jornal folêgo 27

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Ao longo dos seus mais de 2500 anos, o ioiô tornou-se sinô- nimo de diversão e também de esporte, tendo sido usado pelos filipinos durante o século XVIII como instrumento de caça Renata Frota A arte de jogar JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR NOV/DEZ 2011 ANO 9 N° 27 Em Fortaleza, o ioiô ainda não possui grande visibilidade como esporte. No entanto, a Capital tem feito parte das rotas de competi- ções. Durante o período de agosto a novembro de 2011, a Cia York de Yoyo realizou um campeonato de ioiô amador a fim de divulgar a modalidade. As disputas ocor- reram em supermercados, praças, shoppings e reuniram vários participantes, desde profissionais e campeões brasileiros a iniciantes. O vencedor do evento foi Samuel Barbosa, de apenas15 anos. Já em Janeiro de 2012, duran- te os dias 28 e 29, no Centro de Convenções do Ceará, a Funda- ção de Cultura Nipônica Brasileira (FCNB) e a equipe organizadora do Super Amostra de Animes (SANA) realizarão uma compe- tição de ioiô de grande porte durante o SANA Fest 2012, dentro do espaço denominado “Art & Fest” . De acordo com Helena Carvalho, coordenadora cosplay (o termo remete às pessoas que se fantasiam de personagens da ficção) do FCNB, “o SANA adotou essa atração aproveitando a febre deste tradicional brinquedo, que volta com tudo em vários locais de Fortaleza “, explica. As inscrições, que irão até o dia 21 de janeiro, serão gratuitas e poderão ser realizadas pelo e-mail da própria coordenadora: [email protected]. Saiba mais Competições na Capital FOTO:THALYTA MARTINS FOTO:MARINA DUARTE Pole Dance: co- nheça como a modalidade, por muito tempo margina- lizada, tornou-se um meio de manter o corpo em forma Página 3 Saiba mais... Dorminhoco Com o braço junto ao ombro, o jogador lança o ioiô para baixo e vira lentamente a palma da mão para baixo e deixa o ioiô parado por alguns instantes. Manobras básicas: Aprenda a manobrar Cachorrinho passeando Primeiro realiza-se o “dorminhoco” , em seguida o jogador encosta, com cuidado, o ioiô ao chão e deixa-o rolar. Depois, puxa-o para cima. Meia volta O jogador flexiona o braço na altura do ombro e depois lança o ioiô, com força, para o lado. Em seguida, ele faz um semicírculo de uma lado para outro. Manobras avançadas: Serpente O jogador realiza um “cachorrinho passeando” . Quando o ioiô se aproxima do chão, o jogador se ajoelha, assobia, chamando o ioiô de volta, e arrasta-o no chão. Volta ao mundo Com a palma da mão virada para baixo, o jogador lança o ioiô para frente. Em seguida, balança-o para cima, rodando-o pelo ar. Depois puxa-o de volta. ILUSTRAÇÕES: RENATA FROTA Eles viraram febre aqui no Brasil nos anos 80. Mas, desde a déca- da de 1930, os discos atualmen- te de plástico ou de metal, uni- dos por um eixo e presos a uma cordinha mais conhecidos como ioiô, já podiam ser vistos indo e vindo nas mãos de adultos e crianças. Embora ainda seja considerado um dos brinquedos mais antigos do mundo, realizar manobras com o objeto também é considerado um esporte. Em países como Estados Uni- dos e Japão, o ioiô profissional já existe há um bom tempo, as- sim como as competições. Desde 1992 o Campeonato Mundial de Yoyo, instituído pelo estaduni- dense Dale Ducan, reúne parti- cipantes de diversas localidades, até mesmo do Brasil. Os favori- tos ao título de melhor jogador geralmente são os japoneses. Tanto que o atual campeão mun- dial de ioiô é Shinji Saito, que já conquistou o título onze vezes. Inclusive o único brasileiro a vencer a competição, o fundador da Associação Brasileira de Ioiô (ABI), Rafael Matsunaga, possui ascendência oriental. Coincidências a parte, a ver- dade é que, em uma competi- ção de ioiô, domínio da técnica, destreza e criatividade são fer- ramentas necessárias. Afinal, jogar o objeto pode até parecer simples e fácil à primeira vis- ta. No entanto, a prática é bem mais complexa. Antes de come- çar a treinar uma manobra, é preciso conhecer o modelo de ioiô adequado. Os de “eixo fixo”, como o nome já sugere, possuem o eixo preso. Desse modo não é pos- sível substituí-lo por uma peça chamada rolamento. Esse tipo de ioiô é bem popular e, geralmen- te, utilizado em manobras mais simples. Por isso, recomendado aos iniciantes. Já os de “eixo ro- lamento” ou “profissional”, pos- suem o eixo móvel, permitindo que o objeto seja aberto para a substituição do rolamento. Esse modelo é muito usado por aqueles que já dominam técni- cas mais elaboradas, manobras de maior dificuldade e necessi- tam que o ioiô “durma” (quando o objeto gira em torno do eixo, e não da corda) por um tempo maior. Há também o ioiô “trans- laxe”, que funciona como um eixo falso, uma espécie de anel de nylon ou teflon ao redor do eixo fixo, que permite que o ioiô “durma” por mais tempo. Campeonatos As modalidades em um campeonato são de- finidas justamente pelo modelo do ioiô e pelas manobras, mas podem variar de acordo com a organização do evento. Dione Rangel, fundador da Cia York de Yoyo, em- presa realizadora de cam- peonatos em todo o País, explica que as competições podem ser de eixo fixo ou de eixo rolamento, sendo que cada uma segue critérios diferen- tes. Nas de eixo fixo, “os compe- tidores terão que realizar sete ma- nobras, sendo a última usada em caso de desempa- te. Lembrando que essas manobras são básicas e simples de aprender. Já as de eixo ro- lamento, são divididas em cinco modalidades: 1A, 2A, 3A, 4A e 5A. Nela os competidores terão que realizar as manobras obri- gatórias (muito superiores às do eixo fixo) e os que passarem terão de um a três minutos para realizar manobras livres que se- rão julgadas em vários quesitos, dentre os quais: originalidade, performance e estilo, dificuldade e mérito, técnica e penalidade”. Campeão carioca de ioiô, Ran- gel conta que uma das barreiras para o crescimento do espor- te ainda é a falta de patrocínio. “Apenas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná existem cam- peonatos de alto nível”. Sendo assim, por meio da Cia York ele tem buscado propagar a moda- lidade por outros Estados. “Nós percorremos o Brasil e ficamos de dois a três meses em cada ci- dade. Visitamos as escolas para apresentarmos, nos ho- rários de recreio, a arte de jogar ioiô e convidamos os alunos para participarem das competi- ções que serão realizadas”, conta. O campeão recomenda al- gumas dicas a quem deseja iniciar no esporte: “comece com um ioiô de eixo fixo. É mais fácil para aprender antes de ir direto para os de rolamentos. Vi- site também o site da ABI (www. ioiobrasil.org) para aprender manobras e ficar sabendo das competições que estão aconte- cendo pelo País”, informa.

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Jornal laboratorial de jornalismo da Universidade de Fortaleza

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Page 1: Jornal Folêgo 27

Ao longo dos seus mais de 2500 anos, o ioiô tornou-se sinô-nimo de diversão e também de esporte, tendo sido usado pelos fi lipinos durante o século XVIII como instrumento de caça

Renata Frota

A arte de jogar

JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR NOV/DEZ 2011 ANO 9 N° 27

Em Fortaleza, o ioiô ainda não possui grande visibilidade como esporte. No entanto, a Capital tem feito parte das rotas de competi-ções. Durante o período de agosto a novembro de 2011, a Cia York de Yoyo realizou um campeonato de ioiô amador a fi m de divulgar a modalidade. As disputas ocor-reram em supermercados, praças, shoppings e reuniram vários participantes, desde profi ssionais e campeões brasileiros a iniciantes. O vencedor do evento foi Samuel Barbosa, de apenas15 anos.

