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Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu 22 a 24 de maio de 2014 Apoio:

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Jornada de Nutrição da Unesp de Botucatu

22 a 24 de maio de 2014

Apoio:

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COMISSÃO ORGANIZADORA

DOCENTES

Profa. Dra. Flávia Queiroga Aranha

Prof. Adj. Reinaldo José da Silva

Profa. Dra. Luiza Cristina Godim Domingues Dias

(Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição)

DISCENTES

Ana Flávia Delforno

Ana Flora Silva e Gustavo

Andréia Pereira de Souza

Ângelo Thompson Colombo Lo

Bianca de Freitas Damaceno

Bianca Guerra Bueno

Camila Pereira Sorroche

Cecília Lume de Carvalho Marciano

Fernanda Caroline de Oliveira Arruda

Fernanda Panegossi Gonçalves dos Santos

Fernanda Solis de Plato

Fernanda Thomaz

Gabriela Ribeiro Batista

Henrique Mesquita Coelho

Karina Lie Utiaque Narimatsu

Larissa Godoy Gonzaga de Souza

Larissa Silva Pinho Caetano

Letícia de Godoy Redígolo

Letícia Garcia Vasconcelos

Letícia Patrocínio de Oliveira

Letícia Schorr Calicchio

Maria Beatriz Dorigan Marcellino

Raphael Monteiro de Araújo

Victor Mattar Neto

COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Marcos Ferreira Minicucci

Profa. M.Sc. Daniela Salate Biagioni Vulcano

Profa. M.Sc. Marina Nogueira Berbel Bufara

Profa. Dr. Paula Schmidt Azevedo Gaiolla

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TRABALHOS INDICADOS PARA CONCORRER AO PRÊMIO DE “MELHOR

TRABALHO DE GRADUAÇÃO”

Correlação entre a porcentagem de gordura corporal aferida por

antropometria, bioimpedância e DEXA em pacientes cirróticos com

encefalopatia hepática. BATISTA, G. R.; AUGUSTI, L.; ROMEIRO, F. G.;

SANTOS, L. A. A.; FRANZONI, L. C.; DORNA, M. S.; CARAMORI, C. A.

(p.46).

Avaliação do conhecimento e alterações séricas de potássio após

educação nutricional em pacientes em hemodiálise crônica. DA SILVA, A.

L. L. M.; CIVITATE, J. P.; FONSECA, A. H. C.; ZARDETO, F.; CARAMORI,

J. C. T.; BARRETI, P.; VANNINI, F. C. D.(p.52).

Efeito do licopeno sobre o estresse oxidativo, processo inflamatório e

resistência à insulina no tecido adiposo de animais com sobrecarga

nutricional. IMAIZUMI, E; PRESTI P. T.; MIRANDA, N. C. M.; PIERINE, D.

T.; CORREA, C. R.; FERREIRA, A. L. A.; LUVIZOTTO, R. A. M. (p.57).

TRABALHOS INDICADOS PARA CONCORRER AO PRÊMIO DE “MELHOR

TRABALHO DE PÓS-GRADUAÇÃO”

Avaliação nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de

pacientes submetidos a gastroplastia - estudo comparativo. CAMARGO,

B. A.; DAGHER, O. F. M. (p.70).

Teores de nitrato em espinafres orgânicos e convencionais submetidos a

processamento térmico. LOZANO, M. G.; COSTA, S. M.; LIMA, G. P. P.

(p.80).

Restrição nutricional materna e dieta hiperlipídica alteram o metabolismo

de gordura e glicose na prole adulta e sofrem influência do peso ao nascer.

PINKE, C. A. E.; SANTOS, F. P. G.; TERUYA, T. S.; LO, A. T. C.; FREITAS,

M. P.; BURATINI JUNIOR, J.; MACHADO, M. F; SARTORI, D. R. S. (p.87).

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XII JONUB

Jornada de Nutrição da UNESP de Botucatu 22 a 24 de maio de 2014

SUMÁRIO

HIGIENE E LEGISLAÇÃO DOS ALIMENTOS...................................................................................................................................... 1

Qualidade microbiológica do “churrasco grego” (kebab) comercializado na região do centro da

cidade de São Paulo. KATSURAYAMA, A. M.; PLANAS, P. M.; ZANUTTO, M. R.; DANTAS, S. T. A.;

BONSAGLIA, E. C. R.; RALL, V. L. M.........................................................................................................................................................

2

Resultados da aplicação de Check List sobre “Inspeção de Boas Práticas” em Centros de

Educação Infantil da rede municipal de ensino de Botucatu-SP. FERRARI¹, F. Z.; TUON, J. S.;

HERRERIA-SANTOS, N.; TRINDADE, J. M. M. N.; ARANHA, F. Q. ....................................................................................

3

Avaliação do conhecimento de manipuladores de alimentos sobre Boas Práticas de

Fabricação. FERRARI, F. Z.; HERRERIA-SANTOS, N.; TRINDADE, J. M. M. N.; TUON, J. S.;

ARANHA, F. Q. ...........................................................................................................................................................................................................

4

Processo educativo para manipuladores de alimentos através do programa Mesa Brasil SESC

Bauru – USC – SINCOMÉRCIO. PEREIRA, R. A. C. B.; CORAL, M. C.; FROES, R. C. F.; NUNES,

L. O.; LOPES, L. G. .................................................................................................................................................................................................

5

NUTRIÇÃO CLÍNICA.............................................................................................................................................................................................. 6

Aplicabilidade de um novo questionário de aceitação alimentar em unidades de internação

de um hospital universitário. SILVA, A. L. D.; EGUTI, A. T.; MENDES, M. C. S. ............................................................

7

Avaliação do conhecimento e alterações séricas de potássio após educação nutricional em

pacientes em hemodiálise crônica. DA SILVA, A. L. L. M.; CIVITATE, J. P.; FONSECA, A. H. C.;

ZARDETO, F.; CARAMORI, J. C. T.; BARRETI ,P.; VANNINI, F. C. D. ..............................................................................

8

Evolução de pacientes após intervenções nutricionais realizadas na clínica de nutrição da

Unimar. PEREIRA, N. F. P.; NASCIMENTO, L. M. G.; SILVA, M. C. J.; MARCONATO, M. S. F.;

ARRUDA, C. M. .........................................................................................................................................................................................................

9

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XII JONUB

Jornada de Nutrição da UNESP de Botucatu 22 a 24 de maio de 2014

Relação da ingestão de fósforo estimada por questionário de frequência alimentar com a

fosfatemia de renais crônicos em hemodiálise. ARAUJO, R. M.; WATANABE, M. T.;

BARRETTI, P.; CARAMORI, J. C. T. ...........................................................................................................................................................

10

Prevalência de riscos de doenças cardiovasculares relacionadas a circunferência da cintura.

BORDIN, B. C.; PEREIRA, N. F. P.; MAZZI, N. P.; NASCIMENTO, L. M. G.; MARCONATO,

M. S. F; ARRUDA, C. M. ......................................................................................................................................................................................

11

Correlação entre a porcentagem de gordura corporal aferida por antropometria, bioimpedância

e DEXA em pacientes cirróticos com encefalopatia hepática. BATISTA, G. R.; AUGUSTI, L.;

ROMEIRO, F. G.; SANTOS, L. A. A.; FRANZONI, L. C.; DORNA, M. S.; CARAMORI, C. A. ...............................

12

Alimentação habitual e os fatores de riscos para doenças crônicas não transmissíveis em

adultos e idosos de um hospital universitário. SILVA, A. L. D.; EGUTI, A. T. ...................................................................

13

Avaliação nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de pacientes submetidos a

gastroplastia - estudo comparativo. CAMARGO, B. A.; DAGHER, O. F. M. .......................................................................

14

Perfil nutricional de pacientes cirróticos com encefalopatia hepática atendidos nos ambulatórios

de hepatologia do HCFMB. AUGUSTI, L.; BATISTA, G. R.; ROMEIRO, F. G.; SANTOS,

L. A. A.; FRANZONI, L. C.; DORNA, M. S.; CARAMORI, C. A. ..................................................................................................

15

Relação entre o diagnóstico nutricional e o tempo de hospitalização de pacientes atendidos

em enfermaria de Moléstias Infecciosas e Parasitárias (MIP) – HCFMB. CORREA, I. T.;

MANTOVANI, M. S.; SACILOTTO, L. B.; PEREIRA, P. C. M. ....................................................................................................

16

A ingestão dos diferentes tipos de ácidos graxos em portadores de dislipidemia conforme seu índice

de massa corpórea. FERRAREZI, L. C.; VIEIRA, A; MENDES, A. L. .....................................................................................

17

Ingestão de Gordura Satura, Colesterol, Fibras e Ômega-3 em pacientes Dislipidêmicos atendidos

no Hospital das Clínicas de Botucatu. VIEIRA, A; FERRAREZI, L. C; MENDES, A. L. .............................................

18

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Alergia alimentar em crianças: avaliação do crescimento e ingestão de nutrientes no momento

da reintrodução dos alimentos implicados. SANTIAGO, L. T. C.; FREITAS, N. A.; CASTALDELLI,

T. N.; DELFORNO, A. F.; DIAS, J. T.; FALEIROS, F. T. V.; CARVALHO, M. A. ..............................................................

19

Constipação crônica em crianças: estudo transversal da concordância das preferências

alimentares da díade mãe-criança. FREITAS, N. A.; SANTIAGO, L. T. C.; CLETO, N. N.;

CARVALHO, M. A.; MACHADO, N. C. .......................................................................................................................................................

20

NUTRIÇÃO DO ESPORTE................................................................................................................................................................................ 21

Suplementação de carboidrato: Efeitos sobre o desempenho físico. ANJOS, J. R. C.; BERNARDO,

D. N. A.; PIRES, A.; OLIVEIRA, L. C. N. ..................................................................................................................................................

22

NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA................................................................................................................................................................ 23

Perfil nutricional dos pacientes diabéticos de primeira consulta atendidos na Associação dos

Diabéticos na Cidade de Bauru-SP. CAMARGO, B .A.; BOICO, F. V. ..................................................................................

24

Nível de percepção de consumidores sobre a ingestão de produtos Diet. MAZZO, B. B.; PINTO,

M. P. R.; CHAIM, R. C. ........................................................................................................................................................................................

25

Estado nutricional antropométrico de crianças de 3 a 5 anos e 6 meses. MAZZO, B. B.; CHAIM,

R. C.; PINTO, M. P. R. .........................................................................................................................................................................................

26

O consumo de fibras em pacientes portadores ou não de doenças crônicas não transmissíveis

atendidos no CEPRAN – Centro de Estudos e Práticas em Nutrição- IB/Botucatu. VASCONCELOS,

L. G.; SILVA, E.; CINTRA, R. M. G.; DIAS, L. C. G. .........................................................................................................................

27

NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL.......................................................................................................................................................................... 28

Obesidade está associada com diminuição plasmática de carotenóides e dano oxidativo no DNA.

LO, A. T. C.; CHIAVERINI, L. C. T.; PIERINE, D. T.; NAVARRO, M. E. L.; NUNES, V. N.;

CORRÊA, C. R. ........................................................................................................................................................................................................

29

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A influência da dieta hiperlipídica rica em ácidos graxos saturados sobre o perfil morfológico

cardíaco. ADORNI, C. S.; OLIVEIRA, S. M.; DEUS, A. F.; VILEIGAS, D. F.; SILVA, D. C. T;

TOMASI, L. C; CICOGNA, A. C. ....................................................................................................................................................................

30

Efeito do licopeno sobre o estresse oxidativo, processo inflamatório e resistência à insulina

no tecido adiposo de animais com sobrecarga nutricional. IMAIZUMI, E.; PRESTI, P. T.; MIRANDA,

N. C. M.; PIERINE, D. T.; CORREA, C. R.; FERREIRA, A. L. A.; LUVIZOTTO, R. A. M. ........................................

31

Melatonina reduz a expressão de Her-2 no carcinoma de ovário de ratas consumidoras voluntárias

de etanol. FERREIRA, G. M.; MARTINEZ, F. E.; MARTINEZ, M.; CHUFFA, L. G. ......................................................

32

Efeito hepatoprotetor da vitamina C sobre o estado nutricional de ratos cirróticos induzidos

por Tioacetamida: Estudo experimental. LOURENÇO, M. A. M; FERRAREZI, L. C; MENDONÇA,

J. S. C.; SANTOS, A. G. M. U. ........................................................................................................................................................................

33

Suplementação com licopeno está associada com diminuição do acúmulo de gordura visceral

em ratos obesos. PRESTI, P. T.; LUVIZOTTO, R. A. M.; IMAIZUMI, E.; NASCIMENTO, A. F.;

CORREA, C. R.; NOGUEIRA, C. R.; FERREIRA, A. L. A. ...........................................................................................................

34

Restrição nutricional materna e dieta hiperlipídica alteram o metabolismo de gordura e glicose

na prole adulta e sofrem influência do peso ao nascer. PINKE, C. A. E.; SANTOS, F. P. G. L.;

TERUYA, T. S.; LO, A. T. C.; FREITAS, M. P.; BURATINI JUNIOR, J.; MACHADO, M. F;

SARTORI, D. R. S. .................................................................................................................................................................................................

35

PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES........................................................................................................................................................................ 36

Avaliação do desperdício e aceitação da alimentação escolar oferecida nas creches do

município de Botucatu, São Paulo. TRINDADE, J. M. M. N.; HERRERIA-SANTOS, N.;

TUON, J. S.; FERRARI, F. Z.; ARANHA, F. Q. ....................................................................................................................................

37

Avaliação do tempo e temperatura de refeições servidas em Centros de Educação Infantil da

rede municipal de ensino de Botucatu-SP. TUON, J. S.; FERRARI, F. Z.; HERRERIA-SANTOS,

N.; TRINDADE, J. M. M. N.; ARANHA, F. Q. .........................................................................................................................................

38

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TECNOLOGIA DE ALIMENTOS................................................................................................................................................................... 39

Influência da espessura de gordura subcutânea (EGS) e do tempo de armazenamento na

coloração da carne bovina. FERRAZ, A.P.C.R.; MALHEIROS, J. M.; RODRIGUES, M. T.;

LORENÇO, J. P. A.; CINTRA, R. M. C. G.; CHARDULO, L. A. L.; SILVA, J. A. V. ......................................................

40

Qualidade da carne de bovinos Nelore (Bos indicus) através do músculo longissimus thoracis.

FERRAZ, A. P. C. R.; MALHEIROS, J. M.; NADALINI, E. C.; LORENÇO, J. P. A.; CINTRA,

R. M. C. G; CHARDULO, L. A. L.; SILVA, J. A. V. .............................................................................................................................

41

Energia metabolizável e Energia bruta de diferentes cultivares de soja e de seus extratos

hidrossolúveis submetidos à irradiação gama e a tratamento térmico. RODELLA, C. M. P.;

BROETTO, F.; BARROS, E. A. ......................................................................................................................................................................

42

Teores de nitrato em espinafres orgânicos e convencionais submetidos a processamento

térmico. LOZANO, M. G., COSTA, S. M., LIMA, G. P. P. .............................................................................................................

43

Proteína total em goiabas orgânicas e convencionais tratadas com água e cloro. SOUZA,

C. B.; BORGUINI, M. G.; VIEIRA, M. C. S.; OLIVEIRA, L. M.; COSTA, S. M.; LIMA, G. P. P. ..............................

44

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Higiene e

Legislação de

Alimentos

Apoio:

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XII JONUB Jornada de Nutrição da UNESP de Botucatu

22 a 24 de maio de 2014

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Qualidade microbiológica do “churrasco grego” (kebab) comercializado na região do

centro da cidade de São Paulo

KATSURAYAMA¹, A. M.; PLANAS², P. M.; ZANUTTO², M. R.; DANTAS², S. T. A.; BONSAGLIA², E. C. R.; RALL², V. L. M.

¹Curso de Ciências Biomédicas do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu-SP ²Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu-SP Introdução: Devido à rotina agitada, grande distância entre o local de trabalho e o domicílio e o curto período de tempo de almoço, grande parte dos brasileiros não costuma fazer as refeições em sua própria residência. O churrasquinho grego (composto de pão, pedaços de carne e vinagrete) é uma das opções mais práticas devido à rapidez no preparo e ao baixo custo. Porém esses locais se destacam pela frequência de surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs), com grande prevalência nos países em desenvolvimento. Contaminações, nesse tipo de alimento, também foram relatadas na Turquia, Inglaterra e Austrália, devido à presença de Salmonella spp. e excesso de clostrídio sulfito redutor (CSR), estafilococos coagulase positiva e coliformes termotolerantes (CTe). Na resolução RDC nº12 da ANVISA (2001), os parâmetros microbiológicos para esse alimento permite até 10² de CTe, até 10³ de estafilococos coagulase positiva e de CSR, na ausência de Salmonella spp. Objetivo: Avaliar a qualidade microbiológica de kebab comercializados na região da Praça da Sé e Parque Dom Pedro (centro de São Paulo), observando se estão dentro dos padrões estabelecidos pela ANVISA (2001). Métodos: Até o momento foram analisadas 49 amostras (de um total de 100 amostras), de 10 lanchonetes localizadas na região central de São Paulo (Praça da Sé e Parque Dom Pedro), que foram processadas e submetidas a análises da presença de Salmonella spp., contagem de CSR e de estafilococos coagulase positiva e determinação de CTe, de acordo com a APHA (2001) Resultados: Das 49 amostras, uma (2%) apresentou Salmonella spp, 9 continham CSR, porém apenas 3 (6,1%) fora da quantidade permitida pela legislação, 39 amostras (80%) apresentaram CTe acima desses padrões e 3 amostras revelaram presença de estafilococos coagulase positiva mas dentro dos parâmetros permitidos. Deve ser ressaltado que, no total, 39 (80%) amostras estavam fora dos parâmetros, pois as presenças de Salmonella sp e de CSR ocorreram nas mesmas amostras em que houve excesso de CTe. Conclusão: Esses resultados apontam necessidade da criação de POPs para que seja realizada a correta manipulação e preparo dos alimentos, melhorando os aspectos higiênicos sanitários, para que estes não representem riscos à saúde dos consumidores. Apoio financeiro: Bolsa de Iniciação Científica FAPESP Nº 2013/19386-6

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22 a 24 de maio de 2014

3

Resultados da aplicação de Check List sobre “Inspeção de Boas Práticas” em Centros

de Educação Infantil da rede municipal de ensino de Botucatu-SP

FERRARI¹, F. Z.; TUON¹, J. S.; HERRERIA-SANTOS¹, N.; TRINDADE¹, J. M. M. N.; ARANHA², F. Q.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A qualidade higiênico-sanitária dos alimentos tem sido amplamente estudada e discutida, visto que as doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) contribuem fortemente para o aumento da morbidade na população. Diante da necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle higiênico-sanitário na área de alimentos, visando à proteção da saúde da população, os órgãos competentes de saúde desenvolvem normas regulamentadoras e portarias que regem aplicação e controle das Boas Práticas de Fabricação (BPF’s) para os serviços produtores de alimentação, como por exemplo, as cozinhas de Centros de Educação Infantil. As crianças são classificadas no grupo de vulnerabilidade a diversos tipos de doenças, dentre elas, as DTA’s. Sendo esse grupo considerado susceptível ao acometimento por DTA’s por não possuírem o sistema imunológico totalmente desenvolvido e por realizarem refeições fora do ambiente familiar, torna-se fundamental a avaliação da qualidade higiênico-sanitária da alimentação fornecida no período escolar. Objetivo: Verificar a aplicabilidade de BPF’s em Centros de Educação Infantil da rede municipal de Botucatu-SP. Métodos: A aplicabilidade de BPF’s foi avaliada com o auxílio de um roteiro de “Inspeção das Boas Práticas em estabelecimentos comerciais de alimentos e serviços de alimentação”, segundo as recomendações da Portaria CVS-5, de 09 de abril de 2013. Foram avaliados seis Centros de Educação Infantil, denominados C1, C2, C3, C4, C5 e C6. O preenchimento do roteiro foi realizado através de visitas técnicas às Instituições previamente autorizadas e acompanhadas por responsável técnico ou funcionário responsável. A lista de verificação constou de seis itens, totalizando 55 avaliações relativas aos aspectos importantes sobre BPF’s. As opções de preenchimento do Check List foram: S = Sim – quando a unidade atende aos quesitos do item de avaliação; N = Não – quando a unidade não atende a um ou mais quesitos de avaliação; NA = não se aplica – quando o item de avaliação não se aplica à unidade inspecionada. Foram quantificados os itens S, N e NA das unidades avaliadas e realizados a média e desvio padrão de porcentagem de Satisfação ou Insatisfação dos Centros de Educação Infantil quanto às normas de BPF’s. Resultados: O C1 apresentou 22 itens S e 26 itens N, sendo os 6 itens restantes NA. O C2 apresentou 35 itens S e 18 itens N, sendo 2 itens de NA. O C3 obteve 25 itens S, 26 N e 4 NA. A C4 apresentou 12 itens S, 32 N e 12 NA. A C5 apresentou 13 itens S, 32 N e 12 NA. A C6 apresentou 13 S, 34 itens N e 9 NA. A média de avaliação de Satisfação dos Centros Educacionais estudados foi de 36,36 ± 16,59 % e a média de avaliação de Insatisfação representou 50,91 ± 10,79 %. Conclusão: Os resultados obtidos evidencia a falta aplicabilidade das BPF’s nos Centros Educacionais estudados, visto que metade das Instituições avaliadas obtiveram resultado Insatisfatório quanto à qualidade sanitária do estabelecimento. São necessários incentivos e capacitação dos manipuladores de alimentos para se evitar o risco sanitário e garantir a proteção à saúde da população atendida.

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22 a 24 de maio de 2014

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Avaliação do conhecimento de manipuladores de alimentos sobre Boas Práticas de

Fabricação

FERRARI¹, F. Z.; HERRERIA-SANTOS1, N.; TRINDADE1, J. M. M. N.; TUON1, J. S.; ARANHA2, F. Q.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A alimentação escolar é, hoje em dia, uma das principais refeições de muitas crianças brasileiras. Tendo isto como base, deve-se garantir a qualidade sensorial, nutricional e higiênico-sanitária da mesma, afim de oferecer um prato apetitoso, saudável e que evite a ocorrência de casos de doenças transmitidas por alimentos (DTA). As DTAs, quando em crianças, podem trazer sérios problemas de saúde, inclusive, em casos mais graves, a morte, por se tratar de população de risco. Tal é a importância de todas as pessoas que manipulam estes alimentos, com principais vistas às merendeiras, pois estas são a peça-chave no processo de fabricação de refeição para pré-escolares e escolares. Diante de tamanha responsabilidade, ressalta-se a importância de avaliar o conhecimento das merendeiras sobre boas práticas de fabricação (BPF) de alimentos, uma vez que o correto conhecimento e implantação dessas práticas diminui consideravelmente a possibilidade de ocorrência de DTAs. Objetivo: Avaliar o conhecimento de manipuladores de alimentos de creches do município de Botucatu/SP sobre boas práticas de fabricação e manipulação de alimentos. Métodos: A avaliação foi feita através de dois tipos de questionários contendo duas e seis questões cada, abordando assuntos sobre conservação e manipulação de alimentos. O Questionário 1 possuía uma questão com seis sentenças para análise de “verdadeiro ou falso” e outra questão com sete sentenças do mesmo tipo. O Questionário 2 possuía quatro questões do tipo múltipla escolha e duas questões do tipo feedback sobre o treinamento em que foram realizados. Esses questionários foram aplicados durante treinamento sobre BPF realizado no Laboratório de Nutrição e Dietética do Instituto de Biociências de Botucatu/UNESP. O público alvo dos questionários foram merendeiras, manipuladores de alimentos e supervisores de seis creches do município de Botucatu/SP que estavam presentes no dia do treinamento. Resultados: Houve participação de 14 (quatorze) indivíduos na resolução de cada questionário, resultando em 28 (vinte e oito) questionários respondidos no total. Dos 14 Questionários 1 respondidos, 13 resultaram em 100% de acertos em todas as questões, havendo apenas um questionário com uma sentença “verdadeiro ou falso” incorreta, resultando para este questionário 92,3% de acerto. Para o Questionário 2, houve 13 amostras com 100% de acertos, havendo apenas um questionário com uma questão de múltipla escolha incorreta, resultando para este questionário 75% de acerto. Conclusão: A aplicação da avaliação das BPF de manipuladores de alimentos em creches por meio de questionários leva a crer, pelos resultados, que esses indivíduos possuem quase total conhecimento teórico sobre BPF. Porém, pela observação em loco da prática diária de cada manipulador nas creches, observou-se que muitas vezes esse conhecimento não é aplicado da maneira correta. Apoio financeiro: Pró-Reitoria de Extensão Universitária – PROEX

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XII JONUB Jornada de Nutrição da UNESP de Botucatu

22 a 24 de maio de 2014

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Processo educativo para manipuladores de alimentos através do programa Mesa

Brasil SESC Bauru – USC – SINCOMÉRCIO

PEREIRA1, R. A. C. B.; CORAL², M. C.; FROES², R. C. F.; NUNES², L. O.; LOPES³, L. G.

1Docente do Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração – USC; [email protected];

2Estudantes do Curso de Nutrição da Universidade do Sagrado Coração – USC. 3Coordenadora do Programa Mesa Brasil – Sesc Bauru. Introdução: O Programa Mesa Brasil Sesc Bauru-USC-Sincomércio fornece alimentos que complementam refeições e ajudam no combate ao desperdício, dedicando-se intensamente a ações de caráter educativo com a realização de treinamentos sobre condições de higiene, manipulação, armazenamento e otimização do aproveitamento integral dos alimentos doados, ocasionando uma significativa melhora na qualidade da alimentação oferecida as 83 instituições. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) 842 milhões de pessoas, encontram-se em situação de fome crônica no período de 2011-2013 (FAO, 2013). A falta de planejamento e controle reflete em desperdícios que, por sua vez, geram perdas desnecessárias que poderiam ser evitadas. Estas perdas vão desde o uso incorreto da matéria-prima até grandes quantidades de alimentos (sobras) que vão para o lixo. Vários autores relatam que um método para assegurar a execução eficiente de um trabalho é ensinar, capacitar e motivar os colaboradores nas habilidades e conhecimentos requeridos pelo cargo. O programa de treinamento adéqua o processamento de manipulação dos alimentos de acordo com as normas atuais, necessárias para evitar surtos de contaminação e desperdício de alimentos. Objetivo: O Programa tem como objetivo principal qualificar os manipuladores para que estejam conscientes da responsabilidade de evitar o desperdício e manter as condições higiênico-sanitárias dos alimentos. Métodos: O projeto foi desenvolvido com aulas teóricas que ocorrem no SESC Bauru e as aulas práticas no Laboratório de Nutrição (USC), sendo constituído de 5 apostilas: Higiene e Comportamento Pessoal; Manipulador de Alimentos I e II; Organização e Controle de Almoxarifado; Noções Básicas sobre Alimentação e Nutrição e Aproveitamento Integral dos Alimentos. Em 2014, além das aulas teóricas foi realizado checklist baseados na Portaria do Centro de Vigilância Sanitária e aplicado em 57 instituições cadastradas no programa com a participação de 79 manipuladores. O checklist foi dividido em higiene dos manipuladores, organização e higiene do ambiente e utensílios. As visitas foram realizadas sem agendamento prévio no período da tarde, juntamente com a entrega dos produtos doados pelo programa. Resultados: No ano de 2013 até março de 2014 o programa capacitou 569 manipuladores de alimentos, sendo, uma parcela de profissionais das instituições sociais e os demais de comunidades em geral. Com relação ao checklist aplicado com os manipuladores verificou-se que 97% apresentavam unhas curtas, 93% touca de proteção, 44% utilizavam adornos, 97% apresentavam unhas sem esmalte, 65 % sapato fechado e 85% uniforme completo. Cinco desses itens estavam dentro do esperado, com mais de 60% dos manipuladores realizando as exigências corretamente. Sobre a higiene e organização do ambiente e utensílios foram observados que 65% utilizavam lixeira com pedal, 58% faziam uso de palha de aço, 77% das esponjas de louça estavam em boas condições e 87% utizavam placas de corte de altileno. Em relação ao processo de cloração dos hortifrúti, 39% das instituições realizam diariamente. No estoque, 100% dos produtos alimentícios encontravam-se dentro da data de validade, desse total 61% não estavam devidamente etiquetados e 89% próximo as paredes. Após o diagnóstico realizado através das visitas técnicas, foi elaborado material educativo de apoio, para complementar as aulas teóricas. Conclusão: Conclui-se que as oficinas oferecidas pelo programa têm contribuído para a manipulação correta dos alimentos o que contribui para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos atendidos pelas instituições. Desta forma o programa Mesa Brasil, além de fornecer alimentos que complementam refeições, combater o desperdício e contribuir para a sustentabilidade, efetivamente tem melhorado suas ações educativas nas comunidades através da formação e a capacitação técnico-científica dos manipuladores.

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Clínica

Nutrição

Apoio:

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Aplicabilidade de um novo questionário de aceitação alimentar em unidades de

internação de um hospital universitário

SILVA1, A. L. D.; EGUTI2, A. T.; MENDES3, M. C. S.

