jornal 2ª impressão - março

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Página 11 impressão Uma leitura aprofundada dos fatos 2 a Página 3 1 o Semestre de 2011 - ano 2 - número 5 Jornal laboratório do curso de Jornalismo do Unasp-EC Grupo leva teatro às crianças de Artur Nogueira Página 8 Academias ignoram atestado médico Tecnologia Em muitos casos, o esforço físico pode trazer risco à vida do atleta e das pessoas comuns. Mesmo assim, a análise médica ainda é ignorada pela maioria das academias. Página 6 Unasp terá novo prédio para cursos No campus Página 6 Universitário cresce a cada ano Com a chegada de novos estudantes ao Unasp e o crescimento de Engenheiro Coelho, bairro começa a ser mais beneficiado com programas da prefeitura da cidade. Economia O fenômeno do uso da internet deixa muitas consequências. Umas das que mais cresce em todo o mundo é a comodidade. Antes era necessário se levantar da poltrona para mudar o canal da TV. Surgiu o controle remoto. A máquina de datilografar já não era tão eficiente, surge o computador. Era necessário algo mais, que chamasse a atenção das pessoas sem ter que sair de casa. O computador ganhou internet e jogos. Como se não bastasse, a comunicação via web aparece, com o papel de encurtar a distância entre as pessoas. O fenômeno da inter- net introduz novos ca- minhos. A inovação do comércio é um deles. De acordo com a pesquisa da Boston Consulting Group, o Brasil é líder de negócios de pessoas físi- cas na internet, com 80% de participação no mer- cado na America Latina. Devido ao baixo valor de custo dos computadores a população se alia a este tipo de comércio com mais facilidade. Esse mercado tem um cresci- mento de 1500% ao ano. Mas, será que este meio comercial é realmente seguro? Página 4 Página 10 Cultura Um click , uma compra Página 7

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Jornal laboratório elaborado por estudantes do curso de jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho.

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Page 1: Jornal 2ª Impressão - Março

Página 11

impressãoUma leitura aprofundada dos fatos

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1o Semestre de 2011 - ano 2 - número 5Jornal laboratório do curso de Jornalismo do Unasp-EC

Grupo leva teatro às crianças deArtur Nogueira

Página 8

Academias ignoram atestado médico

Tecnologia

Em muitos casos, o esforço físico pode trazer risco à vida do atleta e das pessoas comuns. Mesmo assim, a análise médica ainda é ignorada pela maioria das academias.

Página 6

Unasp terá novo prédio para cursosNo campus

Página 6

Universitário cresce a cada anoCom a chegada de novos estudantes ao Unasp e o crescimento de Engenheiro Coelho, bairro começa a ser mais benefi ciado com programas da prefeitura da cidade.

Economia

O fenômeno do uso da internet deixa muitas consequências. Umas das que mais cresce em todo o mundo é a comodidade. Antes era necessário se levantar da poltrona para mudar o canal da TV. Surgiu o controle remoto. A máquina de datilografar já não era tão efi ciente, surge o computador. Era necessário algo mais, que chamasse a atenção das pessoas sem ter que sair de casa. O computador ganhou internet e jogos. Como se não bastasse, a comunicação via web aparece, com o papel de encurtar a distância

entre as pessoas. O fenômeno da inter-

net introduz novos ca-minhos. A inovação do comércio é um deles. De acordo com a pesquisa da Boston Consulting Group, o Brasil é líder de negócios de pessoas físi-cas na internet, com 80% de participação no mer-cado na America Latina. Devido ao baixo valor de custo dos computadores a população se alia a este tipo de comércio com mais facilidade. Esse mercado tem um cresci-mento de 1500% ao ano. Mas, será que este meio comercial é realmente seguro?

Página 4

Página 3

Página 10

Cultura

Um click,uma compra

Página 7

Page 2: Jornal 2ª Impressão - Março

Reitor:Euler Pereira Bahia

Diretor Geral:José Paulo Martini

Diretor de Graduação:Afonso Ligório Cardoso

Curso de Comunicação Social-JornalismoCoordenador:Martin Kuhn

O jornal laboratório 2a Impressão é um periódico preparado pelos alunos do

terceiro ano do curso de Comunicação Social-Jornalismo do Unasp-EC, em

cumprimento parcial dos requisitos da disciplina de Jornalismo Impresso.

As opiniões e pontos de vista expressos pelos autores das matérias publicadas neste jornal

não representam necessariamente a visão do curso de Jornalismo do Unasp-EC

ou a posição ofi cial da instituição.

Professor Responsável:Luís Fernando Assunção (Mtb 7854)

Capa e Diagramação:Vinícius Alencar

Coordenadora de Produção:Ketlin Brito

EditoresDeborah CalixtoSchermen DiasVanessa MoraesHidaiana Santos

RepórteresAlex Bussulo

Alysson de OliveiraAna Manoela PereiraAna Paula Rodrigues

Carlla FerminoCarolina Perez

Deni Allison da SilvaEreciano Rodrigues

Fabíola FerreiraJéssica Guidolin

Ketlin BritoLaís de SouzaLucas Silva

Lucas SchultzMarcelo Dias

Pâmela MeirelesQuezia AmorimSalisa MacedoVanessa Costa

Wanderson Isac

FotógrafosAlynne GrellmannBárbara de PaulaDaniele França

Ellen Miranda Silva

Editores de ImagemThierri FariasPaulo Holdorf

EXPEDIENTE:

impressão2a

O jornal está de voltaDa mesma forma que as in-

formações nunca acabam, o jor-nal Segunda Impressão também não. Nesta primeira edição de 2011, alunos do 5º semestre de jornalismo se empenharam com muitos telefonemas, discussões e disposição para produzir as matérias que você lê agora. To-dos os anos, futuros jornalistas do 2º e 3º ano do curso revezam no desenvolvimento deste pe-riódico que conta com quatro edições por semestre. Com as funções distribuídas entre re-pórteres, editores e fotógrafos, todos os estudantes colaboram de alguma forma para o projeto.

A ideia geral é ter um agru-pamento de reportagens e tex-tos opinativos sobre os mais diversos temas, desde assuntos regionais até aqueles que en-volvem toda a sociedade. Cada um aborda o assunto que achar melhor, a única preocupação é não ferir a linha editorial, ou seja, a forma de pensamento do veículo.

Ao fi nal do semestre será feita uma seleção das melhores matérias e estas são reproduzi-das em uma versão impressa do jornal – as edições anteriores são disponibilizadas online, nos sites de ABJ e da Rádio Unasp.

No entanto, antes que qual-quer coisa seja levada para a gráfi ca é bom lembrar que todo um processo tem que acontecer. Desde os primeiros dias da fa-culdade já se ouve falar que o jornalista precisa de muita pa-ciência e lida com imprevistos constantemente. Na confecção deste material não poderia ser diferente e este pensamento é posto à prova. É fonte que de-siste de dar a entrevista, é câ-mera fotográfi ca sem bateria, é estrutura textual sem sentido... Além, é claro, do temido dea-dline que parece estar sempre adiantado.

São muitas as difi culdades, mas um bom profi ssional ou um aluno esforçado sempre conse-gue dar um jeito.

Página 2

e-mail: segundaimpressã[email protected]: (19) 3858-9055/ 3858-9072

opinião

Centro Universitário Adventista de São PauloCampus Engenheiro Coelho

Est. Municipal Pr. Walter Boger, s/n,Fazenda Lagoa BonitaEngenheiro Coelho/SP

CEP: 13165-970 Fone: (19) 3858-9000

www.canaldaimprensa.com.br

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Editorial

impressão2a Março de 2011

Hollywood está sofrendo com a idade. Na última dé-cada, o coração do cinema ocidental começou a sentir o peso dos anos. Seu envelheci-mento destaca-se em um sinto-ma angustiante da indústria cinematográfi ca: a falta de criatividade. E esse diagnóstico deli-cado se agrava ao notarmos a inexistência de algum esforço signifi -cativo que busque reverter a situação. Hollywood já foi sinônimo de origina-lidade, cultura e bom entretenimento. Clássicos foram produzidos e eterniza-dos pelas lentes de talentosos diretores e roteiristas. A década de 80 foi marcada por uma explosão de fi lmes divertidos e originais. Boa parte deles era de qua-lidade. Alguns dos que fi zeram muito sucesso foram “O exterminador do fu-turo”, “Curtindo a vida adoidado” “Ka-ratê Kid”, “Indiana Jones”e “De volta para o futuro”.

