o ÍconeIgreja Nossa Senhora da Boa MorteRua do Carmo 202, Centro. Fone: 3101-6889.Santuário São Judas TadeuAv. Jabaquara 2.682. Fone: 5072-9928.Paróquia Imaculada ConceiçãoAv. Nazaré 993, Ipiranga.Fone: 2914-4066.Arsenal da EsperançaRua Dr. Almeida Lima 900, Brás.Fone: 2292-0977.Paróquia de SantanaRua Voluntários da Pátria 2.060, Santana. Fone: 2979-5558.Catedral da SéPraça da Sé, s/nºFone: 3107-6832IMACULADA CONCEIÇÃO

BOA MORTE

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FÉBOTE

ESPECIAL10 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

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SÃO JUDAS

CATEDRAL DA SÉ

ARSENAL DA ESPERANÇA

SANT’ANA

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

ITINERÁRIO DA CRUZ DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE E DO ÍCONE DE NOSSA SENHORA NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULODia 18/9 (domingo)

21h: saída do Campo de Marte22h: chegada à Catedral da Sé

Dia 19/9 (segunda-feira)8h às 19h: A Cruz e o Ícone de NossaSenhora permanecerão na Catedralda Sé.Missas: às 9h, 12h, 15h e 18h.19h: Saídas, em procissão, da praça da Sé até a Cracolândia, passando pela Favela do Moinho. Será rezadoo terço, parando em cinco estações,onde serão contemplados os misté-rios dolorosos. As meditações serão conduzidas por comunidades que trabalham com o povo da rua.22h: Acolhida, com queima de fogos,da Cruz e do Ícone na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Filme sobre aJMJ e sobre a Cruz no salão da igreja.22h30: Missa de acolhida da Cruz.0h30: Início da vigília com os Movi-mentos e Novas Comunidades.

Dia 20/9 (terça-feira)7h: A Cruz e o Ícone fi carão expostos para a veneração do povo. Estãosendo convidadas as escolas católicasa virem em peregrinação até a igreja durante toda a parte da manhã.10h30: Missa presidida pelo padre Antonello.12h: Benção da cidade com a Cruz daJMJ no marco zero, praça da Sé.12h30: Apresentação musical na igreja da Boa Morte.13h30: Despedida da Cruz e do Ícone, que partem em cortejo para o Santuá-rio São Judas Tadeu (Jabaquara).14h30: Chegada da Cruz e do Ícone deNossa Senhora, com queima de fogos, no Santuário São Judas Tadeu.15h: Missa de acolhida da Cruz e doÍcone no Santuário São Judas.17h: Missa com o Setor Imigrantes(Região Episcopal Ipiranga).18h: Via-Sacra.20h: Celebração Eucarística presididapelo cardeal dom Odilo Scherer.21h: Programa PHN, apresentado porDunga, transmitido ao vivo pela TV Canção Nova.22h: Vigília da Juventude durante toda a noite.

Dia 21/09 (quarta-feira)7h: Missa e saída da Cruz e do Íconedo Santuário São Judas. 8h30: Chegada da Cruz à ParóquiaImaculada Conceição (Ipiranga), comoração do ofício.9h: Missa celebrada por dom Odilo Scherer.10h30: Café.10h45: Testemunhos da JMJ em Madri e apresentação da estrutura da JMJ.11h30: Apresentação das homilias dopapa na última JMJ12h30: Almoço - Apresentação de atividades culturais.13h30: Mesa redonda com teólogos: “A contextualização do jovem do Brasil”.15h: Missa de Envio da Cruz, celebra-do por dom Julio Endi Akamine (bispoauxiliar na Região Lapa).

16h: Envio da Cruz e saída para oArsenal da Esperança.17h: Chegada e acolhida da Cruz edo Ícone no Arsenal da Esperança, com a participação de Ernesto Olivero (Fundador do SERMIG).18h: Início da leitura da Palavra de Deus.20h: Saída do Arsenal e peregrinação pelas ruas do bairro com a Cruz e o Ícone. Em cada parada, haverá aleitura de um texto da Palavra de Deuspor parte de uma escola, de uma uni-versidade, de pessoas hospitalizadas,dos membros de uma paróquia.23h: Retorno ao Arsenal e início davigília noturna, com a presença dedom Edmar Peron (bispo auxiliar na Região Belém).

Dia 22/9 (quinta-feira)6h: Término da vigília no Arsenal coma celebração da missa presidida pordom Edmar e envio para a Paróquia de Sant’ana.8h: Acolhida da Cruz e do Ícone na Paró-quia de Sant’ana, pelos colégios e pelaPastoral da Juventude Regional, comcânticos, leituras, orações e refl exão.9h30: Pastorais e grupos da paróquiarezam terço, leituras e refl exão.10h30: Via Sacra, com os colégios.12h: Celebração Eucarística.14h: Vigília e adoração, com os colégios.15h: Momento Mariano, com ascrianças. 16h: Momento de Oração, com Arau-tos do Evangelho.17h30: Celebração Eucarística, presidi-da por dom Joaquim Justino Carreira (bispo auxiliar na Região Santana), com a participação de padres e paró-quias da região.18h45: Terço, com grupos de Crismade diversas paróquias.19h30: Noite de Evangelização, com orações, músicas, dança, teatro (várias bandas e grupos de diversasparóquias).22h30: Encerramento.

Dia 23/09 (Sexta-feira):7h: Missa e despedida da Cruz e doÍcone na Paróquia de Santana. Inícioda peregrinação pelas demais dioce-ses do Estado de São Paulo.

Endereços das Paróquias e locais que receberão a Cruz e o ÍconeIgreja Nossa Senhora da Boa MorteRua do Carmo 202, Centro. Fone: 3101-6889.Santuário São Judas TadeuAv. Jabaquara 2.682. Fone: 5072-9928.Paróquia Imaculada ConceiçãoAv. Nazaré 993, Ipiranga.Fone: 2914-4066.Arsenal da EsperançaRua Dr. Almeida Lima 900, Brás.Fone: 2292-0977.Paróquia de SantanaRua Voluntários da Pátria 2.060, Santana. Fone: 2979-5558.Catedral da SéPraça da Sé, s/nºFone: 3107-6832IMACULADA CONCEIÇÃO

BOA MORTE

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FÉBOTE

ESPECIAL12 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 9JOVEM &A POLÍTICA

Juventude quer nova Política

KARLA MARIA

“Tudo envolve políticae sem dúvida ela é uma fer-ramenta de transformação”,afirmou Vanessa Ramos, 27anos, militante e missionáriado Conselho IndigenistaMissionário, na Grande São

PERFIL DO JOVEM ELEITOR BRASILEIRO EM 2011Voto Facultativo16 anos ....................................................... 343.41517 anos ...................................................1.307.455

PERFIL DO JOVEM ELEITOR BRASILEIRO EM 199216 anos ...................................................1.398.84117 anos .................................................. 1.822.63925 a 34 anos ..................................... 25.285.464

VOTO OBRIGATÓRIO18 a 20 anos ........................................ 8.302.70921 a 24 anos ..................................... 13.148.01625 a 34 anos ..................................... 32.803.207

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA NO BRASILToda população ............................. 13.880.058Estado de São Paulo ....................... 2.761.408

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral, de agosto de 2011

Cai número de jovens fi liados a partidos; surgem alternativas àatuação política

Paulo. Sua opinião divergeda de Gustavo da Silva,também 27 anos, operadorde microfilmagem. “Nãovejo a política como meiode transformar a sociedade,e acredito nisso por não apa-recer nenhum político quetraga alguma mudança aopaís, e por ser também umassunto chato. Precisamosde caras novas e com cre-dibilidade na política, poisultimamente tudo pareceum circo”, desabafou.

Gustavo e Vanessa fazemparte dos 32.803.207 eleito-res brasileiros, na faixa dos27 a 35 anos. Ambos não sãofiliados a partidos políticos,uma tendência da juventudebrasileira. Entre os jovens na

faixa etária em que o votoé facultativo (16 a 18 anos),dos 1.650.870 eleitores re-gistrados no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE), apenas3.555 jovens são filiados apartidos políticos, ou seja,cerca de 0,22%. O PP lideraem número de filiados, com662 integrantes, em seguidavem o PT (632), o PMDB (545) e o PSDB (453).

