jorge revista chcb.indd 1 14-10-2014 11:34:33 - chcbeira.pt chcb baixa.pdf · hipnose para aliviar...

36

Upload: doxuyen

Post on 14-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

jorge revista chcb.indd 1jorge revista chcb.indd 1 14-10-2014 11:34:3314-10-2014 11:34:33

benvinda - revista chcb.indd 2benvinda - revista chcb.indd 2 13-10-2014 18:02:1613-10-2014 18:02:16

Diretor-Geral: Vasco Pinto LeiteDiretor: Nuno FranciscoChefe de Redação: Luís NaveTextos: Célia Domingues, Romão Vieira e Serviços de Comunicação, Markting e Eventos do CHCB Fotografia: Pedro Galhano e Filipe Pinto

Grafi smo: Jornal do FundãoPaginação: Benvinda Martins Jorge Chorão

PublicidadeCoordenadora: Teresa GodinhoLuísa Pereira Nina

Jornal do FundãoRua Jornal do Fundão, nº46231 FundãoTelefone: 275 779350 (geral) 275 779365 (publicidade) 275 779355 (redação)Fax: 275 779369 (redação) 275 759171 (publicidade)

E-mail: [email protected]@jornaldofundao.ptsite: www.jornaldofundao.pt

Impressão:Lisgráfi ca - Impressão e Artes Gráfi casRua Consiglieri Pedroso, nº90,Casal de Sta. Leopoldina,2730-053 Barcarena - PortugalTel: (00351) 21 434 54 00Fax: (00351) 21 436 01 83Mail: geral@lisgrafi ca.com

Esta revista faz parte integrante da edi-ção do Jornal do Fundão do dia 23 de outubro de 2014 e não pode ser vendida separadamente.

Ficha Técnica

XV anos ao serviço da região e do país, de Miguel Castelo-Branco

Dezoito dos últimos vinte anos de exploração do HDC, de Gil Barreiros

O CHCB como garante de qualidade

Visitas domiciliárias aumentam para 12 mil em 2013, entrevista ao enfermeiro diretor António João Rodrigues

Unidade de Cardíacos Agudos. Dramas das idas a Coimbra pode ter os dias contados

Projeto COMO. CHCB envolvido em projeto de educação alimentar

Cardiologia e Obstetrícia. Liberdade de escola na posição do parto

Hipnose para aliviar a dor no parto

Hospital ensina a cuidar de doentes dependentes

A intervenção no doente com AVC

Hospital de dia. Tratamentos e consultas crescem exponencialmente

Instituições da região unidas para prevenir obesidade infantil

Doentes no centro de acção da Farmácia Hospitalar

Farmacovigilância: Segurança reforçada

Cuidados paliativos: lugar certo na medicina

Centro de Ensaios Clínicos

Ensaios Clínicos no Serviço de Cardiologia

e-patologia no CHCB

Voluntariado: Um serviço de afetos

Inovação e criatividade: O segredo para mudar o mundo

CHCB: única unidade acreditada no país como Centro Médico Académico

Banco de Aluguer de Produtos de Apoio: Uma nova resposta no apoio à incapacidade e à defi ciência

Índice4 •

6 •

11 •

14 •

16 •

17 •

18 •

19 •

20 •

21 •

22 •

23 •

24 •

25 •

26 •

28 •

29 •

30 •

31 •

32 •

33 •

34 •

3

jorge revista chcb.indd 3jorge revista chcb.indd 3 14-10-2014 14:12:4614-10-2014 14:12:46

Tendo à data de 21 de Outubro de 1999 que “a acti vidade hospitalar nos concelhos da Covilhã, do Fundão e nas zo-nas limítrofes, carece de um suporte e instalações adequa-das e devidamente equipadas, face às exigências hoje im-

postas por uma assistência de qualidade e humanizada, no âmbito da sati sfação do direito à saúde dos cidadãos, consti tucionalmente garanti do através do Serviço Nacional de Saúde (…)”[In Decreto-Lei N.º426/99 de 21 de Outubro.], a que se juntavam já as necessida-des decorrentes da defi nição como hospital nuclear para o curso de Medicina, autorizado para a Universidade da Beira Interior através da Resolução do Conselho de Ministros número 140/98 de 4 de Dezembro, fundamentaram a criação do Centro Hospitalar Cova da Beira. Passados estes quinze anos, os hospitais da Covilhã e Fundão integrados no Centro Hospitalar Cova da Beira, são referência re-gional, nacional e internacional tendo conseguido no ano passado a primeira certi fi cação no nosso país de um Centro Médico Aca-démico, pela enti dade de certi fi cação internacional: Joint Commis-sion Internati onal. Este percurso nem sempre foi fácil e os últi mos anos de vida do Centro Hospitalar Cova da Beira foram especialmente difí ceis, e, ao mesmo tempo, anos de desenvolvimento organizacional e de in-cremento de metas da qualidade. Numa avaliação global, podemos afi rmar que superamos os grandes desafi os devido ao enorme em-penho e dedicação dos profi ssionais envolvidos num claro e defi ni-do rumo estratégico. As difi culdades senti das ao nível da situação económico-fi nanceira do Centro Hospitalar, má desde o princípio, e assim fi cou plasmada nos diversos orçamentos, derivam essen-cialmente do facto das receitas previstas nos contratos programa com o Ministério da Saúde, não cobrirem as despesas previstas nos Orçamentos. Como já foi demonstrado em diversas circunstâncias o modelo de fi nanciamento do contrato programa, evidencia di-versos problemas e inadequações que têm no CHCB um enorme impacto. A somar às difi culdades enunciadas existe uma enorme carência de efecti vos médicos, pese embora abertura de vagas de especialidades médicas, o interior do país não é ainda factor de

atracção para estes profi ssionais. Mas a par disso, os indicadores de qualidade melhoraram de forma sustentada ao longo do tempo. Tal fi ca evidenciado pelos dados de benchmarking, pela certi fi ca-ção de diversos serviços e re-acreditação do CHCB pelos exigentes e rigorosos padrões da Joint Commission Internati onal, desta feita enquanto Centro Médico Académico. De acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde, em múlti plas especialidades o CHCB comporta-se como hospital de ti po Central, na capacidade de resolução das situações clínicas. Neste senti do, assumindo o compromisso de prestar aos nossos utentes o melhor serviço, usando dos recursos de uma for-ma efi caz e efi ciente, foram criadas ao longo do tempo diversas unidades e serviços respeitando os modernos princípios de tra-tamento e organização de cuidados, assegurando a qualidade e

O Centro Médico Académico como resultado do es-forço e dedicação de todos os que colaboram com o Centro Hospitalar Cova da Beira

XV anos ao serviço da Região e do País

4

jorge revista chcb.indd 4jorge revista chcb.indd 4 14-10-2014 14:15:0514-10-2014 14:15:05

o reforço na segurança, tornando o CHCB referência nacional em diversas especialidades, traduzido no reconhecimento e confi ança por parte dos utentes. Na sua matriz de hospital nuclear da Universidade da Beira Interior, para os cursos de Medicina entre outros e de hospital de apoio a múlti plos cursos e estágios provenientes duma diversidade de ins-ti tuições de ensino superior, de que destacamos os Insti tutos Poli-técnicos da Guarda e de Castelo Branco, o CHCB é hoje uma escola formati va nas mais diversas áreas da saúde e do saber. Esta confl u-ência de saber e investi gação fortalece a enorme vocação de um hospital pioneiro em diversos projectos como em áreas de teleme-dicina e telemonitorização, desenvolvendo também um projecto pioneiro de tele-patologia digital. Na área da investi gação, esti ve-mos envolvidos num sem número de projectos e estudos, culmi-nando na afi rmação internacional do centro de ensaios clínicos que apresentou já resultados práti cos na investi gação de novos medi-camentos e moléculas. A nível nacional, parti cipámos na criação da PtCRIN (Portuguese Clinical Research Infrastructure Network).Insti tuição de referência nacional e um dos principais motores de economia e desenvolvimento da Beira Interior, o CHCB está aber-to ao dialogo com a sociedade e os seus agentes, numa contí nua procura de melhoria da sati sfação das necessidades dos nossos utentes. Prova deste sinal, é o nosso contributo determinante para alicerçar uma aliança a bem da saúde na Beira Interior em arti cu-lação com os hospitais da Guarda e Castelo Branco, estabelecendo princípios a acordos em múlti plas especialidades. Preparando o futuro, a melhoria dos resultados em saúde e a sus-tentabilidade, no contexto de arti culação regional, desenvolvemos a ideia de criar no CHCB um Pólo de Diagnósti co, Intervenção e Investi gação Vascular (PD2IV) visando aumentar a capacidade de diagnosti car e tratar doentes com problemas vasculares ateroscle-róti cos. Este projecto associa aos cuidados aos doentes com Aci-

dente Vascular Cerebral, que o hospital já desenvolve, a capacidade de intervir na doença coronária, com a instalação de um equipa-mento de cinti grafi a no Hospital do Fundão e com a modernização do equipamento de angiografi a no hospital Pêro da Covilhã permi-ti ndo a intervenção oportuna em doentes acometi dos de Enfarte Agudo do Miocárdio. Sendo que este últi mo equipamento, tam-bém pode ser uti lizado para a doença vascular noutros territórios, designadamente na doença arterial periférica. Foram elaborados projectos de planos de negócio para ambos os projectos que foram submeti dos à Administração Regional de Saúde do Centro. Ao longo de quinze anos de existência, o que conseguimos foi re-sultado da vontade, energia e contributos de muitas pessoas: em primeiro lugar dos nossos colaboradores directos, incluindo os voluntários do CHCB e a Liga de Amigos; em segundo das muitas empresas com quem o CHCB se relaciona e que maioritariamente revelaram uma excelente prestação e mesmo por vezes compre-ensão perante as difi culdades do CHCB; depois da Universidade da Beira Interior com quem conti nuamos a estreitar as relações; das Câmaras Municipais dos concelhos da Cova da Beira; das muitas enti dades que fi nanciaram os muitos eventos e projectos que o CHCB promoveu e mesmo as obras que foi possível fazer com o seu apoio; e fi nalmente de todos aqueles que duma forma ou de outra ajudaram o CHCB. O Centro Hospitalar da Cova da Beira, Centro Médico Académico, através dos seus dois pólos, da Covilhã e do Fundão, está bem cien-te do papel que desempenha na região do maior pólo urbano do interior do País, e tudo fará para conti nuar a desenvolver cuidados de saúde da mais elevada qualidade e segurança, de forma sus-tentada e ao mesmo tempo as funções de Ensino e Formação e Investi gação.

