jornal da uem- nº 103 - novembro/2011

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Hortas Agricultura Urbana ganha mais um prêmio nacional P. 3 Mobilização UEM entra na luta por recursos P. 4 Entrevista As várias áfricas P.5 Iniciação Ensino Médio participa de EAIC Jr. P.8 Extensão Empea investe em consultorias sociais P. 9 Cultura Dissertação faz balanço de políticas da região P. 12 Exposição Artes Visuais abre as portas para a comunidade P.12 Assessoria de Comunicação Social Ano X Nº 103 Novembro 2011 Ranking Cursos da UEM estão entre os melhores do país

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Page 1: Jornal da UEM- nº 103 - Novembro/2011

HortasAgricultura Urbana ganha mais um prêmio nacionalP. 3

MobilizaçãoUEM entra na luta por recursosP. 4

EntrevistaAs várias áfricas P.5

IniciaçãoEnsino Médio participa de EAIC Jr.P.8

ExtensãoEmpea investe em consultorias sociaisP. 9

CulturaDissertação faz balanço de políticas da regiãoP. 12

Exposição Artes Visuais abre as portas para a comunidadeP.12

Assessoria de Comunicação Social

Ano X Nº 103

Novembro 2011

Ranking

Cursos da UEM estão entre os melhores do país

Page 2: Jornal da UEM- nº 103 - Novembro/2011

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Reitor:Júlio Santiago Prates FilhoVice-reitora:Neusa AltoéAssessor de Comunicação SocialPaulo Pupim

Jornalista responsável e editora: Ana Paula Machado Velho (Reg. Prof. 16.314/RJ)Coordenadora de Imprensa: Tereza ParizottoReportagem: Ana Paula Machado Velho, Antônio Paulino Júnior, Rose Koyashiki e Tereza ParizottoFotografia: Antonio C. Locatelli, Heitor MarconColaboradores: Laressa Santos, Maria Joana Casagrande e Sueli Nascimento SilvaDiagramação e Impressão: Folha de Londrina

Coordenadoria de ImprensaAvenida Colombo, 5.790 -Bloco Q-03 - Sala 7Telefone: (44) 3011-4213Site: www.asc.uem.brE-mail: [email protected]

ExpEdiEntE

Editorial

Errata“O projeto de extensão mencionado na capa da edição 101 do Jornal da UEM nada tem a ver com a fotogra-fia que o ilustra. A foto é do proje-to Asterdomus, pertencente ao Pla-netário Circus Stellarium, uma das ações de ensino e extensão ligadas à área de pesquisa intitulada Pesquisa em Instrumentação para o Ensino de Física e Epistemologia da Ciência, do Departamento de Física, cujas ba-ses estão no site http://www.ensino-de-fisica-uem.blogspot.com/.Além disso, as fotos que aparecem na página 6 da mesma edição perten-

Nesta última edição do ano, o Jor-nal da UEM quer agradecer a to-

dos que, ao longo de 2011, optaram em apreciar as páginas desta publica-ção que já ultrapassou a barreira das cem edições. Publicação focada no jornalismo científico, buscando, sem-pre que possível, o debate e a reflexão de ideias. Em 2012, queremos ir pelo mesmo ca-minho, abertos às adaptações necessá-rias aos novos tempos do mundo do-minado pelas novas tecnologias, sem perder a essência editorial. A essência manifestada pelas pautas escolhidas e pelo tratamento dado às mesmas, sem radicalismo de qualquer natureza, é o maior diferencial que o Jornal da UEM pode oferecer a quem o lê, seja recebendo o JU em casa ou no local de trabalho, ou ainda apanhando-o gratuitamente numa banca de jornal. Nas páginas desta edição trazemos, além das matérias, entrevistas e re-portagens, um balanço de um ano da gestão do reitor Júlio Santiago Prates Filho e da vice-reitora Neusa Altoé.

cem às atividades que culminaram em uma mostra relativa à comemo-ração do quadricentenário da inven-ção do telescópio. Intitulada Os 400 Anos da Invenção do Telescópio e seus Desdobramentos na Arte foi exibida em três museus no Paraná e, hoje, está no Museu Dinâmico Inter-disciplinar (MUDI) da UEM. Assim, estas fotos, que também pertencem à área de pesquisa citada acima não deveriam, de forma alguma, ilustrar o projeto.Fora isso, lamentamos o fato de que não foi publicada a foto do professor

Compromissados com a universida-de pública, gratuita e de qualidade, os dois estão trabalhando para con-solidar o projeto de uma instituição marcada pela excelência no ensino, como demonstra o sucesso alcançado por alguns cursos nas avaliações do Ministério da Educação, e, ao mesmo tempo, atuando, de forma incessante, na busca de recursos financeiros que possam suprir a carência de estrutura física e de pessoal em todas as áreas. A edição registra, ainda, assuntos de relevância, como uma entrevista para compreendermos o processo de luta dos negros sempre dispostos a resga-tar a importância de sua história. En-quanto não chegar a próxima edição vamos retomar o fôlego, discutir no-vas pautas, fazer eventuais correções de rumo, com o objetivo de aprimorar um “produto” cuja razão de existir é, sem dúvida, você leitor.

Paulo PupimAssessor de Comunicação Social

Paolo Galluzzi, diretor do importan-tíssimo Museo Galileo, que esteve em Maringá, num evento da física. A visita foi registrada com uma entre-vista no ilustrada no Jornal da UEM, mas não destacou a imagem do ilus-tre professor.”

Marcos Cesar Danhoni NevesProfessor Titular do DFI e coorde-nador da área Pesquisa em Instru-mentação para o Ensino de Física e a Epistemologia da Ciência

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3Hortas

O programa Hortas Comunitárias de Maringá recebeu, em Brasília,

o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2011, que reco-nhece projetos sociais inovadores que apresentam resultados positivos para a comunidade. Esse é o terceiro prêmio conquistado pelas Hortas Comunitá-rias de Maringá, que tem a UEM como principal parceira, por meio do Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana (Ceraup). A Universidade oferece serviços de As-sistência Técnica e Extensão Rurbana (ATER – Rural e Urbana) na formação aos agricultores urbanos e periurbanos, bem como equipamentos, como, por exemplo, os poços semiartesianos, por meio de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Ali, também encontra-se apoio à implantação de empreendimen-tos produtivos solidários e agroecológi-cos.Segundo o coordenador do Ceraup/UEM, Ednaldo Michellon, professor do Departamento de Agronomia, o prefeito de Maringá, Silvio Barros II, já reconhe-ceu publicamente inúmeras vezes que a entrada da UEM no processo dinamizou sobremaneira a agricultura urbana na região metropolitana de Maringá, pois aliou a capacidade de produção teórica com a prática da extensão, potenciali-zando os trabalhos tanto na quantidade

O reitor Júlio Santiago Prates Filho inaugurou, na sexta-feira, 25 de no-

vembro, a revitalização do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (Nupa-gri), da UEM. O coordenador do Núcleo, professor Pedro Soares Vidigal Filho, des-tacou, em sua fala, a história do Nupagri, fundado em 1994, que, segundo ele, serve, desde então, de esteio a programas de pós-graduação da Universidade. As pesquisas desenvolvidas no local, se-gundo o professor, auxiliaram na constru-ção de cursos de excelência, na área de ciências agrárias, fato comprovado pelo recente conceito cinco concedido pelo Mi-nistério da Educação (MEC) à graduação em Agronomia, da UEM, considerado um dos 10 melhores do Brasil. Prates Filho concordou que os objetivos do Nupagri co-adunam com um dos princípios da UEM, que é o aumento da excelência por meio do ensino, pesquisa e extensão. Como ob-