1Curso de Nutrição, UNICAMP, Faculdade de Ciências Aplicadas, Limeira, SP. [email protected]

2Profissional da Divisão de Nutrição e Dietética, Hospital de Clínicas, UNICAMP, Campinas, SP. 3Pós-graduanda do programa de fisiopatologia médica, UNICAMP, Campinas, SP. Introdução: A avaliação do consumo alimentar tem papel importante na prática clínica, tendo sua realização à finalidade de fornecer subsídios para o desenvolvimento e a implantação de planos nutricionais. A aplicação de recordatórios alimentares visa o acompanhamento do consumo alimentar qualitativamente e/ou quantitativamente. Contudo, a avaliação da ingestão alimentar é uma questão laboriosa, pois este é um ato que sofre interferência de fatores emocionais, sociais, fisiológicos e culturais. Sabe-se que nenhum método de avaliação do consumo alimentar é totalmente livre de erros, sendo assim pode ocorrer relato errôneo ou equivocado devido ao tempo decorrido desde a refeição até o momento em que é feito o recordatório alimentar. Desta forma, busca-se um método que elimine possíveis vieses, seja de fácil aplicação e possa ser respondido pelo paciente, acompanhante, técnico em enfermagem, enfermeiro ou nutricionista. Ressaltando que a aplicação de recordatórios alimentar ganha maior importância quando se observa maiores inadequações alimentares no período de internação hospitalar. Objetivo: Avaliar a efetividade e praticidade de um novo método de recordatório alimentar (ilustrado) implantado recentemente nas unidades de internação do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, observando o nível médio de adequação das necessidades nutricionais dos pacientes internados. Métodos: Foram recrutados 40 pacientes, com idade superior a 19 anos, portadores de quaisquer patologias e que se alimentassem pela via oral, que soubessem responder as questões pertinentes ao estudo, indiferente o grau de escolaridade. Para avaliação do consumo alimentar, utilizou-se o Novo Recordatório e, em sequência, o recordatório de 24 horas, por três dias, com intervalo de um dia entre eles. Os dados obtidos foram organizados e tabulados pelos programas DietPro 5.5i Profissional e Microsoft Office Excel 2007. Aplicou-se o Coeficiente de Pearson e o Teste t, utilizando o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 20.0, para verificar a presença de diferença estatisticamente significativa entre os valores de necessidades nutricionais e ingestão alimentar. O nível de significância utilizado foi de p < 0,05. Resultados: A amostra estudada apresentou consumo alimentar de apenas 70,9% da média das necessidades energéticas totais (Novo Recordatório: 1763,37 Kcal; R24h: 1763,36 Kcal) e 84,8% das necessidades proteicas dos mesmos (Novo Recordatório: 65,65 g; R24h: 65,57 g) foram alcançadas. Ao utilizar a Correlação de Pearson entre os dois métodos avaliados como análise estatística, os resultados obtidos foram iguais para proteínas e para energia, com o valor de r²=0,99. Avaliando os dados a respeito de energia, utilizando o Teste t pareado para avaliar o grau de significância, foi encontrado o resultado de p=0,997 entre os dois recordatórios, significando que não há diferença entre as duas metodologias avaliadas. Da mesma forma, ao avaliar o consumo proteico dos entrevistados, não houve diferença (p=0,759) no valor encontrado nos dois métodos. Havendo uma forte correlação entre os dois modelos de recordatórios, o que garante boa fidedignidade do novo método em relação ao outro, utilizado previamente no serviço. Conclusão: Desta forma, fica disponível para o uso nas unidades de internação o Novo Recordatório, fornecendo mais uma alternativa para a avaliação do consumo alimentar dos pacientes internados. O que poderá trazer mais facilidade em sua aplicação, devido à presença de figuras que garantem praticidade e inclusão do auto-registro para pacientes de qualquer idade e grau de escolaridade.

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Avaliação do conhecimento e alterações séricas de potássio após educação

nutricional em pacientes em hemodiálise crônica.

DA SILVA1, A. L. L. M.; CIVITATE1, J. P.; FONSECA1, A. H. C.; ZARDETO1, F.; CARAMORI2, J. C. T.; BARRETI2 ,P.; VANNINI3, F. C. D.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP. 3Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: Desordens no metabolismo de potássio são comuns em pacientes em hemodiálise (HD). A principal conseqüência da hiperpotassemia é a ocorrência das arritmias cardíacas. Um dos fatores que influenciam a elevação na concentração de potássio é a dieta. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre as fontes alimentares de potássio e alterações séricas após educação nutricional em pacientes hemodialisados. Métodos: A avaliação do perfil alimentar foi realizada por meio de análise do número total de refeições feitas ao dia e da frequência dessas refeições. Além disso, foi verificado o local onde essas refeições foram realizadas. Foram utilizadas informações de um recordatório de 24 horas (R24h) de 270 pacientes do sexo feminino. Os dados foram tabulados em planilhas do excel, onde foi calculada a porcentagem de cada informação. Resultados: Os indivíduos foram divididos em dois grupos, o grupo intervenção (GI) (N=45) e o grupo controle (GC) (N=54). Para o GI foi desenvolvido um material educativo sobre o potássio que foi administrado em formato de aula e também foi aplicado um questionário de conhecimento sobre as fontes alimentares de potássio antes, logo após e um mês após a aula. O potássio sérico foi dosado no momento em que foi aplicada a aula e um mês após. O GC recebeu apenas orientações gerais sobre o potássio e a dosagem sérica foi realizada no momento da orientação e um mês após. Também foram avaliados: tempo em HD, idade, sexo, presença de diabetes (DM), doença de base, uso de enzima conversora de angiotensina, Kt/v, hábito intestinal e aparecimento do nitrogênio protéico. Os grupos eram homogêneos quanto às variáveis clínicas, laboratorial e nutricional. Houve um aumento significativo do conhecimento sobre as fontes alimentares de potássio logo após aula (p<0,001) e um mês após (p=0,012), ocorreu uma redução não significativa do nível sérico de potássio no grupo intervenção (p=0,30), no entanto no grupo controle houve um aumento significativo do nível sérico de potássio (p<0,001).Conclusão: A educação nutricional foi capaz de aumentar o conhecimento sobre as fontes de potássio e manter o controle sérico deste mineral. Apoio financeiro: PROEX

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Evolução de pacientes após intervenções nutricionais realizadas na clínica de

nutrição da Unimar

PEREIRA¹, N. F. P.; NASCIMENTO¹, L. M. G.; SILVA¹, M. C. J.; MARCONATO³, M. S. F.; ARRUDA², C. M.

¹Graduanda do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. [email protected]

2Docente do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. ³Coordenadora e docente do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. Introdução: A educação nutricional é a estratégia de ação, no campo da educação em saúde, a ser adotada prioritariamente em saúde pública para conter o avanço da ocorrência de doenças crônico-degenerativas uma vez que a alimentação de má qualidade é considerada um fator de risco para inúmeras doenças. Dietas de alto valor energético, ricas em gorduras e pobres em fibras alimentares, associadas à redução da atividade física, ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool explica a maior parte dos casos de algumas doenças crônicas tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. O nutricionista é o profissional de saúde mais capacitado para oferecer à população respostas eficazes para um novo começo nos hábitos alimentares, nos quais se priorizem os aspectos nutricionais da nossa alimentação, levando-se em consideração nossas características e necessidades individuais. Objetivo: Analisar a evolução nutricional de pacientes adultos e idosos após intervenções realizadas na Clínica de Nutrição da Universidade de Marília – UNIMAR. Metodologia: Foram coletados dados dos prontuários de 51 pacientes com idade a partir de 20 anos de ambos os sexos que frequentaram a Clínica de Nutrição da UNIMAR no segundo semestre de 2013, atendidos, ao menos, 3 vezes, com o objetivo de perda de peso. Foram coletados dados da anamnese (atividade física, tabagismo e consumo de álcool) e dados antropométricos (peso, altura, IMC e circunferência da cintura) coletados na primeira e última consulta realizada em 2013. Todos os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel® 2013 e calculado média e desvio padrão. Resultados: Entre os pacientes estudados a média de idade dos adultos foram 41,8±28,9 e idosos 68±12, sendo que 54,05% adultos e 87,5% dos idosos não praticam atividade física, sendo respectivamente 89,1% e 92,8% tabagistas, 75,6% e 78,5% não etilistas, 35,13% e 40,1% hipertensos, 8,47% e 35,7% diabéticos e 24,3% e 42,8% dislipidêmicos. Em relação ao estado nutricional dos mesmos a média inicial de IMC dos adultos foram 32,8±27,6kg/m² inicial 32,6±16,3kg/m² final e circunferência da cintura 98,1±45,2cm inicial e 97±43,1cm final, e já quanto aos idosos a média inicial de IMC foi de 36±22,2 kg/m² e final 35,3±20,3kg/m² e a circunferência da cintura 107,3±36cm inicial e 109,9±21cm a final. Conclusão: Portanto verifica-se que ambos os grupos, adultos e idosos, apresentaram fatores de riscos que poderão colaborar para o aparecimento de doenças cardiovasculares, embora tenha havido uma tendência a diminuição do índice de massa corporal e circunferência da cintura em resposta a tratamento nutricional, exceto no grupo de idosos quanto a CC, com isso é de grande importância que seja realizado o acompanhamento desses pacientes, proporcionando uma reeducação alimentar e alimentação saudável, garantindo melhor qualidade de vida e diminuindo riscos.

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Relação da ingestão de fósforo estimada por questionário de frequência alimentar

com a fosfatemia de renais crônicos em hemodiálise

ARAUJO1, R. M.; WATANABE², M. T.; BARRETTI³, P.; CARAMORI³, J. C. T.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Mestrado em andamento em Fisiopatologia em Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: Apesar dos avanços na diálise, ainda se observa elevada mortalidade nos pacientes em estágios avançados da doença renal crônica (DRC). Devido à menor capacidade de excreção de fósforo, os pacientes tendem a desenvolver hiperfosfatemia, principalmente se ingerirem alimentos com alto teor de fósforo. Os aditivos que contém fósforo estão cada vez mais sendo incluídos entre os alimentos processados, destaca-se que os sais de fosfato são quase totalmente absorvidos. O controle dietético da ingestão de fósforo leva a controle dos distúrbios minerais e ósseos e aumenta a sobrevivência em diálise. Desta forma, mostram-se necessários estudos sobre esse tema. Objetivo: Elaborar uma lista dos produtos industrializados, cárneos e bebidas, mais consumidos e relacionar o consumo alimentar desses produtos com a fosfatemia. Métodos: Estudo analítico e descritivo, observacional, transversal e prospectivo, onde foram incluídos pacientes com DRC em tratamento dialítico com idade igual ou superior a 18 anos, portadores de DRC, tratados regularmente por hemodiálise, há pelo menos 90 dias, no hospital universitário. Foram aplicados questionários de frequência alimentar (QFA) aos pacientes, para elaboração de uma lista de alimentos e bebidas consumidas; dos quais serão selecionados os produtos cárneos e lácteos mais consumidos, que contenham em sua rotulagem a designação correspondente a aditivos com fósforo, sendo questionada a freqüência do consumo dos alimentos listados, desta forma foi construído um score que contabiliza o número de vezes ao mês que o paciente ingere um determinado alimento presente na lista e ao final somam-se os valores da ingestão de cada alimento. Além desses dados, foram analisados dados epidemiológicos, clínicos, bioquímicos e nutricionais para caracterização da população. Resultados: Foram entrevistados 100 pacientes, com idade média 59±14 anos, 57% do sexo masculino, 43% diabéticos, 31% têm como doença de base a Nefropatia Diabética, 50% possuem ensino fundamental incompleto, a renda familiar média de 63,4% é menor ou igual a um salário mínimo. Quanto aos parâmetros nutricionais, o peso foi 69,78±17,32 kg e Índice de Massa Corporal foi 26,84±6,02 kg/m². Os alimentos industrializados mais consumidos foram queijo muçarela, presunto, linguiça, mortadela e empanados de frango e as bebidas foram leite, iogurte, refrigerante e cerveja. Nos inquéritos alimentares utilizados, obteve-se um score de consumo de fósforo de 130,38±45,63 pontos, e não houve correlação do score com a fosfatemia dos pacientes (r=0,003; p=0,976). Conclusão: Observamos um alto consumo de alimentos contendo aditivos, apesar desses alimentos possuírem maior teor de fósforo, se comparados a outras fontes proteicas, não foi possível estabelecer relação com a fosfatemia, sugerindo que dados posteriores das dosagens desse elemento possivelmente poderemos estabelecer essa evidência. Apoio financeiro: CNPq (bolsa de iniciação científica)

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Prevalência de riscos de doenças cardiovasculares relacionadas a

circunferência da cintura

BORDIN¹, B. C.; PEREIRA¹, N. F. P.; MAZZI¹, N. P.; NASCIMENTO¹, L. M. G.; MARCONATO³, M. S. F; ARRUDA², C. M.

¹Graduanda do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. [email protected]

2Docente do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. ³Coordenadora e docente do curso de Nutrição, Universidade de Marília, UNIMAR, Marília, SP. Introdução: Considerada como instrumento seguro para determinar a adiposidade central, a circunferência da cintura (CC) tem sido um dos critérios amplamente utilizados para prever risco de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica em adultos independentemente da condição do peso corporal, sendo benéfica para identificação e intervenção precoces. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é avaliar a prevalência de circunferência aumentada e sua associação com risco cardiovascular em pacientes adultos que frequentaram a Clínica de Nutrição da Universidade de Marília. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo transversal, com utilização de dados quantitativos e de caráter descritivo. A cintura foi coletada entre a distância média da última costela flutuante e a crista ilíaca, utilizando fita inelástica. A medida coletada foi classificada de acordo com a Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, considerando como elevada a circunferência acima de 94 cm para homens e 80 cm para mulher, e circunferência muito elevada acima de 102 cm e 88 cm respectivamente. Todos os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel® 2013 e calculado a média e desvio-padrão. Resultados: Foram analisados 36 adultos de ambos os sexos com média de idade de 41,3±19,5 anos, sendo 72,23% do sexo feminino e 27,77% masculino. Dentre as mulheres a média de circunferência de cintura foi de 95,4±30,5cm, sendo que 7,69% apresentaram risco elevado para doença cardiovascular, 73,08% apresentaram risco muito elevado e 19,23% apresentaram circunferência dentro da normalidade. Entre os homens a média da circunferência da cintura foi de 98,48±19,75cm, sendo que 20% apresentaram risco elevado para doença cardiovascular, 40% apresentaram risco muito elevado e 40% apresentaram circunferência dentro da normalidade. Este estudo obteve como resultado uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares entre as mulheres, embora não esteja descartado o risco de doenças do coração entre os homens. Conclusão: Foi altamente significativa a associação entre sexo e circunferência da cintura, tendo como resultado que as mulheres, devido à disposição de gordura corpórea, tem maior propensão de risco cardiovascular devido à obesidade central. Levando em consideração a tendência para o aumento do sobrepeso e da obesidade na população brasileira, principalmente em mulheres e sua associação com fatores de risco cardiovasculares reforça-se, neste estudo, uma necessidade de intervenção precoce visando a diminuição da obesidade central, de homens e mulheres, para uma melhor qualidade de vida.

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Correlação entre a porcentagem de gordura corporal aferida por antropometria,

bioimpedância e DEXA em pacientes cirróticos com encefalopatia hepática

BATISTA1, G. R.; AUGUSTI2, L.; ROMEIRO3, F. G.; SANTOS2, L. A. A.; FRANZONI2,3, L. C.; DORNA2, M. S.; CARAMORI3, C. A.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia em Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: O estado nutricional de pacientes cirróticos com encefalopatia hepática (EH) é considerado um ponto chave no tratamento da doença. Embora a desnutrição e a depleção muscular já sejam reconhecidas como fatores que influenciam diretamente as taxas de mortalidade, estudos mostram também que o excesso de peso pode atuar como fator de risco para a descompensação da cirrose. Por isso a avaliação da composição corporal, detectando a massa magra e a massa gorda, é fundamental na avaliação nutricional desses pacientes, afim de que se possa identificar e corrigir os distúrbios nutricionais diagnosticados. Objetivo: Avaliar se métodos rápidos e não invasivos como a antropometria e a bioimpedância elétrica tetrapolar unifrequencial (BIA) podem ser fidedignos para a avaliação da gordura corporal de pacientes cirróticos com EH, comparando esses métodos com a absorciometria de raios-X de dupla energia (DEXA), considerada padrão ouro. Métodos: 42 pacientes cirróticos com diagnóstico de EH foram submetidos a avaliação antropométrica composta por 4 pregas (pregas cutâneas tricipital, bicipital, suprailíaca e subescapular), ao exame de BIA e à DEXA. Após a antropometria, foi calculada a estimativa da gordura corporal pela somatória das pregas em porcentagem segundo Durnin & Wormersley (1974) e comparado o resultado com a porcentagem de gordura indicada pela BIA e pela DEXA. Para a análise estatística utilizou-se programa SigmaStat 3.5 e adotou-se nível de significância de 5% (p< 0,05). Resultados: Em nossas análises, a avaliação antropométrica e a BIA obtiveram correlação de Pearson positiva com a DEXA (p=0,000645 e 0,000164, respectivamente). Além disso, os percentuais de gordura medidos pela antropometria e pela BIA também obtiveram boa correlação entre si (p=0,0153). Conclusão: Na amostra analisada, a antropometria e a BIA foram eficazes para mensurar a porcentagem de gordura corporal em pacientes cirróticos com EH. Esses métodos são mais rápidos, além de menos custosos para o sistema de saúde, podendo ser utilizados para a avaliação nutricional desses pacientes. Apoio financeiro: PROPe (bolsa de iniciação científica) e FAPESP (auxílio projeto 2013/11761-2 e bolsa de mestrado 2013/15121-8)

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Alimentação habitual e os fatores de riscos para doenças crônicas não transmissíveis

em adultos e idosos de um hospital universitário

SILVA1, A. L. D.; EGUTI2, A. T.

1Pós-graduanda do programa de aprimoramento profissional em Nutrição Hospitalar, UNICAMP, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. [email protected]

2Profissional da Divisão de Nutrição e Dietética, Hospital de Clínicas, UNICAMP, Campinas, SP. Introdução: No último século, ocorreram modificações significativas no modo e estilo de vida da população mundial. Essas modificações receberam nome de Transições, sendo elas a Demográfica, Epidemiológica e Nutricional. Foi considerado um momento de várias modificações, no qual a população, em geral, passou a ter melhores condições de vida e mais avanços no âmbito da saúde, o que acarretou na queda da mortalidade, com o controle das doenças infecciosas, e o aumento da população idosa, com o aumento da expectativa de vida. Com essa nova distribuição etária e de atenção a saúde, passou a predominar outro grupo de doenças, as crônicas não transmissíveis, sendo as principais causas de morbimortalidade nos países desenvolvidos e, até mesmo, nos em desenvolvimento. Experimentos e estudos observacionais têm evidenciado estreita relação entre características qualitativas da dieta e a ocorrências de enfermidades crônicas não transmissíveis. Assim, é de suma importância a identificação dos hábitos alimentares, visto que a dieta faz parte da etiologia dessas morbidades. Objetivo: Verificar possível associação entre a dieta habitual e alguns fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em pacientes internados nas enfermarias de Clínica Médica e Cirurgia Vascular do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Métodos: A amostra constituíu-se de 50 pacientes, com idade igual ou superior a 19 anos. Foi aplicado o Questionário Semiquantitativo de Frequência Alimentar (QSFA) para avaliar a alimentação habitual dos pacientes e utilizado programa Virtual Nutri Plus 2012, para o cálculo da ingestão calórica e da composição da dieta. Para explicar os fatores de risco para o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis associados ao consumo alimentar, considerou-se os eventos clínicos: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemias e excesso de peso/obesidade. Para a comparação de proporções de pacientes hipertensos, diabéticos, dislipidêmicos e excesso de peso/obesos entre os gêneros e as faixas etárias será utilizou-se o teste do Qui-quadrado (X²). Utilizou-se o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) 20.0 para a análise dos dados estatísticos. Para as correlações entre as variáveis clínicas e o consumo alimentar, utilizou-se o Coeficiente de Pearson. O nível de significância de p < 0,05 foi usado para indicar diferenças estatísticas. Resultados: Na amostra, a incidência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemias foi de 72% (n=36), 54% (n=27), 86% (n=43), respectivamente. Constatou-se que 44% (n=22) da amostra apresentavam essas comorbidades concomitantemente. Os pacientes com excesso de peso/obesidade representaram 48% (n=24) da amostra. Observou-se o aumento significativo de hipertensão arterial, entre homens, com o aumento da idade. As correlações entre as análises clínicas e o consumo alimentar apontam relação positiva entre o índice de massa corpórea e as calorias ingeridas, o peso e as calorias ingeridas, a colesterol sérico e o colesterol dietético e o LDL-C e o colesterol sérico. Houve correlação forte positiva entre os valores de pressão arterial e o consumo de sódio. Houve correlação fraca positiva entre os valores de glicemia de jejum e o consumo de carboidratos. Conclusão: Podemos concluir que a alimentação habitual da população estudada interfere com significância nas condições clínicas dos mesmos, podendo ter colaborado para o desenvolvimento e/ou agravo de doenças crônicas não transmissíveis.

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Avaliação nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de pacientes

submetidos a gastroplastia - estudo comparativo

CAMARGO1, B. A.; DAGHER2, O. F. M. 1Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração – Bauru, SP. andré[email protected] 2Profissional da Clínica Bariátrica – Centro de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade, Bauru, SP.

Introdução: No Brasil, têm sido detectadas a progressão da transição nutricional, caracterizada pela diminuição na prevalência de deficiências nutricionais e aumento substancial da incidência de sobrepeso e obesidade. Vários estudos evidenciam a mudança nos padrões nutricionais, relacionando-os com a as transformações socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas. A obesidade é uma doença multifatorial e atualmente considerada uma epidemia global,fato preocupante, uma vez que indivíduos obesos apresentam maior risco de apresentarem diversas condições mórbidas associadas,além da diminuição da expectativa de vida. A explicação para o importante aumento no número de obesos está relacionada ás mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares. Os benefícios da cirurgia bariátrica referem-se á perda de peso, remissão das doenças associadas, diminuição do risco de comorbidades, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida. Objetivo: avaliar o estado nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de pacientes submetidos a gastroplastia pelo procedimento de Baypass em um Centro de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade- Bauru/SP. Métodos: O estudo foi realizado em pacientes de ambos os sexos com média de 47,2 anos e com fatores de risco associados, sendo avaliados no pré cirúrgico e após 6 meses.Foram avaliados o índice de massa corpórea(IMC),circunferência da cintura(CC), porcentagem (%) média de perda de peso, composição corporal por meio da bioimpedância elétrica (BIA) e qualidade de vida(QV) segundo critérios estabelecidos pelo questionário THE WOQOL GROUP pela análise dos domínios físico, psicológico, sociais e autoavaliação.Resultados: Os resultados obtidos pelo IMC demonstraram que houve uma significativa redução da obesidade mórbida (44,8 kg/m²) para obesidade grau I (34,6 kg/m²),enquanto a perda média de peso foi de 27,4 Kg,que correspondeu a 23,4% (p=0,0032). A composição corporal também revelou diferenças significativas, com maior proporção de perda de massa gorda em relação a massa magra (p=0,0019 e p=0,0044), respectivamente.A CC foi de 126,5 cm no pré cirúrgico e 90,1 cm no pós (p =0,0024).A avaliação dos domínios da QV apontaram melhorias significativas do período pós cirúrgico em relação ao pré (p<0,05). Conclusão: A cirurgia bariátrica mostrou-se um método eficaz no tratamento da obesidade mórbida, que caracterizou perda de peso significativa com predomínio da massa gorda, além de proporcionar redução de comorbidades associadas e importantes benefícios relacionados a melhoria da QV.

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Perfil nutricional de pacientes cirróticos com encefalopatia hepática atendidos nos

ambulatórios de hepatologia do HCFMB

AUGUSTI1, L.; BATISTA2, G. R.; ROMEIRO3, F. G.; SANTOS1, L. A. A.; FRANZONI1,3, L. C.; DORNA1, M. S.; CARAMORI3, C. A.

1Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia em Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: A adequação do estado nutricional de portadores de cirrose hepática (CH) é considerada um ponto chave no tratamento da doença e influencia diretamente as taxas de mortalidade. A prevalência de desnutrição em pacientes cirróticos é alta, podendo chegar a 65-90%, e está relacionada a diversas complicações da doença como a encefalopatia hepática (EH). A associação entre a EH, a desnutrição e a depleção muscular nesses pacientes se dá pelo envolvimento muscular no metabolismo da amônia. Por isso é de extrema importância a avaliação nutricional detalhada, capaz de identificar a perda de massa magra desses pacientes, mesmo com a possível interferência de fatores como excesso de peso, edema ou ascite. Objetivo: Avaliar o perfil nutricional de pacientes cirróticos com EH acompanhados nos ambulatórios de Hepatologia Adulto e Hepatites virais da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Métodos: Foram avaliados 36 pacientes cirróticos com diagnóstico de EH. Os pacientes foram submetidos a aferição de peso, altura, circunferência do braço (CB), prega cutânea tricipital (PCT), exame de bioimpedância elétrica tetrapolar unifrequencial (BIA) e de absorciometria de raios-X de dupla energia (DEXA), além de exames laboratoriais para o cálculo do escore MELD (Model of End-Stage Liver Disease), utilizado para estimar a mortalidade por CH. Após a antropometria, foi calculado o índice de massa corporal (IMC) utilizando-se o peso seco e a porcentagem de adequação da circunferência muscular do braço (CMB) e da PCT. Para a análise estatística foram realizados média e desvio padrão e também correlação de Pearson para os dados paramétricos e de Spearman para dados não paramétricos. Utilizou-se programa SigmaStat 3.5 e adotou-se nível de significância de 5% (p< 0,05). Resultados: Dos 36 pacientes avaliados, 20 eram do sexo masculino e 16 do feminino, a média de idade foi de 56,43 anos (±11,23). A média do IMC foi de 28,97 (±5,74), sendo 13,88% classificados como baixo peso, 33,33% como eutróficos, 33,33% como sobrepeso e 19,44% como obesos. A média da porcentagem de gordura aferida pela DEXA foi 30,19 (±5,33). Já a média do ângulo de fase (AF), aferido pela BIA, foi 5,8 (±1,05) e as médias de porcentagem de adequação da PCT e da CMB foram, respectivamente, 91,01 (±53,38) e 78,67 (±54,65). O AF correlacionou-se diretamente com a albumina sérica (p=0,0273) e com a porcentagem de adequação da PCT (p= 0,00116), mostrando ainda correlação inversa com o escore MELD (p=0,0302). Conclusão: Na amostra de pacientes analisada, o perfil nutricional foi caracterizado pela alta prevalência de excesso de peso, como observado pelo IMC e pela DEXA, mais do que por baixo peso e eutrofia. Contudo, o risco nutricional pode ser identificado pela média do AF abaixo de 6,0º e pela média da porcentagem de adequação da CMB, inserida no intervalo de desnutrição moderada segundo Blackburn & Thornton (1979). Além disso, as correlações do AF com o escore MELD e a albumina sérica demonstram a relação entre o estado nutricional desses indivíduos com o prognóstico da doença, mostrando a necessidade da avaliação nutricional detalhada em pacientes cirróticos com EH para que seja possível detectar e tratar pacientes em risco nutricional. Apoio financeiro: FAPESP (auxílio projeto 2013/11761-2 e bolsa de mestrado 2013/15121-8) e PROPe (bolsa de iniciação científica).

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Relação entre o diagnóstico nutricional e o tempo de hospitalização de pacientes atendidos em enfermaria de Moléstias Infecciosas e Parasitárias (MIP) – HCFMB

CORREA1, I. T.; MANTOVANI2, M. S.; SACILOTTO1, L. B.; PEREIRA3, P. C. M.

1Aprimoramento em Doenças Tropicais – UNESP, Botucatu, SP. [email protected] 2Nutricionista – Participando do estágio PRAT, UNESP, Botucatu, SP. 3Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico de Imagem, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: Vários estudos demonstram a prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados associados ao maior o tempo de internação. Nesse sentido há relato de que a progressão da desnutrição em pacientes com mais de 15 dias de internação atingiu cerca de 61 %. No Brasil a prevalência de desnutrição foi observada em 50,2% dos pacientes internados. A desnutrição envolve vários fatores anteriores e posteriores a internação. Há o reconhecimento que a desnutrição compromete as defesas imunológicas do hospedeiro, deste modo os mesmos ficam mais susceptíveis a infecções oportunistas, que comprometem o seu estado nutricional. Visto que a desnutrição hospitalar pode afetar a evolução clinica do paciente, prolongar o tempo de internação, aumentar o custo, favorecer a incidência de complicações e diminuir a funcionalidade do paciente é de fundamental importância a avaliação nutricional do paciente na internação e alta hospitalar. Objetivo: Avaliar o perfil nutricional de pacientes da enfermaria de MIP na internação e alta hospitalar através da relação entre tempo de hospitalização e alterações do estado nutricional utilizando o Índice de massa corporal (IMC). Métodos: Trata-se de estudo transversal com base no acesso de informações dos prontuários de 163 pacientes adultos (18-60 anos) de ambos os sexos hospitalizados no período compreendido de janeiro de 2011 a dezembro de 2013.Os pacientes foram divididos em dois grupos sendo, Grupo 1(G1) e Grupo 2 (G2) com tempo de internação de 7 a 15 dias e acima de 15 dias respectivamente. Foram avaliados os dados de IMC (inicial (M1) e o da alta (M2)), sexo, idade e tempo de internação. Resultados: No G1 a média de idade foi de 39 anos e no G2 41 anos. Quanto ao gênero, houve predomínio do sexo masculino (66%) em relação ao feminino (34%) no G1 e no G2 80 % dos pacientes eram do gênero masculino e 20 % do feminino. Em relação ao diagnostico nutricional na internação e alta (M1 e M2) no G1 observou-se Magreza (14% em ambos); Eutrofia ( 64,5%, 66,6%); Sobrepeso e Obesidade (21,5% , 19,3%). No G2 observou-se Magreza (24,2%, 25,7%); Eutrofia ( 57,1%, 61,4%); Sobrepeso e Obesidade (18,5% , 12,8%).Conclusão: A maior parte dos pacientes no momento da internação eram eutróficos e se mantiveram assim na alta em ambos os Grupos. Cabe destacar que os pacientes na classificados em Magreza se mantiveram nessa classificação durante a internação , porém os pacientes classificados em Sobrepeso e Obesidade revelaram redução do IMC final em ambos os grupos. Portanto é de fundamental importância a realização do diagnostico nutricional no momento da internação, e uma conduta nutricional individualizada visando manter ou reestabelecer o seu estado nutricional como parte do tratamento desses pacientes.

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A ingestão dos diferentes tipos de ácidos graxos em portadores de dislipidemia

conforme seu índice de massa corpórea

FERRAREZI1, L. C.; VIEIRA2, A; MENDES3, A. L.

1Pós-graduanda do Programa de Aprimoramento Profissional, Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Pós-graduanda do Programa de Aprimoramento Profissional, Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP.