Para o cientista políticoda PUC-SP, Fernando Alte-meyer Jr os jovens preferemparticipar ativamente dasociedade civil, mais que daorganização partidária. “Poisela [a organização partidária]está viciada pelo poder e pormecanismos de manuten-ção de privilégios. Muitos

partidos não têm ajudado aforjar a democracia de formaclara e transparente”, avaliouAltemeyer.

Vanessa não ignora a di-mensão partidária, mas ques-tiona a atuação dos partidos,no atual momento histórico.“É difícil analisar com profun-didade o papel dos partidos,ao realizar ações tímidas oucontrárias aos povos e às clas-ses trabalhadoras”. Avaliando o cenário, Altemeyer aponta que “a velha e recorrenteoligarquia, que muda de par-tido, mas não muda a práticacorrupta e oportunista, afastaos jovens, que têm buscadoalternativas para construir re-lações novas em favor de umoutro mundo possível”.

Juventude aponta preocupação com cenário político brasileiro, milita em movimentos sociais e repudia corrupção que a afasta do sistema político partidário

Luciney Martins/O SÃO PAULO

“O governo quer quenós, professores, mudemos omundo com um giz, apagadore uma lousa”. O desabafo,de um professor da rede es-tadual de ensino, que pediuà reportagem de O SÃOPAULO sigilo de identidade,é acompanhado de críticas àpolítica de progressão conti-nuada (pela qual os alunosque não atingem o nível deconhecimento desejado aoinvés de serem reprovadosno final do ano letivo re-cebem acompanhamentocontínuo complementar dos

professores) e à falta de estru-tura das escolas.

“Os estudantes não sesentem mais obrigados aestudar para poder passar deano, sabem que passam mes-mo sem saber nada”, critica.Os resultados da edição 2010da prova Saresp (Sistemade avaliação de rendimentoescolar no Estado de SãoPaulo), aplicada a alunosdo ensino fundamental emédio, sustentam o argu-mento do professor: houvequeda no desempenho dosconcluintes do 9º ano dofundamental, bem como nosdo 3º ano do médio.

O docente, que leciona em uma escola na zona no-roeste da cidade, também falou à reportagem sobre a limitação de recursos peda-gógicos. “Muitas atividadesque temos que fazer e pre-cisamos de material diferen-ciado, às vezes, precisamos contar com a colaboraçãodos alunos, não podemosexigir nada e sim contar com a boa vontade deles, pois também há muitos que não têm condição. Muitas vezes, tiramos cópias do próprio bolso, e essa infraestrutura precária nas escolas desesti-mula os alunos”, avalia. “Ul-

timamente, não é o aluno que tem que acompanhar oprofessor e sim o professor que tem que acompanhar o aluno”.

Informada pela reporta-gem sobre os apontamentosdo professor, a assessoria de imprensa da Secreta-ria de Estado da Educação afirmou que, “não procede a informação de falta de recursos pedagógicos na escola”, onde só em 2011foram distribuídos 30.340 Cadernos do Aluno na uni-dade. Da mesma forma, os livros didáticos disponibi-lizados pelo Ministério da

Educação, renovados a cadatrês anos, foram entregues em 2009 aos estudantes, e a escola possui uma reservatécnica dos itens. Quanto aosmateriais de apoio, segundoa assessoria, o investimento na escola já chegou a 10 mil reais, e mensalmenteé encaminhado cerca de mil reais para que adquira materiais de necessidademomentânea.

Também através da asses-soria de imprensa, a secretaria informou que já há estudospara o aperfeiçoamento daprogressão continuada no en-sino fundamental e médio.

Professor opina sobre situação da rede estadual de ensinoDANIEL GOMES

Arrumar o primeiro em-prego, para os que não têmformação superior, ou conse-guir recolocação no mercadode trabalho, para os já for-mados, nem sempre é umatarefa fácil, seja pela ofertade oportunidades ou mes-mo pelo desconhecimentode alguns comportamentosdecisivos na hora do processoseletivo.

Com 30 anos completadosem abril, André Augusto daSilva, formado em jornalismoem uma universidade públi-ca, foi recentemente dispen-sado do jornal que trabalhavae agora está a procura de umanova oportunidade.

Atualização permanente é a chavepara manter-se no mercadoEmpresas valorizam jovens profi ssionais atualizados e pró-ativos

DANIEL GOMES

Dicas do Ceat para o 1º emprego e recolocação profissional:

Pesquise informações sobre a empresa antes de ir ao proces-

so seletivo;

Atualize-se sobre assuntos gerais, através dos jornais, tevê,

internet e revistas, para ser bem avaliado nos testes escritos;

Esteja apresentável, com roupas limpas e discretas, e cabelo

e unhas cortadas;

Evite: piercing, tatuagem exposta, bermudas e decotes

extravagantes;

Esteja atento às informações fornecidas pelo entrevistador

sobre a empresa e as condições da vaga oferecida, para não

aceitar uma oportunidade incompatível;

Seja objetivo no preenchimento da fi cha de cadastro da

empresa;

Durante a entrevista, procure não olhar para o teto ‘pen-

sando no que responder’; não gesticule muito e nem fi que

mudando de posição na cadeira a todo instante;

Na entrevista individual: seja direto nas respostas, evite

gírias e palavras de difícil entendimento, olhe nos olhos do

entrevistador e controle os ‘ticos nervosos’.

“Arrumar vaga, depen-dendo da área, é complica-do. Depende da demanda.Algumas profissões têmmão de obra excedente deprofissionais, o que tornamais difícil a busca”, avalia o jornalista, que conseguiuo último emprego por in-dicação de um amigo defaculdade.

Para padre Lício de Araú-

jo Vale, vice-presidente do Centro de Atendimento aoTrabalhador (Ceat), jovens já formados, como André, devem apostar na atualiza-ção para permanecerem em evidência no mercado. “É ç p p

fundamental que o profissio-nal se mantenha atualizado, através de livros técnicos, pesquisas, cursos na área, mostrando interesse e dispo-

nibilidade, visto que gosta e é competente no que faz”, opina.

Já para os que ainda não são formados em nível supe-rior, padre Lício aponta que o mercado tem aberto opor-tunidades em áreas operacio-nais como atendentes de bal-cão, farmácia ou lanchonete; vendedor de loja; operador de supermercado; repositor;

conferente; e auxiliar decarga e descarga. Para os queestão concluindo o ensino médio, as maiores ofertas devagas são em telemarketing.“Esse mercado segue emcrescente evolução. Porém,a exigência, na maioria das vezes, é que o jovem estejacursando, no mínimo, o ter-ceiro ano do 2º grau ou já o tenha concluído”, esclarece.

Atualizados têm maior chance de sucesso; na entrevista, detalhes fazem a diferença

Luciney Martins/O SÃO PAULO

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FÉBOTE

ESPECIAL8 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 13

EDUCAÇÃO E TRABALHO

As universitárias CibeleLima, 23 anos, e Larissa Fa-zzi, 18, serão profissionais daárea da saúde. Cibele está noterceiro ano de enfermagemem uma faculdade particu-lar e Larissa também pagapelos estudos de medicinana Faculdade de CiênciasMédicas da Santa Casa deSão Paulo, onde ingressouneste ano, após ser aprova-da no vestibular da Fuvest,um dos mais concorridosdo país.

Larissa sempre contoucom o apoio dos pais nos es-tudos: o ensino fundamentale médio, concluiu em colégioparticular, e também fez cur-sos de idiomas e dois anos decursinho pré-vestibular. “Osestudos fizeram a diferençana hora de conseguir passarem um bom vestibular e nafaculdade da Santa Casa”,avalia.

A trajetória de Cibele foidiferente. No ano seguinte àconclusão do ensino médio,em escola pública, começou

a faculdade de enfermagem,mas dois anos depois teveque interromper o curso.Passado um ano e meio,matriculou-se na mesmagraduação em outra facul-dade, que atualmente pagaexclusivamente com o salárioque recebe como assistentede database.

“Analisando não só meucaso, mas de outros alunosda minha sala que tambémtrabalham o dia inteiro, jáchegamos esgotados para aaula, o raciocínio é diferente,o cansaço atrapalha”, comen-ta Cibele.

Animada com os estudos,Larissa já começou a realizariniciação científica e outrasatividades complementaresdo curso, feito em períodointegral, e está otimista como futuro profissional. “Omercado de medicina tembastante área de atuação, masalgumas são muito concorri-das. Minhas expectativas sãoboas e tenho muita perspec-tiva de crescimento”, prevêa futura médica.

