jornal de estudo - maio 2012 - versão do dia 21-05

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Pré-candidatos à Prefeitura se articulam para as eleições 2012 Donos do Cine Excelsior são notifica- dos sobre processo de tombamento arte e lazer esporte campus comportamento Relatório do Corpo de Bombeiros aponta necessidade de intervenções para segurança do prédio. Pró-reitoria de Infraestrutura da UFJF diz que há projetos de revitalização para o local, mas sem prazo para execução Partidos apostam no discurso da renovação para quebrar revezamento político dos últimos 30 anos Tupi lança projetos e eventos para comemorar o seu centenário cidade Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF | Juiz de Fora, maio de 2012 | Ano 47 | Nº 219 UFJF e universi- dade portuguesa desenvolvem pro- jeto de submarino autônomo Obrigatoriedade do uso de sacolas plás- ticas biodegradá- veis entra em vigor em agosto Com gravação em cassete, selo é alter- nativa para bandas independentes Parque da Lajinha passa por revitalização. Obras vão até agosto. entrevista Antigo prédio do DCE abandonado JORNALDE ESTUD Animais no trabalho podem melhorar pro- dutividade, segundo especialistas Jornalista Ana Paula Araújo fala sobre éti- ca no jornalismo >>> P. 3 >>> P. 6 >>> P. 10 >>> P. 12 >>> P. 13 >>> P. 14 >>> P. 15 >>> P. 7 >>> P. 5 >>> P. 8

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Donos do Cine Excelsior são notifica- dos sobre processo de tombamento Obrigatoriedade do uso de sacolas plás- ticas biodegradá- veis entra em vigor em agosto Com gravação em cassete, selo é alter- nativa para bandas independentes Jornalista Ana Paula Araújo fala sobre éti- ca no jornalismo Partidos apostam no discurso da renovação para quebrar revezamento político dos últimos 30 anos comportamento >>> P. 10 >>> P. 12 entrevista arte e lazer cidade

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Page 1: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Pré-candidatos à Prefeitura se articulam para as eleições 2012 Donos do Cine

Excelsior são notifica-dos sobre processo de tombamento

arte e lazer

esportecampus

comportamento

Relatório do Corpo de Bombeiros aponta necessidade de intervenções para segurança do prédio. Pró-reitoria de Infraestrutura da UFJF diz que há projetos de revitalização para o local, mas sem prazo para execução

Partidos apostam no discurso da renovação para quebrar revezamento político dos últimos 30 anos

Tupi lança projetos e eventos para comemorar o seu centenário

cidade

Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF | Juiz de Fora, maio de 2012 | Ano 47 | Nº 219

UFJF e universi-dade portuguesa desenvolvem pro-jeto de submarino autônomo

Obrigatoriedade do uso de sacolas plás-ticas biodegradá-veis entra em vigor em agosto

Com gravação em cassete, selo é alter-nativa para bandas independentes

Parque da Lajinha passa por revitalização. Obras vão até agosto.

entrevista

Antigo prédiodo DCE abandonado

JORN

ALDEESTUD

Animais no trabalho podem melhorar pro-dutividade, segundo especialistas

Jornalista Ana Paula Araújo fala sobre éti-ca no jornalismo

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Há 47 anos, o Jornal de Estudo carrega a responsabilidade de ser um espaço voltado para a formação dos alunos da Faculdade

de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O veículo, que hoje passa por uma mudança em seu projeto gráfico, já abrigou maté-rias de várias gerações de alunos .

A primeira edição foi publicada em dezembro de 1965. O projeto inicial contava com a participa-ção dos alunos de todos os períodos. Após muitas adaptações de formato e conteúdo, o JE passou a ser um laboratório para o sexto período diurno e o sétimo período noturno do curso de Comunicação.

A pesquisa feita pelos alunos do Mergulhão de Impresso no segundo semestre de 2011 indicou que o JE precisava de adequações. Com apoio dos professores do Departamento de Jornalismo, alguns dos resultados dessa pesquisa passam a ser implan-tados a partir desta edição. O informativo vem com novo tipo de papel e novo formato, chamado tabloi-de americano ou berlinense, utilizado por grandes jornais, como O Tempo, Zero Hora, Le Monde e The Guardian. A publicação ganhou mais quatro páginas, passando de 12 para 16. Além da capa e da contracapa coloridas, a editoria Especial, que ocupa duas páginas centrais da publicação, também ganha cores.

Uma mudança nos conteúdos das editorias também marca o novo JE. Como o público-alvo do jornal é a comunidade universitária, três páginas estão destinadas à editoria Campus. Nesta edição, os destaques são os imóveis pertencentes à Univer-sidade que se encontram em estado de abandono e uma pesquisa para o desenvolvimento de conteúdo interativo em TV Digital.

A seção dedicada à cultura foi renomeada como Arte e Lazer, a fim de especificar melhor o conteúdo da editoria, envolvendo assuntos como música, te-atro, cinema, turismo, moda e outros, com enfoque na cidade e região. Outra novidade vem na última página do jornal, agora dedicada ao fotojornalismo.

O Jornal de Estudo ainda conta com duas no-vas editorias. Em Entrevista, a intenção é apresentar o perfil de pessoas que se destacam em diferentes campos de atuação, como a jornalista Ana Paula Araújo, formada pela UFJF que atua em coberturas importantes veiculadas pela Rede Globo.

Esta primeira edição reformulada traz em des-taque, entre outras matérias, as prévias da corrida eleitoral, a campanha para o reconhecimento do Cine Excelsior como patrimônio cultural, a preocu-pação em torno da lei para substituição das sacolas plásticas pelas biodegradáveis, o crescimento da criminalidade em bairros de classe média, como o Cascatinha, além das comemorações pelo centená-rio do Tupi.

Com todas essas mudanças, o Jornal de Estudo inaugura uma nova era, sempre feito para você.

Aviolência nas estradas do Brasil é preocupante. A falta de estru-tura pode acarretar acidentes, no

entanto, se não houver conscientização de motoristas e pedestres, qualquer cir-cunstância pode ser fatal. As fiscalizações realizadas pela Polícia Rodoviária Fede-ral e as leis implementadas pelo Governo, como a Lei Seca, geram polêmica entre motoristas, que também reclamam da fal-ta de estrutura nas rodovias. No entanto, a imprudência no trânsito tem sido uma das maiores causas de acidentes no país.

De acordo com dados da Polícia Mi-litar, 32 acidentes e três mortes foram re-gistrados este ano em estradas de Minas Gerais. Entre os 2.452 veículos fiscaliza-dos, 243 foram autuados e 35 apreendi-dos. Cerca de 200 policiais militares em 102 viaturas realizaram, somente este ano, 162 operações de fiscalização de trânsito. Como resultado, 51 motoristas foram fla-grados sem habilitação e um foi preso por embriaguez. De acordo com os policiais, as principais causas de acidentes foram a falta de atenção e o tráfego em velocidade acima do limite.

Mesmo com campanhas do Governo conscientizando motoristas sobre os peri-gos das estradas e, principalmente, sobre os riscos da mistura álcool e volante, até

meados de abril, foram encaminhados 42 motoristas para a Polícia Civil com sus-peitas de embriaguez em Juiz de Fora. No ano passado, 148 motoristas foram enca-minhados em 515 operações.

Mas o que parece é que a grande quantidade de campanhas e fiscalização só leva os motoristas a serem “camara-das” uns com os outros, piscando os faróis para avisar sobre uma blitz nas estradas. É certo que o Governo e as autoridades não estão livres da responsabilidade de man-tenedores das estruturas rodoviárias bra-sileiras e que a precariedade de algumas estradas tem provocado graves acidentes, mas isto não justifica a alta velocidade e as ultrapassagens arriscadas.

Que o trânsito de Juiz de Fora este-ja um caos, ninguém discorda, nem que o resultado disso leve o motorista a ficar impaciente e se arriscar mais. Acidentes pequenos, que às vezes nem são registra-dos, estão cada vez mais comuns. Mo-toristas dirigem como loucos tentando chegar ao destino cada vez mais rápido, e imprudências parecem ser normais.

Se no trânsito da cidade o motorista já faz de tudo que pode e o que não pode, imagine nas estradas. Até o bom estado de conservação de algumas vias da região se torna um “incentivo” para que o moto-rista descuidado “aproveite” e corra mais. Se o limite é 60 km/h, acham que andar a 80 km/h ainda é pouco. Só que o con-

dutor não se conscientiza de uma coisa: A região da Zona da Mata é de mares de morro, ou seja, com muitas montanhas, o que faz com que as estradas tenham mui-tas curvas, algumas até muito perigosas. E é numa dessas curvas da vida que, ge-ralmente, o motorista “dança”.

Juiz de Fora localiza-se próximo a algumas das principais capitais brasilei-ras, o que faz com que o movimento de ônibus e caminhões seja maior nas ro-dovias que passam próximo à cidade. A BR-040 liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e, por isso, possui tráfego intenso de veículos pesados todos os dias. Apesar de estar em bom estado de conservação, é conhecida como “rodovia da morte” pela grande quantidade de acidentes, os quais em sua maioria são causados por impru-dência.

Acidente de trânsito acaba sendo um problema de saúde pública, que, como todos sabem, é precária no Brasil. Outro problema dos acidentes é que, quando não se tem a morte dos envolvidos, pode acontecer invalidez, que tira jovens com grande potencial do mercado de trabalho, saturando a previdência social. A cons-cientização do motorista se mostra como a melhor forma de evitar problemas. A ideia de especialistas é colocar educação no trânsito nas escolas. Uma boa ideia, só resta uma boa execução.

Editorial

Problemas entre o banco e o volante

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Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo ImpressoReitor: Prof. Dr. Henrique Duque de Miranda Chaves FilhoVice-Reitor: Prof. Dr. José Luiz Rezende PereiraDiretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Drª. Marise Pimentel MendesVice-Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Paulo Roberto Figueira LealCoordenador da Faculdade de Comunicação diurno: Profª. Ms. Letícia TorresCoordenador da Faculdade de Comunicação noturno:

ExpEdiEntE

Prof°. Ms. Eduardo LeãoChefe do Dept. de Jornalismo: Profº. Drº. Boanerges Balbino Lopes FilhoProfessores orientadores:Profª. Ms. Janaina Nunes, Profª. Ms. Marise Baesso, Profª. Ms. Aline Maia, Profª Drª Cláudia LahniProjeto Gráfico: Felipe Zschaber, Laryssa Prado, Luigi Gomes e Luiza ValeReportagem e Diagramação: Bianca Oliveira, Carolina Gavioli, Carolina Silveira, Cleiton Ribeiro, Danilo Rezende, Débora Almada,

Tiragem: 1.000 exemplares.

Indianara Campos, Gustavo Mendes, Guylherme Morais, Janaína Almeida, Jefferson Nascimento, João Albuquerque, Laís Machado, Lorena Vila Real, Maria Barra Costa, Márcio Sabones, Marília Torres, Mayra Sá, Messias Matheus, Pedro Paiva, Pedro Souza, Rafaela Borges, Renan Ribeiro, Sarah Garcia, Talita Lucarelli

Endereço: Campus Universitário de Martelos, s/n – Bairro Martelos 36036-900 - Telefones: (32) 2102-3601 / 2102-3602

Danilo RezendeIndianara Campos

opinião 2 JE

Page 3: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Equipe da UFJF trabalha com novo software para TV Docentes da Facom, IAD e Ciência da Computação se reúnem para pensar e experimentar recursos de interatividade no audiovisual

TrimaresRobô será usado para investigações em

superfície e profundidade

Um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que

envolve sete professores, vem tra-balhando num projeto para o de-senvolvimento do conteúdo para a televisão digital e interativa. Há mais de dois anos, o professor Carlos Pernisa Júnior coordena a iniciativa, que tem o objetivo de pensar e experimentar conteúdos para mídias digitais. Dentre os pesquisadores envolvidos estão Eduardo Barrere, da Ciência da Computação, Alfredo Suppia e Cí-cero da Silva, do Instituto de Artes e Design (IAD), Nilson Alvarenga e Cristiano Rodrigues, da Facul-dade de Comunicação (Facom).

