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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E HUMANAS - DCETH CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JOAQUIM DE SOUZA MOURA FILHO DIAGNÓSTICO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS - UM ESTUDO DE CASO DA RN-041 ANGICOS-RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

CAMPUS ANGICOS

DEPARTAMENTO CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E

HUMANAS - DCETH

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

JOAQUIM DE SOUZA MOURA FILHO

DIAGNÓSTICO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS -

UM ESTUDO DE CASO DA RN-041

ANGICOS-RN

2013

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JOAQUIM DE SOUZA MOURA FILHO

DIAGNÓSTICO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS –

UM ESTUDO DE CASO DA RN-41

Monografia apresentada à

Universidade Federal Rural do Semiárido -

UFERSA, Campus Angicos, para a

obtenção do título de Bacharel em Ciência e

Tecnologia.

Orientadora: Profª Dra. Marcilene

Vieira da Nóbrega.

ANGICOS-RN

2013

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JOAQUIM DE SOUZA MOURA FILHO

DIAGNÓSTICO DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS –

UM ESTUDO DE CASO DA RN-041

Monografia apresentada ao Campus Angicos

da Universidade Federal Rural do Semiárido

para obtenção do título de Bacharel em

Ciência e Tecnologia.

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A Aristofanes Batista da Cunha (in memoriam), que foi meu avô, o homem mais sábio e

sincero que conheci exemplo de hombridade, caráter, amor. Homem cujo as qualidades são

bitolas para minha vida e que memória sempre estará em meu coração.

A Eberton da Cunha (in memoriam), que foi

meu primo, companheiro de brincadeira ao

qual tenho amor de irmão.

A meus pais, Joaquim de Souza Moura e

Maria Agenora da Cunha Moura, que com

muito suor, lágrimas e calos nas mãos, são

totais responsáveis por hoje eu está aqui.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, criador dos céus e terra, ser supremo ao qual eu sirvo com toda a minha alma. Pai

eterno que me concede o sopro da vida e em quem todas minhas decisões e ações estão

pautadas.

À minha professora orientadora, Dra. Marcilene Vieira da Nóbrega, pessoa esta que

personifica o termo “professor”, tenho ciência que sem seu apoio, dedicação e paciência, esse

trabalho não seria possível.

Ao meu pai, Joaquim de Souza Moura, homem ao qual devo todo meu respeito e admiração.

Este homem com muito suor, calos nas mãos e pele queimada do trabalho no campo,

conseguiu educar três filhos, e forma-los como seres de caráter excepcional, deixando-lhes o

maior bem, á educação. Pai ser seu filho é um orgulho e honra. Deus não poderia ter me

presenteado com um pai melhor.

À minha mãe, Maria Agenora da Cunha Moura, mulher forte, de fibra, que está realizando seu

sonho, ver seus filhos se formem. Mãe obrigada pelo incentivo, por ter me posto de castigo

para fazer a lição, pelas cobranças, por ter mim alfabetizado em casa antes da pré-escola, por

não ter desistido de mim quando eu havia desistido. Você é a maior responsável por esse

momento, te amo.

A minha companheira e melhor amiga, Gabriela Rute de Souza Moura. Rek muito obrigado

por está ao meu lado esses dois anos, você resgatou um Souza que antes de você estava

perdido, obrigado pela companhia enquanto eu estudava, por cada vez que falei em desistir e

você disse calma.

Ao meu sogro Luciano Barros, homem ao qual aprendi a admirar e amar como pai, e cujo a

honra, o caráter e o garbo é digno de louvor. Obrigado pelos conselhos e advertências. Saiba

que te admiro muito.

A minha sogra Márcia Carvalho, que durante dois anos tem sido uma segunda mãe. Pessoa a

qual admiro e respeito.

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As minhas irmãs Agelica Kaynne e Angela Kelly, minhas amigas e parceiras, que me

aconselham e me dão colo, peças fundamentais para eu ser quem eu sou hoje, sempre as

protegerei. Eu as amo.

A meus cunhados, por que não dizer irmãos, Pedro Lucas e Daniela Cristina, obrigado pelo

incentivo, apoio e amor.

A meu cunhado Jobson Hugo, amigo que tenho hoje como irmão.

Aos meus avós José Augusto e Maria das Dores, que nunca deixarão de acreditar em mim.

A minha vozinha Expedita Luiza, que sempre me dar carinho e atenção e com sua imensa

sabedoria sempre tem algo a dizer.

Á Edvaldo Felipe e Maria Divanir, casal ao qual devoto todo meu carinho e afeto, avós que

ganhei de presente. Muito obrigado por tudo véios.

Aos meus tios, em especial a Luiza Aída. Madrinha obrigada por tudo, você é uma das

responsáveis por esse momento.

A banca por ter aceitado o convite, gostaria de salientar que sem vocês esse trabalho não

poderia ter sido possível.

Ao meu amigo e irmão João Paulo. Baixin muito obrigado, você é um irmão, seus conselhos

foram de grande valia para minha vida.

Aos meus companheiros de estudo, Emerson Tales, Tales Ginani, Luiz Antonio, Jhessica

Mayara, Alice, João Paulo Caraú, Emanuel Erivan, entre outros, obrigado, sem vocês eu não

estaria aqui, quero que saibam que considero vocês muito mais que colegas de banca de

academia, mas sim amigos que fiz para toda a vida.

A meu grande amigo, conselheiro e irmão mais velho, Edivaldo Rodrigues. Cara você foi o

maior incentivador para que eu estivesse aqui em Angicos, obrigado por tudo, cada conselho,

cada repreensão, te agradeço de verdade, me ajudaste a ser uma pessoa melhor.

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Ao pessoal de Santana, muito obrigado pelo companheirismo, vocês estarão sempre comigo

mesmo que fisicamente estejamos longe, sempre estarão em minha memória.

Ao pessoal do 7º DR-RN, nas pessoas de seu Francisquinho, João Maria e Magnos, sem o

apoio e colaboração de vocês esse trabalho seria impossível.

A Lardjane Ciriaco, uma das responsáveis pelo estagio que deu origem a esse trabalho.

Ao DER-RN, na pessoa de Dra. Francine que prestou todo o apoio possível a este trabalho.·.

Aos professores, Edcarlos Leite, Alex Lima, Aerson Barreto, Sâmea Valesca, Núbia, Isabelle

Marie, Anísio, Franciné, Marcos Vinicius, Rita Diana, Wivaldo Junior, Matheus, entre outros,

que são os responsáveis por minha formação. Obrigado queridos mestres, sempre guardarei

seus ensinamentos.

A UFERSA-Angicos, minha segunda casa, instituição a qual eu aprendir amar e zelar, sempre

a honrarei.

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“Porque se um cair, o outro levanta o

seu companheiro; mas ai do que estiver só;

pois, caindo, não haverá outro que o levante.”

(Eclesiastes 4:10)

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RESUMO

Desde a antiguidade percebeu-se a necessidade de aplicação de manutenção, conservação e

reparos em pavimentos. Os defeitos em pavimentos surgem principalmente devido ações do

tempo, intempéries climáticas, por projetos mal executados, falta de planejamento e

manutenções mal executadas. Em geral as estradas do Brasil apresentam sérios problemas de

superfícies, como buracos, fissuras e afundamentos. Além desses problemas é fácil detectar,

problemas em obras de artes, aparelhos de drenagem e sinalização. Devido a isso a

manutenção em pavimentos asfáltico é algo crucial para o bom desempenho das rodovias.

Tendo em vista esse fato decidiu-se fazer um estudo de caso da RN-041, abordando seus

principais problemas, manobras de manutenção e reparos. A ideia desse trabalho surgiu a

partir de um estágio no Sétimo Distrito Rodoviário do Estado do Rio Grande do Norte. Foi

possível perceber os principais problemas bem como as manobras de reparos e manutenção

usadas para corrigi-los. Depois foi realizado um levantamento fotográfico e em seguida

comparou-se as atividades executadas com a literatura e normas vigentes. Concluiu-se que se

faz necessário uma melhor capacitação dos trabalhadores que executam as referidas

manobras, bem como a necessidade de um planejamento das manobras de manutenção, além

de uma melhor adequação das operações com a literatura citada.

Palavras-chave: Pavimentos. Manutenção. Conservação. Reparos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – (a) Vista da calçada de Lorena e (b) Esquema estrutural da técnica

pavimentum.................................................................................................................

17

Figura 2 – Vista do Caminho do Mar.......................................................................... 18

Figura 3 – Imagem da Base Aérea de Natal em 1943.................................................. 20

Figura 4 – Perfil das estruturas de pavimentação........................................................ 21

Figura 5 – Camadas do Pavimento.............................................................................. 23

Figura 6 – Mapa geológico demonstrando as alternativas de traçado...................... 29

Figura 7 – Evolução da degradação das rodovias federais de 1979 a 2003............ 36

Figura 8 – Trinca longitudinal causada por fadiga...................................................... 40

Figura 9 – Afundamento.............................................................................................. 41

Figura 10 – Desgaste por polimento de agregado........................................................ 41

Figura 11 – Panela em camada não superficial............................................................ 42

Figura 12 – Remendo bem executado.......................................................................... 42

Figura 13– Limpeza de sarjeta revestida de concreto................................................. 45

Figura 14 – (a) Limpeza manual de bueiro, (b) Limpeza de bueiro com uso

escavadeira hidráulica..................................................................................................

46

Figura 15 – (a) Roçada manual e (b) Roçada mecânica.............................................. 47

Figura 16 – Processo para recuperação de trincas inferior a 3mm............................ 48

Figura 17 – Processo para recuperação de trincas superiores a 3mm....................... 49

Figura 18 – Recuperação manual de aparelho de drenagem...................................... 50

Figura 19 – Trecho da rodovia utilizado na pesquisa................................................. 53

Figura 20 – Mapa rodoviário do Rio Grande do Norte, com detalhe para a

localização do 7° DR-RN.............................................................................................

54

Figura 21 – Medição da largura da plataforma estradal da RN-041......................... 55

Figura 22 – Principal saída de Santana do Matos na RN-041................................... 55

Figura 23 – (a) Curva sem visibilidade frontal e sem sinalização na RN-041 e

(b) Trecho da rodovia sem acostamento......................................................................

57

Figura 24 – Trecho da rodovia com recorrência de panelas........................................ 58

Figura 25 – Remendos realizados para corrigir os buracos......................................... 59

Figura 26 – Procedimentos de reparos em panelas...................................................... 60

Figura 27 – Remendo profundo sem reconstituição das camadas estruturais.............. 61

Figura 28 – Cortes realisado em panela sem retirar as margens danificadas............... 61

Figura 29 – Buraco provocado por fissuras não tratadas............................................. 62

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Figura 30 – Afundamento na RN – 041 por causa do efeito borrachudo.................. 63

Figura 31 – Afundamento causado pelo efeito borrachudo devido equipamento de

drenagem danificado....................................................................................................

