jornal jÁ bom fim - novembro de 2014

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26 ANOS BOM FIM Novembro de 2014 Págs. 3 a 5 No lugar dos cinemas, um banco As imagens divulgadas não renderam qualquer informação sobre o bando Demolição interdita restaurante Pág. 6 Pág. 6 NOVO BALTIMORE O Santander é o mais provável locatário das salas do térreo do Novo Baltimore, para uma segunda agência no Bom Fim. O velho Baltimore nos anos da contracultura tinha quatro cinemas ali. HPS Fim das obras somente em 2015 REDENÇÃO Esculturas estão de volta ao parque Prometida para este fim de ano, a conclusão das obras está mais uma vez adiada. A direção não fala. Já estão no lugar quatro, das 12 obras do parque da Redenção que estão sendo restauradas com patrocínio privado. Das esculturas foram feitas réplicas em resina, para dissuadir os ladrões. O escultor Luiz Henrique Mayer teve que recriar o busto do criador da homeopatia, do qual não restou vestígio Secretário Casartelli (de jaleco aberto) em visita ao HPS no início de novembro Foto: Ricardo Azeredo/PMPA ro- meti Mayer, com o busto de Hahnemann

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Page 1: Jornal JÁ Bom Fim - Novembro de 2014

26a n o sb o m   f i m

Novembro de 2014

Págs. 3 a 5

No lugar dos cinemas,

um banco

As imagens divulgadas não renderam qualquer informação sobre o bando

Demolição interdita restaurante

Pág. 6

Pág. 6

N O V O B A L T I M O R E

O Santander é o mais provável

locatário das salas do térreo do Novo

Baltimore, para uma segunda

agência no Bom Fim. O velho

Baltimore nos anos da contracultura

tinha quatro cinemas ali.

HPSFim das obras somente em 2015

redençãoEsculturas estão de volta ao parque

Prometida para este fim de ano, a conclusão das obras está mais uma vez adiada. A direção não fala.

Já estão no lugar quatro, das 12 obras do parque da Redenção que estão sendo restauradas com patrocínio privado. Das esculturas foram feitas réplicas em resina, para dissuadir os ladrões. O escultor Luiz Henrique Mayer teve que recriar o busto do criador da homeopatia, do qual não restou vestígio

Secretário Casartelli (de jaleco aberto) em visita ao HPS no início de novembro

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Mayer, com o busto de Hahnemann

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Novembro de 2014b o m   f i m2

Redação:Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro HistóricoCEP 90020-025 - Porto Alegre / RS

Edição fechada às 14h do dia 11/11/2014

Contatos:

(51) 3330-7272

www.jornalja.com.br

[email protected]

jornaljaeditora

jornal_ja

O Jornal Já Bom Fim é uma publicação de Jornal Já Editora

Editor: Elmar Bones

Reportagem:Elmar Bones e Patrícia Marini

Fotografia:Dora Giuliani, Arquivo Jornal Já, PMPA, CMPA.

Diagramação:Cabeças Fumegantes DG

DistRibuição gRatuita

ExpEDiEntE

Nota do Edi torDiz a voz corrente na mídia que o país saiu dividido

das eleições de outubro.É possível, mas isso ainda tem que ser provado. Uma

eleição, por mais intensa que seja, é pouco para provar uma tese como essa.

É mais bordão, para ser usado em propaganda. Não é bem verdade, mas interessa, vai espalhando.

A luta política não dá trégua. Não dá para esperar para entender o que aconteceu com a eleição.

É preciso ter um slogan no dia seguinte: o país saiu dividido, como se a estatística pudesse substituir a realidade.

O país não está dividido. A democracia brasileira saiu triunfante desta eleição. Independente de quem ganhou ou perdeu, foi um passo à frente.

Um passo à frente

lancheria do parqueBoM FiM

osvaldo aranha, 1086 - Fone 3311.8321

Av. Venâncio Aires nº 876Bom Fim - Porto AlegreFone 51-3332 0063

Av. Sarmento Leite nº 811Cidade Baixa - Porto AlegreFone 51-3221 9390

[email protected]

Café do Lago - Continua sem solução. O contrato com o permissionário foi rompido e uma nova licitação ainda não tem data. Um espaço importante do parque que continua abandonado, se deteriorando.

