jornal da alerj 238

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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JORNAL DA ALERJ Solução em foco Foto: Rafael Wallace Ano IX N° 238 – Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011 Sete frentes parlamentares unem deputados de vários partidos por mesmas causas PÁGINAS 4 e 5 CPI das Carteiras Estudantis Falsas aprova relatório e sugere mudanças no benefício PÁGINA 11 Pintores portadores de deficiência têm telas expostas no Saguão Getúlio Vargas PÁGINA 12 A madrugada do dia 14 de agosto marcou a vida da família de Alessandra Aguilar. A jovem, de 17 anos, foi atingida por um carrinho que se soltou em um parque de diversões e morreu na hora. O fato originou um projeto de lei que obriga estabelecimentos a expor seus alvarás e autorizações de funcionamento na bilheteria. Esta iniciativa soma-se a outras criadas a partir de fatos específicos e de grande impacto na mídia em geral. Nesta edição, você conhecerá algumas destas proposições. PÁGINAS 6, 7 e 8 ALERJ 9912242287/2009-DR/RJ

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Jornal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

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Page 1: Jornal da Alerj 238

A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O

JORNAL DA ALERJ

Solução em foco

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Ano IX N° 238 – Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011

Sete frentes parlamentares unem deputados de vários partidos por mesmas causas PÁGINAS 4 e 5

CPI das Carteiras Estudantis Falsas aprova relatório e sugere mudanças no benefício PÁGINA 11

Pintores portadores de deficiência têm telas expostas no Saguão Getúlio VargasPÁGINA 12

A madrugada do dia 14 de agosto marcou a vida da família de Alessandra Aguilar. A jovem, de 17 anos, foi atingida por um carrinho que se soltou em um parque de

diversões e morreu na hora. O fato originou um projeto de lei que obriga estabelecimentos a expor seus alvarás e autorizações de funcionamento na bilheteria. Esta iniciativa soma-se a outras criadas a partir de fatos específicos e de grande impacto na mídia

em geral. Nesta edição, você conhecerá algumas destas proposições.

PÁGINAS 6, 7 e 8

ALERJ9912242287/2009-DR/RJ

Page 2: Jornal da Alerj 238

Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011122

ALERJAssEmbLEiA LEgisLAtivA do EstAdo do Rio dE JAnEiRo

“Quero instituir no estado a determinação já implementada pelo Ministério de Educação para o Enem, assegurando segurança contra fraudes que, hoje em dia, se utilizam dos mais modernos meios eletrônicos”Pedro Augusto (PMDB), defendendo projeto que proíbe a utilização de equipamentos eletrônicos em concursos

“Há muito tempo, venho pedindo um anel viário em Manilha. Atualmente, o que existe são armadilhas para os caminhoneiros e motoristas dos carros de passeio que lá transitam”José Luiz Nanci (PPS), discursando sobre as condições da rodovia BR-493, que liga Itaboraí a Magé

“Teremos a oportunidade de fazer, com a Uerj, um trabalho amplo de reformular nossa legislação. Temos cerca de 5.600 leis, o que é confuso, pois a população não tem acesso a tudo”Pedro Fernandes (PMDB), ao falar sobre excesso de leis no estado

Rafael Wallace

PresidentePaulo Melo

1ª Vice-presidenteEdson Albertassi

2º Vice-presidenteGilberto Palmares

3º Vice-presidentePaulo Ramos

4º Vice-presidenteRoberto Henriques

1º SecretárioWagner Montes

2º SecretárioGraça Matos

3º SecretárioGerson Bergher

4ª SecretárioJosé Luiz Nanci

1a SuplenteSamuel Malafaia

2o SuplenteBebeto

3º SuplenteAlexandre Corrêa

4º SuplenteGustavo Tutuca

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenal da Diretoria Geral de Comunicação Social e Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsávelLuisi Valadão (JP-30267/RJ)

Editor-chefe: Pedro Motta Lima

Editor: Everton Silvalima

Chefe de reportagem: Fernanda Galvão

Reportagem: André Nunes, Fernanda Porto, Marcus Alencar, Melissa Ornellas, Raoni Alves, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Edição de Fotografia: Rafael Wallace

Edição de Arte: Daniel Tiriba

Secretária da Redação: Regina Torres

Estagiários: André Coelho, Andresa Martins, Bruna Motta, Cynthia Obiler, Diana Pires, Diego Caldas, Fellippo Brando (foto), Fernando Carregal, Mauro Pimentel (foto), Natash Nunes, Paulo Ubaldino e Ricardo Porto.

Telefones: (21) 2588-1404/1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJEmail: [email protected]/alerjwww.facebook.com/assembleiarjwww.alerjnoticias.blogspot.comwww.radioalerj.posterous.com

Impressão: Imprensa OficialTiragem: 5 mil exemplares

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerj radioalerj .com

Ouça sonoras dos deputados

.JORNAL DA ALERJ

Receba o

http://bit.ly/jornalalerj

em casa Veja nossos álbuns do Picasa

http://bit.ly/alerjpicasa

FRASES CONSULTA ExPEDIENTE

l Muitas famílias têm problemas com pessoas que se envolvem com drogas. Conheça um projeto que ajuda a melhorar o tratamento de dependentes químicos no Estado do Rio

l Foi pensando em pro-blemas como os de muitos cidadãos que apresentei o projeto de lei 829/11, que pro-põe um trabalho articulado entre diversas secretarias de Estado, para ajudar a comba-ter as doenças do alcoolismo e dependência química, que têm se agravado em nossa

sociedade. Talvez esse seja o maior desafio do milênio, pois o álcool e as drogas vêm proporcionando males como a desestruturação familiar, o aumento da violência, a perda de emprego e a falta de perspectiva, principalmente dos jovens. O projeto pretende criar o Programa de Recupera-ção e Recolocação Profissional para Pessoas Portadoras de Doenças de Alcoolismo e De-pendência Química (adictos) no estado e implementar po-líticas públicas voltadas para o tratamento e a recuperação dessas pessoas.