63

Figura 32 – Erosão no corpo da estrada provocado por ineficiência da drenagem..... 64

Figura 33 – Trecho de meio fio e calhas recuperadas.................................................. 65

Figura 34 – Limpeza manual de sarjetas...................................................................... 65

Figura 35 – Roçada manual sendo executada em trecho da RN-041........................... 66

Figura 36 – Desgaste provocado por capinação feita de forma inadequada................ 67

Figura 37 – Ponte com os guarda corpos danificados................................................. 68

Figura 38 – (a) Bueiro com corrosão apresentando a armadura de ferro e

(b) Desgaste no piso do bueiro.....................................................................................

68

Figura 39 – Faixa de sinalização vertical totalmente danificada................................. 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Descrição das subdivisões entre as camadas de revestimento asfáltico..... 24

Tabela 2 – Listagem de instruções de serviços............................................................ 28

Tabela 3 – Relação entre o IRI e o QI.......................................................................... 38

Tabela 4 – Condição do pavimento por VSA.............................................................. 39

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente

CNT Confederação Nacional do Transporte

DER-RN Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transporte

DR Distrito Rodoviário

FRN Fundo Rodoviário Nacional

ICPF Índice de Condição do Pavimento Flexível

IES Índice de Estado de Superfície

IGGE Índice de Gravidade Global

IRI Índice de Irregularidade da Superfície

LVC Levantamento Visual Continuo

PMF Pré Misturado a Frio

PSI Present Serviability Rating

QI Quociente de Irregularidade

TR Trinca

VSA Valor de Serventia Atual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 16

2.1 BREVE HISTÓRICO DA PAVIMENTAÇÃO ................................................................. 16

2.1.1 Contexto histórico mundial .......................................................................................... 16

2.1.2 A pavimentação no Brasil – breve histórico ................................................................ 17

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS ......................................................................... 20

2.2.1 Tipos de pavimentos ...................................................................................................... 21

2.2.2 Classificação das camadas dos pavimentos ................................................................. 22

2.3 IMPLANTAÇÃO DE RODOVIAS ................................................................................... 25

2.3.1 Projeto de engenharia ................................................................................................... 26

2.3.1.1 Estudo geológico .......................................................................................................... 29

2.3.1.2 Estudo hidrológico ........................................................................................................ 30

2.3.1.3 Estudos topográficos..................................................................................................... 30

2.3.1.4 Estudos geotécnicos ...................................................................................................... 31

2.3.1.4.1Fase preliminar .......................................................................................................... 31

2.3.1.4.2 Fase de projeto executivo .......................................................................................... 31

2.3.1.5 Projeto geométrico ........................................................................................................ 32

2.3.1.5.1 Fase de projeto básico ............................................................................................... 33

2.3.1.5.2 Fase de projeto executivo .......................................................................................... 33

2.3.1.6 Projeto de terraplenagem .............................................................................................. 33

2.3.1.7 Projeto de drenagem ..................................................................................................... 33

2.3.2 Condicionamento ambiental ......................................................................................... 34

2.3.3 Execução da obra ........................................................................................................... 34

2.4 MANUTENÇÃO DAS RODOVIAS ................................................................................. 35

2.4.1 Defeitos na superfície dos pavimentos ......................................................................... 35

2.4.1.1 Parâmetros para medição da irregularidade na superfície dos pavimentos .................. 37

2.4.1.2 Principais causas de defeitos na superfície dos pavimentos ......................................... 39

2.4.1.3Defeitos de superfície nos pavimentos asfálticos .......................................................... 39

2.4.2 Outros problemas relacionados à manutenção de rodovias ...................................... 43

2.4.3 Atividades típicas da manutenção de rodovias ........................................................... 44

2.4.3.1Conservação .................................................................................................................. 44

2.4.3.1.1 Conservação preventiva periódica ............................................................................ 45

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2.4.3.1.2 Conservação corretiva rotineira ............................................................................... 47

2.4.3.2 Remendos ..................................................................................................................... 51

2.4.3.3 Recuperação superficial ................................................................................................ 51

2.4.3.6 Ações de emergência .................................................................................................... 52

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 53

3.1 CARACTERISTICAS GERAIS DA RN 041 .................................................................... 53

3.3 LEVANTAMENTOS DOS DADOS ................................................................................. 56

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 57

4.1 SITUAÇÃO GERAL DO TRECHO ESTUDADO ........................................................... 57

4.2 MANUTENÇÃO DA RODOVIA...................................................................................... 58

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 71

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1 INTRODUÇÃO

Desde o princípio da história a construção de estradas está ligada diretamente com o

desenvolvimento humano. As primeiras técnicas de pavimentação surgiram em razão do

crescimento das cidades considerando seus objetivos, extensões e impacto social. Essas

técnicas devem ser atribuídas à forma de organização da vida urbana dos povos etruscos e

cartagineses, povo do qual os romanos usaram suas técnicas e aprimoraram. A pavimentação

de estradas é um dos motores que impulsionam a economia de um país.

Bernucci et al. (2006) define pavimento como uma estrutura constituída de múltiplas

camadas de dimensões finitas, que tem por finalidade suportar, de forma viável, tecnicamente

e economicamente as tensões provocadas pelos esforços fornecidos pelo tráfego de veículos e

as intempéries climáticas. Já Balbo (2007) define pavimento como uma estrutura não perene,

constituída de várias camadas de diferentes materiais compactados, de forma a atender

estruturalmente e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao mínimo custo

possível.

De acordo com DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

(2006a), os pavimentos são classificados em três tipos: pavimentos rígidos são àqueles cujo

revestimento tem elevada rigidez em relação às camadas inferiores. Os pavimentos

semirrígidos são caracterizados por uma base cimentada por algum aglutinante com

propriedades características da cimentação. Já os pavimentos flexíveis são aquele que todas as

camadas sofrem deformação elástica significativa devido aos carregamentos que exerce um a

tensão sobre a mesma, logo as cargas se distribui ao longo das camadas de forma

praticamente equivalente. Um exemplo de pavimento flexível são os pavimentos construídos

sobre uma base de terra e solos pedregulho, revestido com material asfáltico,

No Brasil predomina o uso de pavimentos asfálticos. De acordo com Bernucci et al.

(2006) estes são flexíveis ou semirrígidos e são constituídos basicamente de agregados e

ligantes asfálticos. O autor afirma que os pavimentos desta natureza são constituídos por

quatro camadas principais: revestimento asfáltico, base, sub-base e reforço do subleito. O

revestimento asfáltico é a camada superior destinada a sofrem as ações das tensões fornecidas

pelo tráfego de veículos bem como as intempéries climáticas desta forma protegendo as

camadas inferiores. Outra função do revestimento é proporcionar conforto de rolagem para os

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usuários. Contudo, no decorrer do tempo, os pavimentos começam a perder sua

funcionalidade.

O DNIT (2005) afirma que, desde o final da década de 70 as rodovias brasileiras

davam sinais de fadiga e a situação agravou-se nos últimos anos. Ainda segundo o mesmo

manual, as rodovias nacionais ultrapassaram muito o seu tempo de vida útil. Segundo Balbo

(2007) a degradação de rodovia acarreta prejuízos enormes, desde os reparos das rodovias até

acidentes automobilísticos causados pela má conservação das vias.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) em sua 16º pesquisa rodoviária

constatou que somente cerca 26% (vinte e seis por cento) das estradas brasileiras apresentam-

se em ótimo estado de conservação, o restante está desgastado ou apresenta outros defeitos

como trincas, afundamentos ou remendos, erros de traçado e sinalização deficiente (CNT,

2012). De acordo com a pesquisa aproximadamente 62% (sessenta e dois por cento) das

rodovias do Rio Grande do Norte apresentam problemas na superfície de rolagem. De acordo

com os dados, nota-se que a conservação das rodovias brasileiras encontram-se em um estado

critico, sobretudo no Rio Grande do Norte - RN.

Tendo em vista os problemas citados, este trabalho traz um estudo de caso da rodovia

RN041 no trecho que liga a cidade de Santana do Matos a BR-304. Será analisado o estado de

degradação da rodovia, quais os possíveis defeitos e como é feito essa manutenção.

A ideia deste trabalho foi norteada a partir de um estágio realizado na Sétimo Distrito

Rodoviário do Rio Grande do Norte (7º DR-RN). Com as atividades em campo, trabalhos em

rodovias estaduais, notou-se certa deficiência nas manobras de manutenção, surgindo a ideia

de fazer um estudo de caso que consideraria os defeitos mais impactantes para as rodovias.

Devido a proximidade, e o efeito sócio econômico para a cidade de Santana do

Matos e região, foi escolhido para realizar o estudo a RN-041, no trecho que liga da BR-304

até Santana do Matos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 BREVE HISTÓRICO DA PAVIMENTAÇÃO

2.1.1 Contexto histórico mundial

Desde a antiguidade a construção de estradas pavimentadas tem sido indispensável

para o desenvolvimento da humanidade e a pavimentação surge como uma forma eficaz para

conservação dessas estradas. Percorrer a história da pavimentação nos remete à própria

história da humanidade, passando pelo povoamento dos continentes, conquistas territoriais,

intercâmbio comercial, cultural e religioso, urbanização e desenvolvimento. (BERNUCCI et

al., 2006).

De acordo com Balbo (2007) desde antiguidade, o homem, a fim de obter melhor

acesso as áreas cultivadas, as fontes de madeira, rochas e minerais, além da expansão de

fronteiras, criou o que hoje é chamado de estradas e provavelmente o relato mais antigo sobre

essa ferramenta fundamental é proveniente da China. Posteriormente, os romanos vieram

aperfeiçoar as estradas acrescentando pavimentos e drenagem tornando-as duradouras.

Desde o principio do homem histórico, a pavimentação vem sendo apresentada como

uma forma viável para perdurar as estradas, até mesmo para trabalhos que não envolvem

veículos de rolamento, como relata Saurnier (1936 apud BERNUCCI et. al., 2006, p. 11):

Uma das mais antigas estradas pavimentadas implantadas não se destinou

a veículos com rodas, mas a trenós para o transporte de cargas. Para a construção das

pirâmides no Egito (2600-2400 a.C.), foram construídas vias com lajões justapostos

em base com boa capacidade de suporte. O atrito era amenizado com umedecimento

constante por meio de água, azeite ou musgo molhado (SAUNIER, 1936).

As estradas sempre foram fontes de poder e desenvolvimento ao longo da história

destacando-se as aplicações militares, religiosas e de comércio. As primeiras técnicas de

pavimentação surgiram em razão do crescimento das cidades, considerando seus objetivos,

extensões e impacto social, deve ser atribuída a forma de organização da vida urbana dos

povos etruscos e cartagineses, povos dos quais os romanos usarão suas técnicas e aprimorar

(BALBO, 2007).

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Balbo (2007) afirma que, séculos mais tarde com o advento do desenvolvimento dos

veículos motorizados a pavimentação deu um novo salto na história. Em 1870, foi construído

o primeiro pavimento com revestimento asfáltico nos Estados Unidos. Por volta de 1890 o

pavimento com revestimento de concreto passou a ser usado em grande escala em várias

regiões da Europa.

2.1.2 A pavimentação no Brasil - breve histórico

Segundo Balbo (2007) no final do século XVIII, por iniciativa do governador da

capitania de São Paulo foi construída a primeira estrada pavimentada no Brasil. A primeira

obra de pavimentação do País que levava em conta os preceitos da engenharia denominava-se.