Miguel Castelo-Branco**Presidente do Conselho de Administração do CHCB

Centro Hospitalar Cova da Beira

5

jorge revista chcb.indd 5jorge revista chcb.indd 5 14-10-2014 14:15:3914-10-2014 14:15:39

Após concurso público para colocação de Administrado-res Hospitalares de carreira, portanto habilitados pro-fi ssionalmente, fui nomeado Administrador do HDC em 1979. Nesse cargo integrei todos os Conselhos de Admi-

nistração consti tuídos para o Hospital até meados de 1997, altura em que solicitei exoneração do órgão colegial de gestão, conti nu-ando no exercício das minhas atribuições de Administrador Hos-pitalar no HDC, agora sem responsabilidades de gestão global. Foi nessa condição que, chegada a hora de arranque do novo Hospi-

tal, passei a desempenhar ali a minha acti vidade profi ssional. E porque durante os anos em que fui Administrador geral do hos-pital, se desenvolveu o processo que concreti zou o CHCB e, natu-ralmente, nele esti ve envolvido, sou parti cularmente conhecedor de tudo o que, por via insti tucional, foi desencadeado. A reposição do que consti tuiu a minha acti vidade na administra-ção do HDC nesse longo período e o desenvolvimento do proces-so do ambicionado Novo Hospital, deveriam merecer um detalhe impossível de lhe conceder no esparti lho deste arti go. Embora avalie em causa própria, foram anos de intensíssima acção, de-senvolvida num Hospital em crescendo de dotação e organização de recursos materiais e humanos, com bom clima social, empe-nhamento generalizado dos seus integrantes, com explorações sem défi ce até à década de 90, em contí nuo investi mento, mui-to dele em consequência de auto-fi nanciamento resultante de poupanças de gestão e de aproveitamento de todas as formas de fi nanciamento externo, sobretudo dos planos de investi mento hospitalar. A breve enunciação de serviços consti tuídos e de acti -vidades desenvolvidas, nesse período, permiti rá ao leitor ter uma noção disso. Mas, sobretudo, para mim Administrador Hospitalar, é exemplar a auditoria de gestão, levada a cabo pela então Ins-pecção Geral dos Hospitais, em meados de 1996, quando era o Administrador-Delegado, porquanto, apesar da análise exausti va da administração, as suas conclusões circunscreveram-se à enun-ciação de sugestões de melhoria de bastantes procedimentos, não tendo sido apuradas irregularidades, muito menos o cometi -mento de qualquer acto ilícito.Em 1979, o HDC deti nha graves carências de humanização, com edifi cação pavilhonar centenar degradada (onde estava 80% da lotação, com serviços boxados até meia altura, hiper-ocupados, más áreas de trabalho e parti lhados por mais de uma especia-lidade), rudimentares serviços de apoio e, sobretudo, evidente escassez de meios técnicos. As insufi ciências, mesmo quando vis-tas - como deviam ser - à luz da realidade do Parque Hospitalar Nacional de então, eram gritantes. Passando à enunciação, a ní-vel de Internamento, não havia Serviços de Pediatria, Cardiologia, Otorrinolaringologia e Oft almologia, havendo médicos dessas es-pecialidades; Os seus doentes uti lizavam as degradadas instala-ções de Medicina Interna. A Cirurgia Geral parti lhava instalações com Ortopedia; Obstetrícia e Ginecologia careciam ocupar o topo do edifí cio principal do HDC (1º piso), que ti nha sido objecto de ampliação na segunda fase do plano director defi nido para o Hos-pital e que estava concluído desde 1975/6. Este edifí cio deti nha, no 2º piso, previsto um Serviço de Quartos Parti culares que esta-va por instalar. A nível de meios complementares de diagnósti co

Dezoito dos últimos vinte anos de exploração do HDC

Do Hospital Distrital da Covilhã (HDC) ao Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB)

Rampa do anti go Hospital da Covilhã

6

benvinda - revista chcb.indd 6benvinda - revista chcb.indd 6 13-10-2014 18:03:2913-10-2014 18:03:29

e de terapêuti ca, havia Radiologia (um equipamento) e Labora-tório de Análises Clínicas, sendo que a primeira ti nha instalações também previstas naquele edifí cio (piso 0, onde já se encontrava o laboratório), enquanto Cardiopneumografi a e Fisioterapia de-ti nham apenas um gabinete para a acti vidade rudimentar. Não havia Ecografi a, geral ou obstétrica, nem unidade de Gastro. O Serviço de Sangue resumia-se a uma sala anexa ao internamento de Medicina Mulheres, onde eram realizadas colheitas que, após ti pagem pelo laboratório, fi cavam armazenadas sem separação de componentes, em condições frigorífi cas precárias. O Serviço de Farmácia consisti a em duas salas com medicamentos distri-buídos por prateleiras, não ti nha condicionamento térmico e dispunha apenas de um frigorífi co domésti co. O Bloco Operató-rio só deti nha uma sala de operações, não estava protegido por transfer, não possuía rampa de gases e, na mesma área estava o único autoclave disponível para esterilização, sendo os acessos e circulações comuns. Em rigor, não havia Consulta Externa, pois esta era desenvolvida nos gabinetes adjacentes ao único balcão de urgência existente. Assim, Urgência/Consulta Externa eram um só serviço, podendo falar-se na tradição de uma consulta per-manente, apoiada por especialistas, desde que em consulta, nos gabinetes anexos. Nos Serviços de Apoio Geral o Hospital deti nha a designada “ Secretaria” onde se concentravam o expediente ge-ral, assuntos de pessoal e arquivo administrati vo, estando ainda na sua dependência a tesouraria (!). O Serviço de Contabilidade era realizado numa única sala, não havendo contencioso. O Apro-visionamento era feito por três funcionários, simultaneamente fi éis de armazém, na cave do edifí cio novo (atrás citado), onde se previa instalar o armazém geral. O armazém de produtos alimen-tares e de limpeza estava instalado na cave de um dos pavilhões centenares. Não havia gestão de stocks nem processos de aqui-sição, dignos desse nome. A responsável pelas aquisições tam-bém ti nha assento na “ Secretaria” e dependia desta chefi a (!). Não existi a Serviço de Doentes nem Arquivo Clínico centralizado, estando os processos e exames complementares a cargo dos res-pecti vos serviços. A operadora da Central Telefónica assegurava, durante a noite, o secretariado de admissão na urgência. Não ha-via secretariados clínicos. O Serviço de Instalações e Equipamen-tos confi nava-se a algumas intervenções de construção civil, fazia manutenção curati va em electricidade e canalização e assegurava o serviço de transportes. Os tradicionais Serviços de Lavandaria e Alimentação funcionavam com pessoal hospitalar, não havendo Dieti sta, empratamento centralizado nem rouparia. O Hospital não dispunha de Serviço Social; A Biblioteca não existi a. A Nível Geral, os processos clínicos eram rudimentares e comuns, não havendo processos específi cos; não havia Central Térmica, só a parte anti ga do hospital era servida por uma caldeira para aque-

cimento de águas, as enfermarias dos pavilhões eram aquecidas com boti jas de gás, não havia circulações especiais de qualquer ti po, não existi a Morgue, os impressos não estavam numerados e identi fi ca-dos consoante a área a que respeitavam, não havia regulamentos, protocolos de actuação ou sequer estava defi nida e normalizada a comunicação interna por escrito. O transporte de pessoal era feito em duas ambulâncias. Este era o HDC de 1977.

Anti go Hospital da Fundão

7

benvinda - revista chcb.indd 7benvinda - revista chcb.indd 7 13-10-2014 18:03:5213-10-2014 18:03:52

um pavilhão para Consultas Externas, interligado ao nó de pene-tração principal no hospital. No Bloco Operatório foi criada uma segunda sala de operações, aprovado o plano operatório, consti tu-ído o transfer e disciplinados os circuitos de pessoal e doentes. Foi contruída uma terceira sala de operações, desti nada a Obstetrícia / Ginecologia, junto ao Bloco de Partos. Foi consti tuído o Serviço Social, o Gabinete do Utente e iniciado o Voluntariado Hospitalar e o Serviço Domiciliário. A nível de Serviços de Apoio, foi consti tuído o Serviço de Pessoal (agilizados os processos de recrutamento, as carreiras e introduzida a gestão previsional); Melhorou-se o Arqui-vo Administrati vo. Criou-se o Secretariado de Administração. Orga-nizaram-se os Serviços Financeiros e de Contencioso e transferida para o seu âmbito a Tesouraria; Consti tui-se o Serviço de Gestão de Doentes e a rede de secretários clínicos; Foi consti tuída a secção de Arquivo e Estatí sti ca (com análise da produção), tendo sido criado o Arquivo Clínico Central para processos de internamento. Foi or-ganizado o Serviço de Aprovisionamento com secção de aquisições e três armazéns e dinamizados os processos de compra e a gestão de stocks. Na sua dependência foi consti tuído um sector de criação e reprodução documental, onde foram classifi cadas as famílias de impressos e gerados novos modelos necessários aos serviços. Foi reconstruído o edifí cio do Serviço de Instalações e Equipamento sendo este organizado por secções e armazém de produtos ofi ci-nais, iniciando-se o processo individual por equipamento e a ma-nutenção preventi va. Consti tui-se o Serviço de Transportes, (do-tado com novas viaturas). O Serviço de Alimentação passou a ser explorado em outsourcing, tal como o de Tratamento de Roupa. Foi edifi cada a Morgue e um sector de incineração de resíduos, cuja

Perante a realidade era urgente actuar no senti do de organizar o Hospital e aproximá-lo do que estava defi nido para o nível distri-tal, que deti nha. Paralelamente, importava uti lizar todas as formas de pressão que permiti ssem ver atribuída uma prioridade máxima para a edifi cação de um Hospital novo e actual. Agi nestes dois vec-tores incessantemente. Relati vamente ao HDC, sinteti zando sem preocupações cronológi-cas, a nível de internamento foram consti tuídos o Serviço de Pe-diatria, uma Unidade de Neonatologia, o Serviço de Especialidades para Cardiologia, Otorrinolaringologia, Dermatologia, Oft almologia e Gastrenterologia, foi expandida Obstetrícia e Ginecologia e todos pavilhões centenares sujeitos a uma recuperação de raiz que criou salas de internamento humanizadas, condições de trabalho para os profi ssionais e áreas de apoio, ali permanecendo os serviços de Medicina, Cirurgia Geral, Ortopedia e de Urologia. Foi consti tuído o Departamento de Psiquiatria. Quanto aos serviços complemen-tares de diagnósti co e terapêuti ca, foi instalada a Imagiologia no edifí cio novo, passando a ter duas instalações radiológicas e eco-grafi a geral; O Laboratório de Análises recebeu equipamentos e Patologistas Clínicos; Foi criado o Serviço de Medicina fí sica e Reabilitação e admiti do Fisiatra; Foi melhorada a instalação de Cardiopneumografi a, consti tuída a unidade de Gastro, Psicologia Clínica e atribuída ecografi a a Ginecologia/Obstetrícia, organizado o Serviço de Imunohemoterapia e protocolada a colaboração com o Grupo de Dadores de Sangue. Foi separada a Consulta Externa da Urgência Geral, criado um segundo balcão para esta e organi-zadas as suas equipas; Foi defi nido um plano de consulta externa com rotação programada de gabinetes. Mais tarde, foi construído

