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Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO IX N” 1.644 B RAS˝LIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO Reforma do JudiciÆrio serÆ examinada por 30 dias na CCJ Ao anunciar decisªo, Sarney argumenta que complexidade do tema e nœmero expressivo de emendas apresentadas à proposta justificam seu reexame no momento em que o Senado renova quase 50% de seus integrantes. Indicado para presidir CCJ, Edison Lobªo anuncia prioridade para a proposta, que terÆ novo relator na comissªo. P`GINA 3 Ministro debate PrevidŒncia com base governista Encontro com Ricardo Berzoini agrada governistas e fortalece compromissos deles com a reforma da PrevidŒncia. Ministro defende votaçªo de projeto que disciplina o regime de previdŒncia complementar do servidor pœblico. P`GINA 4 Berzoini (ao microfone) garante que nªo existe decisªo tomada quanto às mudanças na PrevidŒncia. Vamos ouvir todos os segmentos envolvidos, disse aos senadores da base governista PECs marcam reinício das sessões deliberativas hoje O limite de R$ 2 mil para as aposentadorias do setor privado estÆ previsto em uma das duas propostas de emenda à Constituiçªo que se encontram na pauta do Senado hoje, quando recomeçam as sessıes deliberativas. A outra PEC acaba com as votaçıes secretas no Congresso. A proposta original só previa o fim do voto secreto nas deliberaçıes sobre perda de mandato parlamentar, mas seu alcance foi ampliado, em substitutivo, para todas as decisıes das duas Casas legislativas. P `GINA 2 Comissıes elegem hoje seus presidentes Eleiçªo de novos presidentes das comissıes permanentes do Senado estÆ prevista para hoje à tarde, após as votaçıes em PlenÆrio. Senadores que irªo presidir as comissıes foram definidos anteriormente, em acordo de lideranças partidÆrias. P`GINA 5 JosØ Cruz JosØ Cruz

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Ó R G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O IX � Nº 1.644 � B R A S Í L I A, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADOReforma do Judiciário será

examinada por 30 dias na CCJAo anunciar decisão, Sarney argumenta que complexidade do tema e número expressivo de emendas apresentadasà proposta justificam seu reexame no momento em que o Senado renova quase 50% de seus integrantes. Indicado

para presidir CCJ, Edison Lobão anuncia prioridade para a proposta, que terá novo relator na comissão.

PÁGINA 3

Ministro debatePrevidência combase governista

Encontro com Ricardo Berzoini agradagovernistas e fortalece compromissosdeles com a reforma da Previdência.

Ministro defende votação de projeto quedisciplina o regime de previdênciacomplementar do servidor público.

PÁGINA 4

Berzoini (ao microfone) garante que não existedecisão tomada quanto às mudanças naPrevidência. �Vamos ouvir todos os segmentosenvolvidos�, disse aos senadores da base governista

PECs marcamreinício das sessõesdeliberativas hoje

O limite de R$ 2 mil para as aposentadoriasdo setor privado está previsto em uma das

duas propostas de emenda à Constituição quese encontram na pauta do Senado hoje,

quando recomeçam as sessões deliberativas. Aoutra PEC acaba com as votações secretas noCongresso. A proposta original só previa o fim

do voto secreto nas deliberações sobre perda demandato parlamentar, mas seu alcance foiampliado, em substitutivo, para todas as

decisões das duas Casas legislativas.

PÁGINA 2

Comissões elegem hoje seus presidentesEleição de novos presidentes das comissões permanentes do Senado está prevista

para hoje à tarde, após as votações em Plenário. Senadores que irão presidir ascomissões foram definidos anteriormente, em acordo de lideranças partidárias.

PÁGINA 5

José

Cruz

José

Cruz

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 20032

JORNAL DO SENADO www.senado.gov.br - E-mail: [email protected] - tel.: 0800 612211 - fax: (61) 311 3137

Impresso pelaSecretaria Especial

de Editoração ePub l i cações

Endereço: Praça dos Três PoderesEd. Anexo I do Senado Federal,20º andar

Brasília - DF - 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas

da Subsecretaria Agência Senado

MESA DO SENADO FEDERAL Agaciel da Silva MaiaRaimundo Carreiro SilvaArmando S. RollembergMaria da Conceição Lima Alves (61) 311-3573Antonio Caraballo (61) 311-3327Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin,João Carlos Ferreira da Silva e José do Carmo AndradeSergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho, Osmar Miranda e Iracema F. da SilvaLindolfo do Amaral Almeida, Miquéas Dantas de Morais, Eny Junia Carvalho e Rita AvelinoEdmilson FigueiredoCirilo Quartim

Diretor-Geral do Senado:Secretário-Geral da Mesa:

Diretor da Sec. de Comunicação Social:Diretora do Jornal do Senado:

Diretor da Agência Senado:Editores:

Diagramação:Revisão:

Tratamento de Imagem:Arte:

José SarneyPaulo PaimEduardo Siqueira CamposRomeu TumaAlberto SilvaHeráclito FortesSérgio ZambiasiJoão Alberto SouzaSerys SlhessaenkoGeraldo Mesquita JúniorMarcelo Crivella

Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:

1º Secretário:2º Secretário:3º Secretário:4º Secretário:

Suplentes de Secretário:

Circulação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333

A G E N D AA G E N D AQUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003

PresidenteJosé Sarney

10h15 � Prefeito de Macapá, João HenriquePimentel10h30 � Presidente do Grupo Orsa, Sérgio An-tonio G. Amoroso11h � Ministro Paulo Afonso, acompanhado doministro Walter Costa Porto11h30 � Representantes da empresa J.Sabinodo Amapá12h � Embaixadora dos Estados Unidos, DonnaHrinak

Vice-presidentePaulo Paim

9h � Recebe juiz e representante da Associa-ção Nacional dos Magistrados do Trabalho, PauloSchimdt

P L E N Á R I O

14h30 � Sessão deliberativa ordináriaPauta: PEC que dá nova redação ao § 2º do art.55 da Constituição federal, para exigir voto os-tensivo no caso de perda de mandato de depu-tado e senador; PEC que altera redação do § 2ºdo art. 201 da Constituição federal, para disporsobre o valor máximo dos benefícios do Regimede Previdência Social, entre outras matérias.

C O M I S S Õ E S

17h � Eleição dos presidentes e vice-presiden-tes das comissões permanentes do Senado E S P E C I A L

9h30 � Reunião da bancada do PT com o mi-nistro Celso Amorim, das Relações Exteriores.

Duas propostas de emenda àConstituição (PEC) têm hoje a quar-ta sessão de discussão antes de se-rem votadas em primeiro turno �as PECs são votadas após cinco ses-sões de discussão. Uma delas é aque estabelece o valor de R$ 2 milcomo limite máximo para as apo-sentadorias do setor privado, pormeio de lei específica. A propostaé de Mauro Miranda, com votofavorável do relator, Waldeck Or-nélas, os dois com mandatos já en-cerrados e não renovados.

A PEC estabelece ainda que es-ses proventos serão reajustadosna mesma época e pelo mesmosíndices aplicados aos benefíciosdo Regime Geral da Previdência So-cial, de forma a preservar o poderde compra dos aposentados.

Em nome do PDT, o senadorJefferson Péres (AM) fez um ape-lo ontem ao presidente do Sena-do, José Sarney, para que as ses-sões deliberativas das quintas-fei-ras ocorram a partir das 14h30,como determina o Regimento In-terno da Casa. Ele argumentouque a realização das sessões dequinta-feira na parte da manhã,conforme decisão de um conse-lho de líderes, prejudica o funcio-namento das comissões.

Jefferson exemplificou sua ar-gumentação mostrando que aComissão de Relações Exteriorese Defesa Nacional (CRE), de acor-do com o Regimento, deveria fun-cionar nas terças-feiras a partir das10h, mas neste horário funcionaa Comissão de Assuntos Econô-micos (CAE). A CRE passou então

A cadeira que o presiden-te do Senado, José Sarney,usou para conduzir a pri-meira sessão ordinária da52a Legislatura na tarde deontem data de 1867. Feita demadeira de lei e couro, foiusada na primeira sede doSenado, no Palácio do Con-de dos Arcos (1826 a 1924),e continuou em uso no Pa-lácio Monroe (1925 a 1960),ambos no Rio de Janeiro.Junto com duas outrasiguais, veio para Brasília namudança da capital, em 1961.