Deputado Luiz Martins (PDT)

MíDIAS SOCIAIS

As mensagens de mídias sociais são publicadas na íntegra, sem nenhum tipo de edição.

Sobre a versão em audiodescrição do JORNAL DA ALERJ

@davivianna_ Davi Vianna

Dia 16/9 às 17:58

Pintura perfeita RT @alerj #expo Telas pintadas com a boca e os pés marcam nova mostra da Alerj> http://bit.ly/okYQQC > http://twitpic.com/6lur8j

@IsraelNicolauIsrael Nicolau

Dia 27/9 às 16:46

@alerj parabéns pela iniciativa, pois sou cego total.

@mviniciusneskau Deputado Marcus Vinicius (PTB)Dia 20/9 às 16:13

Eu e @bernardo_rossi queremos mais controle das concessionárias de serviços públicos - http://ow.ly/6zRJD

@xandy01 Alexandre Silva

Thiago Aguiar

Dia 20/9 às 13:37

Dia 20/9 às 13:53

@alerj Usando um bom filtro o Legislativo deve estar antenado no que acontece para propor novas leis e/ou atacar os problemas

Não precisam ficar inventando novas leis, é só fazer o que precisamos realmente, educação, luta contra corrupção, saude publica de qualidade

Veja o resultado na página 8

ENQUETE: As notícias do dia a dia devem ser utilizadas pelo Legislativo para a formulação de novas leis?

http://bit.ly/audiojornal238

Ou aponte o leitor de QR Code de seu celular

O JORNAL DA ALERJ está disponível também em áudio. Divulgue!

Page 3: Jornal da Alerj 238

11Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011

O secretário de Estado de Fazenda, Renato Vilella, anunciou que o Governo

pretende oferecer cursos de especia-lização para que a sociedade entenda melhor os gastos públicos do estado. A proposta foi apresentada durante au-diência da Comissão Especial da Alerj que acompanha o cumprimento da Lei da Transparência (Lei Complementar Federal 131/00), presidida pelo deputa-do Flávio Bolsonaro (PP), realizada no dia 19. Segundo ele, a população ainda não entende perfeitamente a composição do orçamento público.

“Desde o início do Governo (Sérgio)Cabral, nosso objetivo sempre foi passar os gastos públicos da maneira mais clara possível para a população. No entanto, ainda percebemos que a sociedade, como um todo, encontra certa dificuldade para compreender esses números. Existe uma necessidade de um conhecimento prévio de contabilidade. Vamos buscar tornar toda sociedade mais afeita às questões, conceitos e finanças públicas. A ideia é oferecer cursos especializados, em parceria com organizações da sociedade civil, entidades e universidades ligadas ao setor”, explicou o secretário.

Diretor do Fórum Popular de Orça-mento do Estado do Rio, Luiz Mário Benhken afirmou que é dever do Estado tornar públicas todas as ações orça-mentárias executadas. “Nossa missão, enquanto Fórum, é intervir, no que for necessário, para diminuirmos a desi-gualdade social. A partir do momento em que toda ação orçamentária do estado for transmitida de maneira clara e objetiva, qualquer cidadão poderá compreender o que se passa”, argumentou o diretor. Também participaram da reunião o deputado Zaqueu Teixeira (PT) e representantes dos ministérios públi-cos Federal e Estadual, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio-Rj).

3

LEgiSLAçãO

Paulo ubaldino

Fellippo Brando

Secretário de Fazenda diz que pretende realizar cursos para explicar gastos públicos

O bê-a-bá dos gastos

Para o deputado Bolsonaro (foto), a iniciativa do secretário Vilella é posi-tiva, já que a proposta é transformar a linguagem técnica orçamentária em linguagem popular. “É muito importan-te essa disponibilização do secretário, para que não só os integrantes dos poderes do Estado, mas também os profissionais de imprensa e cidadãos, possam conhecer melhor o orçamento e como e onde seus tributos estão sendo investidos”, analisou.

O presidente da comissão ainda elogiou o sistema tributário disponibi-lizado no site da Secretaria de Fazenda, mas chamou a atenção de alguns municípios que não tornam públicos seus respectivos gastos. “Existe uma preocupação da comissão, no que se refere aos municípios. Se todos se-

guissem o exemplo da secretaria, que disponibiliza seus gastos, em tempo real, na internet, teríamos as contas à disposição da população. Muitas des-pesas e receitas de algumas cidades são controladas no papel e caneta, o que dificulta a gestão, a transparência e a fiscalização”, ressaltou.