Após a fraca década de 90 – que não produziu muitos fi lmes icônicos – a indústria do cinema passou a inves-tir pesado em franquias e adaptações. Essas adaptações, é claro, eram vistas como potenciais séries cinematográ-fi cas. Assim surgiram as trilogias de sucesso como “X-men”, “Piratas do Caribe”, “Bourne”, “Homem-Aranha” e mais um bocado de fi lmes de super--heróis, bruxos e vampiros recheados de ação e efeitos especiais. O cinema de Hollywood o maior e mais famoso do mundo, com investimento de cente-nas de empresas na produção e na dis-tribuição de fi lmes. São criados jogos,

brinquedos, cadernos, roupas, brides e acessórios. E quem paga por tudo isso? Você telespectador, além de ver o fi lme é claro, se vê cercado de produtos espe-ciais. Esse mercado gera muito, muito dinheiro. Para que o cliente não pare de consumir, é preciso agradá-lo. Por isso é necessário saber o que seus consu-midores querem e saciar seus desejos. Hollywood entendeu que seu público quer rever antigos clássicos, mas moder-nizados, e que também deseja ver adap-tações de livros e outras mídias. Deu certo. Como resultado, todo ano aparece essas inúmeras sequências e adaptações que levam milhões de pessoas às salas de cinema e arrecadam bilhões de dóla-res em ingressos e produtos. Embora o lucro seja bom para gerar novas produ-ções, a ganância Hollywoodiana não dá muita chance para fi lmes de qualidade, mesmo com tanto dinheiro entrando nos cofres dos estúdios. Hollywood se tor-nou uma fábrica que não cria, mas re-cicla fi lmes para compensar a aparente preguiça de seus produtores.

Alysson Huf

A eleição de Dilma Roussef como presidenta do Brasil tem sido conside-rada como uma vitória feminina. Ela prometeu valorizar as mulheres e, já no início de seu governo, convocou nove delas para o ministério. Apesar de tudo isso, ainda existe lutas a serem vencidas nessa caminhada de valorização. O sa-lário igual ao do homem, quando ambos exercem a mesma função numa empre-sa, é uma delas.

Outro grande desafi o pela frente é fazer com que a mídia não as conside-re apenas objetos sedutores, itens em minúsculas embalagens e desencadea-doras de fantasias e loucuras. Elas vi-raram, com suas imagens encantadoras, ilustração para publicidade de quase tudo: pneus, carros, móveis, aparta-mentos, etc. Ganhar a vida mostrando o corpo, trabalho feito com uma pitadinha de prostituição, tem sido a realidade de muitas mulheres que brilham nas telas de televisão.

Embora a classifi cação indicativa, que regula a inadequação do que se veicula na mídia, seja contra a produ-ção de peças publicitárias, fi lmes, que colocam a beleza física como condição para que se tenha uma vida mais feliz e aceitação social, o que vemos é a expo-sição feminina, usando a sensualidade e beleza para o comércio. A iconicida-de pretendida a partir de uma imagem feminina, no entanto, nem sempre al-cança o alvo, pois, principalmente aos homens, fi ca retida a fi gura da mulher sendo linda e maravilhosa, mas o pro-duto anunciado fi ca no esquecimento. Um exemplo claro disto, são os co-merciais de cerveja. Mesmo quem não bebe aprecia ver as lindas mulheres re-

petidas vezes e “sem moderação”.O fato de a mídia ter incentivado

essa situação, que qualifi ca as mulheres como objetos participantes de um pro-cesso de venda dos mais variados pro-dutos, fez com que muitas delas buscas-sem por iniciativa própria e avidamente, a glória de serem admiradas como cele-bridades, unicamente pela beleza física.

O falecido deputado federal Clodo-vil Hernandes, em que pese toda a po-lêmica em torno de seu estilo de vida, uma vez se envolveu em forte polêmica ao dizer: “as mulheres fi caram muito ordinárias, fi caram vulgares, cheias de silicone” e que hoje em dia “trabalham deitadas e descansam em pé”. Hernan-des defendia que a vulgarização da ima-gem feminina se devia a elas terem se rendido à tentação fi nanceira mostrando o corpo. Naquela ocasião sua colega de parlamento, Cida Diogo disse ter sido ofendida por ele, pois quando ela ques-tionou sobre a declaração a respeito das mulheres o deputado respondeu: “diga-mos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia”. A briga durou vários dias através da im-prensa e o ponto central era unicamente a beleza.

A mídia passou a ideia de objeto e status de mercadoria para as mulheres e vai continuar assim enquanto alguém não levantar a voz mostrando que os valores oriundos do pensamento capi-talista, que transformam pessoas em bens, são meras aparências ocas e sem consistência satisfatória para uso na ad-ministração social. É na mídia mesmo que pode surgir um contraponto para este absurdo, que faz das mulheres me-ras coisas, que ao envelhecerem podem ser trocadas por outras.

Senhora com poucas ideias Mulher: objeto por opção?Erê Rodrigues

Hollywood está sofrendo com a idade. Na última dé-cada, o coração do cinema ocidental começou a sentir o peso dos anos. Seu envelheci-mento destaca-se em um sinto-ma angustiante da indústria cinematográfi ca: a falta de criatividade. E esse

notarmos a inexistência de algum esforço signifi -cativo que busque reverter a situação. Hollywood já foi sinônimo de origina-

Alysson Huf

A eleição de Dilma Roussef como presidenta do Brasil tem sido conside-rada como uma vitória feminina. Ela prometeu valorizar as mulheres e, já no início de seu governo, convocou nove delas para o ministério. Apesar de tudo isso, ainda existe lutas a serem vencidas nessa caminhada de valorização. O sa-lário igual ao do homem, quando ambos exercem a mesma função numa empre-sa, é uma delas.

Outro grande desafi o pela frente é fazer com que a mídia não as conside-re apenas objetos sedutores, itens em minúsculas embalagens e desencadea-

Senhora com poucas ideias Mulher: objeto por opção?

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impressão2a Março de 2011 Página 3

geral

“Clique aqui para se drogar.” A frase pode parecer ridícula, ou saída de um fi lme futurista, mas é comum aos usuários das dro-

gas virtuais. As e-drugs, drogas digitais, são arquivos de áudio com 5 a 70 minutos de duração, que podem ser baixados na internet. O escapismo ao alcance de um clique, e sem substâncias alucinógenas: apenas sons. Os arquivos, se ouvidos com fones de ouvido, luz apagada e con-centração, podem, supostamente, estimu-lar efeitos de drogas reais.

As opções são muitas: maconha, LSD, cocaína, ecstasy, ópio, haxixe, heroína, ácido, peiote, e até mesmo álcool. Há até simulações do efeito de antidepressivos, sedativos, anestesia e, inclusive, o Viagra. Na internet, sites prometem sensações de euforia, relaxamento, alucinações, surtos de genialidade criativa, orgasmos, maior capacidade de concentração, ou ainda, o estado de transe.

Entre os fornecedores de e-drugs, o mais conhecido é o americano I-doser (www.i-doser.com). Lançado em 2005, o site garante simular efeitos de drogas e gerar variadas sensações por meio de sons. O site não é ilegal, uma vez que vende apenas sons e sua efi cácia não é comprovada cientifi camente. São quase duzentas doses com preços que variam entre R$ 10 e R$ 350. Se com as drogas reais há o contrabando, com as drogas virtuais há a pirataria. A grande maioria dos usuários instala o aplicativo do I--doser ilegalmente e faz download dos variados arquivos de áudio.

O uso das drogas sonoras virou ma-nia no mundo inteiro. Primeiro ganhou os Estados Unidos e a França. Disseminado via internet, rapidamente popularizou-se e já é moda entre os internautas brasi-leiros. Somente na rede social Orkut, as duas maiores comunidades sobre o as-

As e-drugs ganham cada vez mais adeptos. E críticos. Porém, em um contexto no qual tráfi co, dependência química e violência estão interliga-dos ao consumo de drogas, as e-drugs surgem como uma possível alternati-va menos danosa. “As pessoas que-rem soluções para seus dilemas, com sensações confortantes e com menos risco a saúde. Esse é um dos princi-pais motivos para a procura pelas e--drugs”, fi naliza Klein.

Tanto o usuário quanto o dissemi-nador do i-doser não podem ser pu-nidos por ausência de previsão legal quanto à “droga eletrônica”. Porém, suas posturas em comunidades de re-

des sociais e sites em geral podem ser enquadradas como incitação ou apo-logia ao uso de drogas, como preveem os artigos 286 e 187 do Código Penal.

O segredo das drogas sonoras é antigo. Os criadores do i-Doser em-pregam uma técnica que usa sons com ondas binaurais, método descoberto pelo físico e meteorologista alemão Heinrich Wilhelm Dove, em 1839. As frequências binaurais são 99% inaudí-veis, não é o ouvido que as ouve, mas sim o cérebro que as reconhece. Cada vez que o homem expressa um tipo de emoção, seu cérebro produz uma faixa específi ca de frequências. Dessa mesma maneira, o usuário da e-drugs

consegue estimular o seu cérebro a entrar na “faixa” emocional desejada. A técnica de estimulação faz o cére-

bro acreditar que está sendo alimenta-do quimicamente.