A calçada de Lorena e ligava o Planalto Paulista ao Porto de Santos (Figura 1a). A calçada de

Lorena foi construída usando a antiga técnica romana que recebia o nome pavimentum.

Figura 1 - (a) Vista da calçada de Lorena e (b) Esquema estrutural da técnica pavimentum

(a) (b)

Fonte: (a) e (b), Balbo (2007)

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Balbo (2007) descreve a técnica do pavimentum, (Figura 1b):

Essa pavimentação pioneira no Brasil Colonial (a não ser que não

queiramos tratar pavimento as técnicas romanas – pavimentum – ou ainda considera

que não se pavimenta com por paralelepípedos) era composta de revestimentos

como aqueles empregados dois milênios antes, em pedras recortadas justapostas,

com cerca de 200mm de espessura, assentada sobre base de 300mm a 500mm de

pedregulho e saibro existente na Serra do Mar e na Baixada Santista.

Além da calçada de Lorena houveram as construções de pavimentos no período do

Brasil Colonial e Imperial, principalmente na região de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas

Gerais. História das Rodovias (2004 apud BERNUCCI et al., 2006) relata, que em 1841 o

imperador D. Pedro II, encarregou o engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler de construir

uma estrada do Porto da Estrela (RJ) até Petrópolis.

Porém investimentos eficazes em infraestrutura rodoviárias só vieram a ser feitos no

século XX. De acordo com Balbo (2007) no começo do século XX era comum empregar o

emprego de camadas de macadame hidráulico ou betuminoso sobre os subleitos,

pavimentando-os.

Balbo (2007) relata que em 1922, um trecho do Caminho do Mar, entre o marco do

Lucena e o Rancho da Maioridade, local mais íngreme da serra do Mar, foi pavimentada com

concreto de cimento Portland. Segundo o autor outra grande obra realizada nos anos 20 foi a

estrada que liga o Rio de Janeiro a Petrópolis, também com revestimento de concreto de

cimento Portland. A Figura 2 mostra uma pequena vista do Caminho do mar.

Figura 2 – Vista do Caminho do Mar

Fonte: Balbo (2007)

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Em 1928 foi inaugurada pelo presidente Washington Luiz a rodovia Rio-São Paulo

com 506 km, sendo um marco na nova política das rodovias federais (BERNUCCI et al.,

2006).

Segundo Bernucci et al. (2006) , em 1937 o então presidente, Getúlio Vargas, criou o

Departamento Nacional de Estrada de Rodagens (DNER). De acordo com o autor na década

de 1940 houve um avanço das rodovias devido o contato com a tecnologia americana.

Segundo Bernucci et al. (2006) , em 1937 o então presidente, Getúlio Vargas, criou o

Departamento Nacional de Estrada de Rodagens (DNER). De acordo com o autor na década

de 1940 ouve uma avanço das rodovias devido o contato com a tecnologia americana.

Em 1946 foi criado o plano Fundo Rodoviário Nacional (FRN) um dos responsáveis

pelo alavancamento das rodovias nas décadas de 40 a 50, outro fator crucial foi a criação da

Petrobras (BERNUCCI et al., 2006). Segundo Prego (2001 apud BERNUCCI et al., 2006) o

ano de 1950 foi destacado pelo inicio da produção de pavimento em escala industrial e do

surgimento de grandes firmas construtoras.

Também nos anos 50 foi realizado um programa de melhorias de estradas vicinais,

incluindo abertura e implantações de estradas no interior do Nordeste visando a precariedade

dessa região assolada pela seca. Em 1956, a indústria automobilística foi implantada no

Brasil. No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) houve um impulso das áreas

pavimentadas no País.

Bernucci et al. (2006), afirma que durante o governo militar destacou-se várias

rodovias entre elas a Transamazônica e a ponte Rio Niterói.

De acordo com Balbo (2007), dos anos 60 aos anos 70 ouve muitos eventos

marcantes para a pavimentação no Brasil entre eles estão, a rodovia Castelo Branco em 1967,

a Rodovia Porto Alegre-Osório (1974), entre outras tantas. No final do século XX e inicio do

XXI destacam-se a duplicações e melhoria de vias federais como, por exemplo, a duplicação

da BR-101 e da BR-116.

Segundo o autor acima citado, na década de 90 o governo federal junto aos

governadores de vários estados do Brasil engajou-se em um processo de concessão e

manutenção de rodovias pela iniciativa privadas. De acordo com o autor, em geral as

concessões tem melhorado as condições das vias apesar da pouca expansão da malha viária.

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No Rio Grande do Norte o grande avanço da pavimentação se deu com a escolha de

Parnamirim como base para os exércitos americanos, sendo a pavimentação da Base Aérea de

Natal uma das primeiras executadas no estado, (PEIXOTO, 2003).

Na Figura 3 obseva-se a uma imagem da base aérea de Natal no ano de 1943.

Figura 3 - Imagem da Base Aérea de Natal em 1943

Fonte: Adaptado de Peixoto (2003)

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de espessuras finitas, construída

sobre a superfície final de terraplanagem, destinada a resistir aos esforços fornecidos pelo

tráfego de veículos e as intempéries climáticas, de forma a ser tecnicamente e

economicamente viavel (BERNUCCI et al., 2006).

Balbo (2007) afirma que pavimento é uma estrutura não perene, composto por várias

camadas de diferentes materiais compactados a partir do subleito do corpo estradal, de forma

a atender estruturalmente e operacionalmente ao tráfego, de maneira durável e ao mínimo

custo possível. Pode-se perceber que ambos ou autores se complementam e ressaltam a

importância de fatores como a durabilidade e a viabilidade econômica.

De acordo com o DNIT (2006a) pavimento de uma rodovia é uma superestrutura

constituída por camadas finas, assentadas sobre um subespaço considerado teoricamente

como infinito em relação às estruturas superiores, ao qual denomina-se de subleito.

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2.2.1 Tipos de pavimentos

Para o DNIT (2006a) os pavimentos são classificados em três tipos:

a) Rígidos – São aqueles cujo revestimento tem elevada rigidez em relação às camadas

inferiores, desta forma, absorve praticamente todas as tensões provenientes dos carregamentos

aplicados, como por exemplo, pavimentos cujo revestimento é feito de concreto de cimento

Portland.

b) Semi-rígidos – Caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com

propriedades características da cimentação, um exemplo desse tipo de pavimento são

pavimentos onde uma camada é de solo cimento e a outra de material asfáltico.

c) Flexíveis – Esse tipo de pavimento é aquele que todas as camadas sofrem deformação

elástica significativa, devido o carregamento que exerce uma tensão sobre a mesma, logo as

cargas se distribuem ao longo das camadas de forma praticamente equivalente. Um exemplo

desse tipo de asfalto são os pavimentos construídos sobre uma base de terra de solo

pedregulhoso revestido por material asfáltico.

Na Figura 4 apresenta-se a diferença entre o pavimento flexível a esquerda e o rígido

à direita.

Figura 4 – Perfil das estruturas de pavimentação

Fonte: DNIT (2006a)

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Salienta-se que esses conceitos sobre os tipos de pavimentos, não são universais, ou

seja, a diferentes tipos de ponto de vista. Balbo (2007) afirma que as tentativas de

classificações e definições são limitadas, tornando-o ineficientes.

Bernucci et al. (2006), classificam os pavimentos em dois tipos, concreto-cimento e

asfáltico. De acordo com o autor os pavimentos de concreto-cimento são aqueles em que o

revestimento é feito de concreto de cimento Portland. Nesses pavimentos a espessura é pré-

fixada em função da resistência a flexão da placa de concreto e das camadas abaixo, esse tipo

de pavimento pode ser confeccionado com barras de aço ou não. Os pavimentos asfálticos são

aqueles, em que o revestimento é constituído basicamente de um agregado e um ligante

asfáltico (BERNUCCI et al., 2006).

Apesar de diferentes pontos de vistas de diversos autores e do próprio órgão

regulamentador, basicamente os tipos de asfaltos estão diretamente ligados a sua resistência a

tensões e a transferência dessas tensões para as camadas inferiores em relação ao

revestimento.

2.2.2 Classificação das camadas dos pavimentos

Segundo Balbo (2007) o pavimento de forma bem dividida tem cinco camadas,

revestimento, base, sub-base, reforço do subleito e subleito, sendo este último parte integrante

da estrutura, pois é a fundação parte estruturante do pavimento. De acordo com o autor

dependendo do caso, o pavimento poderá não possuir camada de sub-base ou de reforço,

porém a existência de revestimento, nem que seja primário (cascalhamento, agulhamento), e

de subleito é indispensável para que a estrutura seja denominada de pavimento.

Já Bernucci et al. (2006) não consideram o subleito como uma camada da estrutura

do pavimento, mas sim como um extrato natural que receberá a estrutura asfáltica. Porém seus

conceitos e proposições são bem semelhantes não trazendo nenhum prejuízo para o

entendimento.

Abaixo serão definidas as camadas do pavimento, neste caso adota-se o

entendimento de Balbo (2006) sobre as camadas constituintes como indicado na Figura 5.

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Figura 5 – Camadas do Pavimento

Fonte: Adaptado de CNT (2012)

a) Revestimentos:

São as camadas mais externas que deverão receber os esforços oferecidos pelos

veículos sem sofrer grandes deformações plásticas ou elásticas, não sofrer desagregação dos

componentes nem perda de compactação; por esta razão necessitam ser compostos por

materiais bem aglutinantes que impeçam a movimentação horizontal (BERNUCCI et al.,

2006).

Os revestimentos asfálticos muitas vezes são subdivididos em duas ou mais camadas

por razões técnicas, construtivas e de custo. Assim é comum ouvir expressões, como por

exemplo, camada de rolamento e camada de ligante (do inglês binder). A Tabela 1 possui

algumas possíveis subdivisões entre a camada de revestimento asfáltico.

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Tabela 1 – Descrição das subdivisões entre as camadas de revestimento asfáltico

DESIGNAÇÃO DO

REVESTIMENTO DEFINIÇÃO ASSOCIAÇÕES

Camada de rolamento

É a camada superficial do

pavimento, diretamente em

contato com as cargas e com

ações ambientais

Camada de desgaste, capa

de rolamento, revestimento

Camada de ligação

É a camada intermediária,

também em mistura asfáltica,

entre a camada de rolamento

e a base do pavimento

Camada de binder ou

simplesmente binder

Camada de nivelamento

Em geral, é a primeira

camada de mistura asfáltica

empregada na execução de

reforços (recapeamento),

cuja função é corrigir os

desníveis em pista,

afundamentos localizados,

enfim, nivelar o perfil do

greide para posterior

execução da nova camada de

rolamento.

Camada de reperfilagem

ou simplesmente

reperfilagem

Camada de reforço

Nova camada de rolamento,

após anos de uso do

pavimento existente,

executada por razões

funcionais, estruturais ou

ambas

“Recape” e recapeamento

são termos populares (usa-

se também a expressão

“pano asfáltico”, que

muitas vezes parece

comprometer menos)

Fonte: Adaptado de Balbo (2007).