A loja de artigos infantis Zero Kids dá lugar a mais uma lancheria na Osvaldo Aranha. As instalações já estão prontas, mas ainda não tem a placa.

Sinal de que o Natal está chegando na Os-valdo Aranha: as lojas ostentam cartazes em busca de vendedores.

Sempre no segundo sábado do mês, o Brick de desapegos atrai centenas de pessoas ao

Bar Ocidente, das 12h às 20h. Na calçada da rua João Telles, entrada lateral do bar, o Balaio Free anuncia o agito. São roupas para escolher e levar... de graça! Lá dentro, dezenas de expositores oferecem peças fe-mininas que vão do clássico ao artesanal, a preços de brechó.

A temporada 2014 do projeto Concertos Populares com Orquestra termina no dia 22 de novembro, às 21h, no Salão de Atos da UFRGS. Ingressos à venda a partir do dia

BOM FIMURGENTE17. Sob regência de Tiago Flores, a orques-tra da Ulbra vai tocar com a banda porto--alegrense de rock Cachorro Grande.

O Núcleo de Estudos da Canção recebe o grupo POETs para uma audição comentada,

na 2ª-feira, dia 17 de novembro, às 19h, na Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110). Os POETs percorrem o país com shows há mais de dez anos: Ri-cardo Silvestrin, Ronald Augusto e Alexandre Brito. Mediação do poeta e professor de Li-teratura Brasileira da UFRGS, Paulo Seben.

Estreia no dia 14 de novembro, Fassbin-der – O Pior Tirano É o Amor, dirigido por Clovis Massa, com dramaturgia de Diones Camargo. A montagem inédita é baseada na biografia de um dos maiores e mais polêmi-cos cineastas da história, Rainer Werner Fas-sbinder. A peça estará em cartaz nas sextas, sábados e domingos, às 20h, até o dia 30. Na Sala Álvaro Moreyra, Centro Municipal de Cultura (Erico Verissimo, 307). Ingressos a R$ 20. (Estudantes, idosos e classe artísti-ca: R$ 10).

Por Tudo... Gracias mescla canções, milon-gas, candombes e chacareras, num diálogo musical e cênico, com composições latino--americanas de Paulo Renato, autor do projeto, e outros consagrados compositores, e a dança de Renata Vasconcelos. Única apresentação em Porto Alegre dia 21/11, às 20h, no espaço Frater: Vicente da Fontoura, 1015/201.

Os chafarizes do Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, estão servindo para refrescar pessoas que passam o dia no centro, sob um calor de 38 graus. Se a moda pegua, vai virar atração turística.

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Novembro de 2014 b o m   f i m 3LEIA MAISLEIA MAIS emem www.jornal ja .com.brwww. jornal ja .com.br

dITAdUrA

Coronel foi a primeira vítima

Corre na Justiça Federal, em Ca-noas, uma ação civil pública para que o tenente-coronel Alfeu de Alcântara Monteiro seja reconhe-cido como ví�tima do golpe militar em 1964. A ação é do Ministério Público, contra a União.

O tenente-coronel Alfeu de Al-cântara Monteiro foi morto a ti-ros no dia 4 de abril de 1964 na sala de comando da Base Aérea de Canoas.

O inquérito na época concluiu que foi “legí�tima defesa”: Alfeu te-ria puxado a arma primeiro.

Segundo o presidente do Mo-vimento de Justiça e Direitos Hu-manos, Jair Krischke, que fez a denúncia, Alfeu Monteiro foi a primeira ví�tima fatal da ditadura militar no Rio Grande do Sul.

eLeIçÕeS

Tarso pensou no longo prazo

Na contramão do resultado nacional, que reelegeu Dilma Rousseff para a Presidência, o eleitor gaúcho manteve a escri-ta e pela oitava eleição consecu-tiva desde a redemocratização, trocou o governador.

Tarso Genro, candidato à re-eleição, mesmo com uma boa avaliação de seu governo, foi derrotado por uma diferença de 1,5 milhão de votos pelo o ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori.

Tarso, ao contrário da maio-ria dos governos anteriores, pensou a longo prazo, certo de que se reelegeria. Deixou projetos que darão frutos ao seu vencedor. Talvez com isso Sartori possa quebrar a re-gra e convencer o eleitor da continuidade.

O que saber para não querer que se repita

LAnçAMenTo

Os perdedores que venceram

F e c h a n d o o ano de mui-tos lançamen-tos por conta dos 50 anos do golpe mi-litar de 1964, o jornalista Ayrton Cen-teno lança Os Vencedores.