3Professora Assistente do Departamento de Clinica Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: Aproximadamente 98% da gordura dos alimentos se encontra na forma de triglicérides, denominados saturados, monoinsaturados, poli-insaturados e trans. As gorduras monoinsaturas (ácido oleico, w-9) ajudam a reduzir os níveis de LDL sérico, sem reduzir os de HDL-Colesterol. Sendo as principais fontes o oléo de oliva e canola, também encontrada no abacate e amendoim. As gorduras poli-insaturadas (linoleico, w-6 e linolênico, w-3) ajudam a aumentar as taxas do HDL, e manter baixas as taxas do LDL. Presentes principalmente nos óleos de milho e girassol, linhaça, soja, canola, peixes de água fria e frutos do mar. Os ácidos graxos trans formados a partir dos insaturados apresentam inversão na dupla ligação. A principal fonte de gordura trans na dieta é a vegetal hidrogenada, utilizada industrialmente na produção de biscoitos, bolachas recheadas, sorvetes, tortas e alimentos comercializados em restaurantes “fast-foods”. Esses ácidos graxos elevam a colesterolemia de maneira similar aos saturados, apresentando efeito adverso adicional de redução do HDL. Os ácidos graxos saturados classificam-se basicamente em ácidos graxos de cadeia media e de cadeia longa. Além das gorduras animais, vegetais como coco e cacau também são fontes destes ácidos graxos. Objetivo: Avaliar a ingestão dos diferentes tipos de ácidos graxos em portadores de dislipidemia conforme seu índice de massa corpórea. Métodos: Foram utilizadas informações de um recordatório de 24 (R24), através do Programa Nutri Life Versão 8.1, e calculado o IMC através do peso e altura de 21 pacientes de ambos os sexos. A avaliação da ingestão dos diferentes tipos de ácidos graxos foi realizada por meio de análise da quantidade consumida. Os dados foram tabulados em planilhas do excel, sendo divididos em quatro grupos de acordo com o seu IMC (eutróficos, sobrepeso, obesidade grau I e II), na qual foi calculada a porcentagem de cada informação. Resultados: Foi observado que de acordo com o IMC a maioria dos pacientes foram classificados em sobrepeso (57,14%) e obesidade (33,33%) e que, independentemente desta classificação, a recomendação das gorduras mono, poli, trans, saturada, ômega-3 e ômega-6 não foram atingidas. Conclusão: Uma vez que a maioria dos pacientes são classificados em sobrepeso e obesidade, pode ter ocorrido uma subestimação, assim, considera-se o método utilizado não tão fidedigno. Portanto, poderia ser acrescentado o questionário de frequência (QFA), sendo este uma avaliação mais ampla e objetiva. Outra opção de avaliação mais autêntica seria os marcadores biológicos nas amostras biológicas, como sangue, urina, cabelo, que refletem a ingestão de maneira rigorosa o suficiente para atuar como índices objetivos da verdadeira ingestão.

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Ingestão de Gordura Satura, Colesterol, Fibras e Ômega-3 em pacientes

Dislipidêmicos atendidos no Hospital das Clínicas de Botucatu

VIEIRA1, A; FERRAREZI2, L. C; MENDES3, A. L.

1Pós-graduanda do Programa de Aprimoramento Profissional, Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Pós-graduanda do Programa de Aprimoramento Profissional, Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP.

3Professora Assistente do Departamento de Clinica Clínica Médica, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A dislipidemia, caracterizada por alterações no metabolismo dos lipídeos e resultantes da alteração do colesterol e/ou triglicérides, assumem um importante papel no desencadeamento da gênese da aterosclerose e das doenças cardiovasculares. O estudo das associações entre dieta e alterações metabólicas requer uma avaliação detalhada e fidedigna da ingestão alimentar a fim de se identificar as relações entre o consumo de alimentos considerados protetores e também os considerados desencadeantes. Os ácidos graxos saturados e o colesterol, encontrados nos alimentos de origem animal, na polpa e leite de coco e em alguns óleos vegetais, de um modo geral elevam todas as frações do colesterol total e, em maiores proporções, da de LDL. Em contrapartida, as fibras, carboidratos complexos classificados em solúveis e insolúveis, reduzem o tempo de trânsito gastrointestinal e a absorção enteral do colesterol, sendo o farelo de aveia o alimento mais rico em fibras solúveis podendo, portanto, diminuir moderadamente o colesterol sanguíneo. Os ácidos graxos ômega-3, encontrados em castanhas, óleos vegetais e peixes de água fria, conferem efeito protetor devido ao seu efeito redutor sobre a trigliceridemia, além de modificações favoráveis no metabolismo das lipoproteínas e na diminuição da agregação de plaquetária. Objetivo: avaliar a ingestão de colesterol, gordura saturada, fibras e ômega-3 em pacientes portadores de dislipidemias atendidos no Hospital das Clínicas de Botucatu. Métodos: Foi coletado o Recordatório Alimentar de 24 horas de 21 pacientes, de ambos os sexos, do dia anterior à consulta médica, no qualfoi relatado o consumo de todos os alimentos ingeridos e suas respectivas medidas caseiras para posterior análise dos nutrientes, sendo utilizado o Software Nutilife, na versão 8,1.Resultados:Quando comparado com a Diretriz Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose, o consumo de gordura saturada está dentro da recomendação de 7% das calorias totais, tendo sido encontrado um valor de 7,54±6,15g, 6,78%. O consumo de colesterol foi de 235, 68±174,64 mg, ultrapassando a recomendação de 200mg/dia. De acordo com as Dietary Reference Intakes (DRIs) a recomendação de ômega-3 e fibras deveria atingir 1,5g e de 25 - 30g, respectivamente, porém foram encontrados valores de 0,20±0,25g e 18,02±5,29g. Conclusão: É notório e multifatorial o processo de transição nutricional brasileiro, caracterizando-se por alterações no padrão da dieta e na composição corporal dos indivíduos, afetando diretamente o estilo de vida e o perfil de saúde da população. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2008-2009, comparada à mesma pesquisa realizada em 2002- 2003, a evolução do consumo de alimentos em domicílio indica aumento na proporção de alimentos industrializados como pães, embutidos, biscoitos, refrigerantes e refeições prontas, padrão dietético com elevado teor de gordura saturada, hidrogenada e de açúcar em detrimento das insaturadas e de alimentos ricos em fibras, como as frutas, as verduras e os legumes. Desta forma, enfatiza-se a mudança do estilo de vida, incluindo a adequação da dieta e a prática de atividade física, terapia mais eficaz na redução dos lipídeos e lipoproteínas plasmáticas, além de promover melhora em diversos marcadores metabólicos como circunferência da cintura, pressão arterial e controle do diabetes.

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Alergia alimentar em crianças: avaliação do crescimento e ingestão de nutrientes no

momento da reintrodução dos alimentos implicados.

SANTIAGO1, L. T. C.; FREITAS1, N. A.; CASTALDELLI1, T. N.; DELFORNO1, A. F.

DIAS1, J. T.; FALEIROS1, F. T. V.; CARVALHO1, M. A.

1Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica. Departamento de Pediatria. FMB- Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

Introdução. Alergia alimentar (AA) é definida como uma reação imunológica anormal às proteínas alimentares. Diante do diagnóstico de AA, a dieta de exclusão dos alimentos implicados elimina os sintomas. Entretanto, a dietoterapia pode ser responsável por déficit de crescimento e deficiências nutricionais, especialmente se um número significativo de alimentos for removido da dieta. Assim, fórmulas hipoalergênicas são necessárias para eliminar as proteínas implicadas e atender as necessidades nutricionais. Objetivo. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto sobre o crescimento e a ingestão de nutrientes de crianças com AA no momento da reintrodução dos alimentos implicados. Métodos. Estudo transversal, pareado por idade, de uma amostra consecutiva de crianças com AA. Critérios de inclusão: idade compreendida entre 12-36 meses; diagnóstico de AA com base em sintomas/sinais clínicos; provocação oral positiva; e/ou teste de puntura cutâneo positivo; sem sintomas de alergia no momento da pesquisa; tratamento com dieta de eliminação de pelo menos 6 meses: dieta diversificada no momento do estudo e uso de fórmulas hipoalergênicas. Critérios de exclusão: doenças crônicas associadas; suporte nutricional enteral. Grupo controle: crianças saudáveis em acompanhamento ambulatorial de puericultura e com dieta preconizada para a idade. O crescimento foi avaliado usando o escore Z do peso/idade (P/I), estatura/idade (E/I), peso/estatura(P/E) e IMC, utilizando os valores de referência da OMS. A avaliação diária da ingestão de nutrientes foi baseado em recordatório de 24 horas associado à frequência semanal. Análise estatística: média, desvio padrão e intervalo de confiança de 95% da média foram usados para descrever os dados quantitativos. Os grupos foram comparados pelo teste de Mann-Whitney. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa GraphpadPrism 5.0. Resultados. Foram avaliadas 41 crianças com AA (idade21,2±5,5 meses) e 47 controles (21,2±7,4 meses). Os valores do escore Z das crianças com AA foram: P/I (-0,4±0,9), E/I (-0,6± 1,3), P/E (-0,1±0,8) e IMC (-0,03±0,9); e para o grupo controle: P/I (0,5±1,2), E/I (0,4±1,3), P/E (0,5±1,0) e IMC (0,5±1,0). Todos os parâmetros antropométricos das crianças com AA estavam dentro dos limites da normalidade, porém inferiores aos do grupo controle (p<0,05). A ingestão de energia, proteínas, lipídeos, cálcio e vitamina A não foi estatisticamente diferente entre as crianças com AA e os controles. A ingestão de carboidratos, vitaminas D e E foi maior e estatisticamente significativa para as crianças com AA. Conclusões. Este estudo demonstrou, em conformidade com estudos prévios, que crianças com AA apresentam peso e estatura adequados, entretanto, menores que os controles, apesar de ingestão calórica e protéica similares. Isto provavelmente decorre da repercussão nutricional no período pré-diagnóstico, antes da introdução da fórmula hipoalergênica substitutiva. Crianças com AA são menos propensas a desenvolver deficiências nutricionais quando têm acesso a fórmulas hipoalergênicas e são monitoradas quanto à adesão à dieta de eliminação.

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Constipação crônica em crianças: estudo transversal da concordância das

preferências alimentares da díade mãe-criança.

FREITAS1, N. A.; SANTIAGO1, L. T. C.; CLETO1, N. N.; CARVALHO1, M. A.; MACHADO1, N. C.

1Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica. Departamento de Pediatria. FMB- Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

Introdução. Constipação crônica é um problema comum em crianças e a administração de laxativos e de fibra alimentar é benéfica para o tratamento. Por outro lado, as recomendações da ingestão de fibra alimentar são consideradas muito difíceis na prática. Avaliar as preferências alimentares das crianças pode ser um meio de melhorar a ingestão alimentar e consequentemente a ingestão de fibra alimentar. A preferência alimentar é um dos mais importantes determinantes da ingestão alimentar em crianças. Portanto avaliação da preferência alimentar das crianças e de suas mães podem contribuir para melhorar o tratamento dietético. Objetivo. Examinar as preferências alimentares das crianças e de suas mães e como elas se alinham, utilizando os grupos de alimentos da Pirâmide Alimentar Brasileira. Método. Este é um estudo observacional, transversal, desenhado para investigar a associação entre as preferências alimentares de crianças com constipação crônica e de suas mães. Foram avaliados casos consecutivos de crianças com constipação crônica encaminhadas para ambulatório de gastroenterologia pediátrica, para avaliação e tratamento de constipação crônica. Os dados foram coletados por meio de protocolo demográfico/clinico/laboratorial. Critérios de inclusão: idades entre 5 e 15 anos; constipação crônica segundo Critérios de Roma III. Critérios de exclusão: crianças com problemas genéticos, neurológicos cognitivos e de linguagem. O questionário consistia de: panfleto com enumeração de maneira aleatória de 60 alimentos com 3 opções de escala de faces (gosto, não gosto, odeio/nunca experimentei). Crianças e mães receberam o mesmo material e ao mesmo tempo no dia da primeira consulta e responderam separadamente. A concordância entre as preferências da criança-mãe foi avaliada, primeiramente eliminando os alimentos classificados como odeio/nunca experimentei ou pela criança ou pela mãe. Concordância para cada alimento foi calculada como a percentagem gosta/gosta. Resultados. Foram avaliadas 50 crianças e suas respectivas mães. A concordância em gosta/gosta dos alimentos dos grupos da Pirâmide Alimentar Brasileira em ordem decrescente foi: Grupo Cereais (88%); Grupo Açúcares (87%); Grupo Carnes e ovos (84%); Grupo Frutas (83%); Grupo Leite e Derivados (82%); Grupo Óleo e gorduras (78%); Grupo Hortaliças (65%); Grupo Leguminosas (60%). Dentro dos grupos alimentares as preferências com maior concordância foram: Grupo Cereais (arroz e pão); Grupo Açúcares (sorvete e açúcar); Grupo Carnes e ovos (mortadela e presunto); Grupo Frutas (banana e sucos naturais); Grupo Leite e Derivados (iogurte e margarina); Grupo Óleo e Gorduras (salgados fritos e maionese); Grupo Hortaliças (cenoura e alface); Grupo Leguminosas (feijão e nozes). Os alimentos com maior percentual de odeio/nunca experimentei foram: Grupo Cereais (aveia); Grupo Açúcares (mel); Grupo Carnes e ovos (peixe); Grupo Frutas (melão); Grupo Leite e Derivados (queijo); Grupo Óleo e gorduras (azeite); Grupo Hortaliças (acelga); Grupo Leguminosas (soja). Conclusão. Observamos uma boa concordância entre as preferências alimentares das crianças e de suas mães. Sendo que as maiores concordâncias foram encontradas nos alimentos ricos em carboidratos e proteína (energia), e as menores nas hortaliças e leguminosas. Portanto a maior preferência ser de alimentos com baixa quantidade de fibra alimentar, implica na grande dificuldade na orientação nutricional de crianças com constipação crônica.

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Nutrição no

Esporte

Apoio:

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Suplementação de carboidrato: Efeitos sobre o desempenho físico.

ANJOS1, J. R. C.; BERNARDO2, D. N. A.; PIRES3, A.; OLIVEIRA4, L. C. N.

1Departamento de Nutrição, UniToledo, Araçatuba, SP. Graduado em Bacharelado em Educação Física- UniSalesiano, Lins, SP. Graduando em Nutrição, UniToledo, Araçatuba- SP. Profissional de Educação física. [email protected]

2Departamento de Nutrição, UniSalesiano, Araçatuba, SP. Mestre em Ciências da Saúde- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Profissional da Nutrição- Docente dos cursos de Nutrição e Educação Física – UniSalesiano- Araçatuba-SP.

3Departamento de Nutrição, UniSalesiano, Araçatuba, SP. Mestre em Ciências dos alimentos – Universidade Estadual Paulista, Unesp, Araraquara- SP. Profissional da Nutrição- Docente do curso de Nutrição – UniSalesiano- Araçatuba-SP.

4Departamento de Educação Física, UniSalesiano, Araçatuba, SP. Mestre em Promoção de Saúde, Franca- SP. Profissional de Educação Física- Docente do curso de Bacharelado em Educação Física – UniSalesiano- Araçatuba-SP.

Introdução: A nutrição é fundamental para a atividade física, entretanto, pode-se dizer que os progressos e o bom desempenho durante o treinamento apóiam-se em um tripé, compreendendo, além da nutrição adequada, um bom programa de treinamento e tempo suficiente e adequado de recuperação. Assim, para melhorar o desempenho, é necessário seguir práticas de boa nutrição e consumir com cautela suplementos e ergogênicos, além de ter uma boa alimentação com grande variedade de alimentos, em quantidades e qualidades adequadas. No que concerne aos nutrientes, o carboidrato é fundamental, já que sua ingestão melhora o desempenho, ajudando a manter as concentrações de glicose no momento em que as reservas de glicogênio muscular estão diminuídas, permitindo-lhe a utilização e a produção de energia para o atleta continuar o exercício. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), para otimizar a recuperação muscular é recomendado o consumo de 5 a 8g/kg/dia de carboidratos e 10g/kg/dia para atividades de longa duração e treinamentos mais intensos, A maltodextrina é o carboidrato mais recomendado, por proporcionar baixa osmolaridade nas bebidas, Em adição, por apresentarem melhor palatabilidade em relação à água pura, as bebidas proporcionam o encorajamento da ingestão hídrica. a suplementação de carboidratos é importante para exercícios acima de 1 hora de duração e que a utilização de maltodextrina como forma de suplementação de carboidrato é bastante interessante. Dessa forma, é viável a utilização de maltodextrina em categorias esportivas como basquetebol, futebol, voleibol, entre outros, que ultrapassam 1 hora de duração a fim de auxiliar um aumento da capacidade de resistência, visto que esses tipos de atletas geralmente têm uma deficiência energética. Objetivo: Avaliar o desempenho físico de atletas durante a suplementação de carboidrato. Casuística e Métodos: Foram selecionadas 11 atletas do sexo feminino, de 13 a 17 anos, do Basquete Clube de Araçatuba-SP, submetidos à avaliação por 4 meses. Coletaram-se dados pessoais, do exercício e do desempenho físico. Foi ministrada suplementação de carboidrato 30 minutos antes dos treinos, em uma dosagem de 30 gramas diluído em 250 ml de água gelada. Resultados: O teste físico de 12 minutos, Shuttle Run e Medicine Ball, , mostraram-se significativos no momento final (p<0,05), mostrando melhora no desempenho das atletas durante a suplementação. Conclusão: Após a suplementação com maltodextrina, houve melhora nos testes de desempenho físico.

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Saúde

Pública

Nutrição em

Apoio:

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Perfil nutricional dos pacientes diabéticos de primeira consulta atendidos na

Associação dos Diabéticos na Cidade de Bauru-SP

CAMARGO1, B .A.; BOICO2, F. V. 1Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração – Bauru, SP. andré[email protected] ²Discente do Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração – Bauru, SP. Introdução: O Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica e multifatorial que vem crescendo de forma alarmante, sendo considerado um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo. O crescimento da incidência do DM tipo 2 (DM2) está relacionado principalmente ao aumento do sobrepeso e da obesidade, associado as alterações no consumo alimentar e na persistência de um estilo de vida sedentário. Os objetivos do tratamento visam o desaparecimento dos sintomas, minimizar o risco de complicações através de um adequado controle glicêmico e melhoria da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar os parâmetros antropométricos e dietéticos dos pacientes diabéticos de primeira consulta atendidos na Associação dos Diabéticos na cidade de Bauru-SP. Métodos: Fizeram parte da amostra 50 pacientes DM2 do sexo masculino(n=14) e feminino(n=36) com idade média de 67,3 anos. Os procedimentos dietéticos constaram da anamnese alimentar por meio do recordatório de 24horas (R24), questionário de frequência do consumo dos alimentos (QFCA) e cálculo do valor energético total (VET). Os procedimentos antropométricos foram a circunferência da cintura (CC), índice de massa corpórea (IMC) e dobras cutâneas (tricipital, bicipital, subescapular e supraíliaca). A gordura corpórea (GC) foi determinada pela somatória das dobras cutâneas.Resultados: A avaliação inicial do estado nutricional segundo o IMC mostrou que 54% apresentaram obesidade grau I, eutrofia (22%),sobrepeso(16%) e 8% obesidade grau II, respectivamente. Em relação a GC mostrou que 71% estavam acima dos valores de referência para a faixa etária. A CC revelou risco aumentado para doenças cardiovasculares em ambos os sexos, 58,3% no sexo masculino e 64,2% no feminino, respectivamente. A avaliação dietética identificou inadequações alimentares importantes, sendo que 32% realizavam o fracionamento das refeições, 26% relataram o consumo diário de açúcar e bebidas açucaradas, 34% um consumo diário de alimentos ricos em fibra alimentar e as gorduras saturadas estiveram presentes em 62% na frequência de 3 a 4 vezes na semana.O cálculo do VET verificou que 58% apresentaram um consumo alimentar superior a 20% das necessidades diárias.Conclusão: Os resultados demonstraram que a maioria dos pacientes DM2 são obesos. Nessa realidade, a descoberta precoce da doença e, consequentemente, o tratamento imediato e assistência nutricional especializada podem promover a perda de peso e controle glicêmico, além de reduzir o risco de manifestações crônicas e de comorbidades associadas na população diabética.

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Nível de percepção de consumidores sobre a ingestão de produtos Diet

MAZZO1, B. B.; PINTO2, M. P. R.; CHAIM2, R. C.

1Estudante do Curso de Nutrição da Universidade do Sagrado Coração. [email protected].

2Docentes do Curso de Nutrição da Universidade do Sagrado Coração. Introdução: Alimentos Diet são especialmente formulados com modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas diferenciadas e ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas especiais. Objetivo: Verificar a percepção dos consumidores e a freqüência de consumo de produtos Diet. Métodos: Estudo prospectivo transversal realizado em um supermercado da cidade de Bauru no período de fevereiro a março de 2014, através da abordagem aleatória e aplicação de questionário padrão contendo dados pessoais, freqüência do consumo dos alimentos Diet e perguntas para avaliar o nível de aceitação dos consumidores. Resultados: A população estudada compreendeu 120 consumidores, sendo 88,3% do sexo feminino e idade média de 56 anos (± 23 anos). Em relação às comorbidades, 14,6% dos consumidores apresentavam diabetes, 16,6% hipertensão, 4,16% hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. Do total de consumidores estudados, 14,2% utilizavam produtos diet e 55% utilizam Diet e Light associados. Em relação ao objetivo do consumo, 13,4% relataram consumir produtos Diet devido à presença de diabetes, 16,7% para manutenção do peso, 9,16% para perder peso e 29,9% relaram que o produto diet já fazia parte do seu hábito alimentar. A freqüência de consumo dos produtos Diet foi diária em 70,8% dos consumidores, 2 a 3x/semana em 23,3% e raramente em 5,9%. Quando questionados quanto ao alimento diet mais consumido, 57,5% destacaram o adoçante, 8,3% refrigerante, 2,5% iogurte, 1% pão. Entre o alimento secundário mais consumido destacou-se o refrigerante em 26,6% dos entrevistados, adoçante em 1,7%, pão em 3,3%, iogurte em 2,5% e bolo em 2,5%. Entre os consumidores de produtos Diet, o sabor dos produtos foram destacados como aprovados por 64,2% desses e 35,8% relataram consumir somente por ser necessário. Em relação ao marketing nutricional dos adoçantes, 61,6% revelaram escolher a compra pela marca, 5% pela recomendação do médico e/ou nutricionista, 10% pelo preço e 1% pela embalagem. Conclusão: Conclui-se que a maioria dos consumidores entrevistados utiliza os produtos Diet com freqüência, porém sem recomendação médica ou nutricional e sem a necessidade de controle glicêmico, notando-se portanto o baixo nível de conhecimento sobre o produto.

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Estado nutricional antropométrico de crianças de 3 a 5 anos e 6 meses

MAZZO1, B. B.; CHAIM2, R. C.; PINTO2, M. P. R.

1Estudante do Curso de Nutrição da Universidade do Sagrado Coração. [email protected].

2Docentes do Curso de Nutrição da Universidade do Sagrado Coração. Introdução: Atualmente busca-se identificar alterações do estado antropométrico nutricional de crianças para identificar agravos que possam comprometer a saúde pelo aparecimento de comorbidades. Observa-se que o Brasil passa pela transição nutricional, com diminuição nos casos de desnutrição e aumento na prevalência de obesidade na infância persistindo até a vida adulta. A coleta de dados de peso e altura é prática, de baixo custo, permite inferir sobre a ingestão alimentar e atuar precocemente na tentativa de corrigir o problema e minimizar comprometimento na vida adulta. O Ministério da Saúde propõe como referencial a utilização dos valores propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para crianças menores de cinco anos, recomenda se utilizar a referência da OMS lançada em 2006 e para as crianças com cinco anos ou mais e adolescentes, recomenda-se a referência lançada em 2007. Objetivo: Avaliar o estado nutricional antropométrico de crianças de 3 a 5 anos e 6 meses de uma escola da cidade de Bauru SP. Métodos: O presente estudo foi transversal com avaliação antropométrica realizada aferindo o peso e a estatura de 93 crianças matriculadas no período da manhã que, no momento da coleta, estavam descalças e usando o mínimo de roupas possível. As variáveis coletadas foram a idade, o sexo, o peso e a altura. Os dados do peso e altura foram coletados seguindo os procedimentos recomendados pela literatura, com o uso de balança digital com precisão de 100g. Para a aferição da estatura foi afixada uma fita métrica de fibra de vidro à parede e com o auxílio de uma caixa esquadro foi localizado a parte superior da cabeça. Com as medidas antropométrica é possível fazer diferentes associações e, para o presente estudo fez-se a opção pela utilização do Índice de Massa Corpórea (IMC) segundo a idade com os pontos de corte recomendados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Os dados foram analisados no programa Anthro e Anthro plus que forneceu os escores do IMC. Resultados: A população estudada compreendeu 93 crianças (50,5% do gênero masculino e 49,5% do feminino). Os resultados mostraram um predomínio de eutrofia com 72,34% para o sexo masculino e 73,91% para o feminino. Para as crianças do sexo masculino, foi verificado que 12,76% apresentaram sobrepeso, 4,25% obesidade e 6,38% obesidade grave. Já para as do sexo feminino encontrou-se 10,86% das crianças em sobrepeso, e 4,34% para os diagnósticos de obesidade e obesidade grave. No grupo estudado foi encontrado o diagnóstico de magreza (valores de escore compreendido entre -3 e -2) para 4,25% dos meninos e 3,52% das meninas. No grupo estudado não foi encontrado resultado para os valores de magreza acentuada. Conclusão: Os resultados da avaliação antropométrica segundo os escores do IMC indicam que tanto os meninos quanto as meninas apresentam estado nutricional muito semelhante com predomínio de eutrofia, entretanto foram encontrados casos de sobrepeso, obesidade e obesidade grave o que está de acordo com os resultados encontrados em outros estudos que comprovam que as crianças do Brasil estão passando pela transição nutricional. Assim, há necessidade de ações promotoras de vigilância e educação alimentar no sentido de minimizar o quadro de obesidade infantil que vem crescendo inclusive na população estudada.

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O consumo de fibras em pacientes portadores ou não de doenças crônicas não

transmissíveis atendidos no CEPRAN – Centro de Estudos e Práticas em Nutrição- IB/Botucatu

VASCONCELOS, L. G.; SILVA, E.; CINTRA, R. M. G.; DIAS, L. C. G.

Departamento de Educação – CEPRAN/IBB. [email protected]; [email protected] Introdução: As fibras são s carboidratos que não sofrem ação das enzimas digestivas, e incluem celulose, hemicelulose, pectina, lignina, oxalato e fitato. Apresentam efeitos benéficos à saúde com função de reter água promovendo o melhor funcionamento do intestino e relacionadas com uma maior sensação de saciedade, pois diminuem o tempo do esvaziamento gástrico, reduzindo o nível de insulina e da glicose no sangue; e ainda promove o desenvolvimento da mucosa intestinal, prevenindo o câncer de intestino, pois ocorre uma diminuição do contato das fezes com a mucosa; e reduzem o colesterol pois impedem sua absorção intestinal. As fibras portanto tem grande importância na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes mellitus, câncer e doenças cardiovasculares. Este trabalho faz parte do projeto de extensão que atende pacientes da comunidade e tem entre as finalidades conhecer a alimentação da população e identificar principais fatores alimentares como indicador de risco para doenças. Objetivos: verificar o consumo de fibras na alimentação de pacientes atendidos no Centro de Estudos e Práticas em Nutrição–CEPRAN e relacionar com a presença de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Métodos: população estudada: adultos entre 20 e 60 anos de idade participantes de atendimento nutricional no Centro de Estudos e Práticas em Nutrição – CEPRAN –IBB, portadores ou não de DCNT. Neste atendimento são obtidas informações sobre dados clínicos, dados dietéticos, e dados antropométricos, e é realizado por graduandos do de Nutrição da Universidade Estadual Paulista, Botucatu-SP. Para obter os dados da dieta de cada paciente, foram utilizados Recordatórios de 24 horas e o Registro de 3 dias. Para avaliação destes dados dietéticos foi utilizado o Software Nutwin®, o qual permitiu conhecer valor energético, de nutrientes e de fibras. A quantidade do consumo ideal foi baseada nas DRI’s (Dietary Reference Intakes) de 20 a 35 gramas/ dia. Todos os procedimentos seguiram a Declaração de Helsinque. O consumo de fibra foi comparado entre pacientes portadores ou não de DCNT. Resultados: Foram avaliados 50 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (82%). A média de consumo de fibra foi de 7,22 gramas. A maioria dos pacientes apresentou consumo abaixo da faixa ideal. Desses pacientes, 62% relataram DCNT, dentre as quais apresentaram maior incidência, a HAS e a obesidade. Em contrapartida 26% consomem quantidades adequadas de fibra. A média do consumo dos pacientes, foi de 15,75 ± 10,19 gramas para os que não relataram DCNT e de 20,58 ± 19,30 gramas para os que apresentaram relatos. Conclusão: A população estudada apresenta consumo de fibra muito baixo tanto pacientes com DCNT como não portadores. Assim, outros fatores da alimentação podem ter maior influência no quadro clinico nestes pacientes. Este baixo consumo é observado na população em geral, de acordo com vários estudos populacionais.

