jornal de maio

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Page 1: Jornal de maio

Mais informações no próximo jornal ...

Edição Especial: Papel e Consumismo

Page 2: Jornal de maio

A indústria do papel

Para produção de uma tonelada de papel é necessária de duas a três de madeira, uma grande quantidade de água, e muita energia. O uso de produtos tóxicos para separação e branqueamento da celulose também representa um sério risco para a saúde humana e para o meio ambiente. Cresce também o volume de lixo, que é outro sério problema em todos os centros urbanos. Este efeito está relacionado não apenas com as espécies utilizadas, mas também com o regime de cultivo: plantações densas, revolução de curtas e lavagem de solos de montanha débeis.

Objetivando contornar a situação, atitudes como a utilização de madeira de reflorestamento, freando a derrubada das poucas áreas remanescentes de matas nativas, a redução do emprego de cloro nos processos de fabricação e a reciclagem do papel, estão sendo adotadas. Mesmo com essas medidas ainda estamos muito longe de alcançar uma produção limpa e sustentável.

Atualmente 100% da produção de papel e celulose no Brasil emprega madeira de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (65%) e pinus (31%).

A maior fonte de matéria prima, o eucalipto, contribui para inserir o país em uma das primeiras colocações no ranking dos maiores produtores de papel e celulose do mundo. Mas além de ser visto com muito louvor, o plantio também é alvo de diversas críticas. Conforme algumas pesquisas científicas, uma delas é o fato da monocultura do eucalipto consumir tanta água podendo afetar significativamente os recursos hídricos. Dentro desse contexto, está inserido um dos maiores debates ambientais da questão do papel.

Entre vilão e mocinho, o eucalipto divide opiniões sobre o seu cultivo. Mas sem aprofundar esse debate que possui tantos bons argumentos contra, quanto a favor, vamos apenas nos concentrar em um equilíbrio. Será que a incorporação desse tipo de plantio compensa tanto a ponto de continuar mantendo a exploração comercial ?

Editorial No mês que acontece a X Semana da Cultura –

Globalização e Meio ambiente no IFRJ Campus Maracanã, o Boletim trás uma edição especial que aborda a temática de um dos produtos presente na lista daqueles que causam maior impacto ambiental.

Convidamos você para conhecer melhor o contexto em que está inserido todo o processo produtivo da produção de papel e para participar da Campanha “Redução do Uso Abusivo de Papel no IFRJ e sua Comunidade” lançada pela equipe de Ensino de Ciências do nosso Campus.

Aproveitem !

“O papel continua na lista dos produtos de maior impacto ambiental. Para minimizar os danos, consumidores precisam rever seus hábitos de com sumo e exigir mudanças no modo de produção.”

Page 3: Jornal de maio

Celulose

Matéria-prima da indústria do papel, a celulose é um material fibroso presente na madeira e nos vegetais em geral. A indústria de papel e celulose representa um dos mais expressivos setores industriais do mundo. O Brasil e o Chile são os maiores produtores de celulose da região.

A etapa mais crítica, é o branqueamento da celulose, envolve várias lavagens com cloratos com intuito de retirar impurezas e clarear a pasta que será usada para fazer o papel.Os efluentes gerados pelo setor papeleiro no Brasil estão entre 30 e 100 metros cúbicos por tonelada de polpa.

Mesmo com o tratamento de efluentes na fábrica contaminando a água, o solo e conseqüentemente a vegetação e os animais. Com a morte dos peixes, pescadores e populações ribeirinhas ficaram sem seu principal meio de subsistência.

A reciclagem

O papel é um material de suporte das sociedades atuais, mas produz fortes impactos negativos, sobretudo ao nível da produção. Reciclar papel e papelão não só ajuda a reduzir o volume de lixo como evitar a derrubada de árvores. No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem. De todo o papel reciclado, 80% é destinado à confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.

A reciclagem do papel é um procedimento que permite recuperar as fibras celulósicas do papel velho e incorporá-las na fabricação de novo papel. Não é um processo isento da produção de resíduos, assim como a produção de papel virgem.

Os papéis não podem ser reciclados indefinidamente sem que haja perde de qualidade. Após cada utilização, eles perdem parte das suas propriedades. E cada vez que se recicla diminui o tamanho das fibras e ele fica um pouco mais fraco. Outro problema são os pigmentos presentes no papel.

Para fazer papel branco a polpa deve passar por um

processo químico de branqueamento. Por isso quanto mais pigmento um papel tem, mais difícil fica reciclá-lo e conseguir a partir dele um papel branco. O atual desafio é aumentar a produção e construir um mercado mais competitivo para os reciclados. Porém, o setor esbarra na precariedade da coleta seletiva ou na completa inexistência dele na maior parte do país.

