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Vitria em Braslia rgªo Oficial do Sindicato dos Mœsicos do Estado do Rio de Janeiro www.sindmusi.org.br email: [email protected] N o 32 - Ediªo de Julho a Setembro de 2006 DØborah Cheyne e Grabriel o Pensador entre os deputados Paulo Rumbem Santiago e Chico Alencar Veja tambØm... Mœsica entra definitivamente na pauta de discussıes da Cmara e do Senado TV Digital Em palestra organizada pelo SindMusi, o jorna- lista Gustavo Gindre faz alerta aos mœsicos so- bre a importncia da nova tecnologia (pÆg. 3) Homenagem Os mestres Oscar Bor- gerth (foto) e Carlos de Almeida, que fari- am 100 anos, sªo ho- menageados na sede do SindMusi (pÆg. 8) Coluna do Nayran O colunista fala de mœsicos e livros, com direito ilustraªo de nosso mais novo colega, o chargista Pedro de Luna 7 ConvŒnios Saiba das vantagens que os convŒnios do SindMusi oferecem aos associados 6 Ensino Mœsica Ø Profissªo: SindMusi e Conserva- trio Brasileiro de Mœsica buscam incluir e valorizar a Mœsica no ensino mØdio 6 Nova tabela Confira os valores atualizados dos cachŒs 2 Foto: Arq. SindMusi Foto: Arq. SindMusi Foto: Arq. pessoal

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Page 1: Jornal Musical 31_Abr 06

1Jornal Musical No 31

Vitória em BrasíliaÓrgão Oficial do Sindicato dosMúsicos do Estado do Rio de Janeiro

www.sindmusi.org.bremail: [email protected]

No 32 - Edição de Julho a Setembro de 2006

Déborah Cheyne e Grabriel o Pensador entre osdeputados Paulo Rumbem Santiago e Chico Alencar

Veja também...

Música entra definitivamente na pauta de discussões da Câmara e do Senado

TV DigitalEm palestra organizadapelo SindMusi, o jorna-lista Gustavo Gindre fazalerta aos músicos so-bre a importância danova tecnologia (pág. 3)

HomenagemOs mestres Oscar Bor-gerth (foto) e Carlosde Almeida, que fari-am 100 anos, são ho-menageados na sededo SindMusi (pág. 8)

Coluna do Nayran

O colunista fala de músicos e livros, comdireito à ilustração de nosso mais novocolega, o chargista Pedro de Luna

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Convênios

Saiba das vantagens que os convênios doSindMusi oferecem aos associados

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Ensino

Música é Profissão: SindMusi e Conserva-tório Brasileiro de Música buscam incluire valorizar a Música no ensino médio

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Nova tabela

Confira os valores atualizados dos cachês

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2 Jornal Musical No 31

Expediente

Palavra de Presidente Gravações

CDPor PeríodoChamada mínima 03 períodos ........ R$ 525,00Instrumentista/ Corista/ Ritmistapor período ........................... R$ 175,00Dobra 01 período .................... R$ 175,00Solo 10 períodos .................... R$ 1.750,00Por FaixaFaixa (Instr./ Corista/ Ritmista) ... R$ 525,00Dobra ................................... R$ 175,00Solo ................................... R$ 1.750,00Obs: Tempo máximo para gravação de uma faixa2h30m. Hora excedente ou fração........................................... R$ 175,00

DVDPor Faixa .............................. R$ 525,00Obs: Caso o material gravado para o DVD seconverta em CD, deverá ser pago em adicional ovalor de tabela para gravação de CD.

ArranjoPor arranjo .......................... R$ 1.230,00Por Regência ........................ R$ 1.230,00Cópias - Garantia mínima550 compassos ....................... R$ 235,00Por compasso ............................ R$ 0,45

Jingle ou VinhetaPor PeríodoChamada mínima 02 períodos ........ R$ 585,00Peça até 1 minuto período ......... R$ 290,00Dobra ................................... R$ 290,00Solo 10 períodos .................... R$ 2.900,00FaixaCada faixa ............................. R$ 585,00Cada Dobra ........................... R$ 290,00Solo ................................... R$ 2.900,00Obs: Tempo máximo para gravação de umafaixa 2h. Hora excedente ou fração........................................... R$ 290,00

FilmesTrilha sonora para longa metragem ou entre-tenimento além de 60 min. (onde se desobriguemúsica ao vivo)Por PeríodoTrilha para filme nacionalChamada mínima 03 períodos ....... R$ 1.160,00Período ................................. R$ 385,00Trilha para filme internacionalChamada mínima 03 períodos ....... R$ 1.580,00Período ................................. R$ 525,00Obs: Esses valores não incluem lançamento datrilha em CD.

Normas de gravação1. O tempo de trabalho começa a ser contadoa partir do momento em que o músico estiver àdisposição do contratante.2. Na gravação por período, o primeiro períodoé de 60 (sessenta) minutos e os subseqüêntes,de 45 (quarenta e cinco) minutos.3. Dobra é a execução da mesma partituracom o mesmo instrumento mais que uma vez.4. Cada troca de instrumento corresponde anova chamada mínima ou faixa.

5. Cada nova partitura executada pelo mesmomúsico, num mesmo arranjo, corresponde anova chamada mínima ou faixa.6. Na gravação por período, quando o númerode faixas for maior que o nº de períodos, omúsico receberá o número de períodos cor-respondente ao número de faixas gravadas.7. Pout-pourri é o arranjo de mais de uma mú-sica com, no máximo, 100 compassos. Ultra-passando este limite, corresponde a novo ar-ranjo e assim subseqüentemente.

