jornal dos bancáros - ed. 439

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ANO XX Nº 439 16 A 31 DE OUTUBRO DE 2012 SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR BANCOS NA MIRA CAMPANHA NACIONAL 2012 PREFEITURA INTERDITA MAIS TRÊS AGÊNCIAS INSEGURAS NO RECIFE Conquistas dos bancários com a greve injetam R$ 7,6 bilhões na economia A Prefeitura do Recife interdi- tou no início de outubro mais três agências de bancos que não cum- prem a lei municipal de segurança bancária. Agora, já são quatorze unidades fechadas desde o mês de junho, quando o Sindicato intensi- ficou a pressão sobre a Prefeitura para garantir o cumprimento da legislação. Além das interdições, o desrespeito dos bancos já acar- retou cerca de R$ 60 milhões em multas, segundo o Ministério Pú- blico. Enquanto isso, o descaso das instituições financeiras com a segurança de suas agências conti- nua fazendo vítimas. Até o dia 15 de outubro, o estado de Pernam- buco registrou 24 assaltos a ban- co: oito a mais que no ano passado inteiro. Só nos primeiros dez dias de outubro, cinco ocorrências as- sustaram os bancários e aumen- taram ainda mais a sensação de insegurança. Páginas 4 e 5 Os bancários já começaram a receber as conquistas da Campanha Nacional 2012. Praticamente todos os bancos já depositaram a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), num montante aproximado de R$ 2,3 bilhões. Ao todo, as conquistas arrancadas nesta Campanha após nove dias de greve injetarão na economia cerca de R$ 7,6 bilhões somente com os aumentos reais nos salários e nos auxílios-refeição e alimentação e com a PLR. Página 3 LEIA TAMBÉM Bancários param o HSBC e exigem valorização Página 6 Festa do Dia das Crianças agita o Clube de Campo Página 8 BNB assina Convenção Coletiva pela 1ª vez Página 3 O Santander da Caxangá foi interditado no dia 1º de outubro

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de 16 a 31 de outubro de 2012

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Page 1: Jornal dos Bancáros - ed. 439

ANO XX • Nº 439 • 16 A 31 DE OUTUBRO DE 2012 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

Bancos na mira

campanha nacional 2012

Prefeitura interdita mais três agências inseguras no recife

conquistas dos bancários com a greve injetam r$ 7,6 bilhões na economia

A Prefeitura do Recife interdi-tou no início de outubro mais três agências de bancos que não cum-prem a lei municipal de segurança bancária. Agora, já são quatorze unidades fechadas desde o mês de junho, quando o Sindicato intensi-ficou a pressão sobre a Prefeitura para garantir o cumprimento da legislação. Além das interdições, o desrespeito dos bancos já acar-retou cerca de R$ 60 milhões em multas, segundo o Ministério Pú-blico. Enquanto isso, o descaso das instituições financeiras com a segurança de suas agências conti-nua fazendo vítimas. Até o dia 15 de outubro, o estado de Pernam-buco registrou 24 assaltos a ban-co: oito a mais que no ano passado inteiro. Só nos primeiros dez dias de outubro, cinco ocorrências as-sustaram os bancários e aumen-taram ainda mais a sensação de insegurança.

Páginas 4 e 5

Os bancários já começaram a receber as conquistas da Campanha Nacional 2012. Praticamente todos os bancos já depositaram a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), num montante aproximado de R$ 2,3 bilhões. Ao todo, as conquistas arrancadas nesta Campanha após nove dias de greve injetarão na economia cerca de R$ 7,6 bilhões somente com os aumentos reais nos salários e nos auxílios-refeição e alimentação e com a PLR.

