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WWW.MPGO.MP.BR JORNAL Mala Direta Básica 9912336351-DR/GO MP-GO ANO 7 Nº 55 | GOIÂNIA, OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2016 Atuação sintonizada em favor da democracia BALANÇO ELEITORAL Fiscalização nas eleições municipais foi intensificada graças à cooperação entre MP-GO e Procuradoria Eleitoral u 3 Acessibilidade Credenciamento Projeto articulado pelo MP busca garantir melhorias para a mobilidade na cidade de Goiás u 6 ESMP torna-se Escola de Governo e oferecerá curso de pós-graduação u 5 DISTRIBUIçãO GRATUITA

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W W W . M P G O . M P. B R

J O R N A L

Mala DiretaBásica

9912336351-DR/GOMP-GO

ANO 7 Nº 55 | GOIÂNIA, OutubrO e NOvembrO De 2016

Atuação sintonizada em favor da democraciabalanço eleitoral

Fiscalização nas eleições municipais foi intensificada graças à cooperação entre MP-GO e Procuradoria Eleitoral u 3

AcessibilidadeCredenciamentoProjeto articulado pelo mP

busca garantir melhorias para

a mobilidade na cidade de

Goiás u 6

eSmP torna-se escola

de Governo e oferecerá

curso de pós-graduação

u 5

DIStrIbuIçãO GrAtuItA

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2 jornal mp goiás | Goiânia -outubro e novembro de 2016

InformatIvo ofIcIal do mInIstérIo PúblIco do Estado dE GoIásRua 23 esq. c/ Av. B, qd. A-6, lts. 15-24, Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100Site: www.mpgo.mp.brE-mail: [email protected]: www.twitter.com/mpdegoias

Procurador-GEral dE JustIçaLauro Machado Nogueira

assEssor dE comunIcação socIal Ricardo SantanaDRT-GO 776 JP

assEssora dE ImPrEnsaAna Cristina ArrudaDRT-GO 894 JP

coordEnação Mac Editora e Jornalismo Ltda.

EdItoraMirian ToméDRT-GO 629 JPrEPortaGEmAna Flávia MarinhoDRT-GO 3300Cejane PupulinDRT-GO 2056fotoGrafIasJoão Sérgio AraújoDanila RezendeKamilla Nunes(estagiárias)dIaGramaçãoPedro Henrique Silva CamposfotolIto E ImPrEssãoCir GráficatIraGEm7000 unidades

falE conoscoPara falar com o mP em todo o Estado: 127telefone Geral (Goiânia)3243-8000ouvidoria 3243-8544

cEntros dE aPoIo oPEracIonall cao dos direitos Humanos3243-8200l cao da saúde 3243-8077l cao do meio ambiente3243-8026l cao da Educação3243-8073l cao de defesa do consumidor e terceiro setor3243-8038l cao do combate à corrupção e defesa do Patrimônio Público3243-8057l cao da Infância e Juventude3243-8030 l cao criminal3243-8050l centro de Inteligência3239-4800

Escola superior do ministério Público3243-8068assessoria de comunicação social3243-8525/ 8499/ 8307/8498denúncia de crime de corrupçãoPortal do MP - combateacorrupcao.mpgo.mp.br

expediente editorial

o promotor responde

Em 2015, foi realizada em todo o País a elei-

ção unificada para escolha dos conselheiros

tutelares, a quem cabe a missão de guardião

dos direitos das crianças e dos adolescentes. O

processo eleitoral único foi definido pela Reso-

lução 170/2014, do Conselho Nacional dos Di-

reitos da Criança e do Adolescente (Conanda),

e a votação ocorreu em outubro. Na sequência

dessas eleições, o Ministério Público de Goi-

ás, por meio do Centro de Apoio Operacional

(CAO) da Infância e Juventude, elaborou um

projeto com o objetivo de contribuir para a me-

lhor qualificação dos eleitos no exercício de sua

tarefa, que serve de base de apoio à atuação

do próprio MP. Nesta entrevista, a coordenado-

ra do CAO, Karina D’Abruzzo, explica um pouco

mais sobre esse projeto.

A unificação das eleições em 2015 dos conselheiros tutelares contribuiu para o trabalho do Ministério Público?

A decisão do legislador federal foi acer-tada. A dificuldade que encontramos, não apenas em Goiás, é que as instâncias fede-rais não se organizaram a tempo e a conten-to para fins de fazer com que a eleição fosse mais bem divulgada e os novos conselheiros fossem capacitados com a escola de Conse-lho, que ainda não existe em Goiás.

Apesar do estatuto da Criança e Adoles-cente (eCA) ter sido atualizado com essas necessidades em 2012, ficou aquém das ex-pectativas sobre a organização que se espe-rava.

O CAO Infância vem realizando encon-tros com os novos conselheiros tutelares do Estado. Qual o objetivo deste projeto?

Os encontros iniciaram em outubro de 2015, após as eleições. Como houve uma troca significativa dos conselheiros tutelares,

inclusive com o ingresso de novos, os pro-motores de Justiça solicitaram ao CAO da In-fância e Juventude o repasse de informações e a realização de capacitações para esses no-vos conselheiros.