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Experimental

Nutrição

Apoio:

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Obesidade está associada com diminuição plasmática de carotenóides e dano

oxidativo no DNA

LO1, A. T. C.; CHIAVERINI2, L. C. T.; PIERINE2, D. T.; NAVARRO2, M. E. L.; NUNES3, V. N.; CORRÊA2, C. R.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 2Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP. 3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A obesidade é uma condição favorável ao estresse oxidativo, a qual leva a diminuição de antioxidantes entre eles os carotenóides. Essa situação pode provocar danos ao DNA. Objetivo: Investigar o dano oxidativo ao DNA e os níveis de carotenóides plasmáticos em mulheres obesas. 77 mulheres, distribuídas em dois grupos: 36 de IMC eutrófico (N- IMC: 18,5-24,9), 41 com obesidade (índice de massa corpórea maior que 30, (A- IMC) (A- IMC: > 30,0). Métodos: Carotenóides séricos ( criptoxantina , α e β -caroteno ) foram avaliados por HPLC . O dano oxidativo de DNA foi realizada em linfócitos ( Ly ) isolados, pela técnica do cometa e foi usado enzimas glicosilase formamidopyrimidine DNA ( FPG ) e endonuclease III (Endo III ) para verificar danos oxidativos em purinas e pirimidinas . Os carotenóides foram reduzidos (p < 0,05) no grupo H- IMC criptoxantina : N- IMC: 9,7 ( 4,8-27,4 ) > A- IMC: 4,1 ( 2,2-9,4 ); Alfa-caroteno : N- IMC: 4,9 ( 2,9-6,7 ) > A- IMC: 2,6 ( 1,4-3,9); Beta -caroteno : N- IMC: 9,4 ( 4,6-15,2 ) > H- IMC: 5,6 ( 2,5-8,7 ) ] . Resultados: DNA oxidativo aumentou ( p <0,05) no grupo de alto IMC ( Ly : N- IMC: 52,5 ± 29,2 < H- IMC: 71,6 ± 22,7 ; Ly + FPG : N- IMC: 63,2 ± 26,4 < H- IMC: 74,4 ± 22,2 ; Ly + Endo III: N- IMC: 54,2 ± 28,8 < H- IMC: 72,6 ± 22,0) . Conclusão: O aumento do estresse oxidativo, causado pela obesidade, é responsável por danos no DNA. Apoio: CNPq, FAPESP (bolsa de iniciação científica)

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A influência da dieta hiperlipídica rica em ácidos graxos saturados sobre o perfil

morfológico cardíaco

ADORNI¹, C. S.; OLIVEIRA¹, S. M.; DEUS², A. F.; VILEIGAS², D. F.; SILVA², D. C. T; TOMASI², L. C; CICOGNA³, A. C.;

¹Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

²Pós-Graduação no Programa de Fisiopatologia em Clínica Médica, Unesp, Botucatu,SP. ³Professor Titular- Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução: A dieta ocidental é caracterizada pela ingestão excessiva de gorduras, saturadas e/ou insaturadas, carboidratos simples e baixo consumo de micronutrientes. A gordura saturada é altamente prejudicial para o organismo humano, gerando alterações estruturais e morfológicas em alguns tecidos. Objetivo: Analisar o perfil morfológico cardíaco de animais submetidos à dieta hiperlipídica rica em ácidos graxos saturados. Métodos: Os ratos foram randomizados em dois grupos, tratados com dieta normolipídica, C (n=25) ou hiperlipídica, H (n=25), por um período de 30 semanas. Os ratos C e H receberam 50 g de ração e após 24 horas a quantidade não ingerida foi mensurada, e a oferta de água ad libitum. Após a eutanásia, a presença de hipertrofia cardíaca foi determinada pela mensuração dos seguintes parâmetros: peso total do coração, do átrio, dos ventrículos esquerdo e direito, e das respectivas relações com o comprimento da tíbia e peso corporal. O perfil nutricional foi também determinado pela análise da ingestão calórica, da ingestão e eficiência alimentar, do peso e gordura corporal e do índice de adiposidade. Resultados: Foi observado um aumento significativo nos seguintes parâmetros: peso corporal final (PCF), ganho de peso, depósitos de gordura (retroperitoneal, visceral e epididimal), gordura corporal total (GCT), ingestão e eficiência alimentar e índice de adiposidade no grupo H. As relações VE/PCF e VD/PCF foram menores no grupo H em relação ao C; entretanto, as relações entre os ventrículos e os comprimento da tíbia foram semelhantes entre os grupos. Conclusão: A ingestão de dieta hiperlipídica rica em ácidos graxos saturados, apesar de ter provocado alterações significantes no perfil nutricional, não alterou as características morfológicas do tecido cardíaco. Apoio Financeiro: Fapesp (bolsa de iniciação científica).

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Efeito do licopeno sobre o estresse oxidativo, processo inflamatório e

resistência à insulina no tecido adiposo de animais com sobrecarga nutricional

IMAIZUMI1, E.; PRESTI1, P. T.; MIRANDA1, N. C. M.; PIERINE2, D. T.; CORREA², C. R.; FERREIRA3, A. L. A.; LUVIZOTTO3, R. A. M.

¹Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] ²Departamento de Patologia, FMB, Botucatu, SP 3Departamento de Clínica Médica, FMB, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: A obesidade é uma condição que favorece o aumento da produção de adipocinas e fatores quimiotáticos, como proteína quimioatraente de monócito (MCP-1) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) pelos adipócitos. Um dos desencadeadores desse processo é o aumento dos eventos oxidativos (estresse oxidativo), sendo o sistema NADPH oxidase (Nox), a fonte mais conhecida de espécies reativas, que pode conduzir à resistência à insulina. O licopeno, um potente antioxidante, parece contribuir para atenuar estes processos. Entretanto, é desconhecido se a terapia com licopeno influencia na disfunção do adipócito, na resistência à insulina e na expressão gênica das isoformas da Nox na obesidade. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação de licopeno sobre genes relacionados ao processo inflamatório, resistência à insulina e sobre o estresse oxidativo no tecido adiposo de ratos submetidos à dieta hipercalórica. Métodos: 28 ratos Wistar machos, pesando 350g, foram separados em quatro grupos para receberem dieta controle (C, n=7), dieta hipercalórica (H, n=7), C suplementado com licopeno (C+L; n=7) e H suplementado com licopeno (H+L; n=7). A dieta foi administrada por 12 semanas e o licopeno suplementado nas últimas seis. Ao final do experimento, os animais foram eutanasiados para avaliação da expressão gênica de MCP-1, TNF-α e IRS-1 no tecido adiposo epididimal e nos animais com dieta hipercalórica foi analisado a expressão gênica do Nox1, Nox2 e Nox4, todos por meio da técnica de PCR em tempo real. ANOVA complementada com o teste de Tukey foi utilizada para análise dos dados. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Houve aumento na expressão gênica de MCP-1 no grupo H (1,73 ± 0,53) quando comparado ao C (1,00 ± 0,37) e a suplementação com licopeno no grupo H+L foi eficiente em baixar os níveis de MCP-1 (0,98 ± 0,30) retornando-os para os níveis do grupo C. Não houve diferença nos níveis de TNF-α entre os grupos C e H (1,00 ± 0,23 vs 1,19 ± 0,16), entretanto a suplementação com licopeno diminuiu a expressão gênica de TNF-α (C+L: 0,37 ± 0,17 e H+L: 0,95 ± 0,18). A dieta diminuiu aos níveis de IRS-1 (0,73 ± 0,12) no grupo H, contudo o tratamento com licopeno não afetou significantemente esses níveis (C+L: 1,03 ± 0,32 e H+L: 0,81 ± 0,10). Em relação ao estresse oxidativo, a suplementação com o licopeno diminuiu a expressão gênica do Nox1 (HD: 9,16 ± 0,97 vs HD+L: 6,93 ± 0,40; P<0,001), e do Nox2 (HD: 1,13 ± 0,22 vs HD+L: 0,71 ± 0,13; P=0,002), entretanto, não modulou a expressão gênica do Nox 4 (HD: 1,26 ± 0,31 vs HD+L: 1,03 ± 0,23; P=0,174) no tecido adiposo. Conclusão: O licopeno mostrou-se eficiente em diminuir os genes relacionados ao processo inflamatório e à expressão gênica das isoformas do Nox1 e Nox2 no tecido adiposo, evidenciando os efeitos benéficos e o potencial efeito protetor dos carotenoides. Entretanto, em 6 semanas de suplementação não apresentou efeito sobre a expressão gênica de IRS-1. Apoio: FAPESP Processo: 2011/19847-8

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Melatonina reduz a expressão de Her-2 no carcinoma de ovário de ratas

consumidoras voluntárias de etanol

FERREIRA1, G. M.; MARTINEZ2, F. E.; MARTINEZ3, M.; CHUFFA2, L. G.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] 2Departamento de Anatomia, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 3Departamento de Morfologia e Patologia, UFscar, São Carlos, SP. Introdução: O câncer de ovário apresenta elevada incidência em mulheres peri e pós-menopáusicas e, por apresentar diagnóstico tardio e baixo prognóstico, é a quarta causa de morte por câncer, ao lado do câncer de mama, colorretal, colo uterino e pulmão. O câncer de ovário responde inicialmente aos tratamentos com quimioterápicos, retardando o crescimento da massa tumoral, porém, com o tempo, muitas mulheres desenvolvem quimioresistência. É indiscutível que fatores de risco, como o alcoolismo crônico, predispõem a indução de tumores, atuando como agente co-carcinogênico. Curiosamente, os mecanismos relacionados a tumorigênese e ao consumo de etanol podem compartilhar uma mesma via que favorece a sobrevivência e proliferação da célula tumoral. A melatonina possui função imunomoduladora e oncostática e, também, parece inativar a via relacionada com a proliferação celular. Objetivo: Avaliar a influência da terapia com melatonina a longo prazo sobre os níveis dos receptores EGFR (membros Her 2 e 4) nos tumores de ovários de ratas consumidoras voluntárias de etanol a 10% (linhagem UChB). Métodos: Foram utilizadas ratas adultas (n=60) da variedade UChB (consumidor voluntário de etanol a 10% v/v). Os tumores foram induzidos através de única injeção com 100µg de DMBA sob a bursa ovariana. Após o desenvolvimento dos tumores, metade dos animais (n=30) receberam concentrações diárias de 200µg melatonina dissolvida na água de beber durante 60 dias. Para tanto, quatro grupos experimentais foram formados: Grupo OC: animais privados do consumo de etanol e induzidos com DMBA; Grupo OC+Mel: animais privados do consumo de etanol, induzidos com DMBA, e receberam melatonina exógena como terapia; Grupo OC+EtOH: animais consumidores voluntários de etanol (água + etanol) a 10% e consumo médio de etanol de 4,0g/100g/dia induzidos com DMBA; Grupo OC+EtOH+Mel: animais consumidores voluntários de etanol (água + etanol) a 10% (v/v) e consumo médio de etanol de 4,0g/100g/dia induzidos com DMBA, e receberam melatonina exógena como terapia. Aos 320 dias de idade, as fêmeas foram anestesiadas e eutanasiadas para coleta e processamento dos ovários para imunohistoquímica, fluorescência e western blot. Resultados: A terapia com melatonina reduziu os níveis de Her-2 nos ovários dos animais OC+Mel (59% menor vs. grupo OC) e nos animais OC+EtOH+Mel (33,4% menor vs. grupo OC+EtOH). Para a imunohistoquímica e imunofluorescência, os animais tratados com melatonina (OC+Mel e OC+EtOH+Mel) apresentaram reações de moderada a fraca quando comparado aos respectivos grupos controles (OC e OC+EtOH) que apresentaram forte imunoreatividade para Her-2. A imunolocalização e os níveis de Her-4 não apresentaram diferenças significativas entre os grupos experimentais. Conclusão: A terapia com melatonina a longo prazo modula a expressão de Her-2 no câncer de ovário de animais consumidores de etanol, atenuando as taxas de sobrevivência, proliferação celular, e até mesmo metástase ligada a alta expressão de Her-2. Embora estudos adicionais sejam necessários, a melatonina poderá ser utilizada como uma terapia adjuvante durante os tratamentos químicos estabelecidos para o câncer de ovário. Apoio financeiro: FAPESP 2013/10309-9 (bolsa de iniciação científica)

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Efeito hepatoprotetor da vitamina C sobre o estado nutricional de ratos cirróticos

induzidos por Tioacetamida: Estudo experimental

LOURENÇO1, M. A. M; FERRAREZI2, L. C; MENDONÇA3, J. S. C.; SANTOS3, A. G. M. U.

1Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração, Bauru, SP. [email protected]

2Aprimoranda em Abordagem Nutricional em Doenças Endócrinas e Metabólicas, Departamento de Clínica Médica, Universidade Estadual Paulista “ Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP.

3Docente do curso de Nutrição/Departamento de Ciências da Saúde da Universidade do Sagrado Coração – USC, Bauru, SP.

Introdução: A cirrose hepática é considerada o estágio final e irreversível das lesões crônicas do fígado, caracterizada pela perda progressiva das funções hepáticas, comprometendo, em graus variáveis, o estado nutricional de pacientes cirróticos. Seu fator etiológico principal é o abuso do consumo de álcool, cujo metabolismo gera inúmeros radicais livres, gerando um desequilíbrio chamado estresse oxidativo. Evidências apontam que o estresse oxidativo é o principal mediador da fibrose hepática, característica da cirrose hepática. A vitamina C tem efeito antioxidante e é considerada a primeira linha de defesa ao dano oxidativo, seu uso vem sendo alvo de vários estudos por minimizar o estresse oxidativo, contribuindo para a intervenção terapêutica e melhora do estado nutricional em pacientes cirróticos. Objetivo: Avaliar o efeito hepatoprotetor da vitamina C sobre o estado nutricional de ratos cirróticos induzidos por Tioacetamida (TAA). Métodos: Foram avaliados 40 ratos machos Wistar, divididos em 4 grupos, com 10 ratos em cada: CC (controle + vitamina C), CA (controle + água), HC (hepatotóxico + vitamina C), HE (hepatotóxico+ água). Os grupos hepatotóxicos foram induzidos a cirrose hepática alcoólica por administração intraperitoneal de TAA, 3 vezes por semana, durante 8 semanas na proporção de 200mg/kg. A vitamina C foi administrada diariamente via gavagem diluída em água no volume 1ml/g de peso, concentração 2mg/g. A água foi administrada diariamente via gavagem no mesmo volume final da vitamina C. A avaliação da função hepática foi realizada por meio da análise dos marcadores bioquímicos alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST). A atividade inflamatória foi avaliada pela dosagem de Proteína C-reativa (PCR). A avaliação do estado nutricional foi feita através do ganho de peso, do consumo de ração e do aproveitamento nutricional (relação entre o ganho de peso e o consumo de ração). Os resultados foram obtidos por meio de análise estatística com métodos descritivos e comparativos, por meio do teste de Kruskal Wallis e de Miller. Resultado: Houve um aumento estatisticamente significativo nas médias de ALT e AST nos grupos HE (368,70 UI/L e 464,95 UI/L, respectivamente) e HC (116,80 UI/L e 146,60 UI/L, respectivamente) em comparação com os grupos CA (106,84 UI/L e 111,17 UI/L, respectivamente) e CC (69,84 UI/L e 92,00 UI/L, respectivamente) (p<0,05). Entretanto, comparando os grupos cirróticos entre si, observou-se que o grupo HC apresentou valores diminuídos destes marcadores (p<0,05). Não foi observada diferença estatística entre os grupos (p>0,05) em relação ao PCR. Quanto ao estado nutricional, observou-se que a média de ganho de peso dos animais dos grupos HE (68,20g) e HC (76,30g), foi significativamente menor quando comparadas aos grupos CA (124,10 g) e CC (129,50 g) (p<0,05). Ao compararmos os grupos cirróticos (HE e HC) entre si, não foi observado diferença estatística entre eles (p>0,05). Quanto à média de consumo de ração, entre os grupos cirróticos, HE (1217,70 g) e HC (997,40 g), houve diferença estatística (p<0,05), sendo que o grupo HC ingeriu menos ração que o grupo HE. Em relação ao aproveitamento nutricional, as médias dos grupos CA (0,10 g) e CC (0,11 g) foram maiores do que grupos HE (0,05 g) e HC (0,07 g) (p<0,05). Já na comparação entre os grupos cirróticos não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05). Conclusão: A vitamina C desempenhou uma papel hepatoprotetor visto pela melhora dos marcadores de lesão hepática, entretanto, não influenciou no estado nutricional dos animais. Desta forma, novos estudos com este delineamento experimental deverão ser realizados para avaliar a eficácia da vitamina C na melhora do estado nutricional.

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Suplementação com licopeno está associada com diminuição do acúmulo de gordura

visceral em ratos obesos

PRESTI1,2,P. T.; LUVIZOTTO², R. A. M.; IMAIZUMI¹, E.; NASCIMENTO², A. F.; CORREA3, C. R.; NOGUEIRA2, C. R.; FERREIRA², A. L. A.

¹Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

²Departamento de Clínica Médica, FMB, Unesp, SP, Botucatu, SP. 3Programa de Pós-Graduação em Patologia, FMB, Unesp, SP, Botucatu, SP. Introdução: O licopeno é um carotenóide sem atividade pró-vitamina A encontrado no tomate e nas frutas vermelhas com alto poder antioxidante. Diversos estudos têm mostrado que a ingestão de derivados do tomate está associada com diminuição no risco de desenvolvimento de doenças crônicas. O acúmulo de tecido adiposo tem sido apontado como um órgão produtor de fatores autócrinos que participam da patogênese da obesidade. Entretanto, é desconhecido se a suplementação com licopeno pode modular o acúmulo de tecido adiposo. Objetivo: Avaliar a absorção do licopeno plasmático em ratos submetidos à dieta hiperlipídica e suplementados com o carotenóide, e analisar se a suplementação com licopeno diminui o acúmulo de gordura visceral em ratos obesos induzidos por dieta. Métodos: Ratos Wistar machos (n=28; 350g) foram randomizados em quatro grupos para receberem dieta controle (C, n=7), dieta hiperlipídica (H, n=7), C suplementado com licopeno (C+Ly; n=7) e H suplementado com licopeno (H+Ly; n=7). A dieta foi administrada por 12 semanas e o licopeno (10 mg/Kg) suplementado nas últimas seis. O peso e o consumo de dieta e água foram aferidos semanalmente. Ao final do experimento os animais foram eutanasiados e os depósitos adiposos foram coletados (retroperitoneal, epididimal e visceral) para o cálculo do índice de adiposidade e para a dosagem de licopeno no tecido adiposo visceral. A concentração de licopeno foi aferida por HPLC. Para a análise estatística foi utilizado ANOVA complementado com teste apropriado (Systat Software, Inc. San Jose, CA). O nível de significância adotado foi de 5%. O projeto foi provado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal #919/2012. Resultados: O modelo experimental promoveu diminuição significante do consumo de água e aumento significante de peso, do índice de adiposidade e da gordura total dos animais tratados com dieta hiperlipídica. O depósito de gordura visceral foi menor nos animais suplementados com licopeno (HD > HD+Ly, p=0,001). Após 6 semanas de suplementação com o carotenóide, o licopeno não foi detectado no tecido adiposo visceral, nem no plasma dos grupos C e H que não foram suplementados, entretanto, a concentração de licopeno no tecido adiposo visceral (média SE, ng/g de tecido) foi evidente nos grupos C+Ly (39,8±5,9) e H+Ly (45,4±11,6). E a concentração plasmática (média SE, nMol/L de plasma) de licopeno foi evidente nos grupos C+Ly (22,9±7,2) e H+Ly (28,7±6,3). Conclusão: O modelo experimental adotado foi capaz de induzir obesidade. A suplementação com licopeno foi eficazmente absorvida pelo organismo do animal. A administração de dieta hiperlipídica foi associada ao aumento de depósito de gordura e de consumo de água. A suplementação com licopeno significantemente reduziu tais alterações, o que indica que o licopeno pode ser considerado importante estratégia para o tratamento da síndrome metabólica. Apoio financeiro: FAPESP 11/19738-4; 10/06100-9; 10/19746-4, 1/19847-8 e 11/22786-0

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Restrição nutricional materna e dieta hiperlipídica alteram o metabolismo de gordura

e glicose na prole adulta e sofrem influência do peso ao nascer.

PINKE1, C. A. E.; SANTOS2, F. P. G. L.; TERUYA4, T. S.; LO2, A. T. C.; FREITAS2, M. P.; BURATINI JUNIOR3, J.; MACHADO3, M. F; SARTORI3, D. R. S.

1Pós-graduanda em Programa de Pós-graduação em Zootecnia, FMVZ, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 3Departamento de Fisiologia, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 4Curso de Biomedicina do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: Mudanças nutricionais durante o período fetal e neonatal provocam respostas adaptativas visando melhora na capacidade de sobrevivência. No entanto, a prole é mais susceptível ao desenvolvimento de doenças na vida adulta. O potencial da expressão genética do feto é determinado pelo ambiente nutricional, que pode ser facilmente modificado e, desta forma, a dieta materna tem importante papel nesse transcriptoma. Além disso, o consumo de dieta hipercalórica na fase pós-natal pode modificar os efeitos metabólicos decorrentes da desnutrição intrauterina. Objetivo: avaliar os efeitos da restrição nutricional materna (30%) na gestação (G) e lactação (L) e a influencia do peso ao nascer da prole sobre o metabolismo de gordura e glicose em ratos alimentados com dieta hiperlipidica (H) pós-desmame. Métodos: De acordo com o peso corpóreo ao nascer filhotes machos com menor peso (leves) e maior peso (pesados) foram distribuídos ao desmame nos seguintes grupos experimentais (n=8/grupo): CCC (mães alimentadas ad libitum na G/L, dieta C pós-desmame); CCH (mães alimentadas com dieta C na G/L, dieta H pós-desmame); RCC (mães que sofreram restrição calórica 30% (R) na G e C na L, dieta C pós-desmame); RCH (mães R na G e C na L, dieta H pós-desmame); RRC (mães R na G/L, dieta C pós-desmame); RRH (mães R na G/L, dieta H pós-desmame). Em ratos com 16 semanas de idade foram avaliados: curva glicêmica (AUC), insulina sérica e a expressão gênica do transportador GLUT4 no músculo soleus, índice de adiposidade (IA), teores plasmáticos de gordura hepática e triglicerídeos. Resultados: Os ratos leves filhos de mães que sofreram restrição nutricional na G e L apresentaram acúmulo de gordura hepática, redução no IA, bem como aumento na área AUC de glicose indicando menor uso periférico de glicose. A dieta pós-desmame (H) provocou diminuição nos teores de triglicerídeos plasmáticos. Nos ratos pesados a restrição nutricional materna reduziu o IA, como nos ratos leves, no entanto, o teor de gordura hepática diminuiu. A dieta pós-desmame (H) induziu redução plasmática nos níveis de insulina e triglicerídeo. A AUC não foi alterada nem pela restrição nutricional materna nem pela dieta pós-desmame. Adicionalmente, nos ratos leves não foi observada diferenças na expressão gênica do GLUT4 nos tecidos adiposo e muscular, mas nos animais pesados a restrição nutricional e a dieta pós-desmame induziram aumento na expressão deste transportador de glicose nos dois tecidos avaliados. Conclusão: Os resultados deste estudo mostram que os efeitos da restrição nutricional materna e da dieta pós-desmame sobre o metabolismo de gordura e glicose da prole adulta podem ser afetados pelo peso ao nascer. Apoio financeiro: FAPESP processo n° 2011/22011-9

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Produção de

Refeições

Apoio:

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Avaliação do desperdício e aceitação da alimentação escolar oferecida nas creches

do município de Botucatu, São Paulo.

TRINDADE¹, J. M. M. N.; HERRERIA-SANTOS², N.; TUON², J. S.; FERRARI², F. Z.; ARANHA³, F. Q.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

²Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. ³Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A alimentação desempenha papel primordial durante todo o ciclo da vida dos indivíduos. Uma fase importante a destacar é a da idade escolar, pois o ato de alimentar adequadamente permite que a criança se desenvolva com saúde intelectual e física, evitando o aparecimento de distúrbios e deficiências nutricionais. É fundamental que o planejamento do cardápio seja elaborado a partir do perfil da população atendida, a fim de atender as necessidades nutricionais do determinado grupo e minimizar o desperdício de alimentos. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi quantificar o indicador de resto-ingestão (IR) das refeições fornecidas e conhecer a aceitação dos cardápios em seis centros de Educação Infantil da rede municipal de ensino da cidade de Botucatu/SP. Métodos: Para quantificar o IR foi utilizada a fórmula: (Peso da refeição rejeitada x 100)/Peso da refeição distribuída. Para a pesagem dos alimentos foi utilizada balança digital com precisão de 5g. Para a obtenção do peso total da refeição distribuída, pesaram-se três pratos com as preparações e multiplicou-se o peso médio pelo número de alunos que realizaram a refeição. O peso da refeição rejeitada foi obtido mediante a raspagem do prato de cada criança após a refeição consumida. O teste de aceitabilidade usado foi o proposto pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em escala hedônica de 1 a 3 para aceitação, onde 3 é ótima aceitação, 2 é boa e 1 é ruim. Resultados: Em relação ao resto-ingesta foi observado uma média de porcentagem de 35,9% na creche 1, 25% na creche 2 e na creche 4, 29,3% na creche 3, 28,5% na creche 5 e 28,9% na creche 6. Em relação aos testes de aceitabilidade observamos que as preparações que receberam maiores porcentagens na escala hedônica 3 foi o frango com uma porcentagem média de 51,7% e o cação frito com uma porcentagem média de 61,7% na escala 3. As preparações que foram menos aceitas foi o ovo com uma porcentagem média de 54,1% na escala hedônica 2 e preparação com molho, como o cação com molho, que apresentou uma porcentagem média de 48% na escala 2. Conclusão: As médias de porcentagens do indicador resto-ingesta são alarmantes, pois todos os dias analisados a porcentagem estava em ou acima de 25% e segundo Castro (2003), a faixa aceitável para pessoas sadias é um percentual de resto-ingesta inferior a 10%. E a partir dos testes de aceitabilidade é possível observar que há uma menor aceitação dos cardápios que levaram ovo e preparação com molho e houve uma maior aceitação dos cardápios que levavam frango e preparação frita. Juntando esses dados é possível o desenvolvimento de um cardápio que supra as necessidades nutricionais das crianças de modo com que as preparações sejam bem aceitas e consequentemente diminua o número de resto-ingesta. Apoio financeiro: PROEX (Pró-reitoria de extensão universitária)

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Avaliação do tempo e temperatura de refeições servidas em Centros de Educação

Infantil da rede municipal de ensino de Botucatu-SP

TUON¹, J. S.; FERRARI¹, F. Z.; HERRERIA-SANTOS¹, N.; TRINDADE¹, J. M. M. N.; ARANHA², F. Q.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP Introdução: Segundo o Ministério da Saúde 45% das doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) ocorrem devido o manuseio incorreto e a conservação inadequada de alimentos. Por isso os manipuladores tem papel fundamental e direto no controle dessas doenças. Uma forma de evitar é manter a temperatura abaixo dos 5ºC e acima dos 60ºC, o que retarda ou mesmo evita a multiplicação dos microorganismos, garantindo assim o objetivo de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) que é o de fornecer uma refeição equilibrada nutricionalmente e que principalmente apresente bom nível de sanidade. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a relação entre tempo e temperatura de refeições servidas por Centros de Educação Infantil da rede municipal de ensino do município de Botucatu- São Paulo. Métodos: Foi realizado um estudo em cinco Centros de Educação Infantil da rede municipal de ensino do município de Botucatu- São Paulo nos meses de abril a dezembro, porém os dados foram coletados em cinco dias consecutivos. As temperaturas foram monitoradas por um termômetro em dois momentos: Momento 1 (M1), logo após o término de preparo da refeição e momento 2 (M2) logo no início do processo de servir, nos pratos continham a refeição completa do dia, os alimentos verificados foram o prato principal e as guarnições que sofreram cocção. Para aferição da temperatura foi introduzido a haste do termômetro no centro geométrico do alimento, como preconizado pela literatura. Resultados: As médias de temperatura encontradas foram: M1: 76,7 ±22,09% e M2: 69,77 ±14,27%, as médias dos tempos encontradas entre o momento que a refeição ficou pronta e o momento que foi servida foram de t1:10minutos e t2: 20minutos. Conclusão: Podemos afirmar uma relação direta do tempo com a temperatura, pois a refeição que levou maior tempo para ser servida apresentou menor temperatura, apesar disso, o monitoramento e análise das temperaturas das refeições em estudo, mostraram conformidade com as normas da portaria CVS 6/99 até o momento final de distribuição, pois estão superiores a 60ºC, garantindo uma temperatura adequada e evitando a multiplicação de microorganismos.

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Tecnologia de

Alimentos

Apoio:

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Influência da espessura de gordura subcutânea (EGS) e do tempo de armazenamento

na coloração da carne bovina

FERRAZ1, A.P.C.R.; MALHEIROS2, J. M.; RODRIGUES3, M. T.; LORENÇO4, J. P. A.; CINTRA5, R. M. C. G.; CHARDULO6, L. A. L.; SILVA6, J. A. V.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Pós-Graduanda do programa de Genética e Melhoramento Animal, UNESP, Jaboticabal, SP. 3Pós-Graduando do programa de Energia na Agricultura, UNESP, Botucatu, SP. 4Graduando de Zootecnia, UEM, Maringá, PR. 5Departamento de Educação, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. 6Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A coloração da carne é considerada a característica de maior influência na decisão do consumidor no momento da aquisição do produto nas gôndolas dos mercados, sendo determinada pela concentração de pigmentos, como a hemoglobina e a mioglobina (Mb), e pela microestrutura do músculo. A variação na cor da mioglobina é intrínseca ao músculo e depende de vários fatores como espécie, idade do animal, localização anatômica do músculo, sistemas de alimentação e condições pré-abate, interferindo assim na cor final da carne. A preservação e manutenção da aparência do produto para atrair a atenção dos consumidores são de suma importância, estando relacionados ao aumento do consumo da carne bovina. Objetivo: Avaliar a coloração da carne bovina armazenada sob refrigeração por determinado período de tempo para mantê-la dentro do padrão de aceitação no momento da compra. Métodos: A avaliação da cor foi realizada em 24 bovinos Nelore, agrupados de acordo com a medida da espessura de gordura subcutânea (EGS): EGS 3 (<3,0 mm) e EGS 5 (> 5,0 mm), mensurada através do paquímetro e expressa em milímetros. As amostras do músculo longissimus thoracis foram acondicionadas em embalagens de poliestireno expandido (EPS) e isoladas com filme de PVC transparente, mantendo-as sob refrigeração em temperatura de 2oC. A coloração foi determinada nas amostras resfriadas por 1, 5, 9,13 e 17 dias através do aparelho colorímetro portátil (Konica Minolta, Color Reader CR10) para avaliação dos componentes L* (luminosidade), a* (vermelho) e b* (amarelo) pelo sistema CIELAB. Os valores de a* e b* foram utilizados para calcular o croma e a tonalidade da carne. A análise estatística foi realizada utilizando-se o software Statistical Analysis System, onde os resultados foram submetidos à comparação de médias através do teste Tukey. Resultados: Os grupos experimentais não demonstraram diferença estatística significativa (p>0,05) nas análises de L*, a*, b*, croma e tonalidade. Os valores de luminosidade começaram a diminuir a partir do 13° dia nos dois grupos experimentais (34,0 ± 1,86 e 34,9 ± 1,78 para a EGS de 3,0 e 5,0 mm, respectivamente), porém o componente vermelho (a*) apresentou decréscimo desde o 5° dia de armazenamento (10,7 ± 0,99 e 9,7 ± 0,94 para a EGS de 3,0 e 5,0 mm, respectivamente) e ao 17° dia (4,8 ± 0,66 e 4,7 ± 0,68 para a EGS de 3,0 e 5,0 mm, respectivamente), demonstrou valores intolerantes na classificação das amostras. O componente amarelo (b*) apresentou decréscimo a partir do 9° dia de armazenamento (6,2 ± 0,74 e 5,3 ± 0,70 para a EGS de 3,0 e 5,0 mm, respectivamente), atingindo valores no 17° dia (4,6 ± 0,65 e 4,3 ± 0,63 para a EGS de 3,0 e 5,0 mm, respectivamente), apresentando valores abaixo do necessário para o corte cárneo ser considerado atrativo no momento da compra devido à exposição da carne ao oxigênio que promove a oxidação do ferro (metamioglobina de cor marrom). O valor de croma indica o grau de saturação da cor que ocorreu conforme o acréscimo do tempo de armazenamento. Em relação à tonalidade da cor o ângulo hue pode ser interpretado como laranja (entre 25° e 70°), não sendo afetado pelo tempo de refrigeração. Conclusão: O armazenamento das amostras demonstrou alterações na coloração inicial, se tornando mais escura conforme o aumento do tempo exposto a 2°C, independentemente do grupo experimental.