Tabela de Cachês para Trabalhos Eventuais(Valores em Reais - a partir de 26/04/06)

MúsicoscontratadosnoRiodeJaneiroreceberãocachêsestabelecidosnatabeladoSindMusi/RJ

Tapes EspeciaisTeatro/ Historieta/ etcPor Período ............................ R$ 175,00

Cachê de TelevisãoChamada mínima de 05 horas ...... R$ 710,00Hora Excedente ou fração ......... R$ 210,00

Apresentação ao vivo

Acompanhamento de Artistas NacionaisPor show ............................... R$ 730,00Por hora de ensaio ................... R$ 235,00

Acompanhamento de Artistas EstrangeirosPor show ............................... R$ 900,00Por hora de ensaio ................... R$ 290,00Obs: O valor do show inclui passagem de som(sound-check) de 3 horas. Após este tempo,paga-se hora extra de ensaio.

Concerto Sinfônico, Câmara, Balé,Ópera, Opereta e Congêneres

Orquestra - por EspetáculoSpalla ................................... R$ 550,00Instrumentista - Cordas/ SoprosPercussão/ Outros .................. R$ 430,00Orquestra - por ensaio (máx. 03 horas)Spalla ................................... R$ 450,00Instrumentista - Cordas/ SoprosPercussão/ Outros .................. R$ 350,00Coro - por espetáculoCorista ..................................... 450,00Coro - por ensaio (máx. 03 horas)Corista ..................................... 200,00Obs: Será cobrado 20% sobre o valor do perío-do de ensaio para cada hora ou fração de horaexcedente.Pianista Co-Repetidor(por hora de ensaio) .................... 100,00

Músico acompanhador para aulas debalé, dança e congêneres

Por hora ................................. R$ 55,00

BailePor baile ............................... R$ 295,00

Música ao vivo (ambiente)Por apresentação .................... R$ 295,00

Casamentos / Cerimônias religiosasPor cerimônia ......................... R$ 175,00

Aula ParticularHora/aula ............................... R$ 55,00

Déborah Cheyne

SINDMUSI - Sindicato dosMúsicos Profissionais do Estado doRio de Janeiro: Presidente: Déborah Cheyne � Vice-Presidente: ItamarAssiére � Diretor Tesoureiro: Luis Carlos Hack � Diretor doTrabalho: Leandro Vasques�Diretor Secretário: JoséAugusto �Diretora doPatrimônio:ArianePetri � DiretorAdministrativo: ÁlanMagalhães �Diretor Social:Adil Tiscatti �Diretor deComunicação: Kleber Vogel �Diretor de Informática: Flávio Pereira�Representante I: CarlosMalta �Representante II: VictorNeto� ConselhoFiscal: Carlos Soares,MauroÁvila e NayranPessanha� Suplentes: AnselmoMazzoni, FabianoKrieger,NandoGomes, Jair de Sousa, FernandoMerlino,LauraRónai, SoniaKatzeUbiratãRodrigues �QuadroFuncional:GerenteAdministrativa:NataliaCarneiro�Advogado:HelderSilveira�EscritórioContratado:JoséCarlosQuentaleMariaCristinaFraga� AuxiliaresAdministrativos:Alex Gomes Freire e Angelica Angelo � Serviços Gerais: Magno Porto � Endereço: Rua Álvaro Alvim, 24/405 � Cinelândia � Rio de Janeiro - RJ � CEP: 20031�010 � Tel: (21) 2532-1219 � Fax: (21) 2240-1473 �homepage:www.sindmusi.org.br �email: [email protected] �HoráriodeAtendimento: 2ª a 6ª das 10às 18h. �DelegaciaRegional SerranadoSindMusi:Delegado:ÁlanMagalhães �JornalMusical: Jornalista responsável: SilviaFernandes � Jornalista estagiário: PauloMarcioVaz�ProjetoGráficoeDiagramação:Amarilio Bernard ([email protected]) �Fotolito e Impressão:MonitorMercantil �Tiragem:3.500exemplares �Circulação:RiodeJaneiro.

Frente as mudanças que ocorreram e ainda ocorrem no mundo do trabalho enas relações econômicas, o tema previdência social torna-se uma questão cha-ve para a sociedade. Cabe a nós sindicalistas trazer este assunto para a refle-xão da categoria para que nos organizemos e protejamos o nosso futuro.

Acompanhamos com apreensão os dados do sistema previdenciário brasileiro eestes nos mostram um aumento significativo do número de aposentados emoposição ao decréscimo do número de contribuintes, gerando um desequilíbrioentre o recolhimento e o pagamento de benefícios. Esta é uma questão estru-tural, que está relacionada a aumento da expectativa de vida dos brasileiros,da queda do índice de natalidade no país, e das transformações no mercado detrabalho com o aumento da economia informal e do número de trabalhadoresautônomos.

Esta situação é aindamais grave para os pro-fissionais da música,trabalhadores da cul-tura. Um dos grandesproblemas que encon-tramos em nossa clas-se é justamente a di-ficuldade de nos filiarao regime geral deprevidência garantin-do o mínimo de pro-teção social. A falta dafigura do empregadorformal e os grandesperíodos sem uma

contribuição sistemática ao regime previdenciário, faz com que muitas vezesnão estejamos enquadrados nos critérios de concessão de benefícios previs-tos pelo INSS.

Por isso devemos procurar mecanismos que garantam estabilidade, segurança econforto no momento da perda da capacidade laboral. A Previdência Comple-mentar é uma solução viável e cada vez mais difundida na nossa realidade.

A Previdência Complementar funciona de forma bem simples, é um sistema deacumulação de recursos para a formação de uma reserva financeira. Durante operíodo em que está trabalhando, a pessoa deposita um montante mensal deacordo com sua disponibilide. Esta contribuição resultará em uma reserva quepoderá ser resgatado integralmente ou recebido mensalmente quando estetrabalhador se aposentar. Na realidade, a Previdência Complementar atua comoum investimento de longo prazo.