O trabalho ainda está em andamento. Já participaram 150 municípios e a perspectiva é que, até fevereiro do próximo ano, sejam realizados mais 7 encontros, com uma média de 15 municípios cada.

A ideia é oferecer a todos os municípios do estado a possibilidade de ter contato com algumas informações teóricas e práticas do dia a dia do conselheiro tutelar, com casos concretos e troca de experiências. A inten-ção é até fevereiro atingir os 246 municípios goianos. em alguns casos, se o município não puder comparecer, temos oferecido a

possibilidade de fazer por videoconferência.

As capacitações já têm mostrado re-sultados?

Sim. Ao repassar as informações, tirar dú-vidas e trocar experiências, tem-se percebido uma melhora na execução dos trabalhos dos conselheiros, confirmando que as capacita-ções precisam ser contínuas e permanentes.

Qual a importância deste diálogo en-tre o MP e a rede de atenção à criança e ao adolescente?

O primeiro ponto é aproximar o conse-lheiro do ministério Público e do promotor de Justiça e, assim, definir os papéis de cada um. e, principalmente, acabar com uma con-cepção equivocada que muitos conselheiros têm de que compõem um órgão que serve somente para constatar a situação e repassar essas informações, por exemplo, para o mi-nistério Público.

temos procurado nesses encontros em-poderar o Conselho tutelar e mostrar para o conselheiro que ele tem autonomia. Com isso, tentamos diminuir a demanda do seg-mento Justiça.

Neste trabalho, o que foi possível de-tectar em relação ao preparo dos profis-sionais? Que pontos devem ser aprimo-rados?

temos percebido que ainda existe um baixo conhecimento das funções dos con-selheiros tutelares. muitos ingressaram neste cargo sem ter noção do papel deste profis-sional ou com uma visão distorcida. e não só por parte dos conselheiros, mas também por parte de integrantes da rede de proteção.

Ainda deve ser aprimorado o estabeleci-mento de uma dinâmica com a rede de pro-teção para reuniões periódicas, com alinha-mento de estratégia de atuação a respeito do fluxograma de atendimento do público infantojuvenil.

Quais as expectativas para 2017?encerrar o primeiro ciclo e continuar

com o aprofundamento das capacitações. Dependendo das demandas e diagnósticos, pretendemos levar conhecimentos mais es-pecíficos aos conselheiros.

LAçOS que CONStrOem

www.mpGo.mp.br

O trabalho em parceria sempre foi uma das marcas do ministério Público brasileiro. Diante do amplo rol de atribuições confe-ridas à instituição na defesa dos interesses difusos e coletivos e da diversidade de áreas que essa missão engloba, um dos caminhos encontrados para dar efetividade à atuação é a cooperação com outras instituições, com entidades da sociedade civil organizada e com a própria população. essa integração de esforços é uma estratégia que tem dado bons resultados no mP-GO.

um exemplo disso é mostrado na re-portagem da página 3, que destaca os bons frutos produzidos a partir do aprimo-ramento de uma parceria interinstitucio-nal entre o ministério Público estadual e a Procuradoria regional eleitoral na fiscaliza-ção das eleições. Com a sintonia obtida no monitoramento do pleito de outubro des-

te ano, foi possível avançar na prevenção e combate a fraudes e outras irregularidades que comprometem a lisura da votação. Na matéria, são feitos um balanço desse traba-lho integrado e uma avaliação dessa coo-peração.

Já nesta página 2, a coluna O Promotor responde traz uma entrevista com a coor-denadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, promotora Karina D’Abruzzo, sobre o projeto que vem sendo desenvolvido em todo o estado para capa-citação dos conselheiros tutelares eleitos no ano passado, bem como profissionais da rede de atenção à criança e ao adolescente.

O projeto especial de atuação que busca desenvolver adequações de acessi-bilidade na cidade de Goiás integradas ao contexto de preservação do patrimônio histórico é mostrado na matéria da página

4, enquanto que o texto da página 6 deta-lha a os objetivos e as ações já efetivadas a partir de novo acordo de cooperação téc-nica firmado entre o mP-GO e o Crea-GO para a realização de inspeções preventivas em espaços de acesso público.

Outro tema abordado na edição, na página 5, é o credenciamento obtido pela escola Superior do mP goiano como escola de Governo, que vai possibilitar o ofereci-mento, em 2017, do seu primeiro curso de pós-graduação, com foco na atuação do ministério Público.

Concluindo a edição, a página 8 mostra o planejamento, já para 2017, das ações em duas comarcas que darão continuidade a projetos de recuperação de mananciais de abastecimento que estão sendo desenvol-vidos por meio do programa Ser Natureza. Confira!

Acervo da promotora

CAPACItAçãO De CONSeLheIrOS tuteLAreS

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3jornal mp goiás | Goiânia -outubro e novembro de 2016www.mpGo.mp.br

Um saldo positivo, com resultados concretos na maior efetividade da atuação institucional na fiscalização

das eleições nos 246 municípios goianos. De forma resumida, esse é o balanço da parceria realizada neste ano entre o ministério Público do estado de Goiás e Procuradoria regional eleitoral (Pre) para o acompanhamento do processo eleitoral e que possibilitou maior in-tegração e coesão no trabalho desenvolvido. A cooperação envolveu não apenas a realiza-ção de oficinas de capacitação como o inter-câmbio direto entre as instituições para troca de ideias e solução de dúvidas, por meio de redes sociais.