Em 2010, o então ministro das Comunicações, Hélio Costa, visitou Juiz de Fora e concedeu à UFJF um sinal digital de televisão, possibilitando a criação de uma

TV Universitária Digital (ainda sem previsões de instalação – ver box). Desde então, as atenções deste grupo de pesquisa se volta-ram às investigações sobre as pos-sibilidades que a tecnologia digital poderia trazer para o veículo de co-municação mais popular do Brasil. “A área de TV Di-gital é muito nova e, com certeza, será tendência nos próximos anos. Acredito que estas pesquisas serão fundamentais”, afirma um dos bolsistas do projeto Tadeu Carneiro, 22 anos.

No ano passado, o professor Marcelo Moreno se integrou ao quadro da UFJF, atuando no curso de Ciência da Computação. Ele já pesquisava esse assunto na PUC-Rio e, ao se juntar ao grupo daqui, trouxe uma ferramenta que pode

alavancar as experiências na área: o software “New Composer”.

A maioria das experimenta-ções brasileiras acerca de produção de conteúdo para TV Digital ne-cessita da participação de progra-madores de computador para que

a interatividade seja efetivamente inserida no vídeo. Já com o New Composer, a cria-ção de conteúdo pode ser feita por não-programado-res, uma vez que a ferramenta pode

ser personalizada às necessidades e aos conhecimentos de quem ma-nipula o programa.

“O novo Composer foi elabo-rado com o objetivo de se adaptar a cada tipo de profissional envolvido na produção. Cabe ao usuário se-lecionar as visões gráficas e outras extensões (plugins) que melhor se

adequam ao seu trabalho de produ-ção”, explica Moreno.

Pernisa ressalta que, no início das experiências com o New Com-poser, é provável que haja algumas dificuldades no trabalho com o software. “Além de ainda estar em fase de teste, o programa não foi desenvolvido por jornalistas, mas para jornalistas. Nós temos que conseguir conjugar a linguagem do pessoal da ciência da compu-tação com o campo da comunica-ção.”

Apesar disso, Pernisa afirma que o software pode trazer grandes vantagens às experiências relativas a conteúdo para a TV Interativa, permitindo que sejam estudadas e aplicadas novas dinâmicas de produção audiovisual. “Será muito importante ter a chance de pensar uma TV que seja realmente inte-rativa, já que as grandes emissoras ainda não trabalham com a modifi-cação de linguagem televisiva.”

Bianca OliveiraCarolina Silveira

A parceria entre a UFJF e a Fa-culdade Engenharia da Uni-

versidade do Porto (Feup), em Por-tugal, desenvolveu um submarino autônomo (Trimares), que permite o controle das estruturas das hidrelé-tricas e da vida aquática em represas e lagos. O projeto é coordenado pelo professor da UFJF, Leonardo Honó-rio, e conta com auxílio de bolsistas de mestrado e doutorado, além de professores e alunos da Feup.

Criado em 2009, com prazo de conclusão para 2013, o projeto vai auxiliar na vistoria das barragens em busca de rachaduras responsáveis

por perdas de energia. A tecnolo-gia pode suprimir qualquer possi-bilidade de acidentes ou rupturas com maior precisão e menor custo, usando a atuação do robô tanto em superfície quanto em profundidade. Leonardo conta que “o submarino está em fase de negociação com vá-rias prefeituras”. O aparelho funcio-na basicamente com um sistema de controle e navegação para veículos não tripulados (VNTs).

O Brasil ficou responsável pelo desenvolvimento do software de controle, e Portugal, pela montagem da estrutura, sendo que existem dois exemplares – um em cada país. A UFJF aguarda a chegada de algu-mas peças de Portugal para finalizar

o Trimares. “Fizemos uma expe-riência na piscina da Faculdade de Educação Física, e tudo funcionou bem: o submarino seguiu as raias conforme o esperado”, conta o bol-sista de doutorado da Faculdade de Engenharia Elias Ramos Vilas Boas.

Até a conclusão, calcula-se que R$ 4 milhões teriam sido investidos na pesquisa. O bolsista de mestrado Exuperry Barros ressalta a importân-cia da iniciativa: “Esse é um projeto de ponta, que é vital para a Univer-sidade.” Um empreendimento desse tipo, de inteligência artificial, abre caminho para que se desenvolva muitos outros estudos na UFJF. “Dá knowhow e ajuda no aprimoramento do laboratório”, diz Elias.

Projeto de submarino une UFJF e Universidade do PortoMaria Barra CostaCarolina Gavioli

Sem previSão para inStalação

Segundo o professor Kléber Ramos, que é pre-sidente do Setor de Radio-difusão da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Ex-tensão (Fadepe), ainda não existem previsões para ins-talação da TV Digital e da Rádio Universitária na UFJF. Ele explica que, quando o então ministro das Comuni-cações, Hélio Costa, veio a Juiz de Fora em 2010, auto-rizou que a Fadepe, parceira da UFJF, enviasse um pro-jeto técnico para que fosse concedido um sinal digital de TV e um analógico de rá-dio para a Universidade.

O projeto foi encami-nhado, mas está em trâmite em Brasília. “Esse processo é longo porque passa por uma série de departamen-tos, inclusive pela Presidên-cia da República. Depois que sair a concessão, será preciso viabilizar a compra dos equipamentos e um lo-cal adequado para o funcio-namento.”

Para abrigar os equipa-mentos necessários à insta-lação da TV e da Rádio, está prevista a construção de um prédio dentro do Campus. Os canais cedidos serão de programação educativa, com alcance para toda a ci-dade. Com relação ao con-teúdo oferecido, ainda não existe nada definido. “Mas a legislação exige a criação de um conselho que discu-ta a programação e pense o conteúdo desses veículos educativos”, conta Kléber.

O professor Carlos Pernisa, explica que a formação do grupo aconteceu inicialmente porque o professor Eduardo Barrere possuía um laboratório especializado em de-senvolver técnicas e softwares para mídias digitais, mas necessitava de profissionais com conhecimentos específicos para a produção de con-teúdos que possibilitassem os testes de seus produtos. “Ele então procu-rou profissionais aqui na comunica-

ção para atender a essa demanda de produção”, conta Pernisa.

Os professores Suppia e Cíce-ro também já trabalhavam em pro-jetos ligados às mídias digitais e se interessaram pela possibilidade de conjugar seus estudos às práticas do grupo. “Depois entrou o Nilson, atra-ído pela ideia de aplicar o que fosse desenvolvido nas nossas pesquisas ao cinema. E convidamos também o Cristiano, que já tinha uma vasta ex-

periência em produção de conteúdo audiovisual e poderia ser muito útil às nossas atividades”, complementa Pernisa.

Ele vislumbra um grande poten-cial neste grupo de pesquisadores, uma vez que nele são congregados, de forma efetiva, conhecimentos em comunicação, arte e tecnologia. “É um diferencial porque muitos gru-pos não conseguem casar bem as diferentes áreas”, esclarece o pro-

fessor. Além disso, ele destaca o ní-vel dos pesquisadores envolvidos e afirma que estes estudos feitos aqui na UFJF podem repercutir nacional e internacionalmente. “O Cícero e o Suppia, por exemplo, estão envolvi-dos com muitos projetos no exterior. Através deles e do que eles vêm pesquisando aqui com a gente, esses projetos lá fora podem receber refle-xos diretos ou indiretos do nosso tra-balho”, ressalta o coordenador.

Conhecimentos de comunicação, arte e tecnologia congregados

campus3Maio 2012

Page 4: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Superuniversidade Mineira continua apenas no papelJefferson NascimentoLorena Vila RealPedro CarlosPedro Paiva

Amplamente divulgado no passado, o projeto ainda não trouxe benefícios propostos

Após dois anos desde que sete das 11 instituições federais de Ensino Su-

perior de Minas Gerais se reu-niram para formar o que ficou conhecido como Superuniversi-dade, poucas propostas viraram realidade. Foi no início de 2010, quando as universidades fede-rais de Alfenas (Unifal), Itajubá (Unifei), Juiz de Fora (UFJF), de Lavras (UFLA), São João del--Rei (UFSJ), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV) resolveram criar um consórcio inédito no país. O projeto tinha entre os objetivos facilitar a mobilidade entre alu-nos, docentes e servidores técni-cos-administrativos. Além disso, também visava trocar o modelo de competição entre as universi-dades para um de cooperação.

Ao todo, as instituições re-únem 3,5 mil professores e 4 mil técnicos-administrativos, que atendem a 41 mil alunos de gra-duação e 5,3 mil de pós-gradua-ção.

Em geral, a comunidade aca-dêmica reagiu positivamente à

novidade. O técnico-administra-tivo Daniel Moura acredita que o modelo proposto economizaria recursos, já que cada universida-de contribuiria com o que há de melhor na sua formação.

Em maio do último ano, em evento realizado na UFLA, o então secretário de Ensino Su-perior do Ministério da Educa-ção (MEC), Luiz Cláudio Costa, confirmou a liberação de R$ 20 milhões para a formação do con-sórcio. O dinheiro já tinha desti-no definido: a construção da sede da entidade e do Centro de Pes-quisa e Inovação, ambos em um prédio da União em Caxambu, no Sul de Minas.

De acordo com o pró-reitor de Planejamento da Universida-de Federal de Viçosa, Sebastião Tavares, o projeto gerou duas ações concretas até agora. Uma delas é o Corredor Cultural, que vai levar os corais de cada uma das universidades a se apresen-tarem nas demais. A outra é um mestrado em Física sediado em Lavras, em parceria com a UFSJ, a UFLA, a Unifei e a UFV. Para Tavares, a demora na integração é normal: “O projeto do IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) envolve várias estru-

turas, e essa mudança exige um tempo de maturação longo”.

Segundo Tavares, em no-vembro de 2011, foi realizada uma reunião em Caxambu, pos-sível sede da entidade. Den-tre as ações programadas para 2012, decidiu-se pela elabora-ção de uma proposta de criação do curso de graduação que será oferecido pelo Consórcio, com definições de matriz curricular, regime didático e contratação de pessoal docente e técnico-admi-nistrativo.

Na área de extensão, ficou definida a implantação do Cor-redor Cultural, que representa a união das universidades consor-ciadas, por meio da realização de eventos.

E na pesquisa e pós-gra-duação, optou-se por ações de elaboração de projetos técnicos e arquitetônicos para criação do Centro de Estudos Avançados em Bioenergia, que visa formar pesquisadores mais qualificados para a área. “Além disso, ainda estamos discutindo o incentivo à formação de grupos de pesquisa em inovação e propostas de cur-sos de pós-graduação oferecidos pelo consórcio”, revela Tavares.

Alunos da UFJF participam da organização do maior

encontro de empresários junio-res do mundo. O Junior Enter-prise World Conference 2012 (JEWC), congresso mundial da categoria, será realizado em agosto, em Parati (RJ). Univer-sitários da Acesso, empresa jú-nior do curso de Comunicação Social, são responsáveis pela as-sessoria e relações públicas do evento. Já integrantes da Cam-pe, das Faculdades de Adminis-tração e de Economia, cuidam da programação das palestras, ,além da captação de patrocínio para o encontro.

A subcoordenadora de Co-municação do JEWC Brasil e membro da Acesso, Natália Bustamante, destaca a experiên-cia adquirida pelos empresários juniores envolvidos na organi-zação de um evento deste por-te. “O aprendizado é enorme e constante. Os contatos que faze-mos também são importantes e enriquecedores”. Ryiochi Pen-na, membro da comissão orga-nizadora e integrante da Campe, considera que o grande benefí-cio é o intercâmbio cultural para os estudantes. ”Eles poderão

entender como funcionam em-presas juniores em outros países e, certamente, aprenderão muito com isso, podendo melhorar o funcionamento de suas próprias empresas.”