Orçamento transparenteNo encontro, participantes elogiaram parceria com entidades civis e universidades

Rafael W

allace

Page 4: Jornal da Alerj 238

Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011124

FRENTE PARLAMENTAR

Possibilitando ao Parlamento o agrupamento de deputados, de forma suprapartidária, em

torno de temas de interesse comum, a Frente Parlamentar é um instrumento popular na Alerj. São sete já aprovadas. Temas tão distintos como o combate à tuberculose, a defesa das micro e pequenas empresas, o apoio à adoção e a democratização da comunicação e da cultura vêm sendo alvo de encontros, audiências e até diligências e passeatas – caso da Frente de Apoio à Adoção. Para ordenar estes trabalhos, a Casa aprovou uma resolução criando critérios para o funcionamento das comissões. Assinada pelo presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), e pelo deputado Luiz Paulo (PSDB), a resolução reconhece a

organização, estabelece o número míni-mo de três participantes – representando, ao menos, dois partidos – e condiciona sua instalação à apresentação de um estatuto que defina sua ação.

“Estamos legitimando as frentes e criando regras que garantam seu bom funcionamento”, diz Luiz Paulo. Para Me-lo, a resolução confere comprometimento aos grupos de trabalho. “A frente é um exercício legislativo que tem que existir com um propósito, uma finalidade especí-fica. Por isso, o estatuto”, explica ele, que defende uma normatização semelhante para as comissões especiais, o que deve ser promovido ainda este ano. “A comis-são especial deve ser criada para tratar de temas que fogem à competência de comissões já existentes”, acrescenta.

“Qualquer ferramenta que normatize o trabalho fortalece esse instrumento, que busca, na realidade, dar uma opção de discussão e busca de soluções para temas que não podem ser tratados no âmbito das comissões permanentes”, concorda o futuro presidente da Frente Brasil Is-rael, deputado Alessandro Calazans (PMN). Como a resolução, aprovada no final de agosto, tem efeito sobre as frentes já aprovadas, os presidentes dos grupos vêm se organizando para apresentar um estatuto com seus objetivos.

O deputado Robson Leite (PT), por exemplo, já apresentou o estatuto da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Democratização da Co-municação e da Cultura. “O documento foi elaborado após encontros com a as-

Fotos: Rafael Wallace

União suprapartidária

A Frente Pró-Adoção realizou, em Copacabana, caminhada liderada por Sabino, Bárbara (ao centro) e a deputada Claise Maria Zito

Fernanda Porto e andré Coelho

Alerj conta hoje com sete grupos que buscam soluções para agilizar o processo de adoção, democratizar a cultura e combater a tuberculose, dentre outros assuntos

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11Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011 5

sessoria dos membros, a quem o texto também foi submetido. O organização das prioridades previstas no estatuto seguiu um processo muito democrático”, garante o presidente da frente, que reúne 19 parlamentares. Entre os objetivos cita-dos no estatuto estão o combate a “qual-quer tipo de ação direta ou indireta de censura”, a proposta de políticas públicas sobre democratização da comunicação e cultura, a garantia das programações educativa, artística e cultural e o estí-mulo à produção independente. A frente também apoiará a criação do Conselho Estadual de Comunicação e defenderá a ampliação do acesso à banda larga.

Das sete frentes parlamentares já apro-vadas, duas se destacam na realização de debates, vistorias e encontros com diferentes órgãos do poder público: a Pró-Adoção e a de Combate à Tuberculose e HIV/Aids. A primeira, dedicada a agilizar o processo adotivo, já realizou reunião com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De-la, teve origem um grupo de trabalho que vai propor resoluções visando à agilização dos processos de adoção. “Os processos de adoção são muito demorados, podendo levar até sete anos, o que acaba sendo um desestímulo. Então, foi muito positiva a formação deste grupo que vai buscar soluções para agilizar e regulamentar os processos”, comemora o presidente da frente, deputado Sabino (PSC).

Além do grupo de trabalho, a frente já participou de eventos pró-adoção, como a caminhada na orla de Copacabana, e realizou uma audiência pública no Ple-nário da Alerj em parceria com a Frente Parlamentar Nacional que trata do tema. “A frente tem articulado a sociedade, os grupos de adoção, as famílias pretenden-

tes, o Poder Judiciário, a Promotoria e a Defensoria Pública para facilitar esses programas de adoção, que têm proce-dimentos muito burocráticos”, destaca Sabino, que também é autor, ao lado de Paulo Melo, do projeto de lei 509/11, já aprovado pela Alerj, que garante a trami-tação prioritária dos processos de adoção na Justiça fluminense. O próximo passo agora, segundo o deputado, é estimular a criação de frentes parlamentares pró-adoção nas câmaras municipais.

Já a Frente Parlamentar de Combate à Tuberculose e HIV/Aids, presidida pelo deputado Gilberto Palmares (PT), realizou vistorias em ambulatórios e de-bates sobre o combate à doença, que faz do Estado do Rio campeão de incidência no Brasil. “Buscamos, com o nosso traba-lho, diagnosticar as causas dessa alta e combatê-las, com propostas de ações do poder público”, explica Palmares.