Página 3

Leia tamBÉmBancários param o HSBCe exigem valorizaçãoPágina 6

Festa do Dia das Criançasagita o Clube de CampoPágina 8

BNB assina Convenção Coletiva pela 1ª vezPágina 3

o santander da caxangá foi interditado no dia 1º de outubro

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16 a 31 de outubro de 2012

No último dia 2 o Comando Nacional dos Bancá-rios e a federação dos bancos (Fenaban) assinaram a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que incorpora as conquistas garanti-das após nove dias de greve. A solenidade que encerrou a Cam-panha Nacional 2012 celebrou também uma data histórica: os 20 anos da Convenção Coleti-va. Assinada pela primeira vez em 1992, a CCT garante aos bancários os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional e em todos os bancos, públicos e privados.

Essa é uma conquista histó-rica e única no Brasil, fruto da ousadia, da coragem dos bancá-rios para a luta, da sua capacidade de organização e da busca permanente da unidade nacional – e que é hoje objeto de desejo das demais categorias de trabalhadores.

Foi com essa soma de fatores que os bancários alcançaram todas as suas conquistas, que passam pelos aumentos reais de salários e pela valorização ainda maior dos pisos nos últimos nove anos inin-terruptos, pela majoração contínua da PLR, pelos avanços no combate ao assédio moral, na segurança bancária, na igualdade de oportunidades e pela gera-ção de novos empregos nos bancos públicos.

A Convenção Coletiva é uma construção de mui-tas e muitas gerações de bancários, que remonta ao início do século 20, quando a categoria conquistou a

jornada de 6 horas diárias de tra-balho. É importante reconhecer esse passado de lutas para pen-sar nos desafios do futuro. E é somente com a unidade nacional e com as mobilizações que avan-çaremos para enfrentar os sérios problemas do emprego e da rota-tividade, do assédio moral e das metas abusivas, da insegurança, das discriminações e da busca permanente por uma remunera-ção decente, que passa pela valo-rização dos pisos salariais, e por uma aposentadoria digna.

Também é desafio dos bancários dialogar com a sociedade brasileira sobre a necessidade de bus-carmos outro sistema financeiro, que forneça mais crédito e a um custo mais baixo para alavancar o desenvolvimento econômico e social do país.

E lutar junto com os demais trabalhadores para que o Brasil, hoje a sexta maior economia, deixe de ser um dos doze países com a maior concentração de renda do planeta. Só com mais emprego e melhor re-muneração para os trabalhadores construiremos um país mais justo, democrático e solidário, em que as pessoas sejam colocadas, sempre, em primeiro lugar.

editorial Tema livre

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Circulação quinzenalRedação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, RecifeTelefone: 3316.4233 / 3316.4221. Correio Eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho Editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino. Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia. Diagramação: Bruno Lombardi. Fotos: Beto Oliveira e Ivaldo Bezerra. Impressão: NGE Tiragem: 11.000 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA

Secretário-GeralFabiano FélixComunicaçãoAnabele SilvaFinançasSuzineide RodriguesAdministraçãoEpaminondas FrançaAssuntos JurídicosJustiniano JuniorBancos PrivadosGeraldo TimesBancos PúblicosDaniella Almeida

Cultura, Esportes e LazerAdeílton Filho

Saúde do TrabalhadorWellington Trindade

Secretaria da MulherSandra Trajano

FormaçãoJoão Rufino

Ramo FinanceiroFlávio Coelho

IntersindicalRenato Tenório

AposentadosLuiz Freitas

PresidentaJaqueline Mello

A Convenção Coletiva dos Bancários é uma conquista única no Brasil, fruto da ousadia, da coragem, da capacidade de organização e da unidade nacionalda categoria

LiBÓrio meLoHumor

uma conquista históricaCorrespondentes nas agênCiasO Conselho Monetário Nacional

(CMN) adiou pela terceira vez o prazo para os bancos retirarem corresponden-tes de dentro das agências. A resolução, de dezembro de 2011, determinava que isso acontecesse em 1º de janeiro de 2012, mas os prazos foram adiados para 4 de abril e depois para 1º de novembro. Agora os bancos têm até 1º de março de 2013 para se adequar à norma. Os corres-pondentes que funcionam nas agências ou postos de atendimento são, em geral, prestadores de serviços contratados pelos bancos para vender operações de crédito consignado. Para o Sindicato, essa situação é um exemplo gritante da forma deturpada como os bancos usam os correspondentes.