Para Marcus Barão, coorde-nador geral do JEWC Brasil, o benefício para os alunos supera a formação acadêmica. “É im-portante que eles entendam seu papel na sociedade que é, por-tanto, de grande relevância para sua formação enquanto cidadãos plenos”, ressalta. As empresas Jrs. oferecem a oportunidade de aplicar na prática o conhecimen-to obtido na sala de aula. É o que destaca o analista do Sebrae, Paulo Veríssimo. Ele também salienta a importância do encon-tro para os jovens empresários. “Organizar um congresso desse porte é uma experiência única. Também é interessante o conhe-cimento que se adquire”.

O JEWC será realizado de 6 a 9 de agosto. Segundo a asses-soria do evento, são esperadas cerca de 2.300 pessoas. A par-ticipação é restrita a membros ou ex-membros de empresas juniores. As inscrições para bra-sileiros estão esgotadas. Inte-ressados podem incluir o nome em uma lista de espera. Outras informações em: www.brasil-junior.org.br/site/itemlist/tag/jewc-2012.

Conferência internacional conta com organização de alunos da UFJF

Estudantes relatam a importancia de realizar um grande evento

Congresso de empresários juniores volta a ser realizado no Brasil após oito anos

Jefferson NascimentoLorena Vila RealPedro CarlosPedro Paiva

Mapa com as Universidades participantes do Consórcio

Foto: Pedro Carlos

Arte: Luigi Gomes

campus 4 JE

Page 5: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Foto: Pedro Carlos

Paredes descascadas, tin-tura gasta, tijolos sem re-boque. Quem passa pela

esquina da Avenida Getúlio Var-gas com a Rua Marechal Floria-no Peixoto, no Centro, observa a degradação do antigo prédio do Diretório Central dos Estu-dantes da UFJF (DCE). Desde 1975, parte do local é ocupada por uma gráfica conveniada ao DCE, onde são impressos os in-formativos do diretório. O pré-

Projeto prevê reestruturação da antiga sede do DCE para abrigar centro culturalUFJF tenta recuperar posse do prédio que atualmente está ocupado irregularmente

dio principal é utilizado duas vezes por semana para aulas de capoeira e taekwondo. Segundo funcionários da gráfica, as ati-vidades físicas são oferecidas desde o final da década de 1990 e apenas os instrutores têm as chaves do cadeado. Há alguns anos, eles entraram com um pro-cesso de usucapião, que corre na Justiça.

Segundo o pró-reitor de In-fraestrutura da UFJF, Paschoal Tonelli, o prédio está “ocupado irregularmente”, e a Univer-sidade já move ação de reinte-gração de posse. “Funcionários da UFJF foram ameaçados com

faca quando tentaram entrar no prédio”, conta o pró-reitor, res-ponsável pela manutenção das construções da Universidade. Os bombeiros visitaram as ins-talações para verificar a condi-ção do local. Segundo o boletim de ocorrência, registrado em outubro de 2011, diversas inter-venções devem ser feitas para segurança da edificação. Entre as medidas, estão a revisão da fiação, a instalação de saídas de incêndio, além de retirada de materiais inflamáveis. As orien-tações foram encaminhadas ao DCE em março deste ano.

Questionado sobre as con-

dições precárias da antiga sede, Tonelli explica que há um pro-jeto de revitalização para o lo-cal. Segundo Júlio Sampaio, arquiteto responsável pelo pla-no de reestruturação do prédio, o projeto prevê a construção de um anexo. A nova edificação vai funcionar como centro para projetos culturais da Universi-dade. “É como se todas as infor-mações de projetos culturais da UFJF ficassem disponíveis lá. Cada projeto deste tipo teria um estande no prédio para que pos-sa ser apresentado à comunida-de. Mas muitas mudanças ainda podem acontecer até o começo das obras”, conta o arquiteto. Há ainda a previsão de o DCE vol-tar a ocupar a antiga sede.

Alunos do DCE reclamamA atual gestão do Diretório

Estudantil afirma não ter sido consultada sobre a proposta. Para os estudantes, o ideal se-ria ter autonomia na exploração do prédio. “Eles [a UFJF] já tinham um projeto pronto, não tem como interferir mais e não cabe discutir no que será utili-zado o prédio”, alega o coorde-nador do DCE, Felipe Fonseca.

Pelo fato de o antigo prédio do DCE ser considerado, desde 1996, como patrimônio históri-co municipal, a UFJF aguarda aprovação do projeto de revitali-zação pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, segundo Júlio Sam-paio. Ele afirma, ainda, que o início das obras é previsto para o segundo semestre deste ano.

Patrimônio da Universidade necessita de intervenções para garantir a segurança da edificação

Jefferson NascimentoLorena Vila RealPedro CarlosPedro Paiva

Outro prédio da UFJF que não está sendo utilizado para atividades acadêmicas é a antiga Casa de Parto. Inaugurada em 2001, ela parou de funcionar no dia 29 de agosto de 2007. “A Casa de Parto foi fe-

chada, porque a Adminis-tração Superior encontrou irregularidades adminis-trativas. Mas agora temos um projeto para transferir as atividades que eram exercidas na Casa para o Hospital Universitário (que

fica dentro do campus). O Hospital passará por obras que podem durar, aproxi-madamente, dois anos. A reforma custará 200 milhões de reais”, explica o profes-sor da Faculdade de Medi-cina Luiz Carlos Ferreira de

CaSa de parto também eStá abandonada

Andrade, que presidiu a Comissão de Transferên-cia da Casa de Parto para o Hospital Universitário. De acordo com o professor, não há projetos para utiliza-ção do prédio que abriga-va a Casa de Parto

Foto: Lorena Vila Real

campus5Maio 2012

Detalhes mostram a degradação

Page 6: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

As sacolas mudaram, porém não houve conscientizaçãoSupermercados vão substituir o plástico tradicional pelo biodegradável, mas, sem campanha, consumidor tem dificuldade para aderir

ado e também diz que há proble-mas nas rotas, mas ressalta que o Demlurb precisa do apoio da população juiz-forana para me-lhorar o serviço.

Até os novos caminhões es-tarem na rua, a coleta continuará sendo feita dessa maneira, sem rota exata. “Uma hora, a coleta passa em um bairro, outra hora, em outro, porque o Demlurb tem priorizado bairros onde sabemos que já existe a seleção da popu-lação quanto ao lixo”, disse Li-lian, declarando que ainda falta conscientização para a separação de resíduos, mas que “a procura pela coleta seletiva tem aumenta-do na cidade”.

serviço deverá ser regularizado. A previsão é de que isso aconteça até o meio do ano.

A moradora do Bairro Nova Era Jocelane Concolato, 46 anos, reclama da situação. Re-clama da situação e se diz des-motivada em separar os mate-riais orgânicos dos recicláveis “Eu organizo as garrafas PET e o papelão, porque tem pessoas que pegam para vender. Só não separo todos os materiais direi-tinho porque, quando o cami-nhão do lixo passa, ele leva tudo junto. Não adianta”, explica.

A coordenadora Lilian Cane-do admite a existência de falhas na maneira como o setor tem atu-

A coleta seletiva de lixo en-frenta problemas atualmen-

te, resultando na irregularidade e no desestímulo para os cidadãos de Juiz de Fora que estavam acostumados a fazer a separação dos resíduos em suas casas. De acordo com a coordenadora do setor de Conscientização Am-biental do Demlurb, Lilian Gise-le Canedo, as maiores falhas se devem porque o setor passa por uma etapa de reestruturação. As-sim que for aprovada a licitação para dois novos caminhões, o

Danilo RezendeGuylherme Morais

Os estabelecimentos comer-ciais de Juiz de Fora têm até o dia 29 de agosto para

substituírem sacolas plásticas con-vencionais por similares biodegra-dáveis ou reutilizáveis. A Lei 11.816 é um projeto do vereador Júllio Gas-parette (PMDB) e foi aprovada em 2009 pelo prefeito Custódio Mattos, prevendo que o prazo para adequa-ção às normas seria de três anos. No entanto, nem o comércio, nem a po-pulação parecem estar preparados. A maioria das pessoas ainda não tem o hábito de transportar suas compras em bolsas de tecido. E os comer-ciantes estão cogitando cobrar pelas sacolas biodegradáveis.

Para atender as exigências da nova norma, alguns supermercados vêm oferecendo caixas de papelão e comercializando ecobags. Mas ain-da não investiram em anúncios que possam despertar a atenção dos con-sumidores para a mudança de hábi-to. Em meia hora de observação em uma das lojas da cidade, apenas três das 70 pessoas que passaram pelo caixa nesse período de tempo dis-pensaram as sacolas plásticas. Outro aspecto chamou atenção: mesmo os que pegaram caixas, acabaram colocando as compras em sacolas, utilizando a embalagem de papelão

Demlurb admite falha na coleta seletiva, mas diz rever serviço em JF

apenas para o transporte. “Ainda falta uma mobilização da sociedade em favor das sacolas biodegradá-veis. A gente colocou uma meta para ser alcançada, mas compreendo que não adianta todo esforço para fazer a lei se não puder aplicá-la, porque a sociedade não foi sensibilizada”, de-clara o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambien-

tal da UFJF José Homero Pinheiro Soares. Ele lembra que “as sacolas enterradas nos aterros formam bol-sões impermeáveis que podem vir a se tornar perigos para a região, pois aprisionam gases gerados pela de-gradação da matéria orgânica”.

Júlio Gasparette explica que o principal impacto da lei será a mu-dança do material das sacolas. O

plástico comum leva mais de cem anos para se decompor no meio am-biente, ao passo que o biodegradável se dissolve em um prazo de até 180 dias. O que tem surpreendido o ve-reador é a reação de alguns estabele-cimentos que estão querendo cobrar pelas novas sacolas. “A diferença de preço é tão insignificante que não vejo motivo para isso”, argumenta.

A advogada socioambiental Illva Facio Netto Lasmar esclarece que as embalagens já estão nas planilhas de custo dos super-mercados e lojas. Porém, o preço das biodegradáveis é um pouco mais alto, o que leva os estabelecimentos a cogitarem a co-brança. A advogada acredita que o valor das sacolas tende a cair a partir do momento em que o consumo au-mentar. Mas ela não acha plausível que se “condicione a liberação da cobrança à futura queda no custo”.

Meio ambiente“A consciência é de cada um,

mas acho que, se o tema for bem abordado, como tivemos as cam-panhas contra a dengue ou sobre o uso da camisinha, teremos um ótimo resultado”, avalia o sócio-gerente de uma das franquias do Rei do Mate

em Juiz de Fora, Rogério Abreu, que há dois anos vem utilizando embala-gens de papel proveniente de flores-tas sustentáveis.

A fotógrafa Marina Costa utili-za as sacolas de supermercado para descartar o lixo, mas é a favor da substituição e contra o desperdício. No entanto, ela acredita que deve haver mudanças mais substanciais, envolvendo outros aspectos ambien-tais. “Enquanto a população não se

educar, continua-remos com proble-mas sérios. Acho que tudo deve par-tir da atitude das pessoas”, afirma.

O professor de ecologia Theodoro Guerra, da Asso-ciação pelo Meio

Ambiente de Juiz de Fora (AMA-JF), ressalta que não basta proibir as sacolas. Entre outros fatores, ele destaca a necessidade de se preocu-par com as melhorias no trânsito, na arborização urbana, na qualidade da água do Paraibuna e com o cresci-mento desordenado da cidade. E cobra iniciativas governamentais. Theodoro sugere a educação am-biental como uma possível solução: “Ela deve ser explorada com mais empenho pelas autoridades para que haja uma melhoria no descarte dos materiais.”