Agricultura Urbana ganha mais um prêmio nacional

jetivos primordiais, o Núcleo busca formar recursos humanos capacitados e melhorar a condição socioeconômica de quem tra-balha no agronegócio. O assessor de Planejamento do Ensino Superior da Seti, Décio Sperandio para-benizou a todos os professores do curso, especialmente Pedro Vidigal e a profes-sora Maria Celeste Gonçalves Vidigal, considerados por Sperandio como pessoas idealistas. O secretário Wilson Quinteiro disse que o Nupagri tem potencial para impulsionar a internacionalização da Uni-versidade, por meio do intercâmbio com outras instituições de ensino superior es-trangeiras. As obras do Núcleo foram desenvolvi-das pela PCU. Incluem reforma do piso, pintura das paredes e instalação de data-show. O Nupagri fica na avenida José Al-ves Nendo, s/n, próximo à Polícia Federal, telefone (44) 3228-7172.

atendida como na qualidade. “Assim, é possível afirmar que dificilmente uma ou outra instituição sozinha ganharia tantos prêmios, reforçando a impor-tância de parcerias sólidas para o êxito da erradicação da fome e da miséria no Brasil”, afirma. O projeto de Maringá recebeu o Prêmio Rosani Cunha de Desenvolvimento So-cial, do MDS; e o Prêmio Internacional da Agência Adventista de Desenvolvi-mento e Recursos Assistências (Adra). O

último reconhecimento foi da Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. O Prêmio, concedido a cada dois anos, tem por objetivo identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas, implementadas em âmbito local, regional ou nacional e que sejam efetivas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habi-tação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde. Em 2011, foram 1.116 inscrições, en-

viadas por instituições públicas e de ONGs de todo o Brasil. 27 projetos se destacaram pelo alcance social e o de Agricultura Urbana foi o vencedor numa das categorias.Maringá está com 20 hortas comunitá-rias, envolvendo mais de 500 famílias que, juntas, produzem uma média de 200 toneladas ao ano. As hortas são destinadas às famílias de baixa renda que moram nas proximidades e que es-tejam cadastradas no programa munici-pal. Além de melhorar a alimentação de centenas de pessoas envolvidas na pro-dução e moradores dos bairros inseri-dos no programa, as Hortas Comunitá-rias melhoram a renda das famílias que comercializam a produção excedente. O programa Hortas Comunitárias de Maringá foi criado em 2007 e conta com o apoio de outras entidades, como a Eletrosul, Usina de Açúcar Santa Te-rezinha, Ministério do Desenvolvimen-to Social e Instituto Brasileiro de Saúde Preventiva (Ibsp). E o modelo do pro-jeto de Hortas Comunitárias da Secre-taria de Serviços Públicos de Maringá está sendo implantado no município paulista de Conchal entre outros.O projeto receberá R$ 80 mil do MDS. Os recursos serão direcionados à pre-feitura para ser investido na infraestru-tura programa.

Inaugurada revitalização de Nupagri

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4Mobilização

Na manhã da sexta-feira, 11 de novembro, os reitores das Ins-

tituições Estaduais de Ensino Su-perior (IEES) reuniram-se com os secretários de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, e de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alí-pio Santos Leal Neto. No encontro foi defi nido o encaminhamento à Assembleia Legislativa de reajuste de cerca de 30% para os docentes e a defi nição de um cronograma para a discussão da revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos téc-nicos.O encontro foi na Secretaria de Admi-nistração (Seap), localizada no Pa-lácio Araucária, sede do governo do Estado. O governo ofereceu a repo-sição de 31,73% do salário base dos professores, divididos em três par-celas de 9,62%, a serem liberadas em três anos e repercutirá no valor do salário de todos os níveis de do-centes. O secretário de Administra-ção vai redigir um documento para encaminhar a proposta à Assem-bleia, que deve aprovar o resultado da negociação. Ainda em relação aos docentes, foi apresentada a proposta de rever os percentuais de incentivo à titulação. No caso dos doutores, subiria de 75% para 100% do salário base. Este item, no entanto, não teve consenso. A Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (Seti) continuará a discutir a questão com a Secretaria de Administração e com os reitores. O reitor da UEM ainda informou que o secretário da Seti entregou, ofi cialmente, ao de Administração o projeto de revisão do Plano de Car-gos, Carreiras e Salários dos téc-

UEM entra na luta por recursosOs reitores das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), entre eles o da UEM,

Júlio Santiago Prates Filho, vêm se mobilizando para conquistar recursos a serem aplicados na melhoria da infraestrutura e dos salários dos docentes e técnicos das IEES.

nicos. O documento foi elaborado por uma comissão formada por re-presentantes da IEES, em seguida, foi entregue e discutido na Seti e, agora, vai ser analisado pela Seap. “Está sendo elaborado um crono-grama de análise, antes do docu-mento ser concluído e encaminhado à Assembleia Legislativa”, conclui Prates Filho.

Bancada – Antes disso, no dia 9 de novembro, o grupo recebeu a notícia da aprovação da emenda de bancada orçamentária dos deputados federais do estado, para o Plano Plurianual do governo federal, destinando R$ 600 milhões para as universidades do Estado. Para o reitor, a aprovação já é um passo importante e a viabi-lização desses recursos irá garantir a evolução e melhoria do ensino su-perior do Paraná. Esta é “uma prova da preocupação dos parlamentares com o avanço do sistema de ensino superior público do Estado”, expli-cou Prates FilhoNo dia anterior, o grupo de reitores e o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alí-pio Leal, participaram de um encon-tro, no Congresso Nacional, com os deputados da bancada federal do Paraná. O objetivo foi justamente pleitear aos deputados a inclusão de uma emenda, no Plano Pluria-nual do governo federal, visando o repasse de recursos fi nanceiros para as universidades públicas estaduais do Paraná. Os reitores e o secretário ainda reforçaram o pedido de inclu-são, no orçamento da União para 2012, a título de emenda parlamen-tar, da liberação de R$ 60 milhões

para investimento no ensino supe-rior público estadual e de R$ 40 mi-lhões para ajudar os hospitais uni-versitários. Apresentada pela banca-da federal paranaense, em 2010, ao orçamento da União para este ano, a emenda, aprovada, aguarda apenas a autorização do governo federal para ter a verba repassada para as sete universidades públicas parana-

enses. A UEM receberá pouco mais de R$ 2 milhões.Ainda em Brasília, o secretário da Seti e os deputados da bancada pa-ranaense foram ao Ministério da Educação solicitar ao MEC a libe-ração, ainda neste ano, dos recursos fi nanceiros da emenda parlamentar de R$ 15 milhões destinada aos cur-sos de graduação das instituições.