Fim do ‘almoço grátis’A presidenta Dilma Rousseff declarou

no dia 3 que o Brasil foi o último “almoço grátis” no mundo para os bancos interna-cionais, e que o futuro brasileiro está em atividades produtivas que “fazem bem ao país”. Em entrevista concedida ao jornal britânico Financial Times, Dilma fez refe-rência à queda da taxa de juros durante o seu governo, que diminuiu a rentabilidade dos bancos que operam no Brasil e incen-tivou setores produtivos como a indústria.

insegurança Bancária

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campanha nacional dos Bancários

conquistas da greve injetam r$ 7,6 bilhões na economiaN os últimos dias, os ban-

cários começaram a re-ceber as conquistas da

Campanha Nacional 2012, encer-rada no dia 2 de outubro, com a assinatura da nova Convenção Coletiva de Trabalho.

Praticamente todos os bancos já depositaram a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resulta-dos (PLR), num montante aproxi-mado de R$ 2,3 bilhões. A segunda parcela será paga até o dia 1º de março, garantindo assim, R$ 4,9 bilhões do lucro dos bancos direta-mente para o bolso dos bancários.

Segundo a presidenta do Sin-dicato, Jaqueline Mello, ao todo, as conquistas arrancadas nesta Campanha após nove dias de gre-ve injetarão na economia cerca de R$ 7,6 bilhões somente com os aumentos reais nos salários e nos auxílios-refeição e alimentação e com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“Isso mostra que a luta é impor-tante e vale a pena. Fizemos uma greve muito forte e conquistamos grande parte das nossas reivindica-ções, favorecendo não só os bancá-rios mas toda a economia brasileira. Esses R$ 7,6 bilhões que arranca-mos dos bancos só com as nossas conquistas econômicas vão estimu-lar o consumo de diversos setores da economia, contribuindo com a geração de emprego e o desenvolvi-mento do país”, destaca Jaqueline, lembrando que os bancos deposi-tam ainda este mês as diferenças salariais e nos vales refeição e ali-mentação retroativos a 1º de setem-bro, data-base dos bancários.

as conquistasOs bancários conquistaram na

campanha nacional deste ano 7,5% de reajuste salarial e 8,5%

sobre o piso, o que significa um ganho real, respectivamente, de 2% e 2,95%. Segundo cálculos do Dieese, esse acréscimo aplicado sobre o salário médio da categoria e multiplicado pelos cerca de 500

mil bancários do país significará um incremento anual na economia brasileira de R$ 2,35 bilhões.

Além disso, R$ 4,85 bilhões entrarão em circulação por conta da PLR dos bancários. Outros R$

406,6 milhões serão injetados na economia por conta do aumen-to real de 2,95% também sobre o vale-refeição, sobre a cesta--alimentação e sobre a 13ª cesta--alimentação.

O Sindicato e a Contraf-CUT assinaram no último dia 8 o Acordo Co-letivo de Trabalho do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) aditivo à Con-venção Coletiva. Pela primeira vez, o instrumento foi firmado ao mesmo tempo de outros bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econô-mica Federal, o que significa um marco para o funcionalismo do BNB.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que representou os bancários de Pernambuco na solenidade de assinatura do acordo, a Campanha Nacional deste ano é histórica para os funcionários do BNB. “É a primeira vez que conseguimos assinar o acordo junto com o fecha-mento da Campanha. Nos últimos dez anos, o BNB submetia o acordo à aprovação do Dest, o que acabava atrasando a assinatura em até nove meses após a data base. Isso deixava os funcionários desprotegidos. Agora, a direção do banco ouviu os representantes dos bancários e foi buscar a autorização rapidamente”, destaca Jaqueline.