Iniciativa democráticaPresidente da Associação Nacional

dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Maria Barbara Toledo classifica como fundamental a parceria firmada com a Frente Parlamentar Pró-Adoção da Alerj, que foi a primeira a se mobilizar a favor do tema no Brasil. “Esta frente é fundamen-tal para a causa, não só no Rio mas em todo o País. Com o apoio da Alerj, estamos estudando juntos dados sobre a adoção, formulando propostas, e esse canal com o legislativo é muito importante”, afirma a presidente da instituição, fundada há 15 anos. “Esta é uma iniciativa formidável e democrática, para garantir o direito das crianças e adolescentes que estão em abrigos, que são cerca de 2.500 só no estado”, completa.

“Frente em Defesa das Micro e Pequenas Empresas (criada em 01/06/2011), iniciativa dos deputados André Corrêa, Luiz Paulo (PSDB), Paulo Melo (PMDB) e Roberto Henriques (PR)

Frente Pela Democratização da Comunicação e da Cultura (criada em 30/06/2011), iniciativa dos deputados André Ceciliano, Gilberto Palmares, Inês Pandeló, Nilton Salomão, Robson Leite e Zaqueu Teixeira, todos do PT

Frente Parlamentar da Bancada Feminina (criada em 01/06/2011), iniciativa da bancada feminina

Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Baixada (criada em 20/05/2011), iniciativa dos deputados Alessandro Calazans (PMN), André Ceciliano (PT), Dica (PMDB), Domingos Brazão (PMDB), Geraldo Moreira (PMN), Iranildo Campos (PR), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PSB), Ricardo Abrão (PDT), Rosângela Gomes (PRB), Samuquinha (PR), Wagner Montes (PDT), Waguinho (PRTB), Xandrinho (PV), Claise Maria Zito (PSDB) e Zaqueu Teixeira (PT)

Frente Brasil-Israel (criada em 26/05/2011), iniciativa do deputado Alessandro Calazans (PMN)

Frente Pró-Adoção (criada em 06/04/2011), iniciativa do deputado Sabino (PSC)

Frente Parlamentar Pela Luta contra HIV/AIDS e Tuberculose (criada em 25/03/2011), iniciativa do deputado Gilberto Palmares (PT)

As frentesBuscamos diagnosticar as causas dessas doenças e combatê-las, com propostas de ação do Poder Público”Deputado Gilberto Palmares (PT)Presidente da Frente de Combate à Tuberculose e HIV/Aids

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capa

Um acidente em um parque de diversões, desa-parecimento de presos em regime semiaberto e a morte de uma menina após ter sido atendida por um falso médico em um hospital. Além de

terem sido assuntos fartamente divulgados e discutidos pela imprensa, estes temas têm outro ponto em comum: serviram de base para a apresentação de projetos de lei na Alerj. O caso do Glória Parque Center, em Vargem Grande, onde duas pessoas morreram e nove ficaram feridas após serem atingidas por um carrinho do brinquedo Tufão, mobilizou a sociedade e motivou a criação de três projetos, hoje em tramitação na Casa.

O deputado Dionísio Lins (PP) apresentou o texto 165/11, que tem o objetivo de criar medidas preventivas para o uso e a instalação de aparelhos em parques. “É ne-cessário haver normas que delimitem o seu uso, para que a população tenha segurança ao se divertir”, argumenta. Já o projeto 766/11, assinado pelo deputado Wagner Montes (PDT), obriga parques e circos a afixarem nas bilheterias, de forma visível ao consumidor, as autorizações para o funcionamento. “Expor a licença da prefeitura e o nome do arquiteto e do engenheiro responsáveis é o mínimo, para que a população esteja segura ao frequentar estes locais. Este critérios são básicos, e é isso que quero com esta proposição”, pondera.

Seu colega de bancada, o deputado Bruno Correia (PDT) defende, no projeto 790/11, a estipulação de condi-ções necessárias à abertura e ao funcionamento de parques, circos e similares. A iniciativa também obriga a presença de um responsável técnico. “Há muitas denúncias de mau funcionamento de parques em todo o estado. Com isso, é extremamente importante essa medida, que busca a prevenção e a garantia da estrutura física destes locais”, acrescenta o pedetista.

Alessandra da Silva Aguilar, de 17 anos, e Vítor Alcântara de Oliveira, de 16, estavam na fila do brinquedo quando o carrinho se desprendeu. O parque não tinha alvará para fun-cionar, e os brinquedos operavam com excesso de lotação. Mãe da menina, Adriana Barreto da Silva considera positiva a movimentação dos parlamentares no sentido de minorar ocorrências deste tipo. “A gente sempre acredita que deve haver boa estrutura e fiscalização para o funcionamento dos parques. Acho importante e fico feliz por saber que há projetos que pretendem obrigar este controle. Quero justiça e tenho certeza que após a iniciativa destes deputados, outros casos como o da minha filha serão evitados”, afirma.