Laís MachadoRenan Ribeiro Ferreira

O ambientalista Theodoro Guerra, da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA-JF), afirma que a coleta seletiva tem uma importância fundamen-tal. “Quando se fala em gerenciar resíduos, temos que nos ater às seguintes considerações: primei-ro coletar de maneira satisfatória todo resíduo da cidade; depois, efetuar a disposição adequada, como um aterro sanitário; e, por último, sempre que possível, esti-mular a coleta seletiva e/ou a re-ciclagem de materiais, com isso, ganha-se na vida útil de um aterro sanitário e poupam-se recursos naturais”.

Para ele, a coleta seletiva é uma maneira inteligente de lidar com o lixo urbano. Porém, ela, por si só, não resolve. “Aliada à

coleta, temos que ter um direcio-namento efetivo destes resíduos. Pode ser para as empresas que realizam reciclagem ou recupera-ção de materiais, transformando o que antes era lixo em matéria--prima novamente”, conclui.

Questionado sobre quem tem a responsabilidade de realizar a coleta seletiva, o ambientalista declara que é uma competência constitucional dos municípios e que a maioria tem se mostra-do incompetente ao lidar com a questão. “Mas a população tam-bém tem que fazer a sua parte, cobrando uma coleta adequada da Prefeitura”. Outro problema é o gasto excessivo: “A modernidade nos obriga a consumir desenfrea-damente. É preciso consumir so-mente o necessário”, ressalta.

Para ambientalista, problema é a falta de preparo do Poder Público

Nas saídas dos supermercados, maioria utiliza as sacolas convencionais

Foto: Renan Ribeiro Ferreira

cidade 6 JE

Page 7: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

A onda de assaltos ocorrida no Bairro Cascatinha tem aumentado a sensação de

insegurança. Os registros de casos graves, inclusive com agressões e morte após assaltos, levaram a população a cobrar maior policia-mento da área.

Em março, a morte de um assaltante, espancado em via pú-blica após o roubo a um casal de idosos foi o crime que mais cha-mou a atenção. Também no pri-meiro semestre foram registrados dois golpes, além de dois roubos conhecidos como “saidinha” de banco, o assalto a uma casa lo-As obras de revitalização no

Parque Lajinha têm o obje-tivo de transformar o espaço em uma das principais opções de la-zer para os juiz-foranos. Dentre as novas atrações, estão bibliote-ca ecológica, orquidário, parque infantil e palco para espetáculos – além da reformulação do paisa-gismo e da instalação de internet sem fio. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, a re-forma, iniciada em abril, está pre-vista para terminar em agosto.

Quando criança, a cabelei-reira Gisele Lomar, 32 anos, fre-quentava o parque para se divertir com amigos. Mas, com o tempo,

térica e o sequestro-relâmpago de morador do bairro. Tais ocor-rências levaram a comunidade a exigir a presença ostensiva de militares.

Para o administrador Sérgio Lopes de Souza, 59, a tranquilida-de tem sido ameaçada pela onda de violência. “Depois que fecha-ram o posto policial, ficamos à mercê dos bandidos” lamenta ele, que mora no bairro há 25 anos. Localizado na saída Sul de Juiz de Fora, o posto do Cascatinha passou por reformas e voltou a funcionar no dia 26 de março. O posto funciona de segunda a sexta-feira durante o dia e conta com uma viatura e dois policiais que fazem a ronda pelas ruas do

ela foi perdendo o interesse pela área. “Não existia recreação para crianças, mas era um espaço que, até então, não oferecia perigo”, afirma. Ela lembra que, diante da situação de abandono, as pesso-as foram deixando de frequentar o espaço, transformado em lugar para uso de drogas.

Já a estudante de enfermagem Júlia Esteves, 21, acha que a área foi negligenciada durante anos. “Fazíamos piqueniques, caminha-das, mas os banheiros eram ruins e, em volta do lago, tinha muito mato. Não existia lanchonete”, lembra Júlia. Com medo da vio-lência, a estudante deixou de fre-quentar o parque, mas aposta que a reforma irá atrair novamente os visitantes.

Onda de assaltos altera a rotina no Bairro CascatinhaMoradores ainda se sentem ameaçados pela criminalidade

Revitalização começano Parque da Lajinha

Débora Almada Messias Matheus

Bianca OliveiraCarolina Silveira

Apesar do policiamento, moradores do Cascatinha ainda se sentem inseguros, principalmente à noite

Busca de conscientização ambiental e mais segurança

O ex-superintendente da Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora (Agenda JF), Aris-tóteles Faria, afirma que “as ins-talações são as mesmas desde a década de 1980”. Ele reconhece os problemas, mas afirma que, apesar disso, o parque é um lugar tranquilo, sem muitas ocorrências policiais. “No tempo em que es-tive na Agenda JF, a segurança nunca foi uma dificuldade”, ga-rante. De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o município disponibilizará segu-ranças para o espaço, que terá rondas da Guarda Municipal.

O ex-superintendente ressalta que a intenção é tornar o espaço

agradável, e que uma das preocu-pações no projeto são as plantas, árvores e cores. Ainda segundo ele, a parte estrutural – como dre-nagem e iluminação – também receberá atenção especial, já que esta parte não foi mexida desde a inauguração do parque. A reforma busca ainda fomentar a conscien-tização ambiental.

De acordo com a Hepafer, construtora responsável pela revi-talização, uma equipe faz a limpe-za da área, marcações no terreno e outras atividades. “Está tudo den-tro do prazo, a ideia é que a obra termine até agosto”, afirma Pedro Augusto, auxiliar de planejamen-to de obras da Hepafer.

Mesmo com a reativação do posto, a população não percebeu melhorias na segurança. O inte-grante da Sociedade Pró-Melho-ramentos do Cascatinha, Serafim Botelho Letra, 66, afirma que a presença da corporação ainda não é o suficiente para combater a cri-minalidade. Morador do bairro há 22 anos, ele aponta falhas no fun-cionamento da base. “À noite, o posto fica fechado, e os militares vão embora, mas eles acendem a luz para passar a impressão de que tem polícia lá.” Para o tenente, a

bairro. Segundo o assessor de comunicação do 27° Batalhão da Polícia Militar, tenente Flávio Campos, o patrulhamento no bair-ro é uma das medidas preventivas contra esses crimes. “Se o militar ficar parado, deixa de presenciar acontecimentos em outras ruas”.

A proximidade da área com a BR-040 é apontada como um agravante. “Isso facilita a entra-da e saída de criminosos de outras regiões”, acredita Sérgio. Apesar da polícia não informar se os cri-mes têm ligação com pessoas de outras cidades, para o tenente, a localização do bairro também é preocupante, “tanto é que aquele posto policial tem uma localiza-ção estratégica por isso”, diz.

ajuda dos moradores é essencial. “A comunidade tem que conver-sar com os policiais, falar suas ne-cessidades, para assim atuarmos da melhor forma possível.”

CriminalidadeO envolvimento de jovens na

criminalidade também é um caso a ser discutido. Para o professor Wedencley Alves, que faz parte do grupo Epos da Uerj, que es-tuda a relação entre a juventude e a violência, “muitos atribuem a criminalidade à baixa condição

financeira, mas muitos jovens que tem condições boas de vida pro-vocam acidentes graves no trân-sito, por exemplo”. Para Weden-cley, a sociedade só se preocupa com os jovens a partir do momen-to em que eles já estão envolvidos no crime. E aponta uma solução. “Está havendo uma falta de diálo-go entre os jovens e a sociedade, que deve ser ajustada. Devem-se criar mecanismos para ouvir esses jovens, saber seus problemas e o que eles pensam para melhorar essa situação.”

Polícia diz que apoio da comunidade é essencial

Foto: Messias Matheus

Um dos principais pontos de lazer de JF, ficará fechado por cinco mesesFoto: Carolina Silveira

cidade7Maio 2012

Page 8: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Corrida Eleitoral: JF começa a se preparar para as eleições municipaisQuatro nomes estão confirmados como pré-candidatos: Bruno Siqueira, Custódio Mattos, Júlio Delgado e Margarida Salomão. Cientistas políticos analisam a política local dos últimos 30 anos e explicam como o tabuleiro eleitoral está sendo montado

Marília TorresMayra SáRafaela BorgesSarah Garcia

Juiz de Fora já começa a se movimentar para as eleições de outubro. A cidade, que

há 30 anos vê apenas três nomes ocuparem o cargo de maior im-portância do município – com exceção de José Eduardo Araújo, vice de Alberto Bejani, que che-gou à cadeira após a renúncia do ex-radialista – aguarda ansiosa-mente a definição dos candidatos e o desenrolar da corrida eleito-ral.

Segundo o doutor em Ciên-cia Política e professor da Facul-dade de Comunicação Social da UFJF, Paulo Roberto Leal, a re-petição de três lideranças (Cus-tódio Mattos, Tarcísio Delgado e Alberto Bejani) como únicos prefeitos eleitos desde 1982 evi-dencia o quanto a política da ci-dade é personalista. “No caso de Bejani, por exemplo, ele ganhou o primeiro mandato pelo extinto Partido da Juventude (PJ), depois foi deputado estadual pelo tam-bém extinto Partido da Frente Li-

beral (PFL), em seguida prefeito de novo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ou seja, o ‘be-janismo’ é uma força política in-dependente de partido. Também é possível falar em um ‘tarcisis-mo’ que transcende o eleitorado do Partido do Movimento Demo-crático Brasileiro (PMDB) e em um ‘custodismo’ que não neces-sariamente é constituído apenas por eleitores tucanos”.

Rubem Barboza, doutor em Ciência Política e professor do Departamento de Ciências So-ciais da UFJF, explica que há, em Juiz de Fora, um aspecto da vida política nacional: a profis-sionalização crescente dos re-presentantes políticos, caracte-rística de democracias estáveis. “Em si, esta profissionalização torna difícil a entrada de ‘joga-dores’ externos aos partidos - ou organização políticas - na dispu-ta pelo poder. Em Juiz de Fora, Bejani conseguiu realizar este feito, mas em uma circunstância na qual não havia ainda o segun-do turno. E ele mesmo procurou se tornar um ‘profissional’. Não é um problema típico de Juiz de Fora, mas da maioria das cida-

des grandes e médias no Brasil”, destaca.

Desde o início deste ano, vários nomes têm surgido no cenário para a sucessão munici-pal: Alberto Bejani (PSL), Bru-no Siqueira (PMDB), Custódio Mattos (PSDB), Edmar Moreira (PR), Isauro Calais (PMN), Júlio Delgado (PSB), Margarida Salo-mão (PT) e Wadson Ribeiro (PC do B). Paulo Roberto explica que até o momento faltam definições para que se saiba melhor como será montado o jogo político. “Se é certo que o prefeito Custódio Mattos disputará a reeleição, que Bejani não será candidato por conta da Lei da Ficha Limpa, e é também certo que Margarida Sa-lomão será a candidata do Parti-do dos Trabalhadores (PT), falta saber, por exemplo, se o PMDB lançará ou não o nome de Bruno Siqueira, e como se comportará Tarcísio Delgado, o maior líder do PMDB, se seu partido lançar candidato próprio e seu filho Jú-lio Delgado também disputar a corrida pela Prefeitura. Não se sabe também como a aliança na-cional entre PT e PMDB influen-ciará a política local”.

Tabuleiro EleitoralConforme o cientista político

Paulo Roberto, três situações já estão confirmadas para a eleição de 2012: Custódio Mattos e Marga-rida Salomão - exatamente os dois que disputaram o segundo turno em 2008 - já são pré-candidatos, e Alberto Bejani está fora da corrida.

