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Birre Mar/Abr/Mai 2015 32 Jogos de luz em Birre O gabinete de arquitectura Estúdio Amatam, composto por Manuela Tamborino e João Escaleira Amaral, foi distinguido na 18ª edição dos World Architecture Awards com o seu projecto para uma moradia em Birre. O colectivo foi o único português a receber a distinção O Estúdio Amatam, composto por Manuela Tamborino e João Esca- leira Amaral, foi distinguido na 18ª edição dos World Architecture Awards com o seu projecto para uma moradia em Birre. A mora- dia isolada localizada na zona de Cascais, foi “uma oportunidade de de- senvolver uma habitação que reflectisse as experiências resultantes das últimas viagens” dos dois arquitectos. Segundo João Escaleira Amaral e Manuela Tamborino, nesse sentido, “os planos inclinados, os cobogós e os pátios estão presentes neste projecto, reflexo do entendimento da plasticidade Suíça, do tratamento da luz modernista brasileiro e da es- pacialidade da arquitectura popular mediterrânica. Em declarações à Traço, João Escaleira Amaral e Manuela Tamborino contaram que foram avaliados 386 projectos, dos mais diversos países, dos quais 72 foram seleccionados para a avaliação dos membros Honorários da comuni- dade World Architecture. O Júri, composto por esses mesmos Membros – dos quais fazem parte arquitectos, críticos académicos, editores de revistas de arquitectura, curadores e outros peritos, autoridades de vá- rias instituições e organizações governamentais relacionados com a Ar- quitectura – foram convidados a escolher um conjunto de projectos dentre os candidatos, resultando assim numa lista de 20 projectos pre- miados, entre os quais o Estúdio AMATAM. A casa de Birre Foi com surpresa que nos pediram para desenvolver este projecto, começam por dizer à Traço, João Escaleira Amaral e Manuela Tam- borino. “Depois de uma visita inesperada ao local e de algumas con- “Apesar de aparentemente, ao olhar do transeunte, se assumir como um volume fechado, pro- curámos criar para quem habita esta moradia, um cuidado jogo de aberturas de luz que permi- tem que essa seja a qualidade que mais se destaca” Texto: Jornal Construir Fotos: D.R.

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Birre

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Jogos de luz em Birre

O gabinete de arquitectura Estúdio Amatam, composto por Manuela Tamborino e João EscaleiraAmaral, foi distinguido na 18ª edição dos World Architecture Awards com o seu projecto parauma moradia em Birre. O colectivo foi o único português a receber a distinção

OEstúdio Amatam, composto por Manuela Tamborino e João Esca-leira Amaral, foi distinguido na 18ª edição dos World ArchitectureAwards com o seu projecto para uma moradia em Birre. A mora-

dia isolada localizada na zona de Cascais, foi “uma oportunidade de de-senvolver uma habitação que reflectisse as experiências resultantes dasúltimas viagens” dos dois arquitectos. Segundo João Escaleira Amarale Manuela Tamborino, nesse sentido, “os planos inclinados, os cobogóse os pátios estão presentes neste projecto, reflexo do entendimento daplasticidade Suíça, do tratamento da luz modernista brasileiro e da es-pacialidade da arquitectura popular mediterrânica. Em declarações àTraço, João Escaleira Amaral e Manuela Tamborino contaram que foramavaliados 386 projectos, dos mais diversos países, dos quais 72 foramseleccionados para a avaliação dos membros Honorários da comuni-dade World Architecture. O Júri, composto por esses mesmos Membros– dos quais fazem parte arquitectos, críticos académicos, editores derevistas de arquitectura, curadores e outros peritos, autoridades de vá-rias instituições e organizações governamentais relacionados com a Ar-quitectura – foram convidados a escolher um conjunto de projectosdentre os candidatos, resultando assim numa lista de 20 projectos pre-miados, entre os quais o Estúdio AMATAM.

A casa de BirreFoi com surpresa que nos pediram para desenvolver este projecto,começam por dizer à Traço, João Escaleira Amaral e Manuela Tam-borino. “Depois de uma visita inesperada ao local e de algumas con-

“Apesar de aparentemente, aoolhar do transeunte, se assumircomo um volume fechado, pro-

curámos criar para quem habitaesta moradia, um cuidado jogode aberturas de luz que permi-tem que essa seja a qualidade

que mais se destaca”

Texto: Jornal ConstruirFotos: D.R.

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versas sobre sonhos e pretensões, começámos a delinear o que viriaa ser a casa de Birre”. Segundo os arquitectos, dada a sua localiza-ção num lote de gaveto, a opção foi a de “limitar as aberturas nos

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alçados mais públicos, abrindo a vivência interior para a massa ar-bórea existente no interior dos lotes circundantes”. Um controlo daprivacidade que, explicam, “nos levou a gerar uma série de pátios

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interiores que pretendem estender a vivência da casa para além doaparente, das próprias paredes, criando relações visuais entre osdiversos pisos, num jogo no qual a fronteira do interior e exterior sedilui entre terraços e varandas, áreas cobertas e descobertas, pla-nos perfurados e opacos”. A nível programático o piso de entradaassume a função mais social da casa, “com uma forte relação com apiscina que rasga o volume da habitação convidando ao mergulho”,explicam. As áreas mais privadas encontram-se no piso superior,“tirando partido dos diferentes pátios e das relações que se esta-belecem com o exterior e com as vistas circundantes”. O piso dacave, recebe todas as funções mais técnicas da moradia. João Es-caleira Amaral e Manuela Tamborino, sublinham, “apesar de apa-rentemente ao olhar do transeunte assumir-se como um volume

fechado, procurámos criar para quem habita esta moradia, um cui-dado jogo de aberturas de luz que permitem que essa seja a quali-dade que mais se destaca”. Á Traço, a dupla de arquitectos garanteque “a luz natural percorre a habitação em todos os seus pisos e di-visões, criando diferentes atmosferas consoante o percurso solardurante o dia”. �

A nível programático o piso deentrada assume a função maissocial da casa, “com uma forte

relação com a piscina que rasgao volume da habitação convi-

dando ao mergulho”

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