Alguns números indicam a produtivida-de desse trabalho. Apenas no primeiro tur-no em Goiânia foram propostas 18 ações de impugnação de registro, além de 91 ações (representações) por propaganda irregular. tramitam ainda 12 procedimentos prepara-tórios eleitorais, que visam apurar denúncias de compra de votos e abuso de poder político ou econômico. em todo o estado, segundo a Pre, foram ajuizadas, pelas promotorias eleito-rais, 381 ações de impugnação de registro de candidatura (AIrCs).

Apenas de derramamento de santinhos nas ruas foram realizadas mais de 415 repre-sentações em todo o estado até o fim do mês de outubro, que renderam aproxima-damente 177 termos Circunstanciados de Ocorrência (tCOs). Para a contabilização final dos dados, a Pre aguardava dados ainda de 28 promotorias.

Dentro da proposta de trabalho pre-ventivo, alguns temas eleitorais tiveram um tratamento diferenciado dos promotores. A proibição da propaganda eleitoral nos dias de votação, por exemplo, foi assunto de reuniões, recomendações a candidatos e partidos e até celebração de compromissos. Os candidatos dos municípios de Guapó, Abadia e Aragoi-

Cooperação entre Ministério Público de Goiás e Procuradoria Regional Eleitoral possibilitou intensificar o trabalho de acompanhamento do processo eleitoral, contribuindo para coibir irregularidades

Parceria afinada na fiscalização das eleições

eleitoral

ânia, na região metropolitana de Goiânia, firmaram com o mP-GO termo de compro-misso com a moralidade eleitoral no qual se comprometeram a não promover o derrama-mento de santinhos em vias públicas.

AvAlIAçãO POsItIvAPara o coordenador do Centro de Apoio

Operacional (CAO) de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público, rodrigo bol-leli Faria, o número de ações propostas foi satisfatório, já que foram adotadas diversas es-tratégias preventivas. “A quantidade de ações e representações atesta que o mP eleitoral está imbuído em punir os transgressores das normas eleitorais. Os números apresentados demonstram também que a população este-ve atenta na fiscalização dos ilícitos eleitorais, uma vez que a deflagração de várias ações e representações foi motivada por denúncias dos cidadãos”, avalia.

Para o procurador regional eleitoral em Goiás, Alexandre moreira tavares dos Santos, a atuação superou as expectativas. “O trabalho

Integrada (GGI), que construiu um projeto. Foram parceiros da iniciativa o Centro de Apoio Operacional de Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (CAOCOP), a escola Superior (eSmP), o Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCrIm), o Centro de Inteligência (CI), o Grupo de Atuação especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Procuradoria regional eleitoral (Pre).

Para as últimas eleições foi oferecido supor-te jurídico, material e operacional aos promo-tores eleitorais, por meio de palestras, a cartilha eleitoral e orientações com linhas de atuação. “A interação e a proximidade entre os promo-tores eleitorais e a Pre contribuiu para a ado-ção de medidas concatenadas e uniformes, que tiveram abrangência e efetividade em todo estado” explica bolleli. Para o trabalho ser bem-sucedido, foi decisiva ainda a atuação das Polícias militar e Civil. As denúncias foram reali-zadas pelo Sistema Pardal (da Justiça eleitoral), pelo 127 (número de denúncias do mP-GO), aplicativo mP Social e o e-mail Denuncie a Cor-rupção ([email protected]).

foi feito de forma uniforme no estado. As ofici-nas foram muito produtivas e representaram uma boa troca de experiência e de orienta-ções com os promotores eleitorais”, pontua.

O procurador complementa que a fisca-lização da máquina pública e de eventuais abusos de poder começou já no início do ano. O segundo momento ocorreu durante o registro das candidaturas, no qual a parceria do mP-GO com a Procuradoria evitou a can-didatura de eventuais fichas sujas, cobrando a devida aplicação da Lei da Ficha Limpa. A cooperação também teve destaque na fis-calização da propaganda eleitoral. “O nosso trabalho ainda não se encerrou, mas a expec-tativa é desenvolver programa similar para as próximas eleições”, adianta.

A PArCErIAPara rodrigo bolleli, esta cooperação é a

maior e mais efetiva parceria entre ministério Público estadual e a Procuradoria regional eleitoral em eleições. A parceria surgiu de uma ideia do Gabinete de Planejamento e Gestão

Na última oficina sobre atuação eleitoral, realizada após as eleições, foi feito um balanço da parceria e debatida a prestação de contas

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4 jornal mp goiás | Goiânia -outubro e novembro de 2016 www.mpGo.mp.br

Fotos: Lázaro Ribeiro

Caminhos para todosProjeto desenvolvido pelo MP no município de Goiás, em

parceria com outros órgãos, busca garantir acessibilidade às

vias da cidade históricaAntiga capital do estado e Patrimônio

da humanidade, a cidade de Goiás é um dos grandes atrativos do esta-

do, funcionando como polo turístico e cultu-ral. Seu acervo histórico a diferencia, mas traz também algumas dificuldades em termos de mobilidade urbana. essas características específicas colocaram a cidade no radar do ministério Público de Goiás, que, após consul-ta à comunidade, definiu pela elaboração de um projeto destinado a garantir condições de acessibilidade às pessoas com deficiência que moram ou visitam a cidade sem descaracteri-zar o patrimônio histórico.