Sobre a candidatura da ex-rei-tora da UFJF, o presidente do PT em Juiz de Fora, Rogério Freitas, afirma que, dos grandes partidos, o dos Trabalhadores foi o único que ainda não governou a cidade, e que irá tentar reproduzir em Juiz de Fora a aliança vitoriosa que levou à Presidência da República a pri-meira mulher. “Já fechamos com o PCdoB e PRTB e estamos em pro-cesso de negociação com os demais partidos. Apresentamos uma candi-datura sintonizada com as mudan-ças que representam nosso modo de governar. A nossa candidata pos-sui bagagem política e experiência como reitora de uma das maiores

universidades do país e representa, assim como Dilma, a afirmação das mulheres na política”.

O secretário de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora, Ro-drigo Barbosa, garantiu que Custó-dio Mattos também está na disputa. Ele explica que as conversas estão em fase ini-cial, mas que o PSDB pretende continuar com as parcerias já existentes. “O prefeito já de-monstrou seu interesse em se reeleger. Nós já temos par-tidos aliados que estão conosco desde o início do projeto, como o PDT, e esperamos que continuem nesse momento”, destaca. Para uma possível nova administração, Custódio já possui alguns objetivos. “Queremos con-

tinuar com as realizações positivas dessa gestão e, além disso, buscare-mos investir em projetos de infra-estrutura urbana, social e econômi-ca”, finaliza o secretário.

O vice-presidente do Diretó-rio Municipal do Partido Socialis-ta Brasileiro (PSB), Luiz Fernan-

do Sirimarco Jr., confirmou também a possibilidade de Júlio Del-gado disputar as eleições. Ele ainda res-salta que há a necess idade não apenas de renovação de

nomes, mas também de propostas. “Não se pode menosprezar o que foi feito, mas é preciso uma oxi-genação de ideias, onde a cidade possa retomar o crescimento tanto social quanto econômico de uma

“A profissionalização não é um problema

típico de Juiz de Fora, mas da maioria das cidades grandes e médias no Brasil”

GALERIAOs últimos sete mandatos de Juiz de Fora, com os prefeitos que se revezam no cargo desde 1983 1983-1988

Tarcísio Delgado

1989-1992Carlos Alberto Bejani

1993-1996Custódio Mattos

1997-2000Tarcísio Delgado

2005-2008Carlos Alberto Bejani

2009-2012Custódio Mattos

2008José Eduardo Araújo

especial 8

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Corrida Eleitoral: JF começa a se preparar para as eleições municipaisQuatro nomes estão confirmados como pré-candidatos: Bruno Siqueira, Custódio Mattos, Júlio Delgado e Margarida Salomão. Cientistas políticos analisam a política local dos últimos 30 anos e explicam como o tabuleiro eleitoral está sendo montado

Tabuleiro Eleitoralforma ordenada e responsável”. Ele garante que Júlio Delgado tem a possibilidade de juntar a reno-vação e a experiência. “Inovar é importante, mas é preciso cuida-do. Renovar só por renovar pode ser perigoso. Depois de tudo que a cidade já passou, apostar em can-didato novo e inexperiente pode gerar transtornos”, opina.

No início de abril, o deputado estadual Bruno Siqueira ratificou sua pré-candidatura durante a reunião mensal do Partido. Ele confirmou a relação com o grupo de Júlio Delga-do, filho de Tarcísio, uma das prin-cipais lideranças do PMDB. “Con-versamos com o PSB e também estamos conversando com outros quatro partidos. Isso é importante para sabermos o que pensam os ou-tros. Mas o PMDB tem musculatura para ganhar eleição até com chapa própria. Já ganhamos assim e pode-mos ganhar de novo. Nada impede que caminhemos sozinhos”, garante

o deputado. Bruno afirma ainda que Juiz de Fora quer o novo com criati-vidade e competência. “Precisamos renovar. Não com marketing, mas com trabalho. Será uma eleição dis-putada, como todas que ocorrem em nossa cidade. Porém, com propostas novas e sem demagogia ou falsas promessas. Temos reais chances de mudar Juiz de Fora”.

Diante deste panorama ini-cial, o cientista político Rubem Barboza conclui que a renovação, tão aclamada pela sociedade, tem muito mais a ver com discursos eleitorais do que com a realidade da disputa municipal. “Margarida e Júlio Delgado não podem ser ca-racterizados como ‘renovadores’. O Júlio é um deputado já expe-riente e conhecido, vindo de um grupo liderado pelo Tarcísio, em-bora ele sempre busque voo pró-prio. A Margarida já foi, inclusive, candidata a vice-prefeita na suces-são da primeira administração do

Enquete“Diante dos 30 anos de

revezamento político em Juiz de Fora, o que você espera

para as eleições 2012?”

“Não estou satisfei-to com os prefeitos anteriores. Por isso acredito que qualquer renovação será muito bem vinda”

Nilo Augusto Matos, 21, estudante

Dimitrius Chaves, 24, servidor público

Gilmar Santos, 37, técnico de vídeo

Arte: Luigi Gomes

Tarcísio, quando o Bejani ganhou as eleições também pela primeira vez. Talvez o único que possa ter esse sentido de ‘renovação’ seja o Bruno Siqueira”. O professor completa: “Fundamentalmente, quem escolhe é o eleitor, entre os nomes colocados à disposição pe-los partidos. Um aspecto é bastan-te saliente na vida política de Juiz de Fora e bastante tradicional: a competitividade entre poucas li-deranças torna difícil a cooperação entre elas em momentos importan-tes para a cidade. Isto pode ser um limite”.

Os partidos e as coligações têm até as 19 horas do dia 5 de ju-lho para registrar seus candidatos. As eleições municipais de 2012 serão realizadas, em primeiro tur-no, no dia 7 de outubro, das 8h às 17h, para a escolha de prefeito, vice e vereador. Caso haja segundo turno, a votação será no dia 28 de outubro.

Marcel Alves, 30, empresário

“Não acredito na reno-vação da política local.

Só mudarão os nomes e as caras dos gestores mas a essência do go-verno será a mesma”

“Eu acho que essa eleição tem que marcar um divisor de águas e apresentar uma pro-posta de renovação. O povo de Juiz de Fora anseia por mudanças”

“A cidade não evolui. Me diga uma obra

de grande porte que a cidade teve nesse período? Creio que

nenhuma. Juiz de Fora precisa de gás novo”.

especial9Maio 2012

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no campeonato nacional poderá coincidir com o 26 de maio. Para isso, ainda é preciso um acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Volta Redonda, adversário do jogo que ainda está agendado para o dia 27.

“O Departamento de Marketing ainda não confirmou os eventos, mas é possível que tudo aconteça”, disse o publicitário e responsável pelo marketing do Tupi, Sérgio Bara. Mesmo com orçamento redu-zido, o clube tem formado equipes competitivas nos últimos anos, com

país ou uma equipe estrangeira. A ideia dos organizadores seria que o adversário também fosse um time que estivesse comemorando seu centenário neste ano. Entre as equi-pes já sondadas estariam o Santos, o América Mineiro e o Rosario Cen-tral da Argentina.

O momento do Galo Carijó é histórico não só pelo centenário, mas também porque o grupo vive bons resultados em torneios. Ele está na série C do Campeonato Bra-sileiro, o que o coloca entre as 60 forças do futebol no país. A estreia

Maior força do futebol do interior de Minas, o Tupi Foot Ball Club completa

cem anos em 2012. O centenário é festejado em 26 de maio, mas as co-memorações devem se estender até 25 de maio do próximo ano. Esta é a previsão do projeto “Sou guerrei-ro Carijó”, montado pelo Departa-mento de Marketing da equipe. Na programação, há possibilidade de um jogo contra um grande clube do

“Sou guerreiro Carijó” é a aposta do time

Márcio SabonesIndianara Campos

Em comemoração ao centenário do Tupi, diretoria lança projetos com eventos durante um ano

HiStória

Fundado em 26 de maio de 1912 e conhecido como “o Carijó”, o Galo recebeu, inicialmente, o nome de Tupy Foot-Ball Club, que foi utilizado por 30 anos até se tornar oficialmente Tupi Foot Ball Club. O objetivo da iniciativa era promover o esporte e, em 1931, a casa do time Carijó, o Es-tádio Salles de Oliveira, foi inaugurada, no Bairro Santa Terezinha. Na época, era o maior e mais moderno cam-po da Zona da Mata. Campeão municipal por 23 vezes, o Tupi hoje se man-tém sozinho no futebol pro-fissional da cidade. Mas nem sempre foi assim. A disputa em campo, com adversários como Tupynambás e Sport, era acirrada e o fanatismo pelos clubes estendia-se para outros eventos sociais, como os bailes de carnaval. A equipe de Santa Tere-zinha também foi seis ve-zes campeã do Interior de Minas (1975, 1985, 1987, 2003, 2008 e 2012) e ainda levou os títulos de campeã Mineira do Módulo B (2001), campeã da Taça Minas Ge-rais (2008) e campeã Brasi-leira da Série D em 2011.

presença constante em semifinais dos campeonatos estaduais.

O jornalista esportivo e editor do blog Toque de Bola, Ivan Elias, vê com entusiasmo o desenvolvi-mento do time com a conquista da Taça Minas em 2008 e o Brasileirão da série D em 2011. “No cenário es-tadual, o clube vem se consolidando como força fora da capital, falta um `algo mais` para se buscar um novo título estadual, e a ascensão em com-petições nacionais está acontecendo. Com a tradição centenária do clube, seriedade da Comissão Técnica e o comprometimento do elenco, torce-mos para o Tupi subir mais degraus em 2012.”

O atual presidente do clube, Áureo Carneiro Fortuna, 55 anos, é advogado e tem dois filhos, que também são apaixonados pelo time. Desde 1969, acompanha e torce na arquibancada para o Galo Carijó. “Ao começar o trabalho em 2008, vimos o abandono do Tupi. As gestões anteriores não reuniram arquivos, atas de reunião. Faltava praticamente tudo. Hoje, resgata-mos a história. Uma parte da sede social teve que ser vendida para a quitação de débitos. Encontramos um clube com todos os seus sócios afastados. O Tupi se tornou, basica-mente, um clube de locação. Seus espaços, como piscina, quadra e salão, passaram a ser alugados para terceiros, levando uma mídia nega-tiva para o nome do Tupi”, consi-dera Áureo.

Uma das poucas lembranças que foram mantidas nos arquivos do time é a foto de Ubiratan Fassheber

Juiz de Fora está prestes a viver mais um momento de glória no

esporte. A nadadora Larissa Mar-tins, juiz-forana e atleta do Esporte Clube Pinheiros, precisa baixar o seu tempo em meio segundo para garantir uma vaga nas Olimpíadas de Londres. Mas ela não é a única que mostra talento. Novos atletas estão surgindo e querendo levar o nome da cidade para o mundo.

Marina Loures, 11, é uma de-las. Atleta do Colégio dos Jesuítas, ela começou a nadar com 4 anos, por orientação médica. “Eu tinha

bronquite, e o médico me acon-selhou a fazer natação, mas numa piscina onde não tivesse cloro. Deu certo, e eu acabei gostando”, conta. Porém, a jovem nadadora começou a competir apenas no ano passado.

Mesmo sem muita experi-ência, ela já alcançou resultados expressivos, como o primeiro lu-gar nos 50 metros nado peito, sua especialidade, e nos 50 metros nado livre na Copa Minas do ano passado e desse ano. Marina re-vela que, apesar da pouca idade, sonha com as Olimpíadas do Rio em 2016. Um exemplo para ela é

Joana Maranhão, que, em Atenas 2004, tinha 17 anos. Mas isso de-pende de algumas coisas. “Eu vou me federar no ano que vem e cor-rer atrás de patrocínio. Depois eu pretendo ir treinar ou no Pinheiros ou no Flamengo”, explica.

Questionada sobre a vida fora da natação, Marina revela que se vê trabalhando como pediatra: “Eu sempre gostei muito de criança e quero fazer medicina. Seria algo nessa área”. Mas o sonho de ser uma nadadora profissional ainda está em primeiro plano. Sorte dos juiz-foranos que, em breve, pode-rão ter mais um ídolo no esporte.