Já em Janeiro de 2012, duran-te os dias 28 e 29, no Centro de Convenções do Ceará, a Funda-ção de Cultura Nipônica Brasileira (FCNB) e a equipe organizadora do Super Amostra de Animes (SANA) realizarão uma compe-tição de ioiô de grande porte durante o SANA Fest 2012, dentro do espaço denominado “Art & Fest”. De acordo com Helena Carvalho, coordenadora cosplay (o termo remete às pessoas que se fantasiam de personagens da fi cção) do FCNB, “o SANA adotou essa atração aproveitando a febre deste tradicional brinquedo, que volta com tudo em vários locais de Fortaleza “, explica.

As inscrições, que irão até o dia 21 de janeiro, serão gratuitas e poderão ser realizadas pelo e-mail da própria coordenadora: [email protected].

Saiba mais

Competições na Capital

Foto:thalyta M

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Pole Dance: co-nheça como a modalidade, por muito tempo margina-lizada, tornou-se um meio de manter o corpo em forma Página 3

Saiba mais...

DorminhocoCom o braço junto ao ombro, o jogador lança o ioiô para baixo e vira lentamente a palma da mão para baixo e deixa o ioiô parado por alguns instantes.

Manobras básicas:

Aprenda a manobrar

Cachorrinho passeandoPrimeiro realiza-se o “dorminhoco”, em seguida o jogador encosta, com cuidado, o ioiô ao chão e deixa-o rolar. Depois, puxa-o para cima.

Meia voltaO jogador fl exiona o braço na altura do ombro e depois lança o ioiô, com força, para o lado. Em seguida, ele faz um semicírculo de uma lado para outro.

Manobras avançadas:

SerpenteO jogador realiza um “cachorrinho passeando”. Quando o ioiô se aproxima do chão, o jogador se ajoelha, assobia, chamando o ioiô de volta, e arrasta-o no chão.

Volta ao mundoCom a palma da mão virada para baixo, o jogador lança o ioiô para frente. Em seguida, balança-o para cima, rodando-o pelo ar. Depois puxa-o de volta.

Cachorrinho passeandoDorminhoco Serpente Volta ao mundo

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Eles viraram febre aqui no Brasil nos anos 80. Mas, desde a déca-da de 1930, os discos atualmen-te de plástico ou de metal, uni-dos por um eixo e presos a uma cordinha mais conhecidos como ioiô, já podiam ser vistos indo e vindo nas mãos de adultos e crianças. Embora ainda seja considerado um dos brinquedos mais antigos do mundo, realizar manobras com o objeto também é considerado um esporte.

Em países como Estados Uni-dos e Japão, o ioiô profi ssional já existe há um bom tempo, as-sim como as competições. Desde 1992 o Campeonato Mundial de Yoyo, instituído pelo estaduni-dense Dale Ducan, reúne parti-cipantes de diversas localidades, até mesmo do Brasil. Os favori-tos ao título de melhor jogador geralmente são os japoneses. Tanto que o atual campeão mun-dial de ioiô é Shinji Saito, que já conquistou o título onze vezes. Inclusive o único brasileiro a

vencer a competição, o fundador da Associação Brasileira de Ioiô (ABI), Rafael Matsunaga, possui ascendência oriental.

Coincidências a parte, a ver-dade é que, em uma competi-ção de ioiô, domínio da técnica, destreza e criatividade são fer-ramentas necessárias. Afi nal, jogar o objeto pode até parecer simples e fácil à primeira vis-ta. No entanto, a prática é bem mais complexa. Antes de come-çar a treinar uma manobra, é preciso conhecer o modelo de ioiô adequado.

Os de “eixo fi xo”, como o nome já sugere, possuem o eixo preso. Desse modo não é pos-sível substituí-lo por uma peça chamada rolamento. Esse tipo de ioiô é bem popular e, geralmen-te, utilizado em manobras mais simples. Por isso, recomendado aos iniciantes. Já os de “eixo ro-lamento” ou “profi ssional”, pos-suem o eixo móvel, permitindo que o objeto seja aberto para a substituição do rolamento. Esse modelo é muito usado por aqueles que já dominam técni-cas mais elaboradas, manobras de maior difi culdade e necessi-tam que o ioiô “durma” (quando o objeto gira em torno do eixo, e não da corda) por um tempo maior. Há também o ioiô “trans-laxe”, que funciona como um eixo falso, uma espécie de anel de nylon ou tefl on ao redor do eixo

fi xo, que permite que o ioiô “durma” por mais tempo.

Campeonatos As modalidades em um campeonato são de-fi nidas justamente pelo modelo do ioiô e pelas manobras, mas podem variar de acordo com a organização do evento. Dione Rangel, fundador da Cia York de Yoyo, em-presa realizadora de cam-peonatos em todo o País, explica que as competições podem ser de eixo fi xo ou de eixo rolamento, sendo que cada uma segue critérios diferen-tes. Nas de eixo fi xo, “os compe-tidores terão que realizar sete ma-nobras, sendo a última usada em caso de desempa-te. Lembrando que essas manobras são básicas e simples de aprender. Já as de eixo ro-lamento, são divididas em cinco modalidades: 1A, 2A, 3A, 4A e 5A. Nela os competidores terão que realizar as manobras obri-gatórias (muito superiores às do eixo fi xo) e os que passarem terão de um a três minutos para realizar manobras livres que se-

rão julgadas em vários quesitos, dentre os quais: originalidade, performance e estilo, difi culdade e mérito, técnica e penalidade”.

Campeão carioca de ioiô, Ran-gel conta que uma das barreiras para o crescimento do espor-te ainda é a falta de patrocínio. “Apenas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná existem cam-peonatos de alto nível”. Sendo assim, por meio da Cia York ele tem buscado propagar a moda-lidade por outros Estados. “Nós percorremos o Brasil e fi camos de dois a três meses em cada ci-dade. Visitamos as escolas para

apresentarmos, nos ho-rários de recreio, a

arte de jogar ioiô e convidamos

os alunos para participarem das competi-ções que serão r e a l i z a d a s ” , conta.

O campeão recomenda al-

gumas dicas a quem deseja iniciar

no esporte: “comece com um ioiô de eixo fi xo. É mais fácil para aprender antes de ir direto para os de rolamentos. Vi-site também o site da ABI (www.ioiobrasil.org) para aprender manobras e fi car sabendo das competições que estão aconte-cendo pelo País”, informa.

NOV/DEZ 2011 ANO 9 N° 27

Foto:thalyta M

artins

vencer a competição, o fundador da Associação Brasileira de Ioiô (ABI), Rafael Matsunaga, possui

Coincidências a parte, a ver-dade é que, em uma competi-ção de ioiô, domínio da técnica, destreza e criatividade são fer-ramentas necessárias. Afi nal, jogar o objeto pode até parecer simples e fácil à primeira vis-ta. No entanto, a prática é bem mais complexa. Antes de come-çar a treinar uma manobra, é preciso conhecer o modelo de

Os de “eixo fi xo”, como o nome já sugere, possuem o eixo preso. Desse modo não é pos-sível substituí-lo por uma peça chamada rolamento. Esse tipo de ioiô é bem popular e, geralmen-te, utilizado em manobras mais simples. Por isso, recomendado aos iniciantes. Já os de “eixo ro-lamento” ou “profi ssional”, pos-suem o eixo móvel, permitindo que o objeto seja aberto para a substituição do rolamento. Esse modelo é muito usado por aqueles que já dominam técni-cas mais elaboradas, manobras

fi xo, que permite que o ioiô “durma” por mais tempo.

Campeonatos As modalidades em um campeonato são de-fi nidas justamente pelo modelo do ioiô e pelas manobras, mas podem variar de acordo com a organização do evento. Dione Rangel, fundador da Cia York de Yoyo, em-presa realizadora de cam-peonatos em todo o País, explica que as competições podem ser de eixo fi xo ou de eixo rolamento, sendo que cada uma segue critérios diferen-tes. Nas de eixo fi xo, “os compe-tidores terão que realizar sete ma-nobras, sendo a última usada em caso de desempa-te. Lembrando que essas manobras são básicas e simples de aprender. Já as de eixo ro-

rão julgadas em vários quesitos, rão julgadas em vários quesitos, dentre os quais: originalidade, performance e estilo, difi culdade e mérito, técnica e penalidade”.

Campeão carioca de ioiô, Ran-gel conta que uma das barreiras para o crescimento do espor-te ainda é a falta de patrocínio. “Apenas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná existem cam-peonatos de alto nível”. Sendo assim, por meio da Cia York ele tem buscado propagar a moda-lidade por outros Estados. “Nós percorremos o Brasil e fi camos de dois a três meses em cada ci-dade. Visitamos as escolas para

apresentarmos, nos ho-rários de recreio, a

arte de jogar ioiô e convidamos

os alunos para participarem das competi-ções que serão r e a l i z a d a s ” , conta.