Já Cibele não projeta parasi um cenário promissor apóso término da faculdade. “Nãopossuo tantas expectativastão rápido. O mercado exigeexperiência, e pessoas quecomo eu, trabalham fora daárea escolhida em tempointegral para conseguir pa-gar a faculdade e suprir asnecessidades, não possuemtempo disponível para, porexemplo, fazer estágios”,lamenta.

Programa de formação profissional para jovens em SP

Jovem CidadãoFoco: estudantes do 2° ano do ensino médio da

rede pública da grande São Paulo, Santos e Piracicaba,

com idade entre 16 e 21 anos.

Saiba mais em www.meuprimeirotrabalho.sp.gov.br

Aprendiz PaulistaFoco: vivência no mundo do trabalho para matriculados,

de 14 a 24 anos, em cursos técnico-profi ssionalizantes

no Centro de Educação Tecnológica Paula Souza.

O aprendiz não é um estagiário e possui um contrato

especial, em regime CLT, por tempo determinado.

Saiba mais em www.empregasaopaulo.sp.gov.br

Time do EmpregoFoco: orientar e preparar trabalhadores desempregados

e jovens entre 16 a 21 anos para a busca de um

emprego compatível com seus interesses, habilidades

e qualifi cação profi ssional.

Saiba mais em www.timedoemprego.sp.gov.br

Fonte: Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho

Cibele e Larissa: obstáculosdiferentes para um sonho comumEnsino básico de qualidade pode fazer a diferença no ingresso à universidade

DANIEL GOMES

Na opinião do professorPaulo César Pedrini, coor-denador arquidiocesano daPastoral Operária, casos comoo das duas universitáriasilustram o impacto das de-sigualdades educacionais naformação profissional. “Nun-

ca haverá igualdade de opor-tunidades entre alguns quepuderam somente estudarnas melhores escolas particu-lares e depois nas melhoresuniversidades públicas, semprecisar trabalhar, o que o fa-rão quando estiverem forma-

dos profissionalmente; comoutros que não terão acessoà cultura, que estudarão narede pública, que terão quetrabalhar para ajudar no sus-tento da casa. Que igualdadede oportunidades é possívelassim?”, polemiza.

Formadas em realidades distintas, Cibele e Larissa serão profissionais da área da saúde em breve

JOVEM &

Fotos: Arquivo pessoal

Dados do Fórum SocialMundial (FSM) de 2009,realizado em Belém (PA),indicam que 64% dos 150mil participantes tinhamaté 34 anos de idade, sendo

que 81% possuíam ensino superior completo ou emcurso. O evento que buscae aponta políticas em defesade “um outro mundo possí-vel” sinaliza a vontade da juventude de atuar de modo alternativo ao sistema partidário.

Esse tem sido o rumo de Gustavo e Vanessa.Há 9 anos em movi-mentos sociais, Vanessa é bióloga, formada em escola pública e pelas Comunidades Eclesiais deBase de Heliópolis. Trabalhaem defesa dos povos indíge-nas, adquirindo experiênciasno MST, Educafro e Unea-fro. “Tive vivências junto aoMST e outros movimentos

que fortaleceram o avançono meu processo de cons-ciência”. A jovem articula a Assembleia Popular no Es-tado de São Paulo, “onde se

vive uma relação dialética e conjunta na caminhada de luta junto às pastorais e mo-vimentos sociais”, apontou a jovem.

Já Gustavo, que já percor-reu grupo de jovens na Bra-

silândia, atuando vivamente em sua paróquia, acompanhaa política “de longe”, para decidir seu voto conscien-temente. “Eu acompanho

porque gosto de me informar e saber o queacontece no mundo, naeconomia. A informação é essencial nos dias de hoje, pra depois poder-mos votar consciente-mente”.

Dois jovens, duas formas de atuação, duas

formas de cidadania. Umamilitante, outra menos; ambas apartidárias. É a participaçãopolítica se redesenhando no Brasil. “A capacidade poli-valente dos jovens em dizersuas palavras, seus medos e

suas esperanças se exprimede formas variadas”disse Fer-nando Altemeyer Jr, cientistapolítico. Munida das novas tecnologias, ideologias e deseus sonhos, a juventude bra-sileira aponta alternativas à política. Com nariz de palhaço e vassoura nas mãos, os jovenseleitores, entre 16 e 34 anos, manifestam-se nas ruas e noscomputadores. “Há mani-festações juvenis eclodindoem todos os níveis: pessoais, afetivos, coletivos, articula-das, individualizadas, virtuais,libertadoras e miméticas ouainda até alienadas e funda-mentalistas, a grande ques-tão é se há intérpretes para compreender esta “música’”,conclui o cientista político.

Cidadania alternativa em pautaJovens não ignoramdimensão partidária, mas questionam atuação de políticos

KARLA MARIA

Eu acompanho porque gostoEu ade me informar e saber o

que acontece no mundo, na queeconomia. A informação éessencial nos dias de hoje, ,pra depois podermos votartar

conscientemente

Page 14: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 7

“Acho que dá pra passar.Talvez eu precise fazer umcursinho, mas tenho vontadede estudar lá”. Danilo Apa-recido Nascimento da Silva,21 anos. ainda não terminouo ensino médio, mas já sonhacom a possibilidade de cursareducação física no campusda Universidade Federal deSão Paulo (Unifesp), a serconstruído até 2014, na zonaleste de São Paulo.

O novo campus é parte doplano de expansão da redefederal de ensino superior,promovido pelo governofederal, que prevê, até 2014,a criação de quatro novasunidades federais, 47 campiuniversitários e 208 unida-des de institutos federais deeducação profissional e tec-nológica no país. “Queremoscriar cursos que dialoguemcom a necessidade da popu-lação local”, disse o minis-tro da Educação, FernandoHaddad, em 20 de agosto,quando do anúnciou a insta-lação do campus do InstitutoFederal de São Paulo (IFSP),na zona noroeste da cidadede São Paulo, que oferecerácursos técnicos e superioresem engenharia e tecnologia.A iniciativa encontra apoio econtestações.

“É preciso que a escolaç

no ensino médio tambémensine uma profissão. Porisso, o Cursinho da Poli en-cabeçou recentemente o

Expansão da rede de ensinosuperior divide opiniõesEspecialistas em educação divergem da proposta do governo federal

DANIEL GOMES

movimento para criação doIFSP na região noroeste”,explica Gilberto AlvarezGiusepone Junior, diretordo cursinho pré-vestibular.Gilberto também enalteceo Programa Nacional deAcesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), projetode lei, já aprovado na Câmarados Deputados, que visa am-pliar a oferta de vagas na edu-cação profissional brasileira.“Isso só vem a contribuir para

formar mais universitários e técnicos das mais diversasespecializações”.

Opinião diferente sobre a expansão da rede federal de ensino superior tem o padre Roberto Duarte Rosalino, coordenador, em São Pau-lo, da Associação Nacionalde Educação Católica do Brasil (Anec). “Às vezes são

ç

vitrines, em que se constroi um belo prédio, mas faltaprofessor, infraestrutura. Se

a educação não for tratada na base, não adianta pegarquem já está educado e ten-tar melhorar um pouco as condições”, analisa.

Danilo ainda não sabe se conseguirá ingressar na Unifesp, tampouco se a universidade oferecerá gra-duação em educação física, mas se mostra empolgado com o futuro. “Pra chegar ao diploma as barreiras serãodifíceis, mas fazendo uma

faculdade de educação físicaposso ser professor, aí vão melhorar as coisas pra mim”,diz o jovem, que já possuiqualificações profissiona-lizantes em marcenaria,construção civil, sorveteriae informática básica, ofere-cidas pela Obra Social Dom Bosco, mantida pelos sale-sianos em Itaquera, ondeDanilo é mestre de bateriada escola de samba mantidapela instituição.

Haddad, ministro da Educação

Padre Roberto, da ANEC

Professor Gilberto, da Poli Danilo da Silva, em ação na Dom Bosco; jovem quer cursar universidade de educação física

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

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Page 15: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL6 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 15

EDUCAÇÃO E TRABALHO

A trajetória estudantil e profissional de Priscila Chaves, 28 anos, pode ser considerada um sucesso. Aluna de escola pública, Priscila formou-se em economia em uma universida-de particular, especializou-se em finanças e hoje trabalha como analista financeira em uma multinacional.

Para alcançar a condição atual, superou algumas barrei-ras, como a defasagem educa-cional. “Fiz cursinho pré-ves-tibular. Ajudou muito; o que eu não aprendi na escola, aca-bei aprendendo no cursinho. Sem outro tipo de preparação para o vestibular, eu não teria chance, a verdade é essa”.