São 856 pá-ginas sobre a trajetória dos der-rotados de 1964 e 1968, que hoje estão no poder - Lula, Dilma etc.

Livraria Saraiva do Moinhos Shopping, em Porto Alegre, dia 18/11, 19 horas.

deMoCrACIA

Donos da mídia no Congresso

A Constituição proí�be, mas chega a 271 o número de deputados e se-nadores que são sócios ou diretores de 324 veí�culos de comunicação.

É� o que aponta um levantamen-to feito pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

O artigo 54 da Constituição não poderia ser mais claro: é proibido a todo e qualquer ocupante de cargo eletivo ser diretor ou proprietário de canais de comunicação, como jornais impressos, rádios e TV.

É o artigo 55 pune com a perda do mandato quem descumprir o artigo anterior. Ninguém foi puni-do até hoje.

Uma das novidades da nova Lei das Antenas em Porto Alegre foi a exclusão do Conselho Municipal de Desenvolvi-mento Urbano e Ambiental do proces-so de licenciamento para as ERBs.

Pelas novas regras, as operadoras de telefonia não são obrigadas a apre-sentar o EVU-Estudo de Viabilidade Urbaní�stica (e Ambiental) ao Conse-lho do Plano Diretor.

O conselho era veí�culo de muitas reclamações sobre a proliferação de ÉRBs em situação irregular por toda a cidade.

FeIrA do LIVro

Invasão “chapa branca”O fotógrafo e ativista

social Éduí�no de Matos, lançou um olhar crí�tico sobre a ocupação dos espaços na Feira do Li-vro que há 60 anos se realiza na Praça da Al-fândega de Porto Ale-gre, na primeira quin-zena de novembro.

As fotos que fez revelam o avanço inexorável das empresas, ór-gãos públicos, entidades oficiais sobre os espaços mais nobres da feira, relegando os livros ao segundo plano, aos corredores onde mal se consegue andar. Confira em http://goo.gl/FV6Wsd

A Sociedade Sul Brasileira de Psicanálise está convidan-do para “um passeio pelos campos da psicanálise”. É� sábado, 22 de novembro, na 10ª Jornada Psicanalí�tica, na Escola Superior do Ministé-rio Público ( rua Cel. Genuí�no, 421), centro de Porto Alegre /RS. A abertura será às 9 horas e o encerramento às 17 horas. Para marcar os 10 anos da en-tidade, também será lançado o livro Énsaios Psicanalí�ticos.

JornAdA

Passeio psicanalítico

LeI dAS AnTenAS

Nova lei ignorou os moradores

Alfeu de Alcântara MonteiroOs estandes oficiais ocupam espaços nobres

Eduino de Matos

Tarso Genro

K I T   A N T I D I T A D U R A

As duas primeiras edições já foram lançadas. A terceira está em edição para circular dia 5 de dezembro. Tiragem limitada. Reserve seu exemplar.

A tortura chega aos quartéis. Grupos armados desafiam o regime. Para esmagá-los, a ditadura

desce aos porões e, com isso, perde o que ainda

resta de apoio da sociedade ao movimento de 1964.

Assim começou o golpe. Da Legalidade, passando pela conspiração, até o golpe deflagrado pelo telefone.

A ditadura mostra sua cara. Derrubado

o governo, os generais empalmam

o poder e afastam os líderes civis.

Cassações, expurgos, surgem as

primeiras reações. O regime endurece.

Três edições especiais da revista JÁ reconstituem os fatos que marcaram a ditadura militar no Brasil de 1964 a 1989.

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Três escultu-ras (dois bus-tos e um ros-to), formam o primeiro con-junto já con-cluí�do. Élas

homenageiam médicos ilus-tres da cidade, tinham sido todas roubadas.

Já estão recolocadas na la-teral do parque junto à aveni-da João Pessoa.

Ao todo, serão recuperadas 12 obras, entre monumentos, estátuas e bustos, danificadas ou roubadas. O projeto marca os 65 anos do Sinduscon e é coordenado pela arquiteta e restauradora Verônica Di Benedetti.

Para evitar os ladrões, o bronze das peças originais será substituí�do por uma re-sina à qual é misturado pó de bronze, para obter o mesmo efeito e textura. É� um recurso que já foi usado em parques de São Paulo e Belo Horizonte.