NeonatalogiaServiço de Cardiologia

Hospital Distrital da Covilhã Hospital do Fundão

8

benvinda - revista chcb.indd 8benvinda - revista chcb.indd 8 13-10-2014 18:04:3813-10-2014 18:04:38

recolha foi disciplinada. A nível geral foi modernizado o processo clínico e criados os específi cos para Obstetrícia e Pediatria, intro-duzido o processo de enfermagem, ofi cializado o Departamento de Educação Permanente, elaborados o guias de acolhimento para pessoal e doentes, protocolado o consenti mento obrigatório para actos cirúrgicos e iniciada a distribuição de medicamentos em dose unitária, regulamentado todo o hospital, estabelecidos circuitos especializados, normalizada a comunicação interna, consti tuída a Biblioteca, realizado o inventário hospitalar, sinali-zado todo o hospital e ordenado o parqueamento. À data da mi-nha exoneração do Conselho, ponderava-se a informati zação dos serviços (dependente do Ministério), a introdução da gestão por objecti vos e a benefi ciação da farmácia hospitalar, que já ti nha sido melhorada. Este era o HDC de 1997.No que concerne ao Novo Hospital, uma vez conhecida a reali-dade do HDC e a impossibilidade de superação das suas insufi ci-ências estruturais, por muito que importasse melhorá-lo, o sig-natário associou-se às diligencias que já antes se desenvolviam e fez saber, junto dos Órgãos Regionais e Centrais do Ministério a imperiosa urgência da sua concreti zação. Em sequência, em 1981, já o Conselho de Administração e representante da Câmara Municipal, se deslocavam a Abrantes (cujo novo hospital estava em construção) porque ti nham sido informados que, para acele-rar a concreti zação do novo Hospital, seria aplicado na Covilhã o mesmo projecto. Tal não ocorreu, pelo que por todos os canais insti tucionais, prosseguiu o envio de fundamentação técnica, por mim elaborada. Os executi vos Municipais, também contaram com esse suporte para as suas iniciati vas. No início dos anos 90 já estava defi nida, de vez, a prioridade do Hospital e o seu programa estava a ser elaborado pelo Grupo de Programação Hospitalar, que congregava representantes da Saúde e das Obras Públicas. Em 1991, parti cipei, com o Conselho de Administração, na discus-são do programa defi nido para o Novo Hospital, tendo sido apon-tadas, por nós, insufi ciências, nomeadamente, pelo não aumento de lotação, escassez de instalações para as previsíveis necessi-dades em Consulta Externa, internamento no Serviço comum de Especialidades Cirúrgicas (onde só estavam previstas camas para estas, enquanto as especialidades médicas ocupariam camas do serviço de Medicina, o que inviabilizava a manutenção do Servi-ço de Urologia e as pretensões de Gastrenterologia), considera-ção de um Serviço de Quartos Parti culares, cuja área permiti ria consti tuir o Serviço de Especialidades Médicas em falta, aparente excesso em Urgência Obstétrica, diminuto Arquivo Clínico, impre-visibilidade de climati zação para elevadas temperaturas e insufi -ciência de parqueamento. Apesar da recepti vidade encontrada foi dito que as sugestões iriam atrasar o lançamento do concurso de concepção/construção, pelo que a prioridade do Hospital iria ser afectada. Perante isso, apesar de consideradas as insufi ciên-cias, o programa foi aprovado e avançou-se para a etapa seguinte, admiti ndo-se a possibilidade de alguns ajustamentos noutra fase. Posteriormente, foram ultrapassadas questões relati vas ao terre-no. E, quando foi consti tuída a Comissão de Acompanhamento do Hospital e a obra se preparava para arrancar, já o signatário havia solicitado exoneração do cargo de Administrador-delegado, no contexto atrás descrito. O novo Hospital, ambicionado em dé-cadas, fi nalmente seria realidade.

Gil Barreiros**Administrador Hospitalar

a

Hospital Distrital da Covilhã

Consulta Externa CHCB

9

benvinda - revista chcb.indd 9benvinda - revista chcb.indd 9 13-10-2014 18:05:2613-10-2014 18:05:26

benvinda - revista chcb.indd 10benvinda - revista chcb.indd 10 13-10-2014 18:06:3913-10-2014 18:06:39

Em 2013 é reconhecido ao CHCB a sua ca-pacidade formati va internacional e o méri-to da sua qualidade através da certi fi cação enquanto Centro Médico Académico

O CHCB como garantede qualidade

O Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) tem como missão prestar cuidados de saú-de com efi ciência, qualidade, em tempo úti l e a custos socialmente comportáveis, à po-pulação da área de infl uência e a todos os cidadãos em geral.O trabalho do CHCB desenvolve-se para o bem-estar do doente e para tal, a nossa forma de atuar necessita de se desenvolver numa cultura de melhoria contí nua, pri-mando o cuidado de excelência, personali-zado.Para nós, o mais importante é a sati sfação do doente e dos nossos colaboradores.Existi mos para poder prestar cuidados de saúde e só conseguimos realizá-los com excelência se os nossos colaboradores, a nossa equipa, transparecer a qualidade, a éti ca, a empati a, o profi ssionalismo a quem cuidamos.

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore

11

jorge revista chcb.indd 11jorge revista chcb.indd 11 14-10-2014 14:16:0914-10-2014 14:16:09

Bloco Operatório

Através de Programas de Qualidade, de re-conhecimento internacional, já desenvolvi-dos na insti tuição e a aplicação sistemáti ca de modelos externos de avaliação da qua-lidade, garanti mos a realidade da melhoria contí nua.A políti ca da Qualidade do CHCB centra-se no doente, numa cultura de melhoria con-tí nua de cuidados personalizados e de exe-lência, visando a sati sfação dos doentes, sati sfação dos colaboradores, modelos ex-ternos de avaliação da qualidade e melho-ria contí nua.Desde 2004 que o CHCB uti liza como ferra-mentas da qualidade o processo de certi fi -cação e de acreditação.A ISO 9001:2008 é uma norma internacio-nal uti lizada para avaliar a apti dão da orga-nização indo ao encontro dos requisitos do cliente, estatutários e regulamentos aplicá-veis à ati vidade da organização. Por outro lado, a abordagem por processos uti lizada pela norma desenvolve, implementa e me-lhora a efi cácia de um sistema de gestão da qualidade, para aumentar a sati sfação do doente indo ao encontro das suas necessi-dades.

No ano 2014 encontram-se 17 serviços cer-ti fi cados, sendo eles: unidade de bloco ope-ratório, unidade de hospital de dia, unidade de acidentes vasculares cerebrais, unidade de cirurgia de ambulatório e comissão de controlo da infeção, unidade de consulta externa, serviço de anatomia patológica, serviço de patologia clínica, serviço de imu-nohemoterapia, serviços farmacêuti cos, gabinete de gestão da qualidade, serviço de recursos humanos, serviço de formação, serviço de instalações e equipamentos/ho-teleiros, unidade de medicina reproduti va, serviço de pediatria, unidade de cuidados intensivos.Em 2015 os serviços propostos são: serviço de cirurgia, serviço social, serviço de obste-trícia/ginecologia, serviço de auditoria in-terna e serviço de logísti ca hospitalar.Em 2010 o CHCB foi acreditado pela Joint Commission Internati onal, organização não governamental, fundada desde 1994, que já chegou aos 5 conti nentes e a mais de 90 países. Identi fi ca, mede e comparti lha as melhores práti cas de qualidade e segurança do doente com o mundo. Fornecendo so-luções líderes e inovadoras para ajudar as

insti tuições de saúde em qualquer contexto por forma a melhorar o desempenho e os resultados.A Joint Commission Internati onal nesta nova edição integrou dois novos capítulos: a formação profi ssional médica e progra-mas de pesquisa envolvendo seres huma-nos. A fi nalidade é reconhecer o recurso exclusivo destes Centros que representam a formação de profi ssionais de saúde e pesquisa envolvendo seres humanos nas nossas comunidades e países. Estas normas apresentam uma estrutura para apoiar as ati vidades de qualidade e segurança do do-ente nos hospitais.O CHCB cumpre na íntegra os critérios de qualifi cação dos profi ssionais de saúde e garante que os programas de pesquisa en-volvendo seres humanos estão conformes com a legislação aplicável.Os objeti vos internacionalmente aceites pela Joint Commission Internati onal vão de encontro à segurança do doente, demons-trando boas práti cas implementadas na or-ganização:1. Identi fi car corretamente os doentes2. Melhorar a efi cácia da comunicação

12

jorge revista chcb.indd 12jorge revista chcb.indd 12 14-10-2014 14:16:2514-10-2014 14:16:25

3. Melhorar a segurança de medica-mentos de alto risco4. Cirurgia segura5. Reduzir o risco de infeções associa-das a cuidados médicos6. Reduzir o número de quedas.“Os erros de identi fi cação de utentes podem ocorrer em prati camente todos os processos de diagnósti co e trata-mento. Os utentes podem estar seda-dos, desorientados, ou não totalmente alertas, podem mudar de cama, quarto ou setores dentro do hospital; podem ter defi ciências sensoriais; ou podem estar sujeitos a outras situações que possam levar a erros de identi fi cação”.Por esta razão é colocada uma pulsei-ra com a identi fi cação, com o nome do utente, idade e nº de processo clínico. Nesta pulseira a sinaléti ca do círculo vermelho é referente ao risco de que-da, ou seja, após avaliação do doente, o risco associado a uma possível queda é maior. A sinaléti ca relati va ao triângulo roxo identi fi ca que o doente tem uma alergia medicamentosa associada.A nível do hospital temos o compro-misso em melhorar a informação entre profi ssionais de saúde de modo a que a comunicação seja um processo efi caz, oportuno, exato, completo, inequívo-co e compreendido reduzindo erros e aumentado a segurança dos cuidados prestados ao doente.Os medicamentos fazem parte do pla-no de tratamento dos doentes. Por esta razão, os medicamentos de alto risco encontram-se em locais fechados e controlados de modo a diminuírem a possibilidade de erros.A práti ca da cirurgia segura encontra-se implementada na nossa organização de modo a diminuir erros associados à ci-rurgia. Listas de verifi cação são preen-chidas antes, durante e após a cirurgia confi rmando o doente, local, procedi-mento e cirurgia.A prevenção e o controlo de infeções é um lema do CHCB. O principal meio para eliminar as infeções é a higiene apropriada das mãos. Por esta razão, as diretrizes de higiene das mãos são internacionalmente aceitáveis, disponi-bilizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Centro para Contro-lo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), e pela Direção Geral de Saúde (DGS).

Gabinete gestão da qualidade

Cuidados Intensivos

13

jorge revista chcb.indd 13jorge revista chcb.indd 13 14-10-2014 14:16:5914-10-2014 14:16:59

Em que consiste o serviço domiciliá-rio que o Centro Hospitalar Cova da Beira tem reforçado ao longo dos últi mos anos?

António João Rodrigues - O serviço domi-ciliário é uma acti vidade inserida nas uni-dades de internamento, assegurada pelos profi ssionais da própria unidade e repre-senta uma aposta com elevada probabilida-de de ser vencida. A cirurgia do ambulató-rio, o hospital de dia e a consulta externa são serviços que, já há muito, apostam, de modo sustentado, em prestações de cuida-dos, mantendo o doente no seu ambiente familiar e social. A aposta vem de longe e procuramos reforçá-la porque a prestação de cuidados domiciliários é de grande uti -lidade e tem ópti mos e comprovados resul-

tados nos cuidados de saúde quer primários quer hospitalares.Existem serviços domiciliários para doen-tes agudos e para doentes crónicos. No caso dos doentes crónicos quais são os ser-viços que existem?O serviço domiciliário do Fundão e o de Psiquiatria são bons exemplos, pois pres-tam bons serviços, há já um longo período de tempo. Neste em parti cular, quero dizer que está prevista para o dia 1 de Janeiro de 2015 a passagem dos doentes não pa-liati vos, presentemente tratados no serviço domiciliário do Fundão para o ACES [Agru-pamento de Centros de Saúde] da Cova da Beira.Existe, portanto, uma lógica de comple-mentaridade entre os cuidados de saúde

Visitas domiciliárias aumentam para 12 mil em 2015O Centro Hospitalar da Cova da Beira pretende aumentar para o dobro o número de visitas domiciliárias no próximo ano. As visitas estão disponíveis em sete serviços, adiantou António João Rodrigues, enfermeiro-diretor, desta unidade de saúde.

primários e os cuidados de saúde hospita-lares…Os serviços domiciliários como uma compo-nente das unidades de internamento, não pretende substi tuir, tão pouco concorrer com o serviço domiciliário dos cuidados de saúde primários. Ao invés, pensamos que iremos, em muitos casos, trabalhar em complementaridade, dando conti nuidade aos cuidados que ambos prestamos aos do-entes.Os serviços domiciliários permitem redu-zir as infecções hospitalares e diminuir o tempo de permanência dos doentes no hospital?O serviços domiciliários que, recentemente, têm vindo a ser implementados no CHCB tem como grande objecti vo reti rar o doen-

O hospital aproxima-se mais dos doentes

14

jorge revista chcb.indd 14jorge revista chcb.indd 14 14-10-2014 14:20:2514-10-2014 14:20:25

te, logo que possível, do meio hospitalar e colocá-lo, em condições de segurança, no seu ambiente familiar e social. Move-nos a convicção de que este facto irá, por um lado, traduzir-se numa maior sati sfação para o doente e família e, por outro, con-seguiremos diminuir custos associados ao internamento, parti cularmente aqueles que decorrem das infecções associadas aos cuidados de saúde. Para além do combate às infecções nosocomiais, também a taxa de ocupação, a demora média, a taxa de reinternamento, os internamentos prolon-gados e as vindas dos doentes ao serviço de urgência, serão indicadores de gestão que justi fi carão a existência destes serviços.Quais são os serviços, com internamento, que já dispõem de equipas domiciliárias?No CHCB a criação de serviços domiciliários como elemento das Unidades de interna-mento não é uma tarefa nova. Desde 13 de Setembro de 2004 que o serviço de Ortope-dia cumpre, com êxito comprovado, tal tare-fa, com mais de mil visitas domiciliárias por ano. Mais recentemente foram os serviços de Medicina I /Pneumologia, Medicina II e Cirurgia que iniciaram a sua acti vidade, es-tando em fase de conclusão para aprovação um serviço domiciliário, também ele inova-dor, ao nível da Obstetrícia. Presentemente e incluindo o serviço de Imunohemoterapia, pois também ali são prestados serviços do-miciliários de qualidade, nove profi ssionais de enfermagem realizam semanalmente cerca de 250 visitas domiciliárias.