Segundo o compositor de sons binaurais Luis Felipe Klein, o ser hu-

mano procura “novas sensações, bri-lhos especiais e realidades paralelas” para sair da rotina. “A função desta tecnologia, conhecida também como Neurodinâmica, é oferecer formas se-guras e saudáveis, para a expansão da sensibilidade”, comenta. Caso duas frequências semelhantes, mas não iguais, sejam reproduzidas em cada um dos ouvidos, surgirá uma terceira frequência. O esforço do cérebro em sincronizá-las provocaria estímulos. Essas batidas são utilizadas, inclusive, em sessões de meditação e em algu-mas músicas.

Mas os efeitos pretendidos através das “drogas” nem sempre são obtidos.

As qualidades emocionais, tipo de frequência empregada, qualidade dos equipamentos utilizados e o consumo de outras substâncias químicas, como a cafeína, são outros dos fatores que cortam a efi cácia das e-drugs. Klein complementa que qualquer pessoa que não apresenta nenhum tipo de do-ença mental (como depressão ou epi-lepsia) ou usuários de droga podem utilizar as e-drugs. “Tudo o que faz bem, com mau uso, pode fazer mal. Por exemplo, se uma pessoa depressi-va for se tratar com frequências entre 6 e 7hz, o problema poderá aumentar. É sempre bom fazer uso com um pro-fi ssional experiente”, afi rma.

sunto somam quase 43 mil pessoas, a maioria de jovens de até 20 anos.

Para o estudante Hamilton Wan-derson, 18, as drogas virtuais são muito fracas. “Quando usei ver-sões de maconha e ópio, espera-va bem mais, mas senti apenas uma zonzeira, ouvi uns baru-lhos exteriores e mais nada.” Frustrado, Hamilton conta que, desde então, não uti-lizou mais as drogas di-gitais. “Não vale à pena, é muito tempo gasto pra nada”, afi rma. Contudo, se para ele não funciona, para outros, pode fun-cionar. É o caso do publicitário e blogueiro Breno Spa-dotto, 21, que se sur-preendeu com os resultados, a princípio pequenos, da dose “Peyote”. “De começo parecia tudo como as outras, corpo mexia para cá, para lá, ondu-lações e algumas visões. Até que eu adormeci, e quando acordei, senti meu lençol molhado de sangue. Meu nariz tinha sangrado bastante. Fui correndo para o banheiro. Quinze mi-nutos depois o nariz voltou a sangrar. Fora o mau-humor que eu fi quei pelo resto do dia depois de ter usado essa dose”, conta Spadotto, em artigo pu-blicado no blog Papo de Homem.

Se as e-drugs fazem efeito para uns e, para outros, nem tanto, isso sig-nifi ca que elas funcionam apenas em determinados organismos, ou é um efeito placebo, em que crer na efi cácia da droga provoca sintomas de funcio-

Droga de computador

Ausência de lei impede punição

Fabíola Ferreira, Laís Macêdo e Lucas Schultz

computadorDrogas virtuais tornam-se febre entre os

jovens que usam a internet

na-mento? A despeito da possibilidade sedutora de poder usar inúmeras drogas e experimentar sensações alucinantes sem nenhum efeito colateral, especia-listas alertam que não há comprovação científi ca na proposta, apenas especu-lação. Para o Dr. Fernando Henrique Iazzetta, livre-docente em Música e Mediação Tecnológica da USP, as drogas virtuais são nada mais do que marketing. “Acho ridículo. Não existe embasamento científi co. Não há pes-quisa que comprove. Não estou di-zendo que não possa acontecer ou que não existe essa possibilidade. Apenas

não há em-basamento para isso”, elucida.

De acordo com a Dra. Sonia Brucki, do Departamento de Neuro-logia Cognitiva da Academia Brasi-leira de Neurologia, “ainda não se tem uma resposta para esta questão. Falta comprovação. Alguns acredi-tam nos efeitos das drogas sonoras; outros, não.” Ao ser questionada so-bre o funcionamento das drogas em

alguns ca-sos, Sonia, que também é neurologista do Hospital das clínicas de São Pau-lo, disse que os efeitos podem, sim, serem sentidos, “mas é tudo uma questão de acreditar”.

I-DOSER

Os efeitospretendidosnem sempresão obtidos

pelo usuário.

Page 4: Jornal 2ª Impressão - Março

comportamentoPágina 4 impressão2a Março de 2011

“Ela começou a me humilhar, dia após dia, e levava toda turma junto com ela. Foram três anos de sofrimento”,

declara o ator e bailarino Eduardo Gar-cia, vítima de Bullying na adolescência que ainda hoje, carrega marcas desse ato que é visto por muita gente como uma brincadeirinha de criança.

O termo bullying tem origem na pa-lavra inglesa bully, que signifi ca valen-tão, brigão. São atos de violência, tanto física como verbal, de forma repetitiva por um mesmo alvo. Sendo ele pratica-do de várias formas desde isolamento por colegas, fofocas, intrigas até psico-lógica, física, sexual, moral e virtual-mente (cyberbullying).

Eduardo se considerava o mais ma-duro da turma. Em vários momentos, quando levantava a mão para fazer uma pergunta em sala de aula, seus colegas o ridicularizavam verbalmente. Isso fez com que ele começasse a se sentir inú-til e afastar as pessoas que eram seus amigos de verdade, por desconfi ar de todos à sua volta.

Segundo Lauro Monteiro, pediatra e editor do site Observatório da infân-cia, o Bullying é uma manifestação de algum problema psicológico ou social. A criança reproduz na escola o que acontece dentro de casa, que pode ser a prática ou a aceitação da violência.

Chamados de bullies os agressores, na maioria das vezes, têm personalida-

de autoritária e a necessidade de estar sempre à frente, dominando, queren-do ou não, necessitando da aceitação do grupo. Isso é uma consequência de uma baixa autoestima demonstrada também pela vítima, por se sentir infe-riorizada e humilhada perante pessoas que a intimidam e se julgam ser “mais fortes”. Ou por não apresentarem ca-racterísticas, denominadas perfeitas, pela sociedade.

Problemas em casa podem agravar a situação da vítima de bullying. O bailarino confessa que a separação dos seus pais e a briga por pensão afetou seu estado emocional que piorava cada vez mais, até descobrir que seu pai não levava seu problema a sério, o que o fez entrar em profunda depressão.

Consequências para a vida

Essas práticas que muitas vezes não são levadas a sério, se não forem inter-rompidas, podem gerar refl exos nega-tivos tanto na vítima como no agressor em sua fase adulta. Dr. Lauro comenta que se não for tratado, o agressor le-vará esse comportamento de “passar por cima dos outros a qualquer custo” para a sua vida, ele pode se transfor-mar naquele que briga no trânsito ou continuar praticando o bullying no ambiente de trabalho (workbullying), outra forma de agressão. E a vítima continuará sofrendo mais, pois levará,

em sua recordação, momentos infelizes na escola.

Este ato pode trazer consequências psicológicas e sociais, até autoagressão e em casos mais extremos o suicídio. O doutor também dá o exemplo de meni-nas que podem desenvolver distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, pois são ou foram ofendidas pelo fato de estarem acima do peso.

Ao apresentarem problemas em seu comportamento, o ideal é acon-selhado frequentar psicólogos e espe-cialistas na área, a fi m de curar esses traumas que a infância ou adolescên-cia deixou. Eduardo ainda continua em tratamento psicológico conver-sando com seu psicólogo sempre que precisa. Só hoje, com 22 anos, está conseguindo completar o ensino mé-dio, pois o episódio alterou e baixou sua autoestima, afetando sua vida estudantil.“O Bullying sempre exis-tiu, mas recebeu nome e notoriedade agora no século XXI”, afi rma Karyne Rios, doutora e psicóloga. “Hoje, há mais espaço para discussão e cons-cientização, ao mesmo tempo em que há espaço também para o incentivo do mesmo, a mídia incentiva o bullying quando exibe programas violentos ou quando apresenta bullies em situ-ações vantajosas sem contextualizar criticamente essas situações”, explica Karyne. A internet facilita a propaga-ção da prática do bullying, por ser pú-

blica e não ter dono, já que a restrição é mínima sobre o que você fala ou faz virtualmente.

O bullying não escolhe classe so-cial, sexo ou idade. Pode ser praticado na escola, em casa e até no local de tra-balho. E pessoas famosas também não escapam disso. “Eu ia me sentar com elas no intervalo, e elas levantavam e iam para outra mesa” declara Taylor Swift, cantora country americana, em entrevista à revista Women’s Health. Ela sofreu esse tipo de problema no co-légio e descobriu na música, uma for-ma de descarregar essa angústia. Outro exemplo é o cantor e ator Justin Tim-berlake, que na época de escola era alvo de gozações por causa dos seus “braços longos” e também por ter, segundo ele, um cabelo estranho e acne. Além de Victoria Beckham, Justin Bieber, Chris Martin, Madonna e muitas outras celebridades que seguem uma carreira artística, onde a exposição é essencial, Eduardo da mesma forma começou a atuar, pois se sente livre de qualquer es-tereótipo e isso anula o sofrimento pelo qual já passou. Quem pratica bullying, comete um ato ilícito perante a justiça, considerado como desrespeito aos prin-cípios constitucionais. O Estatuto da Criança e do Adolescente tem grande peso na defesa das vítimas, pois atos que o violam podem ser denunciados ao Juizado de Menores, diretamente a um juiz ou promotor.