Arns quer resolver problema do CAP

O vice-governador Flávio Arns deve assinar, em breve um

convênio entre a UEM e a Secretaria Estadual de Educação (Seed), que vai possibilitar a continuidade da oferta das primeiras séries do ensino fundamental no Colégio de Aplicação Pedagógica da Universidade (CAP).Segundo o reitor da UEM, Julio Santiago Prates Filho, apesar do governo federal ter municipalizado a oferta das primeiras séries do ensino fundamental, a prefeitura não vai assumir os salários dos professores, o que inviabiliza a oferta de turmas no CAP. “Esse problema será resolvido

com a assinatura deste convênio: o governo irá fi nanciar a contratação de professores do Colégio, garantindo a fi xação dos professores e dos técnicos necessários ao pleno desenvolvimento das atividades do CAP, que vão do ensino fundamental ao médio”, explicou. Além desta questão, o reitor solicitou ao vice-governador a agilização de alguns processos que estão em andamento, como a suplementação de custeio 2011, que precisa da liberação da Secretaria de Planejamento, e a revisão do Orçamento de 2012 para a UEM.

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Por Ana Paula Machado Velho e Laressa Santos

Jornal da UEM (JU): O senhor tem experiência e uma vivência na África e, por isso, está aqui na semana Afro Brasileira da UEM para falar de uma outra África. Que outra África é esta, você pode falar para a gente?Acácio dos Santos (AS): Existe uma África cristalizada e muito bem conhecida de todos nós, que é a África da decrepitude, das epidemias, da AIDS, das guerras, a África de todos os problemas econômicos. Como se isso fosse à única África. E nós temos lutado contra isso. E, quando digo nós, me refiro a muitas vozes no mundo, que lutam contra isso que vem sendo chamado de “a história única”, porque existem outras histórias também. Quando falamos de outra África é aquela que não pode ser conhecida através do produto interno bruto, IDH, mas de sociedades que estão muito bem organizadas mesmo depois de todas as violências do período colonial, e que estão muito bem organizadas a partir de valores civilizatórios que importam muito hoje, não só para a África mas para o resto do mundo. A ideia é não ficar refletindo só as mazelas que existem lá, mas pensar que existe uma África pulsante, viva, que dialoga com essa outra África, a do mercado. Se pudéssemos fazer uma distinção eu diria que nós temos a África do mercado, que funciona através de regras estabelecidas fora do continente, pelos países do norte, e uma África que não está no mercado ou se o mercado existe, ele não é onipresente.

(JU): A imagem que se tem da África pobre e necessitada vem muito do que a se vê da luta pela liberdade. A Costa do Marfim é um exemplo disso, porque saiu agora de um período absolutamente violento. E isso não é ensinado na escola, apesar de, hoje, existir uma lei no Brasil que obriga o ensino da historia da África. Como enfrentar isso?(AS): Temos duas respostas. Só conhecer não serve para absolutamente nada se isso não possibilita uma mudança de postura no mundo. Estudamos seja o que for para alterar o quadro de realidade e, quando fazemos isso com a África, é pelo mesmo motivo. Não foram os africanos que disseram que a África é o berço da humanidade. E a África não é o berço da humanidade apenas no campo biológico,

Entrevista

As várias áfricas

mas inclusive no desenvolvimento de grandes processos tecnológicos, por exemplo, a metalurgia. Nada do que temos nessa sala seria possível sem o uso da metalurgia. Todos que estão nos ouvindo jamais teriam celular sem o coton, um minério que existe basicamente no continente africano. Então, essa realidade da relação da África enquanto um espaço importante para a econômica mundial nem todos nós conhecemos. Hoje, a tarefa principal das

ciências humanas é a de pensar qual o papel das humanidades na humanização das relações. Precisamos humanizar as relações para que esses dados que são transmitidos cotidianamente revelem o que existe por trás do IDH [Índice de Desenvolvimento Humano].

(JU): Como as relações com o Brasil podem, de alguma forma, contribuir para a modificação da imagem da África? (AS): Nos últimos anos passamos a ter

cinco multinacionais brasileiras atuando no continente africano, não apenas nos países de língua portuguesa, mas no de língua francesa e inglesa. Nós temos os braços do governo como a Embrapa com uma sede em Gana, que está na África do Oeste ao lado da Costa do Marfim, mas também outra sede em Moçambique e Angola. A Fiocruz, colocará em breve uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais em Moçambique; e o Ipea tem uma sede em Angola. Então, existe uma relação de grande proximidade. Essa relação é antiga mas nunca foi projetada para durar muito tempo. O projeto da Embrapa para Moçambique é para os próximos 23 anos e isso é muito importante. De dezembro para cá, fui três vezes ao continente africano. A última vez foi no Fórum Social Mundial e a presença do governo brasileiro foi destaque, através do BNDES, divulgando projetos como “Minha vida, Minha casa”. Era comum ouvir de alguns africanos a expressão “nosso presidente”, quando se referiam ao presidente Lula. O que eu acho que tem por trás disso é a possibilidade do estabelecimento de relações sul-sul que não passem pelo norte. Até então toda relação sul-sul dependia do financiamento do norte. Eu acho que há a possibilidade da construção de uma agenda que necessariamente escute e respeite os anseios das sociedades africanas.

(JU): Para terminar, existe uma África no Brasil ou somos um país só? Como está a situação do preconceito neste quase continente que é o nosso país?(AS): Quando olhamos a distribuição de riqueza e pobreza no Brasil vemos que ela é cromática. Se é cromática nós vamos perguntar: por que a população mais pobre, desprotegida e que não tem acesso a riqueza é a população negra? E tudo diz respeito ao progresso, desenvolvimento e construção, e não só aos aspectos culturais, mas nos aspectos civilizacionais que temos nesse Brasil. O grande desafio para o futuro, se quisermos realmente alçar a nação desenvolvida, é construirmos um projeto de democracia racial. Nós podemos ter isso como uma meta, em 30 anos construirmos uma democracia racial no Brasil. Será importante para todos nós para revermos aquilo que é a auto-estima e construímos uma nação ideal, se é que é possível. Mas para se chegar ao ideal devemos ter a oportunidade de sonhar e, quando sonhamos coletivamente, criamos a possibilidade de construir as coisas.

De 21 a 25 de novembro, o Departamento de Ciências Sociais, o Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-

Brasileiros (Neiab) e a Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (Fafiman), realizaram

a V Semana Afro-Brasileira da UEM. Entre os temas discutidos estava Uma Outra África, apresentado pelo professor Acácio Sidinei Almeida dos Santos, da PUC de São Paulo. Antes do evento, ele conversou com a

equipe do JU sobre essa questão.

Page 6: Jornal da UEM- nº 103 - Novembro/2011

6Comemorações

Prêmio

Selo

PEA completa duas décadas

Projeto é finalista em Prêmio do MS

UEM ganha reconhecimento da OAB

O Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes

Aquáticos Continentais (PEA) comemora 20 anos. A data vem sendo comemorada por professores, alunos matriculados, egressos e funcionários do PEA e Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia). O PEA é um dos programas de excelência da UEM. Possui nota 6 no ranking da Capes, com possibilidade de alcançar 7, a nota máxima. O professor Angelo Antonio Agostinho, um dos idealizadores do PEA, lembrou que foi a fusão dos pesquisadores do Nupélia e os professores da área que possibilitou a criação do programa e relacionou o sucesso à forma de planejamento e apoio de todos os docentes, alunos e pessoal técnico que vem contribuindo ao longo dos anos. Os professores Luiz Carlos Gomes e Liliana Rodrigues, respectivos coordenador e coordenadora Adjunta

do PEA, também afirmaram que o alicerce fundamental do PEA é a união de todos os seus integrantes, com o apoio incondicional do Nupélia e da administração da UEM. O PEA teve início em setembro de 1991, em nível de mestrado, e em agosto de 1992, em nível de doutorado. O Programa contou com o apoio do Padct/Ciamb (no seu início), CAPES e CNPq, o que garantiu o financiamento e o desenvolvimento dos projetos de pesquisa integrados desde sua implantação. Atualmente, o PEA conta com 215 mestres e 168 doutores formados, a maioria atuando em universidades e institutos de pesquisa, em todo o território nacional e no exterior, além de possuir 42 alunos matriculados no mestrado e 54 no doutorado, sendo que destes 85% estão sendo beneficiados com bolsas de estudos da Capes, CNPq, Fundação Araucária, Protax/CNPq e PEC-PG/CNPq.