Durante a faculdade, parti-cipou de atividades de exten-

Dilema: seguir a vocaçãoou as tendências do mercado?Sempre é tempo de rever escolhas profi ssionais, dizem analistas

DANIEL GOMES

Dicas do CIEE para estagiários

Domine técnicas de comunicação;

Esteja atualizado em conhecimentos

gerais, informática e outros idiomas;

Relacione-se bem com os colegas de

empresa;

Saiba trabalhar em equipe;

Seja criativo e pró-ativo (provedor de

soluções);

Encare o estágio como uma real

oportunidade de ingresso no mercado;

Mostre suas habilidades: o mercado

procura jovens talentosos e capacitados.

O CIEE oferece cursos gratuitos para

estudantes. Saiba como participar e veja

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são universitária e fez estágio.Depois de graduada, novasdificuldades. “Exigiam expe-riência de quatro, cinco anosde mercado e outro problemafoi não falar inglês”. Ela não seacomodou e, com a ajuda dafamília, investiu no aprendiza-do de idiomas. Deu certo: naseleção para o emprego atual,dialogou em inglês e espanholcom o examinador, e nascomunicações rotineiras dotrabalho vale-se dos idiomas.

A julgar pelas avaliaçõesde Eduardo de Oliveira, di-retor de operações do Centrode Integração Empresa Es-cola (CIEE), Priscila acertounas escolhas. “Aconselhamos

que o jovem se qualifiqueporque as oportunidadesvirão. É importante quep q p

faça outras línguas, estudeinformática, conhecimentosgerais, que fique informado,se comunique bem e prati-que a redação”.

Tal qual Priscila, Alinede Araújo Bezerra, 17 anos,moradora de Heliópolis, naperiferia da zona sul de SãoPaulo, não se acomoda. Es-tudante do ensino médio emcolégio particular, também éaluna de administração emuma escola técnica estaduale pretende continuar a for-mação em nível superior.“Por enquanto, minha prio-

ridade é o estudo”, conta, jáprojetando o futuro. “Achoque após a universidade serábem mais fácil encontrar umemprego”, avalia.

“Tenha consciência nahora de escolher uma pro-fissão”, aconselha Priscilaaos mais jovens. E comple-menta: “faça uma coisa quedê dinheiro primeiro, depoisfaça aquilo que quiser. Avida é longa demais e vocêpode realizar outros projetosparalelos”.

Gilberto Alvarez Giu-sepone Junior, diretor doCursinho da Poli, tem opi-nião diferente. “O mundode hoje permite que uma

pessoa que termine o cursosuperior tenha uma gama deopções muito maior do que sua própria formação. Porisso, reforço a sugestão deque o primeiro curso deveser sempre aquele de queo aluno gosta, e não o que ele acha que ‘dá dinheiro’”. Eduardo de Oliveira tambémavalia que o estudante devegraduar-se naquilo que gosta.“Em primeiro lugar, o sonhoprofissional. Faça o que gos-ta, porque não adianta olharpara aquilo que está em altano mercado se você não temvocação. É importante quevocê se identifique com aqui-lo que vai escolher”.

Para especialistas, o melhor é seguir a vocação profissional e não as tendências do mercado Priscila Chaves, 28 anos

Aline Bezerra, 17 anos

JOVEM &

Luciney Martins/O SÃO PAULO Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

JOVEM &AS DROGAS

Cocaína, crack, ecstasy,maconha, cigarro, álcool,anfetaminas, anabolizantes.Essas são algumas das dro-gas que hoje movimentambilhões de dólares em todoo mundo. Só no Brasil, otráfico de drogas movimen-ta cerca de 5 bilhões dedólares.

Segundo Relatório Mun-dial sobre Drogas de 2008,o Brasil é o segundo maiormercado de drogas da Amé-rica, com 870 mil usuáriosde cocaína, e seu consumoaumentou de 0,4% para 0,7%entre pessoas de 12 a 65anos, no período entre 2001e 2004, um aumento de 75%.Gustavo Machado Miranda,31 anos, era um dos consu-midores.

Gremista, Gustavo éoperador de produção emempresa automobilística nacidade de Gravataí (RS), ini-ciou o uso de drogas na ado-lescência, por volta dos 14anos. “Tive uma discussãofeia em casa com minha mãepor causa do meu padrasto.Como nasci e me criei numadas mais perigosas vilas dePorto Alegre (RS), na VilaCruzeiro, acabei conhe-cendo muitos usuários etraficantes de drogas. Meusubterfúgio foi a droga...”,desabafou o jovem, há trêsanos “limpo”.

“Sou um DQR [depen-

Brasil tem 870 mil usuários de cocaína; é o 2º maior mercado de drogas da América

Juventude é vítima de mercado quemovimenta 5 bilhões de dólares

KARLA MARIA

a rede com criança, com adolescente, com adulto, eu sou contra até porque nessa retirada em massa, nós nãovamos ter onde abrigar”, disse o desembargador, que inicia, em breve, um posto de Justiça na Cracolândia, região central de São Paulo.

Gustavo também é con-tra a internação compulsó-ria. “Estudei e estudo atéhoje os aspectos da minha doença, por isso afirmo: nãofunciona! Fui usuário decrack e tive que passar pordois tratamentos, e neles recebi muito amor, carinho,

companheirismo, empatiae principalmente, muitaoração”, afirmou o jovemque se recuperou em comu-nidade terapêutica a qualorienta o tratamento sobreo tripé: trabalho, oração e disciplina.

(colaborou Daniel Gomes)

dente químico em recupe-ração] há 5 anos, fiz o cursoda FEBRACT [FederaçãoBrasileira de ComunidadesTerapêuticas] e fui moni-tor de CT [ComunidadeTerapêutica] por três anos. Tem sido uma tarefa difícile diária, uma guerra comigomesmo. Com muita oração eajuda de amigos, dia após diasigo, só por hoje batendo defrente com minhas dificulda-des sem o uso de qualquersubstância que mude o meucomportamento... estou lim-po só por hoje, há três anos ealgumas 24 horas”, afirmouGustavo.

Diariamente em SãoPaulo, jovens e adolescentesroubam para manter o vícioe outros ainda para enganara fome e o frio. Em resposta, a Prefeitura de São Pauloplaneja adotar medida de internação compulsória,de usuários de drogas que vivem na cidade, projetosemelhante ao que já vemocorrendo no Rio de Ja-neiro.

O debate vem gerando polêmica e divide a opinião de especialistas, médicos, defensores de direitos hu-manos, advogados e lideran-ças de movimentos sociais.“Eu não acredito muito nes-sas manobras compulsórias, sou favorável à internação compulsória seletiva em ca-sos extremos, com o psiquia-tra do meu lado atestandoque aquele menino precisa de uma internação compul-sória”, disse Antonio Carlos Malheiros, desembargadordo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O desembargador Ma-lheiros, que coordena a Varada Infância e Juventude,afirma que se não tiver aavaliação de um profissionalda saúde mental não autorizaa internação. “Não vou fazercomo no Rio, lá puxaram

Excluídos das ruas de São Paulo buscam as drogas para suportar o frio e a fome

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Page 16: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL16 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 5

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JOVEM &A RELIGIÃO

A peregrinação da Cruz da JMJ no Brasil acontece em um momento intenso para a juventude católica no país. Nos últimos anos, são muitas as expressões eclesiais juvenis que surgiram.

Essas muitas manifesta-ções de fé da juventude na Igreja surgiram exatamente para corresponder ao an-seio de jovens de diferentes realidades e contextos da sociedade. “Muitas vezes, os jovens não encontram espaço de respostas. Como envolver os jovens na caminhada da Igreja?”, indagou dom Tarcí-sio Scaramussa, bispo auxiliar

Igreja no Brasil vive um momento forte da espiritualidade juvenil

Eles testemunham sua fé no meio do mundo

FERNANDO GERONAZZO

de São Paulo e referencial do Setor Juventude Arquidioce-sano (Sejusp).

O tema religião está mui-to associado à busca de sen-tido na vida, questão muito presente justamente na ju-

ventude. “Estamos em um momento da vida de profun-das escolhas sobre trabalho, estudo, namoro e, às vezes, em meio a todas essas pre-ocupações, nos esquecemos de Deus”, destacou o jovem

Aristides Menezes Canuto, 20 anos. Ele, que é artista circense, destacou o desafio de testemunhar em meio a uma sociedade que muitas vezes considera a religião algo de pouca importância diante das muitas preocupa-ções da vida.