O campeão recomenda al-

gumas dicas a quem deseja iniciar

no esporte: “comece

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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 20112

As quadras que já receberam competições e eventos de porte regional, nacional e internacional estão disponíveis para interessa-dos na prática esportiva Juliano de Medeiros

Parque desportivo de portas abertas

O ginásio poliesportivo tem um complexo de 5 mil m², com três quadras e uma sala multifuncional. Foto: thalyta Martins

Estádio de atletismo: a pista do estádio de atletismo da Unifor tem oito raias e 400m. Foto: thalyta Martins

A piscina semiolímpica possui 25 metros e seis raias para competição e treinos. Foto: thalyta Martins

Além das suas salas de aula, da biblioteca e do Centro de Convivência, o restante do vasto espaço físico do qual a Universidade dispõe é pouco conhecido pelos alunos. Exis-te até mesmo um lago dentro do Campus. E aos interessados em exercícios, há diversas op-ções para a prática esportiva.

Muitos ainda não conhecem as quadras de tênis, a piscina ou a pista de atletismo, itens que fazem parte do Parque Despor-tivo da Unifor. Além de servir para treinos das seleções uni-versitárias e abrigar grandes competições, o Parque possui horários disponíveis para o uso de suas quadras, salas e cam-pos por alunos, funcionários e pela comunidade em geral.

EstruturaSó o Ginásio possui um com-plexo com cerca de 5 mil m², onde três quadras poliesporti-vas impressionam pelo tama-nho. Normalmente, em cada quadra se pratica uma moda-lidade. A maior recebe futsal e as duas menores vôlei e bas-quete, o que pode variar de acordo com as necessidades. Outra estrutura importante é a sala multifuncional, na qual é possível praticar artes mar-ciais, dança e ginástica.

Para o auxiliar técnico do time de futsal feminino da Uni-for, Ricardo Barata, a quadra é ideal à prática da modalidade. “Futsal tem muito contato fí-sico e uma quadra que oferece toda essa dimensão, com uma área escape boa, protege a inte-gridade física dos atletas. É fun-damental que a gente tenha um ginásio dessa qualidade para um desenvolvimento melhor dos treinamentos esportivos”.

Inaugurado em 2007, o Gi-násio foi criado para atender as comunidades acadêmicas e os treinos das seleções espor-tivas da Universidade.Por isso tem uma capacidade limitada de cerca de 850 espectadores. Mas ainda há espaço para a instalação de arquibancadas móveis, o que pode elevar à ci-fra em 1200 pessoas.

Para Barata, ver o Ginásio construído é como presenciar a realização de um sonho. “Eu fui aluno daqui em uma das primeiras turmas e vi nascer

Caderno Fôlego - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profa. Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Professores orientadores: Alejandro Sepúlveda e Janayde Gonçalves - Projeto Gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Aldeci Tomaz, Juliano de Medeiros, Luíza Dantas, Marília Pedroza, Pedro Guedes e Renata Frota - - Edição: Giselle Nuaz, Juliano de Medeiros e Marília Pedroza - Redação: Hamlet Victor, Juliano de Medeiros, Luíza Dantas, Marília Pedroza, Pedro Guedes, Rebeca Marinho e Renata Frota - Fotografia: Damião Soares, Farley Aguiar, Iago Ribeiro, Marina Duarte, Patrícia

Mendes, Rhaiza Oliveira, Thalyta Martins - Coordenação de Fotografia - Júlio Alcântara - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares

Sugestões, comentários e críticas: [email protected] (85) 3477.3105

toda a história desse projeto. A evolução é notória. Tenho orgulho de trabalhar em uma Instituição que disponibiliza um ambiente do mais alto ní-vel. Hoje, a Unifor tem um es-paço que não deixa a desejar a ninguém no Brasil”.

A piscina da Universidade é semiolímpica, isto é, com 25 metros, e recebe treinos de se-leções, aulas do curso de Edu-cação Física e ainda disponibi-liza horários de nado livre aos alunos.

A quadra de vôlei de praia serve para a prática do esporte na areia e também de forma re-creativa por vários professores.

Aquisições recentesAs quadras de tênis são as construções mais recentes do Parque desportivo da Unifor. Criadas em 2009, as quatro quadras são de saibro e estão dentro dos padrões da Confe-deração Nacional de Tênis.

Elas foram construídas onde antes existia um campo de futebol. Mas os amantes desse esporte ainda têm muito espaço para praticar: o campo society e o de medidas oficiais.

Já no estádio de Atletismo, a pista classe dois, segundo a Federação Internacional de Atletismo, passa por uma re-forma completa. Lá funciona o Centro Nacional de Treina-mento de Atletismo (CNTA) Unifor/Caixa, resultado de uma parceria entre a Unifor, a Caixa Econômica Federal e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). O projeto tem como foco a divulgação do esporte-base e a busca e o desenvolvimento de novos ta-lentos. A meta é ajudar atletas a participar das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Uma dessas promessas, a atleta Gilailce Triguei-ros, ressalta a importân-cia da pista para o treino. “Sem essa pista nós não se-ríamos nada. É uma das me-lhores do Brasil. A prática do atletismo gira em torno de uma pista. Ou seja, uma pis-ta boa gera bons resultados”. Para a jovem do CNTA, o Es-tádio de Atletismo é mais que apenas um lugar de treinamen-to. “As maiores lembranças daqui são as quedas e a minha primeira competição”.

Divisão de Assuntos Desportivos (DAD) Estudantes e funcionários

precisam apenas preencher um

formulário no ato da reserva e

apresentar a carteira da biblioteca.

(85) 3477.3143/3130

Serviço

Page 3: Jornal Folêgo 27

3NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2011

“O pilates do terceiro milênio” A modalidade, que por muito

tempo foi marginalizada, ganhou espaço na vida da mulher moderna e tem se mostrado um grande alia-do na hora de manter a forma

Rebeca Marinho e Luiza Dantas

Destaque para o CearáEm setembro de 2011 aconteceu no Brasil o I Pole World Cup, um evento que reuniu os maio-res nomes nacionais e interna-cionais do Pole Dance no Rio de Janeiro. A competição foi dividida em quatro categorias: amador, profi ssional, interna-cional e melhor equipe. O Ceará se destacou com duas represen-tantes: Anne Lima na categoria amador e Nitchia Brito na cate-goria profi ssional. O Estado foi o único do Nordeste a participar da competição.

“Convidaram Recife e Salva-dor, mas como o nível da Copa era muito alto, eles ainda não ti-nham meninas preparadas para competir”, justifi ca Rosane Nó-brega, treinadora das duas com-petidoras cearenses que tiveram que enfrentar uma maratona de três meses de treino antes de

Studio Divine Movement Pole Dance Arte Fitness. (85) 3242.4788

Pole Dance Studium(85) 8758.1811 / 9621.6656

Serviço

Saiba mais...

Pole Dance nas Olimpíadas

A modalidade, que por muito tempo foi marginalizada, ganhou espaço na vida da mulher moderna e tem se mostrado um grande alia-do na hora de manter a forma

Rebeca Marinho e Luiza Dantas

Enquete

Acho que é muito bonito e sensual, quando bem fei-to! É uma grande atividade física para o corpo e ainda ajuda a mulher a sensualizar o seu parceiro quando for necessário. Se a minha namorada quisesse fazer ou até minha mãe, não teria nenhum pro-blema. Eu daria a maior força.

Felipe MenesesEstudante de Audiovisual

Não tenho nada contra as pes-soas que fazem, acho até a dança muito bonita. Mas como eu sou meio machista, eu não iria aceitar que alguém da minha família ou próximo de mim praticasse essa modalidade. Por se tratar de movimentos bastan-te eróticos e sensuais, eu não me sentiria bem em imaginar essas pessoas rodando em volta de um mastro.

Moacir NetoAdministrador

Você considera o Pole Dance uma modalidade Esportiva?