Atleta juiz-forana desponta em Minas

Marina Loures tem 11 anos e nada desde os 4 por orientação médica

Danilo RezendeGuylherme Morais

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

esporte 10 JE

Page 11: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Brandão conta porque fundou uma torcida organizada. “Em 2006, o Tupi jogava contra o Juventus. O Galo precisava vencer por dois gols de diferença para conseguir a vaga na 1ª divisão do Mineiro. Aí, fiz a promessa de que, se o Tupi vencesse, montaria uma torcida organizada. Foi daí que nasceu a Galo Sul.” Ele admite ter manias: “Nada exagerado. Viro os pés para onde o jogador vai atacar.”

De acordo com a assessoria do Tupi, “o torcedor tem o pa-pel fundamental na ascensão do time. Ele foi responsável pelo reconhecimento do Tupi no ce-nário nacional”. A assessoria completa que o time possui oito torcidas organizadas, mas ape-nas duas estão presentes no site oficial do clube: Tribó Carijó e Império Alvinegro. “A Tribo conta com 80 integrantes, e cada um desempenha uma função. O nosso lema é a paz nos estádios”, afirma Daniel.

Guerreiras da triboFutebol não é assunto exclu-

sivo para homens. As torcedoras do Tupi não deixam de contribuir com o time. “Estou aqui há seis anos, uma das primeiras mulheres a chegar na Tribo, e a gente está aí, incentivando a companhia das mu-lheres que gostam de vir ao cam-po. O futebol não é coisa só de ho-mem, as mulheres podem vir para o estádio demonstrar seu amor ao futebol”, defende Carla Barbosa.

Tupi. Ela diz não trocar as parti-das por nenhum outro programa. Prestigiar o Galo é compromisso sério para a família de Juliana. Ela, a mãe e o avô são presenças garantidas nas arquibancadas. A família integra a Tupinga, uma pequena torcida organizada por eles. “Já viajamos para vários lugares para ver o Tupi. E, como sempre saímos com pouca grana, geralmente em excursões, já fi-camos muitas horas na beira da estrada porque o ônibus em que estávamos quebrou”, conta a jor-nalista. O estudante de comuni-cação Giovane Rezende confessa

que deixou de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para assistir o time do coração: “Eu sairia da parti-da antes do segun-do tempo começar. Como o jogo estava empatado, simples-mente desisti de

fazer a prova. Ainda bem que, na-quela época, o Enem não era tão importante” .

As manias e superstições tam-bém ajudam o time a decolar, de acordo com os torcedores. Giova-ne tem uma camisa especial para ir às partidas. “Também gosto de sentar sempre do mesmo lado da arquibancada. Quando sentei do lado sem cadeiras do estádio, o Tupi empatou. Giovane garante que costuma funcionar. Já Roberto

As palmas de incentivo seguem a cada lance no campo, o olhar é atento e

as mãos vão à cabeça a qualquer investida da equipe adversária. Na multidão, alguns se levantam toda vez que o time avança. Nes-ta torcida, estão muitos fanáticos pelo Galo Carijó, que não medem esforços para declarar sua paixão. Para acompanhar os jogos, vale tudo. Eles faltam a compromissos importantes, gastam com viagens e até fazem promessas para ver o Tupi bem colocado em campeonatos.

O estudante Daniel dos Santos Almeida, 17 anos, é conselheiro e te-soureiro da torcida organizada Tribo Carijó. Ele conta que não foi a um cruzeiro marítimo para não perder a primeira partida do Campeonato Mineiro. “Já dei-xei de ir ao aniversário da minha mãe, de prima e de outros paren-tes. A família fica chateada, mas a paixão é maior, e a gente acaba fazendo isso.” O estudante comen-ta que, em uma das viagens, para acompanhar o time, gastou R$ 500.

Já a jornalista Juliana Duarte não aceita convite para passear em finais de semana de jogos do

Paixão que move a torcida

Laís MachadoRenan Ribeiro

Fanáticos pelo Tupi fazem loucuras para acompanhar todos os jogos

Apaixonados pelo Galo Carijó, torcedores incentivam o time no Estádio Municipal Radialista Mário HelênioFoto: Renan Ribeiro Ferreira

Um dos erros mais comuns está relacionado à falta de conhecimento

da população

A caminhada é um dos exercícios físicos reconhecidos por ser

fundamental para a saúde: simples e eficaz. A atividade é praticada por qualquer pessoa, sem a necessidade de lugar específico ou de equipa-mento. Entretanto, o indivíduo deve ter um acompanhamento médico e conhecer as suas limitações. A co-ordenadora do Projeto Caminhada Orientada da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Celva Gui-marães, considera a importância de três fatores: a intensidade, a fre-quência e o volume: “Como você faz, quanto faz e quando fazer são cuidados que ajudam a evitar diver-sos problemas”, explica. O projeto foi criado para au-xiliar o desenvol-vimento adequado do exercício, garan-tindo a melhoria do condicionamento fí-sico e do bem-estar dos pacientes.

Um dos erros mais comuns está relacionado à falta de conhecimento da popula-ção. Apesar de muita gente gostar de caminhar em dupla, conversan-do, essa não é a melhor opção: “É preciso focar na respiração, inspirar pelo nariz e expirar pela boca”, sa-lienta a fisioterapeuta Wanessa de Martin. “A maioria das pessoas tem a falsa ideia de que, para melhorar o problema de coluna, a caminhada é a melhor solução. Elas praticam sem orientação médica, e isso acaba prejudicando ainda mais”, completa

Wanessa, explicando que é necessá-rio consertar a postura antes de partir para a atividade.

Principalmente para quem está começando, existem alguns cuida-dos que devem ser tomados, como alerta a professora de educação físi-ca, Denise Barbosa: “O uso de tênis adequado é importante para evitar lesões. Se hidratar antes de caminhar e prestar atenção ao horário para se proteger do calor é fundamental”. A prática sob orientação de um espe-cialista e feita com responsabilidade pode trazer muitos benefícios: os músculos são fortalecidos, a cir-culação sanguínea dos membros é estimulada, as frequências cardíaca e respiratória aumentam e a pessoa fica mais disposta durante o dia. Não se pode esquecer que várias doenças são evitadas, como as cardíacas, a

osteoporose, a dia-betes e o estresse.

Outro ponto fundamental é o alongamento, que deve ser feito antes e depois da cami-nhada para preparar a musculatura. Pro-

curar um especialista; escolher uma superfície plana; começar modera-damente, aos poucos; e atentar sobre o horário são as principais dicas para quem quer realizar a boa prática da caminhada saudável. O jornalista Marcos Lafalce caminha todos os dias há dez anos e recomenda a ativi-dade: “Primeiro porque é uma exce-lente prática, depois porque faz bem para a mente e para o corpo. Quando eu deixo de caminhar, sinto falta. No começo, eu fazia certo esforço, mas hoje faço com maior prazer.”

Qualidade de vida: cuidados e benefícios da caminhadaCarolina GavioliMaria Barra Costa

Pessoas aproveitam a manhã para caminhar no Campus da UFJF

Foto: Maria Barra Costa

Torcedores garantem

que manias e superstições

ajudam o time a decolar

esporte11Maio 2012

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wana paula araújo

Em entrevista ao Jornal de Estudo, a jornalista da TV Globo Ana Paula Araújo fala sobre sua carreira e sobre o perfil exigido hoje do profissional da comunicação. Ana Paula, que trabalha no Rio de Janeiro, iniciou o curso de Comunicação Social na UFJF, mas completou a gradu-ação na Universidade Federal Fluminense (UFF) na década de 1990. De volta à instituição onde começou os estudos, Ana Paula ministrou a aula inaugural do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação (Facom) no último dia 30 de março. A jornalista, que também é apresentadora substituta do principal telejornal do país, falou ainda da relação com Juiz de Fora, onde ainda residem seus familiares.

gido, ele é cobrado. Há uma busca de uma linguagem mais coloquial, mais próxima do telespectador, a gente está tendo que aprender a se comunicar de uma maneira dife-rente.

- Você participou de importantes coberturas ligadas à criminali-dade violenta no Rio de Janeiro. Uma delas rendeu a você, como integrante da equipe do Jornal Nacional, um prêmio Emmy In-ternacional, considerado o Oscar da Televisão, pela cobertura da ocupação do Complexo do Ale-mão, em novembro de 2010. Em casos onde o jornalista precisa tratar casos graves e tragédias, quais os cuidados para que eles não sejam espetacularizados?- Eu acho que o principal é fornecer informação para as pessoas. Ao in-vés de você dramatizar o que mui-tas vezes já é dramático, você tem que relatar os fatos com respeito às vítimas e às pessoas que estão as-

uma turma como a daqui. No pe-ríodo que passei na cidade, eu me sentia mais acolhida, mais feliz. Lá era mais correria, faculdade à noite, trabalho de manhã, foi um período diferente. Encontro volta e meia pessoas aqui da faculdade que fo-ram da minha turma, que esbarra-vam aqui pelos corredores, pessoas que hoje estão bem posicionadas em vários veículos importantes, em São Paulo, na própria TV Globo, e sempre há esse reconhecimento

pelo que a gente aprendeu aqui na universidade.

- O que mudou no perfil do jor-nalista do perío-do em que você se formou até hoje?- Mudou comple-

tamente. Hoje o jornalista tem que ser mais bem informado do que an-tes porque, cada vez mais, ele é exi-

sistindo. Estas histórias que viram espetáculos já são fortes o suficien-te, precisamos de moderação e res-peito pelas pessoas.

- O que você pensa sobre o uso da câmera escondida?- Acho que é um recurso extremo, válido quando não há outra maneira de obter a informação, e ela é uma informação de interesse do público, relevante, necessária. No caso do escândalo da propina, foi exata-mente o que a gente viu. De que ou-tra maneira nós conseguiríamos um flagrante tão cru de como funciona a corrupção no Brasil? Aquilo rendeu inúmeros desdobramentos, até hoje tem investigação da Polícia Fede-ral. Acho que isso pode representar exatamente o que a gente busca: que haja um divisor de águas a par-tir de uma reportagem, que o pro-cesso de licitação obedeça outros critérios e também para que as pes-soas percebam e tentem mudar um pouco a situação porque, pelo que pudemos perce-ber, tudo acon-tece às claras, e isso é uma rotina. Por isso, eu acho que esse caso é um belo exemplo de como a câmera escondida deve ser utilizada, para um trabalho de utilidade pública. Mas acho que isso tem que ser usado como últi-mo recurso. Existem mil maneiras de se fazer uma reportagem, esse foi um caso extremo, mas a câmera tem que ser usada com cuidado e seriedade.

- Como você está se preparando para a TV digital?- Estou sendo preparada com muito creme na pele, no cabelo, porque aquilo mostra tudo! A gente já tem muita coisa feita no formato de TV digital. O que mudou para nós, que estamos em estúdio, são as ques-tões basicamente ligadas à aparên-cia. Temos uma maquiagem espe-cífica, tem que ser tudo mais suave, porque tudo aparece muito, então temos que ter estes cuidados. Mas

é um avanço espetacular.

- Até que ponto é válida a utiliza-ção de vídeos e fotos feitas pelos telespectadores? Você é muito cobrada pelo público, já que é quem dá rosto ao telejornal?- Não tem um dia que eu saia na rua sem um papelzinho de alguém, com um telefone pedindo uma ma-téria, uma denúncia, solicitando que a gente vá lá na rua para mos-trar. E isso é muito bacana. É isso que a gente busca quando coloca os vídeos das pessoas no jornal. Não é só a gente ter aquela informação. Por exemplo, quando temos casos de chuvas, ou grandes catástrofes, a gente não pode estar em todos os lugares com a nossa equipe. O mo-rador está. Com uma câmera digi-tal, com um celular que filma e que tem uma imagem de qualidade que possa ser levada ao ar, contêm ali uma informação relevante. É muito importante abrir este espaço, mas devolver isso também com a nos-sa informação que é mais apurada, que é mais aprofundada. Eu acho que deve haver uma união das duas coisas.