A chefe de serviço do Mu-seu do Senado, Tânia Tole-do Tenório, explicou que acadeira foi usada por Sarney nasua outra gestão na Presidênciada Casa (1995-1996). De acordocom Tânia Tenório, Sarney voltoua usar a cadeira histórica peloamor que tem por antiguidades epor bens culturais. Os dois últimospresidentes, Antonio Carlos Ma-galhães (PFL-BA) e Ramez Tebet(PMDB-MS), escolheram cadeirascom estilo mais moderno parapresidir as sessões.

Além da que o presidente estáusando no Plenário, há outra ca-deira igual no gabinete da Presi-dência. Uma terceira está em ex-posição no Museu do Senado epode ser vista pelo público. Ascadeiras foram usadas na épocaem que atuaram senadores ilus-tres como Rui Barbosa, AntonioPaulino Limpo de Abreu, o Viscon-de de Abaeté, ou João MaurícioWanderley, o Barão de Cotegipe.

A maioria dos móveis usados nogabinete da Presidência da Casasão antiguidades tombadas peloPatrimônio Histórico. Peças do fi-nal do século 19 podem ser vistaspelo público no Museu do Sena-do nas segundas, terças e quar-tas, das 9h às 12h30, e nas quintase sextas, das 14h às 18h. Informa-ções podem ser obtidas pelo tele-fone 311-4029.

Sarney volta a usarcadeira do Império

Senado discute novo limitepara as aposentadorias

PEC que aumenta valor máximo para R$ 2 mil e a que acaba comvotações secretas no Congresso têm hoje a quarta sessão de discussão

A outra proposta é a que acabacom as votações secretas no Sena-do e na Câmara. O texto original,do senador Tião Viana (PT-AC),previa o fim do voto secreto quan-do estivesse em votação a perdade mandato de senadores, mas foiampliado pelo relator, o então se-nador José Eduardo Dutra.

O relator propõe o fim do votosecreto nas seguintes situações:manutenção de prisão de parla-mentar detido sob o fundamentode flagrante delito por crime ina-fiançável; de veto do presidenteda República a projeto de lei; daescolha de magistrados, do presi-dente do Banco Central e de ou-tras autoridades que dependamde aprovação do Senado; da exo-neração, de ofício, do procura-

dor-geral da República antes dotérmino do mandato. As duasPECs estarão em condições de servotadas amanhã.

Deverão ser apreciados aindaprojetos de decreto legislativo quetratam de renovação de conces-sões ou outorga de permissõespara emissoras de rádio. Três pro-jetos renovam as concessões daFundação Espírita André Luiz paraexplorar emissora de rádio emGuarulhos (SP); da Fundação DomJoaquim para sua rádio em Tefé(AM), e da Fundação Bom Jesusde Cuiabá para continuar operan-do sua emissora AM em Cuiabá(MT). Um projeto outorga permis-são para a Fundação Dom Eduar-do Duarte Silva operar emissoraFM em Uberaba (MG).

a marcar suas reuniões para as ter-ças à tarde e, geralmente, não con-segue se reunir porque neste ho-rário ocorre a ordem do dia. Deacordo com o senador, a Comis-são de Educação também vemsendo prejudicada.

� Se a maioria dos líderes en-tender que a situação deve conti-nuar, deve-se então modificar oRegimento e estabelecer um novohorário de reuniões das comis-sões. Estará se regularizando umasituação anômala, mas não se es-tará contribuindo para melhorara imagem desta Casa � afirmou.

O senador reconheceu que suasponderações não são populares,mas observou que seu dever,como membro do Senado, o obri-ga a dizer palavras que podem de-sagradar algumas pessoas.

Em aparte, o senador RobertoSaturnino (PT-RJ) concordou quese não houver consenso entre oslíderes, a respeito da mudança dohorário das sessões das quintas-feiras, deve prevalecer o Regi-mento Interno.

Sarney garantiu que em sua ges-tão todas as sessões das quintas-feiras serão deliberativas, desdeque haja matéria. Ele informouque na última reunião de líderes aquestão foi debatida e que em bre-ve terá uma decisão. Caso não hajaconsenso, ele fará prevalecer oRegimento, que estabelece que assessões deliberativas das quintas-feiras devem ocorrer às 14h30.

Jefferson defende sessõesnas quintas-feiras à tarde Jefferson

Péres quermais tempopara reuniãodas comissõespermanentes

José Sarney voltou a usar a cadeirahistórica por apreço aos bens culturais

Roos

evelt

Pinh

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Roosevelt Pinheiro

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O presidente do Senado, JoséSarney, anunciou ontem, em Ple-nário, sua decisão de enviar a pro-posta de reforma do Judiciário devolta à Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ). Ele ar-gumentou que a complexidade dotema e o número expressivo deemendas já apresentadas à pro-posta justificam seu reexame, emespecial no momento em que aCasa sofreu uma renovação dequase 50% de seus integrantes.

Em obediência ao RegimentoInterno, a proposta terá 30 diasde prazo para sua tramitação naCCJ. Os senadores poderão apre-sentar suas sugestões ao novorelator, que será designado pelosintegrantes da comissão, mas nãoserá reaberto prazo para emen-das, informou Sarney.

Terminada a tramitação na CCJ,a proposta de reforma do Judici-ário, na forma do substitutivoaprovado, voltará a ser examina-da em Plenário, em dois turnos,

O senador Edison Lobão (PFL-MA), indicado pelo seu partidopara a Presidência da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ), afirmou ontem que, caso te-nha seu nome confirmado pelosmembros da comissão, como foiacordado entre os líderes partidári-os, dará prioridade à análise da pro-posta de reforma do Judiciário.

� Vamos ter que lidar com a re-forma do Judiciário agora, nesteinício de legislatura. Ela foi concluí-da pela comissão depois de longosdebates, foi ao Plenário do Senado,recebeu mais de 200 emendas e, ago-ra, volta para a CCJ � lembrouLobão.

A reforma do Judiciário está en-tre as 722 matérias que já esperam oparecer da CCJ neste início de ano.Entre elas, Lobão destacou proje-tos que compõem a reforma políti-ca. Porém, ele observou que boaparte das propostas que mudam alegislação político-eleitoral brasilei-ra já foi votada pela comissão e en-viada à Câmara dos Deputados.

� As demais reformas, a tributá-ria e a da Previdência, serão tam-

Das reformas consideradas prio-ritárias para o país, a do Judiciário ea política devem ser as primeiras aentrar em pauta no Senado. O anún-cio partiu do líder do governo naCasa, Aloizio Mercadante (PT-SP),e recebeu o aval dos líderes partidá-rios do bloco de apoio ao governo,formado pelo PTB, PL e PSB, que sereuniram ontem. Segundo Merca-dante, as reformas da Previdência etributária só devem chegar ao Se-nado depois de discutidas e vota-das pela Câmara dos Deputados.

Há dez anos em tramitação noCongresso, a reforma do Judiciá-rio já havia sido votada pela Co-missão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJ), mas a falta deconsenso em torno de aspectos po-lêmicos, como a adoção da súmulavinculante, suscitou o seu reexame.Mercadante acredita que, após achegada da matéria à CCJ, cincosessões serão suficientes para pro-mover os ajustes necessários eaprovar o relatório final.

Quanto à discussão da reformapolítica a partir do Senado, o líderdo governo afirma que pesou o fatode a Casa já haver votado muitasproposições ligadas ao tema, comoa fidelidade partidária, o financia-mento público de campanhas, a re-gulamentação da cláusula de bar-reira e das coligações partidárias. Aintenção do bloco governista, con-forme explicou Mercadante, é reu-nir todas as matérias em uma �pro-posta conclusiva�, que integre tan-to as proposições já votadas comoaquelas ainda em aberto.