As ofensas consideradas brincadeiras, podem trazer graves efeitos na vida adulta, tanto para o agressor como para a vítima

Bullying é um termo em inglês utilizado para descrev-er atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - tiranete ou valentão) ou grupo de in-divíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de in-divíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em de-terminados momentos com-etem agressões, porém tam-bém são vítimas de bullying pela turma. No uso coloquial “acossamento”, ou “intimi-dação” ou entre falantes de língua inglesa bullying é um termo frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exer-cer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais “fraco”. O cientista sueco -Dan Olweus define bullying em três termos essenciais: o comportamento é agres-sivo e negativo; o comporta-mento é executado repetida-mente; o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes en-volvidas. O bullying divide-se em duas categorias: bully-ing direto; bullying indireto, também conhecido como agressão social. O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão so-cial ou bullying indireto é a forma mais comum em bul-lies do sexo feminino e crian-ças pequenas, e é caracteri-zada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isola-mento é obtido por meio de uma vasta variedade de téc-nicas, que incluem:espalhar comentários; recusa em se socializar com a vítima; in-timidar outras pessoas; ridic-ularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos.

Assédioviolento

Pâmela Meireles e Jéssica Guidolin

Brincadeirade criança, consequência de adulto

Page 5: Jornal 2ª Impressão - Março

geral

Ana Paula Rodrigues e Alex Bússulo

impressão2a Março de 2011 Página 5

Atraso na entrega de kits desagrada aos pais

O inicio do ano letivo foi marcado por uma novidade que benefi-ciou alunos do Centro

Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) residentes em Cosmópolis e Artur Nogueira. Desde 14 de fevereiro, data de volta às aulas, está circulando uma nova linha de ônibus que deixa seus passageiros dentro do campus de Engenheiro Coelho, ao lado do estacio-namento do prédio do ensino superior, atendendo os estudantes do período no-turno.

Qualquer pessoa pode utilizar a li-nha, seja aluno ou morador das proxi-midades do Centro Universitário. Aque-les que estiverem matriculados poderão solicitar uma carteirinha de estudante que lhes dará um desconto de 50% no pagamento das passagens. Para adquiri--la basta procurar a secretaria do ensino médio ou superior do Unasp que o pedi-do será encaminhado para se providen-ciar à carteirinha. Depois de passar por esse processo, basta retirá-la na rodovi-ária do município e fazer as recargas no mesmo lugar, sendo necessário apenas apresentar o controle de frequência ca-rimbado pela secretaria da faculdade.

Rosana Littke, representante da co-munidade universitária de Artur No-gueira e Lucia Kettle, secretária da escola básica e representante da comu-

nidade do bairro universitário, entraram em negociação com a VB transporte e a Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) para que inicialmente essas linhas entrassem no Unasp e de-pois conseguiram trazê-la para o perío-do noturno. Segundo Rosana, a iniciati-va para que essa linha fosse implantada partiu da necessidade crescente da eco-nomia no transporte, devido ao pedágio. Agora a luta é para que também consiga para os períodos matutino e vespertino.

Rosana também afirma que houve dificuldades para a implantação da li-nha. Foi necessária a ajuda dos alunos do 2º ano de administração e ciências contábeis que cursavam a disciplina de estatística. Com o auxilio do professor Robinson Panaino, o grupo realizou uma pesquisa de campo detalhada. O parecer foi encaminhado à empresa, re-latando o perfil e horários dos usuários das linhas em questão.

De acordo com a representante dos universitários de Artur Nogueira, o re-torno dos estudantes só não foi o espe-rado porque a resposta da empresa foi dada apenas no início das aulas. E nesse período em que a informação foi passa-da aos alunos, muitos já haviam assina-do contrato com as vans. Apesar disso, a ideia foi bem aceita e alguns só aguar-dam a chegada da carteirinha. A linha de ônibus possui, em média, 60 usuários

na ida e 25 na volta. Para os alunos que utilizavam as

vans como meio de transporte, a econo-mia foi cerca de 50% ao mês. De um lado se tem o ganho financeiro, porém perde-se um pouco do conforto já que os passageiros têm que se locomover até os pontos de ônibus. Para Regina Rodri-gues, estudante do 2º ano de ciências contábeis, essa foi a melhor coisa que já fizeram, diminuindo os gastos com o transporte.

O carro também era um meio muito utilizado como transporte, alguns com seu próprio veículo acompanhado de amigos e outros que se arriscavam com carona. Quem utiliza seu próprio veicu-lo sabe dos gastos, além de combustível e pedágio, que se tem eventualmente. E a carona nem sempre é garantida.

Para os estudantes que ainda não tiveram a oportunidade de utilizar esta linha devido ao horário, as represen-tantes estão instruindo pais e alunos a ligarem para o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) cujo telefone é (19) 37335000, pedindo uma linha a mais, pois a empresa alega ter que comprar um ônibus para poder disponibilizá-la.

Para aqueles que moram em outros municípios e também desejam tirar dú-vidas de como conseguir este benefício, devem entrar em contato com a EMTU para obter mais informações.

No dia 2 de março o governador Geraldo Alckmin participou da ceri-mônia de entrega simbólica dos kits escolares da rede estadual. Com o intuito de melhorar o ensino nas es-colas, o Governo de São Paulo aderiu à demanda da entrega de materiais escolares para os alunos através de kits compostos por caderno, lápis de escrever, lápis de cor, apontador, bor-racha, régua e mochila. Com o custo individual de R$ 16,82, a Secretaria de Educação informou que foram in-vestidos R$ 72 milhões na aquisição de 1,2 milhão de kits escolares este ano.

Inicialmente a ideia da distribui-ção dos kits surgiu para a população carente. Hoje, todos os alunos têm direito ao benefício. Um dos objeti-vos do projeto “Kit Escolar” é pro-porcionar sentimento de igualdade entre os alunos. Qualquer estudan-te pode recebê-lo, mas é necessário estar regularmente matriculado na escola. Com a ajuda do governo, a renda familiar pode ser aproveitada de outras formas. Para a gerente de vendas Miriane de Oliveira os kits foram indispensáveis para a educação de sua filha, Tania de Oliveira de 10 anos. Miriane afirma que este é o ter-

ceiro ano em que sua filha recebe o kit. “Compro apenas aquilo que não vem acompanhando o kit, mas o gasto é muito menor em comparação com os anos passados, quando gastávamos cerca de R$150,00 com os materiais escolares para minha filha”, conclui.

Mas os alunos da rede estadual ainda não receberam seus kits. Des-contentes e preocupados, pais que dependem do benefício para seus fi-lhos estudarem, reclamaram o atraso na entrega, que na opinião deles, de-veria ocorrer no início do ano letivo. “Já estamos em março e meus filhos não têm todo material para iniciar as aulas. O estado nos cobra o envio das crianças à escola, com a supervisão de assistentes sociais, mas não nos dá suporte em tempo hábil para a ida de nossos filhos”, protesta a cabeleireira Fabiana Felix, mãe de dois filhos. Em algumas escolas os estudantes não receberam kits completos e outros ainda não foram entregues. De acordo com Alia Grellmann, professora do colégio José Aparecido Munhoz, fal-ta cerca de 140 kits. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação de Limeira não respondeu e alegou que um dos responsáveis pela entrega dos kits está de férias.

ÔnibusNova linha facilita vida de universitários

Governador alckmin fez entrega simbólica dos kits no mês de março, mas material atrasou nas escolas

Page 6: Jornal 2ª Impressão - Março

Antes esquecido, hoje valorizado

Página 6 impressão2a Março de 2011

O bairro Universitário, pertencente à cidade de Engenheiro Coelho, está localizado próxi-

mo ao Centro Universitário Adventis-ta de São Paulo (Unasp), e tem apro-ximadamente 25 anos e mais de 1.000 moradores. Nos últimos três anos, a prefeitura tem ajudado nas melhorias para infra-estrutura do bairro. Em 2009 a prefeitura gastou R$ 22 mil com a im-plantação da iluminação que dá acesso ao bairro, e em 2010 gastou cerca de R$ 140 mil com o asfalto da entrada do bairro através de uma emenda parla-mentar com o governo federal.

No ano passado, o Universitário ganhou novos horários de ônibus via-bilizando o acesso às cidades de Artur Nogueira, Cosmópolis e o centro de Engenheiro Coelho.

Para a conquista de novos horários de ônibus, a presidente da Associação dos Moradores (departamento res-ponsável pela água e reuniões locais), Maria Lúcia Barros Kettle, prestou re-latórios a diretoria da VB (empresa res-ponsável pelo transporte da localidade) sobre a necessidade da disponibilidade de mais horários para o transporte.