Nitchia Brito repre-sentou o Ceará na

categoria profi ssio-nal da I Pole World

Cup, que aconteceu no Rio de Janeiro

Foto: PatrÍCia MenDes

Eu acho o Pole Dance um esporte super bacana para a mulhera-da, pois, além de queimar algumas calorias com as danças sensuais e acrobáticas no mastro, elas po-dem usar tudo o que aprenderam na aula para seduzir e satisfazer os desejos de seus namorados e maridos. Se eu tivesse um tempi-nho, eu faria com certeza!

Flávia Daniela Educadora Física

Se antes o Pole Dance era asso-ciado às atividades de casas no-turnas e ao strip-tease, hoje ele é visto de outra maneira. Ape-sar de a modalidade ainda ser estigmatizada, suas vertentes – o Pole Dance Artístico e o Pole Dance Fitness – se tornaram conhecidas em todo o mundo.

Elas começaram a aparecer no Brasil em 2007, depois da novela global “Duas Caras”, na qual Alzira, a personagem vivi-da pela atriz Flávia Alessandra, dançava Pole Dance em uma bo-ate. Com o desenrolar da trama, Alzira saiu da boate e passou a dar aulas da dança em uma academia. Enquanto os brasileiros ainda se sur-preendiam com o Pole Dance através da TV, fora do Brasil o núme-ro de adeptos da mo-dalidade só crescia.

“Até hoje muita gen-te confunde o Pole, mas, antes de qualquer coisa, ele é uma modalidade artística, porque ele requer, além de garra e for-ça, muita sensibilidade e técni-ca, porque toda arte tem que ter técnica”, afi rma Rosane Nóbre-ga, professora de Pole Dance.

São mais de 400 movimen-tos que são realizados de forma acrobática, usando referências de outros estilos de dança, como o balé. Ao fazer o Pole Dance, o praticante deve se equilibrar em volta da barra enquanto faz movimentos que exigem técnica e graciosidade, exercitando as-

sim a fl exibilidade e a con-centração. Ao mesmo tempo, é preciso ter força sufi ciente para sustentar o próprio corpo. Dessa forma, toda a musculatura corporal é benefi ciada, em especial a dos braços e pernas, melhorando as-sim o condicionamento físico.

Rosane Nóbrega é a responsável por trazer o Pole Dance Arte Fi-tness, que estimula tanto o lado ar-tístico quanto o aeróbico, a Fortaleza. O estúdio do qual ela é a

dona existe desde 2009 e foi o primeiro da

Cidade a oferecer aulas da modalidade. Desde então Rosane já deu aula para cer-ca de 70 meninas e afi rma que o Pole Dance é o pilates do terceiro milênio. Além disso, ela também acredita que é o estilo mais demo-crático que existe.

“No balé existe uma ditadura muito gran-de, no sentido de a me-nina ter que ser leve, magri-nha, séria. No Pole, não. É até surpreendente porque às ve-zes eu recebo uma aluna que malha muito, que tem todo um condicionamento físico, e chega achando que vai arrasar no Pole, mas não acontece as-sim”, revela.

Em Fortaleza, existem apenas dois estúdios espe-cializados em Pole Dance. Rosane Nóbrega alerta

para os cuidados que os alu-nos devem ter antes de come-çarem a ter aulas. É importante se certifi car de que o professor está realmente preparado para dar aulas. Para isso, é preciso que esse profi ssional tenha pas-sado por todos os níveis – bá-sico, intermediário e avançado – e tenha feito o curso Master.

É preciso também fi car atento à estrutura do local e ao número de alunos por aula. No caso de Rosane, ela optou por dar aulas particulares, por ser mais fácil trabalhar a de-senvoltura do aluno, além de mais rápido. “Imagine que eu dou aula para duas alunas. Se uma aprende um movimento e a outra não, vou perder tempo ensinando aquele mesmo mo-vimento para a que não apren-deu, enquanto a outra vai fi car parada, sem poder avançar”, esclarece.

Rosane avisa que para pra-ticar Pole é preciso deixar o medo de lado e ter perseve-rança. Se depois da primeira aula você pensar em desistir, insista até a terceira aula e só depois decida se vai continuar ou não. Ela também avisa que menores de 18 anos só devem fazer Pole Dance com a autori-zação dos pais.

Também é recomendável que as futuras praticantes da modalidade conversem com seus companheiros antes de iniciar as aulas para evitar qualquer tipo de confusão. “Muitos homens têm precon-ceito. No início, meu marido também estranhava. Com o tempo eu fui mostrando que não era nada daquilo que ele imaginava. Ele viu o quanto eu sou criteriosa com todos os detalhes e hoje respeita o que eu faço”, afi rma a professora. É possível fazer uma dança aeró-bica e sensual sem ser trash.

encararem o tor-neio. As meninas não subiram ao pódio, mas foram elogiadas pelas suas performances e mostraram o po-der do Pole Dance cearense.

“O Pole Dance é uma aula de su-peração. Hoje eu me vejo fazendo coisas que eu jamais pensei em fazer. Fui adquirindo fl exibilidade, deixando afl orar minha femi-nilidade”, relata Anne Lima. Apesar de ainda estar na ca-tegoria amadora, ela não pre-tende desistir. Pelo contrário, a competição serviu de expe-riência e motivação para se-guir em frente com o Pole.

Quem acabou arrecadando

o primeiro lugar na categoria amadora foi Alessandra Ran-canr. Na categoria internacio-nal a campeã foi a fi nlandesa Oona Kivela. Mas o grande destaque da competição fi cou a cargo da brasileira Rafaela Montanaro, que levou o ouro nas categorias profi ssional e melhor equipe, com a equipe Velociraptor, e prata na cate-goria internacional.

O Brasil está bem representado lá fora. Além de ter sido desta-que na I Pole World Cup, Rafaela Montanaro foi uma das vence-doras do The International Pole Championship, uma competi-ção internacional que reuniu os melhores do mundo em Tóquio, no Japão. Ela foi considerada a melhor na categoria Women Pole Fit Champion 2010.

Em 2008, um grupo de dan-çarinas de Pole Dance, em Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos, montaram um abaixo-assinado para que a dança se tornasse uma modalidade olím-pica nos Jogos Olímpicos de Ve-rão de 2012 em Londres.

A australiana Felix Cane, re-nomada pole dancer e conheci-da em todo o mundo, vencedo-

ra de inúmeros prêmios, como o Miss Pole Dance Austrália 2006, 2008 e 2011, e o Miss Pole Dan-ce World 2009 e 2010, foi para o elenco do Cirque Du Soleil, no espetáculo Zumanity na cidade de Las Vegas, em Nevada, EUA.

Page 4: Jornal Folêgo 27

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 20114

Grupos de dança do Ceará representam a dança do Estado no Festival de Joinville, considerado o maior do mundo pelo Livro dos Recordes

Pedro Guedes

“Fazer música e dança com um instrumento nos pés”. É assim que a bailarina Manuela Wey-ne define a prática do sapatea-do. Manuela é professora e co-reógrafa da Academia de Dança FB, e integra um dos três gru-pos cearenses que participaram em julho do 29 Festival Inter-nacional de Dança de Joinville, considerado desde 2005 pelo Guiness Book como maior festi-val de dança do planeta.

Para a “Tia Manu” (como é chamada por suas alunas), a oportunidade de ter participado de um evento de relevância na-cional mostra o reconhecimen-to da excelência do ensino de sapateado no Estado. “Este ano foram mais de duas mil coreo-grafias inscritas de todo o País! Ter dois trabalhos selecionados para o maior festival de dança do mundo é uma grande honra. Para um profissional de dança, não existe sensação melhor!”, revela. Manuela está certa em se orgulhar, pois o processo seletivo do Festival é rigoroso: profissionais de áreas específi-cas na dança recebem vídeos de coreografias durante todo o pri-meiro semestre do ano, tudo su-

“Orquestrando” Coreografia do Grupo Vera Passos, premiada com a primeira colocação na categoria Sapateado Sênior no festival de Joinville. Mãos projetadas regiam uma orquestra de bailarinas. Foto: Divulgação

pervisionado pelos mais impor-tantes profissionais do ramo no País, dentre os quais, Fernanda Chamma, coreógrafa da Rede Globo.

O orgulho foi maior ainda com o resultado seletivo deste ano: das quatro danças aprova-das para mostra competitiva em sapateado na categoria sênior, três eram do Ceará, além de ou-tras duas danças de “tap” (ter-mo original do sapateado ame-ricano) também aprovadas na categoria avançada do festival.