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Qualidade da carne de bovinos Nelore (Bos indicus) através do músculo longissimus

thoracis

FERRAZ1, A. P. C. R.; MALHEIROS2, J. M.; NADALINI3, E. C.; LORENÇO4, J. P. A.; CINTRA5, R. M. C. G; CHARDULO6, L. A. L.; SILVA6, J. A. V.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. [email protected]

2Pós-Graduanda do programa de Genética e Melhoramento Animal, UNESP, Jaboticabal, SP. 3Graduanda de Biologia do Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. 4Graduando de Zootecnia, UEM, Maringá, PR. 5Departamento de Educação, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu, SP. 6Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução: A maciez é conceituada como um dos mais importantes parâmetros de qualidade de carne bovina e está relacionada a um conjunto de fatores como o genótipo, raça, idade ao abate, alimentação, grau de marmorização, teor de colágeno, maturação e deposição de gordura subcutânea. Estudos mostram que a sua inconsistência é um dos problemas mais enfrentados pelos elos da cadeia produtiva atualmente, fazendo-se necessário a adequação dos parâmetros de qualidade de carne bovina a fim de atender a demanda do mercado consumidor. O conhecimento de técnicas e elaboração de métodos interferentes na sua produção, nos processamentos e na genética dos animais, são destaques no mundo científico e têm como objetivo o melhoramento dos seus aspectos sensoriais para os mercados mais exigentes e a obtenção da aceitação da carne pelos consumidores. Objetivo: Avaliar a qualidade da carne bovina de animais Nelore terminados em confinamento através de análises físico-químicas em dois grupos experimentais classificados de acordo com a gordura subcutânea. Métodos: A avaliação da qualidade da carne foi realizada através de análises físico-químicas do músculo longissimus thoracis entre a 11ª e 13ª costelas de 22 bovinos Nelore machos terminados em confinamento e divididos em dois grupos experimentais de acordo com a análise de espessura de gordura subcutânea (EGS): EGS 3 (<3,0 mm) e EGS 5 (> 5,0 mm). Foram realizadas análises como área de olho de lombo (AOL) mensurada em cm2 através do quadrado de pontos, coloração instrumental onde L* (luminosidade), a* (vermelho) e b* (amarelo), força de cisalhamento (FC) através do equipamento Warner-Bratzler Shear Force, Perdas totais (PT) e índice de fragmentação miofibrilar (MFI). Resultados: Os resultados observados para AOL em ambos os tratamentos EGS 3 (75,8 cm2 ± 10,25) e EGS 5 (74,3 cm2 ± 7,61), não apresentaram diferença estatística significativa nos grupos experimentais e demonstrou uma relação positiva com o crescimento muscular. Os valores de FC e MFI são características que classificam a carne como macia ou dura e evidenciaram valores de FC nos grupos EGS 3 e 5 (5,8 kg ± 1,05 e 6,0 ± 1,17) e MFI (30,3 ± 14,78 e 29,0 ± 13,14) fora dos padrões necessários para que o corte cárneo seja classificado como macio. Foram encontrados valores médios de PT (perdas de gotejamento e perdas de água no cozimento) em ambos os grupos de EGS 3 e 5 (26,2% ± 3,04 e 28,4% ± 3,96), sendo consideradas altas e podem ter influenciado na classificação das amostras quanto à maciez. A cor da carne é considerada a principal característica no momento da compra e foram analisados no presente trabalho três pontos de classificação nos grupos experimentais de EGS<3,0 mm e EGS>5,0 mm, sendo L* (30,4 ± 4,52 e 30,9 ± 3,27), a* (17,4 ± 2,57 e 15, 4 ± 1,97) e b* (10,5 ± 1,74 e 9,2 ± 1,97) demonstrando no atual ensaio uma coloração dentro da gama de qualidade aceitável, mas não correspondeu à coloração vermelho-cereja. Conclusão: A espessura de gordura subcutânea não interferiu na qualidade da carne bovina, ou seja, na maciez. Porém, ambos os grupos apresentaram crescimento e coloração do músculo satisfatórios demonstrando habilidade na produção de carne dos animais Nelore.

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Energia metabolizável e Energia bruta de diferentes cultivares de soja e de seus

extratos hidrossolúveis submetidos à irradiação gama e a tratamento térmico

RODELLA1, C. M. P.; BROETTO2, F.; BARROS2,3, E. A. 1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] 2Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 3Pós-graduanda do programa Energia na agricultura, UNESP, Botucatu, SP. Introdução: A soja pertence à família das leguminosas e se destaca por conter proteína, lipídeos, fibras, isoflavonas, sais minerais e vitaminas do complexo B. Tais substâncias caracterizam a soja e seus derivados como alimento funcional, pois além de permitirem a nutrição básica, produzem efeitos benéficos à saúde Além dessas características a soja é considerada um produto agrícola de grande interesse mundial graças à versatilidade de aplicação de seus produtos na alimentação humana. Atualmente o derivado da soja que recebe destaque é o extrato hidrossolúvel (EHS),por se uma bebida nutritiva e de fácil produção. Atualmente, existe uma diversidade de cultivares de soja e consequentemente as características físico-químicas dos mesmos podem variar em função do cultivar, condições edafo-climáticas e forma de cultivo Objetivo: Avaliar a energia metabolizável e a energia bruta de diferentes cultivares de soja e de seus extratos hidrossolúveis submetidos a tratamentos físicos Métodos: As cultivares de soja utilizadas foram: BRS-213, BRS-258 e Embrapa 48. Os extratos hidrossolúveis de soja (EHS) foram produzidos artesanalmente (trituração em liquidificador e filtração em coador de tecido) a partir das três cultivares. Tratamento 1: Os grãos de soja foram submetidos à dose de 5 kGy de irradiação gama para posterior produção de do EHS. Tratamento 2: O EHS foi produzido e aquecido a 80°C. Para os três cultivares de soja e para os EHS realizou-se a energia metabolizável (utilizando os fatores de conversão: Carboidratos (exceto polióis) 4 kcal/g - 17 kJ/g; Proteínas 4 kcal/g - 17 kJ/g; Gorduras 9 kcal/g - 37 kJ/g) e energia bruta (os resultados foram obtidos a partir da bomba calorimétrica). Resultados: Houve diferença estatística entre os resultados de energia bruta e energia metabolizável, uma vez que na energia bruta considera-se o calor fornecido pela fibra-bruta, tanto para os grãos de soja como para o EHS. Os resultados da energia metabolizável não diferiram significativamente entre o tratamento térmico e de irradiação. O tratamento irradiação quando comparado ao controle interferiu no valor energético dos três cultivares de soja. Essa redução da energia metabolizável pode estar vinculada a redução do teor de proteínas já que a kcal.100g-1 (energia metabolizável) dos grãos de soja foram obtidas pelo cálculo da composição química centesimal. Conclusão: As cultivares de soja por apresentarem composição química distinta apresentaram valor energético variado. O método de obtenção do valor energético demonstra variação dos resultados para ambas as amostras.

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Teores de nitrato em espinafres orgânicos e convencionais submetidos a

processamento térmico

LOZANO¹, M. G., COSTA², S. M., LIMA³, G. P. P.

¹Pós-graduanda do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ-USP, Piracicaba, SP. [email protected];

²Pós-doutorando do Departamento de Química e Bioquímica, IBB-UNESP, Botucatu,SP; ³Docente, Departamento de Química e Bioquímica, IBB-UNESP, Botucatu,SP. É conhecido que uma dieta rica em vegetais é benéfica a saúde humana em diversos aspectos. O nitrato está presente em altas concentrações em alguns vegetais, dentre eles o espinafre. Sua potencial nocividade foi relatada em estudos, quanto a toxicidade, relação com a Metahemoglobinemia e ação carcinogênica. Entretanto, publicações recentes mostraram benefícios do composto na forma inorgânica (de origem alimentar), quanto ao aumento do desempenho em atividade física e efeito vascular, pois reduz da pressão arterial, inibe da agregação plaquetária, preserva ou melhora a disfunção endotelial. Ainda, há relatos de que o processamento altere os teores de nitrato nos alimentos, favorecendo atingir as recomendações dietéticas. O objetivo do trabalho foi verificar possíveis alterações nos teores de nitrato em espinafres de acordo com diferentes cultivos e tratamentos térmicos. As hortaliças, orgânicas e convencionais, adquiridas no comércio local (Botucatu, SP) foram selecionadas e lavadas, para retirada de impurezas e foram submetidas a diferentes tipos de cocção (ebulição, micro-ondas e pressão), contendo três repetições, analisadas em triplicata. O conteúdo de nitrato foi determinado através do “medidor compacto de íon”, modelo c-141 Horiba e os resultados expressos em mg/kg-¹.A análise estatística foi em delineamento inteiramente casualizado (DIC) com esquema fatorial 2x4 (cultivo x tratamento térmico). O vegetal de cultivo convencional possui menores teores nitrato que o orgânico. E a cocção reduziu potencialmente as concentrações. Deste modo, podemos concluir que o vegetal, de acordo com o cultivo e o modo de preparo, possui diferentes teores de nitrato e estas informações na hora do consumo, favorecem a ingestão dentro das recomendações e podem trazer benefícios ao indivíduo. Apoio financeiro: FAPESP

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Proteína total em goiabas orgânicas e convencionais tratadas com água e cloro

SOUZA1, C. B.; BORGUINI2, M. G.; VIEIRA3, M. C. S.; OLIVEIRA4, L. M.; COSTA5, S. M.;

LIMA6, G. P. P.

1Nutricionista. Departamento de Educação, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Doutoranda em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu SP. 3Mestranda em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu SP. 4Instituto Federal de São Paulo, Avaré, SP. 5Pós-doutorando do departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

6Departamento de Química e Bioquímica, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. Introdução: A disponibilidade de alimentos que melhoram ou afetam as funções orgânicas além de suas funções nutricionais básicas, tem sido incrementada por meio de diferentes práticas nutricionais e de manejo. Dentre estas práticas, destaca-se a obtenção de produto orgânico, cujo mercado cresce em maior atenção do consumidor para as questões de bem estar ambiental e animal, pois a agricultura orgânica usa menos pesticidas e fertilizantes químicos, causando, aparentemente, menos danos ao meio ambiente A goiaba é originária da região tropical das Américas, foi disseminada para as diferentes regiões do mundo, apresenta duas safras por ano, sendo o período de produção entre janeiro e março, com pico em fevereiro. Possui várias floradas, portanto, apresenta frutos de tamanho e grau de maturação diferentes em uma mesma planta. Tem grande aceitação no mercado, sendo considerada uma das melhores fontes de vitamina C, sendo essa composição química influenciada por diferentes parâmetros, tais como a estação do ano e condições climáticas, a variedade e as fases de amadurecimento. Objetivo: Avaliar o teor de proteína total de goiabas orgânicas e convencionais tratadas com água e cloro armazenadas por 15 dias em câmara fria. Métodos: As goiabas do cultivar ‘Paluma’ foram coletadas no município de Itápolis-SP nas primeiras horas da manhã, e os produtos transportados imediatamente ao laboratório de Bioquímica Vegetal, onde foram submetidos a imersão em água de abastecimento público e em água clorada, armazenadas em câmara fria a 12±1ºC e UR de 85±5 %, por 15 dias. A determinação de proteína total das amostras dos tratamentos, referentes do primeiro ao último dia de armazenamento, foram analisadas de acordo com o método de Kjeldahl (AOAC, 1995) em material seco, de casca e polpa de goiabas orgânicas e convencionais. Resultados: O conteúdo de proteínas encontrado neste trabalho mostrou variação entre os métodos de cultivo (orgânico ou convencional). Na casca, não houve diferença estatística entre os tratamentos. Na comparação com o dia da coleta e o último dia de análise, notou-se que as goiabas orgânicas apresentaram maiores teores de proteínas em relação às convencionais. Na polpa, o teor de proteínas não diferiu estatisticamente ao longo do período analisado, tanto em relação aos tratamentos de sanitização, quanto em relação aos métodos de cultivo. Conclusão: Através dos resultados encontrados podemos concluir que o sistema orgânico produz frutos de goiabeira ‘Paluma’ com maiores teores de proteína e ocorre conservação do teor protéico quando mantidas sob refrigeração de 12ºC, por 15 dias.

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Trabalhos de

Graduação

Apoio:

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Correlação entre a porcentagem de gordura corporal aferida por antropometria,

bioimpedância e DEXA em pacientes cirróticos com encefalopatia hepática

BATISTA1, G.R.; AUGUSTI2, L.; ROMEIRO3, F. G.; SANTOS2, L. A. A.; FRANZONI2,3, L. C.; DORNA2, M. S.; CARAMORI3, C. A.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Pós-graduação em Fisiopatologia em Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP.

3Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa A encefalopatia hepática (EH) pode ser definida como um distúrbio nas funções do sistema nervoso central como consequência de complicações agudas ou crônicas da insuficiência hepática (Jones & Weissenborn, 1997; Blei & Córdoba, 2001). Em pacientes com cirrose, a EH está presente em cerca de 30-45% dos casos e a encefalopatia hepática mínima (EHM) em 80% destes pacientes (Khungar & Poordad, 2012). Estima-se que a sobrevida dos indivíduos com cirrose, após o desenvolvimento desta complicação, seja de apenas 42%, chegando a aproximadamente 15% após três anos (Bustamante et al., 1999; Lewis & Howdle, 2003). Só no Brasil, estudos epidemiológicos estimam a prevalência de 819.190 casos de cirrose e dados do Ministério da Saúde revelaram ainda que são notificados em média 8.870 óbitos por ano, todos secundários à cirrose e suas complicações (Brasil, 1998; Leite et al., 2002). A adequação do estado nutricional, considerada um ponto chave no tratamento da doença, influencia diretamente as taxas de mortalidade (Merli et al., 1996. Tsiaousi et al., 2008; Cheung et al., 2012; Periyalwar & Dasarathy, 2012; Merli et al., 2012). A prevalência da desnutrição em indivíduos com cirrose avançada chega a 65 a 90% e está associada a sepse, ascite, peritonite bacteriana, síndrome hepatorrenal e encefalopatia hepática (Merli et al., 2012; Periyalwar & Dasarathy, 2012). Entre os fatores etiológicos que contribuem para desnutrição em pacientes com doenças hepáticas estão a diminuição da ingestão calórica, a utilização prejudicada de substratos e o aumento das necessidades energéticas (Kondrup & Muller, 1997; Tsiaousi et al., 2008). Na cirrose hepática, a desnutrição está bastante associada à perda de massa de muscular e consequentemente com a piora da cirrose e suas comorbidades, em especial a EH (Merli et al., 2012). Em um estudo brasileiro com 300 pacientes, os autores correlacionaram a desnutrição com a gravidade da cirrose hepática, representada pela classificação Child-Pugh, utilizada para estimar o prognóstico da doença, em que a classe A é caracterizada pela cirrose compensada e as classes B e C como cirrose descompensada. No estudo, 95% dos pacientes com classificação Child-Pugh C apresentaram desnutrição, comparados com 84% dos pacientes classificados com Child-Pugh B e 46% dos Child-Pugh A (Carvalho & Parise, 2006). A principal razão entre a relação da depleção muscular e a EH é o envolvimento do músculo no metabolismo da amônia. Quando há insuficiência hepática, a conversão de amônia a ureia no fígado fica prejudicada e, então, o tecido muscular apresenta um papel crucial na detoxificação da amônia (Mizock & Facp, 1998; Butterworth, 2002). A musculatura esquelética remove a amônia da circulação e a converte em glutamina e, embora essa via metabólica não resulte em uma eliminação definitiva da amônia, tem-se visto que a depleção muscular colabora significativamente para a ocorrência da EH. Além disso, o aumento no catabolismo de proteínas musculares, frequente em pacientes cirróticos, pode levar à liberação de glutamina pelo músculo, que é então absorvida no intestino delgado e nos rins para ser convertida em ácido glutâmico e amônia, contribuindo também para o aumento na concentração de amônia circulante (Lizardi-Cervera et al., 2003. Merli et al., 2012). Contudo, além de saber-se a importância da massa magra na fisiopatologia da doença, estudos atualmente indicam também a importância do sobrepeso e da obesidade no prognóstico da cirrose

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(Everhart et al., 2009; Berzigotti et al., 2011). Berzigotti e colaboradores (2011) avaliaram 161 pacientes cirróticos durante um seguimento médio de 59 meses ou até a descompensação da cirrose, caracterizada pelo surgimento de ascite, EH ou varizes gastroesofágicas. Pacientes com sobrepeso e obesidade tiveram essas complicações com uma taxa significativamente maior dos que os pacientes eutróficos. A piora ocorreu em 15% dos eutróficos, 31% dos sobrepesos e 43% dos obesos. Dessa forma, por se saber a correlação do estado nutricional com a evolução do paciente cirrótico portador de EH e, principalmente, da importância tanto da depleção muscular, quanto do sobrepeso e da obesidade no prognóstico da doença, ressalta-se a necessidade de um diagnóstico nutricional precoce e capaz de identificar com eficácia esses parâmetros nutricionais. Nesse sentido, por sabermos que os estudos acerca de ferramentas de avaliação nutricional capazes de identificar a depleção muscular estão crescendo (espessura do músculo adutor do polegar, dinamometria, ângulo de fase), decidimos investigar se as técnicas mais utilizadas na prática clínica para avaliação da gordura corporal também podem ser fiéis na avaliação do estado nutricional desses pacientes.

Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar se métodos rápidos e não invasivos como a antropometria e a

bioimpedância elétrica tetrapolar unifrequencial (Biodynamics® BIA 450), comumente utilizadas na prática clínica, podem ser fidedignas para a avaliação da gordura corporal de pacientes cirróticos com EH, comparando esses métodos com a DEXA (dual-energy X-ray absorptiometry), considerada como método padrão ouro para a avaliação corporal dos pacientes.

Material e Métodos Foram triados pacientes cirróticos com diagnóstico de EH dos ambulatórios de Hepatologia Adulto

e Hepatites virais da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. Os pacientes foram submetidos a avaliação antropométrica composta por 4 pregas (pregas cutâneas tricipital, bicipital, suprailíaca e subescapular), com adipômetro (Lange, EUA) com leitura de 1 mm. Todos também foram avaliados pelos exames de BIA e DEXA. Após a antropometria, foi calculada a estimativa da gordura corporal pela somatória das pregas em porcentagem segundo Durnin & Wormersley (1974) e comparado o resultado com a porcentagem de gordura indicada pela BIA e pela DEXA. Para a análise estatística foram calculados média (±desvio padrão) e aplicado o teste de correlação de Pearson para os dados paramétricos. Para os dados não paramétricos foram calculados mediana (e intervalo interquartílico) e aplicado o teste de correlação de Spearman. Utilizou-se o programa SigmaStat versão 3.5 e adotou-se nível de significância de 5% (p< 0,05). As análises deste estudo fazem parte dos dados baseline de um ensaio clínico randomizado aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu (protocolo CEP 4334-2012).

Resultados Foram avaliados 45 cirróticos com encefalopatia, sendo destes 20 mulheres e 25 homens. A média de idade dos indivíduos foi 55,51 anos (±11,9). Na tabela 1 podemos observar a caracterização das porcentagens de gordura e massa magra de acordo com os métodos. Já na tabela 2 observamos os resultados dos testes de correlação de Pearson entre os métodos de avaliação dos pacientes.

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Tabela 1: Porcentagem de adequação das porcentagens de gordura

Método Antropometria BIA DEXA Porcentagem de gordura 30,52 ± 6,21* 28,64 ± 8,77* 30,38 ± 6,66* Porcentagem de massa magra - 70,6 (65,95-

76)# 66,73 ± 6,33*

*Valores expressos em média ± desvio padrão #Valores expressos em mediana (1º e 3º quartis)

BIA= bioimpedância elétrica DEXA= Dual Energy X-ray Absorptiometry

Tabela 2: Correlações entre as porcentagens de gordura aferidas pelos três métodos, expressas em p value

Correlação entre os métodos Valor p Antropometria x BIA 0,0153 Antropometria x DEXA 0,000645 BIA x DEXA 0,000164

BIA= bioimpedância elétrica DEXA= Dual Energy X-ray Absorptiometry

De acordo com a tabela 2 podemos identificar correlações significativas entre os métodos analisados.

Além disso, também identificamos ótima correlação entre a porcentagem de massa magra aferida pela BIA e pela DEXA (p=0,000).

Discussão A determinação da composição corporal através da mensuração de dobras cutâneas tem como fundamento a relação entre a gordura localizada nos depósitos diretamente abaixo da pele e a gordura interna com a densidade corporal (Marchini et al, 1996). Com o avanço da tecnologia, observa-se uma tendência para o desenvolvimento de técnicas mais sofisticadas de estimativa da composição corporal. Uma delas, objeto de crescente número de estudos, é a técnica da bioimpedância. Assim como a antropometria, a bioimpedância atualmente tem sido apresentada como uma alternativa rápida para a determinação da composição corporal, uma vez que é de fácil operação (Rodrigues, 2007). Contudo, a antropometria e a bioimpedância elétrica são consideradas métodos duplamente indiretos de avaliação da composição corporal, que devem ser validados através de métodos diretos, sendo o mais utilizado o exame de DEXA. A DEXA é considerada hoje padrão ouro de avaliação da composição corporal e detecta com precisão a massa gorda, a massa magra e a composição óssea, já tendo sido validada por métodos como a dosagem de potássio radioativo e pesagem hidrostática (Wellens et al., 1993; Harbo et al., 1991). Entretanto, o uso da DEXA é limitado a poucas situações devido ao alto custo do equipamento, a necessidade de um técnico treinado e a falta de praticidade, condições essas que fazem com que sua aplicabilidade seja restrita (Thonsom et al., 2007). Em se tratando de pacientes cirróticos com EH, a avaliação da composição corporal é de extrema importância e por isso é muito importante confirmar se métodos menos custosos e mais acessíveis como a antropometria e a BIA são eficazes. Deve-se ressaltar ainda que pacientes cirróticos normalmente apresentam edema e ascite, condições que dificultam ainda mais a confiabilidade de métodos duplamente indiretos (Morgan & Madden, 1997). Em nossa amostra 31% dos indivíduos possuía ascite e 37% tinham algum grau de edema. Ainda assim, foi possível observar que resultados sobre massa gorda obtidos pela antropometria e pela BIA foram confirmados pela DEXA. Quanto à massa magra, observamos também correlação direta entre a BIA e a DEXA, indicando que na avaliação de pacientes cirróticos esses métodos poderiam ser utilizados como alternativas viáveis quando não for possível a avaliação pela DEXA.

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Essas correlações entre os métodos de avaliação corporal também foram encontradas em outras situações clínicas: pacientes em risco cardiometabólico (Krachler et al., 2013), transplante renal (van den Hal et al., 1999), idosos (Haapala et al., 2002) e adultos com sobrepeso (Bráulio et al., 2010). Por outro lado, não houve boa correlação entre esses mesmos métodos quando aplicados a populações específicas como pacientes em hemodiálise (Abrahamsen et al., 1996) e com fibrose cística (King et al., 2005). Uma explicação possível seria o fato de pacientes em hemodiálise e com fibrose cística serem populações mais heterogêneas em relação à composição corporal, dificultando a análise pelos métodos indiretos. Porém novos estudos ainda são necessários para estabelecer a melhor forma de avaliação corporal desses pacientes.

Conclusão Em nossa amostra, a antropometria e a BIA foram eficazes para mensurar tanto a porcentagem de gordura corporal, quanto a porcentagem de massa magra (no caso da BIA) em pacientes cirróticos com EH. Esses métodos são mais rápidos e práticos, além de menos custosos para o sistema de saúde e mais acessíveis na prática clínica. Nossos resultados indicam que a combinação desses métodos pode ser uma alternativa viável para a avaliação nutricional desses pacientes. Esperamos que esses resultados sejam confirmados por novos estudos envolvendo pacientes com cirrose.

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Avaliação do conhecimento e alterações séricas de potássio após educação

nutricional em pacientes em hemodiálise crônica.

DA SILVA1, A. L. L. M.; CIVITATE1, J. P.; FONSECA1, A. H. C.; ZARDETO1, F.; CARAMORI2, J. C.T .; BARRETI2, P.; VANNINI3, F. C. D.

1Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, Unesp, Botucatu, SP. 3Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa A terapia renal substitutiva por diálise, que inclui a hemodiálise (HD) e a diálise peritoneal são tratamentos consagrados para pacientes no estadio 5 da doença renal crônica (DRC), sendo que os avanços tecnológicos e científicos foram fatores que tornaram estas terapias seguras e mundialmente difundidas. No entanto, ainda se observa elevada mortalidade em pacientes, da ordem de 19,9% ao ano no Brasil (1) e de 20,5% nos Estados Unidos (2). Cerca de quatro décadas foi reconhecido que pacientes tratados por diálise cursam com aterosclerose acelerada e elevada mortalidade cardiovascular (3), sendo as doenças cardiovasculares (DCV) uniformemente relatadas como a primeira causa de óbito nessa população de pacientes (4). O risco de óbito por DCV nessa população chega a ser 10 a 30 vezes maior quando comparado com a população geral (4). As arritmias cardíacas, uma complicação grave e fatal, é comum na população renal crônica, sua causa principal é a hiperpotassemia. O aumento da concentração sérica de potássio ocorre pela diminuição da função renal, portanto as desordens no metabolismo deste mineral são comuns em pacientes hemodialisados. A hiperpotassemia é geralmente definida quando a concentração sérica de potássio está superior a 5,5 mEq/L (5). É importante lembrar que um dos fatores que influenciam a elevação na concentração de potássio é a dieta. Apesar da escassez de dados sobre a relação entre a ingestão de potássio e desfechos clínicos, um estudo mostrou que uma maior ingestão desse eletrólito foi preditora independente de mortalidade em uma amostra de pacientes em HD acompanhados por 5 anos (6). Sendo assim, a orientação nutricional para controle da potassemia é indispensável para garantir que a ingestão diária não ultrapasse a recomendação preconizada de 50 a 70 mEq, que corresponde a 1.950 a 2.730 mg (7).

Objetivo O presente estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento sobre as fontes alimentares de

potássio e alterações séricas após educação nutricional em pacientes hemodialisados.

Materiais e Métodos Foi incluído no estudo pacientes com idade igual ou superior a 18 anos em tratamento regular por

HD por no mínimo três meses, três vezes por semana, na Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foram excluídos indivíduos com deficiência visual e com déficit de cognição.

Os indivíduos foram divididos em dois grupos, o grupo intervenção (GI) e o grupo controle (GC). Para o GI foi desenvolvido um material educativo sobre o potássio que foi administrado em formato de aula e também foi aplicado um questionário de conhecimento sobre as fontes alimentares de potássio antes, logo após e um mês após a aula. O potássio sérico foi dosado no momento em que foi aplicada a aula e um mês após quando foi reaplicado o questionário. O GC recebeu apenas orientações gerais sobre

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o potássio e a dosagem sérica foi realizada no momento da orientação e um mês após. Também foram avaliados: tempo em HD, idade, sexo, presença de diabetes (DM), doença de base, uso de enzima conversora de angiotensina (IECA), Kt/V, hábito intestinal e aparecimento do nitrogênio protéico (PNA).

Resultados Foram estudados 45 indivíduos do GI e 54 do GC. Os grupos eram homogêneos quanto às

variáveis: idade, sexo, tempo de diálise, doença de base, presença de constipação, potássio pré, uréia pré e pós, creatinina pré e pós e dose de diálise (Kt/V). Os grupos se diferiram quanto ao uso de IECA, sendo que no GI 11,3% consumiam esta classe de anti-hipertensivo enquanto que 27,7% no GC faziam o seu uso (p<0,001) . A concentração de potássio sérico, um mês após a aula para o GI (4,83 ± 0,48 mg/dL) e um mês após as orientações gerais para o GC (6,2 ± 0,78 mg/dL), teve alteração significativa (p< 0,01).

Tabela 1. Descrição das características basais dos grupos.

Variáveis GI GC p

Idade (anos) 60 ±12,6 59,6±16,7 0,73

Tempo de diálise (meses) 39 (4-300) 33 (4-236) 0,3

Principal doença de base – DM (%) 38,6 35,1 0,73

Constipação (%) 7 3,7 0,48

Uso de BRA (%) 11,3 27,7 <0,01

Potássio pré (mg/dL) 4,95 ± 0,80 4,94 ± 0,81 0,88

Potássio pós (mg/dL) 4,83 ± 0,48 6,2 ± 0,78 <0,001

Uréia pré (mg/dL) 38 ± 15,14 35,4 ± 15,1 0,36

Uréia pós (mg/dL) 36,5 ± 19,17 33,9 ± 13,27 0,90

Creatinina pré (mg/dL) 8,73 ± 2,81 8,8 ± 3,07 0,72

Creatinina pós (mg/dL) 9,17 ± 2,78 10 ± 3,84 0,18

Kt/V 1,45 ± 0,29 1,47 ± 0,38 0,73

Quanto ao nível de conhecimento dos indivíduos houve um aumento significativo do conhecimento

sobre as fontes alimentares de potássio logo após aula (p<0,001) (Tabela 2) e um mês após (p=0,012) (Tabela 3).

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Tabela 2. Pontuação sobre o nível de conhecimento de fontes de potássio antes e logo após aula educativa sobre o potássio.

Pontuação antes da aula Pontuação logo após aula p

8,7 ± 3,19 11,39 ± 2,71 <0,001

Tabela 3. Pontuação sobre o nível de conhecimento de fontes de potássio antes e um mês após aula

educativa sobre o potássio.

Pontuação antes da aula Pontuação um mês após aula

p

8,7 ± 3,19 10,44 ± 3,17 <0,012

Em relação às alterações séricas de potássio após a intervenção nutricional observamos que

ocorreu uma redução não significativa do nível sérico de potássio no GI (p=0,30) (Tabela 4), no entanto no GC houve um aumento significativo do nível sérico de potássio (p<0,001) (Tabela 5).

Tabela 4. Alterações séricas de potássio antes e um mês após aplicação dos questionários e aula educativa sobre o potássio do GI.

Potássio sérico antes da

aula Potássio sérico um mês

após aula p

4,95 ± 0,80 4,83 ± 0,48 0,30

Tabela 5. Alterações séricas de potássio antes e um mês após as orientações gerais sobre fontes de potássio no GC.