Através de uma reunião com os re-presentantes da associação dos morado-res e com a prefeita Rosemeire Scholl (PSDB), a empresa implantou novos horários para atender a comunidade. O assessor de imprensa da prefeitura de Engenheiro Coelho, Geziel Januário, disse que a prefeita tem tido boa dis-posição em atender aos pedidos que os responsáveis pela Associação dos Mo-radores do bairro Universitário têm so-licitado a ela.

O asfalto interno do bairro é um pro-jeto da Associação dos Moradores que, através de reuniões juntamente com os proprietários de terrenos e com a pre-

feitura, conseguiram arrecadar a verba necessária para a pavimentação do lo-cal, sendo que os mesmos precisavam com urgência da concretização da obra.

Thiago Prado, morador do bairro há dois anos e meio, diz que as condições em que o bairro se encontrava eram péssimas, pois na época da chuva for-mavam poças complicando o acesso a qualquer lugar. Além disso, a poeira le-vantava e isso proporcionava até alguns problemas de saúde, como rinite, tosse, e difi culdade de respirar para as pesso-as que já possuíam problemas respira-tórios ou mesmo alergias.

A demora em começar as melhorias no bairro ocorreu devido à falta de do-cumentação do mesmo. Apenas no ano passado a preocupação em regularizar os terrenos foi tomada pelos morado-res, e assim as construções passaram a ser regularizadas. Um dos motivos pelos quais a prefeitura não podia aju-dar no crescimento do bairro era a falta de escritura para os terrenos, porque o governo, que é quem viabiliza a verba, não permite investimentos em áreas ir-regulares.

Um proprietário de terreno no bair-ro relatou que para essas novas constru-ções teve que dispor de R$ 5 mil por cada terreno, e só ele teve que desem-bolsar R$ 15 mil devido aos seus três terrenos, para que o asfalto fosse feito. A prefeitura pediu, através de um ofi cio para o governo federal, no fi nal do ano de 2010 a implantação de uma unida-de básica de saúde (UBS), após indi-cação nº 00180/2010 do presidente da Câmara, Walter Aparecido Barbosa de Oliveira (PSDB) e do vice, Edmilson Ribeiro de Souza (PPS) à prefeita Ro-semeire Scholl (PSDB). Esse pedido já foi apresentado ao Ministério da Saúde e tem como valor estimado R$ 200 mil para que a construção aconteça.

Moradores agora pedem um cen-tro de educação infantil. Porém o número de crianças moradoras do bairro, por enquanto, não é o sufi -ciente para que o pedido seja aceito. Também foi criado um plano diretor municipal, para todas as localidades, que tem como objetivo criar uma lei que implantará normas na área de infra-estrutura, para que haja ordem nas construções. Dessa maneira, ha-verá uma área específi ca para cons-truir casas, outra para prédios, ou para área verde. Se isso ocorrer tudo terá seu devido espaço e as documen-tações estarão de acordo com a lei, facilitando a disponibilização de fun-dos da prefeitura de cada cidade para a melhoria do local. Um projeto que busca estruturar a região.

De acordo com Januário, a cidade de Engenheiro Coelho está em se-gundo lugar como a cidade que mais está crescendo no estado de São Pau-lo. Apresenta um aumento de 56%

nos últimos 10 anos, contando com os bairros localizados ao redor do Unasp, totalizando aproximadamen-te 16 mil habitantes.

Simone da Silva, moradora desde 2006 no bairro, era responsável pela imobiliária Galindo, que controla as locações dos imóveis, atualmente localizada no centro de Engenheiro Coelho. Simone conta que houve um grande crescimento em numero de pessoas e de investimento nas cons-truções do bairro.

Muitos dos proprietários de terre-nos não tem só construído casas para aluguel, mas casas para vendas, em uma parceria com o projeto “Minha casa, minha vida”. O local está sendo mais valorizado devido às propostas de melhorias que já foram atendidas e às que estão cada vez mais próximas de serem realizadas como: coleta de lixo, comércio, legalização dos ter-renos, iluminação, asfalto na entrada do bairro, o término da pavimentação

interna, rede de esgoto, calçadas, e outros. Por isso, os investimentos em construções de casas estão cada vez maiores.

Os moradores do bairro são, em sua maioria, estudantes do Unasp ou pais de estudantes que saem de suas cidades para ajudarem seus fi lhos a concluírem o curso. Essa, na visão de Benedito Roberto, é a parte que mantêm o bairro. Para ele o motivo principal do crescimento do bairro é o Unasp, pois a cada ano novos alu-nos têm interesse em estudar e, como precisam de moradia, o primeiro lu-gar a ser procurado é o bairro Uni-versitário. Primeiramente devido ao preço, e, agora, devido à boa estru-tura. Tudo isso leva a prefeitura e o associação de moradores a quererem fazer um bom trabalho para que as condições oferecidas pelo bairro sejam cada vez melhores aos seus moradores. Assim, cooperam com o crescimento do bairro.

Antes esquecido, hoje valorizado

Comércio de lotes e casas cresce a cada

ano com a chegada de novos alu-nos para o

Unasp. Pro-priedades só agora estão sendo regu-larizadas, segundo a prefeitura Universitário

Cidade é uma das que mais cresce

Mônica Andrade Raquel Derevecki

Salisa MacedoMarcelo Dias

cotidiano

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internetimpressão2a Março de 2011 Página 7

A comodidade fala mais alto; as pessoas têm visto na internet a melhor opção de comprar sem precisar sair de casa

A web se tornou um dos meios mais utilizados a fi m de se obter comu-nicação, informação,

entretenimento e trabalho. Devido ao grande avanço desse veículo é possível ver diversas mudanças acontecerem na sociedade. As pessoas estão cada vez mais impacientes e imediatistas. Isso ocorre pelo simples fato de que a inter-net impõe esse modo de vida. A demora de uma resposta de e-mail, a não-res-posta no Orkut, Facebook ou qualquer outra rede social é motivo de impaci-ência ou raiva. A internet revolucionou a sociedade. Fez do homem pensativo, um ser que age pelos desejos. Transfor-mou o ser humano em um ser acomo-dado, resumindo seu esforço físico em apenas alguns cliques.

A sociedade se divide, a princípio, em três gerações distintas. A geração X, Y e Z. A geração atual, a “Y”, é conhecida como a geração da internet. São jovens que tem o caráter ousado, que não medem esforços para conse-guir o que querem e que buscam su-bir na vida o mais rápido possível, por vezes, pulando alguns degraus. Essa nova sociedade busca cada vez mais a instantaneidade, querem lucro sem mui-to esforço e se enquadram nos padrões ditados pela internet. Mas não para por aí. Uma nova sociedade se aproxima. É a geração “Z”. Essa não permite a len-tidão. Pressa é uma palavra-chave. É a geração que mais fará o uso da internet e de suas funções. A internet conseguiu espaço fi xo no cotidiano de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Segundo o F/Nazca, agência de publicidade brasi-leira, em uma pesquisa atualizada no dia 7 de março de 2011afi rma que entre os brasileiros com mais de 12 anos, 54% costuma ter acesso à internet, ou seja, 81,3 milhões de internautas. Os princi-pais locais de acesso para essas pessoas são as Lan Houses (31%), a própria casa (27%), e a casa de amigos e parentes (25%). Isso revela que o uso da internet é abusivo. A tendência é aumentar mui-to mais no decorrer dos anos.

A internet não é apenas um meio em que as pessoas gastam seu tempo com diversão ou trabalho. Em matéria de no-vembro de 2009 da Globo.com (G1), a internet superou a TV como mídia fa-vorita, e os internautas afi rmaram que a internet se torna algo indispensável em suas vidas. Não conseguem viver sem ter um computador ao lado. Esse é o começo de uma sociedade totalmente

dependente da tecnologia. O uso da internet deixa muitas con-

sequências. Umas das que mais cresce em todo o mundo é a comodidade. An-tes era necessário se levantar da poltro-na para mudar o canal da TV. Surgiu o controle remoto. A máquina de datilo-grafar já não era tão efi ciente, surge o computador. Era necessário algo mais, que chamasse a atenção das pessoas sem ter que sair de casa. O computa-dor ganhou internet e jogos. Como se não bastasse, a comunicação via web aparece, com o papel de encurtar a dis-tãncia entre as pessoas.

O fenômeno da internet introduz no-vos caminhos. A inovação do comércio é um deles. De acordo com a pesquisa da Boston Consulting Group, o Brasil é líder de negócios de pessoas físicas na internet, com 80% de participação no mercado na America Latina. Devido ao baixo valor de custo dos computadores a população se alia a este tipo de comér-cio com mais facilidade. Esse mercado tem um crescimento de 1500% ao ano. Mas, este meio comercial é seguro?

A resposta é sim. As empresas que usam o serviço de compra e venda pela a internet disponibilizam-se da tecnolo-gia de segurança SSL( traduzido - ca-mada de sockets protegida) em formu-lários ASP. Essa tecnologia permite que os dados do consumidor sejam cripto-grafados. Ao enviá-los pelo site da em-presa, somente a chave correspondente pode decodifi car o que foi enviado. Sem a tecnologia SSL não é seguro fazer a compra.