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b) Reforço de Subleito:

Baldo (2007) afirma que quando o subleito é constituído por um solo cujo as

propriedades de engenharia são insatisfatória, faz-se necessário uma camada de solo de

melhor qualidade que possa melhorar suas propriedades, essa camada de solo pode ser

denominada de reforço do subleito. Porém, de acordo com o autor essa camada pode ser

dispensada, pois em tese dependendo da espessura das camadas superiores esses esforços

podem ser aliviados sem o reforço, mas mesmo assim é bem usado mesmo nessas situações,

pois o uso do reforço diminuiria a espessura das camadas superiores reduzindo assim os

custos sem comprometer o pavimento, sobretudo no caso de pavimentos asfálticos.

c) Base e Sub-base:

A base é a camada imediatamente inferior ao revestimento e como podemos perceber

no nome a sub-base e a camada subsequente.

As camadas de base e sub-base surgem para aliviar os esforços das camadas

inferiores, que também desempenham um papel importante na drenagem (BALBO, 2007).

Segundo Baldo (2007) quando a base é exigida para finalidade situada acima ela é muito

espessa e por motivos naturais e econômicos procura-se criar uma sub-base.

As bases podem ser constituídas por solo estabilizados naturalmente , brita graduada,

brita graduada tratada, solos estabilizados quimicamente ou com ligante asfáltico e concreto,

etc. A sub base poderá usar os mesmos materiais (BALBO, 2007). Na região semiárida do

Rio Grande do Norte, devido ter um solo relativamente jovem, é abundante o material para

constituição de bases e sub-base sendo usado principalmente o piçarro.

2.3 IMPLANTAÇÃO DE RODOVIAS

A implantação de uma rodovia compreende a construção de infraestrutura viária,

envolvendo serviços preliminares como estudos geológicos, ambientais e topográficos;

execução da plataforma terraplanada e de obras de drenagem, de passagem de água e

relacionados à declividade do relevo, além de obras de artes relacionadas a proteção do corpo

estradal (DNIT, 2010). A implantação de uma rodovia é um processo complexo que exige o

tratamento ambiental, e o projeto de engenharia.

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2.3.1 Projeto de engenharia

Segundo o DNIT (2006a), em atendimento a legislação vigente, o projeto de

engenharia rodoviária se divide em projetos de duas naturezas: o projeto básico e o projeto

executivo. O DNIT faz essa afirmação, pois em geral os projetos de pavimentação em sua

maioria são executados pelo poder publico. Desta forma para estes é imprescindível que

cumpra-se a lei de licitação, lei 866/93 de 21 de junho de 1993. Abaixo segue um trecho do

manual de pavimentação (DNIT, 2006a), pg 101:

A terminologia anterior focalizava três etapas básicas para a execução

propriamente dita da obra: os estudos preliminares, o anteprojeto e o projeto,

constituindo esse conjunto o chamado Projeto de Engenharia. A Lei de Licitações,

Lei nº 8.666, de 21.06.93, não menciona explicitamente essas fases, limitando-se a

definir Projeto Básico e Projeto Executivo. A diferença entre um e outro é de grau:o

Projeto Básico é “o conjunto de elementos necessários e suficientes... para

caracterizar a obra ou serviço...” (Art. 6, Inciso IX); o Projeto Executivo é “o

conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra...”

(Art. 6, Inciso X).

De acordo com o artigo 7º da lei 8.666/93, as licitações de obras e serviços seguem a

seguinte sequência: primeiro a elaboração do projeto básico, segundo o projeto executivo e

por ultimo a execução das obras e serviços. Para o DNIT o projeto básico seria a exigência

mínima (quanto a projeto) para ocorrem um processo licitatório.

Logo segundo essas diretrizes exigidas na lei acima citada o DNIT, firma que os

projetos de engenharia rodoviária se desenvolvem no decorrer das seguintes fases:

a) Fase preliminar – é comum aos projetos básico e executivo, caracteriza-se por

levantamentos e estudos específicos, com a finalidade de estabelecer parâmetros e diretrizes

para o projeto básico.

b) Fase de projeto básico – será elaborado com a finalidade de elaborar as primeiras

alternativas de traçado a ser consolidado e detalhar soluções propostas para o mesmo, por

meio de estudos específicos e a elaboração do projeto básico. Essa fase tem de fornecer

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plantas e desenhos que possibilite uma possível identificação dos detalhes de execução da

obra.

Fase do projeto executivo – essa fase é especifica para o projeto executivo de

engenharia, a mesma se encarrega de detalhar as soluções encontradas na fase anterior, por

meio da elaboração do projeto executivo, fornecendo plantas, desenhos e notas de serviços

que permita a execução da obra. Nessa fase devem ser fornecidos vários elementos como, por

exemplo: informações que possibilitem o estudo de métodos construtivos, instalações

provisórias e condições organizacionais das obras; orçamento detalhado da obra, com custos

globais baseado em quantitativos de serviços, custo de material e gastos com transporte;

informações para processo de desapropriação da faixa estradal; entre outros elementos.

A Tabela 2 apresenta as instruções de serviços, que aborda os principais estudos e

projetos necessários para elaboração dos projetos e execuções das obras de pavimentação

asfáltica.

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Tabela 2 – Listagem de instruções de serviços

IS TEMA CORRESPONDENTE

201 Estudos de Tráfego em Rodovias

202 Estudos Geológicos

203 Estudos Hidrológicos

204 Estudos Topográficos para Projetos Básicos de Engenharia

205 Estudos Topográficos para Projetos Executivos de Engenharia

206 Estudos Geotécnicos

207 Estudos Preliminares de Engenharia para Rodovias (Estudos de Traçado)

208 Projeto Geométrico

209 Projeto de Terraplenagem

210 Projeto de Drenagem

214 Projeto de Obras de arte Especiais

215 Projeto de Sinalização

216 Projeto de Paisagismo

217 Projeto de Dispositivos de Proteção (Defensas e Barreiras)

218 Projeto de Cercas

219 Projeto de Desapropriação

222 Apresentação de Plano de Execução da Obra

224 Projeto de Sinalização das Rodovias durante a Execução de Obras e

Serviços

226 Levantamento Aerofotogramétrico para Projetos Básicos de Rodovias

246 Componente Ambiental dos Projetos de Engenharia Rodoviária

Fonte: Adaptada do DNIT (2010).

A seguir serão abordados os objetivos de instrução de serviço, de acordo com o

DNIT (2010), tendo em vista que essas são de fundamental importância para a implantação de

pavimentos:

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2.3.1.1 Estudo geológico

O estudo geológico visa o pleno conhecimento geológico da área onde será

implantada a rodovia, permitindo a escolha do melhor traçado levando em conta o aspecto

geológico. Esse estudo é dividido em duas fases, a preliminar e a definitiva. Na fase

preliminar são desenvolvidas atividades como coleta de dados, análise de fotografias aéreas e

investigações de campo. Após o término da fase preliminar inicia-se a fase definitiva que

toma por diretriz a fase anterior, nesta fase se dar a elaboração e execução do plano de

sondagem e a elaboração do mapa geológico. A Figura 6 que apresenta um mapa geológico

que mostra as opções de traçados de acordo com estudo geológico.

Figura 6 – Mapa geológico demonstrando as alternativas de traçado

Fonte: Adaptado do DNIT (2010)

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2.3.1.2 Estudo hidrológico

Esse estudo tem por objetivo avaliar a vazão das bacias hidráulicas que contribui

para os vários dispositivos de drenagem (pontes, pontilhões, caixas coletoras, bueiros entre

outros). Bem como o estudo geológico, os estudos hidrológicos se dividem em fase preliminar

e fase definitiva. Sendo a fase preliminar responsável pela coleta de dados hidrológicos e

definição das bacias que atenderá a rodovia como a pluviometria e fluviometria são exemplos

de dados analisados no estudo preliminar.

O estudo definitivo traz estudos com vista a elaboração do projeto de drenagem. Os

métodos desse estudo é abordado em todo Manual de Hidrologia Básica (DNIT, 2005).

2.3.1.3 Estudos topográficos

O estudo topográfico visa a obtenção de modelos topográficos do terreno, dando

condições para a escolha da melhor alternativa de traçado, desta forma torna-se possível obter

o eixo estradal definitivo. A elaboração do estudo topográfico, segundo o DNIT (2010),

divide-se em três fases preliminares, a fase de projeto básico e a fase de projeto executivo.

Fase preliminar: visa à obtenção dos primeiros traçados topográficos

preferencialmente adota-se processo aerofotogramétrico com apoio em terra.

Fase de projeto básico: o estudo visa a elaboração do traçado geométrico da

rodovia e o fornecimento de dados topográficos para a elaboração do projeto básico, a partir

dos estudos pré-realizados.

Fase do projeto executivo: esta etapa envolve a consideração e a definição dos

elementos geométricos pertinentes ao projeto executivo, além de procedimentos relacionados

com o traçado geométrico e ordens de serviço. Os elementos geométricos pertinentes a fase de

projeto executivo são: os elementos planimétricos, elementos altimétricos e a seção

transversal. É nesta fase que são elaboradas as plantas de perfil e traçado definitivo do eixo

estradal, portanto nesta fase se decide os cortes e aterros necessários para construção do

pavimento.

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2.3.1.4 Estudos geotécnicos

Os estudos geotécnicos destinam-se a identificação, determinação de características

tecnológicas e classificação dos materiais a ser escavados desta forma oferecendo subsídio

para execução de terraplenagem ed o projeto de drenagem. Também é a partir desses estudos

que pode-se melhorar os solos fornecidos por caixas de empréstimos, se for necessário. Os

estudos geotécnicos são divididos em duas fases, a preliminar e a definitiva. Logo abaixo será

definida cada fase de acordo com o DNIT (2010), e algumas das suas particularidades:

2.3.1.4.1 Fase preliminar

Nesta fase os estudos realizados são, o estudo do subleito e o estudo de ocorrência de

material.

Estudo do subleito - segundo o DNIT (2010) toma-se como base o estudo geológico

ocorrido anteriormente e os perfis geológicos dos possíveis traçados, realiza-se um estudo

mais detalhado. Esse estudo procurar obter mais detalhes sobre os tipos de solos e quais suas

características para assim poder prever seu comportamento mediante esforços. Nesta fase

ocorrem os processos de sondagem, sendo cada tipo de sondagem idealizado para o tipo de

solo.

Estudo de ocorrência de materiais - esse estudo visa a colheita e analise de material

para construção do pavimento, sendo composto por inspeção e expedição de campo, colheita e

analise de material em laboratórios. Quando se der o caso de empréstimos laterais o estudo

preliminar é substituído pelo estudo do subleito já realiado, tendo de averiguar a partir dos

dados geotécnicos fornecidos pelo estudo do subleito se há ocorrência de material que

satisfaça as condições tecnológicas estabelecidas e quanto dessas jazidas estão na faixa de

domínio da estrada.