Potássio sérico antes da

orientação Potássio sérico um mês

após orientação p

4,94 ± 0,81 6,2 ± 0,78 0,001

Discussão A hiperpotassemia ou hipercalemia é uma complicação comum na doença renal crônica (8). Cerca de 24% das emergências em diálise são devido à elevação do potássio sérico (9), responsável por 3-5% da mortalidade nesta população (10-11). Alguns fatores influenciam na elevação sérica deste mineral, como a própria diminuição da filtração glomerular, dietas ricas em potássio, presença de diabetes, o uso de anti-hipertensivos IECA, constipação, entre outros (12). O presente estudo teve como objetivo,

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através da educação nutricional, reduzir os níveis séricos de potássio e aumentar o nível de conhecimento sobre este mineral na população hemodialisada cronicamente. Em relação à redução dos níveis séricos um mês após educação nutricional no GI, não encontramos diferença estatística, no entanto no GC houve um aumento significativo após um mês de orientações gerais. Dos fatores que podem influenciar no aumento sérico de potássio como diabetes, constipação e dose de diálise os grupos não diferiram. Porém, o GC apresentou maior uso de IECA e não recebeu uma orientação nutricional intensificada. Através da educação nutricional no GI conseguimos elevar o nível de conhecimento dos pacientes sobre as fontes de potássio, fator que possivelmente influenciou a não elevação sérica deste mineral. Sabidamente a ingestão excessiva de potássio é mais comumente devido ao descumprimento dietético e está associada com o aumento da concentração sérica do mesmo. O abuso dietético ocorre em torno de 20% nesta população (13), fator que deve ser considerado no tratamento da hipercalemia. A intervenção nutricional é importante em todos os pacientes com insuficiência renal crônica especialmente nos casos de hipercalemia, pois o aconselhamento dietético deve garantir que os alimentos ricos em potássio sejam evitados e ao mesmo tempo não ocorra a redução excessiva do mesmo na dieta. A ingestão recomendada é de 2 à 3 g / dia, o que garante a continuação do uso de IECA, podendo assim aumentar a sobrevida renal (14). O presente estudo apresenta algumas limitações, ressaltando-se o pequeno número de pacientes, o que pode reduzir seu poder estatístico. Outros fatores que não foram abordados e influenciam na hipercalemia são o equilíbrio ácido-básico, aldosterona, hormônio da paratireóide e a prática de exercício físico. Conclusão A educação nutricional foi capaz de aumentar o conhecimento sobre as fontes de potássio e manter o controle sérico deste mineral.

Referências Bibliográficas 1.Sociedade Brasileira de Nefrologia. Disponível em:< http://www.sbn.org.br/pdf/censo2011.pdf>. Acessado em 18/08/2012 2.United States Renal Data System. Disponível em: <http://www.usrds.org/2011/pdf/v2_ch05_11.pdf>.Acessado em 18/08/2012 3.Lindner A, Charra B, SherrardDj, Scribner Bh: Accelerated atherosclerosis in prolonged maintenance haemodialysis. N Engl J Med 1974; 290:697–701. 4.Foley RN, Parfrey OS, Sarnak MJ. Clinical epidemiology of cardiovascular disease in chronic renal disease. Am J Kidney Dis. 1998; 32:S112-S119. 5.K/DOQI clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification, and stratification. Am J Kidney Dis 2002; 39: S1-266. 6.Romão Jr J. Doença renal crônica: definição, epidemiologia e classificação. J Bras Nefrol 2004; 25:S1. 7. Irving BA, Rutkowski J, Brock DW, Davis CK, Barrett EH, Gaesser GA et al. Comparision of Borg- and OMNI-RPE as markers of the blood lactate response to exercise. Med Sci Sports Exerc 2006; 38: 1348-52. 8.Tzamaloukas AH, Avasthi PS:. Temporal profile of serum potassium concentration in nondiabetic and diabetic outpatients on chronic dialysis. Am J Nephrol 7:101 – 109, 1987. 9. Sacchetti A, Stuccio N, Panebianco P, Torres M: ED hemodialysis for treatment of renal failure emergencies. Am J Emerg Med17:305 – 307, 1999.

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10.Orduchowicz G, Winkler J, Drazne E, Van Dyk DJ, Wittenberg C, Zabludowski JR, Shohat J, Rosendfeld JB, Boner G. Causes of death in patients with end-stage renal disease treated by dialysis in a center in Israel. Isr J Med Sci 28:776 – 779, 1992. 11.Shibata M, Kishi T, Iwata H. Clinical study of complications in dialyzed diabetics. Tohoku J Exp Med 141(suppl):417 – 425, 1983 12.Ahmed, J, Weisberg, LS. Hyperkalemia in Dialysis Patients. Seminars in Dialysis, 14: 348–356, 2002. 13. Kaveh K , Kimmel PL. Compliance in hemodialysis patients: multidimensional measures in search of a gold standard. Am J Kidney Dis 37:244 – 266, 2001. 14. Gennari, FJ, Segal A S. Hyperkalemia: An adaptive response in chronic renal insufficiency. Kidney International, Vol. 62 (2002), pp. 1–9.

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Efeito do licopeno sobre o estresse oxidativo, processo inflamatório e resistência à insulina no tecido adiposo de animais com sobrecarga nutricional

IMAIZUMI1, E; PRESTI1 P. T.; MIRANDA1, N. C. M.; PIERINE2, D. T.; CORREA², C. R.;

FERREIRA3, A. L. A.; LUVIZOTTO3, R. A. M. ¹Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. [email protected] ²Departamento de Patologia, FMB, Botucatu, SP 3Departamento de Clínica Médica, FMB, UNESP, Botucatu, SP.

Introdução Obesidade é definida como um acúmulo excessivo ou anormal de gordura corporal que pode

deteriorar a saúde1. Incide em países desenvolvidos e em desenvolvimento, aumentando progressiva e alarmantemente nas últimas décadas2. Sua etiologia é multifatorial, sendo a transição nutricional um dos principais fatores ambientais para explicar a condição epidêmica atual de pessoas obesas, desde que o consumo de dietas ricas em gordura e açúcar aumentou drasticamente nos últimos anos3,4,5.

Nas sociedades ocidentais, misturas de nutrientes adipogênicos potentes são consumidas na forma de bebidas açúcaradas e alimentos ricos em carboidrato e gordura. Estes nutrientes estimulam o sistema lipogênico endócrino e/ou providenciam substrato para a formação de lipídeos de novo, permitindo que o balanço energético positivo possa ser estocado como triacilglicerol (TG) no tecido adiposo, um processo denominado lipogênese. Em contrapartida, a mobilização da gordura nos adipócitos ocorre por meio da lipólise, um processo de hidrólise do TG dependente da lipase hormônio sensível (HSL). No centro dessa relação – lipogênese e lipólise – encontra-se o hormônio insulina, a qual exerce um potente papel inibitório sobre a HSL, permitindo menores taxas de lipólise e, consequentemente, aumento nos índices de massa adiposa6. Essa possibilidade de expansão permite reconhecer o tecido adiposo primordialmente como um neutralizador do excesso de substrato circulantes. Entretanto, quando há expansão da massa gordurosa, o adipócito hipertrofiado e hiperativo inicia a produção de adipocitocinas e fatores quimiotáticos, como proteína quimioatraente de monócito (MCP-1), que atraem macrófagos para o interior do tecido adiposo7. Assim, ocorre uma interação sinérgica sobre a produção de adipocinas pró-inflamatórias – principalmente fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) – e antagônica sobre a adiponectina; essas substâncias conduzem à resistência à insulina, atenuando a ação lipogênica desse hormônio no adipócito, o que resulta em maiores taxas de lipólise no tecido adiposo8, 9,10. A inabilidade em estocar gordura associada à alteração no perfil das citocinas inflamatórias resulta em um processo de disfunção do tecido adiposo11, um reconhecido fator de risco para o desenvolvimento de desordens metabólicas associadas à obesidade.

Diversos fatores são candidatos a desencadeadores do processo de disfunção do tecido adiposo, entre eles, estresse oxidativo. Estresse oxidativo é classicamente definido como um evento resultante do desequilíbrio entre substâncias oxidantes e antioxidantes12 que pode culminar em lesões oxidativas em lipídeos, proteínas, tióis, carboidratos e bases de DNA13. Ambas as substâncias, oxidantes e antioxidantes, são geradas em um cenário de reações de óxido-redução, onde a oxidação implica em ganho de elétron e a redução, em perda. Popularmente denominadas radicais livres, as substâncias oxidantes incluem as espécies reativas de oxigênio (ROS) e as de nitrogênio (RNS). Embora sejam essenciais para uma variedade de mecanismos de defesa celular (atividade bactericida, respiração mitocondrial14, regulação do relaxamento-contração da musculatura lisa dos vasos)15, as espécies reativas também podem causar lesão oxidativa em biomoléculas quando presentes em número superior à sua neutralização mediada pelo sistema de defesa antioxidante. Em condições de obesidade, estudos demonstram que o adipócito hipertrofiado pode levar ao aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS), o que pode ser acompanhado da maior atividade da enzima NADPH oxidase, um complexo enzimático gerador de ROS16. Esse aumento estimula a produção de fatores quimiotáticos, como MCP-116, que atraem macrófagos para o interior do tecido adiposo7, potencializando a produção de adipocinas pró-inflamatórias – principalmente fator de necrose tumoral alfa (TNF-α)8. TNF- é um

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conhecido agente inibitório da ação da insulina por bloquear a ativação do substrato do receptor de insulina (IRS)-1 o que pode resultar em maiores taxas de lipólise no tecido adiposo17. Essa rede de eventos - conectando estresse oxidativo, processo inflamatório e disfunção do tecido adiposo - levanta a seguinte questão: uma estratégia terapêutica com antioxidante poderia impedir ou minimizar a disfunção do adipócito em uma condição de sobrecarga nutricional?

Licopeno, um carotenóide sem atividade pró-vitamina A encontrado no tomate e nas frutas vermelhas, é considerado um dos melhores antioxidantes dentre os carotenóides possuindo alta capacidade em se ligar ao oxigênio singlet (uma ROS)18. Além do oxigênio singlet e radical peroxil19, tem sido mostrada ocorrer uma forte interação entre o licopeno e outras ROS como o H2O2

20, o qual pode induzir a geração de radical hidroxil, conhecido como importante ROS indutora de oxidação de lipídeos e de bases de DNA21. Sua proteção contra a oxidação de bases de DNA foi demonstrada em cardiomiócitos de ratos Wistar submetidos à cardiotoxicidade e suplementados com licopeno na forma licopeno-oleoresina22. Em estudo experimental foi observado que o licopeno nas doses de 10, 30, 60 e 90 mg/kg administrado a ratos adultos SpragueDawley hiperglicêmicos apresentou efeito benéfico dose-dependente com diminuição na concentração de glicose, aumento de insulina, diminuição na peroxidação lipídica e aumento de enzimas antioxidantes23. Os resultados sugerem que a suplementação com licopeno pode contribuir com atenuação do estresse oxidativo nesse modelo. Estudo realizado recentemente, com cultura de células e explantes do tecido adiposo, mostrou que o licopeno (2 M/24h) diminuiu a expressão de citocinas pró-inflamatórias, sugerindo efeitos benéficos desse carotenóide em doenças associadas à obesidade24. Entretanto, a influência da terapêutica com licopeno in vivo sobre a relação entre disfunção do tecido adiposo, processo inflamatório e estresse oxidativo ainda não foi demonstrada.

Se ROS podem conduzir à disfunção do tecido adiposo e licopeno atua como um potente antioxidante, é plausível hipotetizar que a suplementação com licopeno irá minimizar a ativação de MCP-1, processo inflamatório e resistência à insulina em uma condição de sobrecarga nutricional, um mecanismo dependente da neutralização das espécies reativas de oxigênio. JUSTIFICATIVA: Visto que a obesidade é uma doença que incide em todo o mundo, e que vem crescendo de forma alarmante2, estratégias preventivas para diminuir a incidência e desacelerar a progressão das complicações da obesidade são necessárias. Assim, uso de terapia nutricional se justifica pelo fato de, na obesidade, o aumento em excesso ou anormal do tecido adiposo ser um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas e incapacitantes, entre elas diabetes mellitus tipo 2, algumas formas de câncer, osteoartrite, doença do fígado gorduroso não alcoólica e insuficiência cardíaca1,25,26, o que poderia sobrecarregar os sistemas de saúde e previdência. Deste modo, intervenções nutricionais que possam proteger contra a disfunção de tecido adiposo, podem ser vislumbradas como uma estratégia efetiva para reduzir as consequências metabólicas associadas à obesidade.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da suplementação com licopeno sobre o estresse oxidativo, processo inflamatório e resistência à insulina no tecido adiposo de animais submetidos à sobrecarga nutricional.

. Material e Métodos

Protocolo Experimental

No presente estudo foram utilizados ratos Wistar machos (n=28), com peso de aproximadamente 350 g, provenientes do Biotério do Laboratório Experimental do Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista - UNESP, São Paulo, Brasil. Os animais foram casualmente divididos para receberem dieta controle (C) ou hipercalórica (H), durante 6 semanas24. Após este período, os animais de ambos os grupos, foram novamente randomizados em 4 grupos: C (n=7), C suplementado com licopeno (C+L; n=7), H (n=7), e H suplementado com licopeno (H+L; n=7). O licopeno utilizado foi o Licopeno óleo-resina misturado com óleo de milho na dose de

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10mg/kg de peso/dia e foi administrado via gavagem aos animais, por 6 semanas. Durante o mesmo período, os animais dos grupos não tratados (C e H) receberam óleo de milho via gavagem em volume equivalente ao oferecido aos grupos tratados com licopeno (~0,5mL/kg peso/dia). A representação esquemática do modelo experimental está apresentada na Figura 1. As ofertas de ração e água foramad libitum. O consumo das dietas e a ingestão calórica foram registrados diariamente; a ingestão calórica foi determinada pelo produto do consumo e teor energético das dietas. Para acompanhar o desenvolvimento do animal, o peso corporal foi aferido semanalmente, sendo os ratos mantidos em gaiolas individuais, em ambiente com temperatura (242ºC) e umidade controladas (555%) e ciclo claro-escuro (12-12hs). O protocolo de estudo foi submetido para aprovação pela Comissão de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista - UNESP, São Paulo, Brasil, e seguiu recomendações do Guide for theCareand Use of Experimental Animals27.

Figura 1. Desenho experimental. Os animais foram submetidos à dieta controle (C, n=14) e à dieta hipercalórica (H, n=14), por 6 semanas. Após este período, os animais foram randomizados para receberem ou não a suplementação com licopeno (10 mg/kg de peso do animal), por 6 semanas. Composição das dietas

Os ratos C receberam ração padrão para roedores (RC Focus 1765, Agroceres®, Rio Claro, São Paulo, Brasil), contendo 3,7 kcal/g, e o grupo H uma ração hipercalórica, sendo composta por: pó de ração (RC Focus 1765, Agroceres®, Rio Claro, São Paulo, Brasil), alimentos industrializados, óleo de palma, suplemento protéico, mistura vitamínica e mineral, contendo 5,2 kcal/g; em adição, os animais do grupo H receberam também a adição de 300g de sacarose na água de beber. O modelo dietético corresponde a uma adaptação de um estudo anterior publicado por nosso grupo28.

Expressão gênica

Os fatores de extresse oxidativo (Nox 1, Nox 2 e Nox 4), inflamatórios (TNF-α e MCP-1) e de resistência à insulina (ISR-1) foram avaliados por meio de PCR em tempo real. Em resumo, fragmentos congelados dos tecidos adiposos foram homogeneizados em TRIzol para extração do ácido ribonucléico mensageiro (mRNA), conforme instruções do fabricante. A qualidade do RNA foi analisada com auxílio de um espectrofotômetro pela sua absorbância em 260 nm. A pureza do RNA foi constatada pela razão das absorbâncias em 260/280 nm. As amostras, cujas razões foram inferiores a 1,6, foram descartadas por apresentarem contaminação por proteínas. Em seguidas as amostras selecionadas tiveram sua integridade avaliada por meio de visualização em gel de agarose 1%. Posteriormente, o mRNA foi

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submetido à transcrição reversa, conversão de RNA em ácido desoxirribonucléico complementar (cDNA), pela ação da enzima transcriptase reversa, utilizando-se o kit SuperScript II First-Strand Synthesis System for RT-PCR® (Invitrogen, São Paulo, Brasil). O cDNA obtido foi usado para a avaliação da expressão gênica por meio de PCR em tempo real, utilizando ensaios prontos (Applied Biosystems, CA, USA) contendo sonda TaqMan MGB (FAM) e primers específicos. Sistema de detecção de fluorescência foi utilizado para monitoramento em tempo real da amplificação das amostras (SetpOne Plus, Applied Biosystems, CA, USA). As amostras foram normalizadas por um gene constitutivo (ciclofilina) e a quantificação da expressão foi realizada pelo método 2-CT. Análise Estatística

Os dados estão expressos em média ± desvio-padrão. A comparação entre os grupos foi realizada pela técnica da análise de variância (ANOVA) para o esquema de dois fatores, dieta e licopeno, e complementadas com o teste de Tukey. O nível de significância considerado para todas as variáveis foi de 5%.

Resultados

Características gerais A tabela 1 apresenta as características gerais dos animais. Não houve diferença significativa entre

os grupos em relação ao peso corporal inicial e ingestão calórica, porém, os grupos hipercalóricos H e H+L obtiveram maior peso corporal final e maior ingestão de dieta comparados aos seus respectivos grupos controle. Houve diminuição da ingestão de água no grupo H+L em relação ao grupo H. Tabela 1. Características gerais

Grupos Variável C (n=7) C+L (n=7) H (n=7) H+L (n=7) PCI (g) 344 ± 46 345 ± 42 347 ± 30 356 ± 32 PCF (g) 499,6 ± 60 500 ± 29 568 ± 71* 564 ± 60* ID (g) 191 ± 33 184 ± 19 83 ± 11* 88 ± 14* IA (ml) 254 ± 49 226,3 ± 29 270 ± 37 211 ± 32† Kcal 741 ± 126 714 ± 74 768 ± 70 725 ± 73 PCI: Peso Corporal Inicial ; PCF: Peso Corporal Final; ID: Ingestão Dieta; IA: Ingestão Água; Kcal: Kilocalorias ingeridas; C: controle; C+L: controle+licopeno; H: dieta hipercalórica; H+L: dieta hipercalórica+licopeno. Dados expressos em média ± desvio-padrão. ANOVA.comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L).

O índice de adiposidade está apresentado na figura 2. Houve aumento significante do índice de adiposidade nos grupos hipercalóricos H e H+L comparados a seus grupos controle.

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Figura 2. Índice de adiposidade. Controle (C, n=7), controle+licopeno (C+L,n=7), dieta hipercalórica (H, n=7), dieta hipercalórica+licopeno (H+L,n=7). Dados expressos em média ± desvio-padrão. ANOVA.comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L). Dosagem plasmática

A Tabela 2 apresenta as dosagens de licopeno, glicose, insulina plasmática e razão insulina/glicose. O licopeno não foi detectado no plasma dos grupos C e H, entretanto, após 6 semanas de tratamento a concentração plasmática de licopeno foi evidente nos grupos C+L e H+L. Houve um aumento significativo nos grupos hipercalóricos H e H+L comparados aos seus grupos controle C e C+L na dosagem de Insulina. Houve um aumento significativo no grupo H comparado a seu grupo controle nas dosagens de Glicose. Razão Insulina/Glicose não apresentou diferença significativa entre os grupos. Tabela 2. Dosagens plasmáticas

Grupos Variável C(n=7) C+L(n=7) H(n=7) H+L(n=7) Licopeno (nM/L) ND 22,9 ± 19,1 ND 28,7 ± 16,6 Glicose (mg/dL) 94 ± 12 94,3 ± 11 106,4 ± 5,6* 104 ± 12 Insulina (ng/dL) 2,24 ± 0,4 2,28 ± 0,6 3,18 ± 0,7* 3,42 ± 1,2* Razão insulina /glicose (x 10-3)

23,8 ± 3,0 24,3 ± 5,9 29,9 ± 6,9 33,0 ± 12,2

C: controle; C+L: controle+licopeno; H: dieta hipercalórica; H+L: dieta hipercalórica+licopeno; ND: não detectado. Dados expressos em média ± desvio-padrão ANOVA.comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L).

A figura 3 apresenta a dosagem plasmática de TNF-α. Houve aumento significante nos níveis de TNF-α dos animais submetidos à dieta hipercalórica, H e H+L, quando comparados aos seus respectivos controles. A suplementação com licopeno não foi eficiente em reduzir os níveis de TNF-α.

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Figura 3. Dosagens plasmática de TNF-α. Controle (C, n=7), controle+licopeno (C+L,n=7), dieta hipercalórica (H, n=7), dieta hipercalórica+licopeno (H+L,n=7). Dados expressos em média ± desvio-padrão. ANOVA comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L).

Abaixo estão apresentadas as expressões gênicas de TNF-α, MCP-1, IRS-1 no tecido adiposo epididimal. Houve aumento significativo de TNF-α no grupo H+L comparado ao grupo C+L, e o licopeno foi eficiente em diminuir a expressão gênica de TNF-α no grupo H+L em relação ao grupo H. Para MCP-1 houve aumento significativo no grupo H comparado ao grupo C e o licopeno foi eficiente em diminuir a expressão gênica de MCP-1 no grupo submetido à dieta hipercalórica. Houve uma diminuição significativa da expressão gênica de IRS-1 no grupo hipercalórico comparado ao grupo controle. Licopeno não modulou a expressão gênica de IRS-1.

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Figura 4. Expressões gênicas de TNF-α (A), MCP1 (B) e IRS-1 (C) no tecido adiposo epididimal. Controle (C, n=6), controle+licopeno (C+L,n=6), dieta hipercalórica (H, n=6), dieta hipercalórica+licopeno (H+L,n=6).Dados expressos em média ± desvio-padrão. ANOVA comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L).

Abaixo estão apresentadas as expressões gênicas de Nox1, Nox2 e Nox4. A suplementação com o licopeno diminuiu a expressão gênica do Nox1 e do Nox2, entretanto, não modulou a expressão gênica do Nox 4.

A) B)

C)

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Figura 5. Expressões gênicas de Nox1 (A), Nox2 (B) e Nox4 (C) no tecido adiposo epididimal. Controle (C, n=6), controle+licopeno (C+L,n=6), dieta hipercalórica (H, n=6), dieta hipercalórica+licopeno (H+L,n=6).Dados expressos em média ± desvio-padrão. ANOVA comparou grupos: *, p<0,05 (C versus H; C+L versus H+L); †, p<0,05 (C versus C+L; H versus H+L).

Discussão

Os resultados mostraram que o protocolo experimental adotado foi capaz de induzir obesidade. Isso foi confirmado pelo aumento significante de peso e do índice de adiposidade. A indução de obesidade foi atingida mesmo com a menor ingestão de ração (gramas) e mesmo com a ingestão calórica semelhante entre os grupos, indicando que a qualidade dos nutrientes foi importante para determinar a obesidade. Prévios estudos mostram que o consumo de dietas ricas em gordura não é acompanhado por aumento proporcional da sua oxidação, o que favorece a deposição de lipídeos (como triacilglicerol), no tecido adiposo o que acarreta aumento no peso corporal e principalmente na gordura corporal29. A diminuição de ingestão de ração nos grupos que receberam a dieta hipercalórica já havia sido observada em prévios estudos do nosso grupo28. Apesar do consumo de ração ter sido inferior nos animais que receberam dieta hipercalórica, não houve diferença para a ingestão calórica. Entretanto, o índice de

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adiposidade aumentou estatísticamente nos animais H e H+L. Este resultado é semelhante ao estudo de Nascimento, et al. 2008, confirmando que os animais se tornaram obesos. Destaca-se que a suplementação com licopeno não influenciou o comportamento do índice de adiposidade. O aumento do consumo de água do grupo H pode estar associado à adição de sacarose à água. Contudo, a suplementação com licopeno diminuiu a ingestão de água induzida pela dieta hiperlipídica (H+L < H, P< 0.001). A menor ingestão de água dos animais suplementados com licopeno pode em parte ser explicada pela ação moduladora (inibidora) do licopeno em pituitária30.

O licopeno não foi detectado no plasma dos grupos C e H (devido à ausência de licopeno na dieta C e na H – dados não apresentados), entretanto, após 6 semanas de tratamento, a concentração plasmática de licopeno foi evidente nos grupos suplementados com o carotenóide (C+L e H+L). Esses resultados confirmam que a administração de licopeno foi eficazmente absorvida pelo organismo do animal. A dieta hipercalórica foi associada a maior (H > C) concentração de glicose. Esse resultado confirma que o modelo de dieta hipercalórica está associado a uma hiperglicemia e pode ser responsável pelo desenvolvimento de co-morbidades associadas. Deve ser mencionado que o aumento da glicose no grupo H pode estar associado à adição de sacarose à água. Ao contrário dos nossos resultados, prévio estudo experimental mostrou que o licopeno pode diminuir os níveis de glicose em ratos adultos Sprague Dawley23. Nossos resultados mostraram aumento nos níveis de insulina, que está de acordo com prévio estudo de Nascimento et al., 2008 e, também confirma que o modelo de dieta hipercalórica está associado a um aumento de insulina e pode ser responsável pelo desenvolvimento de co-morbidades associadas. A suplementação com licopeno não protegeu contra o aumento de insulina. Em adição, tanto a dieta hipercalórica quanto a suplementação com licopeno não promoveram alteração da sensibilidade à insulina (Glicose/Insulina). Ao contrário de nossos resultados, outros estudos mostraram associação entre antioxidantes (embelina31 e glutationa peroxidase 332) e melhora da sensibilidade à insulina.

Muitos estudos têm demonstrado que o tecido adiposo representa um importante local de inflamação33 apresentando resistência à insulina e associações diretas entre gordura visceral e concentrações de TNF-α, IL-6 e proteína C-reativa34. Aqui, nós demonstramos, in vivo, que o grupo DH apresentou um aumento da expressão gênica do MCP-1 no tecido adiposo, e uma diminuição do IRS-1. As concentrações plasmáticas de TNF-α aumentaram pela dieta hipercalórica. As expressões gênicas de MCP-1,no grupo H+L, e TNF-α, nos grupo C+L e H+L, foram reduzidas pela suplementação de licopeno in vivo, em concordância com dados ex vivo e dados de cultura celular de adipócito24. Entretanto, a expressão gênica de IRS-1, TNF-α plasmático e resistência à insulina não foram modulados em 6 semanas com suplementação de licopeno neste estudo. O provável mecanismo que esclarece essa falta de resposta pode ser, em parte, explicada pelo TNF-α plasmático aumentado. TNF-α parece agir localmente no sítio do tecido adiposo através de vias autócrinas ou parácrinas, tendo efeitos sobre a resistência à insulina35 por afetar as proteínas de substratos de receptor de insulina (IRS)36. Os processos que afetam IRSs envolvem degradação mediada por proteossomo, desfosforilação mediada por fosfatase e fosforilação de Ser do IRS-1, o qual converte IRS-1 em um inibidor da atividade da Tyrquinase no receptor da insulina, diminuindo a atividade desse receptor37.

Nossos dados mostram a suplementação com licopeno atenuou a expressão das isorformas Nox 1 e 2, entretanto apenas a isoforma Nox1 foi alterada pela dieta hipercalórica. Por outro lado, estudo prévio identificou aumento da expressão de várias subunidades da enzima (gp91phox, p22phox, p67phox, p47phox e p40phox) em tecido adiposo de camundongos da linhagem KKAy obeso (7 semanas de idade) e obeso-diabético (13 semanas de idade)16. A ação moduladora do licopeno sobre a Nox1 observada no grupo dieta hipercalórica (H+L < H) pode evidenciar seu efeito protetor em doenças associadas à obesidade, como previamente mostrado que o licopeno apresentou efeito preventivo sobre a aterosclerose38 e que menores concentrações plasmáticas de carotenóides estiveram associadas a um maior risco de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade39. Não encontrados trabalhos que avaliassem a influência do licopeno sobre a Nox2 no tecido adiposo.

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Conclusão

A dieta foi eficiente em causar obesidade, a qual foi associada com aumento de peso e adiposidade, e expressão gênica de TNF-α, MCP-1 e Nox1. A suplementação com licopeno por 6 semanas, apesar de não afetar a resistência à insulina, reduziu os níveis de expressão gênica de TNF-α, MCP-1, Nox 1 e 2. Assim, é provável que a suplementação com licopeno atenue o processo inflamatório no tecido adiposo, evidenciando os efeitos benéficos deste carotenoide.

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Trabalhos de

Pós-graduação

Apoio:

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Avaliação nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de pacientes

submetidos a gastroplastia- estudo comparativo

CAMARGO1, B. A.; DAGHER2, O. F. M.

1Curso de Nutrição da Universidade Sagrado Coração – Bauru, SP. andré[email protected] 2Profissional da Clínica Bariátrica – Centro de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade, Bauru, SP.

Introdução No Brasil, têm sido detectados a progressão da transição nutricional, caracterizada pela diminuição na prevalência de deficiências nutricionais, e aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade, tanto em adultos como em crianças e adolescentes.(BATISTA; RISSIN, 2003). Segundo Monteiro e Conde (2000) vários estudos evidenciam esta mudança nos padrões nutricionais, relacionando-os com as transformações socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas que com o passar do tempo, refletiu na redução progressiva da subnutrição e no aumento da prevalência da obesidade. A Pesquisa de Orçamento Familiar- POF (2008-2009) divulgada pelo IBGE (2010) mostrou que em todas as regiões do país, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de renda, aumentou contínua e substancialmente o percentual de excesso de peso e obesidade. O sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre 5 e 9 anos de idade, cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos, 48% das mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos. Entre os 20% de maior renda, o excesso de peso chega a 61,8% na população com mais de 20 anos. Neste grupo também se concentra o maior percentual de obesos (16,9%). (IBGE, 2010). Segundo Landeiro (2011) a obesidade refere-se à condição em que o indivíduo apresenta uma quantidade excessiva de gordura corpórea. A palavra obesidade é derivada do latim ob + edere, que significa comer demais.(BRAY, 1990). Anatomicamente, a obesidade pode ser localizada ou generalizada. O tipo localizado consiste no acúmulo restrito a uma ou mais áreas corpóreas. Por sua vez, o tipo generalizado caracteriza-se pelo excesso de gordura homogeneamente distribuído pelo corpo.(JUNG,1997). Morfologicamente, a obesidade pode ser determinada ou classificada sob dois aspectos; considerando o número e tamanho dos adipócitos (células de gordura) e por hipertrofia, em que há o aumento de volume ou acúmulo de gordura nesse tipo celular. Já a outra forma de determinação é a hiperplasia, que constitui no aumento do total de adipócitos. O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo composto por células separadas umas das outras por uma matriz de fibras colágenas e de fibras elásticas. Ao atingir a maturidade, a pessoa não obesa atinge cerca de 30 a 50 bilhões de células gordurosas, enquanto o obeso apresenta cerca de duas vezes mais adipócitos. (COMUZZIE, 2001). Considerada um distúrbio nutricional resultante do balanço positivo entre a ingestão e o gasto de energia, a obesidade é uma doença complexa e multifatorial cuja ocorrência reflete a interação entre os fatores genéticos e ambientais. (SILVA; MURA, 2007). O aumento do consumo de alimentos industrializados ricos em gorduras saturadas e colesterol e as situações de sedentarismo cada vez mais frequentes, contribuem para as elevadas taxas de obesidade. (WANDERLEY; FERREIRA, 2010). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente a obesidade é considerada uma epidemia global. O crescente aumento da prevalência da obesidade no adulto e na adolescência durante as últimas três décadas é considerada indicativa de um comportamento epidêmico no Brasil. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). Em adultos, o excesso de gordura corporal pode associar-se com um conjunto de alterações metabólicas importantes, tais como dislipidemias, hipertensão arterial (HA) e hiperinsulinemia. A presença de pelo menos um fator de risco têm sido evidenciada em 60% dos adultos com excesso de peso, sendo que 20% apresentaram dois ou mais fatores de risco.(MANCINI, 2010).