Profissionais de saúde, pesquisadores e estudantes serão

premiados pelo Ministério da Saúde, no dia 8 de dezembro, na Organização Panamericana de Saúde, em Brasília, por projetos técnicos e científicos

voltados à promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM). A UEM é uma das finalistas no prêmio, concorrendo com o trabalho coordenado pela professora Raquel Soares Tasca sobre Implantação de

um Programa de Atenção Farmacêutica na Farmácia Ensino e Farmácia Popular do Brasil de uma instituição de ensino. O Prêmio foi instituído em 2009 e está na terceira edição, sob a coordenação do Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos. A proposta é incentivar a produção técnico-científica voltada à promoção do uso racional de medicamentos

com aplicação no Sistema Único de Saúde.O trabalho da UEM teve como foco a implantação de um programa de atenção farmacêutica na Farmácia Ensino e Farmácia Popular, instaladas do câmpus sede da Instituição. O estudo foi desenvolvido com usuários das farmácias, no período de fevereiro a julho deste ano, sendo estruturado em etapas que englobaram levantamento de dados; verificação da existência de problemas relacionados a medicamentos; acompanhamento do usuário; fornecimento de educação em saúde e intervenção na farmacoterapia. Durante o período, 98 usuários aceitaram participar do projeto e quando algum problema relacionado a medicamentos era detectado, procedia-se com a análise e estudo do caso,

O curso de Direito da UEM recebeu o Selo OAB de 2011,

que aponta as melhores graduações do País, segundo avaliação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. O anúncio foi feito pelo presidente nacional da Ordem, Ophir Cavalcante, durante a 21ª Conferência Nacional dos Advogados, realizada em novembro, em Curitiba.Em um universo de 1.210 cursos existentes no Brasil atualmente, apenas 90 acabaram sendo recomendados pelo Selo OAB como cursos de destacada qualidade, dentro

de critérios objetivos aplicados pela Comissão Especial da entidade para sua elaboração. Esses 90 cursos correspondem a apenas 7,4% do total avaliados.Para apurar os 90 cursos de qualidade recomendada, a Comissão Especial utilizou como instrumentos de avaliação uma ponderação dos índices obtidos por eles em aprovação nos Exames de Ordem e no conceito obtido no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado em 2009.

construção de planos de intervenção e repasse de orientações aos usuários. Para a professora, o projeto constitui uma contribuição importante para a promoção do uso racional de medicamentos e da educação em saúde na comunidade local, reduzindo ou evitando os problemas relacionados a medicamentos. E a experiência bem sucedida será utilizada diariamente na rotina das farmácias com todos os usuários que concordarem em realizar o procedimento, permitindo assim, um acompanhamento permanente. Além da professora Raquel Tasca, o estudo foi desenvolvido pelos seguintes autores: Ivan Domício da Silva Souza, Marco Antonio Costa, Péricles Martin Reche, Márcia Terezinha Lonardoni Crosatti.

Page 7: Jornal da UEM- nº 103 - Novembro/2011

7Ranking

Com 34 anos de existência, o curso de Agronomia da UEM passa por uma

de suas melhores fases de desempenho acadêmico. Conforme resultados de avaliação de cursos realizada pelo MEC, a Agronomia do Câmpus Regional de Umurama obteve a nota máxima (conceito 5), tanto no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) quanto na Avaliação Geral do Curso (CPC). Para o professor Antonio Nolla, coordenador do curso em Umuarama, este resultado é fruto principalmente do comprometimento dos professores, já que boa parte deles atua exclusivamente

para a graduação. O coordenador afirma que a meta para os próximos anos é manter a excelência do curso, atestada pelo MEC. Para tanto, conforme ele, é preciso aprimorar os laboratórios, ampliar o número de salas de aula e lutar para a contratação de professores efetivos. Nolla chama a atenção para o fato de que a agronomia de Umuarama foi o único curso da UEM a atingir este patamar, situando-se em segundo lugar no Paraná e em 9º no Brasil.Da mesma forma, a agronomia da UEM atingiu o conceito máximo, alcançando 5 no Enade e 4 no CPC. Este conceito coloca o curso no topo das melhores graduações da área do Brasil. Além do excelente desempenho atestado pela avaliação do MEC, a Agronomia da UEM também foi agraciada, neste ano, com o Selo de Curso Cinco Estrelas, concedido pelo Guia do Estudante, da

Editora Abril. Conforme o coordenador do colegiado do curso de Agronomia, Telmo Antônio Tonin, o excelente desempenho é resultado de uma arrojada política de capacitação docente, iniciada em meados dos anos 80 e acelerada na década de 1990. Naquela ocasião, o Departamento de Agronomia (DAG) enviou cerca de 40% de seus professores para cursar pós-graduação, em nível de doutorado, tanto no Brasil quanto no exterior. Ainda, conforme o coordenador, não podemos esquecer de que os bons frutos colhidos pelo curso é resultado de um

trabalho árduo e de longa data. Como resultado deste trabalho, a Agronomia da UEM propiciou, até este ano, a formação de cerca de dois mil engenheiros agrônomos. Estes profissionais encontram-se inseridos no mercado de trabalho, contribuindo para o progresso do agronegócio e da ciência agronômica do Paraná e de outras regiões do Brasil, e mesmo do exterior. Para o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, estas conquistas obtidas pela agronomia são fruto de um trabalho coletivo, envolvendo professores, alunos e agentes universitários que prestam serviço ao curso. Prates Filho enfatiza que o curso contribui, com suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, para elevar a UEM a um patamar de destaque no cenário nacional, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de novas tecnologias para o campo.

Esta edição do Enade avaliou os cursos nas áreas de saúde e agrárias. A UEM teve mais quatro cursos que alcançaram as faixas 4 no CPC e no Enade. São

eles Enfermagem (CPC: 3,85 e Enade: 3,94); Farmácia (CPC 3,56 e Enade 3,81), Odontologia (CPC 3,52 e Enade 3,35); Zootecnia (CPC 3,58 e Enade 3,58). Já Educação Física ficou com o conceito 3 em ambos os conceitos, alcançando as notas 2,86 no CPC e 2,22 no Enade.