Diante desses desafios, cada vez mais os jovens se reúnem em grupos que in-centivam a vivência da fé na vida cotidiana, no testemu-nho do dia-a-dia, associando os jovens por aqui que eles têm em comum. Assim são os inúmeros movimentos, pastorais, novas comunida-des, associações e demais expressões que compõem o panorama atual da Juventude Católica no Brasil.

De acordo com informa-ções da Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da Conferência Nacional dos bispos do Brasil (CNBB), atualmente existem 59 ex-pressões juvenis, entre pas-torais, movimentos, novas comunidades, congregações,

organismos e pastorais afinsligadas ao organismo, presen-tes nas mais diversas esferasda sociedade.

Mas, nem sempre as pes-soas compreendem o fato depessoas em plena juventude priorizarem a religião em suas vidas. O bibliotecário LuizFelipe Merenciano, 26 anos,membro dos movimentosFocolares e UniversidadesRenovadas, experimentaessa dificuldade todos os diasno trabalho e na universida-de. “Dizem que religião éperda de tempo e que no fimdas contas eu poderia estarfazendo muita coisa melhor”,relatou o jovem que procura,com o seu exemplo, mostrar“a importância que Deustem na vida do homem”.

“A religião é algo pre-ponderante no meu dia adia. O meu relacionamento com Deus é algo que prezocomo primordial”, acrescen-tou Luiz, que afirmou que aEucaristia, oração pessoal edevoção mariana estão pre-sentes no seu cotidiano.

Em sua vida cotidiana, jovens buscam viver fé, alimentada pela participação nas diferentes expressões juvenis da Igreja

Luciney Martins/O SÃO PAULO

novos modelos de sociedade,cada vez mais liberal, houveuma transferência da missãofundamental da família paraa sociedade através das suasinstituições. Os pais, cada vez mais sem tempo para osfilhos, esperam que a escolaprepare seus filhos para oconvívio no mundo. Esse fato não quer dizer que a famíliatenha errado, mas que ela é amais atingida por mudançasque alteraram o referencialpara sua organização.

A terapeuta sexual e edu-cadora Ana Cristina Canosacompartilha com a opinião de padre Estevão. De acordocom ela, os temas relativos à autoestima, papéis sexu-ais, enamoramento, parceria conjugal são pouco discutidos entre os jovens e seus familia-res e as instituições de ensino,são despreparadas para orien-tar uma reflexão que envolva as expressões do afeto e osprojetos de vida. “Quandopensamos em comportamen-to sexual adolescente não épossível esquecer que grandeparte da ‘crise do jovem’ édecorrente da crise do adul-to. Se desejamos que eles secomprometam com a própria saúde e a do outro, bem comocom o seu estado emocional, seria necessário que famíliae sociedade demonstrassemapreço e felicidade pelos compromissos que assumemvida afora. Mas, infelizmente,o descaso com que nós adul-tos tratamos nossos acordos não serve como modelo para que haja inspiração amorosa”, critica.

Fabrícia dos Santos Kochtinha 15 anos quando ficougrávida, e ainda cursava o en-sino médio. O pai da criançatambém tinha 15 anos. Quan-do Henrique nasceu, Fabrí-cia teve de trancar a matrículapara cuidar do bebê, com aajuda de sua mãe. A vida dafamília ficou de pernas parao ar. Hoje, Henrique tem 10anos e Fabrícia ainda tentaorganizar sua vida, trabalhan-do e fazendo faculdade. Foia tal produção independe tãoem moda nos dias de hoje?“Não, aconteceu por um des-cuido, falta de planejamentomesmo”, conta a estudante,para quem, apesar dos trans-tornos de uma gravidez naadolescência, o filho é muitoquerido e seu nascimento sófoi possível graças ao apoioda família.

O Brasil está cheio dehistórias como a de Fabrícia,só que com final não tão feliz.Nem toda relação familiar éboa ou apoia os filhos grávi-dos e, pior, nem sempre osbebês nascem, já que muitasadolescentes acabam prati-cando o aborto. É o caso de

p

Marina Álvares. Ela tinha 13anos quando ficou grávida eacabou provocando granderebuliço na família, de classemédia e moradora em bairronobre da capital. A mãe erafavorável ao aborto, “paranão manchar a reputaçãoda família”. O pai era con-tra, mas acabou convencido

Em famílias estruturadas, orientação a jovens leva à valorização da vida

ELVIRA FREITAS

E a responsabilidade pela educação dos filhos, de quem é?

pela mulher e o aborto foirealizado. Quando saiu da clí-nica, Marina pulou do quintoandar do apartamento e tevemorte instantânea. Aqui onome é fictício, mas o fato éreal e aconteceu em 2009.

Já se tornou lugar comumfalar que o adolescente vêmexercendo sua sexualidadecada vez mais cedo. Cons-tatação importante, nessesentido, é feita pela juízaLilian Menezes, da Vara daInfância e Juventude do Fó-

rum Regional Pinheiros (SP): a família não sabe lidar com essa situação. Coincidência ou não, aconteceu, em Belo Horizonte (MG), no final de agosto, o 13º Congresso Na-cional da Pastoral Familiar, tendo como tema: “Família, Pessoa e Sociedade”. O con-gresso refletiu a missão que a família é chamada a cumprirna sociedade do século 21, resgatando, através das rela-ções interpessoais, o sentidode pertença e participação,

por amor, e o auxílio na res-tauração da dignidade detoda criação, a partir da digni-dade da pessoa humana.

Para o coordenador daPastoral Familiar da RegiãoSantana, padre Estevão Fer-reira, a família tem papeleducador e formador e nãopode abrir mão dessa missão. “Deve ser espelho da grandefamília que Deus quer for-mar conosco.” De fato, nosúltimos 20 anos, como resul-tado de várias pressões de

Idade da Iniciação SexualHomens: entre 15 e 16 anos

Mulheres: entre 14 e 15 anos

560 mil partos de adolescentes/anoFonte: BEMFAM/IBGE

Lilian Menezes, juíza

Padre Estevão FerreiraA Família cristã deve opor-se ao aborto sempre

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Arquivo pessoal

Page 17: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL4 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 17JOVEM &FAMÍLIA

Qualquer ação educati-va em sexualidade precisa desenvolver, desde a mais tenra idade, a condição de amorosidade pela pessoa hu-mana, independentemente das instituições normativas, tais como o namoro ou o casamento. O Projeto Amo-res – uma parceria entre o curso de pós-graduação em educação sexual do Cen-tro Universitário Salesiano (Unisal – Campus Pio XI) e o Centro Profissionalizante Dom Bosco, obra social sale-siana do Alto da Lapa – tem

‘Todos são chamados a seremsujeitos da mudança’

Educação sexual deve estar vinculada aos valores morais e familiares

ELVIRA FREITAS

proposta que une educaçãosexual, valores morais e fami-liares. Ele envolve jovens deforma voluntária em oficinassobre sexualidade e quer seruma contribuição efetiva noprocesso de educação afeti-vo-sexual.

A cada ano, cerca de 70jovens participam dos en-contros mensais discutindocorpo reprodutivo, corpoerótico, prevenção de Do-enças Sexualmente Trans-missíveis (DSTs), relaciona-mento afetivo e projeto devida. “Durante os últimosseis anos, tanto eu quanto opadre Ronaldo Zacharias [sa-lesiano, doutor em TeologiaMoral pela “Weston JesuitSchool of Theology”, emCambridge, EUA], que juntocomigo coordena o curso depós-graduação, temos vistocom grata satisfação a eficáciade uma proposta educativaque procura ajudar o jovem aintegrar a sua sexualidade nopróprio projeto de vida. Tudoisso porque acreditamos nos

jovens! Tudo isso porque acreditamos no amor!”,aponta a terapeuta sexuale educadora Ana Cristina Canosa.