E no próximo ano?Em 2015 prevemos aumentar para o do-bro o número de visitas domiciliárias, ou seja, contamos fazer mais de 12 mil visi-tas ao meio ambiente do doente. Estamos também a trabalhar para que em 2015 e aproveitando o conhecimento e experiên-cia adquirida pelos profi ssionais do serviço domiciliário do Fundão, ao longo de quase duas dezenas de anos, para avançarmos para a criação do serviço domiciliário de Paliati vos do Centro Hospitalar Cova da Bei-ra, dando cobertura e apoio domiciliário a doentes em situação de sofrimento e por-

tadores de doença grave ou incurável, bem como às suas famílias.A segurança dos cuidados domiciliários está garanti da?Procuramos prestar cuidados domiciliários seguros e vamos persisti r na manutenção de um conceito fundamental: trabalhar em equipa. Para que um doente possa ser cuidado/tratado no seu domicílio será im-perati vo que a equipa multi disciplinar res-ponsável pela prestação de cuidados no internamento considere que existem con-dições clínicas, logísti cas e ambientais para tal.

Enfermeiro-diretor António João Rodrigues

15

jorge revista chcb.indd 15jorge revista chcb.indd 15 14-10-2014 14:21:1114-10-2014 14:21:11

Unidade Cardíacos Agudos

O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) quer criar uma Unidade de Cardiologia de Intervenção (Sala He-modinâmica), a primeira da região que permiti rá aca-bar com o drama dos doentes que conti nuam sujeitos

a longas e dolorosas deslocações a Viseu, Coimbra, Lisboa e ou-tras distantes zonas do país, para tratar enfartes do miocárdio. Segundo o diretor do Serviço de Cardiologia do CHCB, António Peixeiro, o projeto está nas mãos do ministro da Saúde e aguarda apenas por “decisão políti ca”.O empreendimento reveste-se da maior importância e pode con-siderar-se uma causa regional. “O nosso próximo passo visa doar a Cardiologia daquilo que falta na Beira Interior”, desde o norte do distrito da Guarda ao sul do distrito de Castelo Branco, a chamada “região cinzenta, única do país onde os doentes estão a uma hora ou duas de um laboratório de cateterismos”, justi fi ca o médico.“Precisamos que todos os doentes tenham acesso o mais rapida-mente possível a um cateterismo quando tenham um acidente coronário agudo. Essa é a forma mais correta de salvar a vida das pessoas”, sublinha.O CHCB está a uti lizar a estratégia fármaco invasiva, ou seja, a uti lização de um medicamento caríssimo que dissolve os trom-bos sanguíneos e só depois é que os doentes são enviados para receber cateterismos. “Correm risco de vida durante a viagem”, alerta António Peixeiro.“Todos os estudos estão feitos, temos espaço, equipas consti tu-ídas para trabalhar 24 horas por dia durante todo o ano”, adian-ta. A viabilidade económica justi fi ca plenamente o investi mento. “Dois quilómetros de autoestrada custam tanto como este em-preendimento”, esclarece.Avaliado em cerca de 1,5 milhões de euros, o equivalente ao va-lor que foi pago em 2011 pelo CHCB para a realização de 338 procedimentos de cardiologia de intervenção, em Coimbra, o investi mento “é sempre amorti zável num prazo inferior a cinco anos”, refere o diretor que realça, sobretudo, o facto de as pes-soas “correrem risco de vida durante a viagem o que é perfeita-mente desnecessário”.O projeto, para o qual estão identi fi cadas eventuais parcerias, prevê a realização de obras de adaptação, aquisição de equipa-mento e disponibilização de uma equipa altamente diferenciada.A cardiologia dispõe atualmente de quatro especialistas e recen-temente foi aberta uma quinta vaga que o responsável espera ver preenchida rapidamente. O departamento tem vindo a “crescer de forma sustentada”, é considerado o maior serviço das especia-lidades médicas do hospital da Covilhã, com uma média acima dos 1500 internamentos nos últi mos anos. O serviço “está consolidado e tem espaço para crescer. Está na altura de passar para a fase se-guinte”, ou seja, criar a Sala Hemodinâmica. “Ninguém escolhe a hora de ter um enfarte”, adverte a concluir António Peixeiro.

Romão Vieira

Drama das idas a Coimbrapode ter os dias contados

António Peixeiro - Diretor do Serviço de Cardiologia

16

jorge revista chcb.indd 16jorge revista chcb.indd 16 14-10-2014 14:22:4814-10-2014 14:22:48

CHCB envolvido em projeto de educação alimentar

Quatro em cada cinco crianças que frequentam o 3º ciclo no concelho do Fundão têm o peso apropriado para idade estando o seu estado nutricional melhor do que a média nacional revela um estudo realizado no âmbito do projec-

to «Como».Na avaliação antropométrica, o estudo mediu o peso, altura e perí-metro abdominal de 658 alunos dos agrupamentos de escolas Gar-dunha e Xisto e do Fundão, Externato Capitão Santi ago de Carvalho e Escola Profi ssional do Fundão, revelando que 79 por cento têm o peso apropriado, 6,7 por cento são obesos, 12,5 por cento estão em estado de pré-obesidade e 1,8 por cento são magros. Os estu-dos sobre a população portuguesa apontam para que cerca 30 por cento das crianças tenha excesso de peso e obesidade. O projecto «Como» começou em Janeiro deste ano e resulta de uma parceria entre o Centro Hospitalar Cova da Beira, Câmara Municipal do Fun-dão, Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira e Ordem dos Nutricionistas com o objecti vo de «educar e incenti var hábitos alimentares saudáveis» através da intervenção direta de especialis-tas nas áreas de Dietéti ca e Nutrição na população escolar e em ido-sos do concelho do Fundão que frequentam Insti tuições Parti culares de Solidariedade Social (IPSS’s). Nos primeiros seis meses deste ano, além da avaliação antropométrica dos alunos a equipa, consti tuída pela dieti sta Sofi a Garcia da Fonseca e pela nutricionista Adriana Marcelino, realizou inquéritos de avaliação dos hábitos alimentares, para saber a opinião dos alunos sobre as canti nas escolares e práti ca da acti vidade fí sica. Foi ainda avaliada a disponibilidade alimentar em meio escolar através de visitas aos bares e análise das ementas de todas as escolas. Para além da população escolar, o estudo ava-liou as ementas de 16 IPSS’s do concelho do Fundão. Segundo Sofi a Garcia da Fonseca, nas escolas públicas «as ementas estão, na sua maioria, bem construídas» seguindo as regras impostas pelo minis-tério da Educação, enquanto nas IPSS’s «há uma imensa margem de progressão». Quer nas escolas quer nas IPSS’s, as duas especialistas sugeriram a introdução de melhorias nas ementas. «As sugestões fo-ram bem acolhidas e até fi nal do ano faremos nova avaliação», acres-centou Adriana Marcelino

Alunos preparam refeições intermédiasà base de vegetais e fruta

Externato Santiago Carvalho

Nas escolas e IPPS’sNas escolas e IPPS’s

17

O Projeto «COMO» tem como principal objeti vo promover a saúde através da educação alimentar e tem vindo a intervir nas escolas do 3ºciclo do concelho do Fundão através de ações de diagnósti co do estado nutricional dos alunos e dos seus hábitos alimentares, assim como através de ações de sensibilização e moti vação para uma alimen-tação saúdavel. No dia 29 de setembro foi desenvolvido, com a cola-boração da Escola Profi ssional do Fundão, um workshop de culinária saudável no Externato Capitão Santi ago de Carvalho, com os alunos do 8º e 9º ano, estando presentes cerca de 60 pessoas entre professores, alunos e alguns funcionários. Nesta demonstração de culinária saudável, foram preparadas duas re-ceitas desti nadas às refeições intermédias, uma sanduíche que para além da fonte proteica conti nha também hortí colas e um sumo natural de hortofrutí colas. A Dieti sta Sofi a Garcia da Fonseca e a Nutricionista Adriana Marcelino aproveitaram para rever com os alunos conceitos sobre a composição dos alimentos e a análise de alguns rótulos.Após a ação, a aluna Ana Eva de 13 anos relatou à equipa do projeto que vai replicar em casa junto da sua família as receitas preparadas no workshop, uma vez que as considera «fáceis e saborosas». Na sanduí-che diz tolerar bem os hortí colas que foram acrescentados e considera que esta «é uma boa estratégia para aumentar a ingestão destes ali-mentos». No entanto, em relação ao sumo diz que gostaria de o adoçar um pouco mais mas também diz que «a maioria dos colegas gostaram e até repeti ram», sublinhando que a iniciati va «foi uma forma apelati -va de aprender sobre a alimentação saudável»Também a Prof.ª Maria Amélia Garcez, uma das professoras que acom-panhou desde inicio a implementação do projeto no Externato, mani-festou entusiasmo em que o «COMO» conti nue a investi r nestas ações de cariz práti co, considerando-as mais moti vadoras para que os alunos adquiriram hábitos alimentares saudáveis.A colaboração da professora Lídia Figueira e do professor José Graça da Escola Profi ssonal do Fundão foi fundamental para a concreti zação desta ação. O professor José Graça afi rmou que uma das melhores formas de aprender é aplicar na práti ca os ensinamentos adquiridos. Foi desta forma que em parceria com o Projeto «COMO», a Escola Profi ssional do Fundão, teve a oportunidade de demonstrar e executar na práti ca com os alunos, algumas alternati vas para as refeições intermédias. A realização de “cocktails” à base de frutas e vegetais cria sempre uma expectati va grande, mas após a sua degustação foi muito grati fi cante ver o interesse dos alunos tentando perceber o que podem conjugar para fazerem eles próprios bebidas alternati va aos refrigerantes.

benvinda - revista chcb.indd 17benvinda - revista chcb.indd 17 13-10-2014 18:07:3013-10-2014 18:07:30