Para Juliana Passos, direto-ra da Academia FB, o orgulho é consequência de um traba-lho justamente reconhecido. “Muitas academias e grupos de Fortaleza sonham em estar em Joinville; grupos de balé, jazz, danças urbanas. Mesmo que exista representatividade de nosso estado nessas modalida-des, ainda é pouco perto do que o sapateado trouxe pra gente. Somos reconhecidos por isso nacionalmente, pelo sapatea-do, e isso é algo extraordinário. Nosso sapateado é referência, não só pela qualidade técnica, mas também no nível coreo-gráfico superior às outras aca-demias do Sudeste. E não é de hoje: “outras academias daqui já participaram em anos pas-sados, também no sapateado, e foram premiadas”, afirma.

E grande parte deste reco-nhecimento se deve a Acade-mia de Dança Vera Passos. Há mais de 20 anos , o grupo, li-derado por uma das coreógra-fas de maior renome regional,

participa do Festival de Joinvil-le, e com vitórias consecutivas. O grupo sênior de Vera Passos é pentacampeão no sapateado, incluindo a primeira colocação deste ano com a coreografia “Orquestrando” e a indicação

de melhor grupo do Festival: “A primeira vez que subimos no Palco de Joinville foi em 1989. Desde então, não conseguimos mais deixar de ir para esse Fes-tival. Fico muito feliz e orgulho-sa de ver o quanto estamos cres-cendo e mostrando ao Brasil a qualidade dos nossos coreógra-fos e bailarinos”, diz Vera.

A diretora da Academia é responsável por trazer inúme-ros prêmios para o Estado, mas destaca a participação de outros profissionais que também con-tribuíram para esse reconheci-

mento: “Várias pessoas estão envolvidas com a evolução do nosso Sapateado: Valéria Pi-nheiro, grande mestra e que contribuiu muito para o cresci-mento do estilo nas academias, Marina Esteves e Juliana Arari-pe, que já brilham no Palco de Joinville como coreógrafas e são consagradas com dois pri-meiros lugares, Manuela Wey-ne, que também já está brilhan-do. E que venham outros”.

Além de participar do fes-tival com duas coreografias de sapateado, Vera Passos também levou outro trabalho para San-ta Catarina, intitulado “Insetos” na categoria Jazz e premiado com a segunda colocação em sua modalidade.

A Academia Rossanna Pucci viajou pela primeira vez a Joinville neste ano, também com duas coreografias aprovadas para o palco competitivo: uma delas, de sapateado. A coreografia “Metalalic”, recebeu vários elogios na noite de apresentações, enchendo mais uma vez de orgulho os cearenses e o público em geral presente no Centreventos Cau Hausen.

Em Fortaleza, os resultados sempre são celebrados com en-tusiasmo. Apesar dos prêmios e da participação merecidamente elogiada, grande parte dos grupos independentes da Capital não re-cebem incentivos culturais para viajar até o Festival de Joinville, ou mesmo desconhecem a com-petição. O ensino de sapateado no Ceará, mesmo com enorme po-tencial de professores e bailarinos,

ainda se limita a poucas escolas e a divulgação do trabalho ainda é limitada. O nosso “tap”cresce muito lá fora, e aqui na terrinha, ainda se dança em passos tími-dos, mas com muita vontade.

Saiba maisVera Passos

Não conseguimos mais deixar de ir para esse Festival. Fico muito feliz e orgulhosa de ver o quanto estamos crescendo e mostrando ao Brasil a qualidade dos nossos coreógrafos e bailarinos

Diretora e coreógrafa da Academia de Dança Vera Passos

Festival de Joinville em números

- Este ano, o festival comple-tou sua 29ª edição com baila-rinos e coreógrafos do Brasil e do Exterior.- O evento reúne mais de seis mil participantes diretos e atrai público superior a 200 mil pessoas numa média de 170 horas de espetáculo.- A Academia Vera Passos já conquistou 36 premiações no Festival, sendo 15 primeiros lugares.- O Grupo já recebeu a con-decoração de ser um dos sete grupos mais premiados na história do Festival de Joinville.

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Sapateado cearense é premiado no maior festival de dança do mundo

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5NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2011

Uma Dança para Salvador DalíInterpretar a obra e o surrealis-mo de Salvador Dalí talvez seja difícil até mesmo para os cha-mados “entendidos de arte”. Interpretar a subjetividade de um dos maiores artistas plásti-cos da história e de suas obras através da dança talvez seja mais complicado ainda.

Em seu quinto ano de exis-tência, a Academia de Dança do Colégio Farias Brito, dirigi-da pela bailarina e coreógrafa Juliana Passos, vai trazer em novembro para os palcos de Fortaleza um espetáculo para “incomodar”. O festival de dança “Dalí” será um tributo à vida, aos quadros e às im-pressões do pintor espanhol responsável por difundir a arte surrelista.

Juliana Passos explica so-bre a escolha do tema e a tradução da subjetividade pelo corpo: “a vida e a obra de Salvador Dalí são extramen-te ricas em termos visuais. Os quadros são muito boni-tos, falam de algo que foge a lógica, que não se explica de forma concreta e está aber-to a diversas interpretações. Trazer isso para a dança tam-bém é uma possibilidade de expandir nossos horizontes na arte do corpo”, afirma.

A preparação e processo de pesquisa para criação do espetáculo também acom-panham a profundidade do tema. Foram horas de pesqui-sas em livros, acervos de arte virtuais e até leitura de arti-gos científicos sobre Salvador Dalí, até a concepção final do

roteiro: “As danças do festival fogem do concretismo, assim como os quadros de Dalí. Te-mas como sonho, nascimento, medo, relatividade do tempo são muito presentes, além das figuras icônicas dos qua-dros como elefantes, formi-gas, gavetas e outros elemen-tos. Tudo na forma de dança”, diz Juliana.

A diretora diz ainda so-bre correlação do tema com a dança: “A arte de Dalí, por ser tão profunda e complexa, incomoda. Nosso corpo só se movimenta a partir de alguma coisa que o incomoda, mesmo que em medidas mínimas. O Festival é não só esse incômo-do, mas também as diversas sensações que a obra dele nos faz sentir. Uma contemplação muito prazerosa. Relacionar as artes plásticas com o movi-mento é o objetivo, a partir de uma interpretação própria.”

Mistura de linguagensCerca de 50 alunos da Aca-demia de Dança FB irão par-ticipar do espetáculo. Dentre eles, professores, membros da Companhia de Dança FB e alunos do grupo sênior (entre 12 e 16), com coreografias de Jazz, Danças Urbanas, Sapa-teado e Dança Contemporâ-nea. “Este ano é um desafio a mais, não só pela dificuldade técnica das coreografias, mas também pela mistura de lin-guagens. Nos últimos quatro anos, trouxemos festivais ale-gres, divertidos, com temáti-cas infantis. Com o “Dalí”, é

diferente: temos que passar a maturidade do tema para nossas alunas e emocionar nosso público de maneiras diferentes. Mas aceitamos o desafio”, conclui Juliana.

A Diretora Geral da Orga-nização Educacional Farias Brito, Patrícia Teixeira, acom-panhou todo o processo e tam-bém assina a direção geral do espetáculo. “É um prazer pes-soal dirigir este projeto. Nos-sos festivais de dança permi-tem que a direção da escola se aproxime dos alunos e acom-panhe seu desenvolvimento também fora de sala de aula”.

Patrícia Teixeira fala ain-da sobre a qualidade peda-gógica de se falar de arte e pela arte dentro de uma ins-tituição de ensino. “A escolha deste tema nos permitiu um contato maior com a arte. Os alunos da Academia, que já trabalham com a linguagem corporal, agora estão em pro-cesso de desenvolvimento da sua criatividade através desse contato com as artes plásti-cas. É o desenvolvimento do potencial criativo pela ex-pressão artística, relacionado a uma figura tão importante para a história da arte quanto Salvador Dalí”, diz Patrícia.