Na Redenção, a primeira a ir para o lugar foi a cabeça

Esculturas começam a voltar ao parque

As primeiras obras de artes do parque da Redenção, restauradas com patrocínio privado, começam a voltar aos seus lugares.

“Os Lusíadas”, de 1972, monumento em homenagem do quarto centenário do poema épico de Luís de Camões

“Busto de Licínio

Cardoso”, de 1952, também

de autoria de André Arjonas,

homenagem ao introdutor

da Homeopatia no Rio Grande

do Sul

(herma) do médico Heitor Annes Dias (1884/1943).

Nascido em Cruz Alta, cate-drático da Faculdade de Me-dicina, ele trabalhou também no Rio de Janeiro e alcançou reconhecimento internacio-nal como clí�nico.

A peça esculpida em bron-ze, para homenageá-lo, foi furtada há anos. Agora ga-nhou uma réplica, feita pelo artista plástico Luiz Henrique Mayer.

Ex- aluno de Vasco Prado, Mayer é o responsável pela reprodução das esculturas em resina isoftálica.

Algumas, como o busto do criador da homeopatia, Sa-muel Hahnemann, ele teve que recriar porque não en-controu nenhuma referência

da obra desaparecida há um ano. Era um busto de Hah-nemann jovem, feito pelo escultor espanhol Andres Arjonas.

O escultor fez uma pesqui-sa, mas as melhores referên-cias que encontrou foi de um Hahnemann já idoso. Então, a partir delas fez uma "releitu-ra", envelhecendo o busto.

A cabeça do professor Annes Dias foi encontrada depois de uma pesquisa do escultor, que descobriu regis-tros sobre uma réplica pedida pela Faculdade de Medicina. Dela foi feito um molde para a cópia em resina. “Consegui autorização da direção da fa-culdade para fazer o molde em borracha de silicone com capa de gesso, misturado

Monumento a Giusepe Garibaldi e Anita passa por limpeza antes da restauração

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com fibra de vidro”, conta o escultor.

Semelhante foi o caso do bus-to do médico Licí�nio Cardoso.

Quando foi instalado no parque, o busto em homena-gem ao grande homeopata, a prefeitura de Lavras do Sul, sua terra, encomendou uma réplica, para instalar na cida-de. Agora, ela serviu de mode-lo para a reprodução.

Além das esculturas, na terça-feira será entregue tam-bém o monumento “Os Lusí�a-das”, que foi limpo e restaura-do, com recolocação da placa de bronze, danificada pelas tentativas de roupo.

A limpeza do Monumento ao Expedicionário, prevista para o final de novembro, é a ultima etapa do projeto.

Esculturas começam a voltar ao parque

As primeiras obras de artes do parque da Redenção, restauradas com patrocínio privado, começam a voltar aos seus lugares.

As ações de resgate de 12 obras do patrimônio histó-rico no parque da Redenção contam com o patrocí�nio do NEX Gruop e da Cyrela Goldsztein.

O parque tem mais de 30 peças escultóricas ao ar livre, segundo a coordenadora do projeto, arquiteta e restaura-dora Verônica Di Benedetti.

“É� um acervo que conta a história da sociedade porto--alegrense”, diz a arquiteta. Os 12 monumentos selecio-nados para este primeiro projeto de parceria entre Sin-duscon e Prefeitura foram os seguintes:

Cabeça de Beethoven, Ca-beça de Chopin, Monumento a Carlos Gomes,Homenagem a Beethoven, Busto de Annes Dias, Busto de Licí�nio Cardo-so, Busto de Samuel Hahne-mann, Os Lusí�adas, Homena-gem aos Mortos em Combate ao Comunismo, Coluna Brasi-leira, Obelisco da Comunida-de Sí�rio-libanesa, Obelisco da Comunidade Israelita e Mo-numento ao Expedicionário.

Os critérios para sua sele-ção foram a visibilidade junto à comunidade, material cons-tituinte (predominantemente rochas) e representatividade dentro do seu estilo e época.

"É� um prestação de contas do trabalho que vem sendo realizado pelo Sinduscon", disse o coordenador do projeto e vice-presidente da en-tidade, Zalmir Chwartz-mann, ao lado do presi-dente Ricardo Sessegolo. “A ideia é outras empre-

sas se interessem em colaborar”.