Entre as principais conquistas do acordo, garantida após dez dias de greve, está a contratação de 300 novos bancários até o final do ano, sendo 48 em Pernambuco, com abertura de 32 agências. O banco tam-bém vai distribuir, a título de PLR (Participação nos Lucros e Resulta-

dos), 9% do lucro líquido, segundo a fórmula definida na convenção coletiva. Além disso, os bancários arrancaram mais 2% do lucro líquido e outros 3% do lucro líquido como PLR social, divididos igualmente entre todos os bancários.

PeLa Primeira vez, BnB assina acordo junto com os demais Bancos

jaqueline mello assina acordo do BnB

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Mais três agências foram interditadas este mês no Recife por descum-

prirem a lei municipal de seguran-ça bancária. No dia 1º de outubro, a Prefeitura fechou as unidades do Santander e Itaú, na Avenida Ca-xangá, bairro do Cordeiro. No dia 10, foi a vez da agência do Itaú na Madalena ser interditado.

Desde o mês de junho, quando o Sindicato pressionou a Prefei-tura para garantir o cumprimen-to da Lei de Segurança Bancária no Recife, a Dircon (Diretoria de Controle Urbano) já interditou quatorze agências na capital per-nambucana. Além das unidades fe-chadas, o descumprimento da lei já acarretou cerca de R$ 60 milhões

em multas, segundo o Ministério Público de Pernambuco.

Para o diretor do Sindicato João Rufino, as tentativas de negociação para que os bancos cumprissem a legislação municipal esbarraram na intransigência dos banqueiros. “Só depois que o Ministério Pú-blico e a Dircon intensificaram a fiscalização e começaram a inter-ditar as unidades é que os bancos se viram obrigados a se adequarem às exigências legais. Infelizmente, só estamos conseguindo mudar a postura dos bancos através da for-ça. Graças às interdições, o Recife já tem uma grande quantidade de bancos com porta com detectores de metal, biombo e circuito de câ-meras, inclusive do lado de fora

das agências”, comenta o dirigente.

as interdiçõesO Santander da Caxangá foi

interditado por não ter estacio-namento para o carro forte. Já no Itaú Caxangá o fechamento foi por falta de biombos entre os caixas, estacionamento para carro forte e número de vigilantes e câmeras insuficientes. O Itaú da Madalena, assaltado há cerca de 30 dias, foi fechado porque não tem número suficiente de vigilantes, nem biom-bos e divisórias, e estacionamento especial para carro-forte.

De acordo com a Dircon, as agên-cias interditadas ficarão fechada até que sejam resolvidas as pendências nos equipamentos de segurança.

insegurança

mais três agências bancárias são interditadas no recife

A luta do Sindicato para garantir mais segurança nas agências bancárias do Re-cife começou a sair do papel em 2010, quando a Câmara Municipal aprovou uma lei que inclui as reivindicações dos bancá-rios sobre o tema. Desde então, o Sindi-cato briga para que os bancos respeitem a legislação.

“Conseguimos envolver o Ministério Pú-blico nesta luta e muitos outros órgãos, como a Prefeitura, as Polícias Civil e Mili-

tar e o governo do Estado. Assim, o cerco contra os bancos se fechou e, na última Campanha Nacional, a Fenaban aceitou implantar um projeto piloto em Pernam-buco para experimentar as medidas de-fendidas pelos sindicatos, como portas de segurança e biombos entre a fila e os caixas”, conta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

A Fenaban indicou as cidades de Reci-fe, Olinda e Jaboatão para a realização do

projeto-piloto, com participação e acom-panhamento dos bancários em todas as etapas. Para Jaqueline, a escolha das três cidades pernambucanas é resultado direto da luta do Sindicato.

“Agora, vamos acompanhar todo o pro-cesso de implantação do projeto-piloto de segurança aqui na região metropolitana da capital para garantir o sucesso da pro-posta que, depois, será levada para todo o país”, destaca Jaqueline.