A inciativa está inserida em um programa mais amplo, o viva Acessibilidade!, desenvol-vido pelo Centro de Apoio Operacional dos Direitos humanos (CAODh) e levado a outros municípios. Na cidade de Goiás, o desafio, con-tudo, é maior, tendo em vista a necessidade de preservação do acervo histórico urbano.

Dentro das etapas do projeto, em agosto deste ano, foi feito um levantamento na cida-de com topógrafo, juntamente com o Grupo de trabalho da Acessibilidade, criado a partir das reuniões com a comunidade. A equipe percorreu as ruas do Centro histórico de Goi-ás a fim de coletar dados para elaboração de uma planilha com os obstáculos e suas avalia-ções, que embasariam um diagnóstico a ser produzido em sintonia com as normas legais. A partir desse estudo, a providência imediata será a elaboração do Projeto de Acessibilida-de para a Cidade de Goiás.

Segundo detalha o coordenador do CAO-Dh, promotor eduardo Prego, a ideia do proje-to é “garantir o direito à acessibilidade a todos (moradores e visitantes da cidade de Goiás), por meio da implantação de três rotas acessí-veis na cidade de Goiás, tendo como referên-cias básicas a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei nº 10.098/2000, a Lei nº 13.146/2015, o Decreto nº 5.296/2004,

a Nbr9050 da AbNt e a Instrução Normativa nº 1/2003, do Iphan, conciliando a conserva-ção do patrimônio arquitetônico e urbanístico com a promoção da acessibilidade para as pes-soas com deficiência ou mobilidade reduzida.”

vIstOrIAA proposta do projeto é criar rotas para

alcançar os principais serviços públicos da ci-dade. Goiás é composta por três largos: Largo do Coreto, Largo do Chafariz e Largo do rosá-rio. As rotas devem contemplar todos eles. Os principais obstáculos visíveis são os postes, os meios-fios e as lajes irregulares, sendo impor-tante uma normatização do uso das calçadas.

Para identificar os pontos que merecem atenção, foi promovido um reconhecimento das vias que integram as rotas-piloto. essa ati-vidade envolveu não só as equipes do Grupo de trabalho de Acessibilidade, como algumas pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida, que puderam demonstrar, na práti-ca, as dificuldades enfrentadas. esse trabalho foi acompanhado pela equipe da Coordena-ção de Apoio extrajudicial do mP, que asses-sora o projeto.

Na vistoria, foram feitas marcações sobre o itinerário, que consistiram na identificação de calçadas estreitas, escoamento das águas pluviais, postes próximos aos muros, lixo nas calçadas, desnível das ruas. O topógrafo que fará o estudo completo do roteiro acompa-nhou o trajeto.

MObIlIzAçãOA mobilização pela acessibilidade na cida-

de de Goiás teve início ainda no ano de 2013. em um workshop, foram formados grupos de trabalho e definidos os eixos de atuação. A partir daí, foram também desenvolvidas ações educativas, com distribuição de carti-lhas e intervenções urbanísticas.

Ao longo de 2014 e 2015, foram realizadas reuniões com a prefeitura e Câmara de vere-adores e promovida uma audiência pública. Além disso, foram firmados termos de Coo-peração com a universidade Federal de Goiás (uFG) e o Instituto Federal de Goiás (IFG) para apoio ao projeto.

direitos humanos

Antes do levantamento, promotor observa o que deveria ser analisado pelo grupo

Reunião na sede das Promotorias de Goiás, com a participação do MP-GO e do Grupo de Trabalho da Acessibilidade, definiu o roteiro da inspeção a ser feita nas ruas da antiga capital

Marcações foram realizadas a partir de observações das pessoas com deficiência

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A escola Superior do ministério Públi-co de Goiás (eSmP) comemorou no mês de outubro uma importante

conquista. Por decisão do Conselho estadual de educação, a unidade do mP-GO dedicada ao aperfeiçoamento profissional e cultural de membros e servidores foi credenciada como escola de Governo, o que a autoriza a realizar cursos de pós-graduação. e o primeiro deles já está sendo estruturado, com previsão de início em maio de 2017. Será uma pós-gradu-ação lato sensu em Direito Processual Civil e ministério Público e oferecerá 40 vagas.