Festival DalíDias 5 e 6 novembro, Teatro do Shopping Via Sul, Água FriaHorário: 20h30Ingresso: R$30Miores Informações: 85) 3486-9085

Serviço

Saiba mais

Cisnes que Refletem Elefantes - Ilusão de ótica na pintura de Dalí. Em cima do lago, três cisnes nadando. Abaixo deles, seus reflexos mostram ele-fantes na mesma proporção

A Persistência da Memória - Principal e mais famosa obra de Salvador Dalí. Retrata a relatividade do tempo com relógios fundidos

Sono - Obra bastante conhecida de Salvador Dalí, que também será repre-sentada pelos alunos da academia de dança

Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de uma Romã um Segundo Antes de Acordar - Figuras recorrentes nos qua-dros como elefantes, mulheres disformes e a ideia de sonho serão interpreta-das pela Companhia de Dança FB

Excêntrico, polêmico ou lunático?Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, ou somente Salva-dor Dalí, nasceu no dia 11 de maio de 1904, na Catalunha, comunidadade independete do leste da Espanha.

Considerado pelos menos críticos como “excêntrico” e chamado por outros de “louco”, Salvador Dalí foi o grande representante do movimen-to surrealista em diversas áreas, com destaque para as artes plásticas.

Influenciado por grandes nomes da Renascença, ficou famoso por demonstrar em seus quadros combi-nações muito elaboradas de imagens bizarras e belas, retratando temáticas subjetivas como tempo, religião, sexo, sonho e a origem da própria humani-dade.

Filho de pais de origem árabe, Salvador Dalí realizou sua primeira exposição em 1919, no Teatro Muni-cipal de Figueres.

Em 1922 mudou-se para Madrid, onde ingressou na Academia de Artes San Fernando. Nessa época, além de experimentar o cubismo e o dadaísmo, Dalí se tornou amigo do grande poeta Frederico Garcia Lorca e do importante cineasta Luis Buñuel. Em 1926, o homem que chocava as ruas de Madrid por suas vestimentas extravagantes e aparência inusitada,

foi expulso da Academia de Artes por acreditar que ninguém teria compe-tência de avaliá-lo.

Mudou-se então para Paris, onde conheceu Pablo Picasso e iniciou uma série de trabalhos influenciados pelo pintor francês. A partir daí, começou a criar seu estilo próprio e declarou seu amor à capital da França.

Em 1929, lançou, em parceira com Luis Buñuel, o que é tido como o primeiro filme surrealista da histó-ria: “Un Chien Andalou”.

No mesmo ano, conheceu sua musa inspirada e futura mulher, a russa Gala Éluard, fonte de inspira-ção para diversos quadros.

A partir da década de 1930, Dalí se torna famoso em toda a Europa.

O período é considerado como de maior produção artística de Sal-vador, que em 1931 pinta sua mais famosa obra: “A Persistência da Me-mória”. Trabalho que mostra relógios derretendo.

Por causa da morte de sua es-posa em 1982 , Dalí entra num quadro de depressão profunda e tenta suicídio ao colocar fogo em seu quarto. Em 1989, o pintor mor-re na sua cidade natal vítima de in-suficiência cardíaca.

Polêmico, Salvador Dalí produ-ziu mais de 1500 quadros, além de livros, filmes e esculturas expostas em todo o mundo.

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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 20116

Fôlego: O tênis de mesa pode ser um lazer para você? Hugo Hoyama: Não, é só pro-fissional. Eu nunca participo de uma competição por lazer. Aí seria o pingue-pongue. Mas não, comigo é sempre por pro-fissionalismo mesmo porque eu treinei para isso. Mesmo quando eu aposentar a raquete, eu nunca vou jogar por lazer. Eu quero poder mostrar para os mais jovens o tênis de mesa.

F: A partir de que momento você percebeu que o tênis de mesa deixaria de ser diversão e você poderia jogar profissionalmente? HH: Eu comecei a treinar tênis de mesa diariamente com oito anos, e já foi aquele esporte que eu queria treinar para competição. Então, eu não tive muito tempo de brincar de pingue-pongue. Fiz isso nos

meus sete anos, mas depois foram treinos diários visando atingir o alto nível.

F: Algum lugar em especial por onde você passou te chamou a atenção pelo número de escolas e incentivo para a profissionali-zação? HH: Principalmente a China. Um garoto de sete ou oito anos já fica alojando estudando e trei-nando. Na Europa também tem bastante escolas que têm têni-de mesa, mas não se compara à China, e não é à toa que eles são os melhores do mundo. F: O profissionalismo no tênis de mesa vale a pena hoje? Você indica isso aos jovens? HH: Indico. Apesar de ser menos difundido que outros espotes. Você tem que ter resultado e força de vontade. As empresas e o Governo estão ajudando mais.

Vai melhorar muito com as Olim-píadas de 2016. F: Quais os seus planos para o futuro? HH: Eu quero disputar Londres 2012. Vou continu-ar treinando até onde eu souber que posso continuar ajudando a seleção brasileira. Eu tenho o Instituto Hugo Hoyama agora e a gente está

trabalhando para colocar o tênis de mesa nas escolas. Eu quero levar esse projeto pro Brasil inteiro, trabalhar aju-dando as crianças a praticar o tênis de mesa. F: O que te motiva a continuar jogando e competindo em cam-peonatos? HH: O que me motiva é que eu possa ainda ajudar muito o

Brasil lá fora. Assim que eu sen-tir que tem garotos melhores que possam obter resultados melhores que os meus, eu vou passar a raquete pra eles. Sem-pre que eu volto para casa com títulos, brasileiro, paulista ou sul-americano eu vejo a alegria dos meus pais. Essa é minha maior motivação. Enquanto eu puder dar isso para eles, eu vou continuar jogando.

Hoyama é o mesatenista mais premiado do Brasil. Vencedor de dez medalhas de ouro em Pan-Americanos, o paulista é o segundo atleta brasileiro com mais triunfos em toda a história da competição. O pingue-pongue para ele não durou muito tempo. Desde os oito anos de idade, Hugo treina tênis de mesa como um profissional

Hugo Hoyama: profissão mesatenista

Do pingue-pongue ao tênis de mesa A mesa em que muitos jogam

pingue-pongue para se divertir, para outros é o lugar para a prática de um esporte sério que exige muito treino e dedicação

Juliano de Medeiros

Os esportes têm como origem brincadeiras recreativas, quase infantis. Todos têm objetivos muito simples, como chutar a bola no gol, acertar a bola na cesta e no tênis de mesa não é diferente. É um jogo de tê-nis em dimensões menores. A prática do tênis de mesa como diversão é muito difun-dida entre pessoas de todas as idades. Esse lado voltado para a brincadeira é apelidado de pingue-pongue. Mas para mui-tos, esse jogo tão simples não é lazer, mas um esporte para profissionais.

A maioria dos atletas come-ça a jogar muito cedo. Abando-nam o pingue-pongue e passam a treinar diariamente o tênis de mesa. Com Gustavo e Gabriel Miura não foi diferente. Os gê-meos jogaram pingue-pongue pela primeira vez com sete anos e, hoje, aos 11, treinam e com-petem individualmente e em duplas.

A mãe dos garotos, Jane Pau-la Miura, fala com orgulho da evolução dos filhos. “O primeiro

Na Unifor, os gêmeos Miura em ação no Campeonato Brasileiro Foto: DaMião soares

O tênis de mesa surgiu na Ingle-tarra no fim do século XIX. Nessa época, jogava-se com objetos improvisados, como livros no lugar da rede e sapatos ao invés de raquetes.

Com a popularidade, muitas empresas começaram a fabricar raquetes e bolas e, em pouco tempo, tornou-se um dos espor-tes mais jogados no Reino Unido.

O barulho da bola nas raquetes e na mesa fez com que o esporte fosse chamado de pingue-pongue, e foi com esse nome que ele se tornou mundial-mente conhecido.

Porém, em 1901, o inglês James Jacques registrou o nome pingue-pongue, o que obrigou a mudança do esporte para tênis de mesa. Nos Estados Unidos, os direitos do nome foram vendidos aos Parker Brothers. Mas a mudança não diminui a popularidade do jogo que tornou-se Olímpico em 1988, nos Jogos de Seul, capital da Coréia do Sul

Hoje em dia, o nome pingue-pongue é usado apenas para a prática recreativa da modalidade, quando o único objetivo entre os participantes é o lazer e a diversão. Já o tênis de mesa é o esporte profissional para competições e campeonatos.

Saiba mais

O Pingue-pongue tem dono

O Campeão Hugo Hoyma jogando no Campeonato Brasileiro, na Unifor.Foto: Farley aguiar

campeonato que o Gustavo jo-gou, ele já ficou em quinto lugar e só tinha sete anos, competiu com crianças de 11 anos. Acom-panhar os jogos dele, foi ficando cada vez mais apaixonante. O que começou com uma brinca-deira sem compromisso, foi fi-cando sério.”