O SindMusi está atento e se coloca com um espaço de discussão da questãoprevidenciária com o objetivo de garantir melhoria da condição de vida e pro-teção social da nossa categoria.

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3Jornal Musical No 31

Palestra conscientiza músicos sobre TV digital

Especialistas no assuntodizem que nova tecnologiapoderia representar averdadeirademocratizaçãodas comunicações no Brasile criticam decisão doGoverno Federal

Paulo Marcio Vaz

Carlos Minc (à esquerda) e Gustavo Gindre durante a palestra

Da esquerda para a direirta: Ricardo Tacuchian, Egeu Laus, Déborah Cheyne e Cid Benjamim

No último dia 3 de julho, a Academia Bra-sileira de Música (ABM) foi sede de umapalestra do jornalista e mestre em comu-nicação Gustavo Gindre, que abordou otema A revolução do rádio e TV digital,buscando conscientizar os músicos sobrea importância da chegada da novatecnologia ao Brasil. Gindre, que tambémé coordenador do Instituto de Estudos eProjetos em Comunicação e Cultura(Indecs) e membro eleito do ComitêGestor da Internet do Brasil expôs, du-rante quase duas ho-ras, todos os pontosaté então obscurossobre o processo dedigitalização da TVbrasileira e denun-ciou uma série de er-ros cometidos pelo go-verno, culminando nodecreto presidencialque escolheu o pa-drão japonês como atecnologia a ser ado-tada no Brasil.

Segundo Gindre, achegada da TV digitalpoderia representaruma grande oportuni-dade para a democra-tização definitiva dosmeios de comunicação no País. Muito maisque melhorar a qualidade da imagem e dosom, a nova tecnologia é capaz de aumen-tar em muito a quantidade de canais dis-poníveis o que poderia, conseqüentemen-te, aumentar também o número de con-cessões. Mas antes, seria necessário a re-gulamentação do setor.

�No modelo da TV analógica atual, o espaçoque um canal precisa ocupar para ser trans-mitido é de 6MHz. Com a chegada datecnologia digital, esse mesmo espaço serácapaz de abrigar de quatro a cinco canaissimultaneamente. O problema é que, ao in-vés de distribuir esses novos canais para ór-gãos representativos da sociedade que ain-

da não têm espaço na TV, incluindo a pró-pria classe musical, parece que a intençãodo governo é a de não aumentar o númerode concessões e manter os novos canais sobposse das mesmas emissoras que existemhoje, o que seria um grande absurdo�.

Com a adoção do padrão de TV digital japo-nês, o Brasil dispensa pesquisas feitas anteri-ormente, a princípio incentivadas pelo pró-prio governo, em busca de um padrão genu-inamente brasileiro, o chamado SBTVD. Se

adotado, o padrão de digitalização nacionalcolocaria o País de uma vez por todas nacorrida tecnológica mundial e impulsionariaoutros campos da economia brasileira.

�Mesmo com pouco tempo para as pes-quisas com recursos que, além de escas-sos, demoravam a chegar, os pesquisado-res brasileiros obtiveram grande sucessoe desenvolveram tecnologia que, em al-guns casos, até supera a japonesa. Mas,de uma hora pra outra, o governo virou ascostas e decidiu fazer o jogo das grandesredes de TV brasileiras, que preferem opadrão japonês, mais adequado aos seusinteresses�, lamenta Gustavo Gindre.

IMORALIDADES - Outra questão polêmicaé em relação à legislação brasileira, quenão permite que uma mesma emissora de-tenha a concessão de mais de um canal.Baseado nisso, entidades que defendema democratização dos meios de comuni-cação no Brasil já conversam com repre-sentantes do Ministério Público, visandonão permitir que as intenções do gover-no se concretizem. Datado de 1962, o Có-digo Brasileiro de Telecomunicações estáultrapassado e, por isso, permite umasérie de imoralidades no setor.

�A necessidade de discutirmos um novoCódigo que regulamente e democratize osmeios de comunicação no Brasil é urgen-te. Nem nos Estados Unidos há um nívelde concentração tão grande de podercomo aqui onde, numa cidade como o Rio,a principal rede de televisão aberta, asrádios com maior audiência no FM e noAM, os dois jornais mais lidos, a terceirarevista mais lida, as principais operadorasde TV a cabo e por satélite e os maioresprovedores de internet pertencem a umsó grupo empresarial: as Organizações Glo-bo�, alerta Gustavo Gindre.

Representando o deputado federalChico Alencar (Psol � RJ), o jornalista ecandidato a deputado estadual Cid Ben-jamin (Psol � RJ) também manifestou seurepúdio à maneira como o processo dedigitalização da TV brasileira vem sendoconduzido. Segundo o jornalista, �é la-mentável que a sociedade tenha discu-tido tão pouco e quase não tenha to-mado conhecimento da real importân-cia desse tema e do conjunto de opor-tunidades que ele oferece�.

RÁDIOS � Na palestra, organizada em con-junto pelo Sindicato dos Músicos do Esta-do do Rio de janeiro (SINDMUSI) e pelaRede Social da Música, também esteve pre-sente o deputado estadual Carlos Minc (PT� RJ), que há tempos briga pela democrati-zação dos meios de comunicação no Bra-sil, em especial das emissoras de rádio. Se-gundo o deputado, o caso da digitalizaçãodas rádios não é muito diferente:

�No caso das rádios, foi testado o padrãonorte-americano de digitalização, comapoio governamental. Se adotado, ele iráprivilegiar apenas as grandes empresas decomunicação e significará um verdadeiro�cala-boca� tecnológico para as emissorasde pequeno porte, incluindo-se aí as rádi-os comunitárias, representativas da socie-dade, que não terão recursos para dispordos novos equipamentos�, disse Minc.