Uma maternidade onde a mãe se possa senti r bem aco-lhida, acompanhada, informada e onde possa escolher como quer ter o seu bebé.O Serviço de Obstetrícia do Centro Hospitalar da Cova

da Beira (CHCB) está empenhado em derrubar mitos associados ao momento do parto. Sendo uma insti tuição acreditada como hospital universitário, como constantes auditorias, os profi ssio-nais de saúde estão em constante formação para cumprir múl-ti plos indicadores de qualidade. Através da Ordem dos Enfer-meiros e a colaboração do CHCB, o serviço aderiu ao programa Maternidades com Qualidade, um projeto de âmbito nacional e de adesão voluntária. É através deste projeto que os profi ssionais estão aptos para transpor para o interior da maternidade novos métodos de ma-nutenção da posição para o parto. Rosa Moreira, enfermeira che-fe do serviço, admite a existência de alguma “resistência e falta de informação” dos profi ssionais em saúde em geral em atribuir à mãe a liberdade de escolha quanto à posição do parto. “Temos muito esta ideia de que a mãe tem de estar deitada, em posição ginecológica. Nós oferecemos à parturiente um apoio contí nuo durante o trabalho de parto e nascimento, maximizando o uso das suas próprias potencialidades adoptando outras posições, como estar de pé, de cócoras, entre outras”, explica a enfermeira, para quem “este é o caminho que muitas maternidades vão aca-bar por dotar, como forma de diminuir a dor que a mulher sente no momento do parto”. O parto deve decorrer dentro das con-dições de segurança, mas dentro destes padrões de qualidade, “tem de existi r esta dualidade entre aquilo que a mulher deseja e aquilo que o serviço pode oferecer. É neste contexto que traba-lhamos”, conti nua Rosa Moreira. A oferta de outros métodos como forma de proporcionar uma boa experiência de parto inclui, por exemplo, a Hipnologia – téc-nicas dirigidas à mulher para que tenha um melhor controlo dos seus sintomas e poder encontrar mecanismos de relaxamento. “É precisamente no relaxamento que está a resposta à duração do parto. Temos cerca de 20 profi ssionais em formação desde junho

sobre esta matéria”, indica a enfermeira chefe. O Serviço não está apenas a trabalhar para os utentes que ali se deslocam. Há um ano que está no terreno o projeto Pró-Vida – Vida Segura, com o apoio da Direção Geral de Saúde, que con-siste em ensinar os pais a adotar normas seguras de transpor-te de crianças. Numa primeira fase, os profi ssionais do serviço, acompanhados de elementos da GNR, abordaram vários pais à entrada das escolas do 1º ciclo dos concelhos da Covilhã, Fundão e Belmonte. “Detetámos alguns erros, como o de transporte da criança na cadeira mas com a mochila nas costas. Cadeiras que estavam mal colocadas, entre outras”. Numa fase posterior vão ser promovidas reuniões com os pais nas escolas e depois feita uma nova verifi cação no terreno, repeti ndo a “operação Stop”.

“Queremos acompanhar todo o contexto do bebé, desde que a família o aceite. Sabemos que muitas mulheres sofrem de de-pressão pós parto e queremos no primeiro mês visitá-la ao do-micílio. É importante que a relação que se constrói nas consultas, no internamento, posse prosseguir no momento em que ela mais precisa de nós, porque tem dúvidas, porque está insegura”. Este passo, que avançará até fi nal do ano, terá a colaboração dos Cen-tros de Saúde.O Serviço está cada vez mais empenhado em trabalhar “fora des-tas paredes”, promovendo esclarecimento às mães, como a da promoção do leite materno, sobre a obesidade e nutrição infanti l.

Célia Domingues

A posição correta a adotar para o parto é variada de mulher para mulher. A forma como decorre o parto infl uencia direta e indiretamente a sensação de dor, a capa-cidade de puxo, a oxigenação e o bem-estar materno-fetal.

Liberdade de escolha na posição do parto

Ginecologia e Obstetrícia

Rosa Moreira, enfermeira chefe

18

benvinda - revista chcb.indd 18benvinda - revista chcb.indd 18 13-10-2014 18:09:5813-10-2014 18:09:58

“As pessoas é que escolhem. É mais um menú”. A afi rmação do prof. José Marti nez Oliveira não visa, naturalmente, mencionar qualquer cardápio de restaurante. Com estas palavras, o diretor do De-

partamento de Saúde da Criança e da Mulher (DSCM) do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), sediado no Hospital da Covi-lhã, pretende, de algum modo, dar maior ênfase à sensibilidade e disponibilidade do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, na oferta de novas técnicas e procedimentos de partos. A humanização dos serviços de saúde públicos passa, neste caso, por facultar, às grá-vidas, mais opções e maior liberdade de escolha quando se trata de dar à luz.São cada vez mais as mulheres que escolhem técnicas diferentes na hora do parto. De facto nem todas as grávidas optam pelo mé-todo convencional como, de resto, ainda ocorre com a maioria. Hoje em dia essas técnicas estão mais controladas já que existem melhores condições e profi ssionais especializados na sua aplica-ção. Como acontece no CHCB. A hipnose que pode consti tuir uma alternati va à anestesia, vai começar a ser implantada a parti r desta semana na Covilhã, como revelou Marti nez Oliveira. O médico que exerce no hospital Pêro da Covilhã há cerca de uma década, adianta que no fi m de se-mana terminou um curso sobre hipnose promovido pelo DSCM, que envolveu cinco formadores e 20 parti cipantes. “É bom que se perceba que não vamos hipnoti zar as pessoas. A hipnose é uma técnica que permite ensinar as grávidas a fazer o seu pró-prio relaxamento e com isso as coisas correm melhor”, explica o catedráti co da UBI. “Temos uma série de métodos, que não são de anestesia, para aliviar a dor, como música ambiente”, destaca o responsável que

Hipnose para aliviar a dor

reconhece que “há alguns anos atrás, ti vemos uma limitação muito séria de apoio de anestesiologia na área dos partos o que nos condicionava valores muito baixos de anestesia epidural que, no entanto, já conseguimos recuperar substancialmente para ní-veis aceitáveis”. Reconhece que os hospitais, de uma maneira ge-ral, enveredaram por um caminho de “muita medicação. O parto começou a ser uma cirurgia, uma coisa complicada. Isso não é aceitável”, adverte. O DSCM da Covilhã “é reconhecido a nível nacional” porque tem estado envolvido em muitas ati vidades a nível cientí fi co. Tem pro-movido pesquisa nas áreas administrati va, biológica e médica, la-boratorial e clínica e disponibiliza o ensino pré e pós-graduado no âmbito da enfermagem, medicina e biomedicina. Mesmo com recursos humanos e fi nanceiros insufi cientes “temos uma produ-ção cientí fi ca que obriga a ter qualidade”, realça o diretor. “Pro-curamos ter uma oferta diversifi cada, prestar o melhor serviço às pessoas. Estamos sati sfeitos com os resultados, vamos no bom caminho”, acrescenta. NO CHCB realizaram-se, em 2013, cerca de 600 partos. “Fomos dos poucos que subimos no país. Este ano chegaremos aos 550. É pouco mas verifi ca-se um descalabro de partos a nível nacional”, lembra.Segundo Marti nez Oliveira, no quadro dos hospitais da Beira Inte-rior, “mesmo que as três maternidades esti vessem em conjunto, o número total de partos não iria chegar ao mínimo desejado. Estamos a ver o caminho que percorremos mas conti nuamos completamente divorciados”, lamenta.

Romão Vieira

Prof. José Marti nez Oliveira

19

jorge revista chcb.indd 19jorge revista chcb.indd 19 14-10-2014 14:23:4614-10-2014 14:23:46

Hospital ensina a cuidde doentes dependen

O Serviço de Neuropsicologia do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) está a dinamizar sessões de apoio aos cuidadores informais com doentes dependentes a seu cargo, para explicar «Como Cuidar deles sem se esque-

cer de Si». A primeira sessão, realizada em Agosto, contou com a parti cipação de 18 cuidadores. «O objeti vo é gerir as emoções, ajudar na resolução de problemas procurando evitar que adoeçam porque uma das consequências de ser cuidador é entrar em depressão», disse Soraia Ferreira, psi-cóloga do CHCB. «Se o cuidador ti ver o apoio necessário para lidar

Intervenção em grupo começou em Agosto

com a doença e gerir as suas próprias emoções vai desempenhar melhor a sua tarefa e o próprio doente poderá ter melhor qualida-de de vida», acrescentou.Além de psicólogos, as sessões contam com o apoio dos serviços de Medicina Física e Reabilitação, Nutrição e Apoio Social. Na primeira sessão parti ciparam cuidadores informais identi fi cados na consulta de Neuropsicologia mas o objeti vo é alargar a parti cipação a todos os cuidadores de doentes dependentes, independentemente do ti po de doença - demências ou acidente vascular cerebral.Segundo a neuropsicóloga Teresa Bordalo, coordenadora do Ser-

Teresa Bordalo, neuropsicóloga e Soraia Ferreira, psicóloga

20

jorge revista chcb.indd 20jorge revista chcb.indd 20 14-10-2014 14:24:1114-10-2014 14:24:11

uidar entes

viço de Neuropsicologia, a maioria dos cuidadores informais são mulheres, sobretudo fi lhas, mães ou cônjuges que cuidam de do-entes incapazes de se vesti rem ou de se alimentarem sozinhos. «Os cuidadores sofrem um desgaste enorme e acabam, na maior parte dos casos, por se negligenciarem totalmente. Eles deixam de viver. Vivem em função do bem-estar da outra pessoa», expli-ca Teresa Bordalo. «Queremos por isso ajudá-los para que não se esqueçam deles próprios».

A intervenção no doente com AVC

Que ti po de intervenção tem a Neuropsicologia, por exemplo, no doente com AVC?Soraia Ferreira - Quando um doente dá entrada na uni-dade de AVC, sempre que há necessidade de apoio aos familiares, somos chamados imediatamente e acompa-nhamos, orientando para as coisas que vão acontecer por-que o AVC é muito abrupto e traz alterações rápidas que requerem respostas rápidas. Com o doente, sempre que há alteração ao nível emocional e cogniti vo somos cha-madas para avaliarmos. Se existi rem alterações fazemos, imediatamente, um plano de intervenção para responder às alterações cogniti vas (capacidade de memória, concen-tração, alterações de linguagem, capacidade de raciocínio) o mais precocemente possível porque a recuperação do doente com AVC é muito melhor e mais efi caz nos primei-ros três meses. Tentamos transformar aquilo que é de di-fí cil compreensão e aceitação numa coisa lógica, racional, fazendo perceber que há todo um apoio insti tucional para eles usarem. Não se sentem abandonados como acontece noutros locais.Conseguem recuperar o doente totalmente?Nem sempre conseguimos recuperar o doente totalmente mas conseguimos boas recuperações. Inicialmente a tera-pia é individual mas, à medida que o doente vai ganhando autonomia e emocionalmente está mais estável, passa-mos para uma intervenção em grupo para que possam perceber que não são os únicos com aqueles problemas. Numa demência sabemos que há uma evolução mais ou menos gradual, sabemos o que esperamos. Num AVC as alterações são imediatas. De um dia para o outro o marido ou a esposa fi ca outra pessoa e não dá para preparar os cuidadores. Na hora temos de dar informação sobre o que está a acontecer.Quando é que começou a intervenção em grupo?A intervenção em grupo, com doentes e familiares, come-çou em agosto e reúne utentes que já benefi ciaram da te-rapia individualmente.O que pretendem com o trabalho, parti cularmente, junto dos cuidadores informais?O que pretendemos é fornecer estratégias para lidarem com os problemas porque sabemos que os cuidadores informais sofrem um desgaste emocional muito grande, esquecem-se deles. Por vezes têm difi culdade em criar re-gras, gerir o tempo e esquecem-se de tarefas tão simples como é, por exemplo, a higiene pessoal.