A entrega oficial das primeiras quatro obras foi na manhã do dia 11 de no-vembro> Foram entregues: "Os Lusí�adas", “Busto de Annes Dias", "Busto de Li-cí�nio Cardoso" e "Busto de Samuel Hahnemann".

Chwartzmann e Sessegolo, do Sinduscon, com o secretário municipal da Cultura, Roque Jacoby, e Luiz Antonio Custódio, do Patrimônio Histórico

Resgate do Patrimônio histórico

“Busto de Samuel Hahnemann”, de 1943, homenagem da Liga Homeopática do Rio Grande do Sul, ao fundador da Homeopatia. Como o original, de autoria do arquiteto e escultor Andres Arjonas, foi furtado e não havia uma réplica, uma nova versão teve que ser modelada. Nas fotos, as três etapas do trabalho Luiz Henrique Mayer: a modelagem em argila, uma cópia em gesso e, finalmente, a réplica em resina isoftálica.

“Cabeça de Annes Dias”, de 1949, homenagem ao grande médico nos cinco anos de sua morte

“É uma prestação de contas”

O artista plástico Luiz Henrique Mayer e a arquiteta Verônica Di Benedetti

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A demolição de um prédio antigo na avenida Osvaldo Aranha levou à interdição do restaurante Gourmet da Re-denção. Com as escavações, o piso do restaurante, no térreo do prédio vizinho, afundou.

Segundo o engenheiro Cris-tiano Sarmento, responsável técnico pela obra, o dano foi reconhecido, o seguro da obra vai cobrir os prejuí�zos. Vai ser feito um reforço estrutural no prédio abalado e restaurado o piso. Provavelmente haverá indenização por lucro cessan-te ao restaurante, que serve em torno de 300 refeições diárias.

Quanto aos supostos danos

causados no prédio do outro lado, onde funciona a loja Ao Crochet, a mais antiga do bair-ro, o engenheiro diz que não foram verificados danos. Éle acredita que, se houve inun-dação, como alegam as pro-prietárias, as causas não têm a ver com a demolição. Regina Katz, uma das proprietárias, disse ao JA� que tem tudo do-cumentado e vai tomar as providências cabí�veis.

No lugar do prédio demoli-do, uma estreita faixa de ter-reno de 6 por x 40 metros, vai ser construí�do um prédio de 2 andares, com fins comerciais. A obra está suspensa, aguar-dando a liberação do seguro.

A empresa não fala, mas o mer-cado dá como certo: o Novo Baltimore, a tor-

re de 18 andares que muda a paisagem do Bom Fim, vai ter o térreo ocupado por uma grande agência bancá-ria. O candidato mais forte é o Santander.

O velho Baltimore nos anos da contracultura che-gou a ter quatro cinemas ali. Além do prédio cor-de-rosa, que marcou gerações, a nova construção engoliu um dos mais tradicionais redutos do Bom Fim boêmio: o bar João. O prédio onde funcionava o bar foi abalado pelas obras e acabou incorporado ao terreno.

O Novo Baltimore, em fase de acabamento, ocupa um terreno de 5 mil metros qua-drados, com 50 metros de frente para a avenida Osval-do Aranha.

Dois salões de 500 metros quadrados cada um, com pé direito de dois andares, abrem-se para a avenida. Eles pertencem aos proprie-tários do terreno, são parte do pagamento.

Acima, quatro andares de garagem e 11 andares com

noVo BALTIMoreUm banco no lugar do cinema

18 salas cada um, num total de 198 salas. Cada sala tem um box na garagem, mais 124 vagas rotativas.

A sala comercial padrão, com trinta e poucos metros quadrados, está na casa dos R$ 300 mil. Se for alugada, ga-

rantem os corretores, rende no mí�nimo R$ 2 mil por mês.

Mais de 80% das salas estão vendidas, segundo os corretores. Advogados, arquitetos, psicólogos, mé-dicos são maioria entre os compradores.

Prédio está quase pronto na avenida Osvaldo Aranha

O térreo será ocupado por uma agência bancária

doreS de UMA deMoLIção

Um restaurante interditado e vizinhos inundados

Estacas sustentam

a parede do restautante, onde o chão

afundou.