2.3.1.4.2 Fase de projeto executivo

Essa fase visa fornecer dados concisos para o projeto executivo, a análise destes

dados que serão de suma importância para o pleno e ótimo funcionamento das obras de

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pavimentação. As atividades que constam, segundo o DNIT (2010), nesta fase serão

discutidas de forma sintética logo a seguir:

a) Estudo do subleito e corte – nessa parte do estudo ocorre a elaboração do plano de

sondagem, investigação geotécnica e realização de ensaio de laboratório, coleta de amostras e

ensaio.

b) Estudo de ocorrência de material – nesta faze a as sondagens e ensaios nas zonas de

seção mista, seja em zona de corte ou aterro; em areias e pedreiras; também ocorre ensaios

específicos que visão uma melhor caracterização dos materiais os separando-os por família de

compactação. A partir desses ensaios e sondagens faz-se as planta a características técnicas

dos estudos geotécnicos.

c) Estudo de funções de aterro – todas às vezes que houver duvida sobre a capacidade de

suporte das fundações dos aterros, é necessário o desenvolvimento de estudos especiais que

definam a capacidade de suporte dessas fundações. Esses ensaios são feitos de acordo com

norma DNER PRO 381/98.

d) Estudo dos locais das fundações das obras de arte especiais – esses estudos envolvem

os estudos dos locais onde as obras serão instaladas bem como as condições para que as

mesmas sejam totalmente eficientes.

e) Estudo de estabilidade dos taludes – deve-se dividir o trecho do projeto em subtrechos

homogêneos, para se verificar a estabilidades dos taludes através de amostras.

2.3.1.5 Projeto geométrico

Para o DNIT (2010), o projeto geométrico visa caracterizar tecnicamente as rodovias,

como por exemplo, raio, rampas e largura de plataforma, desta forma o traçado passa a ser um

aspecto tridimensional. Para a elaboração do projeto geométrico leva-se em conta os

levantamentos planimétricos e altimétricos.

De acordo com o DNIT (2010), o projeto geométrico divide-se em duas etapas a fase

projeto básico e a fase de projeto executivo.

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2.3.1.5.1 Fase de projeto básica

De acordo com o DNIT (2010), nesta fase o projeto é elaborado a partir de estudos

topográficos realizados, segundo o que dispõe da instrução de serviço IS-204 (estudos

topográficos para projetos básicos de engenharia rodoviária, das diretrizes básicas para

elaboração de estudos e projetos de engenharia rodoviária). Outros fatores que o projeto deve

obedecer é o estudo de tráfego e as características geotécnicas do eixo estradal.

2.3.1.5.2 Fase de projeto executivo

Em análogo ao projeto básico o DNIT (2010) propõe que nesta fase do projeto

geométrico seja elaborado a partir da instrução de serviço IS-205. Essa fase é constituída do

projeto planialtimétrico, determinação das seções transversais e detalhamento dos projetos

específicos (mais detalhes desses projetos podem ser encontrados no manual básico de

implantação de rodovias – DNIT, 2010, pg. 191).

2.3.1.6 Projeto de terraplenagem

O projeto de terraplenagem visa quantificar os serviços de terraplenagem, a

determinação dos locais de empréstimo, caracterização dos materiais, os locais de bota fora de

material. Como os demais projetos esses são divididos em duas fases a do projeto básico e do

executivo. Em cada fase são elaborados estudos e ensaios que visem o fornecimento de dados

para o projeto executivo ou básico.

2.3.1.7 Projeto de drenagem

Para o DNIT (2010), o projeto de drenagem visa à elaboração de estudos e a parti

desses projetar obras de arte que possam drenar as águas seja pluvial ou fluviais de forma a

não prejudicar os pavimentos e mantendo a segurança. Como os demais, o projeto de

drenagem divide-se em duas fases sendo uma pertinente ao projeto básico e a outra ao projeto

executivo. Segundo o DNIT (2010), nesta fase será deve ser decidido o número de obras de

drenagem, sua natureza, provável aspecto, localização, mão de obra disponível para a

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execução da obra, aproveitamento de materiais e mão de obra na região, tipo da obra e a

estimativa de custo. Já na fase projeto executivo deve ser detalhada as soluções propostas no

projeto anterior e relacionar os elementos necessários para a execução da obra.

As obras de arte voltadas para a drenagem são denominadas dispositivos de

drenagem, é exemplo destes: bueiros, pontes, pontilhões, valeta de corte, valeta de aterro,

sarjeta de corte, sarjeta de aterro, colcha drenante, entre outros. O DNIT (2006b), traz

maiores detalhamentos e as funções destes dispositivos.

2.3.2 Condicionamento ambiental

Segundo o DNIT (2010), execução de obra rodoviária sempre gera impactos

ambientais. Esses impactos são particulares a cada obra e até mesmo cada trecho da obra.

Vale salientar que apesar de em suas maiorias serem impactos negativos, obras

rodoviárias também geram impactos de natureza positiva. Dessa forma, para uma maior

conservação ambiental e um desenvolvimento sustentável da obra, faz-se necessário um

tratamento ambiental (DNIT, 2010).

A fim de minimizar os impactos negativos e maximizar os positivos é realizado um

tratamento ambiental. Esses tratamentos dividem-se em cinco etapas: elaboração do relatório

preliminar de avaliação ambiental (RPAA), elaboração dos estudos ambientais que são o

estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental, a elaboração do plano básico

ambiental (PBA), a implementação dos programas ambientais e por fim o monitoramento

ambiental que ocorre quando a rodovia já está implantada (DNIT, 2010).

2.3.3 Execução da obra

Após a elaboração dos projetos de engenharia e o condicionamento ambiental a obra

é executada seguindo as normas vigentes.

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2.4 MANUTENÇÃO DAS RODOVIAS

O principal objetivo do pavimento é garantir a trafegabilidade e conforto em

qualquer época do ano, ou clima. Porém com o decorrer do tempo por motivos diversos o

pavimento sofre degradação. A perda de qualidade estrutural ou funcional de um pavimento

pode ser denominada de dano, degradação ou deterioração (BALBO, 2007).

Toda rodovia tem por função principal atender os três requisitos básicos, que são:

segurança, conforto e viabilidade econômica. Desta forma os pavimentos, são projetados,

construídos e conservados para atende-los. Para termos esse comportamento é necessário que

toda a rodovia, pavimento, terrapleno, proteção do corpo estradal, obras de arte correntes,

obras de arte especiais, sinalização, obras complementares entre outros componentes atendam

aos três requisitos (DNIT, 2006a).

Para o DNIT (2006a), considerando pavimento como todo o conjunto que constitui a

rodovia (pavimento, terrapleno, proteção do corpo estradal, obras de arte correntes, obra de

artes especiais, sinalização, obras complementares e etc), manutenção de pavimento é

definida como, as medidas e operações que são tomadas com a finalidade de manter ou elevar

os níveis das características gerais do pavimento.

Vale salienta que todos os componentes são importantes, mas, no entanto os

problemas na superfície dos pavimentos merecem um destaque, tendo em vista que a camada

de revestimento é que proporciona o conforto e a segurança de rolagem dos veículos.

2.4.1 Defeitos na superfície dos pavimentos

Para Balbo (2007), não há uma só causa para a ocorrência dessas degradações, mas

sim varias e dessa forma não é possível determinar com exatidão a ou as possíveis causas. Já

o DNIT afirma que os principais responsáveis pela degradação das rodovias são a idade do

pavimento, o tráfego intenso de veículos (alguns acima do limite de peso permitido). Segundo

Bernucci et al. (2006) os maiores degradantes do pavimento asfáltico é o clima e o trafego

intenso. De acordo com o autor o trânsito de veículos, principalmente caminhões e ônibus,

causam deformação elástica, mas com o decorrer do tempo as camadas do pavimento perde

parte da sua resistência causando assim fissuras. Outros fatores são os climáticos como a

chuva que causa movimento de terra nas encostas e infiltra nas fissuras causando assim

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percolação das partículas da base e sub-base. A temperatura é outro fator que causa

degradação nos revestimentos, em fenção da deformação térmica.

O DNIT (2007) afirma que, desde o final da década de 70 a rede viária brasileira

dava sinal de fadiga e a situação foi se agravando nos últimos anos. A figura 5 apresenta o

processo de degradação das rodovias federais de 1979 a 2003.

De acordo com DNIT (2007) que o déficit na manutenção e reparo de rodovias

federais acarretou até hoje um prejuízo superior a quinhentos bilhões de reais (R$500

bilhões), com a perda da malha viária. Além de ser responsável por um aumento de 58% no

consumo de combustível, elevação do índice de acidentes em 50%, acréscimo no tempo de

viagem em até 100%. Sendo fundamental o governo investir mais recursos em manutenção e

reparos de vias rodoviárias. Na Figura 7 verifica-se a evolução do desgaste.

Figura 7 – Evolução da degradação das rodovias federais de 1979 a 2003

Fonte: DNIT (2007).

A 16º Pesquisa CNT de Rodovias afirma que 53,2 % (cinquenta e três vírgula dois

por cento) dos pavimentos analisados no Brasil, encontram-se em estado de regular a bom. A

pesquisa analisou condições de conservação, sinalização, traçado geométric entre outros

fatores. Sendo que só cerca 26% (vinte e seis por cento) apresentam-se em ótimo estado de

conservação, o restante está desgastado ou apresenta outros defeitos como trincas,

afundamentos ou remendos (CNT , 2012).

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No Rio Grande do Norte aproximadamente 62% (sessenta e dois por cento) das

rodovias, analisadas pela CNT no ano de 2012, apresentam algum problema na superfície de

rolagem. De acordo com os dados, nota-se que a conservação das rodovias brasileiras

encontram-se em um estado crítico, sobretudo no Rio Grande do Norte - RN.

2.4.1.1 Parâmetros para medição da irregularidade na superfície dos pavimentos

De acordo com DNIT (2006c), a Avaliação Objetiva de Serventia de um pavimento é

calculada de forma analítica, com base em parâmetros já conhecido. O documento citado

destaca os seguintes parâmetros: PSI -Present Serviciability Rating, VSA - Valor de Serventia

Atual, LVC - Levantamento Visual Contínuo, IGGE - Índice de Gravidade Global Expedito,

IES - Índice de Estado de Superfície, ICPF - Índice de Condição do Pavimento Flexível e

Índice de Irregularidade dos Pavimentos (IRI - International Roughness Index). Sendo o IRI o

método mais usado pelo DNIT.

O DNT (2006c) conceitua o IRI como:

Conceitua-se Irregularidade Longitudinal de um Pavimento ou,

simplesmente, Irregularidade, como “o conjunto dos desvios da superfície do

pavimento em relação a um plano de referência” – desvios estes que, entre vários

outros inconvenientes, afetam a qualidade do rolamento e a ação dinâmica das

cargas sobre a via.

Segundo o DNIT (2006c) a Irregularidade Longitudinal apresenta vários aspectos,

como por exemplo: passa a crescer com o tráfego de veículos e as intempéries; influencia

diretamente no desgaste dos veículos, consumo de combustível, conforto do passageiro e

condutor; aumenta o efeito da carga dinâmica gerada pelo veículo; influencia na drenagem

causando efeitos adversos sobre a superfície do pavimento; prejudica a condução dos veículos

causando acidentes.

A irregularidade é medida através de escalas padronizadas e de acordo com os

instrumentos usados. Essas medições dão origem ao Quociente de Irregularidade (QI), que

estão devidamente normatizados por: DNER - ES 173/86, DNER - PRO 164/94, DNER -

PRO 182/94 , DNER - PRO 229/94. Outro parâmetro foi é o International Roughness Index

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(IRI), instituído em 1992 com base em pesquisa internacional de irregularidade realisada em

Brasília (DNIT 2006c).