Luta do sindicato Por mais segurança dá resuLtados

joão rufino

santander e itaú, na avenida caxangá, foram fechados por desrespeitarem a legislação. agora já são 14 agências interditadas na capital

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E nquanto os bancos se re-cusam a cumprir a lei de segurança bancária do Re-

cife e de outras cidades pernam-bucanas, os números da violência não param de crescer. Até o dia 15 de outubro, o estado de Pernam-buco registrou 24 assaltos a ban-co: oito a mais que no ano passado inteiro. Só nos primeiros dez dias de outubro, cinco ocorrências as-sustaram os bancários e aumenta-

ram ainda mais a sensa-ção de insegurança.

no interior O primeiro caso

ocorreu no dia 2 de outubro, na cidade de Santa Teresinha,

onde a insegurança bancária deixou um

rastro de destruição. Uma agência do BB e um posto

de atendimento do Bradesco fo-ram destruídos por explosões, que cobriram de fumaça uma das mais importantes avenidas da cidade.

Na agência do BB, os vidros foram es-tilhaçados, parte do forro do teto veio abaixo e móveis foram destruídos. No Bradesco, a porta principal de vidro foi arremessada com tal violência que abriu um buraco no teto da agência. Os bandidos ainda saíram atirando pelas ruas. No dia seguinte, 4 de outubro, dois bancários foram usados como reféns em uma tentativa de assalto ao Banco do Brasil de Camocim de São Félix. O crime ocorreu no final do expediente. Uma bancá-ria estava de saída quando foi

abordada pelos bandidos e obriga-da a entrar na agência. O tesou-reiro também foi rendido, mas o assalto não chegou a se consumar, porque o cofre já estava fechado e os bancários não tinham como abri-lo. Mesmo assim, eles fo-ram manti-dos como reféns e forçados a acom-panhar os assaltantes, que só os liberaram na cidade vizinha. “Se com a legislação a favor da segurança bancária ainda temos problemas na capital, no interior do estado a situação é ainda pior, com agências muito mais insegu-ras”, opina o secretário de Forma-ção do Sindicato, João Rufino.

na regiãometroPoLitana

O Bradesco do Janga foi alvo de assalto no dia 5. A investida

ocorreu por volta do meio-dia e, segundo as testemunhas,

foi rápida: dois bandidos levaram o

dinheiro dos caixas e pertences de al-guns clientes.Inaugurada no

dia 3 de setem-bro, a unidade não

tem porta com detector de metais nem biombos e o amplo vão, aberto, facilita os assaltos. “Os comentários que se ouviam entre clientes, bancários e vigilantes eram de que o assalto

já era esperado pois, além de se localizar em uma área de risco, a segurança da agência é muito

vulnerável”, afir-ma o secre-tário de Saúde do Sindicato,

Wellington Trindade.

No dia 10 de ou-tubro, o Posto de Atendimen-to do Itaú na Odebrecht, em Suape, foi alvo de assalto pela

segunda vez em menos de um ano. Desta vez, o gerente operacional da unidade foi interceptado e fei-to refém a caminho do trabalho, próximo à praia de Gaibu. Três bandidos entraram em seu carro e foram com ele até o posto, onde o assalto foi consumado.

Em maio deste ano, a mesma unidade do Itaú sofreu outra in-vestida. Quatro homens armados entraram sem dificuldades no local e renderam o vigilante. O banco colocou mais um vigilan-te e instalou circuito de câmera. Mas não há portas com detector de metais, biombos ou cabines

para os segu-ranças. Além disso, o local é insalubre: o espaço é pequeno e, em dias de pagamento, vira um verda-deiro inferno. Para ir ao ba-nheiro, os fun-cionários precisam usar os externos da Odebrecht.

Também no dia 10 de outubro o Bradesco de Casa Caiada, em Olinda, foi assaltado. A agência não tem portas de segurança com detector de metais, nem biombos, nem cabines para os seguranças. Um imenso vão, aberto, na entra-da da unidade facilita a ação dos bandidos.