PACTOEnquanto o Executivo não enca-

minha um projeto acabado sobremudanças no sistema previdenciá-rio, Mercadante diz concordar coma votação do Projeto de Lei Com-plementar nº 9/1999, que disciplinao regime de previdência comple-mentar para o servidor público. Emrelação à reforma tributária, ele de-fende um projeto capaz de recons-truir o pacto federativo e enfrentara guerra fiscal entre os estados.

� O acordo em torno da questãotem de preservar a distribuição dobolo tributário entre os entes fede-rados � afirmou.

Na opinião de Aloizio Mercadante,a reforma tributária deverá se pau-tar nos seguintes princípios de con-vergência: desburocratização do pro-cesso, de forma a imprimir raciona-lidade e agilidade ao sistema; unifica-ção do código tributário; redução donúmero de tributos; combate à so-negação, elisão e evasão fiscal.

CCJ vai reexaminar propostade reforma do Judiciário

Sarney justifica decisão pela complexidade do tema e fato de o Senado tersido renovado em quase 50%. Comissão terá 30 dias para analisar matéria

bém examinadas detidamente pelacomissão. Além das mais de 700matérias que já se encontram nacomissão e outros projetos que se-rão apresentados agora, no iníciodo ano. O fato é que a CCJ terá umperíodo de intensos trabalhos parapoder se desincumbir das suas res-ponsabilidades � previu.

Lobão recebeu do PFL a respon-sabilidade de comandar a CCJ de-pois da desistência do senador An-tonio Carlos Magalhães (PFL-BA), edisse que está pronto para assumira comissão, por onde passa a maiorparte dos projetos e outras propo-sições que tramitam pelo Senado.

� Trata-se de uma instituição doParlamento brasileiro, de grandeimportância e de grande valia paraa apreciação dos projetos. Todas aspropostas de emenda à Constitui-ção, por exemplo, passam pela CCJ,que examina nelas a constitucio-nalidade e a legalidade. É a partirdela que projetos seguem para ascomissões específicas, as comissõestemáticas � ressaltou.

A eleição de Lobão está marcadapara hoje, após a ordem do dia da

primeira sessão deliberativa dalegislatura, a partir das 17h. A con-vocação para a reunião deve serfeita pelo membro mais idoso daCCJ, de acordo com o artigo 88 doRegimento Interno do Senado, queserá identificado somente depoisque as lideranças partidárias fina-lizarem as indicações dos membrosdas comissões.

� Tenho consciência das minhasresponsabilidades à frente da comis-são, se for eleito. Ainda terei queme submeter à eleição por parte doscompanheiros. Uma vez eleito, sei oquanto pesa a presidência da co-missão, que é a mais importante doSenado. Nós, como é da tradição dacomissão, trabalharemos intensa-mente para cumprir o nosso dever� afirmou Lobão.

por se tratar de uma emendaconstitucional.

Sarney lembrou que a reformado Judiciário começou sua trami-tação no Senado no ano de 2000,depois de ter sido aprovada na Câ-mara dos Deputados. Seu primei-ro parecer, do relator e ex-sena-dor Bernardo Cabral, foi aprova-do na CCJ e enviado ao Plenário,em que recebeu mais de 200 emen-das e destaques.

O presidente explicou que, por

exigência regimental, a propostaprecisou voltar à CCJ para examedas emendas. Em seguida, em Ple-nário, já em 2002, a reforma doJudiciário terminou sua tramita-ção em primeiro turno. Mas nãohouve tempo para o segundo tur-no de votação antes do términoda legislatura, em dezembro.

A decisão da presidência sobrea nova tramitação do projeto dereforma do Judiciário foi aprova-da por unanimidade em Plenário.

Projeto de mudançapolítico-partidária

entra logo em pauta

Decisão de José Sarney de enviar reforma do Judiciárioa reexame da CCJ foi aprovada por unanimidade no Plenário

Lobão prevê muito trabalho, masdiz que comissão cumprirá dever

Lobão, que deve ser eleito presidenteda CCJ, anuncia prioridade

para a reforma do Judiciário

Conselho de Éticapode acompanhar

inquérito da PF

Suplicy apresentourequerimento sobre

apuração do grampo

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) encaminhou à Mesa, ontem, re-querimento assinado por 22 senado-res do PT, PL, PTB e PDT solicitandoque o presidente do Conselho de Éti-ca e Decoro Parlamentar, senadorJuvêncio da Fonseca (PMDB-MS),designe uma comissão para acom-panhar as investigações da Polícia Fe-deral sobre os grampos telefônicosocorridos na Bahia. Suplicy disse que,atendendo aos anseios da popula-ção de correção dos procedimentospolíticos, entregou cópia do reque-rimento ao senador Antonio CarlosMagalhães (PFL-BA), que está sendoacusado de ter sido um dos man-dantes dos grampos.

A decisão deapresentar orequerimentofoi tomada emreunião dossenadores dospartidos queapóiam o go-verno. Confor-me o requeri-mento, há ne-cessidade doacompanha-mento porque

�reportagens publicadas na impren-sa induzem à participação de sena-dor na solicitação das gravações�.O requerimento não menciona onome de Antonio Carlos Magalhães,citado nas reportagens. O líder doPT, Tião Viana (AC), afirmou que oinquérito da Polícia Federal �está an-dando bem� e, por isso, os partidosconcluíram que não há necessida-de de CPI.

� A Polícia Federal poderá con-cluir as investigações em no máxi-mo 14 dias. Se a investigação estiverconcluída, para que uma CPI? Seriaum contra-senso. Historicamente,fomos e seremos a favor de CPIquando ela se fizer necessária � sus-tentou o líder petista.

O presidente do Conselho de Éti-ca, Juvêncio da Fonseca, informouque convocará uma reunião assimque os partidos indicarem senado-res para substituir no conselho osparlamentares não reeleitos. A se-guir, pretende propor que sejam in-dicados dois senadores para acom-panhar as investigações.

O senador Edison Lobão (PFL-MA) observou que a posição dobloco governista tem apoio em ou-tros partidos. �Parece existir umconsenso de que esse assunto sódeve ser tratado pelo Congresso, sefor o caso, após concluído o relató-rio da Polícia Federal�, observou.

Geral

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 20034

Sugestões dos juízes sobre a reforma da Previdência foram apresentadasa Paim por presidentes de tribunais estaduais de Justiça

Senadores da base de apoio do governo debateram as idéias paramudanças na Previdência, por três horas, com o ministro Berzoini

O 1º vice-presidente do Senado,Paulo Paim, disse ontem, duranteencontro com presidentes de Tri-bunais de Justiça dos estados daBahia, Pernambuco, Rio Grandedo Norte, São Paulo e Rio Grandedo Sul, que irá defender amplo de-bate na Casa sobre a reforma daPrevidência, antes de exame dequalquer proposta sobre o tema.

Ele recebeu das mãos do presi-dente do Colégio Permanente dePresidentes de Tribunais de Justi-ça, desembargador José Fernan-des Filho, documento que seráentregue ao ministro da Previdên-cia Social, Ricardo Berzoini, emque são descritas as preocupa-ções e sugestões dos magistrados

Ao final de encontro fechadoque teve com os senadores dabase governista, o ministro da Pre-vidência e Assistência Social, Ri-cardo Berzoini, disse ontem queconsidera desejável a votação doProjeto de Lei Complementar nº9, de 1999, que disciplina o regi-me de previdência complementardo servidor público. Com isso, ob-servou o ministro, o Parlamentoconcluirá processo iniciado em1999 de definir a estrutura legalcomplementar à Constituição.

O ministro qualificou de �possi-bilidade maior�, para a superaçãodos desequilíbrios existentes nosregimes próprios dos servidorespúblicos, a combinação de um sis-tema unificado para futuros ser-vidores com um conjunto de mu-danças de regras para os atuais.