A Tabela 3 apresenta a relação entre o IRI e o QI, além da condição da superfície do

pavimento de acordo com os índices.

Tabela 3 – Relação entre o IRI e o QI

Conceito

Irregularidade

ICPF IGG TR QI

(cont./km) IRI (m/km)

Excelente 13-25 1-1,9 5-4 0-20 0-2

Bom 25-35 1,9-2,7 4-3 20-40 2-5

Regular 35-45 2,7-3,5 3-2 40-80 5-10

Ruim 45-60 3,5-4,6 2-1 80-160 10-25

Péssimo >60 >4,6 1-0 >160 >25

Onde: QI = quociente de Irregularidade ;IRI = Índice Internacional de Irregularidade; ICPF = Índice de Condição

de Pavimentos Flexíveis; IGG = Índice de Gravidade Global; TR = Trincamento (% de FC-2 + FC-3)

Fonte: DNIT (2006c).

Bernucci et al. (2006) afirmam que uma das formas de avaliação técnica das

condições de degradação do pavimento é o Valor de Serventia Atual (VSA). Segundo os

autores o VSA está paramentado em uma escala de 0 a 5. Quanto mais jovem o pavimento

maior será o VSA, logo nos primeiros momentos da estrutura seu VSA é Maximo. A Tabela 4

apresenta os VSA de acordo com a numeração.

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Tabela 4 – Condição do pavimento por VSA

Padrão de conforto ao rolamento Avaliação (faixa de notas)

Excelente 4 a 5

Bom 3 a 4

Regular 2 a 3

Ruim 1 a 2

Péssimo 0 a 1

Fonte: Adaptado de Bernucci et al. (2006)

2.4.1.2 Principais causas de defeitos na superfície dos pavimentos

Para Bernucci et al (2006), os defeitos superficiais em pavimentos podem surgir por

vários motivos, em geral os defeitos dos pavimentos surgem com o tempo, intempéries

climáticas e o tráfego, porém esses defeitos podem ocorrer de forma precoce ocasionada por

erro ou inadequação do pavimento.

Os erros e inadequações, que reduzem a vida útil dos pavimentos, mais recorrentes

são: erros de projeto; erros ou inadequações na seleção, na dosagem ou na produção de

materiais; erros ou inadequações construtivas; erros ou inadequações nas alternativas de

conservação e manutenção. Esses erros e inadequações podem ocorrem tanto separadamente

ou em conjunto. Logo, antes de elaborar um plano de reparo para defeitos superficiais de

pavimentos é necessário um diagnóstico apurado e a verificação se há erros ou inadequações

(BERNUCCI et al., 2006).

2.4.1.3 Defeitos de superfície nos pavimentos asfálticos

Defeitos de superfície são os danos ou degradações que se apresentam na superfície

do revestimento asfáltico, podem ser identificados em uma inspeção visual e podem ser

classificados de acordo com a norma DNIT 005/2003-TER (DNIT, 2003). De acordo com

Bernucci et al (2006), os levantamentos dos defeito de superfície tem por finalidade avaliar o

estado de conservação de um pavimento asfáltico e diagnosticar a sua funcionalidade, para

assim da subsídios a uma solução tecnicamente adequada e, se caso necessário indicar a

melhor alternativa de reparo para o pavimento.

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Logo abaixo segue alguns desses defeitos segundo DNIT 005/2003-TER:

a) Fendas

a.1) Trincas: podem ocorrer por fadiga devido a solicitação do revestimento,

envelhecimento do pavimento, entre outros fatores, (Figura 8).

a.2) Fissuras: fendas de espessura capilar que ainda não causam problemas funcionais

para os pavimentos.

Vale salientar que existem outros tipos de fendas porém neste trabalho teve foco

somente com as acima citadas.

Figura 8 - Trinca longitudinal causada por fadiga

Fonte: Adaptado por Bernucci et al. (2006)

b) Afundamento: geralmente está ligado ao carregamento excessivo ou repetitivo, ocorre

quando as camadas dos pavimentos ultrapassa seu limite de deformabilidade (Figura 9).

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Figura 9 - Afundamento

Fonte: Adaptado por Bernucci et al. (2006)

c) Desgaste: causado pelo desprendimento progressivo do agregado do pavimento, esse

desgaste geralmente está ligado com a idade do pavimento ou seu grau de esbeltez (Figura

10).

Figura 10 - Desgaste por polimento de agregado

Fonte: Adaptado de Bernucci et al. (2006)

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d) Panela ou buraco: Cavidade que se forma no revestimento por diversas causas

(inclusive por falta de aderência entre camadas superpostas, causando o desplacamento das

camadas), podendo alcançar as camadas inferiores do pavimento, provocando a desagregação

dessas camadas (Figura 11).

Figura 11 - Panela em camada não superficial

Fonte: Adaptado de DNIT (2005)

e) Remendo: podem ser superficial ou profundo. O remendo profundo há substituição do

revestimento e eventualmente de uma ou mais camadas constituintes. Já o remendo raso é

correção de defeitos superfícies de rolagem, geralmente por aplicação de uma camada

betuminosa (Figura 12).

Figura 12 - Remendo bem executado

Fonte: Adaptado de Bernucci (2006)

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f) Ondulação: deformação caracterizada pela presença de ondulações dos pavimentos.

g) Escorregamento: deslocamento do revestimento em relação às camadas subjacentes,

em função de solos mal compactados e/ou material betuminoso de má qualidade.

h) Exsudação: esse defeito ocorre devido o excesso de ligante asfáltico na superfície do

pavimento, causado pela migração desses ligantes através do revestimento.

2.4.2 Outros problemas relacionados à manutenção de rodovias

Além dos problemas apresentados nas superfícies dos pavimentos flexíveis, existe

outros defeitos relacionados com a manutenção de pavimentos. Esse defeitos são agrupados

da seguinte forma usando por base o DNIT (2006a): problemas em drenagem superficial e

profunda, em obras de arte correntes, obras de arte especificas, obras de proteção do corpo

estradal, em sinalização e em obras complementares.

Tomou-se como principais problemas relacionados a grupo específico segundo o

manual de pavimentação (DNIT, 2006a):

a) Problemas em drenagem superficial e profunda – crescimento de vegetação na entrada

ou saída das obras de drenagem; entulho e sujeira em sarjetas, valetas e saídas d'água;

rupturas de meios-fios, banquetas, sarjetas e descidas d'água; obstruções de drenos

subsuperficiais e profundos.

b) Problemas em obras de arte corrente – bueiros obstruídos, fora do alinhamento ou com

vazão insuficiente; aparecimento de trincas, selagem ou outros sinais de defeitos nos bueiros;

bocas dos bueiros, assoreadas e mal posicionadas, alas quebradas, falta de bacias de

dissipação; processos erosivos, a montante e a jusante; necessidade de estruturas adicionais de

drenagem.

c) Problemas em obras de arte específica – estrutura guarda corpo e guarda roda,

danificados ou sem pintura; deslocamento de pilares e vigas de apoio; aparecimento de trincas

e escamas; defeitos nos aparelhos de apoio.

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d) Problemas em obras de proteção do corpo estradal – instabilidade, erosões.

e) Problema na sinalização – desgaste das tintas (faixas e placas); refletorização

deficiente; depredação (roubo, estragos, pichação, etc.); visibilidade deficiente; mensagens

inadequadas.

f) Problemas em obras complementares – falta de revestimento vegetal; árvores e

arbustos, que representem perigo para a plataforma da estrada ou interferência na distância de

visibilidade nas curvas e na sinalização; deficiência na irrigação das áreas recentemente

plantadas e na aplicação de fertilizantes; depredação de áreas plantadas, pragas e doenças;

ausência de defensas; ausência de cercas, arames arrebentados e mourões danificados; uso da

faixa para fins indevidos; existência de placas de propaganda comercial; acessos que

representem perigo ao tráfego.

2.4.3 Atividades típicas da manutenção de rodovias

Segundo o DNIT (2006a), existem algumas atividades que são rotineiras para a

manutenção rodoviárias, em seguida serão tratadas as principais atividades de manutenção

que estão ligadas diretamente com pavimentos asfálticos, suas definições e os processos

execução.

2.4.3.1Conservação

A conservação é definida pelo DNIT (2005), como o conjunto de operações

rotineiras, periódicas ou de emergência que tem por objetivo preservar as características

técnicas, físicas e operacionais. A conservação visa a preservação e a rápida recuperação da

qualidade de rolagem do veículo.

Para o DNIT (2006a), existem dois tipos de conservação, que são conceituados da

seguinte forma:

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2.4.3.1.1 Conservação preventiva periódica

Essas manobras são realizzdas periodicamente e tem por objetivo evitar defeitos ou

seu agravamento. São exemplos desses procedimentos:

a) Limpeza de sarjetas e meios fios: tem por objetivo limpar as sarjetas e meios fios, para

um melhor escoamento da água, proporcionando assim uma drenagem mais adequada.

De acordo com a norma DNIT 028/2004-ES (DNIT, 2004), no caso de sarjetas sem

revestimento (em terra) poderá ser usado motoniveladoras. Porém, no caso de sarjetas

trapezoidais ou triangulares, com meio fio ou não, revestida de concreto indica-se o uso de

ferramentas manuais como vassouras, pás e enxadas, Figura 13.

Figura 13 – Limpeza de sarjeta revestida de concreto

Fonte: Adaptado de Macaé-RJ (2011)1

b) Limpeza manual de valeta: consiste na remoção de entulho e sedimentos acumulados,

devido o arrastamento das águas. De acordo com o DNIT (2006a), no caso de valetas não

revestidas não é recomendado a total remoção da vegetação, fazendo-se necessário somente o

corte daquela que impeça o fluxo da água.

1 Disponível em: <http://www.macae.rj.gov.br/servicospublicos/leitura?noticia=25297>. Acessado em 03 de

março 2013.

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c) Limpeza de bueiros: consiste na desobstrução e remoção dos canais e suas entradas e

saídas, até o limite da faixa de domínio da estrada. É feito também a remoção de todo o

sedimento no interior do sedimento e nas suas bocas. Esse trabalho é feito manualmente com

diversas ferramentas (Figura 14a), ou com auxílio da máquinas, como por exemplo, a retro

escavadeira e escavadeira hidráulica (Figura 14b) (DNIT, 2006a).

Figura 14 – (a) Limpeza manual de bueiro, (b) Limpeza de bueiro com uso de escavadeira

hidráulica

(a) (b)

Fonte: Adaptado (a) Metrópole (2012)2; (b) Manancial de Carajás (2013)

3

d) Limpeza de bocas e drenos profundos e subsuperficiais: é a limpeza e desobstrução de

drenos profundos e superficiais.

e) Limpeza e pintura de pontes: esses dois processos de fundamental importância para

conservação da obra de arte e o próprio pavimento, bem como para a segurança dos usuários

das rodovias. A limpeza do tabuleiro, dos drenos e dos guarda corpos das pontes visa a manter

esses dispositivos desobstruídos, a fim de garantir-lhes uma melhor eficiência. Já a pintura de

meios fios e guarda corpos tem por objetivo a segurança, tendo em vista que aumenta a

visibilidade (DNIT, 2006a).