Lucas Brasil, estudante do curso de Administração, afi rmou que o processo é seguro e que nunca teve problemas com as compras que fez, inclusive as de supermercados. “A compra é feita normalmente, você escolhe os produtos e a quantidade, o valor é contabilizado e passado no cartão. A vantagem é que você não precisa ir lá para comprar e nem pegar os produtos, é só marcar o horário que eles entregam em sua casa”, explica Lucas.

Na maior parte dos casos, os consu-midores virtuais afi rmam que é muito mais vantajoso comprar pela a internet à ir a loja. Essa é uma das citações que recebe destaque nos depoimentos da-queles que fazem uso desse comércio. Valcenir do Vale Costa, matemático e mestre em Comunicação Social, aponta três motivos básicos que leva as pessoas a trocarem o comércio real pelo virtu-al. Em primeiro lugar, comprar é uma

a t i v i d a d e humana. Isso se torna

uma neces-s i d a d e . Por esse m o t i v o existem as lojas vir-tuais. O acesso ao banco pela internet é ou-tra série de fatores. Em segundo lugar, existe a “Qualidade de Controle” entre consumidor e vendedor. Todo o processo de com-pra é arquivado e apresentado de forma segura ao consumidor. Em último lugar, o alcance que a internet disponibiliza é primordial. Apesar da praticidade, da economia e de outras vantagens, Cos-ta aponta uma possível desvantagem. “Devido essa prática (comércio onli-ne) ter a tendência de aumentar, surgi-rão, quem sabe, os chamados ‘cyber crimes’, melhor dizendo, os ban-didos da internet, mais conhecidos como hackers”, conclui.

O maior número de vendas pela internet acontece no período de festas, principalmente natal e ano novo. A F/Nazca, em uma pesquisa feita em 2007 e 2008, chegou a conclusão de que os artigos mais comprados no online são respectivamente os eletrônicos (11%), os livros (6%) e os eletrodomésticos (5%). Nesse período (2007, 2008) os internautas tinham medo de comprar virtualmente, por diversas razões. Al-guns deles são o medo de o produto não chegar, ter em mãos um produto errado ou ainda, o produto não funcionar. A porcentagem de consumidores virtuais era de apenas 23%.

O Brasil, em 2009, liderava o tempo médio gasto na internet. Em julho do mes-mo ano, o tempo médio era de 48horas e 26 minutos, considerando apenas nave-

ga-ç ã o em sites. Com a utiliza-ção de redes sociais e jogos eletrônicos, esse tempo chegou às 71horas e 30 minutos. O matemático Valcenir Costa dá a dica de que antes de comprar algo online, é preci-so visitar uma loja pessoalmente para verifi car o produto. A compra deve ser realizada pela internet para um me-nor custo. Se os cuidados necessários forem tomados na hora da compra, como a checagem de segurança que a

empresa fornece, é preferível que se acomode na poltrona e desfrute das regalias que internet possibilita.

TECNOLOGIA.COM As facilidades das compras on line

Wanderson Isac A. Pereira

Page 8: Jornal 2ª Impressão - Março

ArquiteturaNovo curso, novas oportunidades

A lista de pré-requisitos para implantação de novos cursos em uma instituição de ensino

superior é imensa. Além de uma ex-celente estrutura técnica, a faculdade tem que prezar também pela quali-dade de serviço. A implantação de novos cursos depende de protocolos preenchidos no sistema do e-MEC, Sistema eletrônico de acompanha-mento dos processos que regulam a educação superior no Brasil. O Mi-nistério da Educação, vai até a insti-tuição e faz uma avaliação com suas exigências e, se estiver de acordo

com as exigências, o curso é aprova-do. A aprovação é divulgada no Diá-rio Ofi cial, onde a instituição poderá abrir o processo seletivo.

O Centro Universitário Adven-tista de São Paulo (Unasp), campus de Engenheiro Coelho, já passou por esse processo. Os últimos cursos implantados foram sistemas para in-ternet, que começou com 17 alunos e hoje está com 89, e o curso de his-tória, que inicia o semestre com apro-ximadamente 44 alunos e atualmente 79 discentes estão matriculados. His-tória começou em fevereiro de 2010 e Sistemas para Internet no segundo

semestre de 2009.Agora, o Unasp prevê para o mês

de agosto a implantação do curso de aArquitetura e urbanismo, o mais novo curso da grade. A espera por este curso trouxe alunos ao Unasp desde o ano passado, caso do estu-dante Bruno Cesar que, ao infor-mar-se da chegada de arquitetura, instalou-se no campus cursando en-genharia civil. As grades curriculares de ambos os cursos são próximas e Bruno pretende transferir-se para o curso de arquitetura.

Para alguns alunos, a possibilida-de de somar arquitetura e urbanismo

aos estudos é uma forma de melhorar o currículo e, devido a essa interdis-ciplinaridade, o curso de arquitetura desperta a atenção dos futuros enge-nheiros do Centro Universitário. “A arquitetura completa o que falta em engenharia civil, a noção arquitetôni-ca de uma obra,” explica a aluna do terceiro ano de engenharia civil, Wâ-nia Moraes.

Para Wânia esse conhecimento é repassado de forma superfi cial numa graduação. “O ideal é fazer todo o curso para aumentar não apenas o currículo, mas também a qualidade de serviço prestado como profi ssio-

nal”, revela a aluna.No entanto, o tempo a mais na

faculdade para fazer uma segunda graduação, diverge as opiniões dos alunos. Segundo o estudante do últi-mo ano de engenharia civil, Maurí-cio Freitas, existe uma relação muito próxima entre o curso de engenharia civil e arquitetura. Em sua opinião, o ideal seria ter uma grade de seis anos para graduar-se em ambos os cursos, sistema implantado na Universidade de São Paulo (USP). “O estudante não enfrentaria mais alguns anos na faculdade para sair especializado em arquitetura,” argumenta Freitas.

no campusPágina 8 impressão2a Março de 2011

Carolina Félix e Vanessa Lemes

curso de arquitetura.Para alguns alunos, a possibilida-

de de somar arquitetura e urbanismo

curso para aumentar não apenas o currículo, mas também a qualidade de serviço prestado como profi ssio-

não enfrentaria mais alguns anos na faculdade para sair especializado em arquitetura,” argumenta Freitas.

Prédio terá doze salasCurso novo, prédio novo. A chegada do

curso culmina com a entrega de um novo prédio que está sendo construído ao lado do edifício que abriga os doze cursos disponí-veis no centro universitário. O prédio terá doze salas, duas coordenações e mais duas salas para estágio. Com exceção do curso de arquitetura e urbanismo, ainda não há confi r-mação de outros cursos que funcionarão no novo prédio.

O coordenador e professores do novo cur-so ainda não foram escolhidos. A análise de currículos e a capacitação necessária para o corpo docente e coordenação do curso ainda estão em processo. De acordo com o dire-tor acadêmico do Unasp, Afonso Cardoso, já existe procura para este curso. “A procura é quase que diariamente. Este curso vai aten-der uma demanda que está desejosa para en-trar no ensino superior. Com a qualidade de nossos cursos e com o aquecimento do mer-cado nesta área, teremos duas turmas para iniciar,” comemora.

Reconhecimento

O crescimento da grade de cursos do Unasp tem relação com o reconhecimento de alguns cursos que tem representado a insti-tuição com sucesso. Jornalismo e direito, por exemplo, são cursos que já têm titulações de reconhecimento. No ano de 2006, jornalis-

mo fi cou em 2º lugar no Exame Nacional de Desenvolvimento Estudantil (Enade). E, em 2009, direito obteve mais de 80% de aprova-ção na primeira fase da prova da ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ambos os re-sultados foram conquistados no território de São Paulo.

O Unasp possui 12 cursos, são eles: admi-nistração, ciências contábeis, comunicação social, direito, educação artística, engenha-ria civil, história, letras, pedagogia, tecno-logia em sistemas para internet, teologia e tradutor e intérprete. E quem ganha com isso é o estudante que pode escolher transferir-se para outro curso com qual tenha mais afi ni-dade.

É o que pretende a estudante Jéssika Ca-brera. Ela faz pedagogia, mas pretende cur-sar arquitetura. Acredita que o curso de ar-quitetura do Unasp lhe dará uma boa base profi ssional, pois sabe que o curso de enge-nharia proporciona experiência e preparo aos alunos. “Porque o Unasp já tem um curso de engenharia. Eles irão investir nos alunos do primeiro ano,” acredita.

Com tantas mudanças, fi ca mais fácil se adaptar as exigências do mercado quando se é fl exível na busca pelo conhecimento. A comunicação mudou, o consumidor mudou, os estilos mudaram, cabe a nós descobrir a melhor forma de nos associarmos a esta nova realidade.