Berzoini defende previdência complementar

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) declarou ontem, após encon-tro do ministro da Previdência eAssistência Social, Ricardo Berzoi-ni, com os senadores governistas,que o mais importante na reuniãofoi identificar que o governo nãotem uma proposta pronta para areforma da Previdência e demons-tra vontade de chamar o Congres-so Nacional e a sociedade paradebater o assunto.

� Nós queremos saber exata-mente as estimativas relacionadasà fraude, os mecanismos de com-bate à fraude, os mecanismos quepodem alterar a legislação em re-lação às chamadas empresas�pilantrópicas�. Nós queremosidentificar o nível da sonegação

Para ministro da Previdência e Assistência Social, reunido com senadores da base governista, o projeto de lei quedisciplina essa alternativa de aposentadoria para servidores públicos é a �possibilidade maior� para superar desequilíbrios

� Estamos discutindo com a po-pulação, com os servidores, comos senadores e deputados, e esta-mos apontando que, do ponto devista do equilíbrio fiscal, da justi-ça social e da perspectiva econô-mica nos próximos anos, essa é apossibilidade maior. O que nãoquer dizer que é uma decisão to-mada, porque estamos em pro-cesso de debate e vamos ouvir aopinião de todos os segmentosenvolvidos � declarou.

Segundo Berzoini, o �desequilí-brio� dos regimes próprios dosservidores da União, estados emunicípios é hoje de R$ 40 bilhões,sendo R$ 23 bilhões apenas daUnião. Com a proposta de combi-nar sistema unificado para os fu-turos servidores com novas re-gras para os atuais será possível,

de acordo com o ministro, obter-se equilíbrio a médio e longo pra-zos e alguns efeitos positivos jápoderão ocorrer a partir de 2004.

Sobre o Projeto de Lei Comple-mentar nº 9, Berzoini declarou

que o texto pode ser melhorado,tanto mediante a aprovação dedestaques, na Câmara, quantopor meio de propostas dos sena-dores. Ele lembrou que o proje-to, depois de votado pelos depu-

Encontro agrada governistas e fortalece compromisso com reforma

da União, que ao longo da histó-ria não estabeleceu a sua contra-partida aos cofres públicos, ou oque foi retirado oficialmente, quesão quase R$ 50 bilhões ao ano,relacionados à desvinculação da

receita da União � disse Heloísa.Já o líder do governo no Sena-

do, Aloizio Mercadante (PT-SP),afirmou que o sentimento da basegovernista na Casa durante o en-contro com Berzoini foi o melhor

possível, pela consistência do di-agnóstico, pelo detalhamento dosdados mais importantes do siste-ma previdenciário, pela apresen-tação das diretrizes preliminares�do que pode vir a ser o projetoque o Executivo encaminharápossivelmente ao Congresso�.

� Essa discussão, além deesclarecedora, é um compromissode participação da bancada naconstrução dessa proposta �acrescentou Mercadante, paraquem o governo está adotandoum procedimento democrático.

Segundo o líder, houve longadiscussão no encontro, muitasperguntas foram devidamenterespondidas e os senadores saí-ram �bastante motivados e empe-

Magistrados entregam sugestões a Paimsobre a reforma.

Paim comunicou aos desembar-gadores que será um defensor, noLegislativo, da manifestação de to-das as categorias de trabalhado-res sobre o assunto, pois, em suaopinião, todos que serão atingi-dos têm interesse em participardas discussões.

� Pretendo suscitar debates emque juízes, militares, servidorespúblicos e trabalhadores em geralpossam colocar suas posições,pois, atualmente, todos já com-preendem e concordam com areforma da Previdência, desdeque realizada em um patamarequilibrado, assegurando-se osdireitos e não os privilégios � afir-

mou o senador.Ele declarou também que é favo-

rável à integralidade das aposenta-dorias dos servidores públicos, masdefendeu a necessidade de revisãode aposentadorias que possamconfigurar privilégios, como as devalores acima de R$ 30 mil.

O documento entregue pelosmagistrados, explicou o desem-bargador José Fernandes, foi ela-borado pelos presidentes dos tri-bunais dos 27 estados e repre-senta a preocupação de cerca dedez mil magistrados, ativos e ina-tivos, além de pensionistas. En-tre os pontos levantados, elesdestacam o fato de a categoriater atividade diferenciada dos de-

tados, virá ao Senado e poderáretornar à Câmara, caso sejamodificado. O ministro observouque o projeto é meramenteautorizativo e não incide na re-forma da Previdência: �A suaaprovação não condiciona a re-forma que faremos�, garantiu.

Berzoini apresentou aos sena-dores do bloco governista, emreunião que durou cerca de trêshoras, as mesmas diretrizes quelevou ao Conselho de Desenvolvi-mento Econômico e Social. Disseque o governo está buscandoconstruir consensos a cada mo-mento e tem grande interesse emconversar sobre a matéria, paraque os parlamentares tenham omaior número de informaçõespossível, o máximo de transparên-cia e de segurança para votar.

nhados em impulsionar essa re-forma, consensualmente assumi-da como um grande desafio�.

O 1º vice-presidente do Senado,Paulo Paim (PT-RS), afirmou quea previsão do ministro é de enviara proposta de reforma previden-ciária até o final de abril. O sena-dor defendeu a associação da re-forma da Previdência à reformatributária, pois a mudança no sis-tema previdenciário poderá acar-retar perda de arrecadação.

Paim defendeu o deslocamentoda contribuição previdenciária dasempresas, que deixaria de ser so-bre a folha de pagamento paraincidir sobre o faturamento. Parao senador, isso pode estimular acontratação no mercado formal.

mais servidores, e por isso pe-dem para continuar classificadoscomo funcionários de carreiratípica de Estado.

� Esse texto não é corporativis-ta, mas um documento para ser

lido, ponderado e analisado, poisfoi elaborado com o apoio daque-les que são responsáveis por 70%da prestação de serviço juris-dicional do país � afirmou o ma-gistrado.

Ricardo Berzoini (ao microfone) apresentou aos parlamentares as diretrizes preliminares do governo para a reforma previdenciária

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BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Jucá foi indicado pelo PSDBpara presidir a Comissão de

Assuntos Sociais

CAE agilizará as votaçõesdas propostas enviadas

pelo Executivo, disse Tebet

As comissões permanentes do Senado devem ele-ger seus novos presidentes hoje à tarde, após as vota-ções em Plenário. O presidente da Casa, José Sarney,confirmou ontem a instalação dos colegiados. Os no-mes dos senadores que ocuparão os cargos foramdefinidos em acordo de lideranças partidárias.

A Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) deveescolher o senador Ney Suassuna (PMDB-PB); a Co-missão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), o sena-

Presidentes de comissõesdevem ser eleitos hoje

Nomes dos senadores que comandarão os colegiados foram definidosem acordo de lideranças partidárias. Eleição ocorrerá após ordem do dia

Tebet quer iniciar logo discussão das reformas

A Comissão de Assuntos Soci-ais (CAS) deve assumir uma �im-portância muito grande� na novalegislatura em função das priori-dades do governo Lula na áreasocial. Pensando assim, o senadorRomero Jucá (PSDB-RR), indica-do pelo seu partido para ocupara presidência do colegiado, irápropor hoje mudanças para am-pliar a atuação da comissão.

� A CAS estará presente no Bra-sil. Iremos debater, fiscalizar e a-companhar in loco os programassociais e os problemas nessa área.Ela deve adquirir um caráter iti-nerante, com visitas aos estados �exemplificou Jucá em entrevista àAgência Senado. O senador consi-dera que o governo tem demons-trado não possuir propostas aca-badas na área social, o que refor-ça, a seu ver, a possibilidade de atu-ação da CAS nas discussões.

Para conseguir intensificar os

Jucá propõe que CAS faça visitas aos estados

O senador Paulo Octávio pro-moveu ontem a primeira reuniãoda bancada parlamentar do Dis-trito Federal para definir posi-ções comuns em defesa de Bra-sília. Os parlamentares resolve-ram solicitar audiência ao presi-dente da República para discutiro contingenciamento do Orça-mento, que, avaliam, afeta quasetodas as emendas da bancadaque destinam recursos para in-vestimentos no DF num total deR$ 191 milhões.