JUSTIÇA - Mesmo com o cenário contrá-rio aos interesses democráticos e a ten-dência de que o Brasil perca o �bonde�da democratização dos meios de comuni-cação, as entidades que formam a FrenteNacional de Luta pelo Rádio e TV DigitalDemocráticos, da qual Gustavo Gindre fazparte, prometem, �com ou sem ajuda doMinistério Público�, entrar na justiça con-tra a decisão do governo:

�Se depender de nós, a luta pela demo-cratização das comunicações no Brasil estámuito longe de acabar�, finaliza Gindre.

Encerrando o evento, o presidente da ABM,Ricardo Tacuchian, parabenizou o coorde-nador da Rede Social da música, Egeu Lause a presidente do SINDMUSI, DéborahCheyne, pela realização da palestra e pro-pôs novos trabalhos em conjunto.

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4 Jornal Musical No 31

Alexandre Negreiros, Egeu Laus, Cristina Saraiva, Sérgio Cabral, Fernanda Abreu, Sidney Zapatta e Ricardo Brein

A presidente do SindMusi e o senador Sergio Cabral se encontramdurante as discussões no Senado Federal

Os últimos meses foram de avanços signi-ficativos para a classe musical brasileira,principalmente no aspecto político, apósum seminário no Congresso Nacional e umaaudiência pública no Senado Federal, ocor-ridas respectivamente nos dias 30 e 31 demaio, nos quais a Música foi o tema cen-tral. Os dois eventos contaram com a pre-sença de parlamentares, músicos e demaisprofissionais e autoridades ligadas à área,resultando na tomada de importantes de-cisões, entre elas a inclusão da Música comoparte da antiga Subcomissão Permanentede Cinema, Teatro e Comunicação Socialque, após a audiência no Senado, passou aser chamada de Subcomissão Permanen-te de Cinema, Teatro, Música e Comuni-cação Social, incluindo definitivamente aMúsica na pauta de discussões do órgão.

Como resultado de uma ação conjunta dediversas entidades ligadas à música em vá-rias partes do País � entre elas o Sindica-to dos Músicos Profissionais do Estado doRio de Janeiro (SINDMUSI), a AssociaçãoBrasileira de Música Independente (ABMI)e a Academia Brasileira de Música (ABM).

O Congresso Nacional, através de sua Co-missão de Educação e Cultura, promoveu,no dia 30 de maio, o seminário Música Bra-sileira em Debate. Durante todo o dia fo-ram discutidos vários aspectos relaciona-dos à música e sua importância estratégi-ca para o desenvolvimento econômico,

Músicos comemoram vitórias em BrasíliaCâmara e Senado abrem as portas para reivindicações da classe e reconhecema importância estratégica da Música como fator de desenvolvimento para o País

cultural e social do País. Artistas de reno-me como Ivan Lins e Ivo Meirelles fizeramparte das mesas de discussão, juntamen-te com parlamentares como os deputados

Chico Alencar (Psol - RJ) e opresidente da Câmara, AldoRebelo (PC do B - SP). Tam-bém participaram do eventoo publicitário Lula Vieira; re-presentantes dos ministéri-os da Cultura, da Educaçãoe das Comunicações; além dediversos membros de entida-des representativas dos mú-sicos, como a presidente doSINDMUSI, Dédorah Cheyne,o presidente da ABMI, Carlosde Andrade, e o coordena-dor da Rede Social da Músi-ca, Egeu Laus. Ao todo, fo-ram nove horas de discus-sões em torno de quatro te-mas, sempre relacionados àmúsica: identidade e inclu-são social; educação musi-cal e difusão; economia epolítica internacional e opoder da música para atransformação do país.Apre-sidente do SINDMUSI,

Déborah Cheyne, ressalta a importânciada realização do seminário na Câmara:

�O seminário foi muito importante e ser-viu para mostrar, principalmente aos nos-sos parlamentares, a importância estraté-gica da Música e como ela pode ser útil

em todos os aspectos do desenvolvimen-to cultural, social e econômico do País,além de apontar falhas que precisam sercorrigidas no que diz respeito à formacomo a música e os músicos vêm sendotratados�, disse Déborah.

SENADO - No dia seguinte ao semináriona Câmara, foi a vez do Senado Federalpromover uma audiência pública que re-sultou na inclusão da Música, de formadefinitiva, na antiga Subcomissão Perma-nente de Cinema, Teatro e ComunicaçãoSocial. A audiência contou com a partici-pação de músicos, compositores,arranjadores e outros representantes dosetor que fizeram uma série de reivindi-cações aos parlamentares, abordando te-mas como direito autoral, educação mu-sical nas escolas e geração de empre-gos. Problemas como a pouca diversifica-ção da programação das rádios brasilei-ras e a necessidade de eleições diretaspara a Ordem dos Músicos do Brasil(OMB) também foram abordados. A can-tora Fernanda Abreu foi uma das que par-ticiparam das discussões. Segundo ela, épreciso adotar uma lei trabalhista espe-cífica para o músico, já que o profissio-nal da música tem contratos diferencia-dos com diversos empresários.

O potencial de inclusão social que a mú-sica pode exercer no País também foilembrado na audiência do Senado. Ocantor e compositor Gabriel o Pensadorressaltou o trabalho feito por diversas

organizações não-governa-mentais (ONGs) que, atravésda música, tiram jovens domundo do crime e os insereno mundo da cidadania.

Já a coordenadora do NúcleoIndependente de Música doRio de Janeiro, Cristina Go-mes Saraiva, criticou a mono-polização dos meios de comu-nicação que, segundo ela,�impõem artistas e músicos emassificam tudo de norte a suldo País�. Cristina exigiu umalegislação que regule defini-tivamente o funcionamentodas rádios no sentido de evi-tar e coibir, de uma vez portodas, atividades como a co-mercialização e o monopólioda programação musical.