Segundo as testemunhas, a ação foi rápida, mas violenta. Cinco assaltantes entraram na agência; obrigaram bancários, clientes e vigilantes a deitarem no chão; e retiraram os pertences das pes-soas, as armas dos vigilantes e o dinheiro dos caixas.

insegurança

cinco assaltos a bancos nosprimeiros 10 dias de outubro

O Sindicato tem visitado as agências assim que os assaltos ocor-rem para garantir o fechamento da unidade e a prestação de aten-dimento psicológico às vítimas, conforme previsto na Convenção Coletiva. O Sindicato também alerta quanto a importância de que, nestes casos, os bancários procurem a entidade para expedir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “Os bancos privados têm se recusado a emitir a CAT, que atesta um acidente de trabalho.

Ou seja, caso o bancário que passou por um assalto venha a sofrer algum dano psíquico no futuro, a doença será caracterizada como ocupacio-nal. Garante, portanto, todos os di-reitos devidos às vítimas de acidente de trabalho. E o número de distúrbios psíquicos por conta de assaltos tem crescido muito entre os bancários”, afirma o secretário de Saúde do Sin-dicato, Wellington Trindade.

sindicato aLerta soBre imPortância da cat

Wellington trindade

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Os bancários do HSBC fe-charam no último dia 10 uma das principais agên-

cias do Recife. O protesto fez par-te do Dia Nacional de Luta dos empregados, que cobram do banco uma PLR justa e mais contratações, entre outros pontos. A agência Cen-tro, localizada na avenida Conde da Boa Vista, um dos mais importantes corredores bancários da capital per-nambucana, permaneceu fechada até o meio dia.

Segundo o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e diretor do Sindicato dos Bancários de Per-nambuco, Alan Patrício, o objetivo da mobilização é exigir a valoriza-ção dos funcionários do HSBC. A atividade também reforçou as prin-cipais reivindicações dos trabalha-dores, como o fim das demissões e a contratação de mais funcionários, além da luta pelo não desconto dos programas próprios de remuneração (PPR/PSV) na PLR.

“No dia 11, os bancários do HSBC receberam a PLR e o PSV. E, para nossa surpresa, o valor pago é bem aquém do esperado. O banco provi-

sionou três vezes o valor do seu lucro líquido do primeiro semestre a título de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos), reduzindo drasticamente o valor da parcela adicional da PLR. Nas nossas contas, cada bancário de-veria receber R$ 1.380, mas o banco está pagando cerca de R$ 600. Além disso, temos outros problemas, como a onda de demissões que o banco vem promovendo, a falta de funcio-nários, o assédio moral, as metas abu-

sivas. Por isso estamos organizando nacionalmente uma jornada de lutas pela valorização dos trabalhadores do HSBC”, explica Alan, que também é empregado do banco.

Ainda segundo Alan, os trabalha-dores do HSBC já conquistaram, no mês de maio, o não desconto do programa próprio de remuneração do banco na PLR. Porém, apenas para a área gerencial. “Nós temos ainda 15 mil trabalhadores regidos pelo PPRB,

que é o programa de participação nos resultados da área de retaguarda. A empresa insiste em abater da segun-da parcela da PLR, que será paga em fevereiro do ano que vem, os valores do PPRB. Então, o Sindicato de Per-nambuco, juntamente com a Contraf--CUT e as demais entidades sindicais, estamos na luta e vamos pressionar até que o banco volte atrás e não des-conte nenhum programa próprio da nossa PLR”, esclarece Alan.

hsBc

caixa

Bancários paralisam agência no recife e exigem valorização

Banco divulga regras para incentivoao mestrado dos funcionários

A Caixa Econômica Federal di-vulgou circular informando a aber-tura da sistemática de seleção para o incentivo à pós-graduação stricto sensu 2012 na modalidade mestra-do profissional, com oferta de pelo menos 100 vagas.

Esse incentivo, segundo a em-presa, visa estimular a pesquisa e proposição de soluções às temáti-cas consideradas estratégicas para

alcance de objetivos empresariais. A seleção consistirá em duas eta-pas: manifestação de interesse (primeira) e avaliação de pré-pro-jeto (segunda).