Foi discutida também a criaçãode escritórios da Presidência daRepública em capitais do país. Aproposta tem recebido críticas deintegrantes da bancada. Os vetosparciais do ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso ao pro-

Bancada do Distrito Federalvai ter atuação conjunta

jeto que criou o Fundo de Assis-tência Financeira do DF tambémforam discutidos pela bancada.

O senador Eurípedes Camargo,os deputados Wasny de Roure,Sigmaringa Seixas e a deputadaMaria José Maninha, todos do PT,não compareceram devido à rea-lização de reunião da bancada dopartido. Maninha, por meio de suaassessoria, manifestou ao senadorPaulo Octávio a disposição de ser-vir de interlocutora junto ao pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva.Compareceram ao encontro ossenadores Paulo Octávio e ValmirAmaral (PMDB) e os deputadosfederais José Roberto Arruda(PFL), Tadeu Filippelli (PMDB),Pastor Jorge (PL), Tatico (PTB) eAlberto Fraga (PMDB).

O senador Eduar-do Siqueira Campos(PSDB-TO) disseontem confiar queo excesso de arre-cadação e o anda-mento da rotina ad-ministrativa permi-tirão ao presidenteda República e aosministros reveremos cortes do Orça-mento, de modo apermitir a continuidade das obrasda eclusa do Rio Tocantins e daFerrovia Norte-Sul.

� Não estamos falando de umaquestão paroquial ou regional. Aeclusa permitirá 700 quilômetrosde navegação, barateando o cus-to de toda soja brasileira, que che-ga hoje 30 dólares mais cara aosmercados externos � observou.

Os cortes atingiram as emendasdos parlamentares, que reserva-ram R$ 46 milhões para a eclusa.Eduardo Siqueira Campos decla-rou ainda que existem R$ 36 mi-

Eduardo defende recursospara conclusão de ferrovia

lhões consignados emais R$ 23 milhõesde uma emenda daComissão de Trans-portes para a Ferro-via Norte-Sul.

O senador desta-cou que, como asemendas para asduas obras foram a-presentadas pelosoito deputados e ostrês senadores do

Tocantins, todos os parlamenta-res haverão de defender as emen-das aprovadas.

� Nessa hora não nos dividimosem partidos, mas nos comporta-mos como representantes dosnossos estados.

Eduardo destacou que tanto aNorte-Sul quanto a eclusa, ambasem andamento, poderão contri-buir efetivamente para o progra-ma Fome Zero.

� Fome Zero é alimento barato,e alimento barato é transportadopor ferrovia e hidrovia � afirmou.

O senador RamezTebet (PMDB-MS)defendeu, em entre-vista exclusiva àAgência Senado,que o Executivo ajacom rapidez no en-caminhamento dasgrandes reformasestruturais do país,como as tributária eprevidenciária.

Indicado pelo seupartido para assumir a presidên-cia da Comissão de Assuntos Eco-nômicos (CAE), Tebet disse que ocolegiado vai procurar atuar comeficiência e rapidez na discussãoe votação das reformas. Contudo,acrescentou, o Executivo �tem deagir rápido, aproveitando o atualcenário de expectativas favoráveis

e de esperança detoda a sociedade�.O senador tambémdefendeu a realiza-ção de um novopacto federativono Brasil.

� Eu quero queeste seja um anode reformas. Achoque o Brasil nãopode perder a o-portunidade de

promover as grandes reformas,quando o atual governo estáaureolado por uma expectativapositiva e uma esperança muitogrande de toda a sociedade. Épreciso que se agilizem logo osprojetos e que se diga com clare-za quais são os princípios nor-teadores das mudanças. O Execu-

tivo deve enviar suas propostaspara o Congresso o mais rapida-mente possível.

Tebet disse que a CAE deverádiscutir também o endividamentoda União, estados e municípios.Para ele, entretanto, a discussãoterá de guardar sintonia com osdebates sobre a reforma tributá-ria, já que os dois assuntos estãointerligados. �Vamos discutir aquestão do endividamento comtodo zelo e cuidado, já que envol-ve a reformulação de um novopacto federativo.� ConformeTebet, os níveis de endividamentodos estados e municípios não de-vem ser modificados antes de sediscutir a reforma tributária, poisesta poderá indicar soluções parao fortalecimento das finanças es-taduais e municipais.

trabalhos da comis-são, Jucá deve pro-por a instalação dequatro subcomis-sões. Uma delas é ado idoso, que pode-rá ficar a cargo dosenador Sérgio Ca-bral (PMDB-RJ),que possui larga ex-periência nessecampo. As outrasainda não estão de-finidas. Mas é intenção do sena-dor dedicar atenção especial atemas como violência urbana, re-forma agrária e meio ambiente.

� Vamos ajudar o PT a se co-brar. Nesta semana o governo li-berou a importação de pneu ve-lho, indo contra decisão do Con-selho Nacional do Meio Ambiente(Conama) e contra o que o PThavia pregado � disse Jucá.

A eleição do presidente e do vi-

ce-presidente daCAS, prevista para atarde de hoje, deveser transformadana primeira reuniãode trabalho da co-missão. Jucá queralterar o horário defuncionamento docolegiado, que sereúne toda quarta-feira às 9h, para evi-tar que ela preceda

as reuniões semanais da Comis-são de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ), por onde devemtramitar as propostas de emendaà Constituição com as reformasestruturais. O senador vai sugerirque as reuniões ocorram às 17hde terça-feira, ou na própria quar-ta-feira, às 17h30. Outra possibili-dade, afirmou, é retornar ao ho-rário antigo de funcionamento daCAS, às quintas-feiras pela manhã.

dor José Jorge (PFL-PE); a Comissão de RelaçõesExteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Eduar-do Suplicy (PT-SP). A Comissão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania (CCJ) deve eleger o senador EdisonLobão (PFL-MA); a Comissão de Educação (CE), osenador Osmar Dias (PDT-PR); a Comissão de As-suntos Sociais (CAS), o senador Romero Jucá (PSDB-RR); e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE),o senador Ramez Tebet (PMDB-MS).

Paulo Octávio (E) organizou ontem reunião de parlamentares do DFpara definir posições comuns em defesa da capital do país

Para Eduardo SiqueiraCampos, Ferrovia Norte-Sul

barateará alimentos

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 20036

DEBATE NO PLENÁRIO

O presidentedo PFL, senadorJorge Bornhau-sen (SC), cobroudo governo LuizInácio Lula da Sil-va o encaminha-mento ao Con-gresso dos proje-tos das reformasanunciadas em29 de outubro doano passado. Elelembrou que,passados três meses e meio da vitória doatual presidente, ainda não foram apresen-tadas propostas concretas de modificaçõesna Previdência, no setor tributário ou nalegislação eleitoral.

� Se assim não está ocorrendo é porqueou o governo não tem projetos ou, o maisprovável, pretende fugir às responsabilida-des, escondendo-se atrás de um conselho(Conselho de Desenvolvimento Econômi-co e Social criado por Lula para assessorá-lo na elaboração das propostas das refor-mas) que ele mesmo escolheu para depoisdizer que as maldades necessárias nasce-ram das idéias dos ilustres conselheiros enão do governo e seu partido � afirmou.

O senador disse que o PFL considera es-tranha a ausência de uma discussão maior,por parte do governo federal, sobre a re-forma política, que já teve alguns projetosaprovados no Senado, entre eles o de fide-lidade partidária, que está pronto para servotado na Câmara dos Deputados. O sena-dor afirmou que o seu partido quer queseja dada prioridade à reforma política.

Mesmo reconhecendo que Lula aindaestá no início de sua gestão, Bornhausencriticou iniciativas tomadas pelo governopetista, como a criação de ministérios e se-cretarias que, segundo o senador, teriamcomo objetivo atender �companheiros der-rotados� nas urnas.