O curso de Medicina da UEM foi o melhor pontuado em todo

o país no Conceito Preliminar de Curso (CPC), que tem como um dos indicadores a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Segundo o índice, divulgado dia 17, pelo Ministério da Educação, a nota do curso foi 3,64, correspondente à faixa 4, que varia de 1 a 5. Considerando apenas o conceito do Enade a nota foi 4,71, correspondente à faixa 5.O coordenador do curso, professor Roberto Esteves, destacou que há alguns anos o curso de Medicina da UEM tem alcançado boa colocação nas avaliações do MEC e a qualidade, segundo ele, está relacionada a alguns fatores. Um deles é a seleção dos acadêmicos. “O curso é sempre o mais concorrido dentro da Instituição, já chegamos a ter mais de 300 candidatos por vaga. Isso significa que nossos alunos são muito bem selecionados”,

Cursos da UEM estão entre os melhores do país Comunidade acadêmica comemora ranking que tem como base dados colhidos em 2010;

Agronomia e Medicina estão entre os cursos de destaquejustificou o coordenador.IGC - O MEC também divulgou o Índice Geral de Cursos (IGC) que abrange indicadores dos cursos de graduação e pós-graduação. Nas graduações, é utilizada a média dos Conceitos Preliminares de Curso, baseado no resultado do Enade e variáveis como qualificação do corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica. Pelo ranking do IGC, Medicina da UEM foi a segunda instituição do Paraná, ficando atrás da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e como 45ª colocada no Brasil. Embora tenha perdido a primeira colocação, onde figurou por três anos consecutivos, a UEM subiu no conceito do IGC em relação a última avaliação. A Universidade alcançou 3,66 pontos, contra 3,56 no ano passado. A UFPR obteve 3,71 pontos. A faixa IGC é a mesmo para as duas instituições (4).

Conceito da Agronomia traduz excelência

UEM no ranking

Page 8: Jornal da UEM- nº 103 - Novembro/2011

8Iniciação científica

Ensino médio participa do EAIC Jr.Alunos apresentaram os resultados das pesquisas desenvolvidas em dois programas: o IC Júnior

e o Pibic-Ensino Médio

Por Ana Paula Machado Velho e Laressa Santos

A UEM realizou o primeiro Encontro Anual de Iniciação Científica

Júnior. A promoção foi da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) e ocorreu nos dias 7 a 8 de novembro, na Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Fadec), localizada no bloco 36, no câmpus da UEM. Alunos do ensino médio apresentaram os resultados das pesquisas desenvolvidas em dois programas: o IC Júnior e o Pibic-Ensino Médio. O primeiro, financiado pela Fundação Araucária, é voltado para alunos do ensino médio das escolas públicas, que participam de projetos de pesquisa na UEM por 12 meses, sob orientação de docentes da Universidade. O Pibic é fruto de uma parceria da UEM, com o Colégio de Aplicação pedagógica (CAP) e o CNPq. Os estudantes desenvolveram projetos nas áreas de Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas, Ciências da Saúde, Ciências Tecnológicas e Engenharias, Ciências Biológicas e Ciências Agrárias.Durante a solenidade de abertura, a diretora de Pesquisa da UEM, professora Valéria Domingos Cavalcanti, disse que o processo de concessão de bolsas júnior pode destruir o muro que existe entre a Universidade e a Escola. “Unindo essas duas áreas será possível melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio”, destacou.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, Mauro Ravagnani, lembrou que os índices mostram que a Universidade vai bem, têm feito pesquisas e publicado seus bons resultados, mas é preciso levar esse estímulo aos alunos do ensino médio, fazer com que eles tenham vontade de entrar na Universidade e desenvolver ciência, o que passa pela iniciação científica. “Se começamos cedo fica mais fácil fazer com que os alunos percebam a importância deste processo”, acrescentou. Por fim, o reitor Júlio Santiago Prates Filho parabenizou a todos os alunos pela coragem de enfrentar o desafio da iniciação científica e desafiou a equipe da PPG a realizar, no ano que vem, o I encontro Estadual de Iniciação Científica do Paraná. “Este ano, comemoramos em Ponta Grossa a realização do vigésimo EAIC e lembramos que o primeiro aconteceu aqui, na UEM. Quem sabe, então, não entramos mais uma vez para a história, realizando o primeiro EAIC Júnior Estadual?, comentou.

Envolvimento – Estiveram presentes, ainda, para participar da abertura dos trabalhos, a técnica assistente do Núcleo Regional de Educação Maria Marlene Amadeu Galhardo Mochi, a diretora do CAP, Augusta Padilha, e a diretora auxiliar do Colégio, Alaíde Paulino Sobrinho. Bruna Viana Gilo, 16, realizou a pesquisa O espaço da ecologia, com Leandro Braido Macri, 17, e

Juliana de Campos da Silveira, 17, todos do 3º ano do ensino médio. A atividade relatada no EAIC foi a atuação como monitores no Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM (Mudi). “Pensamos na possibilidade de aumentar o conhecimento”, esclareceu Bruna. Administrador na história da administração foi o título do trabalho de Mariana Brasão Martins, 17, que cursa o 2º ano do ensino médio. A estudante disse que, graças ao incentivo da escola, decidiu aproveitar a oportunidade e isso a ajudou na escolha a profissão que vai seguir: Publicidade e Propaganda.Suelen Regina Bueno, 17, 3º ano, foi outra que definiu o futuro profissional durante a pesquisa: presta vestibular para medicina agora, em dezembro. “Aprendeu a fazer álcool, extrato de própolis, e gel. “Além disso aprendi a me comportar dentro de um laboratório, respeitando as normas”, por meio da realização do projeto Sistema semissólido mucodisino micro/nanoestrruturado contendo micro partículas de própolis. Para Matheus Henrique Delmonaco, 17, 3º ano, aprendeu sobre adoçantes naturais, no projeto a Extração e purificação de diterpenos (glicosídicos e não glicosídicos a partir de clone de elite de estévia). Apesar disso, optou pelo curso Ciências Contábeis, “completamente diferente da área do seu projeto [bioquímica]. Mas foi

importante porque aprendi como era pesquisar”, destacou. Lucilene de Mattos Almeida, 17, 2º ano, mudou a opção no vestibular de medicina veterinária para zootecnia. Ela participou da pesquisa Avaliação genética em abelhas abismelífera africanizadas com cruzamentos controlados e recebendo ração a óleo, atuando especificamente na avaliação genética da produção da geléia real. “Não tinha a mínima noção do que era, mas aceitei a oportunidade e Acabei me apaixonando pelo projeto. Quero, inclusive, dar continuidade durante a graduação”.Esse é o mesmo desejo de Juliane de Lara Berso, 16, 2º, que realizou o projeto Rede de observatório social: Cidadania fiscal e exercício do controle social em saúde. Ela garante que começar foi difícil, porque não sabia nada do mundo acadêmico, normas, produção de artigos. Mas, com o tempo, aprendeu uma nova forma de pesquisa tão diferente da qual estava acostumada. A estudante ainda lembrou que tinha escolhido algum projeto da área de medicina, mas foi destinada a ela um na área de enfermagem. “Não era o que eu esperava, pensava que ia visitar hospitais, mas houve uma interação com a população muito legal. Paramos para ouvir suas necessidades e gostei tanto que, se eu puder, quero desenvolver o projeto na graduação”.