MÚSICA NA PAUTA - Ao fim da audiência,o senador Sérgio Cabral (PMDB - RJ) en-viou requerimento solicitando a inclusãoda Música no âmbito da antigasubcomissão que passou então a ser cha-mada de Subcomissão Permanente de Ci-nema, Teatro, Música e Comunicação So-cial. No requerimento, que foi aprovado,o senador carioca atesta que, após a au-diência, �...ficou evidenciada apertinência da abertura de espaço especí-fico, entre nossas atribuições, para abor-dagem das questões relacionadas à indús-tria musical, trazendo o tema, de vez, parao âmbito do Senado Federal�. Ainda se-gundo Sérgio Cabral, �...a subcomissãoconstitui um foro apropriado e legítimopara a discussão, o aprofundamento e abusca dos melhores caminhos para esseinestimável patrimônio que é a música, oproduto cultural brasileiro de maior pene-tração internacional, que ultrapassa fron-teiras e atrai divisas�.

Após o grande sucesso dos eventos reali-zados em Brasília, o próximo objetivo é aformação da Frente Parlamentar Pró-Mú-sica, uma entidade de caráter supraparti-dário, composta por parlamentares queestejam dispostos a dar continuidade àsdiscussões de temas relacionados à Músi-ca na Câmara dos Deputados. A Frente -que ainda precisa ser oficializada - já con-ta com a adesão de alguns deputados comoChico Alencar (Psol - RJ), José EduardoCardozo (PT � SP), Gustavo Fruet (PSDB �PR), Paulo Rubem Santiago (PT � PE) e An-tonio Carlos Biscaia (PT � RJ).

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5Jornal Musical No 31

Paulo Marcio Vaz

O cantor e compositor foi um dos mú-sicos que participaramdos eventos naCâmara e no Senado. Em entrevistaconcedida ao jornal O Fluminense, em5de junho, ele defendeumudanças emvários níveis da sociedade: da escolaàs rádios.

Após fundar seu próprio selo, a �Velas� enão ser bem sucedido no empreendimen-to, que lições você tira da experiência?

Que não dá certo ser patrão de colegameu (risos). Abandonei o projeto. Masaprendi o quanto a gestão do mercado émedíocre. Percebi que no Brasil todosquerem �se servir do País� e não �servirao País�. É uma mentalidade doentia quesenti na carne. Agora, sou dono de mim.

Você acha que o segmento da música deve depen-der do Estado?

Defendo o uso da música como um recurso estra-tégico, já que ela tem tudo a ver com a identidadenacional. Nossa música é admirada lá fora e deve-mos utilizar isso a nosso favor. A música conta ahistória de nosso País e poderíamos gerar muitosrecursos a partir dela. É um desperdício o que sefaz aqui.

Que ações você sugere para mudar a situação atualda música no Brasil?

A modificação pode vir da base escolar. Estou falan-do do ensino obrigatório da música na educaçãoinfantil. O sistema autoral também deve ser altera-do, mais bem administrado e ao lado disso está asolução dos problemas de comercialização que oBrasil tem. Também é preciso resolver de vez os pro-blemas que envolvem o pagamento de jabá.

Ivan Lins: �A modificação pode vir da base escolar�

Em audiência pública, produtorese representates das indústrias sereúnemcomparlamentaresepedema mesma isenção de impostos jáconcedida aos livros

No Senado, no último dia 12 de julho, anova Subcomissão Permanente de Cine-ma, Teatro, Música e Comunicação Soci-al, criada após a audiência com músicos eentidades da classe musical no final demaio, promoveu, em conjunto com a Co-missão de Educação, uma nova audiênciapública, desta vez com a presença de pro-dutores musicais e representantes das in-dústrias fonográfica e de fabricantes deinstrumentos musicais que pleiteiam isen-ção de impostos e a equiparação do CD edos instrumentos ao livro, que já contacom isenção desde 2005.

Na audiência, o presidente da AssociaçãoBrasileira de Música Independente (ABMI),Carlos Eduardo Cezar de Andrade, defen-deu a isenção de impostos para o CD argu-mentando que, com os impostos, a concor-rência das gravadoras com os produtoresde CDs piratas acontece de forma desigual.

Alguns senadores não concordaram como presidente da ABMI. O senador SérgioZambiasi (PTB � RS) é um dos que nãoacreditam na tese. Segundo ele, as cau-sas da pirataria fazem parte de um pro-cesso mais complexo. O senador sugeriuaos produtores independentes que rea-lizem feiras de música e procurem ou-tras formas de atingir o mercado. Tam-bém contrário à tese do presidente da

ABMI, o senador Geraldo Mesquita (PMDB� AC) disse que impostos altos não sãoexclusividade da indústria fonográfica eabrangem todos os setores produtivos doPaís. Mesquita citou ainda a internetcomo um fator importante para o aumen-to dos casos de pirataria.

Já os senadores Romeu Tuma (PFL � SP) eMarco Maciel (PFL � PE) manifestaramapoio à idéia de se discutir a diminuição

de impostos no setor musical, enquantoo senador Marcos Guerra (PSDB � ES), su-geriu que as reivindicações sobre diminui-ção de impostos sejam encaminhadas aosgovernos estaduais que são, segundo ele,os maiores responsáveis pelas altas taxas.No Rio de Janeiro, por exemplo, o ICMScobrado em cima da venda de CDs é de19%, enquanto em São Paulo a porcenta-gem cai para 18%.