Diretora da eSmP, a promotora Ana Pau-la Antunes vieira Nery explica que, antes do credenciamento, a escola não era uma unidade de capacitação reconhecida pelo

Com o credenciamento da Escola Superior do MP como Escola de Governo, órgão se prepara para oferecer cursos de pós-graduação, com novas perspectivas para o aperfeiçoamento da atuação

Uma nova escola para o Ministério Público

aperfeiçoamento institucional

Reunião do Conselho Estadual de Educação que aprovou o credenciamento da ESMP como Escola de Governo contou a presença do procurador-geral de Justiça e da equipe da Escola

ministério da educação (meC). Por isso, ofe-recia apenas cursos de pequena duração. “Agora, passamos a ser uma instituição de ensino com validação pelo meC, o que ofe-rece oportunidade de uma vida acadêmica extensa. teremos curso de pós-graduação e poderemos evoluir para uma escola corpora-tiva”, detalha a promotora.

Inicialmente, os cursos serão voltados para o público interno. Posteriormente, há possibi-lidade de ampliar o público-alvo por meio de convênios. O credenciamento e a autoriza-ção para oferta da pós-graduação permitem à eSmP a emissão de certificação acadêmica com validade nacional.

O PrOCEssOO anseio de credenciar a eSmP não é re-

cente. Apesar da vontade de torná-la escola do Governo, essa possibilidade não era per-mitida pelo meC. entretanto, a resolução n° 6, de 18 de setembro de 2015, estabeleceu as normas para o credenciamento das escolas de Governo junto ao Sistema educativo do estado de Goiás.

A relatora do processo da eSmP no Con-selho estadual de educação, maria ester Gal-vão de Carvalho, que deu parecer favorável ao credenciamento, comenta que esse é um fato

de suma importância para o estado de Goiás e um momento de fortalecimento da eSmP e de todos os que integram os vários segmen-tos que compõem o ministério Público.

ester acredita que a eSmP, ao qualificar os integrantes do ministério Público, os fortalece e valoriza. “O sentimento de pertencimento do pós-graduado se reverterá em maior mo-tivação e dedicação às suas atividades, será emancipador”, avalia.

Outro fator social destacado é o material que será produzido ao término do curso, que poderá ser difundido para além das fronteiras do estado de Goiás, levando ao cidadão co-mum a visão dos integrantes do ministério Público e seus demais agentes sobre matérias de interesse público. “O Conselho estadual de educação também se fortalece ao credenciar instituições do porte e importância da eSmP. O Sistema educativo de Goiás só tem a ga-nhar quando é integrado por instituições de ensino cujos princípios norteadores são o ple-no desenvolvimento e capacitação dos seus, com reflexo direto no atendimento aos cida-dãos goianos”, comemora ester.

CrItérIOsPara que o credenciamento fosse realiza-

do, foi necessária a definição de alguns pon-

tos. O primeiro critério foi o pleno atendimen-to às disposições estabelecidas na resolução nº 6. A escola Superior do ministério Público definiu claramente sua identidade pública, sua missão, seus objetivos, suas metas, seu público-alvo, correspondendo a todos os re-quisitos legais.

A Comissão de especialistas apresentou o relatório de avaliação e considerou, sem ressalvas, que a escola Superior do ministério Público possui todas as condições para seu credenciamento como escola de Governo, bem como se manifestou totalmente favorá-vel à aprovação do curso de pós-graduação lato sensu em Direito Processual Civil e minis-tério Público.

“A organização administrativa da eSmP chamou-nos especial atenção, bem como a estrutura e propósitos claramente definidos no Plano de Desenvolvimento Institucio-nal (PDI) e no Projeto Pedagógico de Curso (PPC). São documentos elaborados com o cuidado e a qualidade essenciais para o cre-denciamento e a autorização”, pondera ester. A estrutura física, os equipamentos, os recur-sos físicos e didáticos, a formação do corpo docente, a biblioteca e o acervo bibliográfico foram outros elementos favoráveis conside-rados pelo Conselho.

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realizar ações de inspeção preventiva integrada de espaços públicos na pro-teção aos direitos do cidadão – com

esse objetivo, o ministério Público de Goiás e o Conselho regional de engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) firmaram neste ano mais um termo de cooperação técnica para atuação conjunta. Assim, locais de acesso público, como estádios, teatros, hospitais, parques de diversão, escolas, igrejas, indústrias, presídios, órgãos pú-blicos e outros deverão ser vistoriados a fim de verificar se há problemas de ordem técnica que possam colocar em risco a vida, a segurança e a integridade física das pessoas que os utilizam. O termo de cooperação tem vigência de 60 meses.

entre as áreas objeto de inspeções estão as de engenharia, agronomia, geologia, geo-grafia, meteorologia, agricultura, mineração, preservação do patrimônio histórico e cultural, acessibilidade, meio ambiente, segurança pú-blica e relações de consumo. Na avaliação da promotora Suelena Carneiro Caetano Jayme, coordenadora do Centro de Apoio Operacional do meio Ambiente do mP e uma das articula-doras da ação, o termo de cooperação técnica “consolida uma parceria institucional importan-tíssima, contribuindo de maneira efetiva para o aprimoramento do desempenho das funções institucionais ministeriais, de proteção aos cida-dãos e à sociedade, no que se refere aos direitos difusos e coletivos”.