O cronograma da sistemática de seleção ficou assim estabelecido: manifestação de interesse e envio do pré-projeto pelos empregados (8 a 31 de outubro), divulgação da lista de inscritos (1º de novembro),

análise de requisitos e impedimen-tos (5 a 9 de novembro), análise dos pré-projetos pelas bancas te-máticas (12 a 30 de novembro), apuração das notas e classificação (3 a 7 de dezembro), divulgação da classificação geral (7 de dezem-bro) e apresentação dos documen-tos de contratação pelos seleciona-dos (7 de dezembro de 2012 a 28 junho de 2013).

Para outras informações, a orientação é para que seja consul-tada a página “Incentivos e Certi-ficações” no portal da Universida-de Caixa.

Eventuais dúvidas podem ser dirimidas na Centralizadora Na-cional de Atendimento Integrado e Monitoramento, pelo endereço eletrônico http://www.siate.caixa/ ou pelo telefone 0800 721 2222.

empregados querem PLr justa e mais contratações

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16 a 31 de outubro de 2012

ramo Financeiro

Luta dos financiáriosgarante mais conquistasO Sindicato realiza no dia 17

de outubro assembleia com os financiários para avalia-

ção da proposta apresentada pela Fenacrefi (Federação das Financei-ras), no último dia 10. A assembleia será realizada às 10 horas da manhã, na sede da BV Financeira (Avenida Agamenon Magalhães).

A proposta prevê reajuste salarial de 6,96% (aumento real de 2%) e de 7,96% (ganho real de 2,96%) nos pi-sos, auxílio refeição, cesta-alimen-tação e 13ª cesta. O auxílio-refeição passa dos atuais R$ 20,38 ao dia para R$ 22; e a cesta-alimentação salta de R$ 321,46 para R$ 347,05 ao mês (mesmo valor da 13ª cesta).

Já o valor fixo da Participação nos Lucros e Resultados - PLR cresce 10%, passando de R$ 1.600 para R$ 1.760 com teto de R$ 7.998,50. Ela será composta por 90% das ver-bas fixas, mais um valor fixo de R$ 1.760. Se o acordo for aprovado, as empresas se comprometem a ante-cipar o pagamento de 60% do va-

lor fixo da PLR (R$ 1.056) em, no máximo, 10 dias após a assinatura da convenção coletiva. A segunda parcela deve ser creditada em feve-reiro e as diferenças salariais (tíque-te, vale alimentação e salário) serão pagas até novembro.

Para o secretário do Ramo Finan-ceiro do Sindicato, Flávio Coelho, foi possível avançar em vários pon-tos e, por isso, o Sindicato orienta a aprovação. “Outras questões termi-naram em impasse, como a unifi-cação da data-base e adequação da PLR para o formato do benefício dos bancários. Estes e outros pontos voltarão a ser negociados em mar-ço”, explica Flávio.

A Contraf-CUT enviou ofício ao Banco do Brasil no último dia 9 para, entre outras demandas, cobrar a correção da falta não abonada do dia 27 de setembro, último dia da greve nacional, que não foi reclassi-ficada corretamente, em descumpri-mento ao acordo aditivo já assinado.

“Nos surpreendeu o banco ter fei-to no sistema a reclassificação das faltas, que estava com o código in-devido de falta não justificada, e ao corrigir o erro simplesmente descon-siderou o acordo coletivo aditivo já assinado”, afirma William Mendes, diretor de Formação da Contraf-CUT

e coordenador da Comissão de Em-presa dos Funcionários do BB.

demais correçõesA Contraf-CUT também cobrou

no ofício as datas dos acertos dos direitos e conquistas da campanha nacional, dentre os quais estão os re-ajustes dos vales-refeição e alimen-tação que virão no próximo crédito do Visa Vale e as demais verbas sa-lariais no dia 20. “Esperamos que os acertos venham todos em outubro, já que a assinatura do acordo foi ante-rior ao fechamento da folha”, acres-centa William.