Está à venda o prédio do Cine Avenida, inaugurado em 1929 na avenida Redenção (atual João Pessoa), na esquina com a Venâncio Aires. Depois que suas duas salas de cinema fecharam, em 1996, ali funcionou um bingo. Hoje está bastante deteriorado.

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Editado pelo Gabinete de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre

www.portoalegre.rs.gov.br • twitter: @nossa_poa

Já começou o Recadastra POA,a maior ação de recadastramento imobiliário dos últimos 30 anos na cidade.Esta iniciativa conta com agentes a serviçoda Prefeitura que estão visitando imóveispara coletar informações. Se o seu imóvelfoi selecionado, verifique se os agentes estão com uniforme e crachá de identificaçãoe os receba bem.

A PREFEITURACONTA COM A SUAPARTICIPAÇÃO PARA PLANEJAR UMA PORTO ALEGRECADA VEZ MELHOR.

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EM CASO DE DÚVIDAS, LIGUE 156, OPÇÃO 4.

O preço do me-tro quadrado de imóveis para alu-gar no Bom Fim já supera o do

Moinhos de Vento, na média.A informação é de uma

pesquisa de um sindicato do setor imobiliário de Porto Alegre feita nesse semestre.

Ela evidencia uma mudan-ça de perfil do bairro.

O espaço que já foi re-duto de punks, da magri-nhagem e do pessoal al-ternativo da cidade está se homogeneizando.

A diversidade no perfil dos habitantes e frequen-tadores agora só é vista na Lancheria do Parque, na Re-denção e nas suas feiras.

Porque o quadrilátero for-mado por Osvaldo Aranha e Independência, Ramiro Barcelos e Túnel da Concei-ção, tornou-se uma das áre-as mais nobres e caras da cidade.

Parte dessa mudança - ou resultado dela - é a cara das

novas residências e do co-mércio que se instalou no Bom Fim nas últimas duas décadas.

Os prédios pequenos, ge-minados, próximos da cal-çada, e os sobrados foram dando lugar, pouco a pouco, a espigões.

Posso lembrar agora, de memória, de meia dúzia de-les (um na Ramiro com a Cabral, outro na Felipe perto da Bento Figueiredo, um ter-ceiro na Fernandes a poucos metros da Osvaldo, tem tam-bém um na Vasco da Gama, outros dois na João Telles...).

Todos eles com uma ca-racterí�stica distinta da ambi-ência tradicional bomfinia-na: são espigões, gradeados, com recuo, cheios de gara-gens e vendidos como de alto padrão.

Além da mudança na pai-sagem, mais carros e menos gente na rua, há um novo perfil de morador que, pela lógica, deve ter um alto po-der aquisitivo.

Bom Fim com cara de MoinhosOs prédios pequenos e os velhos sobrados foram, pouco a pouco, dando lugar aos novos espigões

No comércio, as lojas de bairro foram perdendo es-paço para novas unidades de grandes redes. É os bares, fe-chados nos anos 1990.

O Bar João, por exemplo, foi demolido junto com o Cine Baltimore para a cons-trução de um centro profis-sional de quase 20 andares.

Com mais gente trabalhan-do em escritórios e novos moradores mais bem aqui-nhoados, a gastronomia pas-sou a ser a mola propulsora dos negócios do bairro, com um sem número de buffets e estabelecimentos de comidas especiais - cachorro quente gourmet, hamburguer gour-met, lancheria especializada em churros, pubs de cerve-jas artesanais, cafés-livrarias, padarias diferenciadas.

Até os mercadinhos entra-ram na onda dos produtos com valor agregado.

As vantagens e desvanta-gens dessa transformação nesses 20 anos são discutí�-veis, mas o fato é que o Bom Fim de hoje mais se parece ao Moinhos de Vento do que ao bairro de duas ou três dé-cadas atrás.

Guilherme Kollingespecial para o JÁ Bom Fim

Na média, os imóveis no bairro já estão estão mais caros do que os localizados no Moinhos de Vento

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No fim de setem-bro, a Secretaria Municipal da Saúde informou que “as obras do

Hospital de Pronto Socorro, iniciadas em 2011, serão en-tregues até o final deste ano”.

O bloco cirúrgico seria entregue em novembro e a emergência, em dezembro. Pela previsão anterior, o bloco cirúrgico deveria ter sido con-cluí�do em setembro passado. A emergência, em obras há três anos, tinha o fim previsto para o final deste mês.