2 Disponível em: <http://www.metropolejornal.com.br/detalhes_noticias.php?codnoticia=1162>. Acessado em

03 de março 2013. 3 Disponível em: <http://manancialdecarajas.blogspot.com.br/2013_02_03_archive.html>. Acessado em 03 de

março 2013

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f) Roçada: define-se como o corte da vegetação de pequeno porte na faixa de domínio da

rodovia, seja natural ou implantada. A roçada tem por objetivo facilitar a visibilidade com a

remoção da vegetação, que possa prejudicar a sinalização vertical ou diminuir a linha de

visibilidade horizontal, além de evitar incêndios. Essa tarefa pode ser executada de forma

manual, como é mostrado na Figura 15a, ou usando roçadeira mecânica (Figura 15b) (DNIT,

2006a).

Figura 15 – (a) Roçada manual e (b) Roçada mecânica

(a)

(b)

Fonte: Adaptado (a) Gazeta 24 horas (2012)4 e (b) Prefeitura de Juiz de Fora/MG (2013)

5

g) Capina: tem por função exterminar toda vegetação rasteira, seja por métodos químicos

ou manuais. Não é indicado o uso de motoniveladoras pois esta pode degradar as camada

superior do pavimento próximo ao acostamento.

2.4.3.1.2 Conservação corretiva rotineira

São trabalhos executados com a intenção de corrigir defeitos pré-existentes. São

exemplo desse tipo de procedimentos, as correções de fissuras em pavimentos asfálticos. Em

seguida será tratada com detalhes algumas atividades de conservação corretiva drotineiras

segundo o DNIT (2006a):

4Disponível em: < http://gazeta24horas.com.br/portal/?p=9664>. Acesso em 04 de março de 2013.

5Disponível em : <http://www.pjf.mg.gov.br/noticias/viewso.php?data=1/7/2009&modo=link2>. Acesso em 04

de março 2013.

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a) Selagem de trincas: consiste na vedação de trincas com material asfáltico, para

impedir a penetração de água em camadas subjacentes. De acordo com a norma técnica DNIT

ISC 14/04 (DNIT, 2004), para trincas inferiores a três milímetros (3mm), recomenda-se:

aplicar emulsão asfáltica, espalha-se agregado sobre a emulsão e compacta com rolo

pneumático ou compactadores manuais, como pode ser observado na Figura 16.

Figura 16 – Procedimento para recuperação de trincas inferior a 3mm

Fonte: Adaptado de DNIT-ISC 14/04 (DNIT, 2004)

Para trincas superior a 3mm, procede da seguinte forma: corta-se a área onde será

feito o reparo de forma que a caixa resultante tenha abas verticais, após esse procedimento a

área é limpa usando-se vassoura ou jato de ar comprimido, em seguida aplica-se a emulsão

asfáltica, coloca-se o material betuminoso, compacta-se e aplica a pintura ligante asfáltica.

Em seguida a área é limpa para retirar resquícios de grão na pista de rolagem (Figura 17)

DNIT ISC 14/04 (DNIT, 2004).

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Figura 17 – Procedimento para recuperação de trincas superiores a 3mm

Fonte: Adaptado de DNIT-ISC 14/04 (DNIT, 2004)

b) Recomposição de obras de drenagem superficial: é a recuperação e recomposição dos

instrumentos de drenagem superficial (meio fio, sarjetas e outros), conservando suas

características anteriores.

De acordo com a norma DNIT 29/2004-ES (DNIT, 2004), a recuperação dar-se da

seguinte forma: a superfície a ser reparada é limpa, de forma que não reste nenhum fragmento

solido; após faz pequenas cavidades na superfície com uma marreta e um pução, de forma a

aumentar sua aderência com o material a ser empregado; em seguida instala-se a forma, se

necessário; passado essas etapas, aplica-se o concreto ou argamassa de cimento Portland,

recompondo a forma original do dispositivo (Figura 18). Em caso de extensões muito grandes

recomenda-se o uso de extrusoras como consta na norma DNIT 020/2006 - ES (DNIT, 2006).

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Figura 18 – Recuperação manual de aparelho de drenagem

Fonte: Prefeitura Juiz de Fora/MG (2013)5

c) Recomposição de obras de drenagem profunda: é a recuperação e limpeza de drenos

profundos, colchões de areia entre outros instrumentos de drenagem. A falta de manutenção

nesses elementos poderá acarretar sérios problemas a estrutura dos pavimentos.

d) Recomposição de obras de arte correntes: os trabalhos referentes a essa tarefa

consistem no reparo, substituição ou reconstrução de segmentos danificados.

e) Reconstrução e recomposição de cercas: consiste no reparo que se fizer necessário nas

cercas que limita a área da faixa da rodovia. Segundo o DNIT (2006a), essa atividade deverá

ter alta prioridade devido ao perigo que representa a presença de animais na pista.

f) Reparos em sinalização horizontal e vertical: são atividades que revitaliza as

sinalizações verticais e horizontais, com pinturas e substituição de placas. Esses reparos têm

de serem feito com certa periodicidade tendo em vista que a sinalização é de suma

importância para a segurança dos usuários das rodovias.

g) Combate a exsudação: segundo o DNIT (2006a), essa operação é feito com o

espalhamento de agregado miúdo sobre a superfície problemática, com a intenção de reduzir a

quantidade de matéria betuminoso na superfie do pavimento.

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h) Combate a erosão: são medidas que visa o combate e a correção de erosões em áreas

de encostas, aterros e voçorocas. Essa operação poderá ser manual, reestabelecendo os solos

desgastados a partir do processo de compactação.

Outro exemplo de atividade de conservação corretiva é a recuperação de guarda

corpos de ponte e outras obras de arte, recomposição de defenças metálicas, recomposição da

tela antiofuscante.

2.4.3.2 Remendos

Remendos é o conjunto de medidas operacionais, tomadas com a intenção de corrigir

ruínas específicas na superfície de pavimentos. Essas operações corrigem defeitos que vão de

apenas superficiais até os que comprometem as camadas abaixo dos revestimentos (DNIT,

2006a).

Para o DNIT (2006a), é necessário que esse tipo de atividade seja realisada

observando-se critérios rigorosos, de processo e qualidade. Essa operação é descrita pela

norma DNIT ISC 14/04 (DNIT, 2004), e segue os seguintes passos:

A superfície a ser remendada é regularizada e limpa - corta-se ao entorno da superfície

de forma que as paredes resultantes sejam verticais. É recomendado que o corte seja realizada

pelo menos trinta centímetro depois da margem da área afetada;

No caso de remendos profundos recompõe-se a camada intermediária, espalhando

material e o compactando;

Aplicação do ligante asfáltico;

Espalhamento e compactação da massa asfáltica como, por exemplo, o concreto

betuminoso usinado a quente (CBUQ) e o pré-misturado a frio (PMF).

2.4.3.3 Recuperação superficial

São as operações que visam a correção de falhas superficiais dos pavimentos. Essas

manobras não oferecem reforços estruturais, pois basicamente são recapeamentos, no máximo

de dois centímetros e meio (2,5cm). Algumas correções oferecidas por essas operações são

para problemas como, por exemplo, exsudação, polimento, entre outro que serão discutidos

ainda neste capitulo.

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2.4.3.4 Reforços estruturais

É o conjunto de operações destinado a reestruturação de pavimentos comprometidos.

Esse tipo de operação é executada adicionando uma ou mais camadas á superfície do

pavimento com a estrutura comprometida. O processo de reforço estrutural também oferece

reparo na superfície dos pavimentos.

2.3.4.5 Melhoramento

É o conjunto de operações que visa a mudanças de características das rodovias, com

o objetivo de promover melhoramentos técnicos nas condições de rolagens.

2.4.3.6 Ações de emergência

São ações executadas com a finalidade de emergência, ou seja, com a finalida de

extinguir os riscos a vida humana e/ou ao bem público. As ações de emergência

reestabelecem as condições mínimas necessárias para o tráfego de uma rodovia, que tenha

sido interrompida por sinistros.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho consiste em um estudo de caso, do trecho de um trecho da RN-

041.

3.1 CARACTERISTICAS GERAIS DA RN-041

A rodovia estadual RN-041, se estende da BR-304 em Fernando Pedrosa até a BR-

226 em Currais Novos. Sendo que neste trabalho será considerado somente o trecho sobre a

jurisdição do sétimo distrito rodoviário estadual (7º DR-RN), com sede em Santana do Matos,

o referido trecho tem uma extensão de cerca de quarenta quilômetros (40 km) (Figura 19).

Figura 19 – Trecho da rodovia utilizado na pesquisa

Fonte: Adaptado DER-RN (2010)6

6 Disponível em: <http://www.der.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/der/servicos/gerados/mapa.pdf>, acesso

em 05 de março de 2013.

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Na Figura 20 apresenta-se o mapa rodoviário do Rio Grande do Norte, onde pode se

perceber a localização do 7° DR-RN.

Figura 20 – Mapa rodoviário do Rio Grande do Norte, com destaque para a localização do 7°

DR-RN

Fonte: Adaptado de DER-RN (2010)7

De acordo com o roteiro básico para rodovias estaduais (DNIT, 2006d), a RN 041 é

classificada como sendo uma rodovia radial, com característica arterial secundária. Sendo

uma rodovia com mão dupla, com cerca de seis metros (6m), de largura. A Figura 21 mostra a

medição da rodovia

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Figura 21 – Medição da largura da plataforma estradal da RN-041

Fonte: Autoria própria (2013)

Essa rodovia é de suma importância para Santana do Matos sendo sua “porta de

entrada”(Figura 22), para quem vem da capital do estado, além de ser uma importante ligação

da BR 304 com a região do Seridó e está despontando como um elo entre a capital e a região

do Auto-Oeste depois da pavimentação da RN 206.

Figura 22 – Principal saída de Santana do Matos na RN-041

Fonte: Autoria própria (2013)

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3.3 LEVANTAMENTOS DOS DADOS

Os dados foram levantados a partir de um estágio em campo realizado no 7º DR-RN.

Nessa fase foram analisadas as condições do referido trecho, que como na maioria das

rodovias brasileira encontra-se com obras de drenagem desgastada, sem manutenção em obras

de arte, com sinalização precária e com sérios problemas na superfície do pavimento. Após

foi realizado um levantamento fotográfico. Em seguida foi feito um diagnóstico comparando

os problemas da via com o referenciados na literatura.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 SITUAÇÃO GERAL DO TRECHO ESTUDADO

Percebeu-se durante os meses em que o trabalho foi realizado, que a situação geral da

RN-041, confirma os dados da CNT (2012). A mesma relata que cerca de 62% das rodovias

do Estado do Rio Grande do Norte encontram-se com algum problema na superfície de

rolagem. A CNT (2012) relata também que, além dos problemas de superfície, há problemas

de sinalização.