- Para você existe limite para o jor-nalista na busca da informação?

- Sempre o limite da ética, de não ferir e não perder nenhum tipo de respeito com as pessoas com que você esta lidan-do. Eu acho que o princípio, o limite, é a ética.

- Há alguma meta profissional que você ainda gostaria de alcan-çar?- Não costumo pensar desse jeito, eu gosto de vivenciar o momento, estou feliz com o meu trabalho. Te-nho cada vez mais buscado novos desafios e trabalhos diferentes, e isso, graças a Deus, tem acontecido pra mim.

- Que mensagem daria para os alunos que estão agora na facul-dade?- Que curtam muito esse tempo. Vai fazer falta pra vocês depois, não só pelo que aprendem aqui, mas pelas lembranças bacanas, vivam inten-samente a vida na faculdade, com os colegas, participem dos progra-mas todos, almocem no bandejão, façam tudo porque isso é muito va-lioso, e a gente guarda pra sempre.

- Jornal de Estudo: Qual a sua relação com a cidade de Juiz de Fora?- Ana Paulo Araújo: A minha fa-mília é daqui, moram aqui até hoje, meu irmão, minha cunhada, minhas sobrinhas, minha mãe, minha avó. Todos moram aqui, então, de vez em quando, passo por aqui para ver o pessoal, mas eles também vão muito lá me visitar.

- Como foi a experiência quando você entrou na faculdade?- Eu comecei na turma de 1989, passei em quarto lugar, comecei bem cedo, com 16 anos de idade. Lembro como se fosse hoje daque-la turma chegando, todo mundo animado. Inclusive eu entrei na sala errada. Entrei no primeiro período porque as pessoas diziam que não podia demonstrar que era caloura, senão poderia levar trote. Então, cheguei fazendo de conta que era veterana na faculdade e vi uma sala com uma placa escrita primeiro pe-ríodo e entrei. Só que percebi que era uma sala muito grande para ser de comunicação, e, de repente, en-tra uma pessoa na sala e começa a dar as boas-vindas para o curso de direito, e, aí, eu me levantei e saí e finalmente cheguei atrasada na minha primeira aula na faculdade. Minha turma era muito engraçada, a gente fazia alguns vídeos engra-çadíssimos, a gente estudava muito, mas se divertia. Eu me lembro com muito carinho de vários colegas da faculdade. Sempre tive muito cari-nho pelos professores que tive. Um deles, Eduardo Leão, foi meu pro-fessor de telejornalismo. Também me lembro muito do José Luiz Ri-beiro, que é do Grupo Divulgação, a aula era ótima, eu adorava.

- Depois, você se transferiu para a Universidade Federal Flumi-nense (UFF)?- Eu trabalhava em uma rádio aqui em Juiz de Fora, consegui um es-tágio e, com isso, acabei trabalhan-do para conseguir uma transferência para a outra uni-versidade. Lá eu fazia aulas em períodos diferentes porque o currículo não era igual ao da UFJF. Então, não tive depois

O limite do jornalista é a éticaGuylherme Morais Indianara Campos

“O jornalista tem que ser mais bem

informado do que ele tinha que ser antes

porque cada vez mais ele é cobrado”

“Ao invés de você dramatizar o que muitas vezes já é

dramático, você tem que relatar os fatos

com respeito”

A jornalista Ana Paula Araújo em palestra na Faculdade de Comunicação da UFJF

Foto: Assessoria de Imprensa da UFJF

entrevista 12 JE

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tura. “Nossos filhos e netos têm muita facilidade com essas tecnologias e acabam por falar muito sobre isso. Se não bus-camos nos atualizar, participa-mos da conversa, mas ficamos de braços cruzados, porque não conseguimos interagir”, ressal-ta Maria sobre a necessidade de aprender a usar as novas tecno-logias.

A maioria das pessoas pro-cura o curso com o objetivo de atualização ou para fazer conta-tos em sites de relacionamento, geralmente para conversar com um filho que está fora do país ou familiares de outras cida-des. Com Mariléia Siqueira, 55 anos, não foi diferente: “Come-cei a mexer em casa com a aju-da do meu marido, mas, como ele não tinha muita paciência, procurei o curso para aprender com mais calma”, afirma.

Além disso, a família de Mariléia é, em sua maioria, da cidade do Rio de Janeiro e de Ponte Nova. Assim, através da Internet ela consegue contactar seus familiares. “Sempre uso o Skype e Facebook para ver e conversar com eles. Matar a saudade e saber as novidades”.

nheceu o mundo digital em fe-vereiro deste ano e, desde en-tão, não largou mais. “Eu uso a internet para aprender novas receitas culinárias, ler notí-cias, saber sobre os artistas que mais gosto. Uso até e-mail pra comunicar com minhas irmãs, mas ainda não tive coragem de fazer um perfil no Facebook”, ressalta. Outro receio de Ja-lile é divulgar seus dados em cadastros, por isso nunca faz compras online.

O curso de Internet é um dos mais procurados entre os oferecidos pelo Polo de En-velhecimento, projeto em par-ceria da Universidade Federal de Juiz de Fora com a Casa de Cultura. São 12 turmas, com a média de cinco a dez alunos em cada. A duração varia de quatro a cinco meses, com aulas duas vezes por semana.

Maria Nogueira, 57 anos, teve seu primeiro contato com a Internet dentro de casa, quando seu neto, de 8 anos, a convidou para mexer no com-putador e começou a lhe ensi-nar. Ao despertar seu interesse, Maria resolveu se aperfeiçoar com o curso da Casa de Cul-

O início é mais ou menos o mesmo para todos. Medo e receio, sensa-

ção de que nunca vai aprender. Jalile Miana, 70 anos, conta que, no começo, teve bastante dificuldade frente ao computa-dor, mas agora já se acostumou.

A aposentada faz parte dos 6,3 milhões de internautas brasileiros que têm mais de 65 anos, cerca de 1,5% dos usuá-rios, segundo o último levanta-mento realizado pelo Ibope e--Ratings. Nos EUA, terra natal da Internet, a porcentagem é de 7,01% dos 80,8 milhões de usuários. No entanto, no Bra-sil, a terceira idade permanece mais tempo conectada. São, em média, 5h58m por mês, diante da tela contra 3h40m gastos pelos americanos. O tempo de conexão dos idosos brasileiros chega a ser superior ao regis-trado na faixa etária de 2 a 11 anos (3h26m/ mês).

Jalile possui computador em casa e acessa a internet quase todos os dias. Ela co-

Terceira idade está cada vez mais no mundo digitalJanaína AlmeidaJoão Albuquerque

O curso começa com o bá-sico e depois vai se aprofun-dando, com digitação e for-matação. Uma explicação de cada vez, para que os alunos não recebam um excesso de dados. De acordo com a pe-dagoga Isaura de Alvarenga, o cérebro humano saudável é capaz de absorver informações até morrer, mas, com o passar do tempo, o processo de apren-dizado torna-se mais lento. “É claro que existem algumas li-

Maria Nogueira, aluna do Curso de Windows na Casa de Cultura

Em boa companhia: animais vão para o trabalho com os donos

Foto: Arquivo

Muitos pesquisadores já com-provaram os benefícios da

convivência dos animais com se-res humanos. E agora estudos mais aprofundados mostram que esta relação homem-animal gera frutos muito positivos também no traba-lho. O aumento da autoestima e o crescimento da produtividade no emprego são alguns deles. O mé-dico veterinário Guilherme Pestana destaca: “Animais fazem bem em todo lugar e comprovadamente eles oferecem momentos de descontra-ção, interatividade e relaxamento. No trabalho não é diferente, eles conseguem oferecer tudo isso a um profissional que muitas vezes está tenso, estressado. Então esse momento que a pessoa tem com o animal equivale a uma renovação de energia e, consequentemente,

Janaína AlmeidaJoão Albuquerque

produtividade.” Nos relacionamentos interpes-

soais dos colegas, animais nas em-presas auxiliam o fortalecimento na equipe, alegrando em momentos de tensão e elevando o sentimento de proteção já que o bichinho passa a ser parte do grupo. De acordo com a psicóloga Priscila Barros, ainda são poucas as organizações que tentam quebrar a formalidade da rotina empresarial, mas ela garan-te que esta é uma tática que pode dar certo. “O contato com o animal, ativa um neurotransmissor que li-bera a serotonina, uma substância sedativa e calmante, melhorando o humor, estado de espírito, a dispo-sição, além de deixar a pessoa mais centrada e ativa”, explica.

No pequeno escritório da con-sultora e fisioterapeuta Alice San-dri, localizado em um prédio co-mercial no centro de Juiz de Fora, é tranquila a rotina da pequena Gina.

A cadela Gina acompanhando sua dona Alice no trabalho

Brinquedos e potinhos com frutas e água estão espalhados pela recep-ção. Trabalhar com o cãozinho ao pé da mesa foi a alternativa que a dona encontrou para diminuir a própria carência e, de quebra, não deixar o cão sozinho. “Em casa, ele não parava de latir. O vizinho até chamou a polícia”, justifica Alice. “Pensei na responsabilidade que tinha com aquele animal. Deixá-lo

sozinho seria injusto. Quando está comigo, ele não traz problemas e é um ótimo parceiro.” Tom acom-panha a dona ao trabalho três ve-zes por semana e a consultora diz nunca ter recebido reclamações dos clientes.

Assim como existem cachor-ros indicados para crianças, para apartamentos e para a prática de ati-vidades físicas, existem raças mais

apropriadas para se adaptarem ao ambiente de escritório. Um golden bem-comportado pode ser uma op-ção. Já cães como schnauzer, cujo latido pode incomodar, ou como o border collie, que necessitam de mais espaço, podem apresentar di-ficuldades.

Levar os bichos de estimação para o trabalho é uma prática co-mum em países como os Estados Unidos e o Canadá. Para algu-mas empresas, como o Google, a presença de pets é um modo de descontrair o escritório e gerar re-sultados positivos. Esse costume começa a chegar agora ao Brasil. Será que é um hábito positivo para as instituições? Segundo o veteri-nário Guilherme Pestana, tudo de-pende de qual é o animal e como é a empresa. O certo é que trabalhar com a companhia dos pets pode deixar qualquer ambiente menos estressante.

mitações físicas, como a visão e os movimentos. Porém, esses problemas são facilmente con-tornáveis. É só utilizar equipa-mentos mais adequados, como teclados e monitores maiores”.

Nilza Soares, 89 anos, e uma saúde em ótimo estado, ressalta que o principal bene-fício de conhecer e aprender a mexer em novas tecnologias é o crescimento pessoal: “Faz bem pro cérebro, esclarece a mente”.

comportamento13Maio 2012

Segundo Ibope, mais de seis milhões de internautas brasileiros têm mais de 65 anos e permanecem conectados por seis horas ao mês

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A volta do Cassete: bandas apostam em som analógico

download disponível em blogs, auxiliando na divulgação dos con-teúdos. As três bandas já lançadas pelo selo, Coloração Desbotada, Top Surprise e a Duplodeck, so-mam mais de 20 mil downloads.

Eduardo explica que as tira-gens das fitas cassetes são limita-

Quem cresceu entre as dé-cadas de 80 e 90 sem dúvida guarda na memó-

ria, ou até mesmo em um canto qualquer da casa, uma fita cassete. Há quem pense que com os CDs e MP3s a morte das fitas seria fa-talmente anunciada. Mas em Juiz de Fora, um grupo de jovens teve a iniciativa de manter vivo esse tipo de mídia através da Pug Records, selo idealizado pelo trio Eduardo Vasconcelos, Amanda Dias e An-dré Medeiros.