Unasp está construindo prédio para receber curso de arquitetura e urbanismo, já para o próximo mês de agosto

Page 9: Jornal 2ª Impressão - Março

saúdeimpressão2a Março de 2011 Página 9

Síndrome não élimitadora

Fundada há sete anos pela diretora executiva Arlete de Lima Michelon, a As-sociação de Pais e Amigos

do Autista da Baixa Mogiana - Fonte Viva tem como principal objetivo, com base na Núcleo de ensino e socializa-ção do Autista, ajudar no desenvolvi-mento psicossocial de crianças por-tadoras do distúrbio conhecido como autismo. Hoje a escola é reconhecida pelo MEC e atende não só Mogi Gua-çu, mas toda região. O incentivo para a criação desta associação nasceu da ne-cessidade dos próprios fundadores. Ar-lete possui um fi lho autista e revela que a ideia de fundar a mesma se originou devido às escolas especiais situarem--se em outras cidades da região, o que tornava o processo mais caro e exaus-tivo. Com a ajuda de pais que também possuíam fi lhos autistas o projeto pôde sair do papel. Segundo a diretora, du-rante o desenvolvimento do projeto o autismo não era muito discutido pelos veículos de comunicação e pouco con-teúdo especializado era encontrado, o que a levou a procurar conhecimento no exterior.

Atualmente a associação pos-sui vinte alunos com idades entre 3 a 12 anos, número reduzido devido à estrutura da associação, que é peque-na e precisa de ajuda para aumentar o atendimento, pois não tem fi ns lucrati-vos. Há uma numerosa lista de espera, pois atualmente auxilia também outros municípios como Mogi Mirim, Estiva Gerbi e Itapira.

Na Fonte Viva, o foco principal é a estimulação da linguagem por meio de livros, brinquedos educativos e so-cialização, sempre respeitando a idade e o avanço individual mediante ao tra-tamento. A equipe é multidisciplinar e atende integralmente aos alunos para que todo o tempo seja aproveitado evi-

tando crises supostamente ocasionadas por falta de atividades.

O trabalho desenvolvido pela associação é de suma importante para os portadores de autismo e necessita que os profi ssionais envolvidos atuem com o lado emocional. “O fator princi-pal que nos move é o amor e a paciên-cia”, revelam as pedagogas Ana Elisa de Campos Abreu e Elaine Aparecida Pereira.

É necessário um treinamento espe-cial para trabalhar com autistas e, de-vido a essa e outras exigências, ajuda voluntária não é autorizada.

Doações de brinquedos e alimentos também não são aceitos. Os brinque-dos utilizados pelos alunos precisam ser especiais e as refeições são balan-ceadas. Cada aluno gera, em média, um custo de dois mil reais por mês. Portanto, a ajuda fi nanceira é a melhor forma de colaborar com a escola, uma vez que a verba é revertida para as ne-cessidades especiais dos próprios alu-nos, além de ajudar nos custos para a manutenção da escola.

O termo autismo foi citado pela primeira vez em 1943, por Leo Kanner, onde se concluiu que a con-duta da comunicação era classifi cada como comprometida. Há maior in-cidência no sexo masculino e possui diversas características: em alguns casos não há expressão facial e nem foco no olhar quando conversa, o au-tista prefere o isolamento inibindo a fala, o que difi culta a interação social. A fonoaudióloga Aline Jenny Favareto Nogueira afi rma que em muitos casos, principalmente na infância, o autismo é confundido com a surdez, mas o que existe na verdade é uma falta de inte-resse da própria criança em se comuni-car, muitas vezes, por não precisar ou por usar seus pais como ferramentas para a realização de tarefas.

“A leitura após certa idade distrai excessiva-mente o es-pírito humano das suas re-flexões cria-doras. Todo homem que lê demais e usa o cére-bro de menos adquire a preguiça de pensar.”

AutismoAtenção e carinho

para tratar

Deni Allison

O autismo não limita nenhuma atividade. Que o diga os famosos que consiguiram driblar o distúrbio e se destacar no mundo acadêmico ou artístico. Temple Grandin, por exem-plo, nasceu em 1947 e foi diagnosti-cada como autista aos dois anos. É PHD em Ciência Animal e profes-sora da Universidade do Colorado. Grandin oferece várias palestras so-bre autismo além de ter escrito al-guns livros sobre a sua experiência como autista. Inventou a “Squeeze-Machine” (“Máquina do aperto”) para ajudá-la nas suas dificuldades sensoriais. No seu livro “Thinking in Picture” Grandin relata que a sua primeira língua foi visual e como esta experiência a ajudou profis-sionalmente.

A Grandin diz que conseguiu suc-esso graças às oportunidades de men-tores na escola e o apoio da família, principalmente o da mãe. Sua mãe publicou um livro “A thorn in my pocket” sobre sua experiência de criar uma criança autista em um tempo que as mães eram consideradas culpadas pelo autismo dos fi lhos e suas crian-ças eram encaminhadas para uma in-stituição por não existir cura.

Outro autista famoso foi Thom-as Jefferson - mencionado no livro Diagnosing Jefferson, de Norm Ledgin, como tendo possivelmente Síndrome de Asperger. Ele foi pres-idente dos Estados Unidos de 1800 a 1808. Nasceu em 1743 na Virgínia (EUA). Formou-se em Direito. Em 1776 redigiu a Declaração da Inde-pendência. Foi vice-presidente e, em 1800, eleito presidente e re-elei-to novamente em 1804. Casou-se e

teve filhos. Morreu em 1826. Algu-mas de suas frases: “Quando ner-voso, conte ate dez antes de falar; Se você estiver muito nervoso, até cem.” “Os dois princípios a que nossa conduta com os índios deve ser fundada são a justiça e o medo. Depois do sofrimento que causamos a eles, não conseguem nos amar...” (Thomas Jefferson para Benjamin Hawkins, 13 de agosto de 1786).

Albert Einstein também era autis-ta. Ele nasceu na Alemanha em 1879 e tinha a Síndrome de Asperger. Foi um grande cientista e desenvolveu as duas teorias da relatividade (a restrita e a geral). Einstein só falou aos três anos e repetia frases para ele mesmo até os sete anos de idade. Nunca foi considerado um gênio na infância, al-iás, tinha algumas difi culdades: prefe-ria brincar sozinho não se socializava bem. Apesar de ser tranqüilo tinha rompantes de insatisfação.

Foi casado duas vezes e teve dois filhos no primeiro casamento. Em 1922, recebeu o prêmio Nobel de Física. Em 1933, temendo os nazis-tas por ser judeu, mudou-se para os Estados Unidos, onde se tornou ci-dadão americano em 1940. Foi pro-fessor da Universidade de Princeton. Seus alunos tinham dificuldades de acompanhar suas classes (segundo Temple Grandin por que ele pen-sava visualmente e os outros não o acompanhavam). Morreu em 1955 de um ataque cardíaco. Foi eleito pela Revista Times Magazine como per-sonalidade do século pelo seu desco-brimento. “O único homem que está isento de erros, é aquele que não ar-risca acertar”, dizia.

Associação de Mogi Guaçu cuida de crianças de toda a região que tenham

esse tipo de distúrbio

Page 10: Jornal 2ª Impressão - Março

Página 10 impressão2a Março de 2011

cultura

Se não fosse pela enorme placa descrevendo os seus “moradores”, uma casa do bairro Ricardo Duzzi em

Artur Nogueira, passaria despercebi-da. A casa em questão é o local em que os integrantes do Movimento Cultural Brincantti se encontram para ensaiar e desenvolver espetáculos e intervenções teatrais. Segundo a diretora do grupo, Elaine de Queiroz, 31 anos, trinta pes-soas, em média, formam a equipe do Brincantti.

O grupo existe desde 2004 e surgiu de uma festa. Elaine, juntamente com a equipe do adormecido grupo “O Fingi-dor”, precisava de dinheiro para pagar direito autoral de uma peça que seria apresentada num festival. Para anga-riar a quantia necessária, decidiram re-alizar uma festa. O nome da festa era Brincante. A festa deu certo, o direito autoral foi pago e, da balada, surgiu o Movimento Cultural Brincantti.

Como já existia um grupo em São Paulo chamado Brincante, Elaine acres-centou um “t” ao nome e substituiu a letra “e” pelo “i”. Segundo a diretora, brincante é aquele palhaço de rua que anima as pessoas.

Quando questionada sobre como administra e coordena o grupo, Elaine disse que é difícil e muitas vezes fi ca impossível cuidar de tudo sozinha. Ela delega funções para os integrantes do grupo e cada um passa a ter uma responsabilidade. Além de atuarem, as pessoas que formam o Movimen-

to Cultural Brincantti realizam tarefas paralelas ao teatro. Entre estudantes de jornalismo, publicidade e instrutor de informática, existem atores que levam alegria em suas performances.

Antes de existir a casa Brincantti, os materiais usados nas peças teatrais eram guardados em lugares diferentes, eram distribuídos nas residências de cada um dos atores. O espaço existe há um ano e é zelado pelo próprio grupo. “O grupo precisava de um local para ensaiar, ter ideias e guardar os materiais”, explica o ator Celso Ricardo Lauro, 24 anos.