Bornhausen disse ainda que o PT vemtomando medidas que criticava quandoestava na oposição, como o aumento nataxa de juros. Ele lembrou que quando aequipe econômica de Fernando HenriqueCardoso aumentava os juros, os petistas de-nunciavam que a medida servia unicamen-te para aumentar o lucro dos bancos.

O discurso dosenador JorgeB o r n h a u s e n(PFL-SC) comcríticas aos pri-meiros dias dogoverno de LuizInácio Lula daSilva provocoureações dosparlamentaresda base gover-nista. O senadorAntonio CarlosValadares (PSB-SE) foi à tribuna logo apóso presidente nacional do PFL, para defen-der o governo Lula e creditar as dificulda-des por que passa a economia brasileira àgestão Fernando Henrique Cardoso e seusaliados no Congresso.

� Nos últimos oito anos, o Brasil, em vezde não se submeter ao capital internacio-nal e às imposições do mercado financeiro,comprometeu o seu futuro e das suas gera-ções. Uma herança trágica foi entregue aLula por Fernando Henrique Cardoso e osresultados tiveram a participação do Parti-do da Frente Liberal (PFL). As propostas decampanha ainda não tiveram os avançosque imaginávamos porque o rombo é mui-to maior do que pensávamos � afirmou.

O pronunciamento de Valadares recebeuo apoio das senadoras Ana Júlia Carepa (PT-PA) e Serys Slhessarenko (pronuncia-seIslhesarenko), do PT de MT. Elas ressalta-ram o caráter democrático do encaminha-mento das propostas de reformas pelonovo governo ao Congresso. �As propos-tas estão sendo discutidas com a sociedadee devem refletir a vontade do povo. É umgoverno que respeita o povo e não age deforma autoritária�, salientou Ana Júlia.

� Foi um ataque gratuito dos que nadafizeram, não só nos últimos oito anos. Éimportante que se cobre o governo, mas épreciso uma postura racional. O governo éatacado por não ter mandado projetos nosprimeiros dias. Vamos debater as propos-tas com a sociedade e não fechados em ga-binetes � disse Serys.

Antonio Carlos Valadares ressaltou a im-portância da reforma da Previdência paraa melhoria das contas públicas e para que opaís trilhe o rumo do desenvolvimento.

Em seu pri-meiro discursocomo senador,Aloizio Merca-dante (PT-SP)defendeu a in-clusão socialcomo um dosins trumentosdo desenvolvi-mento econô-mico sustentá-vel. �Crescimen-to econômicoexige inclusão social�, afirmou. Ele lembrouque o Brasil foi considerado pelo BancoMundial um dos campeões mundiais da de-sigualdade social, uma vez que os 20% maispobres da população detêm apenas 2,5%da renda total do país.

� Somos o quinto pior do mundo. Mas,se tomarmos o extremo oposto, os 20%mais ricos da população, ganhamos três po-sições: somos o segundo pior do mundo,com um nível de participação dos mais ri-cos na renda em torno de 63,8%, só supe-rado pela República Central Africana.

Respondendo ao senador Jorge Bornha-usen, Aloizio Mercadante cobrou um pou-co mais de humildade.

� Foram oito anos no governo � e não 48dias � e não foram capazes de fazer a refor-ma tributária. Fizemos um contingen-ciamento de R$ 14 bilhões no Orçamentopela herança perversa que recebemos.

Mercadante defendeu a simplificação dostributos e a desoneração das folhas de pa-gamento para criar mais empregos e aca-bar com a guerra fiscal entre os estados.Ele frisou que esta é uma tarefa que deveenvolver todas as instâncias da República.Já a reforma da Previdência, segundo ele,não pode ser feita de cima para baixo, demaneira apressada e com pacotes.

� O governo não virá com projeto prontoe acabado para impor como um rolo com-pressor à sua base e nem para transformarparlamentares em despachantes de luxo.

Mercadante rebateu o que classificou de�ataque violento� ao Conselho de Desen-volvimento Econômico e Social (CDES) eexplicou que instâncias semelhantes exis-tem em outros 25 países, inclusive na UniãoEuropéia.

�O Brasil queo presidenteFernando Hen-rique Cardosoentregou aop r e s i d e n t eLula é muitomelhor que oBrasil que ele re-cebeu oito anosatrás�, afirmouontem o sena-dor RomeroJucá (PSDB-RR), em resposta ao líder do governo,Aloizio Mercadante (PT-SP), que reclama-ra da administração recebida pelo atual pre-sidente. Segundo Jucá, a herança recebidapor Lula é fruto não só da ação do governoFernando Henrique, mas conseqüência daação política de todos os partidos nessesúltimos oito anos, inclusive o PT.

Jucá apontou projetos que o PT se recu-sou a votar, entre eles o da reforma da Pre-vidência. Em sua opinião, se esse projetotivesse sido votado, a previdência comple-mentar do setor público já estaria aprova-da há três anos e não haveria mais por quediscuti-la. �Podíamos estar discutindo a re-alidade do presente, mas o futuro estariagarantido. Essa herança tem um compo-nente de falta de condição política para di-minuí-la e o PT tem responsabilidade nis-so�, acrescentou.

Jucá afirmou que jamais viu o PT tão pre-ocupado com a governabilidade do paíscomo está agora. �A herança poderia tersido pior, se não tivesse sido aprovado ofator previdenciário contra o voto do PT,se não tivesse sido aprovado o Fundef (Fun-do Nacional de Desenvolvimento do Ensi-no Fundamental) contra o voto do PT, senão tivesse sido aprovada a Lei de Respon-sabilidade Fiscal contra o voto do PT e con-tra a ação do PT.�

Ao referir-se à reunião de ontem do Co-mitê de Política Monetária (Copom), Jucádisse esperar uma decisão de queda nosjuros. �Não tem sentido esquecerem o dis-curso de que aumentar a taxa de juros éprivilegiar o capital especulativo internaci-onal, é uma proposta neoliberal.� E anun-ciou que está elaborando projeto para re-duzir o superávit de 4,25% para 3% do PIB.

Bornhausencobra propostas

do governo

Valadares diz queFHC comprometeu

futuro do país

Mercadante defendeinclusão sociale rebate críticas

Jucá: herançaresulta da ação detodos os partidos

Bornhausen: governonão apresenta projetos

para reformas

Para Valadares,governo Lula recebeu

herança trágica

Mercadante ressaltaque país é campeão

em desigualdade

Jucá: �Brasil que FHCentregou é melhor que

o que recebeu�

Atuação do Executivo divide senadoresO discurso em que o senador Jorge Bornhausen acusou ontem o Executivo de não encaminhar ao Congresso projetos dereformas obteve ampla repercussão no Plenário. Aloizio Mercadante, líder do governo, Antonio Carlos Valadares e Tião

Viana apontaram as dificuldades herdadas da administração anterior e defenderam amplo debate das propostas demudanças, enquanto Romero Jucá e Arthur Virgílio destacaram supostas contradições de petistas e aliados.

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BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2003 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

DEBATE NO PLENÁRIO

O líder do PT noSenado, Tião Viana(AC), pediu maismoderação e luci-dez no debate sobreos temas de interes-se do Brasil, paraque o CongressoNacional possaavançar na apreci-ação das reformasestruturais de que opaís necessita. Elerebateu críticas fei-tas ao governo LuizInácio Lula da Silvana sessão de ontem pelos sena-dores Jorge Bornhausen (PFL-SC)e Romero Jucá (PSDB-RR).

Segundo o senador pelo Acre,Jorge Bornhausen foi �duro e in-justo� ao afirmar que, se o CódigoEleitoral tivesse incorporado�uma irônica invenção jurídica�do deputado Delfim Netto (PPB-SP), o PT poderia ter cometidoestelionato eleitoral ao modificarseu conceito sobre diversos te-

Em resposta aos discursos dossenadores Romero Jucá (RR) eArthur Virgílio (AM), ambos doPSDB, o líder do governo no Se-nado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os parlamentaresrelativizaram as questões, ape-sar da herança que o novo go-verno recebeu do ponto de vistada precariedade das finançaspúblicas e da crise social que opaís atravessa.