A morte de outra menina, desta vez uma criança, tam-bém motivou iniciativas em tramitação na Assembleia. No dia 13 de agosto de 2010, Joanna Cardoso Marcenal Marins, então com cinco anos, foi morta após ser atendida por um falso médico em um hospital na Barra da Tijuca, zona Oeste da capital, onde deu entrada para tratamento de meningite. No mesmo ano, o deputado Domingos Brazão (PMDB) apresentou o projeto 3.278/10, que obriga a identificação

Para não acontecer de novoFernanda Galvão, diana Pires e Fernando CarreGal

Em consonância com o que ocorre no dia a dia do estado, deputados protocolam projetos de lei que visam a corrigir distorções apontadas em notícias divulgadas em jornais, rádios e TVs

Rafael Wallace

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11Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011 117

Para não acontecer de novo

Casos de grande repercussão na imprensa serviram de estopim para a criação de projetos (muitos já transformados em leis): a dor de Adriana Barreto e do marido, Carlos Augusto, que perderam a filha em um parque de diversões, e o rastreamento eletrônico de presos em regime semiaberto foram dois deles

dos médicos em seus locais de trabalho. “Antigamente, era comum o paciente entrar no consultório médico e encontrar na parede o diploma que lhe habilitava a exercer sua profissão. Hoje, um médico se identifica apenas por um carimbo em uma receita,

e ninguém sabe se o dono do registro corres-ponde, de fato, àquele que assinou o prontuário”, justifica o parlamentar.

Outra parlamentar a buscar solução para casos seme-lhantes, a deputada Clarissa Garotinho (PR) assina o projeto de lei 426/11, que obriga instituições ligadas à saúde a incentivar a consulta à inscrição dos médicos junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremerj). “Esses falsos médicos são verdadeiros criminosos, que falsificam

diplomas ou assumem a identidade de outros médicos. Quanto mais a população fiscalizar, menos casos trágicos irão ocorrer”, aponta.

Diretora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais (Iba-se), a cientista política Dulce Pandolfi aponta que iniciativas como as relatadas demonstram um avanço na democracia brasileira. “A sociedade deve influir de maneira direta na atuação dos legisladores. É fundamental ir além do voto, criando uma democracia participativa”, afirma Dulce. O coordenador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fabiano Mendes Santos, vai além: “O parlamentar que busca a infor-mação tem mais trabalho, contudo está muito mais coberto e preparado para eventualidades que exijam conhecimento para comunicação política”.

De olhos abertosEm 2007, o traficante Marcelo de Medeiros, o

PQD, conseguiu o benefício da Visita Periódica ao Lar (VPL), e não retornou para a prisão. O mesmo aconteceu com Elizeu Felício de Souza, o Zeu, apontado como um dos assassinos do jor-nalista Tim Lopes. Estes fatos, aliados à notícia da morte de dois adolescentes em São Paulo por beneficiado pelo regime semiaberto, motivaram a deputada Cidinha Campos (PDT) a criar a Lei 5.530/09, que instituiu o monitoramento e o rastreamento eletrônico dos detentos.

O Governo do estado começou a utilizar es-tes equipamentos este ano. O monitoramento é efetuado por agentes da Superintendência Geral de Inteligência (Sispen) da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). “Temos a vantagem de ter a localização do apenado, o que pode servir de prova não só para inocentá-lo, como também para reforçar um desvio de conduta”, explica o secretário da Seap, César Rubens Monteiro de Carvalho.

Desastres naturais como as enchentes de Santa Catarina em 2008, quando 78 mil pessoas ficaram desabrigadas, foram o estopim para a Lei 6.023/11, do deputado Marcelo Simão (PSB). A norma determina que o Executivo ofereça atendimento psicológico às vítimas de acidentes naturais. “O Governo precisa estar presente também neste tipo de assistência. Com isso, as vítimas terão condições de se reerguer emocionalmente e construir novamente suas vidas, depois de um trauma destas proporções”, pondera o deputado.

“É necessário haver normas para o uso desses equipamentos, para que a população tenha segurança ao se divertir” Deputado Dionísio Lins (PP)

Divulgação

Rafael Wallace

Page 8: Jornal da Alerj 238

Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011128

Rafael Wallace

ENQUETEAs notícias do dia a dia devem ser utilizadas pelo Legislativo para a formulação de novas leis?

Vote na próxima enquete, acesse: www.alerjnoticias.blogspot.com

Sim

Não

65%

35%

No primeiro mandato do presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), o estado foi sacudido por episódios mar-cantes. Em menos de quatro anos, a capital foi palco da Chacina de Acari, de Vigário Geral e da Candelária. Em meio ao tumultuado noticiá-rio, que dava conta da morte principalmente de crianças, Melo presidiu duas comissões parlamentares de Inquérito: a primeira investigou o exter-mínio de crianças por grupos paramilitares, e a segunda, os casos de prostituição infantil.

A atuação nas duas comis-sões deu origem a um serviço até hoje em funcionamento na Casa: o Disque Criança (0800 023 0007), que, nos últimos 10 anos, registrou mais de 6.500 atendimentos. “Dediquei meu primeiro mandato às crianças. Lutei contra o desrespeito das máfias das instituições

destinadas à recuperação de adolescentes e coloquei na cadeia assassinos de meni-nos de rua. Assumi essa luta resgatando o meu passado de excluído e recebi reco-nhecimento internacional”, relembra Melo.