É nesse cenário que aIgreja, como instituição, apa-rece como instrumento deauxílio importantíssimo paraa família e, principalmente,para os jovens, pois tem acapacidade de mobilizarforças para essa ação. Masé preciso que ela encontre uma linguagem cada vez mais atual para dialogar coma sociedade, com juventudee as famílias. “Nossas famí-lias precisam de auxílio paraserem canal para os jovens.Nessa conjuntura, todossão vítimas, mas tambémchamados a serem sujeitosde uma mudança. Bote féem Jesus Cristo; bote fé emvocê que é chamado a viverem comunidade, em família,na família de Deus”, propõepadre Estevão Ferreira, coor-denador da Pastoral Familiar da Região Santana.Sexualidade responsável deve ser parte do projeto de vida

Obra Social Dom Bosco

JOVEM &AS NOVAS MÍDIAS

Interatividade é a marca do joConectada nas redes sociais, juventude católica mostra seu rosto

FERNANDO GE

possam usar todo seu po-tencial e que proporcionemretornos rápidos”, afirmou.

As redes sociais definemtodas as manifestações deinteração de agora em diante. “Ter uma presença, um posi-cionamento em redes sociais tornou-se absolutamenteindispensável para qualquerpessoa ou corporação que queira crescer no mercado”.

Para Sidney, as novas tec-nologias estão transformandocompletamente a linguagemcom um novo conceito queé a conectividade.

Para o relações públicasAnderson Bueno, as mídias sociais estão constantementeem seu dia a dia. “Quando ligo meu computador para

meus e-mails, quase auto-maticamente entro nos meus perfis e nos perfis da Pastoral da Juventude (PJ), da qual sou responsável nas mídias sociais. Essa ação é repetida pelo me-nos três vezes por dia”, conta.

Jovens como Anderson também utilizam as novas mí-dias para realizar alguma ati-vidade pastoral como é o caso da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo, que tem perfis no Facebook e no Twitter, as duas principais redes sociais atuais.

“Esse trabalho com a internet tem funcionado como uma espécie ‘turbo’ nas atividades pastorais, que ganham um braço extra para divulgação de ativida-des, conscientização e arti-culação, atingindo também jovens que nem sempre têm o hábito de frequentar a comunidade e os grupos de base, ou seja, evangeli-zando para além dos muros da Igreja”, diz.

O bombeiro militar Dou-glas Arrais é também um des-ses jovens que está sempre conectado às novas mídias. Nas suas atividades pastorais,

muito presente.Há alguns anos, o jovem

da Diocese de São MiguelPaulista começou a reunirprofissionais de diferentesáreas para colocarem suasaptidões à disposição dacomunidade, entre esses,profissionais da comunica-ção, dando uma nova cara aoencontro de jovens. “Coma difusão das novas mídias, tínhamos uma grande opor-tunidade de ir além com essetrabalho”, explica.

Atualmente o trabalhodesses jovens se concretizaem ações como o “Mix Cató-lico”, que reúne as diferentes atividades organizadas pelajuventude católica, oferecen-do estrutura de divulgação deeventos. Há dois anos, os jo-vens do Mix Católico tambémdesenvolvem um trabalhosocial no “Campus Party”, umdos maiores eventos de tecno-logia do mundo, realizado emSão Paulo, levando mais demil pessoas carentes que nãotêm acesso a essas tecnologias.

As novas mídias tambémtêm sido um espaço para ajuventude manifestar seuinteresse na transformação da

verdadeiras revoluções cultu-rais, tecnológicas e políticas.

“É ponto comum que o g p

ser humano é um ser social, que nasceu para se relacionarcom o outro e as mídias sociais têm auxiliado no sentido deaproximar pessoas que podem não estar próximas fisicamen-te, mas estão unidas pela rede mundial de computadores.Hoje é possível conversar aovivo, interagir em tempo real,criar grupos, comunidades, promover eventos, fóruns,enfim, têm uma série de possi-bilidades de relacionamento e formas de difusão da informa-ção”, destacou Anderson.

No caso do jovem católi-co, o potencial é igualmentegrande, “mas cabe a ele fazerum uso inteligente desses meios, fazendo com que não sejam apenas um ponto deencontro e de troca de infor-mações virtual, mas que sejamferramentas para uma ação cristã consciente, que estejapresente na vida do grupo de jovens, na comunidade emque participa e na sociedade”,enfatizou o jovem da PJ.

(Com informações de Jovens Conectados)

ções Sociais correspon-dem a uma realidade vividaintensamente pela juventu-de. Cada vez mais os jovensestão “conectados” às no-vas mídias ou redes sociais,como são chamadas as novasferramentas de comunicaçãoutilizadas pela sociedade.

De acordo com o con-sultor e palestrante Sid-nei Oliveira, autor do livro“Geração Y: O Nascimentode uma nova versão de líde-res”, essa geração é formadapor jovens completamenteconectados, que possuemuma grande intimidadecom as novas tecnologias decomunicação como internet,celulares, redes sociais etc.

“Eles valorizam muito

Page 18: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL18 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 3JOVEM &A INSERÇÃO SOCIAL

Brasil tem 800 mil cidadãos indígenas, de230 povos, com180 línguas distintas

“Os povos indígenas de-vem se esforçar para fortale-cer as suas capacidades de controlar e gerenciar seus próprios assuntos”, apontou relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2008, após visita de comissão às comunidades indígenas brasileiras. Alecksandro Cos-me de Mesquita, indígena potiguara, 24 anos, parece concordar com o relatório.

“A maioria dos índios

Por autonomia, indígenasbuscam ensino superior

KARLA MARIA

que estão cursando uni-versidade na PUC-SP estáprocurando conhecimentopara não deixar que o povoindígena seja enganado,porque muitas vezes outroslutam pelas causas indíge-nas e nós estamos adquirin-do conhecimento para nósmesmos, para podermoslutar pelos nossos objetivos,nossos direitos e nossas ter-ras”, afirmou o estudante no6º semestre de tecnologia e

mídias digitais na univer-sidade católica, bolsista doProjeto Pindorama.

O projeto já concedeu bol-sa integral a 140 jovens de 13etnias diferentes, entre elesAlecksandro. “Estudar naPUC tem aberto muitas por-tas para mim, estou aprovei-tando bastante, atualmentefaço estágio na área de educa-ção à distância. Meu objetivoé conseguir levar a educaçãoentre as tribos. Quero colocar

pontos digitais nas aldeias,para que elas possam trocarinformações, conhecimen-tos”, disse o jovem.

Criado em 2001, por meiode parceria entre a PUC-SP, aPastoral Indigenista e comu-nidades indígenas que vivemna capital, o projeto já formou42 jovens. “O maior desafioé fazer com que participemtambém de atividades ex-tra-classe, que levam a umaformação mais engajada, pois

desejamos que cada um delesse torne uma futura liderançana sua comunidade”, disseBenedito Prezia, coordenador do projeto.

No 1º semestre deste ano,dos 33 alunos que entraram no programa 78,8% tiveramum bom desempenho, sendoque quatro, tiveram a clas-sificação excelente, ficandoentre os melhores da classe. Para ter acesso à bolsa, todosos candidatos indígenas dis-putam 12 vagas entre si.

A guarani Poty Poran,traduzida por Flor Bonita, formou-se em pedagogia naPUC, e hoje leciona na EscolaEstadual Indígena DjekupéAmba Arandy, no Jaraguá, zona noroeste da capital. Al-fabetiza e ensina história acerca de 120 crianças, dividasem nove salas, de 1ª a 8ª série,para que não se perca a cultura e identidade indígena.

“Há um bom grupo dejovens que está contribuindo com a comunidade como professores, dando aulas nasescolas das aldeias, inclusiveno ensino bilíngue. Há, con-tudo, uma preocupação das lideranças mais idosas quan-to ao futuro dos jovens, poisos mesmos vivem situaçõesdifíceis devido à absoluta fal-ta de terra e de espaços quelhes garantam sobrevivênciadigna”, disse.

Beatriz Catarina Maestri,missionária do ConselhoIndigenista Missionário. Paraela, a juventude indígenatem avançado na participaçãoem mobilizações se opondoa situações dramáticas deperseguição e criminalização.“Muitas lideranças já foramassassinadas nestes conflitos pela terra e é alto o índicede suicídio entre os jovens Kaiowá, fruto de toda essadesestruturação sócio-cultu-ral provocada pelos invasores de suas terras”, conclui amissionária.

Jovens indígenas que vivem na Grande São Paulo se reúnem para reafirmar identidade cultural

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Assine O SÃO PAULOLIGUE (11) 3666-9660ou acesse: www.osaopaulo.org.br

Há 56 anos contando ahistória da Arquidiocese

de São Paulo

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E aí, amigo? Surpreso? “O SÃO PAULO”! Pois é, para você que nunca viu este jornal, ele é um jornal católico. E quer informar a você o que acontece na vida inter-na da Igreja e do relacionamento da Igreja com a sociedade, e do que acontece que merece atenção na cidade, no Brasil, no mundo. A gente quer também dialogar com você sobre Jesus Cristo e sua pro-posta para a vida das pessoas, da família, da sociedade, do mundo. Você está convidado a ser nosso leitor. Que tal?