De acordo com Mercadante,o senador Arthur Virgílio � as-sim como o candidato do gover-no anterior � arrolou uma sériede estatísticas para mostrarcomo o país está bem.

� O problema é que esse Bra-sil só existia na televisão, por-que, quando o povo abria a ja-nela e via o Brasil real que esta-va lá fora, do desemprego, daviolência e da insegurança, aresposta veio na urna na buscade uma alternativa que repre-sentasse mudança � afirmou osenador por São Paulo.

O líder do governo conside-rou �voluntarista� a proposta deRomero Jucá de resolver o pro-blema do superávit primáriocom a apresentação de um pro-jeto de lei para que o CongressoNacional rebaixe o patamar pre-visto pelo Executivo. Merca-dante concordou que o Brasilestá prisioneiro de uma lógica,que deve ser criticada, mas lem-brou que um problema tão com-plexo como esse não se resolvecom um decreto ou uma lei.

Mercadante aconselhou os re-presentantes do governo ante-rior a tratarem do tema desem-prego com muita moderação,porque a taxa de crescimento

Para Mercadante, elogios ao governoanterior ignoram a realidade nacional

dos últimos oito anos foi a quar-ta pior do século 20 na econo-mia brasileira.

Em relação à crítica ao pro-grama Fome Zero, o líder do go-verno disse que as dificuldadesapresentadas decorrem do ine-ditismo da proposta, já que em500 anos nunca foi feito nadaparecido. Ele lembrou que atéagora nenhum país pobre con-seguiu erradicar a fome, e essatarefa o Brasil pode fazer.

Mercadante citou uma sériede propostas nas quais o PT vo-tou com o governo, para reba-ter a crítica feita de que o parti-do só agora pensa na governa-bilidade, e que não se compor-tava da mesma maneira na ges-tão do presidente FernandoHenrique Cardoso, quando fa-zia oposição sistemática. O se-nador citou também o composi-tor Raul Seixas, ao dizer queprefere �ser uma metamorfoseambulante do que ter aquela ve-lha opinião formada sobre tu-do�, para responder às cobran-ças de que o PT teria mudadode posição. Mercadante afirmouque o PT mudou muito ao longoda história e que é essencial es-tar comprometido com as mu-danças.

O parlamentar petista disseque o governo vai trabalhar agestão, diminuindo as terceiri-zações e melhorando a quali-dade do gasto público, para tercapacidade de investimento.Ele observou que as primeirasmedidas do governo nesse sen-tido já fizeram o risco país di-minuir e a taxa de câmbio me-lhorar, mesmo com a ameaçade guerra.

O senador Romero Jucá (PSDB-RR) disse ontem que a atu-al conjuntura macroeconômica permite uma redução da metade superávit primário, dos 4,25% do Produto Interno Bruto(PIB), anunciados pelo governo, para 3%. O senador anun-ciou que vai apresentar projeto de lei nesse sentido e refutoua acusação, feita pelo líder do governo, Aloizio Mercadante(PT-SP), de que a medida seria �voluntarista�.

� Voluntarismo foi o PT propor um plebiscito para o nãopagamento da dívida externa � rebateu.

Romero Jucá afirmou que a discussão do projeto na Co-missão Mista de Orçamento será uma boa oportunidade dedebater a questão dos superávits.

Jucá defende projeto quereduz superávit primário

O líder do PSDB no Senado,Arthur Virgílio (AM), pediu coe-rência ao PT, apontou erros dogoverno do presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva e fez um balan-ço positivo do governo Fernan-do Henrique Cardoso. Na avali-ação efetuada pelo senador, emdiscurso na tribuna, o partidode Lula ainda não deu provas su-ficientes de amadurecimento ede que teria abandonado con-vicções que defendia quandoera oposição.

� A persistência de ataquesinconseqüentes ao governo re-cém-findo leva-me a questionaraté que ponto esse amadureci-mento é profundo, real e since-ro. Será que o PT avançou nasua compreensão do país e naformulação de propostas ade-quadas ao mundo que o rodeia?Ou teria guardado suas convic-ções porque o ato de governarlhe dá um choque diário de rea-lidade? � questionou ArthurVirgílio, que comparou o PT nogoverno a �um lobo em pele decordeiro�.

O líder do PSDB creditou aoPT parcela de culpa nos proble-mas econômicos do país. ArthurVirgílio disse que as reformas

Tião Viana rebateucríticas de Bornhausen e

Jucá ao governo Lula

Tião Viana pede moderação e lucidez naanálise dos temas de interesse do país

mas, como a polí-tica de juros pra-ticada no país.

� Bornhausenusou palavras du-ras que podemsignificar injustiça,um ato de agres-são desnecessárioao PT. Diante doque ele falou, nãosabemos maisquem é o radical� comentou TiãoViana.

O pronuncia-mento de Romero Jucá tambémrecebeu resposta do líder petistano Senado. Ele considerou uma�meia verdade� a afirmação do se-nador por Roraima de que o ex-presidente Fernando HenriqueCardoso deixou um país melhordo que encontrou. Tião Viana re-conheceu melhorias na educaçãoe no acesso a políticas sociais, masregistrou que o número de de-sempregados cresceu de 4 milhões

para 12 milhões no governo FHC.Sobre o aumento do salário mí-

nimo para R$ 240, defendido porJucá, Tião Viana lembrou que opróprio candidato do PSDB, JoséSerra, no último debate transmi-tido pela televisão antes do se-gundo turno da eleição presiden-cial, afirmou que o máximo quepoderia ser pago seria R$ 220.

Tião Viana também discordouda opinião expressa por Jucá deque as reformas só não foramaprovadas ainda em virtude deobstrução do PT no Congresso.O líder petista no Senado comen-tou que durante o mandato deFernando Henrique Cardoso ogoverno tinha maioria para apro-var o que fosse do seu interesse.

� O governo anterior usavaseu rolo compressor no Con-gresso. Mas esse não é o propó-sito do presidente Luiz InácioLula da Silva. O governo atualtem o propósito de se pautarpela humildade permanente �afirmou Tião Viana.

Arthur Virgílio afirma que Brasil sofre o “custo PT”que o ministro daFazenda, AntonioPalocci, defendecomo forma debaixar os juros nãoforam aprovadasdevido à atuaçãodo PT durante ogoverno FernandoHenrique. Dessaforma, concluiu osenador, o partidoseria um �enormeculpado pelas ta-xas escorchantes�.

� Denuncio queexiste um custo PT embutido nocusto Brasil e que tira compe-titividade de nossa economia,trava o crescimento, reduz a ca-pacidade de geração de empre-gos � afirmou.

Depois de louvar avanços dogoverno Fernando Henrique nasáreas de educação, modernizaçãoprodutiva e combate à pobreza,�possíveis graças à estabilidadeeconômica�, Arthur Virgílio apon-tou erros do atual governo.

� O esforço na direção dosmercados é louvável. Mas a con-versão recente e mal assimiladaaos princípios da economia realleva o PT a exageros típicos de

cristão-novo. Emvez da prometidamudança radicalda política eco-nômica, que se-ria o desastre, oque vemos é umac o n t i n u i d a d esem convicçãonem criatividade,que poderá tam-bém custar caroao país � afir-mou.

Apesar das crí-ticas, Arthur Vir-

gílio ressaltou que seu partidonão negará apoio ao PT na apro-vação de reformas que os tuca-nos considerem importantespara o país.

� O PSDB não rejeitaria boaspropostas só porque vieram dogoverno. Primeiro, porque nãoqueremos passar pelo constran-gimento de apoiar as mesmaspropostas amanhã, quando re-tornarmos ao poder. E porqueo Brasil tem pressa, e com de-semprego recorde e tantas ma-zelas sociais dentro de casa, nãotemos tempo a perder. O reló-gio está correndo e quem pagaa conta é o povo.