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9Extensão

Empea destaca a importância das consultorias sociais

A Empresa Júnior de Engenharia de Alimentos da UEM decidiu ir além das ações sociais feitas anualmente e implantou ações de campo

Por Sueli Nascimento Silva

A Empea realizou, no Lar Escola da Criança de Maringá, a última

etapa de um projeto de consultoria social estruturado em três módulos. O objetivo é promover mudanças na instituição, implantando o projeto de consultoria social, que diagnostica e aponta soluções para o Lar. A empreitada teve início em julho com a aplicação do treinamento de Boas Práticas de Fabricação - BPF para os funcionários da cozinha.Nesta fase, os assessores fornecem informações ao pessoal da cozinha sobre a utilização de frutas, legumes e verduras produzidas na horta da instituição, para elaborar novos produtos como doces e sucos, incrementando, assim, a alimentação das crianças. A ideia desse modelo de atendimento surgiu no começo da gestão, quando novos membros entraram na empresa. Eles tiveram um período trainee e como proposta criar uma consultoria social. A intenção da Empea ao elaborar o projeto trainee foi introduzir os novos membros ao ambiente da empresa júnior. Além de cumprir uma das etapas do Balanced Scorecard (BSC), que é uma ferramenta das empresas juniores federadas.A segunda etapa, Panifi cação, realizada em setembro, teve como objetivo o aperfeiçoamento na utilização dos equipamentos de panifi cação para propiciar aumento na produção de pães, além de desenvolvimento de novos produtos e dar o preço justo aos produtos já existentes. A coordenadora da cozinha, Iva Casagrande, diz que a precifi cação chegou na hora certa. “Nós vendemos pão caseiro duas vezes por semana, mas não sabíamos se o preço estava de acordo. O levantamento de custos feito para venda do pão ajudou bastante, agora a gente sabe que está com o preço de acordo com o produto oferecido.” Segundo a gerente de projetos, Camila Campos Felix, o Lar Escola possui estrutura e maquinários que permitem a orientação do Empea. “A cozinha tem equipamentos industriais e nós podemos aplicar o

conhecimento adquirido no curso, como, por exemplo, a melhor forma de utilização dessas máquinas. Outro fator que pesou na escolha foi o apoio e a aceitação dos dirigentes da instituição.” “É sempre muito importante quando pessoas da comunidade somam com conhecimento para o desenvolvimento do trabalho que é feito aqui dentro,” relata a diretora-presidente do Lar, irmã Cecília Inês Ferrazza. Para ela, na entidade os funcionários procuram fazer o melhor, mas nem sempre têm o conhecimento necessário, a experiência e principalmente as técnicas. “Então essas iniciativas vêm contribuir e melhorar, sobretudo dar a certeza e a garantia de se está se fazendo bem, de que se está fazendo o melhor. E as nossas crianças agradecem muito,” declara.

Via de mão dupla – O serviço prestado pela Empea não benefi cia apenas os

funcionários e alunos da Entidade. Para os assessores da empresa júnior, o trabalho desenvolvido também acaba sendo uma lição de vida e de desenvolvimento pessoal. “Durante todo o projeto, os membros da Empea adquirirem muito conhecimento com a equipe do Lar, através de situações vivenciadas, as funcionárias puderam nos passar ensinamentos que vemos apenas em teoria nas salas de aula,” enfatiza Camila Felix. Para ela, o trabalho desenvolvido teve saldo positivo, porque mais do que lucro a empresa objetiva as informações adquiridas em cada consultoria. “Tivemos um bom conhecimento, por isso as chances de se desenvolver uma ideia semelhante no ano que vem são muito elevadas.”Segundo a gerente do projeto já é possível ver alguns resultados positivos após as aplicações dos módulos. As funcionárias da cozinha aceitaram e incorporaram muitas das sugestões e aconselhamentos dados pela Empea, também desenvolveram algumas receitas elaboradas pela equipe, incorporando-as ao cardápio. “Pela experiência adquirida podemos dizer que com certeza vale a pena desenvolver esse tipo de trabalho e fi camos muito gratifi cados em saber que de alguma maneira ajudamos essas crianças,” conclui.

A Empea Consultoria – Empresa Junior do curso de

Engenharia de Alimentos também vai entregar o prêmio de menção honrosa aos cinco supermercados que oferecem os melhores serviços da cidade. O resultado será divulgado em uma cerimônia a ser realizada no auditório da Prefeitura de Maringá, às 15 horas, do dia 9 de dezembro. O projeto é desenvolvido, anualmente, em parceira com o Procon - Órgão de Proteção em Defesa do Consumidor. Foram visitados 14 supermercados com o intuito de verifi car a qualidade dos serviços prestados, por intermédio de avaliações que vão desde a forma de armazenamento e comercialização dos produtos ao tratamento dos funcionários. Esse trabalho é desenvolvido desde 2009 sempre em quatro etapas. A primeira, uma auditoria de verifi cação, feita pelo diretor e os gerentes do projeto. Depois são feitas mais duas auditorias, nas quais participam membros da empresa, supervisionados pelos gerentes do projeto.

Parceria que deu certo

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Estudos sobre plantas daninhas vira livro em português

Estante

Obra discute aspectos relacionados à biologia das plantas e a formas alternativas de lidar com várias espécies

Por Maria Joana Casagrande

A carência de publicações em português para uso nas disci-

plinas da área de Ciência das Plan-tas Daninhas foi um dos motivos para a elaboração do livro Biologia e Manejo de Plantas Daninhas, organizado pelos professores da UEM, Rubem de Oliveira Jr. e Ja-mil Constantin, em parceria com a professora da Universidade do Estado do Mato Grosso, Miriam Hiroko Inoue. O material, lançado pela Omnipax Editora, serve como base para o estudo de alunos de graduação e pós-graduação.Segundo Oliveira Jr, professor do Departamento de Agronomia (DAG) da UEM, plantas daninhas são aquelas que, de modo geral, in-terferem ou prejudicam as espécies de interesse econômico, ou seja, as cultivadas. Tais vegetais nocivos apresentam características peculia-res, como a presença de múltiplos métodos de propagação, a grande produção de sementes ou de estru-turas vegetativas de reprodução, a capacidade de crescimento inicial rápido e a grande adaptabilidade a diferentes ambientes. Estes aspec-tos propiciam às plantas daninhas a capacidade de competir, no meio ambiente, pelos mesmos recursos (água, nutrientes, luz) utilizados pelas plantas cultivadas para cres-cimento e produção. Neste sentido, as plantas daninhas estabelecem um processo de competição, o que implica na redução da produtivi-

dade das lavouras e, consequente-mente, do lucro dos agricultores.

Conteúdo – O livro discute, em sua essência, aspectos relacionados à biologia das plantas daninhas e a formas alternativas de lidar com esses vegetais. Discorre-se sobre métodos de manejo que englobam medidas de controle biológico, mecânico e cultural e aborda-se, ainda, o método de controle quí-mico, desde os fundamentos do uso dos herbicidas até as implica-ções destes no solo e no ambiente. A publicação abrange, inclusive, a temática de resistência das plantas daninhas aos herbicidas, o que se trata de um assunto relativamente novo e de grande potencial de im-pacto na agricultura atual. Conforme o professor do DAG, o livro apresenta o único capítulo escrito em português que aborda, detalhadamente, experi-ências de sucesso na utilização de microrganismos e insetos para o controle biológico de algumas plantas daninhas. Em relação aos métodos de controle, há o registro e discussão a respeito de formas alternativas de controle das plantas daninhas, ou seja, sem o uso de produtos químicos. Palhadas utilizadas no sistema do plantio direto é um dos temas relacionados aos métodos de cultura e à alelopatia – ou o efeito químico que certas plantas têm so-bre a germinação e o crescimento de outros vegetais.