A Pug Records foi criada em 2010 e é uma alternativa para ban-das independentes que pretendem se lançar no mercado. Segundo os idealizadores do selo, existe um público que se sente atraído pelo formato analógico e para quem as fitas cassete não estão vivas ape-nas em estampas de camisas e ca-pinhas de iPod.

Eduardo Vasconcelos ressalta que além do charme agregado ao cassete, a questão da estética é to-talmente condizente com o selo e o som produzido pelas bandas. “As fitas cassetes podem ser produzi-das de maneira caseira, de acordo com a necessidade, além de com-plementar a estética do selo, afeito aos sons lo-fi (low-fidelity), grava-dos em quatro canais, com micro-fonias e ruídos vazando.”

Para os menos apaixonados pelo analógico, a Pug divulga também versões em MP3, com

Cleiton RibeiroGustavo MendesTalita Lucarelli

A Fita Cassete foi inventada em 1963 pela empresa holandesa Philips e hoje retorna como tendência fonográfica

Com sede em Cataguases, a Fábrica do Futuro é um pro-

jeto que busca promover a pro-dução audiovisual local através de parcerias com empresas e ór-gãos governamentais. Em Juiz de Fora, a organização atualmente ministra oficinas que acontecem esporadicamente, porém já pos-suiu escritório físico, durante os anos de 2008 e 2009.

Em 2012, a Caravana Digi-tal, uma das iniciativas do pro-jeto, passará por Juiz de Fora durante o segundo semestre. A Caravana é uma ação itinerante

das, e que parte do que é produ-zido pelo selo é distribuído nos Estados Unidos pela Lost Sound Tapes, da cidade de Seattle. Para este ano, há previsão de que a Pug Records lance conteúdos de ban-das estrangeiras, de nomes ainda não divulgados.

EstéticaPara Rodolfo Valverde,

professor da disciplina História da Música no Instituto de Artes e Design da UFJF, a opção pelo formato analógico da fita cas-sete reafirma o caráter alterna-tivo dos grupos independentes.

“Lançar uma banda através do formato cassete atribui um po-der estilístico muito forte ao selo. Esse formato é bem limi-tado e até mesmo precário do ponto de vista da qualidade, por isso o maior atrativo é o valor estético”.

Fábrica do Futuro forma produtores de audiovisual na regiãoCleiton RibeiroGustavo MendesTalita Lucarelli

de democratização cultural que percorre oito cidades mineiras promovendo mostras multimí-dias e ações de compartilhamen-to pautadas pela arte, tecnologia e novas mídias.

A estudante de artes Isis Reis já participou de um dos cursos oferecidos e afirma que a atuação da ONG é essencial para a cidade, pois possibilita formação para pessoas que nun-ca tiveram contato com o vídeo. “Hoje na Faculdade de Artes eu vejo o quanto me ajudou. Vemos muitas matérias teóricas e quase não colocamos a mão na massa. O projeto proporcionou a experi-ência real de trabalhar com pra-

zos, imprevistos. Coisas que na vida estudantil nem imaginamos vivenciar.” No entanto, manter um projeto deste porte, não é fá-cil. O vice-presidente da Fábrica, Gustavo Galdez, ressalta a difi-culdade para arrecadar fundos. “Tivemos sorte de encontrarmos parceiros que nos ajudam hoje in-condicionalmente mas sabemos o quanto é difícil sobreviver nessa área. O idealizador do projeto foi Cesar Piva, amigo meu e do Djal-ma Rodrigues (presidente), que ajudou a criar bases para estar na ‘estrada’ até hoje”, ressalta.

Juiz de Fora, segundo Gus-tavo, foi escolhida para sediar oficinas pela proximidade de

Cataguases e pela importân-cia regional. “Sabemos que as faculdades ajudaram muito no fomento da cultura audiovisual juiz-forana e queríamos ajudar os interessados no assunto a criarem base para desenvolverem seus próprios projetos. Pelo resultado, acho que conseguimos”, conta. Atualmente a Fábrica do Futuro também realiza intervenções em Belo Horizonte, oferecendo cer-ca de 15 oficinas financiadas e apoiadas por mais de dez empre-sas e organizações locais.

Quer saber mais?Acesse http://www.fabricadofu-turo.org.br/ e fique por dentro!

Foto: Pug Records

Foto: Fábrica do Futuro

arte e lazer 14

Jovens juiz-foranos são os idealizadores de selo voltado principalmente para grupos alternativos iniciantes

JE

Page 15: Jornal de Estudo - Maio 2012 - Versão do dia 21-05

Futuro do Cine Excelsior ainda está indefinido

Foto: Fábrica do Futuro

Fundada há 52 anos, Brasília é uma cidade no centro-oeste bra-

sileiro, há 987 km de Juiz de Fora. Com o maior PIB per capita (R$ 45.977,59) do Brasil, é conhecida principalmente por ser a atual sede do Governo federal. Andar pelas ruas é como estar em um museu: por todos os lados, obras de Oscar Nie-meyer, Athos Bulcão, dentre outros artistas.

“Eu sempre ouvia falar que era muito caro e não fazia ideia da quantidade de coisas legais que se pode fazer por lá. É um lugar que te fascina pela paisagem e pela sua própria essência”, conta a estudan-te universitária Mariana Mendes, que recentemente retornou a Juiz de Fora, vinda da capital federal.

Pensando nessas possibilida-des, a equipe do Jornal de Estudo, com a ajuda da brasiliense Natália Bezerra, traçou um roteiro para se conhecer o melhor de Brasília gas-tando pouco dinheiro. “É tudo uma questão de saber como aproveitar o que a cidade oferece”, opina a nossa companheira de reportagem.

A rotina é repetida há 26 anos: todos os dias o vendedor de flores José

Abjald se senta às oito horas da manhã na Avenida Barão do Rio Branco, em frente ao número 1.909, no Centro de Juiz de Fora para trabalhar. O local é o antigo Cinema Excelsior que foi funda-do em 1958 e fechado em 1994.

Com 1.250 lugares, a sala de exibição foi palco de festivais que premiaram cineastas famosos como Glauber Rocha, Arnaldo Ja-bor e Walter Lima Jr. “A fila dava a volta na esquina [da Rua Afon-so Pinto Mota]. Muitas pessoas vinham para uma sessão e tinham que esperar a outra porque não conseguiam entrar. Com o tempo o movimento diminuiu e os donos não tinham mais condições de manter o local”, relembra José.

Cleiton RibeiroGustavo MendesTalita Lucarelli

Assim como o vendedor de flores, outros juiz-foranos têm lembranças dessa época e querem preservá-la não só na memória. Há alguns meses começou uma refor-ma no Cinema para transformá-lo em um estacionamento e, para isso, as cadeiras do auditório fo-ram retiradas. Rapidamente fotos do acontecido foram publicadas nas redes sociais. Como forma de combate foi criado o movimento “Salvem o Cine Excelsior”. “No mesmo dia eu e Gian Martins, do Coletivo Sem Paredes, nos reu-nimos e decidimos que tínhamos que fazer algo”, conta Alessandro Driê, um dos fundadores do mo-vimento.

Recentemente, a pressão no poder público surtiu efeito, e, no dia 31 de março deste ano, foi pu-blicada no Diário Oficial Eletrô-nico da Prefeitura de Juiz de Fora, uma notificação aos donos, sobre o tombamento do Cinema Excel-sior como Patrimônio Cultural de

Juiz de Fora.

E depois?Caso seja tombado, a propos-

ta do movimento “Salvem o Cine Excelsior” é de que o espaço pas-se a ser parte do projeto “Cinema perto de Você”, uma parceria entre o BNDES e a ANCINE, que pro-move a restauração e manutenção de cinemas antigos. A estimativa é de que sejam investidos cerca de R$ 200 milhões na recupera-ção de 600 salas espalhadas por todo o país.

Porém, apesar das pretensões do grupo, o diretor da Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa, Paulo Gawryszewski, explica que só será decidida a funcionalida-de do local ao final do processo. “Agora estamos aguardando a avaliação e a aprovação do Con-selho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural [Com-ppac], mas esperamos que a de-cisão saia em breve”, argumenta. Foto do Cinema Excelsior com seus frequentadores na década de 1970

Diário de viagem: o melhor de Brasília gastando pouco dinheiroCleiton RibeiroGustavo MendesTalita Lucarelli

Um dos pontos turísticos mais visitados, o Museu Nacional é uma obra de Niemeyer inaugurada em 2006

De partidaPara chegar a Brasília, o melhor

meio de transporte ainda é o avião. Com as promoções das companhias aéreas, o ônibus fica mais caro e mais demorado. Além disso, o ae-roporto (ao contrário de outras capi-tais) não fica longe de áreas residen-ciais. Caso seja necessário pegar um táxi, o preço não fica tão caro. Para quem preferir utilizar o transporte público, o metrô atinge grande parte do distrito e, chegando na Rodoviá-ria do Plano Piloto, o turista pode se

orientar por meio de um tótem que indica os ônibus que o levam a qual-quer parte.

Precisando de um lugar para se hospedar, é possível achar hostels com diárias acessíveis de até R$40, localizados no próprio Plano Pilo-to. E é nesta região do Distrito Fe-deral, planejada por Niemeyer, que se encontram os principais pontos turísticos. “No Eixo Monumental o turista pode visitar o Museu JK, a Biblioteca Nacional, a Catedral Metropolitana, a Câmara, o Sena-

do, e ter uma vista maravilhosa de toda a cidade na Torre de TV. Tudo isso gratuitamente”, explica Natália. Para fazer esse percurso parando em todos esses locais dura cerca de um dia, e é preciso ter disposição.

No almoço, nada melhor do que desfrutar da vista panorâmica do Lago Paranoá no Pontão do Lago Sul. O complexo de 1,2 mil m² tem vários restaurantes que oferecem re-feições por cerca de R$20. O local também é palco de muitos eventos no período da noite, como desfiles

de lojas de roupas, lançamentos de produtos e shows musicais.

Com embaixadas dos cinco continentes do planeta, Brasília se torna uma oportunidade de conhe-cer a cultura de vários países. Os visitantes são recebidos com in-formações e materiais explicativos sobre as nações. A Universidade de Brasília (UnB) também serve como anfitriã de eventos interessantes para a formação acadêmica como a Bie-nal do Livro, Festivais de Cinema e palestras com presidentes.

Dentre as opções de atividades, a vida noturna é a mais cara e difícil. “Mesmo assim ainda existem ma-neiras de economizar e se divertir”, diz a brasiliense. Existem bares a preços mais em conta perto da UnB, na CLN 409, ponto de encontro dos universitários no fim da tarde após as aulas. Outra opção é uma distri-buidora de bebidas localizada na CLS 402.

O aniversário de Brasília é no dia 21 de abril, feriado festejado com shows de graça na Esplanada dos Ministérios. E a GOL Linhas Aéreas oferece passagens gratuitas nessa ocasião. Uma boa oportunida-de para pensar em viajar e conhecer a capital federal.

Foto: www.cinemaexcelsior.com.br

Foto: Cleiton Ribeiro

arte e lazer15Maio 2012

Proprietários do imóvel onde funcionava o cinema já foram notificados sobre o processo de tombamento

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Juiz de Fora! Juiz de Fora! Primeiro sorriso de Minas Gerais!”

Declaracao de amor - Manuel Bandeira

Em meio a correria do dia a dia, vale a pena parar para observar os lugares e personagens que rodeiam a nossa cidade. Juiz de Fora esta marcada nas suas esquinas, paisagens e pessoas que refletem e, ao mesmo tempo, constroem a identidade deste lugar tao singular em meio as montanhas mineiras.

Fotos: 1) Maria Barra Costa, 2) Mayra Sá, 3) Márcio Sabones, 4) Sarah Garcia, 5) Laís Machado e 6) Gustavo Mendes

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JF, suas esquinas, suas paisagensensaio fotográfico 16

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