Outro ponto a observar é que a reciclagem também é uma indústria que consome energia e polui. Por isso, se o que sonhamos é uma produção capaz de garantir os recursos naturais necessários para a atual e as futuras gerações, o melhor a fazer é reduzir o consumo e começar a exigir que as empresas adotem medidas mais eficazes de proteção ambiental. Como consumidores, esse é o nosso papel.

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Tetra Pack : o que é e como funciona ?

A caixa que guarda o leite que você toma pela manhã não é uma caixa de papelão comum. Na verdade ela possui seis camadas de papel que deixam a caixa mais resistente, uma camada de plástico para evitar o vazamento do produto e outra de alumínio para proteger contra os efeitos que luz e o oxigênio podem trazer aos alimentos.

O motivo para o sucesso dessa inovação é justamente a barreira que o produto cria à contaminação por microorganismos. Já o segredo para tanto sucesso, se tornou um grande problema ambiental. O tetra pack, introduzido no Brasil, em 1957, foi tão bem elaborado que até a pouco tempo ninguém conseguia separar todos os seus componentes para reciclagem ! A tecnologia aplicada à fabricação dessas embalagens era indecifrável por todos aqueles que se dedicaram a estudar os mecanismos para a reciclagem do material nas fábricas de papel. A maior recicladora de papel do país, recebe as embalagens de tetra pack, tritura todo o material para depois ser transformado em uma polpa, onde, as camadas de papel são separadas da inseparável camada de plástico e alumínio. Os resíduos inseparáveis, durante muito tempo, foram sendo depositados em aterros sanitários. Somente agora, eles começam a voltar à cadeia de produção, através do processo que separa o plástico e o alumínio em um reator de plasma desenvolvido no Brasil que anuncia como uma das suas vantagens, a redução do volume de resíduos nos aterros e a contribuição para a maior geração de empregos .

Ao valorizar essa geração de empregos, destacamos o trabalho dos catadores que coletam e separam todo o material que abastece o mercado da reciclagem. O trabalho que realizam, é base de todo processo e por isso as cooperativas devem ser beneficiadas. As grandes empresas além de repassar aos catadores, parte do lucro da tonelada de embalagens recicladas, devem se aproximar das comunidades, direcionar o foco do trabalho para além dos benefícios ecológicos, apontar a complexa interação entre todos os aspectos que envolvem essa forma de reprodução social, mostrando que essa realidade local está inserida em um contexto global, para que então, se dê mais atenção às causas do que as conseqüências do problema do lixo. Diante dessa perspectiva, mesmo operando com processos e tecnologias de ponta para separar completamente os componentes para a reutilização das embalagens, é preciso dar mais atenção à base da cadeia da reciclagem. Ainda existem muitos obstáculos no que se refere à oferta de matéria prima. Aqueles que colaboraram com a reciclagem, separando e estocando as embalagens usadas, muitas vezes são desestimulados pela dificuldade na hora de entregar o material nos pontos de entrega. A falta de postos próximos às residências dos colaboradores é apenas uma das dificuldades encontradas para total eficiência da cadeia da reciclagem. Além das falhas na destinação, a logística e a falta de informação inviabilizam o completo aproveitamento da técnica de reciclagem, não só do tetra pack mas de todo material que vai pro lixo.

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Peça Teatral: Papel & Consumismo X Semana da Cultura de 17/05 à 21/05

O evento, que esse ano pretende discutir as questões ambientais sob a lente da globalização, contará com palestras de especialistas, mesas-redondas e debates com lideranças comunitárias, exposições de projetos sustentáveis, peças teatrais e festival de curtas sobre o tema, entre outras atividades que estarão disponíveis e abertas ao grande público.

Não deixe de conferir, contamos com sua participação!

Peça Teatral: Papel & Consumismo

A peça trata do uso do papel, muitas vezes abusivo, por uma família da zona sul carioca e das questões sociais envolvidas na questão da produção da celulose branqueada e do papel no Brasil. O assunto é tratado com humor e os personagens são representados por professores e estagiários do IFRJ.

Dia 20/05 às 14h30min no auditório do Campus

ATENÇÃO: Traga 1kg de alimento não perecível no dia da peça e ganhe um lindo

BRINDE !

Além de acessar todo conteúdo do nosso boletim pelo endereço

do nosso blog, apresente suas idéias ou suas críticas. Saiba que

toda idéia legal pode se transformar em grandes ações.

Acesse:

http://www.boletimmeioambiente.blogspot.com/

Participe: Agora você também vai poder participar do nosso boletim pelo maior site de relacionamentos. Acesse já e faça parte da nossa comunidade.

BOLETIM MA – IFRJ MARACANÃ

Redação: Bruna Almeida MAM 251; Mariana Luz GAM 231.

Edição: Roseantony Bouhid e Nina Pelliccione

Sugestões podem ser enviadas para o e-mail:

[email protected]