Ensino de Músicanas escolas tambémé debatido

Ainda durante a audiência no Senado, omaestro Edino Krieger e o presidente daAssociação Nacional dos Pequenos e Mé-dios Fabricantes de Instrumentos Musi-cais (Anafim), Alberto Bertolazzi, defen-deram a volta do ensino musical nas es-colas públicas. Na ocasião, o senadorRoberto Saturnino (PT � RJ), que presi-diu o encontro, apoiou a idéia salien-tando que o papel da música no desen-volvimento mental da criança e do serhumano em geral é reconhecido desdea época de Platão, sendo a tese com-provada pela própria ciência. O sena-dor propôs a discussão do Projeto deLei 7.193/06, que altera a destinação dereceitas decorrentes da Contribuiçãopara o Desenvolvimento da Indústria Ci-nematográfica Nacional (Condecine),para o financiamento de programas tam-bém voltados ao desenvolvimento de ati-vidades audiovisuais.

A idéia de se valorizar o ensino da músicanas escolas é apoiada também pelo SIND-MUSI que, através de sua presidente,Déborah Cheyne, pretende iniciar umprojeto em parceria com o Conservató-rio Brasileiro de Música e o apoio da re-vista VivaMúsica. O projeto vai procurarincentivar a inclusão da Música no currí-culo das escolas de ensino médio, alémde conscientizar pais, professores e alu-nos sobre a possibilidade da Música seruma opção de carreira na hora da reali-zação do vestibular.

Senado discute sobre CDs e instrumentos

Felipe Radicetti, Alberto Bertolazzi, Roberto Saturnino, Edino Krieger e Carlos de Andrade

O cantor e compositor Ivan Lins participa da mesa de discussões ao lado do presiden-te da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo

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6 Jornal Musical No 31

Ensino

Centenário SindMusi / Há 60 anos

O então presidente do Sindicato dos MúsicosEleazar de Carvalho em encontro com o Presiden-te da República Eurico Gaspar Dutra.

Eleazar de Carvalho ePresidente DutraEm um encontro de Eleazar de Car-valho, presidente do Sindicato dosMúsicos, e o Presidente da Repúbli-ca Eurico Gaspar Dutra foi tratada acrise desencadeada na classe musi-cal com a publicação do Decreto-Leinº 9.215, publicado no dia 1º de maiode 1946 que determinou o fechamen-to dos cassinos no território nacio-nal, que representou o desempregode milhares de músicos e artistas.

O Sindicato tentou junto ao Gover-no a determinação de medidas comoa organização de shows nos cinemas,a criação de orquestras nos hotéis,

Música é profissão

bares, confeitarias, etc; a re-organização das orquestrasdo Lóide Brasileiro; e a am-pliação das orquestras nasrádios subvencionadas peloGoverno, entre outras medi-das que se fizessem necessá-rias, todas sem muito exito.

As conseqüências do fecha-mento dos cassinos perdura-riam por muitos anos e mui-tos músicos abandonariam aprofissão, indo buscar outrasformas de sustento, desalen-tados com a crise.

Obituário

Grandes músicos e amigos nos deixaramnos últimos meses. Ficam a saudade, a eter-na lembrança e nossas homenagens:

Dino Sete Cordas, ex-integrante do grupoÉpoca de Ouro e um dos ícones do violão 7cordas brasileiro se foi em março, vítimade pneumonia.

Quem também nos deixou foi o violoncelis-ta Manoel Antonio da Silva Filho, que levacom ele suas histórias, seu bom humor edeixa conosco muitas saudades.

Perdemos ainda o pianista Lauro Ozório deMiranda, falecido no dia 12 de maio. Lauroera irmão de Geraldo Miranda, ex-presiden-te do SindMusi na década de 50.

Lamentamos também a trágica morte deRodrigo Netto, guitarrista da bandaDetonaurtas, falecido em março, apósser vítima de uma tentativa de assaltono Rio.

A ex-integrante do grupo As Gatas, avocalista Affonsina Pires, mais conhecidapor seu nome artístico, Dinorah, nos dei-xou em julho.

Dino Sete Cordas

Em visita ao Conservatório Brasileiro de Música (CBM), apresidente do SINDMUSI, Déborah Cheyne, levou à direto-ra daquela instituição, Cecília Conde, a proposta de umaação conjunta visando a valorização do ensino da Músicanas escolas de ensino médio. A idéia, aceita de prontopela diretora, é conscientizar pais de alunos, pedagogose diretores das instituições de ensino sobre a importân-cia da inclusão da Música na formação educacional dosestudantes. Amedida visa ainda mostrar que a Música podeser uma escolha profissional viável que deve ser conside-rada pelos estudantes na hora do Vestibular.

Cecília Conde,Déborah Cheynee o professorCarlos Soares

O SindMusi é um dos primeiros instituidoresdo CulturaPREV, do qual faz parte desde acriação do plano. Um dos principais diferen-ciais do CulturaPREV é a total transparênciada gestão, realizada pela Petros. Os investi-mentos, realizados comrecursos doplano, sãoacompanhados de perto pelo SindMusi, queconta com representantes no Comitê Gestor,e pelos próprios participantes, que recebemextratos em casa trimestralmente, podendoverificar o saldo acumulado acessando o Por-tal daPetrosna Internet: www.petros.com.br

ConvêniosO Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro mantémconvênios com diversas lojas, escolas, estúdios e profissionais liberais:

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7Jornal Musical No 31

Nayran

O músico e os livros

Os textos sagrados da Bíblia foram os primeiros exemplose serviram de base para oratórios e cantatas de várioscompositores em todas as épocas, sendo o mais aclamadopela magnitude da sua obra, Johann Sebastian Bach.

O que me leva a esse tema é a observação no meiomusical, salvo algumas exceções, que apesar dessa li-gação histórica � Música e Literatura � o músico lêpouco ou quase nada!

Hoje não se admite que o músico, ao ter na estante amúsica incidental para �Sonho de Uma Noite de Ve-rão�, de Mendelssohn ou �Romeu e Julieta�, deTchaikovsky, não tenha sequer noção do texto ou doseu autor � William Shakeaspeare�.