O serviço, hoje, é adminis-trado pelo deputado Wagui-nho (PRTB). “Infelizmente, este ainda é um serviço ne-cessário no estado. Ainda temos crianças sofrendo maus tratos dos pais, passando por situações violentas, como fo-me”, acrescenta. Já o deputado Coronel Jairo (PSC), que as-sumiu seu primeiro mandato em 2003, foi inspirado pelos casos de brigas de pitboys em boates e criou a Lei 4.331/04, que determina a instalação de câmeras de circuito interno de monitoramento nas boates, casas noturnas e estabeleci-mentos semelhantes.

cAPA

Defesa garantida e saudadaFotos: Rafael Wallace

“São muitas denúncias do mau funcionamento de equipamentos de parques. Por isso, estas medidas são importantes, porque garantem a valorização da vida”

Deputado Bruno Correia (PDT)

“É importante estar sempre de olho no que a sociedade necessita. No caso de notícias de abuso e violência contra crianças, o Parlamento precisa estar a par, para poder agir”

Deputado Waguinho (PRTB)

“Os projetos de lei apresentados, muitas vezes, ajudam a solucionar um problema com o qual a população convive há muito tempo e tomamos conhecimento por notícias”

Deputada Clarissa Garotinho (PR)

“A mídia exerce um papel importante, que é o de nos manter informados a respeito das principais necessidades da população. É nosso dever estarmos atentos a estas informações”

Deputado Marcelo Simão (PSB)

l Crianças e pitboys em destaque

Chacinas, como a da Candelária (foto), motivaram criação de duas CPIs e de um serviço 0800

Page 9: Jornal da Alerj 238

Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011

A Alerj transformou-se em palco cultural no dia 26. Artistas, escritores e

jornalistas se reuniram no Plenário Barbosa Lima Sobrinho para receber o Diploma Heloneida Studart. Entre os homenageados estavam os atores Marco Nanini e Sylvia Bandeira, as escritoras Thalita Rebouças e Ana Maria Machado e o jornalista Chico Pinheiro, todos premiados por trabalhos realizados em 2010. Foi a primeira vez que a premiação ocorreu na Casa. Fruto de um pro-jeto das deputadas Graça Matos (PMDB) e Inês Pandeló (PT) e da ex-deputada Aparecida Gama, o diploma foi criado em 2009 para celebrar anualmente os destaques da música, do teatro, da televisão, do cinema, da literatura e da dança. A escolha dos agraciados em cada área foi feita por uma comissão composta por membros da Mesa Diretora e da Comissão de Cultura.

“É uma homenagem justa de alguém que deixou saudade. A Helo-neida fez muito pela cultura. Quero agradecer em nome da Alerj”, disse o presidente da Casa, deputado Paulo Melo (PMDB). “Mais do que uma grande política e incentivadora da cultura, Helô, como gostava de ser chamada, foi uma grande mulher”, declarou Graça. Pandeló comple-tou: “O prêmio é importante pela homenagem e por deixar a cultura na pauta do poder público”. Os critérios de escolha dos premiados incluíram as interpretações, a ori-ginalidade da obra ou do trabalho e a preservação das raízes culturais.

“O diploma é importante não só pelo nome da Heloneida, mas por ajudar a preservar a música brasileira, e a quem tanto o Rio deve”, disse o jornalista Chico Pinheiro, premiado por conta do programa Sarau, da Globo News.

Homenageado pela peça de te-atro Pterodáctilos, o ator Marco Nanini disse que estava honrado pela lembrança, já que sua “produ-ção é totalmente carioca”. Escritora infantil que vem arrastando uma legião de jovens para o mundo da leitura, Thalita Rebouças, agra-ciada pelo livro Fala sério, mãe!, também elogiou a premiação: “É uma prova de que o adolescente lê, sim”. Também foram agraciados a escritora Ana Maria Machado, pelo prêmio Príncipe Claus, recebido em 2010 na Holanda, e a atriz Sylvia Bandeira, pela peça As pernas do século. Outros premiados que não puderam comparecer à Alerj envia-ram representantes.

9

Parlamento faz homenagem a destaques das artes

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Cultura em pauta

Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 2011

Cinema, teatro, TV, jornalismo, música e literatura tiveram representantes, como Nanini (primeiro) e Pinheiro, agraciados

TV - Mariana Ximenes (atriz) - destaque como Clara na novela Passione

TV - Mateus Solano (ator) - destaque como os gêmeos da novela Viver a Vida

Programa de TV - Chico Pinheiro (jornalista) – Sarau, da GloboNews

Programa de TV - Regina Casé (apresentadora) – Um Pé de Quê, da TV Futura

Teatro - Sylvia Bandeira (atriz), pela atuação na peça As Pernas do Século

Teatro - Marco Nanini (ator), pela atuação no espetáculo Pterodáctilos

Cinema - Wagner Moura (ator), pela atuação no filme Tropa de EliteCinema - Andrea Beltrão (atriz), pela atuação no filme VerônicaArtes Plásticas - Vik Muniz, pela obra da série The Best of LifeLiteratura - Thalita Rebouças, autora do livro Fala Sério, Mãe!Escritora - Ana Maria Machado, pelo prêmio Príncipe Claus 2010, recebido na Holanda

Música - cantora Maria Gadú

Música - cantor Diogo Nogueira

Dança - Cia de Dança Deborah Colker, pelo espetáculo 4 X 4

Os premiados

Fotos: Mau

ro Pim

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Rio de Janeiro, 16 a 30 de setembro de 20111210

l cURTAS DiREiTOS HUMANOS

O Mecanismo Estadual de Pre-venção e Combate à Tortura, órgão operacional do Comitê

Estadual de Combate à Tortura, visitará unidades de privação de liberdade (que incluem prisões, asilos e colônias penais, entre outras) para detectar situações de risco que atentem contra os direitos humanos e promovam formas de tortura. “Tendo em vista que a tortura está dentro das paredes do poder público, ter um órgão independente que fiscalize o próprio esta-do é um passo eficiente para o sucesso da nossa luta”, afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSol), que preside a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj e, no dia 26, organizou o seminário Panorama internacional de prevenção e combate à tortura.