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A obesidade mórbida é classificada quando o índice de massa corpórea (IMC) apresenta-se maior ou igual a 40 kg/m2, ou quando o indivíduo apresentar 50 kg acima da média de peso esperado para sua altura. (SILVA; MURA, 2007). De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA-SBCBM (2011) as vantagens da via laparoscópica são: o menor desconforto pós-operatório, a recuperação mais rápida das atividades habituais e a ocorrência mínima de hérnias incisionais. Seus maiores inconvenientes são o custo mais elevado com materiais e o treinamento cirúrgico mais difícil e demorado, que pode aumentar o risco no período de aprendizado da equipe. A primeira recomendação para o tratamento da obesidade é a adoção de hábitos saudáveis, como dieta leve e exercícios físicos regulares. Em seguida, tenta-se controlar a doença por meio de remédios, os conhecidos emagrecedores. Quando o médico e o paciente se convencem de que se esgotou a tentativa de tratar a obesidade exclusivamente pela mudança do estilo de vida, uma das alternativas mais eficazes é recorrer à cirurgia bariátrica. Os benefícios da cirurgia bariátrica referem-se a perda de peso, remissão das doenças associadas à obesidade como o Diabetes Mellitus (DM) HA e doenças cardiovasculares (DCV), além da diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida (QV). Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais. Por essa razão, deve ser feita em hospital com estrutura adequada e por médicos que pratiquem os procedimentos regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina.(SEGAL; FANDINO, 2002). Determinadas situações configuram condições adversas à realização de procedimentos cirúrgicos para o controle da obesidade, como limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado, quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas; no entanto, quadros psiquiátricos graves, se controlados, não são contraindicativos à cirurgia e doenças genéticas. Conforme os preceitos médicos, a indicação cirúrgica deve ser decidida sob a análise de três critérios: IMC, idade e tempo da doença. A SBCBM (2011) estabelece algumas normas para a realização das cirurgias. Em relação a massa corpórea:

Indivíduos com IMC maior que 40, independentemente da presença de comorbidades devem passar pela cirurgia

IMC entre 35 e 40 na presença de comorbidades; IMC entre 30 e 35 na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação

“grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. Também é obrigatória a constatação de “Intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista.

Em relação à idade, dita-se algumas limitações: Indivíduos abaixo de 16 anos, exceto em caso de síndrome genética, podem realizar o

procedimento cirúrgico quando a indicação é unânime. O Consenso bariátrico recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por cirurgião e equipe multidisciplinar. A operação deve ser consentida pela família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação.

Entre 16 e 18 anos, é permitida sempre que houver indicação e consenso. Entre a família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar. Entre 18 e 65 anos, não há restrições quanto à idade.

Acima de 65 anos é preciso uma avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento. Deve-se levar em conta na escolha do procedimento e limitações orgânicas da idade, como dismotilidade esofágica e osteoporose. Não há contraindicação formal em relação a essa faixa etária isoladamente. Em relação ao surgimento da doença, para a realização do procedimento cirúrgico, o indivíduo deve:

Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco há pelo menos 2 anos e além disso, precisa ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucessos ou recidivas do peso através de dados colhidos na história clínica.

Pacientes com IMC maior que 50

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Pacientes com IMC entre 35 a 50 com doenças de evolução progressiva ou risco elevado. Casos de condições adversas como risco anestésico, hipertensão portal com varizes esofagogástricas, limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado, quadro de transtorno psiquiátrico atual não controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas ilícitas, a cirurgia não deve ser realizada, pois o paciente está predisposto a oferecer riscos à sua saúde. Todavia, quadros psiquiátricos graves, se controlados, não contraindicam os procedimentos. Evidências científicas afirmam que perdas de peso moderadas (5-10% do peso inicial) com tratamentos convencionais, através de abordagens nutricionais, farmacológicas e atividade física promovem benéficos efeitos metabólicos.(CAVALCANTI; CARVALHO; BARROS, 2009). No entanto, o instrumento mais eficaz no tratamento e controle da obesidade mórbida refere-se à intervenção cirúrgica. Apesar de ser considerada invasiva, têm alcançado resultados satisfatórios, com redução superior a 50% do excesso de peso ou 30 a 40% do peso inicial. Estes benefícios são mantidos a longo prazo, determinando a melhora nos parâmetros metabólicos, efeito positivo no metabolismo dos lipídeos e carboidratos, diminuição da resistência à insulina e contribui para o controle do DM tipo 2 e dislipidemias.(SJOSTROM; NARBRO; SJOSTROM, 2007). As cirurgias de gastroplastias diferenciam-se pelo mecanismo de funcionamento. Existem três procedimentos básicos da cirurgia bariátrica que podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia (menos invasiva e mais confortável ao paciente), conforme descritas a seguir: restritivos, que diminuem a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar; técnicas mistas, com pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino com discreta má absorção de alimentos e a disabsortiva, que reduzem a capacidade de absorção do intestino.(GARRIDO, 2003). No Brasil são aprovadas quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica (exceto o balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico), banda gástrica ajustável, gastrectomia vertical, duodenal switch, e por último o Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”). No presente estudo, a técnica cirúrgica utilizada refere-se ao Bypass, segundo a Figura 1.

Figura 1 - Sistema digestório pós-cirúrgico. Fonte: SBCBM(2011)

Estudado desde a década de 60, o Bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, a sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial. Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento e um desvio do intestino inicial que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o DM e outras doenças como a HA.(COSTA, 2009). A técnica do Bypass gástrico transforma o estômago em um tubo com capacidade em torno de 50 ml, o que provoca boa perda de peso e saciedade. É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Os resultados após a realização do Bypass são bastante satisfatórios. Após

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dois anos, verifica-se perda do excesso de peso em torno de 70% e resolução de comorbidades, como HAS, apnéia do sono, dislipidemia e DM2 em mais de 75% dos casos. O Bypass é o tipo de cirurgia mais realizada no mundo para o combate à obesidade mórbida. É classicamente recomendado o acompanhamento multidisciplinar para diagnóstico e tratamento de possíveis complicações do procedimento.(MINACO et al., 2006). Por outro lado, um aspecto relevante que deve ser considerado especialmente na obesidade mórbida refere-se à QV. Segundo o THE WHOQOL Group (1996) QV é definida como: "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.". Essa definição deixa implícita a idéia de que o conceito de QV é subjetivo, multidimensional e inclui elementos de avaliação tanto positivos como negativos. Segundo Souza e Carvalho (2003) a QV é multifatorial, referendando-se a partir das seguintes dimensões: saúde física, saúde psicológica, nível de independência (em aspectos de mobilidade, atividades diárias, dependência de medicamentos e cuidados médicos e capacidade laboral), relações sociais e meio ambiente. A expressão QV ligada à saúde é definida por Auquier, Simeoni e Mendizabal (1997) como o valor atribuído à vida, ponderado pelas deteriorações funcionais; as percepções e condições sociais que são induzidas pela doença, agravos e tratamentos; e a organização política e econômica do sistema assistencial. Em geral, a análise da QV dos indivíduos tem, nos últimos anos, se consolidado como importante variável, tanto para a prática clínica como para a pesquisa científica na área da saúde, uma vez que permite melhor avaliar e estimar efeitos de intervenções, bem como seu impacto no bem-estar físico, psicológico e social dos pacientes.(VECCHIA et al., 2005). É importante salientar a importância da equipe interdisciplinar, os quais devem unir seus esforços na assistência e acompanhamento integralizado ao paciente no pré e pós-operatório. O profissional nutricionista tem como objetivo principal promover o acompanhamento nutricional dos pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, sendo que o mesmo deve ser instituído no período anterior a cirurgia, uma vez que os indivíduos apresentam desvios nutricionais importantes. No período pós-cirúrgico, as carências nutricionais devem ser devidamente corrigidas, além da importância da educação alimentar e a da formação de hábitos alimentares adequados que devem acompanhá-los por toda a vida.(CUPPARI, 2005).

Justificativa De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a obesidade é uma doença crônica e de causas multifatoriais. Atualmente, no Brasil, os dados epidemiológicos confirmam que a obesidade se configura como situação epidêmica. Salienta-se que tal patologia constitui um dos principais problemas de saúde pública não apenas pela sua elevada prevalência, mas, sobretudo, pelos altos índices de comorbidades associadas que comprometem negativamente a saúde e ocasiona redução da expectativa de vida. No entanto, o instrumento mais eficaz no tratamento e controle da obesidade mórbida refere-se à intervenção cirúrgica. Apesar de ser considerada invasiva, têm alcançado resultados satisfatórios e os benefícios são atribuídos a perda ponderal, melhoria nos parâmetros metabólicos e efeitos positivos no metabolismo dos lipídeos e carboidratos. Por outro lado, destaca-se a importância da análise da QV, uma vez que seus impactos podem ocasionar interferências no bem estar físico,psicológico e social dos pacientes com obesidade mórbida.

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Objetivo Avaliar o estado nutricional e qualidade de vida no pré e pós cirúrgico de pacientes submetidos a gastroplastia pelo procedimento de Baypass em uma Clínica de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade na cidade de Bauru-SP.

Materiais e Métodos O estudo foi realizado com pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica assistidos em uma Clínica particular especializada em Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade “UNIGASTRO” localizada na cidade de Bauru-SP. O universo amostral foi constituído por 50 pacientes, sendo 36 do sexo feminino e 14 do masculino com idade média de 42,6 anos.Os pacientes foram submetidos à cirurgia de gastroplastia pelo procedimento de Bypass de acordo com a indicação médica e submetidos a consulta nutricional no pré-operatório. Para participação da pesquisa foi entregue aos participantes uma carta de informação quanto aos objetivos e solicitado, oficialmente, um termo de consentimento assinado, baseado na Resolução 196 de 10/10/1986 do Conselho Nacional de Saúde. O desenho do estudo foi apresentado em duas fases: Fase 1- Avaliação de IMC, CC e avaliação corporal 6 meses após Fase 2- Avaliação de IMC, CC, % perda de peso e avaliação corporal O IMC foi obtido por meio da divisão do peso corporal (Kg) pela altura (m2) segundo critério adotado pela WORLD HEALTH ORGANIZATION (1998). Para a classificação de perda de peso pós-operatória, foi analisado a média do IMC apresentado no pré e, posteriormente, no pós-operatório obedecendo a classificação: 30 – 34,9=obesidade grau I, > 40=obesidade grau III. Adicionalmente, também foi calculada a % de perda de peso (PP) de acordo com o tempo de cirurgia. A CC foi aferida com fita métrica inextensível e inelástica, aplicada na menor circunferência da região troncal, sendo a técnica proposta por Gillium (1999). Foram classificados com intuito de quantificação da gordura intra-abdominal, já que apresenta significância clínica, apresentando relação com fatores de risco cardiovasculares.(BRAMBILLA et al.,1994).Os valores utilizados para a análise da CC foram os mesmos preconizados de acordo com Katch (1996): homens:> 94=risco elevado; >102=risco muito elevado; mulheres: >80=risco elevado; >88=risco muito elevado. A composição corporal foi obtida pela técnica da bioimpedância elétrica (BIA). O aparelho utilizado foi o QUANTUM 2® da marca RJL Sciences. A avaliação foi realizada com o indivíduo deitado em decúbito dorsal, numa posição confortável e relaxada. As pernas estavam afastadas e os braços em paralelo afastados do tronco, com as mãos abertas. Os eletrodos foram colocados em locais específicos:

Pé direito: o eletrodo distal na base do dedo médio e o eletrodo proximal um pouco acima da linha da articulação do tornozelo, entre os maléolos medial e lateral.

Mão direita: o eletrodo distal na base do dedo médio e o eletrodo proximal um pouco acima da linha da articulação do punho, coincidindo com o processo estilóide.

A BIA estima valores de água corporal total, quantidade de massa corporal magra e GC.(REZENDE et al., 2007). Os participantes também foram investigados sobre aspectos pertinentes a QV por meio de um questionário estruturado e sistematizado com questões de múltipla escolha e composto por 15 questões fechadas. As questões foram categorizadas em quatro domínios para a análise dos dados, obedecendo a critérios estabelecidos pelo questionário.(THE WHOQOL group, 1995). Domínio Físico: Em que medida acha que sua dor física impede você de fazer o que precisa? O quanto você precisa de medicação na sua vida diária? Quão bem você é capaz de se locomover? Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? Domínio Psicológico

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Você é capaz de aceitar a sua imagem corporal? Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo(a)? Quão seguro(a) você se sente com a sua vida diária? Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade,

depressão? Domínio de Relações Sociais Você sente aceitação na sociedade? Em que medida você tem oportunidades de atividades de lazer? Domínio de Auto Avaliação Como você avaliaria sua qualidade de vida? Quão satisfeito(a) você está com sua saúde? Quão satisfeito(a) você está com seu sono? Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do dia-a-dia? Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia? O questionário foi autopreenchido pelos participantes na presença da pesquisadora. Os dados do estudo foram apresentados em tabelas e figuras. As análises estatísticas foram realizadas através do programa estatístico PAST version 2.15. Para comparação das variáveis quantitativas foi utilizado o Teste não paramétrico de Wilcoxom para dois grupos pareados. O valor de significância estatístico será estabelecido em 5%, ou seja, p< 0,05.

Resultados Em relação ao peso pré e pós-operatório, observou-se que a média foi de 117,4 kg e 90,0 kg, respectivamente, o que indicou uma redução média de 27,4 kg e foi estatisticamente significante. (p=0,0039) Quanto ao IMC no período pré-operatório, os pacientes apresentaram obesidade mórbida (44,8 kg/m²) e no período pós-cirúrgico evoluíram para obesidade grau I (34,6 kg/m²). As diferenças obtidas no pré e pós-operatório mostraram-se significativas.(p=0,0027) A perda de peso (PP) dos pacientes obtidos no período posterior a cirurgia foi de 27,4 kg e a % de PP correspondeu a 23,4%. (p=0,0032) Os resultados obtidos através da CC foi de 126,5 cm no pré-cirúrgico e 90,1 cm no pós (p=0,0024). A média encontrada classifica os pacientes do sexo feminino como risco muito elevado para desenvolvimento de DCV e do sexo masculino como risco elevado, e no pós, ainda os mantém em um risco muito elevado, porém, a diminuição das medidas antropométricas permanecem em queda em até 2 anos após a cirurgia devido à perda de peso continuada. A composição corporal avaliada pela BIA revelou que houve uma grande perda ponderal de massa gorda, 53,2 kg, no pré e 36,8 kg no pós-operatório, respectivamente, o que representou uma redução de 34%. Já, a massa magra no pré-operatório (61,6 kg) e pós (55,8 kg) com redução média de 13,6% Esta situação pode ser atribuída ao fato de que na redução expressiva de peso toda a composição corporal sofre alteração.(REZENDE et al., 2006). Porém, é importante salientar que a proporção da perda de massa gorda em relação à massa magra foi mais significativa (p=0,0019 e p=0,0044), respectivamente. A avaliação dos domínios obtidos sobre a QV considerou os domínios físico, psicológico, relações sociais e autoavaliação. O Domínio físico verificou uma notável melhoria das dores físicas,locomoção abandono de medicamentos de rotina diária e maior satisfação sexual. O Domínio psicológico mostrou melhoria da aceitação da imagem corporal, satisfação pessoal e diminuição da frequência de sentimentos negativos dos pacientes. O domínio de relações sociais evidenciou resultados satisfatórios em relação a uma maior aceitação da sociedade. O domínio de autoavaliação apontou satisfação com a saúde, maior energia para as atividades diárias, melhoria na qualidade do sono e da QV. Verificou-se que os domínios avaliados revelaram melhoria significativa da QV do pré em relação ao pós-operatório, sendo que o físico, psicológico e autoavaliação obtiveram os mesmos padrões de satisfação (p=0,000016) e relações sociais(p=0,004180)

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Discussão A obesidade é considerada uma epidemia mundial e atualmente constitui um dos principais problemas de saúde pública, sendo responsável pelo aumento substancial das comorbidades. O aumento do IMC, principalmente em obesos graves (IMC > 40,0 kg/m2) provoca graves problemas de saúde, como aumento da CC e consequente elevação dos fatores de risco para as DCV.(TAVARES; NUNES; SANTOS, 2010). No estudo realizado na Universidade Federal de Pernambuco com 205 pacientes de ambos os sexos submetidos a gastroplastia mostrou que o IMC do pré-operatório foi de 48,6 Kg/m2 e a evolução antropométrica demonstrou perda ponderal progressiva, atingindo após 9 meses 31,7 Kg/m2 (PEDROSA et al., 2009). Outro estudo foi desenvolvido pela Unicamp com 30 pacientes de ambos os sexos pelo procedimento de Bypass.Os resultados demonstraram uma significativa redução do IMC, onde os pacientes apresentaram obesidade grau III (IMC=48,0 kg/m²) e após 7 meses o IMC indicou obesidade grau I, ou seja, 34,7 kg/m².(PEREIRA, 2008). Os resultados obtidos da evolução nutricional em um hospital da rede pública da cidade São Paulo no pré e pós cirúrgico de pacientes com obesidade mórbida submetidos a cirurgia bariátrica de pacientes com obesidade mórbida também revelaram que no período anterior a cirurgia, a média obtida do IMC foi de 47,57 kg/m² e após 5 meses houve uma redução para 37,09 kg/m². (BORTOLUZZO, 2008). Considera-se uma redução percentual de peso significativa quando ocorre uma perda em torno de 25% de seu peso corporal em aproximadamente 6 meses após a cirurgia.(ANJOS, 1992). A cirurgia bariátrica é atualmente considerada o mais efetivo tratamento para a redução do peso e manutenção em pacientes com obesidade grave,tornando o procedimento mais realizado em todo mundo. No mesmo sentido, a cirurgia bariátrica foi um procedimento eficaz para promover perda ponderal e sua manutenção por 24 meses, assim como melhoria de parâmetros bioquímicos e das comorbidades associadas.(PEDROSA et al., 2009). A CC fornece uma excelente indicação antropométrica da obesidade. Segundo Almeida; Almeida, Araujo (2009) deve-se dar total atenção para valores superiores a 102 cm para os homens e 88 cm para as mulheres, pois o risco é significativamente maior para o desenvolvimento de DCV, DM e outras patologias metabólicas, justamente por sua proximidade à órgãos vitais, tais como intestino, fígado, rins e pâncreas. No estudo desenvolvido no Rio Grande do Norte, com 70 pacientes, de ambos os sexos, houve diminuição significativa da redução da CC no pós cirúrgico. Os achados confirmaram que a cirurgia bariátrica é um método eficaz na diminuição de comorbidades em pacientes obesos mórbidos. (SOUZA, 2011). Pedrosa et al. (2009) avaliaram a composição corporal através da BIA de 35 pacientes de ambos os sexos com obesidade mórbida. Após 6 meses da gastroplastia, os pacientes apresentaram uma redução de 37,2% de massa gorda e 16,4% de massa magra. Resultado semelhante foi encontrado por Pereira (2008) após 7 meses de pós-operatória que constatou uma redução maior de massa gorda em relação a massa magra. Outro aspecto relevante refere-se ao interesse pelo tema QV no campo da saúde que vem crescendo substancialmente. Isto se deve às possibilidades de utilizar as informações sobre QV como indicadores importantes de saúde e a associação com práticas assistenciais diárias dos serviços de saúde. (THE WHOQOL group, 1996). A cirurgia bariátrica pode proporcionar mudanças conceituais e práticas em saúde através da incorporação de novos domínios que poderão contribuir efetivamente para a melhoria da QV.(KAPLAN, 1995). Em uma pesquisa qualitativa sobre os aspectos envolvidos na QV após cirurgia bariátrica mostrou que os pacientes relataram melhora significativa quanto á percepção da saúde, funções sociais, psicológicas e físicas. (CARLINI, 2010). Em Juiz de Fora-MG, Toledo et al. (2010) analisaram a QV no pós-operatório de 30 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica utilizando o questionário THE WOQOL. Verificou-se que a maioria dos pacientes apresentaram valores superiores nas questões: "Como você avaliaria sua QV?" e "Quão satisfeito (a) você está com sua saúde?". O estudo concluiu que a cirurgia bariátrica mostra-se eficaz na melhoria da QV, o que refletiu beneficamente na satisfação pessoal dos pacientes.

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Conclusão Os dados do presente estudo confirmaram que a cirurgia bariátrica mostrou-se um método eficaz no tratamento dos obesos mórbidos.Concluiu-se que a gastroplastia promoveu uma redução significativa no IMC e a perda ponderal obedeceu a % de redução de peso esperada em relação ao tempo de pós-operatório, além da redução da CC e, consequentemente, dos riscos de DCV. A composição corporal mostrou maior proporção de perda de massa gorda em relação à massa magra, tornando os indivíduos com menores risco de desenvolvimento de doenças metabólicas. A QV foi outro parâmetro importante, uma vez que os domínios físicos, psicológicos, relações sociais e autoavaliação demonstraram melhorias significativas no pós-operatório. Neste cenário, destaca-se a importância da realização do procedimento cirúrgico no combate da obesidade mórbida, que constitui um fator relevante para a redução de comorbidades associadas, menor risco de desenvolvimento de cardiopatias e outras doenças metabólicas, além dos benefícios atribuídos á melhoria da QV.

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Teores de nitrato em espinafres orgânicos e convencionais submetidos a processamento térmico

LOZANO¹, M. G.; COSTA², S. M.; LIMA³, G. P. P.

¹Pós-graduanda do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da ESALQ-USP, Piracicaba, SP. [email protected];

²Pós-doutorando do Departamento de Química e Bioquímica, IBB-UNESP, Botucatu,SP; ³Docente do Departamento de Química e Bioquímica, IBB-UNESP, Botucatu,SP.

Introdução e Justificativa A literatura coloca que indivíduos que consomem frutas e vegetais de acordo com as

recomendações diárias, têm menor risco de mortalidade, seja qual for a causa, devido aos benefícios

destes alimentos a saúde.

Hipertensão excede o tabagismo como maior causa de morte no mundo. Dois terços dos AVC e

metade das doenças isquêmicas cardíacas estão ligados a altos níveis da pressão arterial (EZZATI et al.,

2002). Fámacos anti-hipertensivos tem atenuado os efeitos sobre a saúde cardiovascular, mas apenas, 50

% dos casos de hipertensão conseguem um controle adequado e sustentado da pressão (CUTLER et al.,

2008; EGAN et al., 2010).

Há necessidade de aplicar intervenções nutricionais e mudanças no estilo de vida para prevenir

causas primárias da hipertensão e risco cardiovascular (SAVICA et al., 2010). A dieta DASH é uma das

mais eficazes intervenções nutricionais para a prevenção e tratamento não farmacológico de hipertensão.

(APPEL et al., 2006; APPEL et al., 1997). Esta dieta enfatiza a importância do consumo de frutas, legumes

e verduras, e estudos recentes sugerem que os efeitos benéficos decorrentes estão relacionados com o

teor de nitrato inorgânico contido nos grupos alimentares citados (MOORE et al., 2001; AL-SOLAIMAN et

al., 2010; HORD et al., 2009).

O espinafre é umas das hortaliças com segundo maior teor de nitrato, tendo apenas a rúcula a

frente. Estudos como o de BONDONNO et al. (2012) concluíram que o consumo de espinafre pode

aumentar de forma independente o estado de óxido nítrico, melhorar endotelial função e pressão arterial

de forma aguda, os resultados que podem beneficiar a saúde cardiovascular.

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Durante décadas, a agricultura orgânica tem se desenvolvido e isso coincidiu com a crescente

demanda dos consumidores por alimentos nutritivos, seguros e ecologicamente sustentáveis. Neste

contexto, estudos estão se dedicando a esclarecer as questões conflitantes entre alimentos orgânicos e

convencionais, como a composição e segurança nutricional (LAIRON & HUBER, 2014). Há relatos de que

a cultivo convencional de alimentos, resultem em produtos com teor de nitrato superior aos orgânicos, mas

autores como AIRES et al.(2012), coloca que não há informações consistentes e dúvidas ainda persistem

quanto a acumulação de nitrato em vegetais de acordo com o tipo de produção.

A fim de maximizar os benefícios a saúde, ao consumir frutas e vegetais, determinadas medidas

podem auxiliar na adequação dos valores de nitratos dos alimentos (CORREIA et al., 2010). O

processamento, como lavagem, descascamento e cozimento podem alterar os níveis deste composto

(PANNATA et al., 2003; AMAL, 2000).

Acredita-se que o preparo afete o valor nutricional dos alimentos, mas essa perda pode ser

benéfica de acordo com o composto observado. Quanto ao nitrato, a redução da sua concentração no

alimento pode ser interessante para consumi-lo de acordo com as recomendações dietéticas, pois a

ingestão, além do indicado, pode ser nociva.

Gerar informações que esclareçam quanto ao melhor tipo de cultivo e cozimento, para consumir

vegetais com os teores adequados para obter os benefícios do nitrato, é importante para auxiliar na

orientação de profissionais da saúde e na qualidade da alimentação da população.

Objetivo

O objetivo do trabalho foi verificar possíveis alterações nos teores de nitrato em espinafres

decorrentes de diferentes cultivos e tratamentos térmicos.

Material e Métodos

Espinafres (Tetragonia expansa) cultivados orgânico e convencionalmente, foram obtidos no

comércio local na cidade de Botucatu-SP, sendo os orgânicos em uma feira de produtores locais, e os

convencionais, no Mercado Municipal.

No total, vinte e quatro maços de espinafres foram adquiridos, destes doze orgânicos e doze

convencionais. Para cada tipo de cocção, cru, cozidos em ebulição, em micro-ondas e em panela de

pressão foram separados três maços repetições.

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Os vegetais foram manipulados em recipiente plástico, onde os ramos foram homogeneizados e

separados para os tratamentos térmicos. Para cozimento em ebulição e panela de pressão, foram

utilizados um litro de água, e no micro-ondas, foram utilizados sacos plásticos para freezer e micro-ondas,

compostos de Polietileno (80% alta densidade + 20% baixa linear). Para todas as cocções foram

padronizados o tempo de 10 minutos e peso de 300g. Em seguida, foram processados em mixer

doméstico, macerados em nitrogênio líquido e congelados a -18º C.

O conteúdo de nitrato foi determinado através do “medidor compacto de íon”, modelo c-141 Horiba

e os resultados expressos em mg/kg-¹.

Os resultados foram tabulados em planilha do programa EXCEL e analisados no programa

estatístico ASSISTAT, versão 7.6 beta. A análise estatística foi realizada por análise de variância (ANAVA),

com fatorial 2x4 (cultivo x tratamento térmico) utilizando o Teste de Tukey (p < 0,05). E o programa de

plotagem ORIGIN, versão 6.0 Professional, Microcal (TM) Software Inc., sem deixar de considerar outras

análises que melhor representassem os resultados.

Resultados e discussão

Teor de nitrato

Os valores de Nitrato expressos na Tabela 01, apresentaram diferenças estatísticas significativas

entre os cultivos e após serem submetidos aos procedimentos de cocção.

Tabela 01. Teor de nitrato (mg/kg-¹) em espinafres orgânicos e convencionais sob diferentes tipos de cocção.

Cru Ebulição Micro-ondas Panela de pressão

Orgânico 2233.33±251,66 aA 766.66±57,74 aC 1666.66±115,47 aB 673.33±20,82 aC

Convencional 1733.33±152,75 bA 666.66±20,82 aC 976.66±32,15 bB 453.33±7,07 bC

CV (%) = 9,17

*As médias seguidas pela mesma letra minúscula entre as linhas e maiúscula entre as colunas, não diferem estatisticamente entre si, pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Os teores de nitratos presentes nos espinafres orgânicos, exceto na cocções em ebulição, foram

superiores aos vegetais produzidos em cultivo convencional. Estes valores se contrapõem a informações

contidas na literatura que citam os produtos convencionais com maiores concentrações deste composto.

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Publicações como de DE MARTIN & RESTANI (2003) e GUADAGNIN et al. (2005), indicam que o

conteúdo de nitrato em vegetais independem do sistema de cultivo, e que vegetais orgânicos podem

apresentar valores elevados de nitrato. Dentro deste contexto, autores como GONZÁLEZ et al. (2010)

citam que estas variações podem ocorrer devido a falta de luz solar ou a água, variedade da planta,

maturidade, níveis elevados de fertilizantes, níveis de nitrato no solo e qualidade da água de irrigação.

Ao investigar o efeito de diferentes métodos de cozimento no conteúdo de nitrato de vegetais,

BOARI et al.(2013) observou maior redução do composto, em cocção realizada em ebulição, e menor

redução, nos cozimentos a vapor e no micro-ondas. Resultado semelhante aos apresentados neste

trabalho.

Os valores diferiram significativamente entre os tipos de tratamentos térmicos. Em ebulição e

pressão apresentaram os menores valores comparados ao cru e ao cozido em micro-ondas.

Há relatos na literatura, que o cozimento pode reduzir o teor de nitrato de 14% a 79% do teor

contido nos vegetais fresco, devido a sua solubilidade em água, ocorre facilmente a lixiviação. Esta

informação auxilia na explicação da menor redução do composto nos vegetais cozidos no micro-ondas,

processo o qual não envolveu a utilização de água, apenas a da composição do vegetal.

O Gráfico 01, ilustra os teores de nitrato (os mesmos da Tabela 01), para facilitar a comparação

dos resultados obtidos com os valores de referencia para o consumo diário.

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Gráfico 01. Teores de Nitrato (mg/kg-¹) em espinafres em diferentes cultivos e tratamentos

térmicos comparados as recomendação dietética de 3,7 mg/por kg de peso/dia, segundo a OMS.