Tomemos outros exemplos: as aberturas �Egmont� e�Coriolano�, de Beethoven sobre textos respectivamen-te de Goethe e Collins, os lieds de Schumann e Schubertcom poemas de Heine, Schiller, Eichendorff e�Scherazade�, de Rimsky-Korsakov, baseada nas �Mil eUma Noites�, importante obra da literatura universal.

Como pode notar o caro leitor, só com essas poucascitações (inúmeras na verdade) podemos ver o forteelo dessas Artes.

Volto um pouco no meu tempo de estudante, quandotive a felicidade de conviver com a família Rónai.Quantas lembranças do professor Paulo Rónai e da DonaNora, casal muito simpático e entusiasta!

Eu e outros amigos fazíamos música de câmara comLaurinha Rónai, flautista e filha do casal , lá no aparta-mento do Bairro Peixoto. Momentos preciososaqueles,onde além da Música se falava também de Li-teratura. Entre esses amigos estavam o Ernani Aguiar,Eduardo Hack, Pedro de Alcântara e Iura Ranevsky.

VivaSindMusi!A jornalista Heloísa Fischer, editora da revista Vi-vaMúsica!, em recente visita ao SINDMUSI, pres-tou sua solidariedade e apoio à formação do Gru-po de Articulação Parlamentar Pró-Música e tam-bém se colocou à disposição para colaborar como projeto Cente-nário SindMusi,que visa promoveruma série de even-tos em 2007, anoem que o Sindica-to dos MúsicosProfissionais do Es-tado do Rio de Ja-neiro comemora100 anos.

CuidadocomnegóciosnainternetFoi roubado um saxofone da marca Selmerpertencente a um músico de Brasília que foivítima de um golpe praticado pela internet, apartir de uma negociação intermediada atra-vés de um grande site de compra e venda.Após negociar o instrumento e receber dopróprio site a confirmação do pagamento deR$ 7.100, o músico enviou o saxofone pelocorreio para um endereço em São Paulo. Apóso envio, percebeu que a confirmação do pa-gamento não estava mais no site. Até o fe-chamento desta edição, nada de o sax ou odinheiro aparecerem. Cuidado!!!

Notas Musicais

Música e Literatura.Artes que se entrelaçamatravés dos tempos.

Heloisa Fischer (VivaMúsica!), Déborah Cheyne (Pre-sidente SindMusi) e Kleber Vogel (Dir. ComunicaçãoSindMusi). Visita da jornalista ao SindMusi

Kleber Vogel

Até hoje nos lembramos com muita alegria quando co-nhecemos na casa da Laura o professor Aurélio Buarquede Holanda. Foi um dia de glória, para nós estudantesde Música e iniciantes na boa leitura, ter apertado amão do tio Aurélio,como era carinhosamente tratadopelos mais jovens da casa. Tio Aurélio nos passou aquelasimplicidade, digna dos grandes mestres e ainda pre-senteou a cada um com o volume das poesias comple-tas do Carlos Drumond, autografadas!

Passado tanto tempo, hoje ainda troco idéias musicaise literárias com meu amigo Ernani Aguiar mas sãopoucos os colegas que tem o hábito de ler.

Na Orquestra Sinfônica Brasileira de 30 anos atrás,tive o privilégio de conviver com dois mestres que fo-ram fundamentais na minha formação de músico e lite-rária de certa forma: Jeremias Wachidtz e HenriqueNirenberg. As conversas com esses dois grandes músi-cos eram verdadeiras aulas. Bons tempos!

Luis Eduardo Salles, Marcio Mallard e Nelson Macedoformam a última trinca da velha guarda da OSB de mú-sicos e grandes leitores.

Meu conterrâneo Carlos Alberto Rodrigues (Carlinhos daflauta) é outro que está sempre com um livro nas mãos.

Para terminar, algumas sugestões para sua cabeceira,amigo leitor.

Boa música e boa leitura!

1 - A Música no Cinema (Ed. Rocco 2 volumes)de João Máximo

2 - Iberê Gomes Grosso (Ed. Sindimusi)de Valdinha Barbosa

3 - O enigma Vivaldi (Ed. Relume Dumará)de Peter Harris

4 - Poesia completa (Ed.Aguilar)de Mario Quintana � obra imperdível!

Novo instrumental de percussãoA Orquestra Petrobras Sinfônica (Opes) acaba de re-novar e ampliar seu instrumental de percussão. Com-prado diretamente da empresa holandesa Adams, umadas maiores fabricantes do mundo, o material foi en-tregue e já está em uso.

Sarau nocentenárioO SINDMUSI acaba defechar um acordocom a produtora Sa-rau, que será res-ponsável pelos even-tos comemorativosdo nosso centenárioem 2007. Um grandeconcerto já está sen-do planejado para adata de aniversário,no dia 4 de maio. Apartir de então, di-versos eventos, in-cluindo projetos de

conscientização profissional e inclusão social, vãoacontecer ao longo do ano.

Gestão CulturalO SindMusi, representado por seu diretor de co-municação Kleber Vogel, participou em São Paulodo curso de �Gestão, Questões Jurídicas e Negociaisda Produção Cultural� ministrado pela advogadaCristiane Olivieri e pela produtora Beatriz Ramsthaler.Cristiane, que está lançando o segundo volume doGuia Brasileiro da Produção Cultural, foi convidadapelo SindMusi à realizar o curso também no Rio dejaneiro. Aguardem.

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LançamentosLançamentosCDs

No último dia 7 de julho, o SINDMUSI pro-moveu um encontro de músicos para ho-menagear dois grandes nomes das cordasno Brasil que, se estivessem vivos, com-pletariam cem anos em 2006. Na ocasião,ex-alunos e amigos de Carlos de Almeida eOscar Borgerth relembraram histórias elições dos grandes mestres.