O presidente do Crea-GO, Francisco Almei-da, reforça que a colaboração visa intensificar a fiscalização em benefício da sociedade, com vistas à sua segurança, cobrando a qualidade das obras e serviços de engenharias e também a boa conduta dos profissionais registrados. “te-mos esse interesse em comum, de defender a sociedade goiana, e por isso essa parceria é mui-to importante.” Outro ponto positivo da parceria, segundo Almeida, é que o Crea não tem poder de polícia, ao contrário do mP. “Caso seja detec-tado algum perigo iminente, além das punições administrativas por parte do Conselho, o mP-GO também poderá tomar as providências cabíveis, como requerer o embargo de obras ou serviços, por exemplo”, observa.

DEfINIçõEsA grande novidade dessa parceria é o

Novo termo de cooperação técnica firmado entre MP-GO e Crea-GO pretende aprimorar fiscalização, para agir de forma preventiva em vistorias a espaços públicos

Reforço em inspeções preventivasurbanismo

acesso ao banco de dados georreferenciados, provenientes dos serviços de fiscalização do Conselho para utilização em análises técnicas periciais. As ações de Inspeção Preventiva Inte-grada (IPI) também foram ampliadas, havendo agora a previsão de vistorias em presídios e demais estabelecimentos de cumprimento de pena e delegacias de polícia, bem como em hospitais. “A inspeção tem como objetivo cons-tatar a existência de problemas de ordem téc-nica que possam colocar em risco a vida, a se-gurança e a integridade física das pessoas que utilizam os prédios e serviços públicos”, reitera Suelena Jayme.

A parceria, entretanto, não substitui a atuação dos técnicos do mP-GO. ela prevê a complementação do assessoramento técnico aos promotores de Justiça, sendo necessária a requisição, mediante plano de trabalho es-pecífico, que contemple assuntos atinentes ao objeto do termo de cooperação. Dentro desse auxílio técnico, os profissionais ligados ao Conselho poderão realizar perícias e visitas técnicas, inclusive em obras de grande im-pacto; participar e prestar assessoria técnica em seminários, audiências, reuniões e outros eventos; propor estudos e elaborar material de apoio técnico; promover a capacitação dos membros do mP sobre a importância do ordenamento urbano; elaborar relatórios, laudos técnicos e pareceres para a promoção da acessibilidade no âmbito dos Projeto de Acessibilidade e mobilidade urbana idealiza-dos pelo mP-GO, inclusive participando das reuniões e audiências públicas nas comarcas, devidamente acompanhada por servidor da instituição.

Do trabalho que for feito, o Crea encami-nhará ao mP-GO relatório circunstanciado, quando encontrados nas obras ou serviços de

engenharia indícios de irregularidades, lesão ou ameaça de lesão a bem de interesse públi-co, para providências cabíveis, como nos casos de descumprimento das normas técnicas, do código de obras e edificações, do plano dire-tor, das recomendações técnicas de órgãos públicos fiscalizadores, da legislação ambiental vigente e dos demais assuntos relacionados com as diversas áreas de atuação do Conselho (qualidade de obras civis e de infraestrutura, riscos estruturais, danos ambientais, vícios em projetos de engenharia, trabalhos técnicos in-suficientes, acobertamento profissional, entre outros).

Outra ação importante que foi reforçada é a obrigação do Crea de instaurar processo administrativo para a apuração de ilegalidade comunicada pelo mP-GO, aplicando medidas disciplinares ao profissional eventualmente res-ponsável.

DEsDObrAMENtOs Dentro desse trabalho conjunto, alguns

resultados já foram alcançados, como a reali-zação de seminário de capacitação de equipes técnicas dos municípios para o licenciamento ambiental de postos de combustíveis. tam-bém já foram feitas vistorias conjuntas em al-guns postos de combustíveis da capital, com a participação dos técnicos do Crea, mP-GO, Instituto brasileiro do meio Ambiente e dos re-cursos Naturais renováveis (Ibama), Secretaria estadual de meio Ambiente, recursos hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos metropoli-tanos (Secima) e Agência municipal do meio Ambiente (Amma). está sendo finalizada ainda a atualização da instrução normativa sobre o licenciamento, a ser repassada a todos os mu-nicípios de Goiás credenciados para a emissão de licença ambiental.

Além disso, houve aumento da demanda por visitas, laudos e pareceres técnicos, além da reestruturação do Departamento técnico do Crea-GO, para que 22 profissionais de diversas áreas da engenharia estejam preparados para atender às demandas do mP-GO na fiscalização e análise técnica de obras e atividades.

reforçando a importância da colabora-ção, Francisco Almeida entende que, com ela, “a sociedade passa a ter dois órgãos isentos e focados em sua defesa, que trabalharão em conjunto com esse objetivo comum. Além da segurança, o convênio trará bons frutos para outras áreas abrangidas pelas engenharias, como a mobilidade urbana, a preservação do meio ambiente e, especialmente, o desenvol-vimento sustentável dos municípios goianos e do estado como um todo”.