E você aí? Surpreso também, não é? Pois é, nós queremos dar um jeito novo, uma cara nova para o jornal O SÃO PAULO que você já conhece há muito tempo. Está na hora de a gente que é católico ter orgulho do nosso jornal, não é mesmo? Por isso, como você vê, queremos que ele fique desse tamanho. Facilita de a gente ler no metrô, no ônibus, na Igreja, enquanto a missa não começa, no sofá da nossa casa. A gente pode levá-lo na bolsa, junto com nossos livros de escola. Mostrar aos ou-tros o que achou de interessante. Que tal?

É claro que essa mudança vailevar um pouco de tempo. Estaedição é apenas uma amostra doque queremos que seja o jornal.Até a mudança definitiva podelevar alguns meses. Enquantoisso, dá tempo para você dar suaopinião sobre como gostaria quefosse o jornal da sua Igreja Cató-lica. Você vai ajudar a gente, nãovai? Acesse [email protected] e fale conosco. Pode tambémdiscar (11) 3826-3049. E podetwittar também @jornalosaopaulo.Ajude a gente, tá?

Enquanto isso, curta esse jor-nal feito especialmente para estafesta que nos convida a botar fé noCristo e na caminhada que vai noslevar a um encontro com jovens detodo o mundo, no Rio de Janeiro.Encontro com o Cristo. Encontrocom o papa. Encontro entre nós.

Ah! Quero ver você e seus ami-gos abraçando a Cruz do Cristo eacolhendo o Ícone de Maria. Elesvão percorrer o Brasil inteiro parachamar todo mundo para a JornadaMundial da Juventude, em julhode 2013.

Falou com você, padre CidoPereira, diretor do jornal.

Surpreso comeste jornal, não é? www.osaopaulo.org.br

EDIÇÃO ESPECIAL • 18 de setembro de 2011

Primeiros passos da JMJ

na Terra de Santa Cruz

Os jovens brasileiros recebem

neste domingo, 18, a Cruz

e o Ícone da Virgem Maria,

símbolos da Jornada Mundial

da Juventude, que em

julho de 2013 acontecerá

no Rio de Janeiro. Alguns

traços do jovem brasileiro

são mostrados nesta edição

especial que registra o início

da preparação para a jornada.

A esperança simbolizada na

cruz de Cristo impregna cada

página. Confira e... Bote Fé!

“Ide e fazei

discípulos

entre todas

as nações”(cf Mt 28,19)

Tema da JMJ Rio 2013

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Pintura Primeira Missa 1861, de Victor Meirelles

Da primeira missa celebrada no Brasil, aos dias atuais, a cruz é sempre convite ao seguimento de Jesus Cristo

Page 19: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL2 18 de setembro de 2011 FÉBOTE

ESPECIAL 18 de setembro de 2011 19

Ei, jovem! Bote fé!Ei, jovem! É muito bom

ver você aí, vibrando, er-guendo com sua turma esta imensa Cruz. Ela é o símbolo do amor, sabia? Sim, porque nela morreu um jovem como você, um jovem que, sendo Deus, se fez homem, igual a nós em tudo, menos no pecado. Ele veio ao mundo para que a minha, a sua, a nossa vida humana jamais se esvazie de sentido. Bote fé em Jesus, jovem!

Jesus nos revelou os segre-dos de seu Pai, de nosso Pai que está nos céus. E veio para dizer que esse Pai, por amor, nos deu o Filho e que Pai e Filho derramam sobre nós seu Espírito de Amor. Aco-lher esse Deus no coração e

na vida é estar perto da fonte do próprio amor. Jamais você terá sede de amor. Bote fé em Deus, jovem!

Você, jovem, nós sabe-mos, tem mil sonhos, mil projetos, mil esperanças no coração. Aquele que mor-reu numa cruz como essa que você recebe neste do-mingo, em São Paulo, quer estar a seu lado e ajudá-lo a concretizar esses sonhos, projetos e esperanças. Bote fé nisso, jovem!

Você se incomoda com a injustiça, com a desigualda-de, com o mar de angústia e sofrimento, que afoga tantos por esse mundo afo-ra. Há os que buscam saída nas drogas, na violência, no culto ao prazer. A única saí-da, porém, jovem, é o Cristo que diz a você hoje e sem-pre: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Bote fé nisso, jovem!

Sabe, essa Cruz que chega ao Brasil deverá ser erguida por braços jovens como os seus, em cada canto do país. Ela quer convocar você e todos os jo-vens do Brasil e do mundo para uma festa de fé, amor e esperança que vai acon-tecer no Rio de Janeiro, em 2013. Bote fé, jovem, e caminhemos com a Cruz pelas estradas do Brasil.

Junto à Cruz, jovem, vai a jovem Maria. Linda como toda mulher, jovem como você. É a primeira jovem

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comprometida com Jesus. É p j

a mãe dele e nossa. Bote fé como ela! Bote fé com ela! E vamos que vamos! Há um mundo a transformar a partir de você, jovem!

EDITORIAL

Jovens, acolhamos a visita de Jesus e sua Mãe!

Jovens, vamos juntos daras boas-vindas à Cruz mis-sionária e ao Ícone de NossaSenhora, da Jornada Mundialda Juventude (JMJ). A partirde hoje, esses sinais, entre-gues pelo Beato João Paulo2º aos jovens, vão percorrertodas as dioceses do Brasil etambém as capitais dos paísesdo Cone Sul da América, atéchegar ao Rio de Janeiro, emjulho de 2013.

Alegremo-nos todos! NaCruz peregrina, acolhamoso próprio Jesus que vem aonosso encontro e visita osjovens e as comunidades doBrasil; no Ícone, acolhamos aj

visita cheia de graça de Nos-sa Senhora. Ela acompanhaJesus e não falta lá, onde osdiscípulos de Jesus estão

reunidos em seu nome!Bote Fé nesse encontro!

A Igreja nos convida a aco-lher, na cruz, a visita de Jesuse do próprio Deus. Ele vemnos procurar. Como andavaao encontro das pessoas naGaliléia, Samaria e Judéia,assim Jesus agora vem aonosso encontro. Milhões dejovens, no mundo inteiro, jáacolheram o Cristo, através desua cruz! Agora chegou a vezdos jovens brasileiros!

Bote Fé em Jesus Cristo,Filho de Deus Salvador! Apreparação da JMJ Rio-2013é uma ocasião singular pararenovar nossa fé cristã, paraaprofundar as razões da nossafé e o porquê somos cristãos!Somos discípulos missioná-rios de Jesus Cristo, compro-metidos com ele; com SãoPaulo, podemos dizer: “nósnos gloriamos na Cruz deNosso Senhor Jesus Cristo!”.Nele está a nossa salvação,vida e ressurreição!

Bote Fé na Jornada Mun-dial da Juventude de 2013 noRio de Janeiro! Desde o seu

anúncio, pelo papa Bento 16,em Madrid, ela está sendo uma bênção para a Igreja noBrasil! A passagem da Cruzpelas muitas cidades da Terrade Santa Cruz será ocasiãopara uma verdadeira missãopopular, que terá o próprio Jesus como missionário!

Bote Fé na juventude! AIgreja quer bem a vocês! Opapa confia em vocês! E vo-cês estarão no centro da cenanesses próximos dois anos emtodo o Brasil. Jesus quer bem avocês e vem ao seu encontro!Vamos acolhê-lo com alegria e muita fé! O mundo inteiroestará com o olhar voltado paraos jovens do Brasil!

Bote Fé na Igreja e suamissão! O lema da JMJ Rio-2013 – “Ide, pois, fazer discí-pulos meus todos os povos!”– escolhido pelo papa Bento16, indica a missão de todosnós, também dos jovens! Nãoestaremos sozinhos: Jesus nos acompanha todos os dias, atéo fim dos tempos! E sua Mãe,Nossa Senhora da Visitação,nos conforta e abençoa!