Durante o seminário, foram realiza-das duas mesas de debate. A primeira, que discutiu o cenário de incidência de tortura no mundo e a forma como os países a combatem, contou com a presença do especialista em combate à tortura e pesquisador em Direitos Hu-manos da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, Conor Foley, que reside no Brasil. Ele parabenizou a Alerj pela instalação do mecanismo.

A necessidade de uma maior par-ceria entre os órgãos para o combate à tortura foi enfatizada por Mario Coriola-no, membro do Subcomitê Internacional para a Prevenção da Tortura da Organi-zação das Nações Unidas (ONU): “É uma

responsabilidade do Comitê Estadual articular-se com as polícias, o Ministé-rio Público, o Poder Judiciário e outros atores para o sucesso neste combate”. Leonardo Rosa, membro da Defensoria Pública do Rio, defendeu mudanças para a aplicação de penas mais pesadas aos torturadores, na mesa que teve como tema Atuação do Estado brasileiro na prevenção e combate à tortura.

Já o subsecretário Adjunto de Uni-dades Prisionais da Secretaria de Es-tado de Administração Penitenciária, Sauler Sakalem, frisou a necessidade de promover o bem-estar do encarcerado tanto nas prisões como após a soltura. Também na segunda mesa, o correge-dor do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), Alexandre Lessa, falou sobre as reformas e a moder-nização ocorridas no órgão desde 2007, com foco na melhoria do dia a dia dos adolescentes detentos, em especial no combate ao vício de drogas e na inclusão dos jovens no esporte.

InfraestruturaCriado pela Lei estadual 5.778/10, o

Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura deverá contar, a partir dos próxi-mos dias, com uma melhor infraestrutura. “Com o apoio do presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), um aliado nesta causa, deveremos dispor de um espaço físico próprio na Casa, uma sala com computadores, para a realização dos nossos trabalhos”, revelou Freixo. O mecanismo é composto de seis membros, representantes de entidades civis, como a Justiça Global, o Projeto Legal, o Tortura Nunca Mais e a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência.

RecordO presidente da Rede Record/Rio de Janeiro, Carlos Geraldo Santana (foto, entre os deputados Alexandre Corrêa, à esq., e Wagner Montes), recebeu, no dia 20, a mais importante condecoração da Alerj: a Medalha Tiradentes. A homenagem foi uma iniciativa do deputado Alexandre Corrêa (PRB). No mesmo evento, também foi concedido o prêmio Barbosa Lima Sobrinho à Rede Record. “O que me motivou a prestar essa homenagem foi o fato de Carlos Geraldo ser um exemplo de profissional. Sem sombra de dúvidas ele deixou um grandioso legado por onde passou”, disse Correa. O deputado Wagner Montes (PDT) acrescentou: “Mais do que um profissional capacitado, ele é uma pessoa comunicativa e amiga. Todos têm acesso a ele”. “Sou fã de sua forma de administrar, que viabiliza o projeto da Record de se voltar para o lado social da notícia”, completou a deputada Rosângela Gomes (PRB).

Defesa CivilA Comissão de Defesa Civil da Alerj, presidida pelo deputado Altineu Côrtes (PR), vai iniciar pelo município de Teresópolis uma série de visitas ao interior do estado com a intenção de levantar os problemas enfrentados pela área. O objetivo é colher informações para um novo Plano Estadual de Defesa Civil. “Vamos buscar as urgências de cada município, tais como a necessidade de equipamentos e a capacidade de treinamento para a formação de mão-de-obra. Queremos ouvir mais do que falar, pois criticar é fácil”, declarou o parlamentar, em audiência no dia 26.

Combate à tortura

Especialista internacional parabeniza Alerj por instalação de mecanismo

Mauro Pimentel

Mauro Pimentel

riCardo Porto

Representantes da ONU estiveram com o presidente da Casa antes dos debates

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Para combater o que foi clas-sificado como “derrame de carteirinhas estudantis falsas

no estado”, uma mudança na forma de concessão desses documentos, que passaria a ser centralizado no Governo – possivelmente na Secretaria de Estado Educação –, foi sugerida no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alerj que investigou as falsifica-ções no estado, presidida pelo deputado Rafael Picciani (PMDB). O documento foi aprovado por unanimidade no dia 26. Para o relator da CPI, deputado Gusta-vo Tutuca (PSB), o primeiro passo na contenção das emissões de documentos falsos é a “chancela do Poder Público”.

“É imprescindível que este benefício seja melhor regulamentado”, disse ele, que defendeu a emissão de um selo para validar os documentos. Tutuca ressaltou a necessidade de que a medida seja precedida pela criação de um banco de dados com a relação de todos os estudan-tes matriculados no estado, nas redes pública e privada. O relatório, de 95 pá-ginas, também antecipa a apresentação de um projeto para criar uma comissão especial que vai tratar especificamente da questão da meia-entrada.