OUtrAs PArCErIAsem 2013, outra parceria foi firmada entre o

mP-GO e o Crea para implementação de ações integradas de monitoramento e fiscalização do uso e aplicação de agrotóxicos. Foi criado um comitê gestor e cada uma das entidades com-prometeu-se a contribuir para trabalhar para a colocação no mercado de alimentos cujo con-sumo seja seguro.

Outro termo, firmado entre o mP, Crea e outras sete instituições em 2015, objetivava ar-ticular a implementação dos Planos municipais de Saneamento básico nos municípios goianos, bem como dar suporte técnico ao Projeto Sa-neando qualidade, desenvolvido em conjunto pelo Centros de Apoio Operacional do meio Ambiente e o do Consumidor.

Para Suelena Jayme, “o atual termo de coo-peração é uma consolidação dos anteriores e possibilita um melhor detalhamento sobre as ações e formas de concretizar a parceria”.

Presidente do Crea-GO destaca os benefícios da nova parceria firmada com o MP-GO, durante a assinatura do documento

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O Departamento estadual de trânsito de Goiás (Detran-GO) assinou termo de ajuste de conduta que prevê a adaptação das edi-ficações que abrigam a sede do órgão, em Goiânia, para que sejam acessíveis e livre de obstáculos arquitetônicos. O documento foi firmado entre o presidente do Detran-GO, manoel Xavier, e a promotora de Justiça ma-rilda helena dos Santos, da Promotoria de Defesa da Pessoa com Deficiência.

O projeto será desenvolvido em três fa-ses distintas: a elaboração do projeto arqui-

Detran em Goiânia terá adaptações de acessibilidade

tetônico, o processo licitatório e a execução da obra. O prazo final definido no docu-mento para a conclusão de todas as obras é de 240 dias.

Assim, entre outros requisitos, as adap-

tações deverão prever itens como piso e sinalização tátil, sinalização sonora, acessi-bilidade em banheiros, rampas de acesso, rebaixamento de calçadas, atendimento prioritário às pessoas com deficiência, além

de um intérprete de libras, em período inte-gral de funcionamento.

O ministério Público, por sua vez, fará a fiscalização do cumprimento das obriga-ções assumidas no tAC.

Acervo das Promotorias de Minaçu

giro mp

Saneago garante ao mP viabilidade para esgotamento sanitário de loteamento em Jussara

vereadores de Aurilândia aprovam projeto de lei da Ficha Limpa municipal

reunião com vereadores eleitos em minaçu apresenta trabalho de controle social

em reunião com o ministério Público, a Saneago con-firmou que há a viabilidade técnica operacional para aten-dimento de esgotamento sanitário do Loteamento Solar Nobre, em Jussara. Assim, o empreendimento, que possui cerca de mil lotes, deverá apresentar em breve um projeto de infraestrutura por completo.

A preocupação do ministério Público é a de garantir o saneamento básico no município, mesmo diante do rápido

surgimento de novos loteamentos, explicou o promotor bernardo morais Cavalcanti, da 1ª Promotoria de Justiça de Jussara.

mais de 80% do município é atendida pela rede de es-goto. “Portanto, a falta de interligação da rede do loteamen-to Solar Nobre teria um impacto negativo no esgotamento sanitário do município e também para os consumidores que vierem a adquirir lotes no local”, pontua o promotor.

Após atuação da equipe da Promotoria de Justiça de Aurilândia junto aos vereadores e à po-pulação, a Câmara municipal aprovou o projeto de lei que institui a Lei da Ficha Limpa municipal. Aprovada por unanimidade de votos, a norma , que proíbe a nomeação para cargos em comissão nos Poderes Legislativo e executivo do municí-pio e para contratos de prestação de serviços de quem esteja incurso nas hipóteses previstas no artigo 1º, da Lei Complementar nº 64/90, seguiu para sanção da prefeita Cida Furtado.

Para garantir a aprovação da lei, o promotor de Justiça murilo da Silva Frazão realizou reunião com alguns dos vereadores e conseguiu cons-cientizar e mobilizar a população sobre a impor-tância do projeto.

As 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de mi-naçu promoveram encontro entre o Grupo de Controle Social do município e os vere-adores eleitos para o mandato 2017-2020. O objetivo da reunião foi apresentar aos próximos integrantes da Câmara municipal o trabalho desenvolvido pelo grupo na fis-calização da gestão da saúde pública.

O promotor de Justiça Daniel Lima Pessoa destacou o trabalho de capacita-ção realizado e citou a auditoria cívica re-alizada nas unidades de saúde, na farmácia

popular, no hospital municipal e no Samu, oportunidade em que foi constatada e do-cumentada a situação da prestação de ser-viços à saúde no município. esse trabalho, realizado pelo grupo, resultou na proposi-tura de ações judiciais.

Os futuros vereadores reconheceram a importância da colaboração da população na formulação de políticas públicas e na fiscalização da aplicação dos recursos pú-blicos e disseram que vão contribuir com o trabalho do grupo.