21

jorge revista chcb.indd 21jorge revista chcb.indd 21 14-10-2014 14:24:3314-10-2014 14:24:33

Hospital de Dia

No fi nal deste ano o Centro Hos-pitalar Cova da Beira espera au-mentar para 22 mil o número de tratamentos realizados no Hospi-

tal de Dia benefi ciando mais de quatro mil doentes, revelam dados do Gabinete de Acompanhamento Estratégico daquela uni-dade de saúde. As previsões confi rmam a tendência de crescimento sustentado verifi cada nos úl-ti mos três anos passando de 18 mil e 600 sessões em 2011 para quase 20 mil e 700 no ano passado, acrescenta o documento. O Hospital de Dia é um sistema de pres-tação de cuidados hospitalares que não requerem internamento. «Os doentes fre-quentam o hospital durante parte do dia para tratamento, regressando depois ao seu domicílio. Este ti po de cuidados é uti -lizado, sobretudo, no acompanhamento e reabilitação de doentes crónicos, parti cu-larmente do foro oncológico», explicou a médica oncologista Manuela Ribeiro Gortz

que é, também, diretora do Hospital de Dia.O serviço dispõe de consultas de Oncolo-gia Médica, Hematologia, Pneumologia e Dor e garante, simultaneamente, apoio a outras especialidades médicas, como é o caso da Urologia. As sessões de Hospital de Dia estendem-se, também, aos serviços de Psiquiatria e Imunohemoterapia cujos tra-tamentos são realizados no próprio serviço.Entre os tratamentos efetuados estão a qui-mioterapia, hormonoterapia, transfusões, controlo da dor e tratamentos da esclerose múlti pla e asma brônquica.A uti lização do ambulatório em alguns dos procedimentos e tratamentos que, normal-mente, exigiam internamento hospitalar «melhora a qualidade de vida dos utentes com doenças crónicas, minimiza o isola-mento social e familiar associado ao inter-namento e permite compati bilizar as res-ponsabilidades profi ssionais dos doentes com os tratamentos», destacou a diretora do Hospital de Dia. «Anti gamente, na área

o final deste ano o Centro Hos- que é também diretora do Hospital de Dia

Tratamentos e consultascrescem exponencialmente

da oncologia, os tratamentos só podiam ser feitos internando os doentes», sublinhou. O incremento da ati vidade do Hospital de Dia, pese embora a escassez de médicos, «representa também ganhos signifi cati vos para os utentes que realizam os tratamen-tos com qualidade perto de casa evitan-do deslocações e gastos desnecessários», acrescentou Manuela Ribeiro Gortz.O Hospital de Dia dispõe de três salas que integram quatro camas e 14 cadeirões de tratamento. Segundo a médica, os tumo-res mais frequentes na consulta e nos tra-tamentos são o colo-retal, gástrico, mama, ginecológicos e do pulmão.Além dos número de tratamento ter cres-cido, o Hospital de Dia registou, também, nos últi mos três anos um aumento susten-tado do número de consultas, asseguradas por única médica oncologista. O número de consultas realizadas passou de quase mil e 500 em 2011 para mil e 800 consultas em 2013.

22

jorge revista chcb.indd 22jorge revista chcb.indd 22 14-10-2014 14:25:0714-10-2014 14:25:07

O Projecto PRO-Lúdico tem como objecti vo o diagnósti co, prevenção e também o tratamento da obesidade infan-to-juvenil.A nossa intenção passa pela promoção da saúde, incidin-

do sobretudo sobre a modifi cação dos hábitos alimentares e de ac-ti vidade fí sica de forma a que se adquiram esti los de vida saudável.A ideia será pôr crianças em movimento e a alimentarem-se sauda-velmente e que estes bons hábitos durem toda a vida.Embora a nossa população alvo seja o universo das crianças e jo-vens da Cova da Beira, pretendemos intervir junto de toda a co-munidade educati va, pais, professores e todos os profi ssionais que lidam com esta população.O projecto existe já desde 2008 mas a parti r do ano lecti vo de 2013 / 2014 foi implementado nas crianças do 1º ciclo do ensino básico das escolas parceiras. Pretende-se efectuar um acompanhamento longitudinal até ao 12º ano de escolaridade.O projecto tem a coordenação pedagógica e cientí fi ca do Prof.

Doutor Júlio Marti ns, do Departamento de Ciências do Desporto da UBI, e do Dr. Carlos Rodrigues, do Departamento da Mulher e da Criança – Serviço de Pediatria do CHCB.No dia 25 de Setembro deste ano realizou-se o I Seminário de Ac-ti vidade Física Nutrição e Saúde do Projecto PRO-Lúdico. Nesse mesmo dia foi assinado um protocolo que envolve como enti dades promotoras o CHCB e a UBI e tem como parceiros o ACES da Cova da Beira e as Câmaras Municipais de Belmonte, Covilhã e Fundão e ainda todos os Agrupamentos e Escolas, públicas e privadas da Cova da Beira que leccionam a este grupo etário.Esperamos que esta junção de vontades e de enti dades consti tuam uma resposta arti culada e efi caz ao maior desafi o de Saúde Pública do século XXI – a obesidade/excesso de peso.

Júlio Marti ns** Professor Faculdade de Ciências do Descorto

Carlos Rodrigues**** Diretor Serviço de Pediatria CHCB

Perto de duas dezenas de insti tuições da Cova da Beira vão procurar, ao longo do próximos quatro anos, dar um contributo visível para prevenir a obesidade infanti l através do projeto Pró-Lúdico.

Instituições da região unidas para prevenir obesidade

infantil

23

jorge revista chcb.indd 23jorge revista chcb.indd 23 14-10-2014 14:25:5114-10-2014 14:25:51

Os Serviços Farmacêuti cos do Centro Hospitalar Cova da Beira são fundamentais na Assistência, no Ensino e In-vesti gação, indissociáveis num Hospital Universitário, para uma mais exigente e responsável uti lização dos re-

cursos disponíveis. Consti tui uma estrutura importante dos cuidados de saúde dis-pensados em meio hospitalar, focando as seguintes grandes áre-as: a Tecnologia Farmacêuti ca em que se prepara, por exemplo, medicamentos manipulados e ciclos de quimioterapia oncológica; a Logísti ca Farmacêuti ca possibilita que os doentes atendidos no hospital recebam os medicamentos no local e momento preci-

sos, ao menor custo possível e, dada a complexidade do contexto hospitalar, torna-se imprescindível que os Serviços Farmacêuti cos desenvolvam um modelo de gestão efi ciente e funcional; e com funções de maior impacto e relevância, destacam-se a Farmácia Clínica, Farmacovigilância, Farmacocinéti ca Clínica, Ensaios Clíni-cos e Informação, que orientam a responsabilidade dos Serviços Farmacêuti cos para os doentes e para os resultados em saúde que devem conseguir-se com o uso racional (efi ciência, segurança) dos fármacos, uti lizando a concepção actual de Medicina Baseada na Evidência ou mais exactamente “Farmacoterapia baseada na evi-dência”.

A Automati zação/Informati zação do serviço e a garanti a de qua-lidade do serviço prestado são aspectos fundamentais para man-ter os níveis de qualidade e exigência, reduzir a possibilidade de erros de medicação, garanti r maior qualidade, rentabilizar melhor os recursos humanos e melhorar a efi cácia. Neste contexto, foram realizados diversos investi mentos, destacando-se a aquisição de salas limpas para preparação de estéreis e o Sistema de Gestão In-tegrado do Circuito do Medicamento (SGICM). Este últi mo facilita a comunicação directa entre Médicos, Enfermeiros e Farmacêuti cos contribuindo para a prevenção de erros de medicação e melhoria dos processos de assistência.A Acreditação do Centro Hospitalar pela “Joint Comission” corres-pondeu a um desafi o parti cularmente para os Serviços Farmacêu-ti cos que apostaram na implementação e desenvolvimento de um sistema de gestão da qualidade. Este trabalho culminou com o pro-cesso de certi fi cação pela norma NP EN ISO 9001/2008 em Abril de 2011, e consti tui um compromisso da equipa que desenvolve funções neste serviço para com os doentes, assente num espírito de cooperação entre colaboradores cujo contributo é indispensá-vel para a prossecução dos objecti vos.Sendo o CHCB um Hospital Universitário com uma tripla vocação (assistência técnica altamente diferenciada e especializada; ensino pré e pós-graduado e investi gação), exige permanente actualiza-ção dos seus profi ssionais face às novas terapêuti cas e à grande complexidade que as mesmas apresentam. A parti cipação em congressos cientí fi cos com apresentação de co-municações orais e em painel (posters), bem como a publicação de arti gos cientí fi cos tem permiti do a divulgação do trabalho realiza-do pelos Serviços Farmacêuti cos e a troca de experiências.

Doentes no centro de acção da Farmácia Hospitalar

A Acreditação do Centro Hospitalar pela “Joint Comission” correspondeu a um desafi o parti cularmente para os Serviços Farmacêuti cos

24

jorge revista chcb.indd 24jorge revista chcb.indd 24 14-10-2014 14:27:2714-10-2014 14:27:27

O sistema de gestão de risco compreende um conjunto de ati vidades e intervenções de farmacovigilância desti na-das a identi fi car, caraterizar, prevenir ou minimizar os riscos relacionados com os medicamentos, incluindo a

avaliação da efi cácia dessas intervenções.A nova legislação prevê a criação e manutenção de uma lista de medicamentos sujeitos a monitorização adicional, que será dispo-nibilizada ao público através do portal Europeu dedicado à segu-rança, sob a responsabilidade da Agência Europeia do Medicamen-to (EMA). A lista incluirá nomes comerciais e respeti vas substâncias ati vas de medicamentos autorizados na UE, e que contém uma nova substância ati va, ou são biológicos similares, ou ainda foram incluídos a pedido da CE ou dos Estados Membros após consulta do PRAC.A nova regulamentação Europeia em matéria de Farmacovigilância vem ainda dar um papel mais interventi vo aos doentes. Os doentes são assumidamente considerados como fonte relevante de noti fi -cação de reações adversas, e a farmácia hospitalar deverá facilitar essa mesma comunicação por parte dos doentes, fornecendo-lhes

informação e ajudando na noti fi cação.A farmacovigilância surge da necessidade de vigilância pós-comer-cialização dos medicamentos e da avaliação permanente do B-R em condições normais de uti lização, Assim podemos ter:• A Farmacovigilância reati va baseada na noti fi cação espontânea e na sua capacidade de detecção de sinais, avaliação e ação com base numa reavaliação do B-R. • A Farmacovigilância proati va que identi fi ca áreas de incerteza importantes e aciona as medidas necessárias para a minimização dessas incertezas, levando a uma avaliação da necessidade de ati -vidades de minimização do risco e, caso necessário acionando um plano de minimização do risco, como já referido.De salientar que o Plano de Gestão do Risco é um documento di-nâmico que deve ser atualizado ao longo do ciclo de vida do me-dicamento.Recomenda-se assim que as FH implementem orientações tendo em mente a segurança do medicamento criando deste modo uma Cultura de Prevenção e Segurança.