�Carlos de Almeida fez carreira musicalcompleta. Além de exímio violinista, foitambém um grande professor. Foi elequem, após assumir a direção da Escolade Música, adequou o vestibular e criouas provas específicas, aperfeiçoou o cur-rículo e cuidou de toda a parte jurídi-ca. Após assumir o cargo de professor,Carlos de Almei-da abdicou dacarreira comosolista para sededicar exclusi-vamente a seusalunos, forman-do uma geração

Marco CamposSolo

No CD Solo, o violonistaMarco Campos mostra todasua técnica e, principal-mente, sua sensibilidade.Em 13 faixas, que vão davirtuosística História doMar, música que abre o dis-co, a Gota D�alma, um bo-nito lamento que fecha oCD, Marco apresenta com-posições próprias e ricasem brasilidade, fazendo umpasseio por ritmos e paisa-gens do País, sempre to-cando sozinho, se alter-nando entre o violão de 6e de 10 cordas. O disco foigravado pelo selo GuitarraBrasileira.

Estêvão & Bilinho TeixeiraEm Companhia

Acompa-nhados deum timede instru-mentistasde primei-ra, os ir-mãos Este-

vão e Bilinho Teixeira comemo-ram 30 anos de carreira apre-sentando composições queabrangem desde a época daformação da dupla até as músi-cas mais recentes da dupla.Destaque para Em Companhia,faixa que dá nome ao disco,com participação de JurimMoreira (bateria) e NivaldoOrnelas (Sax) e Pra não se per-der mais nada, um deliciososamba cheio de suingue e be-los solos. Também fazem partedo disco, músicos do quilate deCristóvão Bastos (piano), AlceuReis (violoncelo) e AdrianoGiffoni (baixo).

Zé MenezesRegional de Choro

O disco,v ence -dor doIV Prê-mioRivalP e t r o -bras nacatego-

ria instrumental, é uma ver-dadeira obra prima da músicainstrumental brasileira e fazparte de uma série que a gra-vadora ABZ Digital pretendelançar com a obra completade Zé Menezes. O violonistae bandolinista é autor de to-das as músicas do disco e, aos85 anos, ainda demonstra fô-lego, técnica e musicalidadeexemplares. O CD conta ain-da com as participações dosmúsicos Nicolas Krassik (violi-no), Beto Cazes (percussão),Cristóvão Bastos (piano) eCarlos Malta (flauta) e PauloSérgio Santos (clarineta), en-tre outros.

Claudio PierreVidas Secas

O CD Vi-das Secas,de Clau-dio Pierre,é fruto dacriativida-de e per-sistência

do autor que não se fez de ro-gado e produziu o trabalho in-teiramente sozinho, em sua pró-pria casa, incluindo a gravação.A atitude de Pierre, talvez atéjustifique a nota escrita nacapa do disco: �Vidas Secas ex-pressa uma das faces da diver-sidade artística de um povo so-frido, que faz do seu caminhoerrante a expressão da suaArte�. Com clima às vezesintimista, às vezes sombrio, àsvezes melancólico, ao longo de11 faixas, Claudio Pierre procu-ra fazer sua música com aquiloque tem: sua criatividade, seuviolão, seu teclado e seu com-putador.

Yuri PopoffLua no céu congadeiro

O contrabaixista Yuri Popoff,criado na cidade mineira deMontes Claros, traz toda assuas influências musicais, apartir de ritmos vindosdastradicionais festas de suaterra, passando também pelabagagem musical acumuladaao longo de mais de 30 anosde carreira. O disco contacom participações de váriosinstrumentistas do nível dobaterista Márcio Bahia e doclarinetista RuiAlvim, além deletras com parceiros ilustrescomo Nei Lopes, responsávelpela poesia de dois temas pre-sentes no CD, entre eles, afaixa que dá nome ao disco.

Todos os CD´s desta sessão estão à venda na sede do SindMusi. Conheça nosso Armazém Virtual: www.sindmusi.org.br

Déborah Cheyne, NathérciaTeixeira e Silvínia Soares

Noemia Teixeira da Silva eMaria Helena Faini

Silvínia Soares, Isaac Veprinsky, Kleber Vogel, José Alves,Virgílio Arraes, Nathércia Teixeira, Déborah Cheyne,Ubiratâ Rodrigues, Noemia Teixeira e Maria Helena fainiJosé alves e Virgílio Arraes

inteira de músicos que hoje já formam asegunda geração�, lembra José Alves, umdos ex-alunos.

Contemporâneo de Carlos de Almeida, Os-car Borgerth foi um dos maiores solistasda história do violino brasileiro, além degrande professor. Um de seus alunos, omúsico Isaac Veprinsky, também presenteao encontro, lembra com saudade dasaulas que Borgerth dava aos sábados paraum grupo de alunos:

�Ele marcava aula com uma meia dúzia dealunos no sábado à tarde. Ninguém recla-mava. Pelocontrário.

Cada aula chegava a durar até 4 horas.Na verdade, não era uma simples aula.Era um show�, diz Isaac, emocionado.

Fotos e relíquias dos professores fo-ram levadas ao encontro. Programas deconcertos, cartas e registros da pas-sagem de Oscar Borgerth e Carlos deAlmeida pelos palcos e orquestras doBrasil e do exterior contribuíram paraque a memória desses dois grandes mes-tres fosse reverenciada, numa tardeem que a alegria, a emoção e anostalgia tomaram conta da sededo SINDMUSI.

Ex-alunos se reúnem na sede do Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiropara celebrar centenário dos mestres responsáveis por gerações de músicos

Oscar Borgerthpor Portinari

Prof. Carlosde Almeida

SINDMUSI PROMOVE HOMENAGEM A OSCAR BORGERTH E CARLOS DE ALMEIDA

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