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Acervo das Promotorias de MinaçuAcervo das Promotorias de MinaçuAcervo das Promotorias de MinaçuAcervo das Promotorias de MinaçuAcervo das Promotorias de Minaçu

Cristina Rosa

recuperação e preservação de manan-ciais de água e adequações para o des-carte regular de lixo (os resíduos sólidos)

foram os principais temas em que se concen-traram as ações desenvolvidas neste ano pelo programa Ser Natureza, do ministério Público de Goiás. voltado para a articulação, em parceria com a comunidade, de soluções extrajudiciais para demandas ambientais, o programa foi le-vado neste ano a 17 municípios – em 3 deles, o trabalho concentrou-se na questão dos resídu-os sólidos e, nos demais, abrangeu a recupera-ção de Áreas de Preservação Permanente (APP) de córregos e rios de abastecimento público.

em três dos municípios que focaram na recuperação de mananciais - Sanclerlância, Ita-puranga e Guaraíta –, os grupos de trabalho, formados por membros da comunidade, com o apoio dos promotores de Justiça e da equipe do Ser Natureza, já preparam as próximas ações conjuntas. em todas as cidades, as iniciativas contam com o suporte e o assessoramento do Centro de Apoio Operacional do meio Ambien-te (Caoma) e da Coordenadoria de Apoio à Atu-ação extrajudicial (Caej).

sANClErlâNDIAO município de Sanclerlândia, no oeste do

estado, finalizou a segunda etapa da recupera-ção do Córrego Cerrado e já tem previstas ações

Em 2016, Ser Natureza realizou ações em 17 municípios goianos na proteção ao meio ambiente

Um balanço positivo em favor do verde

ser natureza

para a próxima fase. Para 2017, o projeto prevê finalizar os 735 hectares de conservação de solo e ampliar o trabalho de educação ambiental na rede de ensino. Segundo a engenheira agrôno-ma da Caej, Adriane Chagas, já existem várias articulações em andamento.

A microbacia do Córrego Cerrado sofria de degradação dos solos e formação de processos erosivos devido ao pastejo intensivo, ao desma-tamento sem critérios e à falta de cumprimento da legislação ambiental vigente, comprometen-do as áreas de reserva Legal (rL) e de APP.

Para a terceira fase, será realizada a conser-vação de solo com a demarcação de curvas de nível, construção de barraginhas (pequenas

Promotora Andréia Zanon também destaca a importância do trabalho em Sanclerlândia

Reunião em Itapuranga: promotor agradece empenho dos que se envolveram na primeira etapa do projeto e anuncia nova mobilização

barragens) e de sistemas de terraceamento em quatro propriedades rurais, totalizando uma área de aproximadamente 735 hectares, com o custo de r$ 246 mil. Para Adriane, essa será a etapa mais importante do projeto. “A conserva-ção permite que água da chuva infiltre no solo e mantenha as culturas, as pastagens e o lençol freático abastecido, para que o Córrego Cerrado tenha água durante todo o ano”, explica.

O trabalho terá início na propriedade rural de Januário Antônio de Andrade. Para os produ-tores, a parceria com o mP-GO permite confian-ça no projeto e na execução, assim, todos estão fazendo o possível para implantar as práticas de conservação de solo. todas essas atividades se-rão orientadas por um técnico da emater.

Para agradecer o apoio e o empenho da comunidade na primeira fase, a promotora de Justiça Andréia Zanon entregou, em uma soleni-dade especial, um certificado para os envolvidos no projeto, reconhecendo as ações realizadas para a preservação do meio ambiente.

ItAPUrANgA E gUArAítANo Noroeste do estado, os municípios de Ita-

puranga e Guaraíta vão iniciar a segunda fase do Ser Natureza. Ao todo, 82 propriedades rurais lo-calizadas na bacia do Córrego Campininha serão incluídas. Segundo observa o promotor Felipe Feres, o objetivo da segunda etapa envolve mais que apenas o Grupo de trabalho. “Na primeira, trabalhamos com as escolas, agora queremos envolver mais a sociedade da região”, pontua.

Nas visitas técnicas, foi verificado que o solo da microbacia do Córrego Campininha está muito degradado devido a sucessivas explora-ções agropecuárias. Para a recuperação do solo e do manancial serão implantados o serviço de terraceamento em nível, bacia de captação em estradas e pastagens, cercamento de nascentes de APP e será feita a readequação de estradas. De acordo com a engenheira da Caej, serão in-vestidos nessa fase cerca de r$ 735 mil.

O agradecimento pela mobilização da co-munidade, com a entrega de certificados aos proprietários rurais participantes da primeira etapa, também ocorreu na comarca, por inicia-tiva do promotor e da equipe do programa. O Grupo de trabalho e os empresários de Itapu-ranga e Guaraíta que contribuíram na efetivação de recursos para a execução receberam adesi-vos de reconhecimento.

O PrOgrAMAO Ser Natureza busca a melhoria da quali-

dade ambiental do município interessado, por meio do estabelecimento do diálogo com a rede envolvida e a efetivação de parcerias no en-frentamento da demanda selecionada, seja ela a recuperação de cursos d’água, a adequação do descarte do lixo ou outros problemas que pos-sam ser resolvidos extrajudicialmente.

O programa é uma iniciativa do Centro de Apoio Operacional do meio Ambiente do mP--GO, que utiliza a metodologia de trabalho e o assessoramento da Caej.