Farmacovigilância: Segurança reforçada

25

jorge revista chcb.indd 25jorge revista chcb.indd 25 14-10-2014 14:27:4714-10-2014 14:27:47

Cuidados paliativos: lugar certona medicina

A parti r dos meados do século passado, ao mesmo tempo que a medicina experimentava um dos avanços mais fulgurantes da sua história, quanto aos conhecimentos cientí fi cos, tec-nologias e terapêuti cas para curar as doenças, as socieda-

des ocidentais ganharam também uma nova consciência acerca das questões relacionadas com o fi m de vida e com a morte das pessoas. A visibilidade da morte, pelo crescimento avassalador dos doentes que passaram a terminar os seus dias nas insti tuições hospitalares, desenhadas e funcionalmente organizadas para curar, e o choque pro-vocado pela imperícia em dar respostas apropriadas aos problemas concretos desses doentes, terão ti do um papel crucial no desenvolvi-mento da nova abordagens classifi cada como cuidados paliati vos. O quadro conceptual destes não é exterior à medicina. Os doentes, quando deixam de ter possibilidades de cura, conti nuam a necessitar dos recursos da medicina para que sejam aliviados os sintomas e re-solvidos os problemas que as doenças progressivas acarretam. O alívio do sofrimento, que é uma presença mais intensiva nesta altura, é uma das missões essenciais da medicina. O paradigma do quadro concep-tual dos cuidados paliati vos encontra-se na defi nição de dor total, ela-borada pela pioneira, a médica inglesa Cicely Saunders, que fundou o primeiro hospital no mundo para tratar os doentes em fi m de vida como uma tarefa da medicina normal. A dor crónica, causada pelas doenças, tem componentes fí sicos, psicológicos, sociais e espirituais. O seu tratamento correto implica abordagens concretas em cada um destes domínios. O tratamento tem que ser multi disciplinar, juntando profi ssionais peritos em cada um dos campos: médicos e enfermeiras, psicólogos, assistentes sociais, e assistentes espirituais, entre outros.O envelhecimento da população, nas sociedades ocidentais, é, por outro lado, um dos fenómenos demográfi cos mais marcantes da rea-lidade atual. Em Portugal esti ma-se que, no ano 2050, a percentagem de idosos ultrapasse os 30% da população global. Se é certo que mui-tas pessoas com mais de 65 anos conti nuam a ter saúde sati sfatória, sem necessidades especiais, outros têm algumas doenças crónicas bem controladas e mantêm razoável qualidade de vida. No entanto,

Em Portugal esti ma-se que, no ano 2050, a percentagem de idosos ultrapasse os 30% da população global

Dr

26

jorge revista chcb.indd 26jorge revista chcb.indd 26 14-10-2014 14:28:0914-10-2014 14:28:09

à medida que se envelhece, o habitual é o aparecimento e o de-senvolvimento de doenças mais graves, que vão implicando perda progressiva da autonomia e importantes manifestações nocivas, quer fí sicas, ao nível dos sintomas e das alterações corporais, quer psicológicas, e que têm também uma grande repercussão social. As necessidades destas pessoas exigem respostas apropriadas, no senti do de lhes ser garanti da uma qualidade de vida aceitável, com dignidade e, uma vez que as doenças determinarão a morte, que esta ocorra também de forma aceitável e com o menor sofrimento possível. Os familiares do doente necessitam ao mesmo tempo de atenção, quer durante a doença do familiar, quer durante o luto. Esta é a missão dos cuidados paliati vos.Ora, sabe-se que tal assistência, bem defi nida no quadro global da medicina, e ao contrário das outras especialidades, encontra-se ainda pouco desenvolvida em vários países do mundo. É este também o caso português. Uma das razões mais expressivas consi-dera-se ser a persistência, mais evidente entre os médicos, de uma fi losofi a não renovada que insiste na tónica da cura das doenças e no prolongamento da vida, a qualquer custo. Decorre daqui que a formação nas escolas médicas só muito lentamente se vai implan-

tando como parte essencial e obrigatória dessa formação. Uma consequência dramáti ca é que muitos doentes conti nuam a não ser orientados por quem de direito, que são os médicos, para cui-dados paliati vos, que por seu lado conti nuam com recursos exíguos no terreno, quer em profi ssionais quer materiais.Também a visão políti ca, num tempo de contração cega dos gastos com os serviços públicos, aparentemente receosa de que o desen-volvimento dos cuidados paliati vos acarrete mais custos, quando é exatamente o contrário, tem retardado a visibilidade e o incenti vo a esta assistência fundamental. Há outros fatores, mas estes parecem ser os mais decisivos: incul-tura específi ca dos agentes profi ssionais responsáveis e parco inte-resse políti co no seu desenvolvimento.Em 1992, num pequeno hospital público periférico, no Hospital do Fundão, hoje incluído no Centro Hospitalar Cova da Beira, iniciou-se o caminho dos cuidados paliati vos em Portugal. Percurso difí cil porque se tratou de desbravar uma área prati camente desconhe-cida entre nós. E vinte e dois anos depois, ainda tanto por fazer.

António Lourenço Marques** Médico e Professor Faculdade de Ciências da Saúde

Dr. António Lourenço Marques

27

jorge revista chcb.indd 27jorge revista chcb.indd 27 14-10-2014 14:28:3114-10-2014 14:28:31

Centro de Ensaios Clínicos

O primeiro centro de ensaios clínicos do interior do país é mais um reconhecimento do Centro Hospitalar Cova da Beira como uma insti tuição de qualidade, integrada numa rede clínica nacional e de ligações internacionais, que ambiciona ter maior intervenção

no apoio à investi gação feita na Faculdade de Ciências da Saúde.O CHCB integra a rede PtCrin - Rede Portuguesa de Infraestruturas para En-saios Clínicos Académicos com a qual pretende desenvolver e organizar a nível nacional a rede de centros de investi gação clínica e de infraestruturas específi cas. Permite o incenti vo e suporte à práti ca ensaísti ca, a colabora-ção e parti lha de recursos humanos e infraestruturas entre os membros da rede e o acesso directo à rede europeia ECrin, possibilitando o acesso a todas as áreas de ensaios clínicos para todas as patologias.Hospital de referenciação universitária, o CHCB é hoje uma plataforma de pesquisa multi disciplinar na qual investi gadores e clínicos trocam informa-ções cientí fi cas e criam novas abordagens com o objeti vo de desenvolver e melhorar a prestação de cuidados de saúde. A colaboração com a rede de centros de ensaios Blueclinical Clinical Reser-ch Partnership (CRP), empresa de investi gação, permiti u ao Centro Médico Académico, apresentar cerca de 100 novos projetos, nas mais diversas áre-as terapêuti cas, e triplicar, relati vamente a 2013, as receitas provenientes da parti cipação em projetos de investi gação clínica.

28

jorge revista chcb.indd 28jorge revista chcb.indd 28 14-10-2014 14:28:5814-10-2014 14:28:58

Ensaios Clínicos no Serviço de Cardiologia do CHCB O Serviço de Cardiologia do CHCB parti cipa em ensaios clíni-cos internacionais desde 2011. Desde então dirige ou dirigiu localmente a realização de 3 estudos de larga escala, um na área da insufi ciência cardíaca crónica (PARADIGM-HF), outro na área da insufi ciência cardíaca aguda (RELAX – AHF II) e o terceiro na área das perturbações de metabolismo do coles-terol em doentes com elevado risco cardiovascular (FOURIER). Paralelamente colabora também com ensaios na área da imu-nohemoterapia. São já várias dezenas de doentes integrados e orientados segundo as mais modernas normas de orienta-ção cientí fi cas, às quais se juntam fármacos inovadores e que demonstraram, em avaliações de média escala, potencial para alterar positi vamente o curso natural das doenças.Todos os ensaios têm uma escala internacional e visam a in-clusão de vários milhares de doentes em dezenas de países para que os resultados obti dos possam ser inequivocamente conclusivos. Todos os dados dos serviços clínicos são repor-tados a comissões internacionais que contabilizam benefí cios e efeitos indesejáveis e emitem pareceres sobre a efi cácia e segurança. Mas antes de todo o processo iniciar, é necessá-rio assegurar a autorização por parte das comissões de éti ca

nacionais e insti tucionais e das enti dades reguladoras do me-dicamento. Todos estes passos pretendem assegurar a segu-rança dos doentes que concordam em parti cipar.O PARADIGM-HF foi concluído prematuramente em Abril de 2014 e os resultados não poderiam ter sido melhores. Apre-sentados no últi mo Congresso Europeu de Cardiologia em Agosto de 2014, Barcelona, demonstraram claramente a re-dução da mortalidade e das re-hospitalizações dos doentes, bem como a melhoria da sua qualidade de vida e do status funcional. Estes resultados foram recebidos com grande en-tusiasmo pela comunidade cientí fi ca internacional porque se trata de uma mudança de paradigma no tratamento desta do-ença, facto que já não acontecia há várias décadas. Por deci-são da empresa patrocinadora foi já garanti da a conti nuidade deste tratamento aos nossos doentes que parti ciparam, numa extensão deste ensaio, agora em fase aberta, até que ele seja comercializado nas farmácias.O RELAX–AHF II e o FOURIER têm demonstrado excelentes perspecti vas para que os resultados venham a ser igualmente positi vos.

Luís Oliveira**Médico Cardiologista

29

jorge revista chcb.indd 29jorge revista chcb.indd 29 14-10-2014 14:29:1314-10-2014 14:29:13

Os hospitais do interior de Portugal têm difi culdades em manter uma cobertura efi ciente de cuidados médicos à população residente, também difi cultada por constrangimentos logísti cos e por incapacidade

de mobilização de recursos humanos diferenciados. Uma das especialidades médicas em que esta difi culdade é mais evidente é na Anatomia Patológica. Apesar de existi rem espaços laboratoriais nas suas instalações, o funcionamento pleno de serviços de Anatomia Patológica da Beira Interior, nunca foi possível, havendo necessidade de recorrer ao envio análises para outros laboratórios, com todos riscos e custos as-sociados.O desenvolvimento tecnológico permite, atualmente, ultra-passar os condicionalismos geográfi cos, bem como aqueles respeitantes aos recursos humanos, ao possibilitar o acompa-nhamento à distância de algumas ati vidades médicas. O Laboratório de Anatomia Patológica do Centro Hospita-lar Cova da Beira (CHCB) em parceria com o Insti tuto de Pa-tologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP),desenvolveu uma metodologia de processamento e diagnósti co em Anatomia Patológica que surge como uma primeira tentati va de uti lização da e-Patologia na roti na labo-ratorial. Esta metodologia foi testada ao longo do ano de 2013, focando-se parti cularmente na ultrapassagem de questões técnicas e oti mização do sistema, sendo que presentemente a metodologia de e-Patologia desenvolvida no CHCB se encontra apta a ser aplicada à práti ca de roti na hospitalar.A e-patologia ou patologia digital, projecto inovador em Portu-gal, baseia-se na interacção entre vários hardwares e soft wa-res, de modo a existi r uma plataforma de Gestão Global de to-dos os dados e imagens, gerados num laboratório de Anatomia Patológica.Este método permite-nos ultrapassar as necessidades previa-mente referidas. Permite também a aquisição, gestão, visu-alização e análise de todas as etapas de um exame, desde a entrada no serviço até saída do respecti vo diagnósti co. Dá-se assim cumprimento, enquanto serviço Certi fi cado, a um dos requisitos de qualidade, a melhoria contí nua do processo analí-ti co. Com esta metodologia há uma diminuição dos tempos de resposta (tempo que medeia a receção do produto e a emissão do relatório) que permitam a introdução de medidas terapêuti -cas atempadas e permitam diminuir o tempo de internamento dos doentes.

e-patologia no Centro Hospitalar Cova da Beira

30

benvinda - revista chcb.indd 30benvinda - revista chcb.indd 30 14-10-2014 14:04:3814-10-2014 14:04:38

Ser voluntário na área da saúde

Ser humano é muito mais do que uma defi nição biológica, mas no verdadeiro senti do da palavra é viver de acordo com princípios, valores, regras e, acima de tudo com uma noção rigorosa de éti ca, respeito, tolerância e ajuda ao próximo.