“Este foi um tema que tomou mui-to espaço na nossa investigação e, complexo, necessitará de um apro-fundamento”, disse o parlamentar. O grupo mostrou-se favorável à revisão de regras para garantir o benefício que hoje, conforme salientou Tutuca, “a rigor, não existe”. A vice-presidente da CPI, deputada Myrian Rios (PDT), defendeu o limite etário: “Há uma lei que trata disso, e acho que este é um bom caminho para solucionar este problema que tanto prejudica a cultura no Estado do Rio”.

A deputada Aspásia Camargo (PV), por sua vez, defendeu a criação de uma cota para emissão de meia-

entrada. Para ela, essa medida pode servir como estímulo ao público. “A meia-entrada como um fluxo comple-mentar de demanda pode favorecer os espetáculos que hoje padecem por falta de público”, argumentou. Os deputados aproveitaram a discussão sobre uma comissão especial específica para analisar o aspecto criminal do uso de carteiras falsas. Tutuca lembrou que delegados de Polícia ouvidos pela CPI relataram que não há como responsa-bilizar criminalmente por falsificação porque “as carteirinhas não são consi-deradas documentos oficiais”.

“Temos que definir isso, estabelecer punições”, defendeu o relator. Para Aspá-sia, tratar as falsificações como um “mal menor” é algo distorcido. “A cidade das pequenas infrações é a cidade dos grandes crimes. Uma coisa puxa a outra. Nada é tão inofensivo assim”, disse ela, defendendo uma política de “tolerância zero”. O rela-tório final da CPI passará por votação em plenário nas próximas semanas. Se apro-vado, será enviado ao Ministério Público estadual, à Delegacia de Defraudações, à Câmara dos Deputados, ao Ministério da Educação e às secretarias de Estado de Cultura, Educação e Esporte e Lazer.

511

Relatório final com 95 páginas sugere que Secretaria de Educação centralize o benefício

cARTEiRAS ESTUDANTiS

Fernanda Porto

Fellippo Brando

Central de emissão

As carteiras estudantis devem ser emitidas pelo Governo do estado (especificamente pela Secretaria de Estado de Educação)

Criação de um selo que certifique a autenticidade das carteiras

Preparação de um banco de dados com todos os estudantes cadastrados no estado (redes pública e privada)

Criação de uma comissão especial no Parlamento para tratar da emissão de carteiras estudantis

Estabelecimento de punições criminais para quem pratica a falsificação de carteirinhas

Principais pontos

Aspásia (ao microfone, observada por Tutuca e Myrian) defendeu cotas. O presidente da CPI, Rafael Picciani (detalhe), defende mudanças no documento

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Em comemoração ao Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência

– 21 de setembro –, foi aberta, no Saguão Getúlio Vargas do Palácio Tiradentes, a exposição Viva com Arte. Uma iniciativa da Comissão da Pessoa Portadora de Deficiência, a mostra reúne 18 telas pintadas com a boca – óleo, acrílico e guache – pelos artistas plásticos Jefferson Maia, Marcelo Cunha e Luciano Saurius. “Trata-se de uma preciosidade para as artes plásticas fluminenses. São artistas de uma sensibilidade indiscutível, que estão abrindo novas portas para o cidadão com necessidades especiais”, destaca o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB) (na foto com os cadeirantes, ao centro, entre os deputados Márcio Pacheco, à esq., e Jânio Mendes, do PDT).

Para o presidente da comissão, deputado Márcio Pacheco (PSC), expor o trabalho desses artistas é valorizar a vida e o amor pelas artes. “É uma honra para esta Casa apresentar estas obras e estes artistas à sociedade”, disse o parlamentar.

Amor pelas artessyMone Munay e Paulo ubaldino

ExPOSiçãO

Fellippo Brando

Constituído em 1964, o Parlatino é uma organização regional e pePeru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 – Rio de Janeiro/RJ – CEP-20010-090

Jefferson Maia Figueira é formado em pedagogia e se especializou em psicomotricidade para jogos lúdicos e recreação de crianças portadoras de deficiência. Também foi atleta de natação e é membro fundador do rugby em cadeiras de rodas no Brasil, sendo o melhor defensor brasileiro em 2009 no Rio Quad Rugby Clube. Ficou tetraplégico ao levar um tiro durante um assalto.

Luciano Nascimento Saurius sofreu um acidente ao mergulhar na praia e ficou tetraplégico aos 15 anos. Decidiu pintar inspirado por um dos artistas da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP) e produz suas obras em guache e acrílico. Pinta todos os dias e, assim com os outros pintores, é membro da APBP, instituição com reputação reconhecida por parte das artes e do público em geral.

Marcelo da Cunha ficou tetraplégico aos 21 anos, após ter duas vértebras quebradas ao bater a cabeça durante um mergulho em uma cachoeira. Na ocasião, deixou a profissão de designer gráfico e se tornou autodidata, especializando-se na pintura de paisagens com a boca. "A superação dos limites esteve sempre na minha trajetória. A felicidade está ao alcance de quem tem fé", acredita Cunha.

Conheça algumas obras expostas http://on.fb.me/VivacomArte

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Fellippo Brando