Os irmãos Miura conquis-taram o título do Torneio de Seleções de Clubes, na catego-ria pré-mirim, no Campeonato Brasileiro, disputado em For-taleza. Mas, apesar de ser mãe de campeões brasileiros, Jane ainda está um pouco descren-te que os filhos se tornem pro-

fissionais e vivam do esporte. “É meio complicado viver de tênis de mesa. Infelizmente, muitos ainda não conhecem o quão bonito é esse esporte. Mãe serve pra isso: apoiar, orien-tar. Mas, infelizmente, ain-da é difícil viver do esporte”. Porém, o jovem Gabriel não pensa igual a sua mãe. Seu so-nho é jogar profissionalmente e defender o Brasil na seleção. “Eu sempre joguei com ga-rotos mais velhos e para mim participar de competições é coisa séria. Eu quero ser pro-fissional. Jogar na seleção brasileira de tênis de mesa.”

As dificuldades para o pro-fissionalismo ainda são gran-des, como afirma o técnico da Academia de Tênis de Mesa Aldeota Sul, Roberto Barcelos. “O tênis de mesa perde mui-tos atletas porque, ao chegar na época do pré-vestibular, o jovem tem que decidir seu fu-turo e não vê o tênis de mesa como uma opção para seu fu-turo. Tudo isso graças à fal-ta de incentivo do Governo.” Segundo Barcelos, muitos ain-da tratam o esporte com pouco profissionalismo, o que prejudi-ca na hora da decisão de se tor-nar profissional.

Entrevista

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7NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2011

Muitas pessoas pensam que, fora as atividades físicas conven-cionais, não há uma outra forma de fazer exercícios. Porém, tarefas corriqueiras também podem aju-dar a queimar calorias

Hamlet Ribeiro

Varrer o chão, lavar pratos, esfregar as roupas no tanque, carregar as compras e passar o ferro nas roupas são atividades diárias que, a exemplo de ati-vidades físicas praticadas em academias, exigem esforço físi-co e podem ajudar a manter a saúde de quem as pratica.

Apesar de parecerem leves demais, os exercícios domés-ticos podem fortalecer todas as áreas musculares do corpo, evitando o sedentarismo tão vigente na sociedade atual.

As alternativas para aque-les que não possuem meios de adquirir acessórios específicos para a prática de exercícios são as mais diversas.

Entre elas está o levantamen-to de sacos de arroz e demais ali-mentos. Lavar e esfregar o chão - fortalece a região das costas, até mesmo subir escadas com mais frequência para fortalecer os glúteos e coxas são alguns dos exemplos da extensa lista de atividades que podem ser re-alizadas domesticamente. Uma das maiores vantagens dessas atividades é a possibilidade de fazer pausas entre os exercícios desfrutando do conforto da sua própria casa.

Durante o período em que não está trabalhando, a auxiliar administrativa Ana Lucehilda realiza as mais diversas ativi-dades dentro de casa. Apesar de considerar algumas ativida-des extremamente cansativas e desgastantes, como levantar objetos pesados, reconhece que as atividades dométicas a deixam mais disposta. “Quan-do passo o dia sem fazer nada, me sinto muito mais cansada, sem ânimo. Não suporto ficar parada, preciso fazer alguma atividade. Se eu não me mo-vimentasse tanto, não teria a energia para fazer tudo. Gos-to de varrer a casa, de passar o ferro nas roupas, me deixa muito mais disposta”.

PreparoContudo, as precauções sobre tais atividades devem ser leva-das em consideração, para que não haja exagero durante suas práticas. Por mais que realizar atividades em casa fortaleça a musculatura, o excesso de peso sem orientação especializada pode vir a prejudicar a saúde do praticante. Para Roberta

Tarefas domésticas evitam sedentarismo

Varrer o chão pode gastar até 110 calorias em trinta minutos.Foto:aleXanDre aBreu

Medeiros, professora de Edu-cação Física, as atividades mais pesadas, como levantar boti-jões de gás ou garrafões d’água são perigosas quando não há um preparo prévio, como alon-gamentos para relaxar os mús-culos para as atividades.

Para a professora, a compra de colchonetes, bastões, bolas para a realização de alonga-

mentos são as opções ideais para quem deseja empenhar-se em praticar exercícios sem sair do conforto de casa. “Seria mais interessante um treina-mento funcional para as ati-vidades diárias e não o uso de aparelhos”. Tais exercícios au-xiliam na prática de atividades mais pesadas e aumentam a disposição do praticante.

Saiba mais

Subir escadas Trabalha: coxas, panturrilhas. Média de calorias gastas em 30 minutos: 250

Lavar roupasTrabalha: ombros, braços. Média de calo-rias gastas em 30 minutos: 80

Lavar louçasTrabalha: ombros, braços e antebraços. Mé-dia de calorias gastas em 30 minutos: 70

A competição mais aguarda-da de 2012 já teve seus grupos sorteados e os dois anfitriões se preparam para receber as melhores seleções da Europa, em junho. Polônia e Ucrânia vão receber juntas, o torneio de seleções européias. A atu-al vencedora da competição e da Copa do Mundo, a Espanha caiu em um grupo compli-cado e vai encarar Irlanda, Croácia e Itália na primeira fase. Já a Holanda,vice-campeã mundial e algoz recente do Bra-sil, terá vida difícil logo na primeira fase. A seleção holande-sa terá pela frente Portugal e Alemanha, além da Dinamarca. Esse ficou conhecido como o “Grupo da morte”. A competição terá início no dia 8 de junho, em partida da anfitriã Polônia, em Varsóvia, diante da Grécia. A grande decisão está marca-da para 1º de julho no estádio Olímpico de Kiev, na Ucrânia.

UFC Rio 2Em 14 de janeiro, o principal evento de MMA (sigla, em inglês, para Artes Marciais Mis-tas), voltará ao Brasil em mais uma edição do UFC Rio. O im-pacto econômico do primeiro evento, com a geração de cerca R$ 41 milhões para a cidade, e a altíssima audiência de cerca de 30 milhões de telespectadores, fez com que os organizadores não demorassem a voltar. As lutas ocorrerão na Arena da Barra, mesmo palco do primeiro UFC Rio, e já tem as principais lutas confirmadas. O brasileiro José Aldo defenderá o cinturão dos pesos-pena contra o americano Chad Mendes. A luta entre Vitor Belfort e Anthony Johnson é a segun-da mais esperada do UFC 142. Na mesma noite haverá o em-bate entre Erick Silva e o afegão Siyar Bahaduzarda, e Rousimar “Toquinho” Palhares, que medirá forças com o americano Mike Massenzio.

NBA: Temporada de voltaOs fãs do basquete americano já estavam se acostumando com a ausência dos jogos da temporada regular. Tudo começou em 1º de Julho, quando os donos dos times, por não conseguirem firmar um acordo salarial com os jogadores, implantaram o Lo-ckout (locaute, em português). Trata-se de uma paralisação na qual os empregadores impedem os trabalhadores de ter acesso aos instrumentos de trabalho- por exemplo, os donos dos times da NBA impedem os jogadores de ter acesso aos locais de treinamentos e à equipe técnica, entre outras coisas. Depois de muita conversa entre jogadores e a NBA, a temporada parecia que não iria acontecer, com o cancelamento dos jogos até 15 de dezembro. Mas uma reviravolta nas negocia-ções fez com que as duas partes entrassem em acordo. Os jogos recomeçaram em 25 de dezembro.

Fórmula 1O calendário de 2012 da Fórmula 1 foi confirmado com 20 corridas pelo Con-selho Mundial de Esporte, a Motor da Federação Inter-nacional de Automobilismo (FIA). O GP do Brasil conti-nua a encerrar a temporada no dia 25 de novembro, uma semana após a prova nos Estados Unidos, em Austin, que teve seu cancelamento estudado, porém foi mantido, assim como o GP de Bahrein. A temporada terá sete dobradinhas, que são pares de corridas seguidas, três a mais do que em 2011. As dobradinhas serão Austrália-Malásia, China-Bahrein, Alemanha-Hungria, Bélgica-Itália, Japão-Coreia do Sul, Índia-Abu Dhabi e EUA-Brasil.