Isto enquadra-se nas caraterísti cas de voluntário na ação baseada em princípios de responsabilidade social comparti lhada, exercício de cidadania e promoção da qualidade de vida.A ação voluntária para ser efi ciente e efi caz deve compor um con-junto de ati vidades fundadas no princípio da solidariedade, con-jugando-se esforços para o desenvolvimento e a justi ça social, so-mando vontades, princípios, energias e senti mentos. Cooperação, responsabilidade, compromisso, dádiva, tolerância, humildade, deixam de ser abstrações para se tornarem realidades. A presença conti nuada, para uma relação afeti va e social sufi cientes, o diálogo fácil, mas com caraterísti cas de saber escutar e saber fazer o bem, bem feito, são o motor para o exercício do voluntariado da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar Cova da Beira.O pressuposto do Voluntariado Hospitalar é assim perspeti vado com a prestação de ações que pretendem melhorar simultanea-mente o conforto e o funcionamento sócio emocional dos utentes no hospital. Perante esta concetualização e a importância da com-panhia e da afeti vidade, delineia-se a missão do voluntariado na saúde, onde o voluntário é defi nido como «uma pessoa humana, realizada humanamente (quanto possível), preparado tecnicamen-te, em reciclagem constante, integrado numa equipa de saúde, dentro de uma comunidade de saúde, ao serviço da pessoa em crise que é a pessoa o utente, em ordem ao bem comum» (Pinto, 1994). Assim, em complementaridade com os profi ssionais e servi-ços do hospital, o voluntariado insere-se na dimensão terapêuti ca

dos cuidados prestados com um campo de intervenção específi co.Face a esta exigência humana, este voluntariado organizado tem quatro etapas imprescindíveis: a seleção dos candidatos, a forma-ção específi ca, a ação organizada e acompanhada e a avaliação. Assim, estes cidadãos que desempenham o seu papel de cidadania ati va e de solidariedade social, encontramo-los todos os dias da semana, com a ‘bata amarela’, no Centro Hospitalar Cova da Beira. São mais de uma centena os voluntários numa amplitude de idades e heterogeneidade de profi ssões que, auxiliam os doentes/utentes com a Biblioteca do Utente, Voluntariado Juvenil na Pediatria, no acolhimento e acompanhamento personalizado na insti tuição (Pro-jeto +Próximo, Miminhos do Bebé, Canto da Cigarra).Todos nós, desta forma, podemos parti cipar e intervir ati vamente na vida da nossa comunidade aprendendo a dar sem receber – em-bora convictos de que ‘quem semeia pode colher’ – e contribuir para o bem-estar da sociedade a que pertencemos. Ser voluntário também traz benefí cios, pois o voluntariado ajuda-nos a crescer como seres humanos, a dar mais valor aos outros, ensina-nos que podemos construir momentos de felicidade com um simples gesto de ternura. Estas ações promovem um senti mento de uti lidade so-cial, de confi ança e de senti mentos de autorrealização e sati sfação. Benefi ciam assim o voluntário a nível individual, as comunidades e a sociedade como um todo. Seja voluntário e faça a diferença, pois citando Moliére, corroboro que, como cidadãos ‘Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que dei-xamos de fazer’.

Nuno Miguel Borges Abreu**Coordenador do Gabinete do Cidadão e Vice-Presidente

da Direção da Liga dos Amigos do CHCB

Um serviço de afetos

31

benvinda - revista chcb.indd 31benvinda - revista chcb.indd 31 13-10-2014 18:12:3413-10-2014 18:12:34

Aposta forte da empresa desde a sua criação, o wi-GO, assim se chama o primeiro projeto da IS2you. Esta tecnologia de

seguimento, completamente autóno-ma, pode assumir diversas formas em diferentes cenários. Concebido para se-guir pessoas com defi ciência ou mobili-dade reduzida, em espaços públicos ou comerciais, o wi-GO foi também pensa-do para diferentes ti pos de uti lizadores.O desenvolvimento deste sistema para diferentes áreas tem contribuido para o seu reconhecimento. É neste contexto que surge a ligação ao Centro Hospita-lar Cova da Beira (CHCB). No âmbito da sua políti ca de inovação, esta unidade de saúde submeteu, em conjunto com a IS2you, uma candidatura para a Fun-dação Calouste Gulbenkian, ao abrigo da rúbrica “Projetos Inovadores em Saúde”.Esta tecnologia permiti rá agregar valor ao serviço prestado, contribuindo para uma mudança no relacionamento com os utentes, em parti cular os séniores que, por diversas razões, apresentam condicionantes ao nível da mobilidade. O wi-GO para ambiente hospitalar per-miti rá assim uma nova abordagem às necessidades dos utentes, uma priori-dade para o CHCB. A introdução desta tecnologia vai ainda dotar os profi ssio-nais de saúde de novas ferramentas, ajudando-os no desempenho das suas acti vidades. Num primeiro momento assumirá a função de “guia” para os utentes do ser-viço de Consulta Externa, com destaque para os mais idosos e/ou com difi culda-des de mobilidade. Após identi fi cação do utente, o wi-GO encarregar-se-á de o encaminhar até ao serviço de espe-cialidade onde realizará a sua consulta, apoiando-o no transporte de exames, medicação e outros elementos.

Colocar a tecnologia ao serviço da sociedade. Tem sido esta a missão da IS2you - Intelligent Systems. Desde que foi fundada, em 2012, a empresa tem apostado no desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras sempre a pensar nas pessoas e nos seus problemas. A paixão e energia que caracteriza estes jovens está bem patente no seu primeiro produto, uma tecnologia que procura unir conhecimento tecnológico e responsabilidade social, abrindo caminho à integração e melhoria da qualidade de vida.

Inovação e criatividade: o segredo para mudar o mundo

Já ao nível dos serviços de internamento, a tecnologia vai funcionar como um impor-tante auxiliar dos profi ssionais de saúde, permiti ndo a opti mização de tarefas e re-duzindo tempos de espera. O wi-GO atuará assim como meio de transporte de docu-

mentos e processos, medicação, roupas ou alimentos, libertando os profi ssionais para o desempenho de outras funções, nomea-damente o acompanhamento mais próximo e efi ciente dos utentes.

Luís de Matos**CEO IS2you

32

benvinda - revista chcb.indd 32benvinda - revista chcb.indd 32 13-10-2014 18:13:4113-10-2014 18:13:41

O Centro Hospitalar Cova da Beira

o

Numa altura em que se aproxima mais um aniversário do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) convém que todos façamos uma refl exão acerca do nosso hospital. É sempre importante nestas alturas perceber de onde vimos e para

onde caminhamos. Penso que na área do ensino o CHCB conseguiu uma verdadeira “medalha” de mérito internacional. Ora vejamos. O CHCB obteve recentemente o estatuto de Hospital Universitário, atribuído por uma das maiores agências internacionais de acredita-ção de hospitais no mundo, a Joint Commision Internati onal (JCI). Esta agência realizou a avaliação dos padrões de qualidade de vá-rias áreas do CHCB, atribuindo-nos a certi fi cação de qualidade como Centro Médico e Académico e renovou a certi fi cação de qualidade na componente assistencial. Esta certi fi cação considera que o CHCB, como Hospital Universitário opera no Ensino e Investi gação segundo os mais elevados padrões de qualidade, confi rmados e reconhecidos internacionalmente.Esta certi fi cação de qualidade vem reforçar o papel de pilar central que o CHCB tem vindo a exercer no ensino do Mestrado integrado em Medicina na Universidade da Beira Interior (UBI), sendo um ga-

Única unidade acreditada no país como Centro Médico Académico

rante da qualidade de ensino ministrada aos alunos do curso de Medicina.Não podemos negar que a proximidade geográfi ca facilita a in-terligação entre o CHCB e a Faculdade de Ciências da Saúde, mas é indiscutí vel o enorme esforço que todos os colaboradores do CHCB têm feito em prol do sucesso do ensino Médico na Univer-sidade da Beira Interior, o que torna o CHCB uma unidade central para a formação Médica na UBI.Devo relembrar que a certi fi cação do CHCB como Hospital Uni-versitário, comporta em si uma grande vantagem no senti do de atrair e fi xar profi ssionais de saúde, sobretudo médicos, tão de-fi citários em algumas áreas, mas também um grande número de estágios nacionais e internacionais como temos vindo a assisti r, projectando o nosso Centro Hospitalar internacionalmente.Contudo, a cada dia que passa a nossa responsabilidade aumen-ta, teremos de manter os padrões de qualidade, para mantermos esta referência do ensino médico na beira interior no mapa na-cional e até mesmo internacional.

Rui Ramos**Coordenador do Ensino Médico do CHCB

33

benvinda - revista chcb.indd 33benvinda - revista chcb.indd 33 13-10-2014 18:14:2413-10-2014 18:14:24

Banco de Aluguer de Produtos de Apoio

OBanco de Aluguer de Produtos de Apoio (BAPA) do CHCB foi implementado em Fevereiro de 2013 em todo o Cen-tro Hospitalar Cova da Beira (Hospital Pêro da Covilhã e Hospital do Fundão) e consiste na disponibilização aos

utentes, na modalidade de aluguer a um preço simbólico, de al-guns equipamentos que podem prevenir, compensar, atenuar ou neutralizar uma incapacidade ou limitação funcional temporária, como por exemplo cadeiras de rodas, canadianas, andarilhos ou até camas arti culadas.Baseou-se em critérios de sustentabilidade, opti mização e rentabi-lização de recursos:- Promovendo a reuti lização de produtos de apoio existentes no hospital;- Sendo economicamente viável, porquanto não existe acréscimo de despesa com recursos humanos ou materiais, até porque os gastos existentes com higienização e reparação de material são parcialmente suportados pelos proveitos obti dos com o aluguer do equipamento;- Melhorando o apoio social aos utentes do CHCB, uma vez que veio complementar a resposta a situações não cobertas por um outro mecanismo já existente, o Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio (SAPA), designadamente na alta do internamento. Efeti vamente este novo sistema permite canalizar para o BAPA a cedência de equipamento de uso mais corrente, existente no hos-pital, quando para uti lização temporária, privilegiando o SAPA para atribuição de produtos de apoio de consumo ou uti lização defi niti -va (dada a conti ngência de verbas e porque são equipamentos que frequentemente carecem de adaptações ao utente e que são mais dispendiosos).Permite melhorar a programação de altas nos serviços de interna-mento:

- Quando as mesmas dependam apenas da uti lização no domicílio de um produto de apoio adequado;- Como fator a ponderar pela Equipa de Gestão de Altas na referen-ciação dos utentes para a Rede Nacional de Cuidados Conti nuados Integrados, nomeadamente no que respeita à defi nição da ti polo-gia da resposta (internamento ou equipa domiciliária);- No planeamento da alta com os cuidados de saúde primários, quando o equipamento possa facilitar a conti nuidade de apoio no domicílio.O impacto positi vo do sistema implementado tem-se verifi cado pela diminuição signifi cati va das prescrições do SAPA relati vamen-te a anos transactos e pela boa receti vidade que os utentes têm manifestado devido à possibilidade de acesso imediato ao equipa-mento de que carecem para a sua recuperação, na alta do hospital ou em consulta externa.

Paula Torgal**Diretora do Serviço Social

Anabela Almeida**Vogal do Conselho de Administração

Efeti vamente este novo sistema permite canalizar para o BAPA a cedência de equi-pamento de uso mais corrente

Uma nova resposta no apoio à incapacidade e à deficiência

34

benvinda - revista chcb.indd 34benvinda - revista chcb.indd 34 14-10-2014 14:07:0714-10-2014 14:07:07

benvinda - revista chcb.indd 35benvinda - revista chcb.indd 35 14-10-2014 12:15:3414-10-2014 12:15:34

benvinda - revista chcb.indd 36benvinda - revista chcb.indd 36 14-10-2014 12:16:1814-10-2014 12:16:18