Em rodada de negociação ocorrida no dia 9 passado, a direto-ria do BNDES se comprometeu a apresentar para os sindicatos uma proposta de índice de reajuste salarial em nova reunião no próximo dia 19. Os funcionários reivindicam reajuste de 10,25%.

A rodada foi bastante dinâmica e considerada positiva pelos dirigentes sindicais que participaram do encontro na sede do banco, no Rio de Janeiro. Entre as reivindicações dos trabalhado-res estão a implantação de um plano de carreira e a ampliação do valor das férias, conforme a minuta aprovada no 1º Congres-so dos Funcionários do BNDES, realizado em agosto, e entregue ao banco no dia 12 de setembro.

Bndes se comPromete a trazer ProPosta Para as reivindicações dos Bancários no dia 19

Banco do Brasil

sindicato cobra acertos da campanha

flávio coelho

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16 a 31 de outubro de 2012

Por conta da grande demanda para ocupação dos chalés do Clube de Campo dos Bancários, as vagas para os meses de dezembro e janei-ro serão definidas por sorteio. As inscrições estão abertas até o dia 31 de outubro. O sorteio será reali-zado no dia 5 de novembro.

São dez chalés mobiliados e equipados, com dois quartos, ba-nheiro, sala e cozinha conjugados. O final de semana fica por apenas R$ 65.

O Clube de Campo dos Bancá-rios fica na Estrada de Aldeia, km 14,5. Tem parque aquático, bicas, quadras de futebol e vôlei, bar e restaurante, parque infantil, jogos de salão, churrasqueiras e uma imensa área verde.

lazer

esporte cluBe de campo

meninada lota clube de campo na festa do dia das crianças

muita emoção na reta final da primeira fasedo campeonato de futebol dos Bancários

Vagas para chalés serão sorteadas

Antes mesmo da Festa das Crianças, no dia 14 passado, a meninada já enchia de animação o Clube de Campo dos Bancários. Quase to-

dos os dez chalés passaram o fim de semana cheios de crianças fazendo festa. No domingo, a alegria foi re-dobrada: mais de 200 meninos e meninas, de diversas idades, inundaram o clube com muitas brincadeiras.

Os recreadores tiveram trabalho para dar conta de tanta energia. As piscinas ficaram cheias de gente mi-úda. Nos campos de futebol e vôlei, nas bicas, na pis-cina de bola, na cama elástica, no tobogan... em cada canto e em cada brinquedo instalado no clube havia uma porção de crianças.

A meninada fazia fila para pegar algodão-doce, pipo-ca e as sacolinhas com brindes e guloseimas. “Todas as 400 sacolinhas foram distribuídas. A gente fica muito feliz com o sucesso da festa, que a cada ano fica mais animada. Já é uma tradição dos bancários que enche de alegria o Clube de Campo”, afirma o secretário de Cultura, Esportes e Lazer do Sindicato, Adeilton Filho.

A primeira fase do Campeonato de Futebol dos Bancários termina no próximo dia 27 de outubro e definirá os oito times que disputarão a segun-da fase. A grande final está prevista para o dia 24 de novembro.

Por causa da Festa do Dia das Crianças e do Feriado de Nossa Se-nhora Aparecida, não houve rodada

no final de semana de 13 de outubro.A competição será retomada nos

dias 20 e 21 de outubro. No sábado, jogam Banco do Brasil contra BB/Bradesco e Bradesco Caxangá contra Bradesco Cabo. No domingo é a vez de Bradesco X Bradesco Capibaribe e Itaú X Apcef-PE.

Por enquanto, o Banco do Brasil

está na liderança do Grupo A, seguido pela Apcef e Bradesco Jurídico. No Grupo B, quem lidera é o Bradesco, seguido pelo Santander e Bradesco Cabo.

Todos os jogos acontecem aos sá-bados e domingos, a partir das 8h30, no Clube de Campo dos Bancários (Estrada de Aldeia, km 14,5).