*A linha vermelha indica o valor de 259 mg de Nitrato ( Recomendação para a ingestão diária de um

indivíduo saudável com peso de 70 kg, segundo OMS).

Ao observar o Gráfico 01, verificamos que o vegetal convencional cozido em pressão, apresentou

o melhor teor de nitrato comparado com o valor proposto pelas diretrizes.

Considerando informações de que os vegetais cultivados de modo orgânico, não apresentam

resíduos de pesticidas, apresentam superioridade nutricional, orienta-se o consumo do vegetal orgânico

cozido em ebulição, para melhor aproveitamento dos nitratos presentes neste vegetal, pois acredita-se

que o cozimento sob pressão acarrete muitas perdas nutricionais devido a presença de pressão e alta

temperatura . E também, apesar de contem quase o dobro das recomendações deve-se considerar que

excretamos de 50-70% do valor ingerido (LIDDER & WEBB, 2012).

Orgânico Convencional0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Teor

de

Nitr

ato

(mg/

kg-¹

)

Tratamentos

Cru Ebulição Microondas Pressão

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Conclusão

Os dados deste estudo confirmam a alta concentração de nitrato em espinafres e a capacidade de

redução dos valores com a aplicação do tratamento térmico, auxiliando no consumo de acordo com as

recomendações para ingestão.

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Restrição nutricional materna e dieta hiperlipídica alteram o metabolismo de

gordura e glicose na prole adulta e sofrem influência do peso ao nascer.

PINKE1, C. A. E.; SANTOS2, F .P. G.; TERUYA4, T. S.; LO2, A. T. C.; FREITAS2, M. P.; BURATINI JUNIOR3, J.; MACHADO5, M. F; SARTORI3, D. R. S.

1 Pós-graduanda em Programa de Pós-graduação em Zootecnia, FMVZ, Unesp, Botucatu, SP. [email protected]

2 Curso de Nutrição do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 3 Departamento de Fisiologia, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 4 Curso de Biomedicina do Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP. 5 Departamento de Farmacologia, Instituto de Biociências, Unesp, Botucatu, SP.

Introdução e Justificativa A gestação é um período muito importante para a saúde do indivíduo gerado. Diversos estudos

vêm demonstrando que condições de estresse e mudanças nutricionais durante este período provocam uma resposta adaptativa para sobrevivência em um ambiente hostil, redistribuindo os nutrientes ingeridos para órgãos mais vitais como cérebro, fígado e pâncreas melhorando a capacidade de sobrevivência (Petry et al, 1997; Martin-Gronert & Ozanne, 2005; Fernandez-Twinn & Ozanne, 2006).

Alterações na alimentação materna no período gestacional e neonatal agem na fisiologia do feto, modificando todo o seu metabolismo, deixando-o mais suscetível ao desenvolvimento de obesidade, resistência à insulina e diabetes quando tornar-se um animal adulto (Seki et al, 2012). Estudos de Howie et al (2012) mostram que o nível nutricional nos períodos de gestação e lactação é importante para a determinação do fenótipo metabólico da prole. Segundo Timofeeva et al (2008), o potencial da expressão genética do feto é determinada pelo ambiente nutricional, que pode ser facilmente modificado e, desta forma, a dieta materna tem importante papel nesse transcriptoma.

Em animais de gestação múltipla, a distribuição dos nutrientes pela placenta se dá de forma diferenciada entre os fetos, dependendo da sua distribuição dentro do útero. Assim, filhotes que nascem mais leves, refletem menor fornecimento de nutrientes pela placenta e podem apresentar fenótipos diferentes quando adultos (Desai et al, 2007; Nissen et al, 2011).

Assim, a restrição nutricional materna gera uma prole com maior propensão ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças. Além disso, o consumo de dieta hipercalórica na fase pós-natal pode amplificar os efeitos metabólicos anormais da desnutrição intrauterina (Vickers et al, 2000; Vickers et al, 2001; Vickers et al, 2003). Entretanto, são necessários mais estudos sobre a influência do peso ao nascer correlacionada à restrição de nutrientes no período fetal e perinatal como fator desencadeante de modificações metabólicas e a relação da dieta no pós-desmame, visto que ainda há poucos os relatos sobre este assunto. Portanto, o presente estudo deve ampliar o conhecimento nesta área e buscar melhor entendimento sobre o aparecimento de desordens metabólicas nos animais que sofrem restrição nutricional na fase inicial da vida e da dieta adotada após o desmame, observando a influência do peso ao nascer.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da restrição nutricional materna (30%) na gestação e lactação e a influência do peso ao nascer da prole sobre o metabolismo de gordura e glicose em ratos alimentados com dieta hiperlipídica pós-desmame.

Material e Métodos Foram utilizadas 48 fêmeas primíparas de ratos (Rattus norvegicus) da linhagem Wistar, com

aproximadamente 16 semanas de idade, provenientes do Biotério Central da UNESP – Botucatu, para acasalamento aleatório poligâmico de duas fêmeas para um macho em cada caixa. Os animais foram

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mantidos em caixas de polipropileno, em biotério com controle do fotoperíodo (12h de luz) e a temperatura foi mantida em 21°C ± 2°C. Antes do acasalamento, machos e fêmeas foram vermifugados com antiparasitário comercial (20mg/Kg de peso corpóreo), após detecção de parasitas internos através de exame parasitológico com a metodologia de Willis (1921) e Graham (1941). Somente os animais que apresentaram exame parasitológico negativo, após vermifugação, foram utilizados para acasalamento. Na manhã seguinte ao acasalamento, foi realizado o diagnóstico de prenhez através de esfregaço vaginal e a presença de espermatozóides marcou o primeiro dia de gestação. As fêmeas prenhes foram transferidas para caixas individuais, formando os grupos experimentais.

Durante a gestação, as fêmeas foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos experimentais que diferiram quanto à dieta:

C (n=16) - mães alimentadas ad libitum com dieta padrão de biotério; R (n=32) - mães alimentadas com dieta padrão de biotério com restrição de 30% da quantidade

oferecida ao grupo C. Ao nascer, os filhotes foram pesados individualmente e identificados pelo peso e sexo. O tamanho

da ninhada foi registrado e ajustada em oito filhotes por fêmea (quatro machos e quatro fêmeas). Foram selecionados dois machos e duas fêmeas de maior peso (animais pesados) e dois machos e duas fêmeas de menor peso corporal (animais leves), que foram mantidos com a mãe até o final do período da lactação. Embora no presente estudo apenas ratos machos foram utilizados, este procedimento foi adotado com o objetivo de manter a igualdade das proles. Assim, na lactação foram formados três grupos:

CC (n=16) - mães alimentadas ad libitum durante a gestação e lactação; RC (n=16) - mães submetidas à restrição alimentar de 30% durante a gestação e alimentadas ad

libitum durante a lactação; RR (n=16) - mães submetidas à restrição alimentar de 30% durante a gestação e lactação. Ao desmame, um filhote macho pesado e um filhote macho leve de cada mãe foram alojados em

caixas separadas e distribuídos em seis grupos experimentais: CCC (n=8) - mães alimentadas ad libitum na gestação e lactação, dieta controle pós-desmame; CCH (n=8) - mães alimentadas com dieta controle na gestação e lactação, dieta hiperlipídica pós-

desmame; RCC (n=8) - mães que sofreram restrição calórica 30% na gestação e controle na lactação, dieta

controle pós-desmame; RCH (n=8) - mães que sofreram restrição calórica 30% na gestação e controle na lactação, dieta

hiperlipídica pós-desmame; RRC (n=8) - mães que sofreram restrição calórica 30% na gestação e lactação, dieta controle pós-

desmame; RRH (n=8) - mães que sofreram restrição calórica 30% na gestação e lactação, dieta hiperlipídica

pós-desmame. Ao atingirem 16 semanas de idade os animais foram sacrificados por decapitação. As dietas

utilizadas durante o período experimental foram formuladas pelo programa Super Crac 5.7 Windows – versão Máster, de acordo com as recomendações do NRC (1995) e AIN-93 e foram preparadas pela PragSoluções (Jaú/SP). A composição e a análise bromatológica da ração estão descritas na Tabela 1. A digestibilidade das rações está descrita na tabela 2.

O Teste de tolerância à glicose (TTG) foi feito nos animais adultos (próximos a 16 semanas de idade) uma semana antes do sacrifício. Após jejum de 12-14 horas, os animais receberam solução de glicose a 50%, via gavagem, na dosagem de 2mg/g de peso animal. Amostras de sangue foram coletadas por pequena perfuração na cauda dos animais antes e aos 30, 60 e 120 minutos após a administração da solução de glicose. A glicemia foi determinada utilizando-se um glicosímetro da marca Prestige Smart System. A área total abaixo da curva glicêmica (AUC) foi calculada utilizando o método trapezoidal estabelecido por Tai (1994).

Após sacrifício por decapitação, o sangue foi coletado em tubos de centrifuga, centrifugado por 10 minutos a 3.500 rpm para separação do soro. Alíquotas do soro foram retiradas e armazenadas em freezer a – 5°C para posterior determinação dos teores séricos de glicose, triglicerídeos e insulina. Os níveis de glicose e triglicerídeos foram mensurados por meio de kits comerciais (Bioclin), seguindo as instruções do fabricante, utilizando o analisador bioquímico BS-200 da marca Mindray. A determinação de insulina foi feita por RIE (radioimunoiensaio) utilizando o Kit especifico para ratos (MILLIPORE).

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O fígado foi rapidamente removido, pesado e congelado para posterior análise do teor de gordura, através do método de Folch et al. (1957). Os depósitos de gordura da região visceral, retroperitoneal e periepididimal foram retirados e pesados. Foi determinado o índice de adiposidade (Taylor e Phillips, 1996) através da seguinte fórmula:

Índice de Adiposidade=[(gordura periepididimal+retroperitonial+visceral)/peso corporal]x100

Tabela 1. Composição e análise bromatológica das dietas controle e hiperlipídica.

Dieta Controle Dieta Hiperlipídica

Ingredientes Quantidade (%) Ingredientes Quantidade (%)

Milho (grão) 46,80 Milho (grão) 34,04

Farelo de Soja 45% 30,50 Farelo de Soja 45% 0,00 Soja Integral Tostada 10,00 Soja Integral Tostada 49,90

Farelo de Trigo 2,00 Farelo de Trigo 2,00 Gordura de Suínos 5,50 Gordura de Suínos 5,00 Óleo de Soja 1,00 Óleo de Soja 4,78 Açúcar 2,00 Açúcar 2,00

Suplem. Vitamínico-Mineral1 1,00 Suplem. Vitamínico-Mineral1 1,00

DL-metionina 0,03 DL-metionina 0,03 L-lisina HCl 0,01 L-lisina HCl 0,01 Calcário 0,82 Calcário 0,87 Sal Comum 0,30 Sal Comum 0,30 BHT 0,10 BHT 0,10

Matéria Seca* (%) 95,42 Matéria Seca* (%) 92,69

Proteina Bruta* (%) 22,95 Proteina Bruta* (%) 22,71 Extrato Etéreo* (%) 10,67 Extrato Etéreo* (%) 26,10 Matéria Mineral* (%) 3,88 Matéria Mineral* (%) 3,72 Fibra Bruta* (%) 3,15 Fibra Bruta* (%) 3,20 ENN† (%) 54,77 ENN† (%) 36,96

Energia Bruta** (Kcal/Kg) 4559 Energia Bruta** (Kcal/Kg) 5134 1Suplemento vitamínico-mineral (PragSoluções®). Nível de inclusão por Kg de suplemento: ácido nicotínico 0,300%; pantotenato de cálcio 0,160%; piridoxina HCl 0,070%; Tiamina HCl 0,060%; Riboflavina 0,060%; ácido fólico 0,020%; biotina 0,002%; vitamina B12 0,250%; vitamina E 0,750%; vitamina A 0,040%; vitamina D3 0,000%; vitamina K3 0,030%; cloreto de colina 6,000%; inositol 1,100%; lisina 14,000%; metionina 14,000%; sulfato de potássio 4,078%; óxido de magnésio 1,932%; citrato de ferro 2,354%; carbonato de zinco 0,202%; carbonato de manganês 0,055%; carbonato cúprico 0,126%; iodato de potássio 0,116%; selenato de sódio 0,043%; para-molibidato de amônio 0,280%; meta silicato de sódio 0,508%; sulfato de cromo-potássio 0,963%; cloreto de lítio 0,609%; ácido bórico 2,853%; fluoreto de sódio 2,223%; carbonato de níquel 1,113%; vanadato de amônio 0,231%. *Resultados expressos em 100% de Matéria Seca, Laboratório de Bromatologia-Departamento de Nutrição e Melhoramento Animal-Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-UNESP, campus de Botucatu/SP; **Valores de EB5 expressos na 2ª MS1, Laboratório de Nutrição Animal-Departamento de Zootecnia-Faculdade de Ciências Agrárias-UNESP, campus de Jaboticabal/SP. †ENN=100-[(100-%MS)+%PB+%EE+%FB+%CINZAS]

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Tabela 2. Coeficiente de digestibilidade das dietas controle e hiperlipídica.

Dieta Controle Dieta Hiperlipídica

Proteína Bruta (%) 79,00±3,24a 75,00±1,81b

Extrato Etéreo (%) 98,00±1,21 98,00±0,80 Energia Bruta (%) 85,00±2,27 85,00±1,10

a,b Médias ± desvio padrão na gestação ou lactação seguidas de letras diferentes, diferem entre si pelo teste T de Student (p<0,05).

O RNA total foi extraído pelo protocolo Trizol (Invitrogen®) em amostras do músculo sóleo e do

tecido adiposo periepididimal retirados no momento do sacrifício. O RNA total obtido foi mensurado por espectrofotometria (Nanodrop-Eppendorf®). A expressão do gene alvo GLUT4 foi investigada por RT-qPCR utilizando o sistema Power Sybr Green PCR Master Mix (Life Technologies®) no equipamento ABI Prism 7500 (Life Tachnologies®). Os oligonucleotídeos iniciadores foram delineados a partir de sequências de Rattus norvegicus disponíveis no banco de dados GenBank. A expressão gênica relativa ao gene constitutivo foi calculada utilizando-se o método ΔΔCt e foi corrigida pela eficiência de amplificação das reações utilizando-se a equação descrita por Pfaffl (2001). O gene constitutivo para o músculo sóleo foi o GADPH e para o tecido adiposo foi a b-actina, ambos para Rattus norvegicus. As seqüências dos primers e condições da corrida estão descritas na tabela 3.

Tabela 3. Sequências, condições de corrida e tamanhos dos fragmentos de primers utilizados para PCR em tempo real (RT-qPCR).

Gene Seqüência Tamanho do fragmento (pb)

Temperatura de anelamento (°C)

Concentração do primer (nM)

GAPDH S 5’ tga ctc tac cca cgg caa gtt caa 3’

AS 5’ acg aca tact ca gca cca gca tca 3’ 141 60 200

b-Actina S 5’ ttg ctg aca gga tgc aga agg aga 3’

AS 5’ act cct gct tgc tga tcc aca tct 3’ 159 60 100

GLUT4 S 5’ tct ctg tgg gtg gca tga ttt cct 3’

AS 5’ cat tgt tgg cca gca tag ccc ttt 3’ 87 60 300

S = primer sense; AS = primer anti-sense; pb = pares de base

A análise estatística dos dados foi feita com o auxílio do software Minitab 16. Os dados obtidos foram analisados por meio de análise de variância e complementada pelo teste de Tukey, com nível de significância de 5%, em esquema fatorial de 3x2, sendo três níveis de alimentação na gestação e lactação (ad libitum, restrito somente na gestação e restrito na gestação e lactação) e dois níveis de dieta após o desmame (dieta controle e hiperlipídica).

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Resultados Os ratos de menor peso ao nascer que sofreram restrição nutricional materna somente na

gestação apresentaram maior (p<0,05) acúmulo de gordura hepática e a dieta pós-desmame não interferiu (tabela 4). Tabela 4. Comparação entre média±desvio padrão do teor de gordura hepática, índice de adiposidade, triglicerídeos, glicose e insulina séricos e área abaixo da curva glicêmica (AUC) de animais leves com 16 semanas de idade.

Valores de P

Grupo CC RC RR Efeito da

alimentação materna (R)

Efeito da dieta pós-

desmame (D)

Efeito da interação

(RxD)

Gordura Hepática (%)

C 5,85±0,60b 6,39±0,90a 6,06±0,78ab 0,026 0,812 0,858 H 6,26±1,01b 6,67±0,75a 6,31±0,79ab

Índice de Adiposidade

C 6,31±1,18a 5,22±1,67a 4,81±1,66b 0,013 0,597 0,108 H 4,84±0,86a 5,38±0,95a 4,23±0,65b

Triglicerídeos (ml/dl)

C 100,42±45,15A 67,19±28,02A 80,45±26,27A 0,542 <0,001 0,066 H 44,13±6,72B 58,88±20,05B 43,91±16,11B

Glicose (ml/dl) C 179,39±10,45 171,79±20,02 170,47±13,65

0,848 0,383 0,470 H 176,35±20,78 177,94±34,69 184,57±17,52

Insulina (uIU/ml)

C 2,36±0,24 2,13±0,40 2,17±0,49 0,801 0,235 0,493 H 2,05±0,34 2,15±0,40 2,06±0,39

CC = alimentação ad libitum na gestação e lactação; RC = restrição alimentar 30% na gestação e alimentação ad libitum na lactação; RR = restrição alimentar de 30% na gestação e lactação; C = dieta controle; H = dieta hiperlipídica (n=8/ grupo experimental). a, bMédias ± desvio padrão na linha seguidas de letras minúsculas diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05) A, BMédias ± desvio padrão na coluna seguidas de letras maiúsculas diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05)

O índice de adiposidade reduziu (p<0,05) nos animais leves filhos de mães que sofreram restrição alimentar na gestação e lactação e a dieta após desmame não interferiu (tabela 4). A dieta hiperlipídica provocou diminuição (p<0,05) nos teores de triglicerídeos séricos (tabela 4). A glicose e a insulina sérica não sofreram alteração diante dos tratamentos (tabela 4).

Figura 1. Área total abaixo da curva glicêmica (AUC) em animais leves com 16 semanas de idade filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (CCC) ou dieta hipercalórica (CCH); filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e foram restritas na lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RCC) ou dieta

0

4000

8000

12000

16000

20000

CCC RCC RRC CCH RCH RRHgrupos

b

a a b a

a

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hipercalórica (RCH); e filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RRC) ou dieta hipercalórica (RRH).

Houve um aumento (p<0,05) na área AUC de glicose nos animais com menor peso ao nascer que sofreram restrição nutricional materna na gestação e/ou lactação, indicando menor uso periférico de glicose (figura 1). Não foi observado alterações na expressão gênica do GLUT4 no tecido adiposo e no músculo sóleo nos animais que nasceram com menor peso (figura 2).

Figura 2. Abundância de RNAm do GLUT4 no tecido adiposo periepididimal, usando o endógeno b-Actina, sob influência da restrição nutricional materna (A1) e da dieta após desmame (A2), e abundância de RNAm do GLUT4 no músculo sóleo, usando o endógeno GAPDH, sob influência da restrição nutricional materna (B1) e dieta após desmame (B2) em ratos leves com 16 semanas de idade filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (CCC) ou dieta hipercalórica (CCH); filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e foram restritas na lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RCC) ou dieta hipercalórica (RCH); e filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RRC) ou dieta hipercalórica (RRH).

Já nos ratos de maior peso ao nascer, a restrição nutricional materna na gestação e lactação reduziu (p<0,05) o índice de adiposidade, como nos ratos leves. No entanto, o teor de gordura hepática diminuiu (p<0,05) e em ambos a dieta após desmame não influenciou nos resultados (tabela 5). A dieta pós-desmame induziu redução (p<0,05) sérica nos níveis de insulina e triglicerídeos, sem interferência da restrição nutricional materna (tabela 5).

Tecido Adiposo

0

0,5

1

1,5

2

2,5

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Gr upos e xpe r i me nt a i s

Tecido Adiposo

0

0,5

1

1,5

2

2,5

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Gr upos e xpe r i me nt a i s

Músculo Sóleo

0

0,20,4

0,6

0,8

11,2

1,4

CCC RCC RRC CCH RCH RRH

Grupos experimentais

Abu

ndãn

cia

de R

NA

m d

o G

LUT4

Músculo Sóleo

0

0,20,4

0,6

0,8

11,2

1,4

CCC RCC RRC CCH RCH RRH

Grupos experimentais

Abu

ndãn

cia

de R

NA

m d

o G

LUT4

A1 A2

B2 B1

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Tabela 5. Comparação entre média±desvio padrão do teor de gordura hepática, índice de adiposidade, triglicerídeos, glicose e insulina séricos e área abaixo da curva glicêmica (AUC) de animais pesados com 16 semanas de idade.

Valores de P

Grupo CC RC RR Efeito da

alimentação materna (R)

Efeito da dieta pós-

desmame (D)

Efeito da interação

(RxD)

Gordura Hepática (%)

C 1,09±0,24ab 1,01±0,30a 0,60±0,14b 0,001 0,883 0,065 H 0,98±0,26ab 0,87±0,27a 0,81±0,16b

Índice de Adiposidade

C 5,86±1,02a 5,09±1,00a 4,05±0,78b 0,004 0,170 0,069 H 4,68±0,96a 4,90±0,82a 4,36±0,43b

Triglicerídeos (ml/dl)

C 85,74±32,02A 75,55±25,70A 82,31±38,03A 0,591 0,028 0,804 H 60,07±14,84B 56,47±15,94B 70,26±41,78B

Glicose (ml/dl)

C 164,34±20,77 166,86±10,52 168,51±20,15 0,526 0,304 0,937 H 167,06±11,23 171,06±13,48 175,03±10,49

Insulina (uIU/ml)

C 2,45±0,36A 2,25±0,37A 2,27±0,25A 0,366 <0,001 0,079 H 1,91±0,15B 2,19±0,39B 1,88±0,28B

CC = alimentação ad libitum na gestação e lactação; RC = restrição alimentar 30% na gestação e alimentação ad libitum na lactação; RR = restrição alimentar de 30% na gestação e lactação; C = dieta controle; H = dieta hiperlipídica (n=8/ grupo experimental). a, bMédias ± desvio padrão na linha seguidas de letras minúsculas diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05) A, BMédias ± desvio padrão na coluna seguidas de letras maiúsculas diferentes, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05)

A AUC não foi alterada nem pela restrição nutricional materna nem pela dieta pós-desmame (figura 3). A restrição nutricional materna na gestação e lactação e a dieta pós-desmame nos animais de maior peso ao nascer induziram aumento (p<0,05) na expressão deste transportador de glicose no tecido adiposo (figura 4).

Figura 3. Área total abaixo da curva glicêmica (AUC) em ratos pesados com 16 semanas de idade filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (CCC) ou dieta hipercalórica (CCH); filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e foram restritas na lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RCC) ou dieta hipercalórica (RCH); e filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RRC) ou dieta hipercalórica (RRH).

0

5000

10000

15000

20000

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Grupos experimentais

AU

C (m

g/dl

/120

min

)

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Já no músculo sóleo, a restrição nutricional materna somente na gestação aumentou (p<0,05) a

expressão gênica do GLUT4 e a dieta após desmame induziu uma redução (p<0,05) nessa expressão (figura 4)

Figura 4. Abundância de RNAm do GLUT4 no tecido adiposo periepididimal, usando o endógeno b-Actina, sob influência da restrição nutricional materna (A1) e da dieta após desmame (A2), e abundância de RNAm do GLUT4 no músculo sóleo, usando o endógeno GAPDH, sob influência da restrição nutricional materna (B1) e dieta após desmame (B2) em ratos pesados com 16 semanas de idade filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (CCC) ou dieta hipercalórica (CCH); filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e foram restritas na lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RCC) ou dieta hipercalórica (RCH); e filhos de mães que receberam alimentação ad libitum na gestação e lactação e que após o desmame receberam dieta controle (RRC) ou dieta hipercalórica (RRH).

Discussão

Estudos anteriores utilizando modelos animais com programação fetal comprovaram que filhotes de uma mesma ninhada respondem de forma diferente a restrição nutricional durante a vida intrauterina. Os filhotes mais leves refletem menor fornecimento de nutrientes pela placenta, isto está relacionado com a distribuição do feto no útero (Nissen et al, 2011) e podem apresentar fenótipos diferentes quando adultos (Desai et al, 2007).

No presente estudo, a restrição alimentar das mães não provocou hiperfagia nos animais (3-16 semanas de idade), diferentemente do observado por Vickers et al. (2000) que foram os primeiros a demonstrar que a hiperfagia é uma consequência da programação fetal. Estes resultados sugerem que o controle hipotalâmico da ingestão de alimento não deve ter sido alterado nos animais que sofreram restrição na vida intrauterina. Desta forma, a menor ingestão alimentar e o baixo aproveitamento da dieta hiperlipídica podem ter contribuído para os animais apresentarem um índice de adiposidade reduzido tanto para os animais de menor peso quanto para os de maior peso.

A menor quantidade de triglicerídeos séricos observado neste estudo prejudicou o transporte dos lipídeos do fígado para os depósitos de tecido adiposo, ao mesmo tempo podendo acarretar em maior deposição de gordura no fígado e diminuição na quantidade de glicogênio hepático produzido. Essa alteração no transporte de gordura também foi observada por Samuel et al. (2004). Com isso, nem toda a

Tecido Adiposo

0

0,5

1

1,5

2

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Grupos experimentais

Abu

ndân

cia

de

RN

Am

do

GLU

T4

Tecido Adiposo

0

0,5

1

1,5

2

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Grupos experimentais

Abu

ndân

cia

de

RN

Am

do

GLU

T4

Músculo Sóleo

00,5

11,5

22,5

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Grupos experimentais

Abu

ndân

cia

do

RN

Am

do

GLU

T4

Músculo Sóleo

00,5

11,5

22,5

CCC CCH RCC RCH RRC RRH

Grupos experimentais

Abu

ndân

cia

do

RN

Am

do

GLU

T4

A1 A2

B2 B1

a a

b b b

b B B B

A A

A

a a b b ab ab A A

A B B B

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gordura ingerida e absorvida pelo intestino delgado alcançou os depósitos nos tecidos de reserva, não desenvolvendo a obesidade.

Distúrbios no metabolismo hepático de glicose, assim como mudanças no metabolismo do colesterol, foram observados em ratos cujas mães receberam dietas com baixa proteína ou energia durante a gestação (Godfrey e Barker, 2001), estão associados com alterações na circulação fetal, favorecendo o sistema nervoso central, e com isso, modificando o crescimento do fígado, afetando o metabolismo de lipídico e de glicose. De fato, a desnutrição fetal pode alterar permanentemente o balanço de duas enzimas hepáticas, a fosfoenolpiruvato carboxilase e a glicoquinase, envolvidas na síntese e quebra da glicose respectivamente (Barker, 1998). Assim, o aumento do teor de gordura hepática nos animais leves que sofreram restrição nutricional materna é indicativo de efeito da restrição alimentar na fase de desenvolvimento fetal sobre o metabolismo deste tecido. Já a diminuição deste teor nos animais pesados indica que mesmo com a restrição nutricional materna houve um maior fornecimento de nutrientes para estes animais em detrimento de seus irmãos que nasceram com menor peso corporal e, desta forma, responderam de modo diverso à restrição nutricional.

Os maiores valores de área total abaixo da curva glicêmica observado nos animais leves que sofreram restrição na gestação e/ou lactação, sugerem redução na utilização periférica de glicose nestes animais. A desnutrição fetal reduz a sensibilidade das fibras musculares à insulina, provocando diminuição do tecido muscular esquelético e aumento do tecido adiposo, com baixos níveis de GLUT4, proteína transportadora de glicose em ambos os tecidos (Sevilla et al., 1997; Martins, 2010). Nos músculos esquelético e cardíaco e no tecido adiposo, a insulina favorece o transporte de glicose ao estimular a translocação de GLUT4 do meio intracelular à membrana celular (Shepherd e Kahn, 1999), sendo um passo limitante para o metabolismo de glicose nestes tecidos. Assim, a redução da insulina sérica observada nos animais pesados que receberam dieta hiperlipídica pode ter comprometido a utilização periférica de glicose.

A expressão do GLUT4 pode variar em função do estágio de desenvolvimento da obesidade e parece ser diferentemente regulada nos tecidos adiposo e muscular. Estudos em camundongos mostraram aumento na expressão do GLUT4 no tecido adiposo na fase inicial do desenvolvimento da obesidade. Desta forma, na fase inicial do desenvolvimento da obesidade ocorre aumento na expressão do RNAm do GLUT4 no tecido adiposo seguido por redução, com consequente diminuição na captação e uso de glicose, levando ao aparecimento de resistência à insulina. No entanto, quando a obesidade já estava bem estabelecida, uma redução na expressão do RNAm da proteína GLUT4 foi observada tanto no tecido adiposo quanto no músculo esquelético (Papa et al., 2002). No presente estudo, o aumento da expressão gênica do GLUT4 no tecido adiposo epididimal observado dos animais de maior peso cujas mães sofreram restrição alimentar na gestação e lactação, é indicativo de uma alta capacidade tecidual de captação de glicose. No entanto, a baixa quantidade de insulina nos animais que receberam dieta hiperlipídica pode não ter favorecido a utilização da glicose, prejudicando o crescimento do animal. No presente estudo os animais nascidos de mães restritas na gestação e lactação não se tornaram obesos, mas não pode ser descartada a possibilidade de estes animais desenvolverem a obesidade numa idade mais avançada, uma vez que foi observado aumento da expressão gênica do transportador de glicose (GLUT4) no tecido adiposo epididimal.

No músculo sóleo, a menor expressão gênica do GLUT4 observada nos animais pesados que receberam dieta hiperlipídica após desmame pode ser indicativo do início de um estado de resistência à insulina. Na ausência de insulina a capacidade de captação de glicose é baixa, uma vez que grande parte das moléculas de GLUT4 ficam no meio intracelular associadas às vesículas (Martin et al., 1998), e estas vesículas estão associadas com o sequestro das moléculas de GLUT4 da membrana celular. A diminuição na expressão gênica deste transportador de glicose reduziria o processo de translocação do GLUT4 do interior da célula para a membrana plasmática e consequentemente diminuiria a concentração de GLUT4 na membrana celular, prejudicando, desta forma, a entrada de glicose na célula.

Conclusão Os resultados obtidos neste estudo mostram que os efeitos da restrição nutricional materna e da

dieta pós-desmame sobre o metabolismo de gordura e glicose da prole adulta podem ser afetados pelo peso ao nascer.

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