De acordo com dados do DER-RN-Departamento de Estrada de Rodagem do Rio

Grande do Norte (1985), a RN-041 teve seu projeto final de execução concluído na década de

80 (oitenta). Em virtude de se perceber em alguns trechos da rodovia falta de sinalização

(Figura - 32a), curvas que oferecem pouca visibilidade (Figura 23a), a ausência de

acostamento (Figura 23b), superfície dos pavimentos com sérios problemas, obras de artes e

de drenagem desgastadas, pode-se atribuir esses fatos a falta de planejamento durante a fase

de anteprojeto pelo tempo de vida útil do pavimento ter sido ultrapassado.

Figura 23 – (a) Curva sem visibilidade frontal e sem sinalização na RN-041 e (b) Trecho da

rodovia sem acostamento

(a) (b)

Fonte: Autoria própria

Foram observados também problemas relacionados à manutenção. Percebeu-se que

nem sempre havia regularidade e quando existiam, eram em reparos isolados, que não

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ofereciam real solução para os problemas. Também observou-se a ocorrência de manobras de

manutenção realizadas de forma inadequadas.

4.2 MANUTENÇÃO DA RODOVIA

Observaram-se diversos tipos de defeitos ao longo da rodovia. Os buracos foram

percebidos em diversos trechos, comoverificar-se na Figura 24. Esse tipo de defeito de acordo

com CNT (2012), além de trazer custos aos proprietários de veículos, contribui para o

encarecimento do transporte rodoviário e pode causar acidentes fatais.

Figura 24 – Trecho da rodovia com recorrência de panelas

Fonte: Autoria própria (2013)

Para solucionar esse tipo de problema utilizavam-se remendos (Figura 25) geralmente

à base de argamassa asfáltica pré-misturada a frio (PMF). Essa massa nada mais é do que uma

mistura de pedra britada, areia e emulsão asfáltica.

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Figura 25 – Remendos realizados para corrigir os buracos

Fonte: Autoria própria

Esses remendos eram realizados da seguinte forma: a superfície a ser remendada era

cortada, de forma que resultava em uma caixa retangular com bordas verticais; era feito a

limpeza de forma que não ficasse nenhum resquício da superfície defeituosa ou a presença de

partículas soltas; em seguida aplicava-se a emulsão asfáltica para estabilizar as camadas

abaixo; era colocado o PMF; logo após compactava-se com um compactador de placa

vibratório ou com o próprio caminhão que transporta a massa; e por fim aplicava-se uma

pintura ligante com finalidade de impermeabilizar as arestas do remendo. Na Figura 26

verifica-se a sequência utilizada nos reparos de buracos.

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Figura 26 – Procedimentos de reparos em panelas

Fonte: Autoria própria

De acordo com Bernucci et al. (2006) e a norma DNIT ISC 14/04 (DNIT, 2004), este

procedimento está correto para panelas cujo a profundidade seja inferior a dois centímetros e

meio (2,5cm), considerados buracos rasos. Porém foi percebido que, para panelas cuja

profundidade ultrapassasse os 2,5cm o procedimento não estava de acordo com o

recomendado pela literatura, pois para panelas profundas recomenda-se a restituição das

camadas inferiores com um solo apropriado ou brita e a compactação, para poder executar o

remendo como descrito acima.

Na Figura 27 observa-se um remendo realizado em um buraco profundo sem a

reconstituição das camadas estruturais. Outra falha detectada na recuperação de buracos na

rodovia, foram os cortes que nem sempre eram feitos a trinta centímetros (30 cm) da margem

do problema, como pode-se notar na Figura 28.

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Figura 27 - Remendo profundo sem reconstituição das camadas estruturais

do pavimento

Fonte: Autoria própria

Figura 28 - Cortes realisado em panela sem retirar as margens danificadas

Fonte: Autoria própria

Porém de acordo com o Bernucci et al. (2006), os remendos são considerados

problemas de superfície nos pavimentos, pois a presença dos mesmos causam desconforto na

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rolagem, e sua mal execução deixa uma falsa impressão do problema resolvido, o que depois

pode causar infiltrações nas camadas estruturais e arrebentamento da camada de superfície.

Foi observado na superfície da RN-041, a ocorrência de fissuras, em sua maioria

causada por fadiga do pavimento e grandes variações de temperatura. Percebeu-se que esse

tipo de defeito não era corrigido em sua fase inicial. Dessa forma, as fissuras evoluíram de

capilar para profundas, dando origem à panelas ( Figura 29).

Figura 29 – Buraco provocado por fissuras não tratadas

Fonte: Autoria própria

Notou-se que outro problema existente é o afundamento na superfície dos

pavimentos. Em alguns trechos esse problema ocorria devido ao efeito borrachudo (Figura

30), que era provocado pelo excesso de umidade nos solos que constitui o pavimento e a má

compactação do solo. Segundo Bernucci et al. (2006), em sua maioria isso ocorre devido à

drenagem ineficiente.

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Figura 30 – Afundamento na RN – 041 por causa do efeito borrachudo

Fonte: Autoria própria

Na Figura 31 percebe-se a ocorrência do afundamento do pavimento devido ao

desgaste dos equipamentos de drenagem. Para a correção deste problema é sugerido à retirada

de todas as camadas afetadas, sua adequada reconstituição, compactação e restabelecimento

da eficiência da drenagem.

Figura 31 – Afundamento causado pelo efeito borrachudo devido

equipamento de drenagem danificado

Fonte: Autoria própria

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Problemas de drenagem além de acarretar falhas, como afundamentos, pode provocar

erosão do corpo dos pavimentos (Figura 32). Notaram-se problemas como esses na RN-041,

os quais eram corrigidos com a reconstrução da parte erodida e recomposição dos

instrumentos de drenagem. A recomposição das partes erodidas se dá de forma análoga a

recomendada pelo DNIT (2006a). Como foi citado, esse processo consiste na recomposição

do talude estradal por reposição e compactação de solo adequado. Para o procedimento citado,

usava-se na RN-041 a piçarra compactada com auxílio de um compactador de placa vibratória

ou um compactador manual.

Figura 32 – Erosão no corpo da estrada provocado por ineficiência da drenagem

Fonte: Autoria própria

Tendo em vista o citado nos dois parágrafos anteriores constatou-se que a

recomposição dos instrumentos de drenagem é uma prioridade nas manobras de manutenção

da RN-041. Essa recomposição é feita manualmente usando um molde de metal. Para

recomposição de sarjetas, meio fio e calhas é usado concreto de cimento Portland, a Figura 33

mostra uma trecho de meio fio e calha recomposto. Além dos reparos em instrumentos de

drenagem, sempre que necessário é feito manobras de conservação periódica que inclui

limpeza e pintura desses instrumentos. A limpeza é feita de forma manual com uso de

vassouras, pás enxadas e outras ferramentas (Figura 34), tem por finalidade facilitar a

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drenagem como é citado pela norma DNIT 028/2004-ES (DNIT, 2004). Já a pintura tem por

finalidade uma melhor visibilidade das extremidades da superfície de rolagem, na RN-041 era

usada para executar a pintura tinta a base de cal.

Figura 33 – Trecho de meio fio e calhas recuperadas

Fonte: Autoria própria

Figura 34 – Limpeza manual de sarjetas

Fonte: Autoria própria (2013)

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Outra manobra de conservação periódica era a roçada e a capinação. Foi detectado

que a roçada era realisada manualmente (Figura 35), como recomenda a literatura, porém naa

capinação ocorrerão falhas, pois em alguns pontos foram empregado motoniveladoras, que

danificou a camada superior do pavimento e desagregação de componentes das camadas mais

externas, como mostra a Figura 36, possibilitando um desgasta mais rápido no talude estradal.

O DNIT (2006a) recomenda que a roçada seja feita de forma manual ou com o auxilia de

roçadeiras hidráulica e em relação a capinação no caso de pavimentos revestidos com matéria

betuminoso é recomendado o uso de ferramentas manuais como enxadas e ciscadores.

Figura 35 - Roçada manual sendo executada em trecho da RN-041

Fonte: Autoria própria (2013)

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Figura 36 - Desgaste provocado por capinação feita de forma inadequada com o uso de

motoniveladora

Fonte: Autoria própria (2013)

De acordo com o DNIT (2006a), a conservação e recuperação de obras de artes, no

caso de pontes e bueiros da RN-041, também fazem parte das manobras de manutenção.

Dessa forma foi realizada uma breve análise nas obras de arte do trecho da RN-041. Foi

constatado que a maioria das pontes encontram-se com os guarda corpos danificados, pela

ação do tempo e pelo furto dos corrimãos que constitui os guarda corpos (Figura37). Em

relação aos bueiros boa parte apresenta corrosão nas armaduras de concreto, no caso de

bueiros capeados, assoreamento dos corpos drenantes, além de aterramentos por parte dos

próprios corpos d’água. Esse tipo de problema poderia ser evitado com manutenções

preventivas que realizassem pequenos reparos evitando problemas maiores.

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Figura 37 – Ponte com os guarda corpos danificado

Fonte: Autoria própria (2013)

A Figura 38a mostra um bueiro capeado com corrosões, já 38b apresenta um

desgaste no piso interno do corpo drenante.

Figura 38 – (a) Bueiro com corrosão apresentando a armadura de ferro e (b) desgaste no piso

do bueiro

(a) (b)

Fonte: Autoria própria (2013)

Percebeu-se que em relação às obras de arte não ouve manobras de manutenção,

conservação ou reparos. Outro aspecto não foi diagnosticado manobras de manutenção foram

à sinalização, tanto vertical quanto horizontal, e cercas. Num entanto segundo DNIT, (2006a)

essas manobras são de suma importância para salvaguarda da vida humana.

A Figura 39 mostra a sinalização horizontal da pista de rolagem totalmente

danificada.

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Figura 39 – Faixa de sinalização horizontal totalmente danificada

Fonte: Autoria própria (2013)

A recuperação da sinalização horizontal e vertical é de suma importância para a

segurança da via, tendo em vista que essa deficiência bota em risco a vida humana (DNIT,

2006c).

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5 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo de caso das manobras de

manutenção executadas na rodovia RN-041. Através do levantamento fotográfico, trabalho de

campo e confrontamento destes com a literatura, foi possível chegar as seguintes conclusões:

Percebeu-se que em sua maioria os trabalhadores que executam as manobras de

manutenção e reparo não receberam nenhum tipo de treinamento prévio;

Em relação às camadas de superfície do pavimento observou-se que as mesmas

apresentam vários problemas como a maioria das rodovias brasileiras;

Os buracos ou panelas rasos são reparados de forma adequada, porém para buracos

profundos o procedimento é incompleto dando uma falsa impressão de problema resolvido;

Os reparos de trincas não foram observados no trecho da rodovia analisado;

Percebeu-se que ocorriam a restaurações dos aparelhos de drenagem, sendo este um

ponto positivo da rodovia;

Não foi notado reparos em obras de arte;

Não percebeu-se nenhuma manobra de melhoramento;

Em relação a reparos e melhoramento em relação a sinalização tanto horizontal quanto

vertical não foi percebido nenhum tipo de manobra.

Diante do exposto pode-se concluir que manobras de manutenção e reparos são

indispensáveis. E faz-se necessário um maior comprometimento com a manutenção das vias,

viabilizando essas manobras. Outro fator é a necessidade de instruir os executores para que

dessa forma não possa ocasionar prejuízos futuros à rodovia.

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