CARDEALDOM ODILO O SCHERERARCEBISPO OPOLITANOSÃO PAULO

ENCONTRO COM O PASTOR

Edição Especial BOTE FÉ18 de setembro de 2011

Diretor Responsável e Editor: Antônio Aparecido Pereira • Chefe de redação: Elvira Freitas • Repor-

tagem: Daniel Gomes, Fernando Geronazzo e Karla Maria • Fotografi a: Luciney Martins • Administra-

ção e assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) •

Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Impressão:

Atlântica Gráfica e Editora Ltda. • Redação e

Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis -01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3826-0133e 3826-3049 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected] (redação) • [email protected] (administração)• [email protected] (assinatura) • Número

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo, mantido pela Fundação Metropolitana Paulista

Hanna Grabowska/Madrid JMJ 2011

Luciney Martins/O SÃO PAULO

www.pucsp.br/65anos

ORGULHO DE SER, ESTAR, FICAR, VOLTAR, LEMBRAR, COMEMORAR.

Nunca o passado esteve tão presente em nosso futuro.

Limitações não impedem protagonismoKARLA MARIA

Jovens reclamam das deficiên-cias estruturais da cidade

Dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE) apontam que 24,15% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Esse é o caso de Sandra Mara da Silva Oli-veira. Portadora de paralisia cerebral grave, Sandra se lo-comove em cadeira de rodas e tem a fala e os membros superiores comprometidos.

A limitação para ela é rela-tiva, à medida que a vontade da jovem, de 33 anos, de viver e atuar na sociedade, com as novas mídias, é maior. Sinal disso é o blog que fez para sua comunidade, a Santo Elias, na Região Lapa (comunida-

desantoelias.blogspot.com).Mesmo dependendo inte-gralmente de terceiros paraexecutar tarefas, Sandra usaas novas mídias para publicaras atividades de sua comu-nidade, e para se comunicarcom o mundo.

Ex-estudante de jor-nalismo, Sandra busca naAssociação Nosso Sonho,entidade filantrópica, mais qualidade de vida, capacita-ção e inclusão. “Esse projetome favorece muito, porqueatravés dele posso mostrarpara as pessoas e para mimmesma, que posso trabalhar,independentemente dasminhas condições físicas”,disse Sandra, se queixandoda falta de políticas públicas

para a inclusão efetiva daspessoas com algum tipo dedeficiência.

Para Sandra Carabetti,orientadora pedagógica da Associação Nosso Sonho, Sandra se beneficiaria comequipamentos de tecnologiaassistida – que a tornaria mais independente e consequen-temente teria melhorias naqualidade de vida – como cadeira de rodas motorizada, prancha de comunicação eletrônica para se comunicarcom mais agilidade. “Muito se tem falado sobre inclusão, deficiência, direitos, acessibi-lidade, mas cabe ao governo a criação e implementaçãode políticas públicas que norteiem as ações neste sen-

tido, porque, apesar de todosos esforços, ainda estamoslonge de conseguir uma realinclusão do deficiente, seja na escola, na sociedade, notrabalho, no lazer”.

E prova disso, são as di-ficuldades que Sandra en-frenta diariamente. “Para os deficientes cadeirantes mais independentes, até existe certa acessibilidade, porémpara casos mais graves, comoo meu, ainda não existe. Vejaas ruas esburacadas, ônibusnem sempre adaptados eaqueles que o são, demorama passar. Eu quero estudare as faculdades não estãoaptas para me receber, nãoposso continuar o meu curso de jornalismo porque não

há pessoas certas para meajudar”.

“Estarei lá no Campo deMarte”, conta empolgada a jo-vem que participa do Bote Fé.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Page 20: Jornal O SÃO PAULO

FÉBOTE

ESPECIAL20 18 de setembro de 2011

BOTE FÉ

“Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela huma-nidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo pode-mos encontrar a salvação e a redenção”.

Foi com essas palavras que o Beato João Paulo 2º en-tregou aos jovens em Roma, no dia 22 de abril de 1984, aquela que ficaria conhecida como Cruz da Jornada, ou Cruz dos Jovens. Desde então, ela começou a pere-grinar mundo afora, sempre levada pela juventude. Em 2003, junto com ela passou a peregrinar também o Ícone

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de Nossa Senhora.Pela primeira vez, os dois

símbolos máximos da Jorna-da Mundial da Juventude (JMJ) vão peregrinar pelo Brasil. Serão meses num itinerário que percorrerá todo o país e também passará pelos vizinhos do Cone Sul.

Ao longo desse trajeto, os jovens terão a oportunidade de reavivar a fé e de sentir o gostinho do que será a JMJ 2013, que acontecerá no Rio de Janeiro.

A Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora che-gam hoje ao Brasil, sendo recebidos em São Paulo em uma grande festa, o Bote Fé. A partir daí, ini-ciam a peregrinação, que será concluída no Rio de Janeiro. A ideia é que os dois símbolos passem por todos os 17 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estão também previstas 19 grandes festas nas capitais brasileiras, todas com o nome “Bote Fé”.

A partir de hoje, dia 18, a Cruz e o Ícone vão peregri-

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nar, até o dia 30 de outubro, pelas sete províncias ecle-siásticas do Regional Sul 1 da CNBB, que corresponde ao Estado de São Paulo – o mais populoso do país e o que tem o maior número de dioceses, 50. Na sequência,

os símbolos seguem para o Regional Leste 2, composto por Minas Gerais e Espírito Santo, onde ficarão ao longo de todo o mês de novem-bro. No mês seguinte, será a vez do Regional Nordeste 3, composto pelos estados da Bahia e Sergipe.

A peregrinação seguirá ao longo de todo o ano de 2012. Em dezembro, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visi-tam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Já em janeiro de 2013, retornam para concluir o itinerário no Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no Estado do Rio de Janeiro, onde os símbolos chegam em abril de 2013.

Veja, no quadro a seguir, quando a Cruz e o Ícone

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visitarão cada regional. Fique atento, pois o site Jovens Co-nectados divulgará os roteiros específicos da peregrinação dentro de cada regional à medida em que eles forem definidos.

www.jovensconectados.org.br

PeregrinCruz da e do ÍconNossa Sepelo país

A peregrinação dos símbolos da JMJ

ITINERÁRIO DA CRUZ DA JMJ E DO ÍCONE DE N. SENHORA

REGIONAIS ESTADOS INTEGRANTES DATAS

2011

SP Sul 1 SP 18/09 a 31/10/2011

MG e ES Leste 2 MG e ES 1 a 30/11/2011

BA e SE Nordeste 3 BA e SE 1/12/2011 a 10/01/2012

2012

RN, PB, PE e AL Nordeste 2 RN, PB, PE e AL 10/01 A 17/02/2012

CE Nordeste 1 CE 18/02 a 10/03/2012

PI Nordeste 4 PI 11 a 31/03/2012

MA Nordeste 5 MA 1 a 30/04/2012

DF, GO e TO Centro Oeste DF, GO e TO 1/05 a 07/06/2012

MS Oeste 1 MS 8 a 30/06/2012

MT Oeste 2 MT 1 a 31/07/2012

AC, RO e Sul do AM Noroeste AC, RO e Sul do AM 1 a 31/08/2012

AM e RR Norte 1 AM e RR 1 a 30/09/2012

PA e AP Norte 2 PA e AP 1 a 31/10/2012

RS Sul 3 RS 1 a 30/11/2012

(Cone Sul) 1 a 31/12/2012

2013

SC Sul 4 SC 1 a 31/01/2013

PR Sul 2 PR 1 a 28/02/2013

MG (Sul de Minas) Leste 2 MG (Sul de Minas) 1 a 10/03/2013

Sul 1 SP (Vale do Paraíba) 10/03/2013 a 21/04/2013

Rio de Janeiro Leste 1 Rio de Janeiro Abril a Julho de 2013

www.osaopaulo.org.brEDIÇÃO ESPECIAL • 18 de setembro de 2011

Primeiros passos da JMJ na Terra de Santa Cruz Os jovens brasileiros recebem

neste domingo, 18, a Cruz

e o Ícone da Virgem Maria,

símbolos da Jornada Mundial

da Juventude, que em

julho de 2013 acontecerá

no Rio de Janeiro. Alguns

traços do jovem brasileiro

são mostrados nesta edição

especial que registra o início

da preparação para a jornada.

A esperança simbolizada na

cruz de Cristo impregna cada

página. Confi ra e... Bote Fé!

“Ide e fazei discípulosentre todasas nações”(cf Mt 28,19)

Tema da JMJ Rio 2013

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Pintura Primeira Missa 1861, de Victor Meirelles

Da primeira missa celebrada no Brasil, aos dias atuais, a cruz é sempre convite ao seguimento de Jesus Cristo