EuroCopa 2012

autor: Juliano de MedeirosSprint

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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 20118

Professora de ginástica rítmica há 32 anos, a paulista Ester Aze-vedo Vieira chegou a Fortaleza em 1996. Ela veio difundir o esporte no Ceará e hoje é presidente da Federação Cearense das Ginásti-cas. Durante toda a entrevista, a professora manteve o brilho nos olhos ao falar de sua grande pai-xão e uma postura impecável

Ceará: celeiro da ginástica rítmica

Marília Pedroza

Sobpressão: Você foi atleta amadora de basquete por 12 anos. Então como surgiu o inte-resse pela ginástica?Ester Vieira: A minha profes-sora da faculdade disse que eu chamava a atenção nas aulas de atividades coreografadas e me sugeriu que fi zesse ginásti-ca rítmica feminina moderna, como era chamada naquela época. Quando saí da faculdade, eu queria dar aula de basquete. Mas o diretor da escola onde eu trabalhava me pediu Ginás-tica Rítmica encarecidamente. Ele falou assim: “eu quero que o nosso colégio seja campeão paulista de ginástica rítmica”. E

ele me deu todo o apoio e foi as-sim que eu fui pro Campeonato Brasileiro, em Campinas (SP), sem entender nada de dança.

Sob: O que aconteceu depois disso?EV: Bom, lá eu me deparei com a Vera Miranda, treinadora do conjunto da seleção brasileira (veja Saiba mais). Na noite em que conversamos, quando fui pedir a ajuda dela na escola, ela me convidou pra ser assisten-te dela no mundial de Londres, que ia acontecer dentro de 19 dias. Aí eu congelei! Mas acabei indo, fi quei um mês no mundial e depois a Vera me deu uma bol-sa que era dela pra eu estudar na Europa. Então, eu comecei a ajudá-la no Gama Filho e ela no colégio onde eu trabalhava. E nesse colégio, parece conto de mentiroso, mas não é: nós fomos campeões paulistas durante sete anos consecutivos. Depois dei aula num colégio em Brasília e lá consegui montar um conjunto de bola (veja Saiba mais) que foi campeão brasileiro em 1981.

Sob: E como você chegou ao Ceará?EV: Eu vim pro Colégio Militar de Fortaleza através do profes-sor Marcos Silva (coordenador da Divisão de Educação Física da escola, na época). Depois acho que passei por todos os colégios de Fortaleza. Até que chegou a proposta do Abraço Amigo, da Secretaria de Espor-tes, em que nós fi zemos um gru-po na antiga AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) e um no Náutico. Então eu trabalha-va nesse projeto, no Colégio Militar e na UFC (Universidade Federal do Ceará). E, em 2007, nós conseguimos fundar a Fede-ração Cearense das Ginásticas.

Sob: Em outras entrevistas você comentou a falta de apoio à Gi-nástica Rítmica no Ceará. Por que, mesmo com toda essa difi -culdade, você continua aqui?EV: Com o advento do segundo lugar da Tárcila no Torneio Na-cional que nós montamos aqui, em maio, com 189 ginastas do Brasil todo, e com a Vanessa, vice-campeã nacional de Sergi-pe na úlima semana de outubro,

agora nós temos apoio. Dessa vez nós conseguimos passagens aére-as, estadia, alimentação, dinheiro pra ajuda de custo, pra uniforme de primeiro mundo, sapatilha, maquiagem.Sob: Então isso de fato mudou?EV: Sim. Nós já temos até con-vite pra que a gente possa sair daqui, mas eu amo o que eu faço. E hoje nós temos apoio, nós te-mos incentivo. Então eu não pos-so pecar e dizer que a gente não tem ajuda porque a gente tem é muita. O que é que eu quero fazer em outro estado? Eu não quis ir pros torneios nacionais pra ouvir comentários como “Ah, o Ceará chegou. Cê sabia que o Ceará tá aí?” As pessoas fazem assim hoje, fi cam até arrepiadas: “Rammm! Cê viiiiu o Ceará? Nossa, eu nem sabia que tinha ginástica lá. Nos-sa, a menina foi a maior nota do Brasil!”. Hoje é assim.

Sob: E como é a sua rotina como treinadora de Ginástica Rítmica?EV: A minha rotina é curta, por-que as meninas precisam estudar e, principalmente, precisam trei-nar felizes. Elas ainda brincam, a Vanessa ainda tem boneca na cama dela e a Tárcila também, graças a Deus. Então como elas estudam, elas treinam de duas horas e meia a quatro horas no máximo. Terça, quinta, sexta e sábado e tá bom demais.

Sob: Como você concilia o res-tante da sua vida com os treinos? Existe alguma difi culdade nisso?EV: Não, não. Hoje eu moro com Deus, porque moro só, mas Ele toma muita conta de mim. Me

aposentei da UFC, então tenho tempo. Gostaria de trabalhar das 8h da manhã às 8h da noite, como no Colégio Militar de For-taleza, porque agora eu posso.

Sob: O que você tem a dizer so-bre a Ginástica Rítmica brasilei-ra e cearense hoje?EV: O Ceará já tem olhos pra Olimpíada de 2020, que é a Va-nessa no conjunto (veja quadro ao lado). Tem a de 2016, no Bra-sil, mas ela provavelmente ainda será muito nova, eu não sei. Mas pelo menos os olhos já viram que tem uma menina belíssima e que maneja muito bem todos os aparelhos. Eu vislumbro que a Ginástica Rítmica cearense está galgando o seu espaço pouco a pouco. Porque de um oitavo lugar num torneio nacional no ano pas-sado nível dois, hoje nós estamos no nível um, no segundo lugar. É muita coisa.

Sob: Nível um, nível dois, é como no futebol primeira divisão, se-gunda divisão?EV: É, exatamente. E hoje a Con-federação Brasileira reconhece o Ceará como um celeiro. É preciso que os governantes, os diretores de escola e as pessoas que têm condições de montar um grande centro de excelência de treina-mento reconheçam isso. Porque a gente tá perdendo criança. E a minha saga no Ceará é essa: en-quanto o Deus Todo Poderoso me capacitar, enquanto eu não fi zer uma campeã brasileira, eu não sossego aqui no Ceará, por-que o Ceará tem tudo, tem todo o potencial.

Sob: Quais são seus planos atuais?EV: Eu tenciono fazer um evento chamado “Mil fi tas” na Ginástica Rítmica. Quem sabe Mil fi tas na praia, Mil fi tas na Unifor? Porque a fi ta é a coqueluche da ginástica. Ela atrai desde a avó, a mãe, até a menina. Então eu gostaria de fazer um evento aqui na Unifor e selecionar algumas meninas. Porque meu sonho é ter os níveis pré-infantil, infantil, juvenil e adulto completos, com individual e conjunto. Pra que nós possa-mos nos aproximar dos grandes centros da Ginástica Rítmica, que estão no Paraná. Paraná hoje tem 30 centros de excelência. E nós não temos nenhum.

Sob: Tem alguma pessoa em quem você se espelha ou se espe-lhou no início da carreira?EV: É a Vera. Tudo que eu sei hoje, tudo eu devo à Vera Miran-da. Eu não posso ter vergonha de falar nem esconder isso. Eu não devo pra ninguém. Eu não devo pra nenhuma russa que eu assiti ou alguém que vi em outro esta-do. Foi Vera Miranda.

Potencial: “a minha saga no Ceará é essa: enquanto eu não fi zer uma campeã brasileira eu não sossego aqui” Foto: rhaÍZa oliveira

Entrevista

paulista de ginástica rítmica”. E

Atletas cearensesAtualmente, a professora Ester é treinado-ra do Núcleo Unifor de Ginástica Rítmica, que visa ao treinamento de ginastas de alto rendimento e já conta com as atletas Tárcila Silva, dez anos (à esquerda) e Vanessa Tavares, 12 anos. Elas são vice-campeãs nas categorias pré-infantil (de nove a dez anos) e infantil (de 11 a 12 anos), respectivamente.

Saiba mais

A Ginástica Rítmica é disputada em provas individuais ou de conjunto, sendo este formado por cinco ginastas. As coreografi as podem ser executadas com fi ta, bola, arco (maior que o bambolê convencional), corda, maças (um bastão para cada mão) ou sem nenhum aparelho.

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