O uso de herbicidas está relacionado ao controle quími-co, então, informações a respeito de sua estrutura e mecanismos de ação nas plantas são fundamentais para o entendimento de como esta classe de substâncias químicas pode oferecer benefícios no con-trole das plantas daninhas. Por ou-tro lado, é necessário ter em mente que os herbicidas podem contami-nar homem e ambiente, demandan-do cuidado no seu uso. Todos estes aspectos são cobertos pelo livro.

Resultados – Vários resultados de pesquisas relacionados no livro são fruto do trabalho de pesquisa rea-lizados nos últimos 20 anos pelo Núcleo de Estudos Avançados em Ciência das Plantas Daninhas da UEM (NAPD/UEM). O NAPD iniciou suas atividades enquanto grupo de pesquisa no ano de 2000, embora a área de Ciência de Plan-tas Daninhas já atuasse na Univer-sidade desde o início da década de 90. O Núcleo tem desenvolvido novas tecnologias adotadas pela agricultura brasileira, como o con-

ceito de manejo outonal para o controle da buva. A buva é uma planta dani-nha que apresenta pouca sensibi-lidade ao herbicida glifosato, am-plamente utilizado nas culturas de soja transgênica, o que acarreta no aumento da infestação desse vege-tal nas áreas agrícolas das regiões sul, sudeste e centro-oeste. Ela emerge e cresce principalmente no período da entressafra, após a colheita do milho “safrinha” e an-tes do plantio da soja, dominando as áreas de plantio. Advém daí a necessidade do uso de herbicidas de ação sistêmica. No caso do ma-nejo outonal, a equipe do NAPD/UEM desenvolveu alternativas de controle químico utilizando herbi-cidas residuais em misturas com o glifosato. Essa estratégia tan-to melhora o controle como evita o surgimento de novos fluxos de plantas de buva antes do plantio da soja. Esta técnica rapidamente foi difundida na maior parte das áreas de plantio do Paraná e do cerrado brasileiro.

ServiçoO livro foi lançado pela editora Omnipax, que inova ao apresentar suas

publicações também em conteúdo aberto, ou seja, além das edições impressas, todo o material está disponível para download gratuito. A versão digital de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas pode ser bai-xada gratuitamente a partir de links no NAPD/UEM (http://www.dag.uem.br/napd) ou diretamente do site da editora (http://omnipax.com.br/site/?page_id=108).

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11Aniversário

10 anos do CAUUma festa homenageou as pessoas que contribuíram com a implantação, construção e

viabilização do câmpus de Umuarama

O Câmpus Regional de Umuarama completou dez anos e marcou a data

com uma solenidade na quinta-feira, dia 1º de novembro. Francisco Ladaga foi um dos homenageados. Na época, era diretor do Centro de Tecnologia. Ele resgatou um pouco da história da implantação e das difi culdades da criação do câmpus. William Nunes, na época, diretor do Centro de Ciências Agrárias, comentou que os professores amassaram muito barro para poderem chegar até a Fazenda e que o acesso era muito difícil. Coisas que já fi caram na história. Hoje, a evolução foi muito boa e já tem a infraestrutura necessária. O diretor do Câmpus, Osvaldo Joaquim dos Santos, passou um vídeo com fotos desde a construção do câmpus até o momento atual. Agradeceu toda liderança que tornou realidade o câmpus. Comentou que é o câmpus regional da UEM com mais cursos. Tem onze cursos de graduação. O deputado estadual Fernando Scanavaca, prefeito da época da implantação, resgatou a história da ida da UEM para Umuarama. Disse que a mão de Deus fez com que a reitora da época, Neusa Altoé, precisasse de uma carona, oferecida por ele. Durante a viagem, Scanavaca apresentou a reivindicação do município. Relatou que a UEM, Umuarama e lideranças políticas de toda região se uniram para conseguir implantar o câmpus e os cursos. O deputado federal Osmar Serraglio também acentuou a importância de Neusa Altoé para essa conquista e disse que ele sempre considerou a educação muito importante

para o País. Falou que a doação do terreno do câmpus para a UEM no ano passado foi muito importante e que isso facilitará o repasse de recursos para a Instituição. O prefeito Moacir Silva salientou que Umuarama é uma cidade pujante e que a UEM ajudou a promover o desenvolvimento na região. O prefeito do Câmpus Sede, Igor Valques, representando o reitor Júlio Santiago Prates Filho, também fez um resgate histórico do câmpus e disse que a comunidade universitária lá faz a diferença, pela garra, pela luta, pela qualidade do ensino, pesquisa e extensão e da prestação de serviços, elevando e divulgando o nome da UEM em nível local, estadual, nacional e internacional.

História – A criação e implantação do Câmpus Regional de Umuarama foi motivada pela reivindicação da comunidade local e justifi cada por diversas razões. Entre elas, o perfi l do município que já revelava tradição amadurecida na área de educação superior; as características e peculiaridades da região, pólo de um território homogêneo em sua origem cultural e atividades econômicas, distinguindo-se pelo franco desenvolvimento e articulação de forças nos setores público e privado; além da disposição do governo local em viabilizar o apoio institucional, contribuindo com ações conjuntas com a classe empresarial, de forma a viabilizar recursos fi nanceiros para a garantia da qualidade no desenvolvimento das atividades

de ensino e extensão. Dentro deste contexto, o Poder Legislativo de Umuarama aprovou a Lei nº 2.451, de 5 de abril de 2002, autorizando o município a fi rmar convênio com a UEM mediante o compromisso de obter, entre os órgãos competentes, a doação de terrenos e construção de edifícios necessários ao desenvolvimento dos cursos criados e demais atividades acadêmicas. Formalmente, o processo de criação do Câmpus Regional de Umuarama teve início com a assinatura do Ofício nº 69/2001, de 12 de março de 2001, assinado pelo prefeito da cidade e encaminhado à Reitoria. O documento manifestava o interesse em fi rmar convênio com a UEM, objetivando parceria para implantação de cursos de graduação e de pós-graduação, projetos de pesquisa, ensino, extensão e outras atividades naquele município.Hoje funcionam duas estruturas e administrações distintas: o Câmpus de Tecnologia e o Câmpus de Ciências Agrárias, esse último instalado em uma fazenda de 59 alqueires. Em dezembro do ano passado, a UEM recebeu a autorização legal para uso da fazenda, através de um documento assinado pelo então governador, Orlando Pessuti. O terreno foi adquirido pela comunidade de Umuarama no fi nal dos anos 80 e doado ao governo federal para a instalação da Escola Agrotécnica Federal, que não saiu do papel. O imóvel então foi prometido ao Estado, com a instalação da UEM no local. Em outro de 2010, o ministro do

Planejamento do Governo Lula, Paulo Bernardo esteve em Umuarama para a assinatura da cessão da fazenda para o governo do Paraná. Atualmente, a Universidade abriga, na Fazenda, a estrutura para os cursos do Centro de Ciências Agrárias no CAU, incluindo um hospital de pequenos animais e um hospital de grandes animais, que servem ao curso de medicina veterinária.