Arthur Virgílio: PSDB nãorejeitaria boas propostas só

porque vieram do governo

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 20038

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney e Paulo Paim

Em seu primeirodiscurso em Plenário,o senador MarceloCrivella (PL-RJ) anun-ciou ontem as primei-ras metas de sua atu-ação na Casa. Ele pre-tende trabalhar pelodesenvolvimento doNordeste, correçãode distorções do Im-posto sobre Circula-ção de Mercadorias eServiços (ICMS) e aprovação deuma lei de responsabilidade soci-al. E prometeu continuar, no âm-bito do Legislativo, a luta que vemtravando, como pregador evan-gélico, �em favor de uma socieda-de mais justa�.

O parlamentar disse que vai seesforçar para tornar possível amultiplicação da experiência doprojeto Nordeste/Fazenda NovaCanaã. Conforme explicou, trata-se de um modelo de desenvolvi-

Ideli destaca presença feminina no poder

A crescente presença femi-nina em postos de destaqueno país e a importância dasmulheres na história cata-rinense foram lembrados on-tem pela senadora Ideli Sal-vatti (PT-SC), em discurso datribuna. Ela é a primeira sena-dora eleita por Santa Catarina,onde obteve a maior votaçãona história do estado.

Para a senadora, sua eleição�se deve indiscutivelmente aosventos da mudança�, que per-mitiram que �pessoas que nãoestão vinculadas às oligarquias eaos sobrenomes importantes pu-dessem ocupar os espaços políti-cos�. Ideli ressaltou que a banca-da feminina na Casa cresceu 100%,chegando a dez senadoras.

Ideli Salvatti opinou que qual-quer solução para os problemasdo país, sejam sociais, econômi-cos ou políticos, �passa pela in-clusão das mulheres�, hoje maisda metade da população. Para aparlamenar, o fato de o presiden-te da República, Luiz Inácio Lulada Silva, ter colocado na Secreta-ria de Estado dos Direitos da Mu-lher a ex-senadora Emilia Fer-nandes, com a missão de integrartodas as políticas voltadas para o

gênero, �é uma demonstração ine-quívoca� de que as mulheres te-rão espaço.

A senadora relacionou, entre asmulheres que detêm cargos im-portantes no governo, além deEmília, as ex-senadoras MarinaSilva, ministra do Meio Ambiente,e Benedita da Silva, secretária deAssistência e Promoção Social, ea engenheira Dilma Roussef, mi-nistra de Minas e Energia. Desta-cou também a presença, na Mesado Senado, de Serys Slhessarenko(PT-MT), segunda suplente de se-cretário.

Ideli salientou que Santa Cata-rina � estado que tem �nome demulher� � é a terra de Ana de Je-

mento inspirado emfazendas coletivas is-raelenses (conheci-das como kibutzim),que atende a inúme-ras famílias carentesde Irecê (BA), cidadelocalizada no Polí-gono das Secas. Deacordo com Crivella,a iniciativa se carac-teriza pelo baixo cus-to de implementação,

auto-suficiência e auto-susten-tabilidade, propiciando um com-plemento ideal para o programaFome Zero, conduzido pelo gover-no.

Marcelo Crivella apontou, comoexemplo de distorção no ICMS, ofato de, no Rio de Janeiro, o im-posto não ser cobrado sobre aprodução de petróleo, privandoo estado de importante receita.Lembrou que o Rio é o segundomaior arrecadador de tributos da

Para senadora catarinense, qualquer solução para os problemas do país, sejam sociais, econômicos oupolíticos, requer a participação das mulheres, que representam hoje metade da população brasileira

sus Ribeiro, a Anita Garibaldi, cujafigura constitui �um símbolo doque as mulheres dão conta de fa-zer�. Citando frase de Anita � �umfilho num colo, um fuzil no ou-tro� �, disse que, para as mulhe-res, �criar um filho e participar deuma luta revolucionária é umatarefa só�.

Outra catarinense mencionadapela parlamentar foi Maria Rosa,�liderança inconteste da Guerra doContestado�. Também de SantaCatarina é a primeira santa brasi-leira, a famosa Madre Paulina,observou.

A senadora referiu-se também àprimeira deputada federal agri-cultora, Lucy Choinacki (PT-SC), eà ex-deputada estadual Antonietade Barros, eleita em 1934. IdeliSalvatti ressalvou que Antonieta é�filha de pai jardineiro e mãe lava-deira, professora e negra�.

Em seu discurso, Ideli Salvattidesejou o restabelecimento do se-nador Leonel Pavan (PSDB-SC),que se acidentou durante ummergulho. Em aparte, a senadoraAna Júlia Carepa (PT-PA) elogiouo pronunciamento de Ideli Sal-vatti, ressaltando que as mulhe-res �estão hoje à frente em váriassituações�.

O presidente do Senado, JoséSarney, recebeu ontem, em seu ga-binete, em visita de cortesia, o em-baixador da República Popular daChina no Brasil, Jiang Yuande.

� O senador Sarney, além de serum destacado político e estadista,é também um grande amigo dopovo chinês e fez numerosas con-tribuições para incrementar o en-tendimento mútuo e promover acooperação com a China em diver-

sos setores � afirmou Yuande.O embaixador lembrou que

Sarney esteve na China em 1988,na condição de presidente da Re-pública, tendo lançado as bases daatual cooperação entre os doispaíses.

Sarney também recebeu o presi-dente da Associação Brasileira deEmissoras de Rádio e Televisão(Abert), Paulo Machado de Carva-lho Neto.

União, recebendo do governo fe-deral apenas cerca de 10% do quearrecada.

SONHOQuanto à Lei de Responsabili-

dade Social, o senador defendeque parcelas dos impostos gera-dos numa comunidade carentesejam aplicadas na própria comu-nidade. Ele explicou que não setrata da criação de um novo tri-buto, mas do redirecionamentoda aplicação dos impostos que jáexistem. Crivella disse partilharcom o presidente Luiz Inácio Lulada Silva do sonho de ver o Brasillivre da fome. E afirmou que oprojeto Nordeste/Fazenda NovaCanaã é o marco inicial da realiza-ção desse sonho.

Os senadores Ney Suassuna(PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES),Garibaldi Alves (PMDB-RN) eCésar Borges (PFL-BA) apar-tearam Marcelo Crivella, desejan-do-lhe êxito.

Ao estrear na tribuna,o senador Magno Malta(ES), líder do PL, agra-deceu a Deus e à suamãe, dona Dadá, a for-ça e a coragem que ofizeram vencer na vidapolítica e chegar até oSenado, o ponto culmi-nante de sua trajetóriapolítica.

Malta lembrou a in-fância pobre em Ita-petinga (BA) e a mudança para oEspírito Santo, onde se elegeu, su-cessivamente, vereador, deputadoestadual e deputado federal e, de-pois, senador. Ele disse que sua te-nacidade fez com que conseguisseuma vaga para integrar a CPI doNarcotráfico.

� Fiz gestões junto aos então líde-res do PSDB, Aécio Neves; do PMDB,Geddel Vieira Lima; e do PFL,Inocêncio de Oliveira, mas não pu-deram me ceder uma vaga na CPI.

Crivella anuncia luta em favor do Nordeste

Com o patrocínio eapoio do senador An-tonio Carlos Maga-lhães, tive mais sorte eo PFL decidiu me ce-der um lugar na co-missão. Terminei sen-do o presidente da CPIque tantos resultadosbrilhantes obteve naluta contra o narco-tráfico � afirmou.

Malta lembrou queo Brasil vive tempos de novapolítica,em que o mais importantenão é ter conhecimentos de Enge-nharia ou Direito, mas ter cultura,como é o caso do presidente Lula,que, com sua experiência de mun-do, sabe compartilhar os anseios dopovo, ao pregar a erradicação dafome e do desemprego no país.

O senador disse que só se desco-bre o valor da vida compartilhandoanseios espirituais e recursos mate-riais com os semelhantes.

Ideli Salvatti destacou que atuallegislatura conta com dez senadoras

SARNEY RECEBE EMBAIXADOR DAREPÚBLICA POPULAR DA CHINA

Magno Malta relata suatrajetória até o Senado

Marcelo Crivellatambém quer corrigir

distorções no ICMS

Malta: o maisimportante é saber

compartilhar anseios

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