O Brincantti não é formado apenas por mulheres. Os homens também es-tão presentes na composição. A atriz Heloisa Faria Nascimento, 23 anos, concorda com Celso quando ele diz que o “ator não pode ter preconceito”. O grupo garante que não existe discri-minação e preconceito e todos se enten-dem. Há membros de idades diferentes e isso, segundo os atores, só enriquece as apresentações que a equipe realiza.

Os atores ainda não conseguem vi-ver apenas do teatro. Todas as despesas de manutenção da casa e realização de peças teatrais são bancadas pela equipe. O dinheiro investido nos espetáculos te-atrais é gerado pelas baladas que o gru-po promove. Elaine garante que as pes-soas não possuem o hábito de irem ao teatro. Muitos preferem fi car em casa assistindo televisão, por ser mais práti-co. “A praticidade que o mundo atual impõe faz com que as pessoas fi quem em casa e não prestigiem a cultura da

cidade”, explica Elaine.A diretora vê nas crianças o futuro

da cultura. Para ela, é fundamental in-vestir nas crianças e despertar nelas o gosto pelo teatro e pela cultura em ge-ral.

O Brincantti revela-se diferente, por não ser apenas um grupo de teatro. O próprio nome “Movimento Cultural Brincantti” revela cultura que prega. Ou seja, não fi ca engessado apenas no teatro, mas realiza arte de todas as for-mas possíveis. Além de espetáculos, o Brincantti realiza intervenções em eventos da cidade. Para ilustrar: duran-te o concurso Miss Artur Nogueira Mi-rim, alguns integrantes do Movimento Cultural apresentaram cenas do fi lme “Alice no País das Maravilhas”. Essas cenas eram intercaladas no decorrer do evento.

Grupo estabelecido em Artur Nogueira surgiu depois de uma festa para angariar fundos

De balada a movimento cultural

Hidaiana Santos

O Brincantti está com vagas

abertas para curso de teatro.

Com duração de 9 meses, as

aulas serão ministradas na Casa

Cultural Brincantti. O custo é de

R$ 50,00 mensais.

Informações e matrículas (19)

9106-9316 (Heloísa)

Rua Luciano Antonio Carmona,

688 – Bairro Ricardo Duzzi

Curso

Page 11: Jornal 2ª Impressão - Março

Lucas Rocha

saúde e bem-estar

Academias e médicos ignoram a importância do laudo médico para atividades físicas

impressão2a Março de 2011 Página 11

A prática regular de exercícios físi-cos é recomendada por médicos para se manter uma boa saúde. Com este obje-tivo, muitas pessoas procuram uma aca-demia para manter o corpo em forma. Mas a prática de qualquer atividade físi-ca sem o aval de um médico pode trazer resultados contrários ao esperado. Em certos casos, o esforço físico pode tra-zer risco à vida do atleta. Mesmo assim, a análise médica ainda é ignorada.

A academia Corpo in forma, locali-zada no município de Artur Nogueira, SP, por exemplo, aceita alunos sem o aval médico. Para iniciar a prática físi-ca, basta ao atleta pagar a taxa de ma-trícula e a mensalidade no valor total de R$ 67,00. Nem mesmo a apresen-tação de documentos como o Registro Geral (RG) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF) é requerida no momento do cadastro. O atestado médico é soli-citado apenas em casos onde existem doenças cardíacas na família. Forma-do em Educação Física, Márcio Metz repudia a posição da Corpo in forma. “O atestado é necessário para todos que fazem musculação. Não só para a musculação, como qualquer atividade física. Se o aluno não apresenta, ele

pode se prejudicar”, pondera.Todavia, somente o atestado não

representa nada. O documento assina-do pelo médico só tem valor se a ava-liação for completa, o que nem sempre ocorre. O estudante Arthur Souza, 20, já recebeu o aval médico para práticas esportivas sem ser avaliado. “O doutor apenas olhou para mim, perguntou mi-nha idade e assinou o atestado”, relata Souza. Na época, Souza treinava regu-larmente no Lance Livre, uma escola de Basquete de renome em Brasília - DF, e nunca sentiu nenhum incômodo no coração. Na prática, o documento não fez diferença em sua vida.

Entretanto, o cardiologista Paulo Sanches alerta que o exame deve ser feito da mesma forma que se escolhe um carro usado para a compra. Primei-ro olha-se o para-choque, a pintura, as rodas. Depois, vem o test-drive, onde se procura forçar o motor do carro para ver qual a verdadeira potencia. Não adianta apenas olhar o exterior, é necessário observar a capacidade do coração. Segundo Sanches, “o atesta-do não é o principal. Tem médico que dá, mas não vale nada sem os exames”. A Sociedade Brasileira de Cardiologia

Academias sem atestado médico

(SBC) aconselha quais exames devem ser realizados antes da prática esporti-va por meio de suas Diretrizes Nacio-nais. Mas se todos procurarem o aval de um médico na rede pública provo-caria um “aumento considerável na fi la para atendimento, mas não é um bicho de sete cabeças”, esclarece Sanches, que atende pela Prefeitura de Enge-nheiro Coelho - SP.

Segundo as Diretrizes da SBC, toda pessoa de 0-35 anos, antes de iniciar qualquer atividade física, precisa, no mínimo, passar por uma avaliação clí-nica além de um exame de eletrocar-diograma. A consulta e o exame podem prever doenças congênitas que matam.

Para pessoas com mais de 35 anos, além do eletrocardiograma, é recomendado um teste ergométri-co. No teste ergométrico, o atleta é submetido a um esforço físico onde é diagnosticado restrições do corpo em relação a atividades de maior in-tensidade. Para fumantes, diabéticos e hipertensos é recomendado o teste de esforço físico de forma prematu-ra, portanto antes dos 35 anos. Mas até atletas e assintomáticos precisam passar pelo exame.

Morte em campoUm caso famoso de morte súbita durante a prática esporti-

va é o do jogador Serginho, 30, que sofreu uma parada cardior-respiratória em 2004 na partida entre São Caetano e São Paulo. Depois de ser socorrido ainda dentro de campo, Serginho foi levado com vida ao Hospital São Luiz. Porém, 40 minutos após dar entrada no hospital, Serginho faleceu. Sílvio Luiz, goleiro do São Caetano na época do incidente, disse à imprensa que os exames de seu companheiro de clube haviam acusado um prob-lema, porém existia “1% de chance de haver algum problema”. Porém, Paulo Forte, médico do clube, negou à justiça ter recebido qualquer laudo que alertava para o risco do jogador continuar sua carreira. Como consequência, o processo foi instaurado e, poste-riormente, arquivado.

No caso de uma academia de musculação, deve-se apresentar um atestado médico que comprove não só a capacidade cardio-vascular, como também a situação muscular e óssea do atleta. Pela classificação dada pelo especialista nesses exames é pos-sível personalizar os exercícios de musculação. Caso contrário, se a pessoa levantar um peso que o seu músculo não suporte ele pode ter uma lesão muscular, por exemplo. Para o tratamento de qualquer lesão provocada pela prática de exercício físico, o atleta pode processar a academia por negligência. Por isso, é impre-scindível a apresentação de atestado médico e a orientação de um profissional de Educação Física durante a prática esportiva. Para Metz, quem não conseguir uma classificação suficiente para entrar em uma academia de musculação pode recorrer a outros esportes, ou por uma carga menor de exercícios. O importante é o atleta respeitar o próprio corpo.

Faça certo

Qualidade de vida

A prática de atividade física deve ser sempre indicada e acompanhada por profissional qualificado, incluindo mé-dicos, fisioterapeutas e profissionais de educação física. Caso sinta algo difer-ente, informe ao responsável.

Evite fazer atividades físicas a céu aberto em horários muito quentes. Se for inevitável, prefira ambientes con-dicionados ou diminua a intensidade do exercício. E não se esqueça de usar protetor solar.

Hidrate-se antes, durante e após a ativ-idade. Recomenda-sea ingestão de 200 mililitros de água a cada 20 minutos

de exercício. Se a atividade for intensa e exceder 40 minutos, é recomendável fazer uso de alguma fonte de car-boidrato (pode ser em gel) ou consumir bastante bebidas isotônicas.

Use roupas leves e com tecidos que facilitam a transpiração (dry fit, por exemplo). Se a atividade for ao ar livre, não esqueça o boné.

Pare se seu corpo sinalizar. Às vezes, por conta da alta temperatura, o rendi-mento cai, a pressão cai. Quando sentir um cansaço maior que o habitual ou sentir-se fraco, interrompa a atividade física imediatamente.

A atividade física consiste em exercí-cios bem planejados e bem estrutura-dos, realizados repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o nível de energia, a disposição e a saúde de um modo geral.

O que preciso ressaltar é o investi-mento contínuo no futuro, a partir do qual as pessoas devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia-a-dia, como subir escadas, sair para dançar, praticar atividades como jardi-nagem, lavagem do carro, passeios no parque. A palavra de ordem é movi-mento.

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