Graduação PresencialEngenharia AgronômicaMedicina Veterinária

Cursos Oferecidos no Câmpus deTecnologia

Graduação PresencialEngenharia Ambiental - (Integral)Engenharia Civil - (Integral)Engenharia de Alimentos - (Integral)Tecnologia em Alimentos - (Noturno)Tecnologia em Construção Civil - (Noturno)Tecnologia em Meio Ambiente - (Noturno)

Graduação à DistânciaAdministração PúblicaCiências BiológicasFísicaHistóriaPedagogia

Pós-Graduação à DistânciaGestão PúblicaGestão Pública MunicipalSaúdeGênero e Diversidade na EscolaMídias na Educação

Cursos Oferecidos no Câmpus Fazenda

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12Destaque

Avaliação Exposição

UEM na luta contra a Aids

Mestranda da UEM faz análise da culturaem cidades da região

Portas Abertas para a Arte

O levantamento visa criar indicadores que fi rmassem a elaboração de políticas públicas na área

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, foi criado para

relembrar o combate à doença e despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas. E a campanha deste ano dá enfoque nos jovens gays de 15 a 24 anos das classes C, D e E. A ação busca discutir as questões relacionadas à vulnerabilidade ao HIV/

Por Hortênsia Franco*

Para avaliar como a UEM tem aplicado seus recursos na cultura, a mestranda

do curso de Ciências Sociais da UEM e bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO, Laura Chaves Peluso, com o apoio do Observatório das Metrópoles – Núcleo Maringá, decidiu produzir um estudo que comparasse a proposta cultural da Universidade com a forma que os atuais governos municipais coordenam as atividades culturais nas cidades da Região Metropolitana de Maringá (RMM). Segundo ela, esses 25 municípios foram escolhidos especifi camente devido a sua proximidade com Maringá e por serem pequenos, o que facilita a comparação com a Universidade. “Optei pela análise comparativa para entender qual o percurso da cultura quanto política pública e sua respectiva relação com a instituição de ensino superior pública, nesse caso, a Universidade Estadual de Maringá”, esclarece.A coleta de dados foi realizada a partir do questionário aplicado pelo IBGE nos anos de 2003, 2004 e 2005, para um levantamento que visava criar indicadores culturais que fi rmassem a elaboração de

O Centro de Excelência, que fi ca na Avenida Itororó, Bosque II, é palco

da primeira exposição do curso de Artes Visuais, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A exposição Porta Aberta é resultado do Projeto de Extensão Arte no Meio, que visa à refl exão sobre as relações entre arte, cidade e meio ambiente. O grupo foi inicialmente formado por professores e estudantes do curso de Artes Visuais da UEM, mas acolhe atualmente participantes de outros cursos e da comunidade externa. As atividades dividem-se em leituras sobre manifestações artísticas contemporâneas e produções realizadas em laboratório de criação. Os trabalhos

Aids, na população prioritária, sob o ponto de vista do estigma e do preconceito. Além disso, a ideia é estimular a refl exão sobre a falsa impressão de que a Aids afeta apenas o outro, distante da percepção de que todos estamos vulneráveis.O Programa Universidaids (Programa Multidisciplinar de Estudos em Prevenção e Assistência das Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids), vinculado ao Centro de Ciências da Saúde da UEM

destaca que é fundamental continuar com a luta contra a Aids. O Universidaids tem a fi nalidade de oportunizar o suporte científi co, acadêmico técnico aos trabalhos desenvolvidos para a prevenção e assistência na área de doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids. Com o foco na prevenção ao HIV e promoção do uso de preservativo, distribui folhetos explicativos e preservativos, enfatizando-se também a necessidade de se realizar o teste de HIV,

políticas públicas na área. A pesquisadora também usou como base o Plano Nacional de Cultura, do governo federal. O questionário foi dividido em quatro eixos: localidade da cultura, orçamento, legislação (em nível nacional e estadual) e equipamentos culturais.

Consulta – Em abril desse ano, as entrevistas foram agendadas e os questionários foram aplicados, logo depois, com os representantes da cultura, em cada município visitado. “Boa parte dos municípios não tinha uma secretaria específi ca para cultura, nem mesmo um representante. Muitas vezes o responsável fi cava em outra secretaria em uma mesa emprestada, quando não cumpria outras funções além daquela”, declara Laura.A pesquisa apontou que em muitos municípios não há locais dirigidos para a prática de atividades culturais e um dos maiores problemas é a falta de profi ssionais atuando na área. Outra questão é que poucos dos governos municipais analisados utilizam o Plano Nacional de Cultura como base para o planejamento do município. “A pesquisa na RMM nos aponta a necessidade urgente que a universidade, em especial a UEM, tem para com a sociedade regional, de ser mediadora e articuladora da política pública de cultura, semeando no campo do conhecimento a prática da cultura como direito”, comenta Laura em sua pesquisa. A proposta fi nal da pesquisadora é enviar o desfecho da análise a cada município visitado e também para a Secretaria Estadual da Cultura, com o objetivo de auxiliá-los em seus planos futuros.

* Jornalista e pesquisadora do Observatório das Metrópoles/UEM

resultantes destes encontros deram origem à exposição, que utiliza portas como suporte para as criações. “A proposta tem duplo sentido. Em primeiro lugar, permitiu, por meio da arte, o reaproveitamento de materiais que iriam ser descartados, o que representa a essência dos objetivos do projeto Arte no Meio. Em segundo lugar, as portas inauguram um novo espaço para as Artes em Maringá, o Centro de Excelência da UEM, atendendo a necessidade de um espaço central para a exibição das artes visuais para a população maringaense”, informou a professora Sheilla Souza.A exposição estará aberta nos dias 7,8,9,14 e 16 de dezembro, das 17h às 19h

Aletheia Alves da SilvaAlessadra L. MazurAlison SarroAnnelise NaniAntônio V. de A. JuniorDenilson MarinhoErica M. GandolfoJéssica A. L. ViegaFabiane M.KitagawaFelipe Franco TomazellaGuilherme Radi DiasLuana Mendes da SilvaMarcelo MonteiroMaria Giulia P. CaramaschiMarlucia A. R. IasukiOdille B. MazzettoPedro ProcópioRislene RissiRoberta StubsSheilla SouzaTadeu dos SantosTania RossettoTatiane Marin MoraesThereza S.L. Aguitoni

Artistas

Porta sem batentesSem ordemSem funçãoDesprovida de paredesde sustentaçãoO que ela abre?Agora está em todosou ninguémPorta vestida para festaou fantasiada de cada um?As dobradiças voaram viraram borboletasA madeira virou papel em brancoPorta portalTapete voadorGenteBarataÁrvorePortas aposentadasJá abriram muitas aulasLaboratóriosPorta com gene da UEMNuas, sem tombosem vergonhaPorta ressuscitadaA campainha está tocando outro som

Exposição Porta Aberta

sífi lis e hepatites. Segundo o Programa, a Aids ainda é considerada uma doença complexa e a taxa de novas infecções pelo HIV continua a crescer anualmente. No estágio atual da epidemia mundial da Aids, há mais infecções pelo HIV a cada ano do que mortes provocadas pela doença. A epidemia só poderá ser revertida se medidas efetivas de prevenção forem intensifi cadas na sua escala e no seu alcance.