Agora, a previsão corren-te no HPS é de que só nos primeiros meses de 2015 as novas instalações, com novos equipamentos, entrarão em uso.

A direção se limita a referir as dificuldades de reformar um prédio antigo, tombado pelo patrimônio público, sem fazer novas previsões .

A parte principal da refor-ma - ampliação e moderniza-ção da emergência - vai custar R$ 13,3 milhões. São mais de 30% acima do orçamento ori-ginal, de R$ 8,9 milhões.

No iní�cio, informou-se que o grosso dos recursos viria do programa QualiSus, do Minis-tério da Saúde.

Agora a Secretaria informa que dois terços do valor serão desembolsados pela prefeitu-ra, o restante pelo Ministério da Saúde.

As obras do novo bloco ci-rúrgico, que já estariam 90% concluí�das, vão custar outros R$ 3,6 milhões, com a Prefei-tura bancando 80% e o Minis-tério da Saúde 20%.

A assessoria informou que obras complementares estão prontas, como a nova sala de recuperação e a sala para coleta e transfusão de sangue. “Também foi adquiri-do um tomógrafo, que exigiu um ambiente especial. Já está funcionando”.

A emergência, que ocupa o primeiro pavimento e parte do segundo, manteve as ati-vidades mesmo com as obras em andamento.

Por ser a principal unidade para atendimento a trauma na cidade, seria risco para a população o seu fechamento, ainda que temporário.

As obras em conclusão ago-ra são apenas uma etapa de um projeto de modernização do HPS, que deverá estar con-cluí�do só em 2018, com inves-timento de R$ 57 milhões, o maior de sua história.

dois anos sem banco de sangue

Antes de começar a refor-ma, o HPS ganhou uma nova caixa de força, que custou R$ 1,5 milhão, entregue em 24 de novembro de 2010.

No fim daquele mês, o ban-co de sangue foi fechado. Fun-

Obras só terminam em 2015

cionários diziam que era por falta de pessoal. A direção dis-se que era devido à reforma, que começaria em março, mas só começou em agosto.

O posto de coleta de sangue ficou desativado até 2012.

Sinais inquietantesReferência nacional em

atendimento de emergência, o HPS emite sinais inquietan-tes ao final de uma reforma que se arrasta há quatro anos e sobre a qual não se tem mui-tas informações.

Numa lista do Sindicato Médico com os cinco princi-pais problemas da saúde pú-blica em Porto Alegre, o HPS está no topo.

A lista foi publicada na edi-ção de agosto da revista do Sindicato. Aponta: fechamen-to da UTI clí�nica, reforma pre-cária e atrasada, exames de imagem interrompidos sem aviso.

Para o presidente do Si-mers, Paulo de Argolo Men-des, o HPS passa por uma "re-forma que mais parece uma

comédia de erros. Desde o iní�-cio, é atrapalhada, anárquica, desordenada, patética”.

No iní�cio de novembro, médicos e enfermeiros, “can-sados de pedir providências”, denunciaram à imprensa que as UTI estavam há seis meses sem ar climatizado, exigido pela Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa). Surpreendido pela notí�cia, o secretário municipal de saú-de, Carlos Henrique Casartelli, reconheceu que não sabia do problema.

O hospital completou 70 anos em abril de 2014 e está na metade de uma reforma,

que é “a maior de sua histó-ria”. Mas parece que não há motivos para comemorações.

“retrocesso em todas as áreas”

Um dos mais contundentes crí�ticos da gestão da saúde no âmbito municipal é o Sindica-do Médico do Rio Grande do Sul, o Simers.

Seu presidente, Paulo Ar-golo Mendes, diz na última edição da revista do sindica-to que a situação da saúde no municí�pio, sob o governo José Fortunati “é a pior dos últi-mos mandatos”.

“O prefeito conseguiu re-troceder no que outros ti-nham avançado. O que se vê é um verdadeiro desmonte da saúde na capital, onde 35%dos leitos do SUS foram fechados nos últimos anos”, afirma Argolo. A CPI da Saúde está empacada na Câmara. A condução da saúde em Porto Alegre precisa ser passada a limpo”.

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Secretaria da Saúde anunciou para dezembro o fim da reforma.Tudo indica, porém, que as obras vão invadir o próximo ano

Argolo, presidente do Simers

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Há três anos em obras, o HPS ainda não tem data para retornar à normalidade